Registro de Rhynchophorus palmarum L. (Coleoptera: Curculionidae) no Estado de Mato Grosso do Sul

First Record of Rhynchophorus palmarum L. (Coleoptera: Curculionidae) in the State of Mato Grosso do Sul, Brazil

SCIENTIFIC NOTE

Registro de Rhynchophorus palmarum L. (Coleoptera: Curculionidae) no Estado de Mato Grosso do Sul

SAÚL SÁNCHEZ-SOTO¹ E OCTAVIO NAKANO²

¹Campus Tabasco, Colegio de Postgraduados, Apartado postal 24, 86500, H. Cárdenas, Tabasco, México

²Depto. Entomologia, Fitopatologia e Zoologia Agrícola, ESALQ/USP, C. postal 9, 13418-900, Piracicaba, São Paulo

First Record of Rhynchophorus palmarum L. (Coleoptera: Curculionidae) in the State of Mato Grosso do Sul, Brazil

ABSTRACT - Rhynchophorus palmarum L., one of the main pest of coconut palm (Cocus nucifera L.) and Elaeis greineensis Jacq. in Neotropical Region, is recorded for first time in the State of Mato Grosso do Sul, Brazil.

KEY WORDS: Insecta, coconut palm, palm weevil, occurrence

RESUMO - Rhynchophorus palmarum L. uma das principais pragas do coqueiro (Cocos nucifera L.) e do dendezeiro (Elaeis greineensis Jacq.) na Região Neotropical, é registrada pela primeira vez no estado de Mato Grosso do Sul.

PALAVRAS-CHAVE: Insecta, coqueiro, broca-do-olho-do-coqueiro, ocorrência

Rhynchophorus palmarum L. (Col.: Curculionidae) constitui uma das principais pragas das culturas do coqueiro (Cocos nucifera L.) e do dendezeiro (Elaeis guineensis Jacq.) na região Neotropical (Lever 1969, Genty et al. 1978). As larvas se alimentam dos tecidos internos da coroa das plantas podendo causar a sua morte pelas lesões produzidas. Além de causar danos diretos, o inseto também é vetor do nematóide Bursaphelenchus cocophilus (Cobb), agente causal do "anel-vermelho", que ocasiona a morte das plantas (Sánchez & Cerda 1993). Além do coqueiro e do dendezeiro, são conhecidas cerca de 30 espécies de plantas hospedeiras deste inseto, incluindo espécies cultiváveis como cana-de-açúcar (Sacharum officinarum), mamão (Carica papaya) e banana (Musa paradisiaca) (Sánchez & Cerda 1993).

O adulto de R. palmarum é preto e seu comprimento pode variar de 20 a 60 mm (Morales & Chinchilla 1990, Bondar 1940). Apresenta, entre outras características, um rostro forte, antenas em forma de cotovelo e élitros curtos não cobrindo o extremo do abdome e com oito sulcos longitudinais (Bondar 1940). A espécie, apresenta dimorfismo sexual em nível do rostro, sendo mais comprido, delgado e curvo na fêmea do que no macho. Este pode ter abundantes pelos rígidos na parte dorsal do rostro, exceto em indivíduos de pequeno tamanho (Mexzón et al. 1994). A larva é ápoda, de coloração branca-creme e com 13 anéis enrugados; quando totalmente desenvolvida atinge até 75 mm de comprimento e 25 mm de largura (Bondar 1940). A pupa é de tipo exarada e de coloração amarelada, e se abriga dentro de um casulo de fibras da planta hospedeira, o qual mede de 80 a 100 mm de comprimento e de 30 a 40 mm de diâmetro transversal (Bondar 1940).

R. palmarum tem origem americana, ocorrendo desde a Argentina até a Califórnia, incluindo as Antilhas, sendo conhecida como praga do coqueiro no Brasil já no século XVI (Bondar 1940). Neste país, a broca-do-olho-do-coqueiro, como é comumente conhecida, tem sido constatada nos estados do Amazonas, Pará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul (Silva et al. 1968), Rio Grande do Norte, Alagoas e Sergipe (Ferreira et al. 1998).

Considerando a importância da praga, sua presença no estado de Mato Grosso do Sul, é registrada pela primeira vez neste trabalho. Em agosto de 2001, no município de Três Lagoas (20º45'04'' S; 51º40'42'' W), no leste de Mato Grosso do Sul, foram observadas duas plantas de coqueiro anão aparentemente mortas, estabelecidas numa plantação comercial próxima a vegetação de cerrado. No interior das plantas foram constatados danos consistentes em galerias feitas pelas larvas de R. palmarum, como também o sintoma interno da doença anel-vermelho, caracterizado pela presencia de um anel avermelhado localizado perto da periferia do estipe cortado transversalmente. Das duas plantas, foram coletados oito adultos (5 e 3), 30 pupas e 14 larvas de R. palmarum. Exemplares adultos desta espécie foram depositados na coleção de insetos do Departamento de Entomologia, Fitopatologia e Zoologia Agrícola, ESALQ/USP, Piracicaba, SP.

Literatura Citada

Received 04/10/01. Accepted 30/06/02.

Referências bibliográficas

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Datas de Publicação

• Publicação nesta coleção
  20 Fev 2003
• Data do Fascículo
  Out 2002

Histórico

• Recebido
  04 Out 2001
• Aceito
  30 Jun 2002