Resumos
A espécie Arniticus brevicollis Pascoe (Curculionidae: Molytinae: Hylobiini ) é registrada pela primeira vez atacando plantas de amoreira (Morus alba L.) no estado de São Paulo. Exemplares adultos estão depositados no Museu de Zoologia, USP, São Paulo, SP.
Insecta; gorgulho; Morus alba
Arniticus brevicollis Pascoe (Curculionidae: Molytinae: Hylobiini) is recorded for the first time attacking mulberry plants (Morus alba L.) in the state of Sao Paulo, Brazil. Adult specimens are deposited in the Museum of Zoology, USP, São Paulo, SP.
Insecta; Morus alba; weevil
SCIENTIFIC NOTE
Arniticus brevicollis Pascoe (Coleoptera: Curculionidae), praga da amoreira em São Paulo
Arniticus brevicollis Pascoe (Coleoptera: Curculionidae), pest of mulberry in São Paulo, Brazil
Saúl Sánchez-SotoI; Octávio NakanoII
ICampus Tabasco, Colegio de Postgraduados, A. postal 24, 86500, H. Cárdenas, Tabasco, México
IIDepto. Entomologia, Fitopatologia e Zoologia Agrícola, ESALQ/USP, C. postal 9, 13418-900, Piracicaba, SP
RESUMO
A espécie Arniticus brevicollis Pascoe (Curculionidae: Molytinae: Hylobiini ) é registrada pela primeira vez atacando plantas de amoreira (Morus alba L.) no estado de São Paulo. Exemplares adultos estão depositados no Museu de Zoologia, USP, São Paulo, SP.
Palavras-chave: Insecta, gorgulho, Morus alba
ABSTRACT
Arniticus brevicollis Pascoe (Curculionidae: Molytinae: Hylobiini) is recorded for the first time attacking mulberry plants (Morus alba L.) in the state of Sao Paulo, Brazil. Adult specimens are deposited in the Museum of Zoology, USP, São Paulo, SP.
Key words: Insecta, Morus alba, weevil
São poucos os insetos praga registrados para a cultura da amoreira (Morus alba L.) no Brasil. Fonseca & Fonseca (1986) mencionam os seguintes: Pseudaulacaspis pentagona (Targ. & Tozz.) (Hemiptera: Diaspididae): as ninfas e os adultos sugam a seiva em ramos e troncos; Pseudodendrothrips mori Niwa (Thysanoptera: Thripidae): as ninfas sugam a seiva nas folhas; Automeris memusae (Walker) (Lepidoptera: Saturniidae): as lagartas devoram as folhas; Acromyrmex sp., Atta capiguara (Gonçalves) e A. laevigatta (F. Smith) (Hymenoptera: Formicidae): cortam as folhas; Bolax flavolineatus (Mann.) (Coleoptera: Scarabaeidae): os adultos atacam as folhas, e Heilipus sp. (Coleoptera: Curculionidae). Esta última é citada também por Nakano (1967) e por Gallo et al. (1988), os quais junto com Fonseca & Fonseca (1986), mencionam que os adultos atacam as folhas e brotos, e as larvas vivem no tronco das plantas de amoreira. Recentemente, Gallo et al. (2002) citaram como praga dessa planta a espécie Arniticus sp. (Coleoptera: Curculionidae), a qual, a julgar pela descrição e os hábitos do inseto, é a mesma espécie registrada anteriormente como Heilipus sp. (Nakano 1967, Gallo et al. 1988).
Antes de ser citada por Gallo et al. (2002), Arniticus sp. foi registrada por Murari et al. (não publicado) quando foi detectada atacando plantas de amoreira de setembro a novembro de 1997 e 1999 em uma plantação experimental da Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz", Universidade de São Paulo, Piracicaba, SP. Segundo esses autores, os adultos permanecem durante o dia debaixo das folhas e em locais sombreados na plantação de amoreira, e durante a noite atacam as folhas das plantas, apresentando preferência alimentar pelo cultivar "Miura"; mencionam ainda que as fêmeas fazem orifícios no caule da amoreira onde colocam ovos de coloração amarelada, e que as larvas neonatas são amareladas e escarabeiformes.
Em dezembro de 2001, foram encontrados adultos desse inseto na referida plantação experimental danificando folhas de amoreira pouco antes do por do sol. Exemplares da espécie foram enviados ao Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo, onde foram identificados como Arniticus brevicollis Pascoe (Curculionidae: Molytinae: Hylobiini). Segundo Wibmer & O'Brien (1986), a ocorrência desta espécie, a qual citam dentro do gênero Hilipinus, só é registrada para o Brasil. O adulto mede de 12 a 14 mm de comprimento, é de coloração marrom, e apresenta uma mancha clara, irregular, na metade posterior de cada élitro (Fig. 1). De acordo com Murari et al. (não publicado), o dimorfismo sexual na espécie consiste em quatro grupos, mais ou menos arredondados, de pêlos avermelhados presentes na parte ventral do abdome dos machos.
Agradecimentos
Ao Dr. Sergio Antonio Vanin e Dr. Fabio Gaiger Silveira, Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo, pela identificação da espécie.
Literatura Citada
Received 10/09/02. Accepted 15/03/03.
Referências bibliográficas
- Fonseca, A.S. & T.C. Fonseca. 1986. A cultura da amoreira e criação do bicho da seda: Sericicultura. São Paulo, Nobel, 246p.
- Gallo, D., O. Nakano, S.S. Neto, R.P.L. Carvalho, G.C. Batista, E.B. Filho, J.R.P. Parra, R.A. Zucchi, S.B. Alves & J.D. Vendramim. 1988. Manual de entomologia agrícola. São Paulo, CERES, 649p.
- Gallo, D., O. Nakano, S.S. Neto, R.P.L. Carvalho, G.C. Batista, E.B. Filho, J.R.P. Parra, R.A. Zucchi, S.B. Alves, J.D. Vendramim, L.C. Marchini, J.R.S. Lopes & C. Omoto. 2002. Entomologia agrícola. Piracicaba, FEALQ, 920p.
- Nakano, O. 1967. Ação de alguns inseticidas fosforados no controle aos besouros (Heilipus sp.) que depredam amoreiras e seus efeitos residuais em lagartas do bicho da seda (Bombix mori L.). Rev. Agric. 42: 173-179.
- Wibmer, G.J. & C.W. O'Brien. 1986. Annotated checklist of the weevils (Curculionidae sensu lato) of South America (Coleoptera: Curculionoidea). Mem. Amer. Entomol. Inst. 39: 1-563.
Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
05 Mar 2004 -
Data do Fascículo
Set 2003
Histórico
-
Aceito
15 Mar 2003 -
Recebido
10 Set 2002