Open-access Mídia e desastres: panorama da produção científica internacional de 1996 a 2016

Medios de comunicación y desastres: panorama de la producción científica internacional de 1996 y 2016

Resumo

O presente artigo apresenta as tendências e padrões na pesquisa de mídia e desastres nos últimos 20 anos. A análise centrou-se em identificar as principais referências teóricas e metodológicas; as temáticas fundamentais abordadas nos estudos selecionados; e o papel da mídia na gestão de risco de desastres. A pesquisa demonstrou que existe um alto interesse da comunidade científica internacional nesta área, sinalizando uma busca pelo aprofundamento dos conhecimentos e da base conceitual sobre o tema. Desse modo, este trabalho fornece pistas sobre as oportunidades e direções para as próximas décadas de pesquisa neste campo de estudos.

Palavras-chaves Mídia; Desastres; Comunicação; Gestão de risco de desastres; Desenvolvimento regional

Resumen

Este artículo presenta las tendencias y padrones en la investigación de medios de comunicación y desastres en los últimos 20 años. El análisis se centró en la identificación de las principales referencias teóricas y metodológicas; los temas claves abordados en los estudios seleccionados; y el papel de los medios de comunicación en la gestión del riesgo de desastres. La investigación ha demostrado que existe un alto interés de la comunidad científica internacional en esta área, lo que indica una búsqueda por la profundización de los conocimientos y la base conceptual sobre el tema. Por lo tanto, este trabajo proporciona pistas sobre las oportunidades y orientaciones para las próximas décadas de investigación en este campo de estudio.

Palabras claves Medios de comunicación; Desastres; Comunicación; Gestión del riesgo de desastres; Desarrollo regional

Abstract

This article presents the trends and patterns in media and disasters research over the last 20 years. The analysis focused on identifying the main theoretical and methodological references; the fundamental themes addressed in the selected studies; and the role of the media in disaster risk management. The research demonstrated that there is a high interest of the international scientific community in this area, signaling a search for the deepening of knowledge and the conceptual basis on the subject. Thus, this paper provides clues about the opportunities and directions for the next decades of research in this field of study.

Keywords Media; Disasters; Communication; Disaster risk management; Regional development

Introdução

Nas últimas décadas, o estudo dos desastres ambientais ganhou destaque na pesquisa acadêmica adotando diferentes perspectivas de investigação e dando origem a uma série de métodos para a avaliação de múltiplos aspectos da tragédia (HUANG; LIU; MA, 2011). De fato, desastres ambientais como tsunamis, furacões, tornados, tempestades, enchentes e terremotos constituem episódios críticos, que segundo Reis, Zucco e Darolt (2013), afetam diretamente o diálogo e a interação do poder público com a população. Nesse sentido, a questão principal gira em torno da adequação dos procedimentos técnicos e políticos para a confrontação do problema (MATTEDI, 2000).

De acordo com Spence, Lachlan e Griffin (2007), a comunicação em tempos de crise busca prevenir ou diminuir os resultados negativos de um episódio em concreto e cumpre, sobretudo, duas funções: uma informativa e outra persuasiva. Em primeiro lugar, as mensagens devem criar uma compreensão racional do risco e, depois, incentivar o público a adotar medidas que evitem uma possível ameaça ou atenuem as consequências de tais acontecimentos. A gestão da crise exige planejamento, mobilização e integração do poder público e de instituições privadas, do corpo de agentes voluntários, das comunidades afligidas e da mídia. A informação ou a falta dela pode influenciar de maneira positiva ou negativa todas as fases do desastre. Nesse sentido, a mídia desempenha um papel crítico na comunicação e compreensão das catástrofes e as suas implicações (PANTTI; WAHL-JORGESSEN; COTTLE, 2012).

Os meios de comunicação ganham protagonismo nas tarefas de envolver os diferentes atores, impulsionar as ações de socorro e apoio às vítimas, e gerar confiança entre os atingidos. Tal perspectiva se funda na percepção de uma série de trabalhos precedentes segundo os quais, durante um desastre, a mídia é a mais importante ferramenta de mitigação à disposição das autoridades porque a sua atuação cria a percepção pública sobre os riscos do evento (MILES; MORSE, 2007; PÉREZ-LUGO, 2001).

Nesse contexto, o presente trabalho soma-se aos esforços anteriores do Grupo de Pesquisa Estudos Midiáticos Regionais – Linha de pesquisa Mídia e Desenvolvimento Regional, voltados à compreensão do papel da mídia durante os desastres, tais como os trabalhos de Reis e Cardoso (2014), Reis, Zucco e Darolt (2013), Reis e Zucco (2012), entre outros. Para abordar essas preocupações, o objetivo deste artigo é explorar as tendências e padrões na pesquisa de mídia e desastres nos últimos 20 anos (1996-2016), por meio de uma análise bibliométrica na base de dados EBSCO1. Esta base de dados é bem respeitada, confiável e possibilita o acesso rápido e fácil aos estudos científicos (OZDAL, 2017) de um conjunto diversificado de disciplinas atualizado regularmente.

O estudo busca fornecer indicadores de como esse campo da pesquisa se desenvolveu nas últimas décadas, tendo em conta o cumprimento dos seguintes objetivos: 1) identificar as principais referências teóricas e metodológicas utilizadas na pesquisa de mídia e desastres; 2) classificar os temas principais na pesquisa de mídia e desastres; e 3) analisar o papel da mídia na prevenção e redução de risco de desastres. A partir dos resultados, são tiradas conclusões sobre tendências e padrões da atualidade em pesquisa sobre o papel da mídia antes, durante e depois dos desastres, o que, por sua vez, fornece pistas sobre as oportunidades e direções para as próximas décadas de pesquisa neste campo particular de estudos.

Mídia e desastres

Durante o processo de calamidade, a direção eficaz da comunicação é um dos principais desafios do poder público. A escassez de dados essenciais entre os principais interessados constitui um problema associado às dificuldades de gestão da crise, contribuindo para a proliferação de mitos dos mais variados gêneros, incluindo aqueles relacionados a saques, desorganização social e outros comportamentos criminosos (TIERNEY; BEVC; KULIGOWSKI, 2006). Nesse sentido, a qualidade da informação incide sobre o alerta antecipado da iminência de um desastre, o planejamento do trabalho de socorro e apoio às vítimas, a reabilitação e a reconstrução das áreas atingidas.

Mattedi e Ludwig (2016) afirmam que a ocorrência e a intensidade dos desastres dependem mais do grau de vulnerabilidade dos cenários de desastres e das comunidades afetadas do que da magnitude dos eventos adversos. Para Moe e Pathranarakul (2006), o êxito da administração de uma catástrofe está diretamente associado às características do sistema de emissão, distribuição e recepção das mensagens. O sucesso de um projeto de comunicação em situações de crise depende verdadeiramente da comunicação e cooperação entre as partes afetadas. A confiança resultante do diálogo entre o poder público e a comunidade é um elemento-chave, do mesmo modo que a interação entre os membros da equipe de coordenação. Nesse sentido, precisa-se de um trabalho colaborativo, que envolve diferentes atores e que, por isso, exige o máximo planejamento.

Fundamentalmente, a perspectiva aqui assumida coincide com o postulado de Baker (2009), no sentido de que as tragédias são eventos socialmente construídos e a vulnerabilidade ao risco se configura como um processo dinâmico que depende de uma série de fatores contextuais. Deste modo, Barnes et al (2008) consideram de fundamental importância o conhecimento sobre os critérios que os veículos empregam para publicação de notícias sobre as catástrofes, o enquadramento dos temas, como a cobertura impacta a opinião pública nas diferentes etapas de um desastre e como a agenda informativa contribui para a definição das políticas na área.

Metodologia

Percebendo que os desastres podem ser definidos como eventos que impactam a sociedade, que a gestão dos desastres é também a gestão da informação, e que a cobertura da mídia pode influenciar a percepção e o entendimento do público sobre os riscos de desastres, buscou-se uma compreensão da sua abordagem no debate científico nas últimas décadas. Assim, foi realizado um levantamento bibliométrico no banco de dados da EBSCO. Segundo Pritchard (1969), a bibliometria é a aplicação de métodos matemáticos e estatísticos para analisar a comunicação escrita e a literatura de caráter científico, identificar os autores e instituições mais produtivos, bem como as revistas do núcleo de cada área do conhecimento.

Para a análise dos dados os critérios de seleção foram: textos completos em idioma português, publicados em revistas acadêmicas, analisados por especialistas e com data de publicação entre 1996 e 2016. A pesquisa foi atualizada para o mês de janeiro de 2017, adotando as etapas apresentadas na Tabela 1. Com o fim de refinar a busca, optou-se por incluir “mídia” como termo thesaurus, o que limitou os resultados para só seis artigos.

Tabela 1
Pesquisa bibliométrica sobre mídia e desastres

Foi realizada uma análise de conteúdo dos seis artigos. As pesquisas estavam relacionadas com: Promoção midiática de consciência ecológica (CORREA DE BARROS; ICHTER, 2013); Mídia e educação científica (MORAES; BONATO, 2012); Mídia e psicologia social (HENNIGEN, 2010; ZAMBENEDETTI, 2012); Mídia e religião (TÚLIO; RODRIGUES, 2015); Mídia e a morte (SILVA, 2012). Tendo em conta que tais estudos não resultaram significativos para a análise, a busca foi estendida para o idioma inglês, seguindo as etapas expostas na Tabela 2. Os critérios de seleção seguiram a mesma orientação que em português e foi incluso o termo “media” como segundo filtro. Tendo em conta o maior número de publicações resultantes, optou-se por adicionar o termo thesaurusdisaster” como terceiro filtro, permitindo limitar os resultados para 56 artigos. A pesquisa foi atualizada para o mês de janeiro de 2017.

Tabela 2
Pesquisa bibliométrica sobre “media” e “disaster”

Dos 56 artigos resultantes da pesquisa, o sistema da EBSCO disponibilizou 30, retirando os estudos repetidos automaticamente. Deles, três publicações foram retiradas no refinamento manual por aparecer repetidas, e duas foram excluídas por não estarem disponíveis os arquivos. A partir dos dados levantados, foi elaborada uma planilha utilizando-se o software Excel da Microsoft, estruturada com os seguintes campos: autor, título, ano, revista científica, palavras-chave, objetivos, referências e principais temáticas abordadas. Esta planilha serviu de base para o fichamento e análise de conteúdo dos 25 artigos, resultando nos dados que serão apresentados no seguinte tópico. Uma vez coletados os dados, foi analisado cada artigo para determinar se os objetivos ou resultados estavam de fato focados no tema de mídia e desastres.

Verificou-se que sete dos documentos não estavam relacionados com o tema e, assim, foram descartados. As outras 18 publicações foram fichadas para os propósitos deste estudo. A análise centrou-se em identificar: as principais referências teóricas e metodológicas (Objetivo 1); as temáticas fundamentais abordadas nos artigos (Objetivo 2); e o papel da mídia na prevenção e redução de risco de desastres (Objetivo 3).

Abordagens teóricas e metodológicas

Os 18 artigos selecionados utilizaram um total de 763 referências. Os autores com maior número de citações foram: Betty Pfefferbaum (1999, 2001, 2013); Brian Walker (2002, 2004, 2006, 2011); Lance H. Gunderson (2002, 2006, 2010, 2011); Anabela Carvalho (2000, 2007, 2008); Erez Cohen (2006, 2007); Enrico Quarantelli (1966, 1984, 1991, 1997, 2005) e Robert M. Entman (1990, 1993). A produção científica concentrou-se nas seguintes publicações: Public Relations Review; Ecology and Society; Cultural Studies; Journal of Communication; Critical Studies in Mass Communications; Disasters; Journalism & Mass Communication Quarterly; Risk Analysis.

As principais revistas acadêmicas do campo têm uma forte ênfase no desenvolvimento teórico, conceitual e metodológico sobre mídia e desastres. Cada um dos artigos identificados foi avaliado pela sua abordagem teórica ou metodológica. A maior proporção de artigos publicados sobre mídia e desastres durante o período de análise foram estudos de caso (EWART; McLEAN, 2014; LAITURI; KODRICH, 2008; LEITCH; BOHENSKY, 2014; MACIAS; HILYARD; FREIMUTH, 2009; PFEFFERBAUM et al, 2003; PRINCIPE, 2015; RODRIGUEZ; TRIANOR; QUARANTELLI, 2006; ZAVESTOSKI et al, 2004), seguidos por estudos de caso comparativo (CUPPLES; GLYNN, 2014; HOUSTON; EFFERBAUM; ROSENHOLTZ, 2012; McLAUGHLIN, 2016; PARK; WANG; PINTO, 2016; SONNETT; JOHNSON; DOLAN, 2015); revisão de literatura (HOUSTON et al, 2015; McLEAN; POWER, 2013; PFEFFERBAUM et al, 2014; PFEFFERBAUM et al, 2015); e construção de modelos teóricos (SUSMAYADI et al, 2014).

Os debates sobre mídia e desastres, tendo em conta o tipo de desastres, se concentraram nas categorias de: Desastres ambientais (CUPPLES; GLYNN, 2014; EWART; McLEAN, 2014; HOUSTON; PFEFFERBAUM; ROSENHOLTZ, 2012; LAITURI; KODRICH, 2008; LEITCH; BOHENSKY, 2014; MACIAS; HILYARD; FREIMUTH, 2009; McLAUGHLIN, 2016; PRINCIPE, 2015; RODRIGUEZ; TRIANOR; QUARANTELLI, 2006; SONNETT; JOHNSON; DOLAN, 2015), sendo o Furação Katrina o desastre natural mais investigado; Desastres antropogênicos (PARK; WANG; PINTO, 2016; PFEFFERBAUM et al, 2003; ZAVESTOSKI et al, 2004), com especial ênfase no atentado terrorista às Torres Gêmeas nos Estados Unidos em 2001 e ao acidente nuclear de Fukushima em 2011; e por último a categoria de Desastres (HOUSTON et al, 2015; McLEAN; POWER, 2013; PFEFFERBAUM et al, 2014; PFEFFERBAUM et al, 2015; SUSMAYADI et al, 2014), que concentra pesquisas dos dois grupos anteriores.

Os trabalhos selecionados na pesquisa bibliométrica abrangeram como tópicos principais:

a) Cobertura midiática de desastres. Estas pesquisas dedicaram-se a examinar como os desastres são enquadrados na cobertura de notícias da mídia (CUPPLES; GLYNN, 2014; EWART; McLEAN, 2014; HOUSTON; PFEFFERBAUM; ROSENHOLTZ, 2012; PARK; WANG; PINTO, 2016; SONNETT; JOHNSON; DOLAN, 2015). De forma geral, os estudos mostraram que a cobertura de notícias de um desastre tem um caráter temporal, que os meios de comunicação dependem geralmente de fontes oficiais durante as catástrofes, e que a mídia usualmente se concentra nas qualidades dramáticas e descritivas dos eventos, ou seja, no impacto dos desastres em seres humanos, no ambiente construído ou natural, e não nas suas explicações causais (HOUSTON; PFEFFERBAUM; ROSENHOLTZ, 2012).

O levantamento bibliométrico apontou temas de interesse relacionados com o uso da Internet e das novas mídias para a cobertura jornalística durante os desastres (LAITURI; KODRICH, 2008; MACIAS; HILYARD; FREIMUTH, 2009). As catástrofes, ambientais ou antropogênicas, têm proporcionado um cenário único na consolidação dos avanços tecnológicos e novas mídias sociais que operam fora dos tradicionais intermediários de informação e ajuda. Para Cooper et al (2015), estas mídias sociais representam uma valiosa oportunidade para promover os objetivos da gestão de risco de desastres relacionados com a mitigação, preparação, resposta e recuperação. Laituri e Kodrich (2008) indicam que a mídia online tem sido particularmente eficaz em facilitar a comunicação interativa de informações relevantes, conectando-se a um público maior que pode participar de forma indireta no desastre.

Outros estudos (HOUSTON et al, 2015; LEITCH; BOHENSKY, 2014; McLAUGHLIN, 2016; PRINCIPE, 2015; SONNETT; JOHNSON; DOLAN, 2015) deram particular atenção às narrativas da cobertura midiática dos desastres. Temas como a religião, a questão racial e a resiliência constituem um ponto de interesse nos relatos produzidos pela mídia. Sonnett, Johnson e Dolan (2015) destacam que na cobertura posterior ao Furação Katrina muitos estudos apresentaram representações racialmente tendenciosas e estereotipadas da população afetada. Por outra parte, McLaughlin (2016) indica que depois dos desastres (terremoto, tsunami e acidente nuclear) de março de 2011 no Japão, a narrativa da mídia concentrou-se em transmitir uma imagem favorável dos ativistas religiosos que forneceram ajuda nas regiões afetadas pelos desastres.

b) Exposição midiática aos desastres. A análise destes estudos se centrou no impacto da cobertura da mídia e a relação entre o consumo midiático e as reações das pessoas em situações de desastres (PFEFFERBAUM et al, 2003; PFEFFERBAUM et al, 2014; PFEFFERBAUM et al, 2015; RODRIGUEZ; TRIANOR; QUARANTELLI, 2006). Em um estudo de Pfefferbaum et al (2014), os autores indicam que o impacto psicológico do consumo midiático na cobertura de jornais, emissoras de rádio e Internet não é tão significativo como as reações do público às notícias e reportagens difundidos pela televisão. Em outra pesquisa, Pfefferbaum et al (2015) revelaram uma possível relação entre a visualização da cobertura de desastres e uma variedade de resultados psicológicos que, em alguns casos, especialmente em crianças, pode contribuir para o stress pós-traumático.

Os resultados destes estudos indicam que para aqueles que estão diretamente expostos ao desastre ou relacionados com as vítimas, a cobertura da mídia constitui uma fonte adicional de contato na busca de informação confiável e segura. Porém, estes indivíduos podem ter reações mais fortes à exposição midiática e manter um estado elevado de excitação (PFEFFERBAUM et al, 2003).

c) Relação marco institucional e mídia. De maneira geral, estas pesquisas dedicaram-se a examinar e avaliar como em situações de crise e desastre, a precisão, o escopo, a credibilidade e a oportunidade da informação da mídia dependem da relação sólida e confiável entre jornalistas e gerentes de emergência (McLEAN; POWER; 2013; ZAVESTOSKI et al, 2004). Quando o desastre surge as pessoas recorrem a várias fontes de informação, e como a mídia tradicional (rádio, televisão e jornais, incluindo seus componentes online) continua sendo uma fonte-chave de informação pública em um desastre, os gerentes de crises precisam da mídia para difundir as informações.

McLean e Power (2013) argumentam que as relações entre os gerentes de emergência e os meios de comunicação são baseadas na confiança, mas também identificam ameaças nessa relação: o desconhecimento dos gerentes de emergência sobre como os meios de comunicação operam em termos de técnicas de coleta de notícias rotineiras; e como as abordagens de cada um sobre o desastre precisam ser negociadas posto que a mídia fornece tanto informação quanto entretenimento. Nesse sentido, é imprescindível que o gestor de crises e a mídia consigam desenvolver uma melhor compreensão das perspectivas e necessidades dos outros, de forma que se promova uma relação de confiança, familiaridade e respeito antes de uma situação de crise ou desastre. Construir confiança envolve o reconhecimento de um objetivo comum compartilhado: servir o público (McLEAN; POWER, 2013). A partir de uma estrutura de intercâmbio social, os relacionamentos florescerão quando as partes perceberem benefícios mútuos.

Papel da mídia na prevenção e redução de riscos

Segundo Quarantelli (1991), a maioria do que as pessoas sabem sobre desastres é o que aprendem por meio da mídia. Nesse sentido, o papel da mídia em desastres não pode ser entendido apenas como ferramenta para comunicar e descrever o que aconteceu e manter o público informado. Guion, Scammon e Borders (2007) argumentam que a mídia, além de ser um dos mais importantes veículos para a distribuição de informações sobre determinados riscos e perigos para as pessoas, é utilizada extensivamente durante as diversas fases de uma tragédia. Nesse sentido, Leitch e Bohensky (2014) indicam que os meios de comunicação devem também contribuir para a preparação individual e comunitária, ajudar a identificar ameaças potenciais, permitir que as comunidades aproveitem o potencial e experiências locais para se adaptarem diante de crises, desastres e outros desafios, bem como fornecer um fórum para o planejamento da comunidade sobre a reconstrução pós-desastre.

A cobertura da mídia pode promover uma política de prevenção e redução de risco de desastres na agenda pública e política (QUARANTELLI, 1991). A dinâmica da mídia leva a abordar o desastre relacionando a notícia com as experiências e preocupações da audiência. Mas por trás do imperativo jornalístico para fazer a cobertura midiática, deve estar o interesse de criar e definir uma agenda que coloque a redução do risco de desastres na atenção local, uma vez que os meios de comunicação servem para difundir informações, orientar, educar, persuadir e reduzir a preocupação das pessoas (SUSMAYADI et al, 2014).

Para Quarantelli (1991), é preciso incluir a mídia no desenvolvimento de planos nacionais/locais de redução e prevenção de risco de desastre. Enquanto as autoridades veem a mídia como parte do esforço de resposta, geralmente não a incluem no planejamento ou em qualquer exercício prático de prevenção. Parte da responsabilidade desta dificuldade reside com funcionários locais de gestão de emergência que, segundo Quarantelli (1991), quase sempre têm sentimentos mistos sobre como incluir os meios de comunicação de massa no planejamento.

Os resultados da presente pesquisa indicam, de maneira geral, que a cobertura de desastres tem uma grande variedade e magnitude de efeitos sobre vários públicos, agendas, políticas e comportamentos. Os estudos pesquisados deram pouca atenção aos desastres antes que eles ocorressem, concentrando a maior parte da sua cobertura na própria catástrofe e ignorando as questões de longo prazo, apesar de reconhecerem a importância do papel da mídia na prevenção e redução de ricos de desastres.

A pesquisa identificou uma aberta predominância da língua inglesa em detrimento do português (99.182 artigos em inglês vs. 502 artigos em português). Essa dominação é decorrente da tendência da comunidade científica em publicar em revistas de alto impacto, que depende diretamente da quantidade de vezes que os artigos nela publicados são citados em outros trabalhos, ampliando as publicações em inglês e as possibilidades de ser usados como referência. Em um estudo feito por Rosa e Alves (2011) sobre os periódicos classificados no sistema Qualis da CAPES, concluiu-se que entre os periódicos mais valorizados, 97% deles são editados em língua inglesa e apenas 3% em outras línguas. Nesse sentido, percebe-se a dificuldade de que uma pesquisa feita em outra língua possa circular no circuito acadêmico.

É preciso registrar o expressivo incremento percentual ao longo dos anos 2000 dos estudos realizados sobre mídia e desastres (80% das publicações concentram-se na década 2006-2016). Certamente, com o aumento das catástrofes naturais e antropogênicas e o desenvolvimento dos meios de comunicação social nos últimos anos, os pesquisadores da área têm se preocupado em refletir e aprofundar os estudos sobre o tema. A comunidade científica pode desempenhar um papel ainda mais relevante no futuro ajudando a desenvolver as tecnologias da comunicação em função da gestão do risco de desastres e da criação de melhores estratégias de resiliência.

Pode-se apontar que a pesquisa dos últimos 20 anos se centrou principalmente nos desastres naturais (80% dos artigos) e na análise dos estudos de caso (70% dos artigos). Os pesquisadores observaram a propensão da mídia a relatar o dramatismo da situação e expor o lado humano das catástrofes além de nosso controle, tentando amenizar o caos por meio de imagens das equipes de socorro e informação sobre ajuda e assistência prestadas. Em contraste, a cobertura dos desastres antropogênicos busca mais frequentemente atribuir culpa e julga com severidade a situação pelo número de vítimas, pelos danos às propriedades e pelo alcance geográfico (BARNES et al, 2008).

Os casos analisados sugerem que o desempenho das autoridades e instituições do governo em situações de desastre, bem como a relação sólida e confiável entre jornalistas e gerentes de emergência têm que ser analisados de forma diferente. Há várias decisões políticas e administrativas que devem ser tomadas antes de qualquer catástrofe, com o fim de que tenham um impacto significativo na capacidade coletiva de responder eficazmente aos desastres. O grande desafio é ter os meios de comunicação como aliados, e que essa relação promova a minimização dos riscos, garantindo a preparação e participação da sociedade de forma preventiva.

A cobertura midiática dos desastres naturais ou antropogênicos não deve ser instantânea nem episódica, nem se concentrar na sobrevivência ou avaliações dos serviços de emergência. Isto enfraquece a resiliência comunitária e a capacidade de refletir mais seriamente sobre a importância da educação coletiva de redução de riscos de desastres. Abordagens participativas proporcionam uma oportunidade para aumentar o número de iniciativas locais, nacionais e regionais inovadoras para desenvolver a resiliência. Um fator importante é o fortalecimento da relação entre as estruturas do governo, a mídia – como agente de comunicação – e aqueles que são mais vulneráveis ao perigo. Porém, precisam-se políticas públicas que fomentem o papel da mídia e da participação cidadã ativa no investimento da gestão de riscos de desastres.

Com base nos procedimentos de análise aplicados neste trabalho, se pode afirmar que a variação identificada na bibliografia sobre mídia e desastres está relacionada a quatro fatores principais:

  • - Tipos de desastre: os desastres ambientais apresentam uma grande variação em função da previsibilidade, o que significa que cobrir o impacto de um terremoto é diferente de acompanhar o transcurso de uma enchente.

  • - Tipos de mídia: os dispositivos técnicos estabelecem diferenças significativas na dinâmica das atividades, o que indica que relatar o impacto por meio de um tweet é diferente da produção de uma reportagem televisiva.

  • - Tipos de regiões impactadas: um fator importante que afeta a relação entre mídia e desastres é o país impactado, pois algumas regiões despertam mais interesses que outras na mídia.

  • - Fase do desastre: outro elemento-chave na relação entre mídia e desastre diz respeito à fase do desastre, na medida em que o período pós-impacto atrai mais atenção pela destruição.

O efeito combinado destes fatores faz com se estabeleça, por consequência, uma grande variação temática e metodológica nos estudos a respeito de mídia e desastres.

Considerações finais

O foco central deste artigo esteve na avaliação da evolução da pesquisa em mídia e desastres nas últimas décadas, visando identificar as tendências e padrões da área, o estado atual das pesquisas, bem como traçar perspectivas futuras para este campo particular de estudos. Dessa forma, foi realizada uma análise bibliométrica na base de dados EBSCO sobre a pesquisa em mídia e desastres dos últimos 20 anos (1996 a 2016). Em termos gerais, pode-se concluir que existe um alto interesse nesta área na comunidade científica, sinalizando uma busca pelo aprofundamento dos conhecimentos e da base conceitual sobre o tema.

Devem-se distinguir como limitações desta pesquisa que, dada a necessidade de circunscrever o período do estudo, as conclusões estão restritas ao tempo considerado e alguma mudança ou assunto relevante podem não ter sido analisados. A segunda limitação tem que ver com a falta de pesquisas com o mesmo objetivo. O caráter exploratório do estudo o limitou em termos de comparação de resultados com outros estudos realizados. A terceira limitação está relacionada com a dificuldade em obter uma amostra mais significativa para a análise (somente 18 artigos foram selecionados para o fichamento). Algumas publicações não foram consideradas na análise por saírem do escopo deste trabalho.

A partir dos resultados deste estudo, sugere-se que pesquisas futuras examinem questões relacionadas com as implicações da cobertura de desastres em conversas políticas dirigidas a temas como a proteção ambiental, mudanças climáticas globais ou custos de desenvolvimento humano em áreas propensas a desastres naturais. Além disso, seria interessante expandir a compreensão do risco de desastres, reforçando a preparação com base na colaboração efetiva entre as partes interessadas (nível local, regional e global), objetivando melhorar a resiliência.

  • 1
    EBSCO é um banco de dados de informações científicas sobre diversos campos. O seu sistema de busca de informações científicas fornece o texto e/ou resumos de artigos de revistas científicas, livros de referência e outras publicações de diversas disciplinas. Esta aplicação tem uma interface online através da qual se pode acessar outros dados públicos, bancos de dados e faculdades, universidades, bibliotecas, escolas, instituições médicas, agências e corporações privadas (Fonte: https://www.ebsco.com. Acesso em: 3 fev.2017).

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    May-Aug 2017

Histórico

  • Recebido
    14 Mar 2017
  • Aceito
    06 Jul 2017
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