Open-access Prevalência, uso de serviços de saúde e fatores associados à depressão em pessoas idosas no Brasil

Resumo

Objetivos  estimar a prevalência de depressão em pessoas idosas do Brasil e os fatores associados, e descrever características do uso de serviços de saúde e tratamentos de saúde dispensados aos idosos com depressão.

Método  Estudo transversal, analítico, com 22.728 pessoas idosas participantes da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), selecionadas aleatoriamente no Brasil, no período de agosto de 2019 a março de 2020. O desfecho foi o autorrelato de depressão e as exposições foram as variáveis sociodemográficas e um escore de rede social. Foram empregadas análises descritivas e múltiplas por meio de regressão logística.

Resultados  A prevalência de depressão autorrelatada pelas pessoas idosas foi de 11,8% (IC95%: 11,1-12,57). Observou-se que 71,6% (IC95%: 67,9-75,0) da população idosa com depressão faz apenas tratamento medicamentoso. Houve maior chance de depressão entre idosas (OR=2,46; IC95%: 2,06-2,94), de 60 a 69 anos (OR=1,67; IC95%: 1,31-2,14); de cor de pele branca (OR=2,95; IC95%: 1,62-5,39), moradores da região Sul (OR=3,01; IC95%: 2,27-4,00) e com multimorbidade (OR=1,79; IC95%: 1,49-2,14).

Conclusão  A depressão apresentou-se com frequência considerável entre pessoas idosas, especialmente entre mulheres. Há necessidade de incentivo a adoção de medidas não farmacológicas para tratamento da doença, tais como, uso de práticas integrativas e complementares atividades físicas, mudanças no estilo de vida e fomento a atividades sociais.

Palavras-Chave: Idoso; Depressão; Uso de Serviços de Saúde

Abstract

Objectives  To estimate the prevalence of depression among older adults in Brazil and the associated factors, and to describe the characteristics of health service utilization and treatments provided to older adults with depression.

Method  A cross-sectional, analytical study involving 22,728 older adults who participated in the National Health Survey (PNS), randomly selected across Brazil from August 2019 to March 2020. The outcome was self-reported depression, and the exposures were sociodemographic variables and a social network score. Descriptive and multiple analyses using logistic regression were employed.

Results  The prevalence of self-reported depression among older adults was 11.8% (95% CI: 11.1-12.57). It was observed that 71.6% (95% CI: 67.9-75.0) of the older population with depression only undergoes pharmacological treatment. There was a higher likelihood of depression among older women (OR=2.46; 95% CI: 2.06-2.94), aged 60 to 69 years (OR=1.67; 95% CI: 1.31-2.14), with white skin color (OR=2.95; 95% CI: 1.62-5.39), residents of the South region (OR=3.01; 95% CI: 2.27-4.00), and with multimorbidity (OR=1.79; 95% CI: 1.49-2.14).

Conclusion  Depression appeared with considerable frequency among older adults, especially among women. There is a need to encourage the adoption of non-pharmacological measures for the treatment of the condition, such as the use of integrative and complementary practices, physical activities, lifestyle changes, and the promotion of social activities.

Keywords Aged; Depression; Health Services

INTRODUÇÃO

A depressão é reportada como uma das condições de saúde mental mais frequentes na população global, acometendo, aproximadamente, 270 milhões de pessoas ou 3,8% da população mundial, enquanto, um terço da população global de pessoas idosas está acometida pelo transtorno depressivo1.

A Organização Mundial de Saúde (OMS), estima que, aproximadamente, 15% da população com 60 anos ou mais está acometida com algum tipo de transtorno mental, sendo a depressão prevalente em 7% da população idosa mundial2. No Brasil, a prevalência de transtornos depressivos na população em geral foi de aproximadamente 5,87% em 20193.

A depressão pode ser definida como um transtorno de humor crônico caracterizado por tristeza profunda, associada a sentimentos de dor, amargura, desencanto, desesperança, baixa autoestima e culpa, assim como, a distúrbios do sono e do apetite4. Segundo a Organização Pan-americana de Saúde (OPAS)4, a depressão é um transtorno sério, que interfere diretamente na vida diária do indivíduo, sendo uma patologia incapacitante, estando associada ao suicídio e outras doenças crônicas2.

A doença é resultante de uma complexa relação entre fatores sociais, psicológicos e biológicos5. Além disso, predisposições genéticas se tornam um dos fatores significativos para o desenvolvimento da depressão e, na população de pessoas idosas, destaca-se a perda de autonomia e o agravamento de patologias preexistentes, além de fatores sociais, baixa capacidade funcional, deficit do autocuidado e ausência de relações sociais1,6.

Em pessoas idosas, o aparecimento dessa doença pode estar associado à ausência ou dificuldade de manutenção das relações interpessoais6. Estudos apontam a importância das relações sociais na promoção da saúde, sendo a rede social, um fator determinante na funcionalidade da pessoa idosa, e um importante determinante de melhores condições para a saúde do indivíduo6,7. A depressão é uma condição clínica que também está frequentemente associada à multimorbidade, a qual pode a vir gerar incapacidades de desempenhar atividades de vida diária, gerando uma maior dependência de terceiros, e desta forma, aumentando o risco de suicídio na população alvo deste estudo8.

Quanto ao aumento do uso de serviço de saúde por pessoas idosas com depressão, em estudo internacional, apontou que a população idosa com sintomas depressivos leves a moderados apresentou um maior consumo do serviço de saúde, e, por conseguinte, um maior gasto financeiro destinado ao cuidado e tratamento de tais condições9. Pesquisas internacionais sugerem uma relação significativa entre aumento dos custos médicos para o cuidado em saúde e a depressão em pessoas idosas8,9. Por outro lado, no Brasil, pesquisas prévias sobre a prevalência de depressão, tratamento e uso de serviços de saúde por pessoas idosas com essa doença, muitas vezes são restritas à municípios ou regiões10.

Diante disso, se faz necessário a produção de estudos sobre a depressão e os fatores associados ao surgimento dessa condição de saúde, especificamente em pessoas idosas, utilizando uma amostra representativa da população brasileira.

Assim, a partir dos resultados deste estudo, será possível conhecer a magnitude da população idosa acometida por esse desfecho no cenário nacional, além das características de consumo do serviço e de tratamento para essa doença. Ademais, será possível conhecer fatores modificáveis que possam se relacionar à depressão nessa população.

Nesse sentido, os objetivos deste estudo são estimar a prevalência de depressão autorreferida em pessoas idosas do Brasil e os fatores associados e descrever características de uso dos serviços e do tratamento de saúde dispensado às pessoas idosas com depressão.

MÉTODO

Estudo transversal, analítico, com dados secundários da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019. Os microdados da PNS são disponíveis no site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE): http://www.ibge.gov.br. A PNS é um inquérito domiciliar cujos dados são representativos de toda a população residente em domicílios particulares de todo o território nacional e objetivou de uma forma geral subsidiar dados sobre os determinantes, condicionantes e necessidades de saúde da população brasileira11.

O plano amostral da PNS foi organizado por conglomerados em três estágios. Os Setores Censitários ou conjunto de setores formaram as unidades primárias de amostragem (UPA), sendo um total de 8.03612. Em cada UPA foram selecionados aleatoriamente, um número fixo de domicílios particulares permanentes (15 domicílios/UPA ou 18 domicílios/ UPA, a depender do estado brasileiro)11. Foram realizadas q 94.114 entrevistas domiciliares, que corresponderam ao segundo estágio de seleção da PNS. Em cada domicílio, um morador de 15 anos ou mais de idade foi selecionado por meio de amostragem aleatória simples para responder a um questionário específico. Foram realizadas 90.846 entrevistas individuais com o morador selecionado, no terceiro estágio de seleção da Pesquisa11.

Foram excluídos da PNS, os domicílios que se localizavam em setores censitários com populações pequenas, por exemplo, áreas indígenas, quartéis, alojamentos, acampamentos, embarcações, penitenciárias, colônias penais, bases militares, presídios, cadeias, instituições de longa permanência para idosos, redes de atendimento integrado à criança e ao adolescente, conventos, hospitais, etc11.

A população utilizada neste estudo foi de 90.846 pessoas que responderam a entrevista individual, no terceiro estágio da PNS. Foram incluídos na amostra, pessoas com 60 anos ou mais de todos os estados brasileiros, sendo excluídos adultos e adolescentes. Para a análise da prevalência de depressão em pessoas idosas a amostra foi composta por 22.728 indivíduos selecionados em todo território nacional, os quais constituíram o denominador para cálculo da prevalência da doença nessa população. Para analisar o uso e os tratamentos dispensados pela rede de atenção à saúde (RAS) para as pessoas idosas com depressão a amostra utilizada foi de 2.366 indivíduos que apresentaram diagnóstico autorreferido de depressão.

A PNS utilizou um questionário amplo construído por técnicos do Ministério da Saúde, o qual foi submetido a um teste-piloto e possui três partes: domiciliar, questionário para todos os moradores do domicílio e questionário do morador selecionado11.

Para esta pesquisa foram utilizados os dados dos seguintes módulos: módulo A (características do domicílio- localização urbana ou rural, quantidade de cômodos e posse de bens); Módulo C (características dos moradores); Módulo E (características da educação dos moradores); Módulo Q (o qual traz questionamentos acerca do diagnóstico autorreferido de diversas doenças crônicas, incluindo a depressão). A coleta foi realizada entre agosto de 2019 a março de 2020, por técnicos do IBGE e com auxílio de dispositivo móvel. Maiores detalhes do método da PNS 2019 podem ser consultados no artigo de Stopa et al.11.

A variável dependente foi a depressão. Essa variável foi construída a partir da seguinte questão: algum médico ou profissional de saúde mental (como psiquiatra ou psicólogo) já lhe deu o diagnóstico de depressão? Foi considerado como tendo a condição depressiva o idoso que relatou que sim, recebeu o diagnóstico para depressão. Logo, essa variável foi categorizada como: Não recebeu diagnóstico para depressão, e Sim, recebeu diagnóstico para depressão.

As variáveis independentes foram as características sociodemográficas: Sexo, ( Masculino e Feminino); Faixa etária (60 a 69 anos, 70 a 79 anos e 80 anos ou mais); Nível de escolaridade, que foi codificada como alta escolaridade (12 anos ou mais), escolaridade intermediária de 9 a 11 anos e, baixa escolaridade, compreendida como de 0 a 8 anos de estudo; Cor de pele autorreferida ( Branca, Preta, Parda e Amarela ou Indígena); Estado civil (Com companheiro e Sem companheiro); Região de Moradia (Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Norte e Nordeste); Zona de moradia (Urbana e Rural) ; Classe socioeconômica, (classificada como altíssima renda – Classe A, Alta renda – classe B e média a baixa renda, agrupada como classes C, D e E;

Foi utilizado também, um escore de rede social. Para construção dessa variável foram utilizadas as questões da PNS: com quantos amigos o(a) Sr(a) se sente à vontade e pode falar sobre quase tudo? (sem considerar os familiares ou parentes). Com quantos familiares ou parentes o(a) Sr(a) se sente à vontade e pode falar sobre quase tudo? Essas duas variáveis foram categorizadas em: 1-um ou mais amigos ou familiares; 0- nenhum amigo ou nenhum familiar.

Também foi utilizada no escore, a variável “mora com cônjuge ou companheiro(a)”, cujas opções de respostas foram 1 - sim ou 0 – não; nos últimos doze meses, com que frequência o(a) Sr(a) participou de reuniões de grupos como associações de moradores ou funcionários, movimentos sociais/comunitários, centros acadêmicos ou similares? Onde foram divididos em 3 – Mais de uma vez por semana/ uma vez por semana, 2– 2 a 3 vezes por mês, 1 – Alguma vez no ano/Uma vez no ano e 0 – Nenhuma vez; nos últimos doze meses, com que frequência o(a) Sr(a) fez trabalho voluntário não remunerado? Onde foram divididos em 3 – Mais de uma vez por semana/ uma vez por semana, 2 – 2 a 3 vezes por mês, 1 – Alguma vez no ano/Uma vez no ano e 0 – Nenhuma vez; nos últimos doze meses, com que frequência o(a) Sr(a) compareceu a atividades coletivas da sua religião ou de outra religião? (Sem contar com situações como casamento, batizado ou enterro)? Onde foram divididos em 3 – Mais de uma vez por semana/ uma vez por semana, 2– 2 a 3 vezes por mês, 1 – Alguma vez no ano/Uma vez no ano; 0- Nenhuma vez.

A partir disso, o escore de rede social foi construído com a soma de componentes da rede social, sendo que, quando maior a soma do escore, maior a rede social e participação social. O escore variou de 0 a 11 pontos. Após isso, a somatória foi distribuída em quartis. As pessoas idosas que estavam no 1º e 2º quartis foram considerados com menor rede, já aquelas que ficaram no 3º e 4º quartis foram consideradas com maior rede social.

Conforme aponta o modelo teórico de Determinantes Sociais da Saúde proposto por Dahlgren e Whitehead, as variáveis de rede social interferem diretamente nas perspectivas do quadro depressivo em idosos ou estilo de vida, tendo em vista que sofrem influência baseados em contatos de rede social.

Para avaliação do uso de serviços de saúde nos idosos com depressão, foram utilizadas as seguintes perguntas: O(a) Sr (a) vai ao médico/serviço de saúde regulamente por causa da depressão ou só quando tem algum problema? Codificada em: Sim, Não, só quando tem algum problema e Nunca vai; Qual o principal motivo do(a) Sr(a) não visitar o médico / serviço de saúde regularmente por causa da depressão? 0 Não estou mais deprimido; O serviço de saúde é distante ou tem dificuldades de transporte; Não tem ânimo; O tempo de espera no serviço de saúde é muito grande; Tem dificuldades; financeiras; O horário do serviço de saúde é incompatível com suas atividades de trabalho doméstico.; Não conseguiu marcar consulta pelo plano de saúde; – Não sabe quem procurar ou aonde ir e Outros.

Para caracterizar o tratamento para depressão, foram utilizadas as seguintes perguntas: Por causa da depressão faz psicoterapia (sim/não); Por causa da depressão toma medicamentos? (sim/não) e Por causa da depressão faz uso de acupuntura, plantas medicinais e fitoterapia, homeopatia, meditação, yoga, tai chi chuan, liang gong ou alguma outra prática integrativa e complementar” (Sim /Não).

Foram realizadas análises descritivas das exposições e dos desfechos. Foram empregadas medidas de frequência absoluta e relativa com respectivos Intervalos de Confiança de 95% (IC95%). Para a análise descritiva do desfecho também foi realizada uma análise estratificada por características sociodemográficas. Para avaliar a associação entre as variáveis independentes com a depressão foi empregado uma etapa bivariada por meio do teste de qui-quadrado, para verificar possíveis associações nas distribuições das proporções.

Na análise múltipla, foi utilizado o método Stepwise por meio do critério Forward, no qual todas as variáveis selecionadas na etapa bivariada foram inseridas uma a uma no modelo. A introdução das variáveis começou pelo desfecho, e após foram introduzidas as exposições de interesse, uma por vez. As variáveis que permaneceram associadas com um nível de significância menor que 5% conforme o teste de Wald, fizeram parte dos modelos ajustados.

Na análise não ajustada, utilizou-se uma variável de exposição e o desfecho para observar o efeito bruto da exposição sobre a depressão, por meio da medida de associação Odds ratio (OR) não ajustada. Estiveram aptas a essa etapa as variáveis que apresentaram um valor p<0,20 no teste de qui-quadrado.

Além do valor de probabilidade do teste de Wald, para análise das variáveis associadas a depressão, nos modelos múltiplos, também foi utilizado o Intervalo de Confiança de 95% (IC 95%) como teste de hipótese. Quando o IC de 95% da OR ajustada, passou por 1,00, considerou-se que a variável de exposição não estava associada com o desfecho. Para conferir o ajuste dos modelos individuais finais foi utilizado o teste de Wald para o módulo svy.

Nas análises descritivas, bivariadas e múltiplas, foram utilizados os pesos amostrais para calibração do desenho amostral complexo, sendo realizadas com o uso programa estatístico Statistical Software for Professional (STATA), versão 1713.

Esta pesquisa utilizou dados secundários, não sendo possível a identificação dos participantes por meio da manipulação dos dados. Dessa forma, de acordo com os requisitos da Resolução nº 466 de 2012, a apreciação do Comitê de Ética é dispensada13.

RESULTADOS

Nesta pesquisa, observou-se predomínio de mulheres, em sua maioria, na faixa etária de 60 a 69 anos, com cor de pele autorreferida branca, e grande maioria, com baixa escolaridade - 0 a 8 anos. Quanto a zona de moradia, a maioria residia em área urbana e, na região Sudeste do país (Tabela 1).

Tabela 1
Características sociodemográficas das pessoas idosas participantes (N= 22.728). Estados brasileiros, Brasil, 2019.

A prevalência de depressão na população idosa foi de 11,8% (IC95%: 11,1-12,5), sendo maior entre pessoas idosas do sexo feminino (15,9%, IC95%: 14,9-16,9; p<0,0001), nas faixas etárias de 60 a 69 anos (13,2%, IC95%: 12,0-14,1; p=0,0005) e 70 a 79 anos (10,6%, IC95%: 9,5-11,8; p=0,0005), de cor de pele autorreferida branca (14,0%, IC95%: 13,0-15,1; p<0,0001), naquelas que viviam sem companheiro (13,3%, IC95%: 12,3-14,3; p=0,0001), e, entre as pessoas idosas com maior quantidade de anos estudados, entre 12 anos ou mais (14,3% IC95%:12,1-16,7; p=0,0823 (Tabela 2).

Tabela 2
Associação bivariada das características sociodemográficas, multimorbidade e escore de rede social com depressão em idosos (N=22.728). Estados brasileiros, Brasil, 2019.

A prevalência de depressão foi maior entre pessoas idosas que fazem parte da “Classe A” (14,6%, IC95%: 9,2-22,5; p= 0,0091), em relação as classes de menor poder aquisitivo, com diferenças estatisticamente significativas. Além disso, os moradores da zona urbana (12,5%, IC95%: 11,7-13,3; p<0,0001) e da Região Sul (17,1%, IC95%: 15,5-18,9 p<0,0001) tiveram maiores prevalências de depressão. Do mesmo modo, pessoas idosas com multimorbidade (13,7%, IC95%: 12,8-14,6; p<0,0001) tiveram maiores prevalências do desfecho neste estudo, com diferenças estatisticamente significativas. Observou-se também maiores prevalências de depressão entre os idosos nos menores quartis de rede social (12,2% IC95%:11,1-13,5; p=0,3112), porém sem diferenças significativas.

Quanto ao uso de serviço de saúde por parte das pessoas idosas com depressão, menos da metade da população acometida pela doença vai regularmente ao médico ou ao serviço de saúde (39,3%, IC95%: 36,3-42,5), tendo como principal motivo “não está mais deprimido” (71,6%, IC95%: 67,9-75,0), seguido de incompatibilidade entre o tempo e horário da consulta (4,4%, IC95%:0,4-5,0%) e dificuldades financeiras (3,9%, IC95%: 2,5-6,1). Quanto ao tratamento para depressão, 86,9% (IC95%:84,6-88,9) não fazia psicoterapia (Tabela 3).

Tabela 3
Uso dos serviços de saúde e tratamento de depressão em pessoas idosas (N=2.366). Estados Brasileiros, Brasil, 2019.

Com relação a terapia farmacológica, mais da metade das pessoas idosas com depressão, 61,8% (IC95%: 58,7-64,8) referiu adotar o tratamento farmacológico e, a grande maioria, 96,0% (IC95%: 94,4-96,7) não utilizava nenhuma prática integrativa ou complementar para o tratamento da depressão. Quando foi perguntado “Quando foi a última vez que o(a) Sr(a) recebeu atendimento médico por causa da depressão?” Menos da metade, 41,2% (IC95%: 38,1-44,4) relatou que recebeu atendimento em um período menor que 6 meses (Tabela 3).

Quando realizada análise ajustada da associação entre características sociodemográficas e multimorbidade - simultaneidade de duas ou mais doenças crônicas, permaneceram associadas à depressão: ser do sexo feminino (ORa=2,46; IC95%: 2,06-2,94); faixa etária de 60 a 69 anos (ORa=1,67; IC95%: 1,31-2,14); cor de pele branca (ORa=2,95; IC95%: 1,62-5,39); ser das regiões Sul (ORa=3,01; IC95%: 2,27-4,00), Sudeste (ORa=1,94; IC95%: 1,48-2,55), Centro-Oeste (ORa=1,76; IC95%: 1,28-1,41) e Nordeste (ORa=1,37; IC95%: 1,05-1,79) e ter multimorbidade (ORa=1,79; IC95%: 1,49-2,14). A zona de moradia perdeu associação na análise múltipla (Tabela 4).

Tabela 4
Associação entre fatores sociodemográficos e multimorbidade, com depressão em pessoas idosas brasileiras (N=22.728). Estados brasileiros, Brasil, 2019.

DISCUSSÃO

Neste estudo, quase 12 a cada 100 pessoas idosas apresentaram diagnóstico autorreferido de depressão. Os resultados encontrados nesta pesquisa são convergentes com pesquisas internacionais com amostras de representatividade mundial, cuja prevalência global de depressão em pessoas idosas foi de 13,3%14. Na Europa, a prevalência de depressão em pessoas idosas chega a 12,9%14. Enquanto, em países de baixa renda, a prevalência pode chegar a 26,3%15.

Além disso, a maior prevalência e chance de depressão em mulheres, também foi verificada em pesquisas prévias internacionais e nacionais15-18. Esse resultado pode estar relacionado a fatores como maior longevidade, maior tempo de exposição das mulheres às doenças crônicas e solidão18. Além disso, aspectos biológicos, como o declínio do estrogênio e fatores socioculturais, podem ser potenciais determinantes19.

Nesta pesquisa, a depressão foi associada a idade, sendo as pessoas idosas de 60 a 69 anos mais propensas. Estudos prévios corroboram os achados desta pesquisa, os quais apontam sintomas depressivos nas faixas etárias mais jovens das pessoas idosas, quando comparado ao grupo de 80 anos ou mais19. Por outro lado, a depressão entre pessoas idosas mais idosas pode ter sido subnotificada, uma vez que, essas pessoas podem ter maiores chances de incapacidade, multimorbidade e ter priorizado o atendimento de outras doenças crônicas, em detrimento da saúde mental, além de problemas de acesso aos serviços de saúde20. Além disso, a frequência de depressão foi maior em pessoas idosas que se autodeclararam brancas e, essas, possuem chance quase três vezes maior para depressão, quando comparados aos de cor de pele amarela. Em pesquisa nacional, realizada no ano de 2022, com pessoas adultas em geral, os achados foram semelhantes aos encontrados neste estudo21. Por outro lado, pesquisas prévias identificaram a existência de uma tendência de transtornos mentais em pessoas não brancas e pretas, talvez devido ao emprego de amostras não aleatórias e sujeitas a vieses de seleção ou por estarem expostos a outros determinantes sociais e culturais que podem também influenciar a ocorrência de depressão na população não branca em outros contextos22,23.

Nesta pesquisa observaram-se diferenças significativas nas chances de depressão de acordo com a região de moradia. Foram observadas maiores prevalências de depressão entre os idosos da Região Sul do Brasil, e quando realizada análise múltipla ajustada, foi possível identificar que os idosos residentes na região Sul – quando em comparação com as pessoas idosas residentes no Norte do país – tiveram maior chance de ter depressão. Estudos nacionais corroboraram os resultados encontrados, sendo a região Sul apontada como aquela com maiores prevalências de depressão, não somente na população idosa, podendo estar correlacionado a elevadas taxas de suicídio nessa região, além de multimorbidade em geral21,24-26.

Além disso, pode estar relacionado às diferenças regionais na cobertura das regiões no atendimento à saúde mental, uma vez que as regiões Norte e Nordeste apresentam menor oferta de serviços de saúde mental em comparação ao Sul e Sudeste, o que poderia explicar subnotificação e menores prevalências nessas regiões, em comparação ao Sul e Sudeste21.

Também foi possível observar que pessoas idosas com multimorbidade pode ter o dobro da chance de desenvolver o transtorno depressivo em comparação aos indivíduos sem doenças ou até uma morbidade. Estudos internacionais corroboraram nossos resultados, apontando que a multimorbidade está relacionada ao aumento indireto sobre a depressão, devido a condições biológicas e não biológicas27,28. Por exemplo, as condições biológicas da senescência geram declínio de hormônios como estrogênio e testosterona, o que pode estar associado a maiores chances de depressão. Nas mulheres, há risco aumentado de depressão e ansiedade durante a perimenopausa e a transição da menopausa, pela redução do estrogênio29.

Além disso, a pessoa idosa com multimorbidade pode apresentar declínios funcionais, o que inclui a incapacidade para realização de atividades de vida diária, dor, sono insatisfatório, condições essas que apresentam declínio na qualidade de vida do idoso, isolamento social e deficit no autocuidado28. Pesquisa realizada na China apontou que o indivíduo com diagnóstico para inúmeras condições crônicas pode apresentar limitação funcional, incapacidade, gerando baixa qualidade de vida, e limitações sociais que geram a necessidade de auxílio na realização de tarefas simples, mobilidade e no acesso limitado aos serviços de saúde, impactando em sua saúde mental30.

Nesta pesquisa, observou-se também baixa procura por serviços complementares e terapias não farmacológicas para depressão (psicoterapia ou terapias complementares e integrativas). Pesquisa nacional também apontou essa realidade. Isso pode estar relacionado ao acesso aos serviços de saúde para tal tratamento, assim como fatores sociais, econômicos e culturais que levam a um acesso deficiente31. Ademais, há predominância do modelo biomédico no sistema de saúde e, culturalmente, esse modelo assistencial está enraizado no senso comum.

Estudos apontam que há a predominância do uso de psicotrópicos para tratamento da depressão, sendo antidepressivos, ansiolíticos e antipsicóticos os mais prescritos32. O uso medicamentoso é importante para o tratamento de condições psiquiátricas, entretanto, deve ser realizado com uma visão integrada e um cuidado amplo e individual, relacionando a farmacoterapia e a psicoterapia32.

Acrescenta-se ainda, a baixa oferta de Práticas Integrativas e Complementares (PICs) nos serviços de saúde pública e uso maior de medicamentos como escolha de tratamento por parte dos pacientes33. Fortes evidências já foram observadas para a eficácia do uso de psicoterapia e da terapia nutricional no tratamento da depressão, porém ainda há maior necessidade de rigor científico para os ensaios clínicos que testam as mais variadas terapias integrativas para a eficácia na saúde mental das pessoas idosas34.

Estudo evidenciou que o uso das PICs foi referido por 5,4% das pessoas idosas do Brasil, sendo maior o uso de plantas medicinais/fitoterapia, acupuntura e homeopatia. Por outro lado, apenas 6,7% realizaram o tratamento no SUS, o que pode indicar baixa oferta desses serviços. Além disso, a literatura evidencia maior utilização desses serviços por pessoas idosas com depressão, o que suscita a necessidade de ampliar a cobertura desses serviços a essas pessoas35.

Como limitação do estudo, não se pode afirmar a precedência das exposições em relação ao desfecho, devido ao recorte transversal. Assim, não há relação de causa e efeito. Além disso, a depressão foi medida por meio do autorrelato, sendo passível de viés de aferição, uma vez que essa medida depende do conhecimento do indivíduo sobre sua situação diagnóstica. Destaca-se que a PNS, por ser uma pesquisa realizada pelo IBGE, referência em estudos de abrangência nacional, a exemplo do Censo demográfico, adota importante rigor metodológico quanto ao processo de seleção amostral, de capacitação dos entrevistadores, de tabulação e armazenamento de dados, reduzindo possibilidade de outras limitações inerentes a pesquisas com dados secundários, tais como erros de digitação, armazenamento de dados e perdas de informações.

Na PNS não foram incluídas pessoas idosas institucionalizadas, o que pode subestimar a prevalência de depressão, considerando que aquelas podem estar mais vulneráveis à existência de sintomas depressivos. Por outro lado, a amostra é representativa da população idosa comunitária brasileira, o que confere validade externa à pesquisa e estimativas que podem se aproximar dos parâmetros populacionais. Além disso, estudos sobre prevalência de depressão em idosos e uso de serviços de saúde ainda são escassos no Brasil.

Recomenda-se a realização de pesquisas futuras sobre depressão em idosos no Brasil, visto que a depressão é maior em países em desenvolvimento e as prevalências encontradas em todo mundo são bem diferentes.

CONCLUSÃO

O estudo revelou que quase 12 a cada 100 pessoas idosas relataram ter depressão, sendo mais comum em mulheres, de 60 a 69 anos, de cor autodeclarada branca e com múltiplas condições crônicas. Quanto ao tratamento, a maioria das pessoas idosas com depressão utiliza apenas medicamentos, com poucos recorrendo à psicoterapia ou terapia complementar. A depressão teve maior frequência entre pessoas idosas com menor escore de rede social, ou seja, menores quantidades de amigos, familiares, menor frequência de atividades comunitárias e de trabalho. Assim, há necessidade de incentivo a adoção de medidas não farmacológicas para tratamento da doença, tais como, uso de práticas integrativas e complementares, atividades físicas, mudanças no estilo de vida e fomento a atividades sociais.

Os resultados permitem subsidiar o trabalho dos gestores na aplicação de medidas que atendam as reais necessidades e características da sua população, na perspectiva de fomentar políticas públicas já existentes, e criação de novas, no atendimento à saúde mental das pessoas idosas.

REFERÊNCIAS

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Editado por

  • Editado por: Camila Alves dos Santos

Disponibilidade de dados

Todo o conjunto de dados que dá suporte aos resultados deste estudo foi disponibilizado no site do Instituto de Geografia e Estatística (IBGE) e pode ser acessado em https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/saude/9160-pesquisa-nacional-de-saude.html?=&t=downloads.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    15 Jul 2024
  • Data do Fascículo
    2024

Histórico

  • Recebido
    28 Dez 2023
  • Aceito
    02 Maio 2024
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