TESES E DISSERTAÇÕES
Marcado pela própria natureza: o Imperial Instituto Fluminense de Agricultura e as ciências agrícolas (1860-1891)
Begonha Eliza Hickman Bediaga
begonha.bediaga@gmail.com. Tese de Doutorado, Programa de Pós-Graduação em Ensino e História das Ciências da Terra, Universidade Estadual de Campinas, Campinas (SP) 2011
Analisa-se na tese a trajetória do Imperial Instituto Fluminense de Agricultura (IIFA), instituição de caráter privado criada por membros do Estado, proprietários rurais e homens das ciências. O Instituto tinha como objetivo o melhoramento da agricultura no Brasil, com propostas de mudanças na rotina da lavoura, de incorporação de princípios científicos e de introdução de máquinas e instrumentos agrícolas nas atividades rurais. Os homens das ciências vinculados ao IIFA buscavam o ideal de progresso de país civlizado e empenhavam-se na missão de convencer o lavrador a adotar uma agricultura baseada em princípios das ciências. Constituíam o IIFA: o Jardim Botânico da Lagoa Rodrigo de Freitas, que adicionou à sua atribuição anterior de pesquisa e espaço de lazer a função de produzir mudas e sementes em grande escala e distribuí-las aos agricultores; a Fazenda Normal, que funcionava como espaço para a prática de experimentações tecnocientíficas; e o Asilo Agrícola, que acolhia órfãos desvalidos oriundos da Santa Casa de Misericórdia e ensinava-lhes o ofício da lavoura e as primeiras letras. O IIFA publicou, durante 22 anos ininterruptos, a Revista Agrícola, de periodicidade trimestral, destinada à divulgação de temas relacionados às atividades da lavoura, com vistas a melhorar e aumentar a produção agrícola. Na tese, mostra-se que o Instituto serviu de lócus de institucionalização de áreas científicas relacionadas à agricultura, como química agrícola, slvicultura, pedologia, meteorologia agrícola, fitopatologia e zootecnia, até que elas constituíssem seus próprios espaços científicos.
Datas de Publicação
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Publicação nesta coleção
26 Jan 2012 -
Data do Fascículo
Dez 2011