A Revista Gaúcha de Enfermagem completa em 2016, 40 anos em pleno cumprimento de sua missão, qual seja “Contribuir para a divulgação do conhecimento na área da saúde, publicando a produção científica de interesse para a Enfermagem”. Criada pela Professora Dirce Pessôa de Brum Aragón, em 1976(1), com o objetivo de proporcionar aos enfermeiros do sul do país um veículo para divulgação de suas pesquisas e estudos. Ao longo dessas quatro décadas tem ultrapassado fronteiras dando visibilidade do conhecimento produzido pela Enfermagem à comunidade científica no cenário nacional e internacional. É, pois, motivo de orgulho para a Escola de Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Dentre os periódicos de enfermagem brasileiros foi o terceiro oferecido aos profissionais, sendo antecipado pelas Revista Brasileira de Enfermagem e Enfermagem em Novas Dimensões. Surgiu vinculada ao Departamento de Assistência e Orientação Profissional, sendo que em 1982 a Direção da Escola de Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (EENFUFRGS) assumiu a sua administração(1). Nesta caminhada os obstáculos foram muitos e ainda o são para a sua manutenção, contudo nos últimos anos tem se profissionalizado contando com o apoio de seu corpo docente e direções que assumiram o compromisso de mantê-la ativa e circulante no mundo acadêmico-científico.
Na sua trajetória contou com o auxílio financeiro da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (FAPERGS) e do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). Hoje mantém-se com o Programa de Apoio à Editoração de Periódicos da Pró-Reitoria de Pesquisa da UFRGS, de recursos físicos e humanos da própria Escola de Enfermagem e com o apoio da Fundação de Apoio da UFRGS(1).
Desde 2013, procurando valorar o trabalho dos docentes, técnicos administrativos e bolsistas da Escola que compõem o núcleo gerencial da RGE, anualmente as atividades desenvolvidas na revista são caracterizadas como um projeto de extensão, sem remuneração, sob a coordenação da Diretora da EENFUFRGS.
Destaca-se que a RGE, não tem subsídio financeiro específico da UFRGS para o alcance de melhorias em seus processos editoriais executados por serviços de terceiros, embora pertença a EENFUFRGS. Apesar de 40 anos servindo à comunidade científica, apenas em 2015 obteve apoio para impressão do volume 36 em idioma inglês pela Gráfica da UFRGS, aspecto que confere singularidade ao periódico dentre seus pares indexados no SciELO e em outras bases internacionais, pela qualidade dos serviços que oferece aos autores e aqueles que a consomem.
A RGE ocupa hoje um lugar de destaque entre os periódicos brasileiros e exerce um importante papel na avaliação do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem (PPGENF) da UFRGS e de outras universidades, uma vez que a qualidade dos periódicos que dão concretude à publicação da produção científica dos docentes e discentes oriunda destes, é um importante quesito utilizado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) na avaliação dos mesmos. Neste contexto a classificação no Qualis-Periódicos B1(2) e sua indexação em bases de dados internacionais, confere-lhe excelência como periódico da área na divulgação do conhecimento produzido nos programas de pós-graduação e como veículo que tem em si artigos com qualidade científica.
A Comissão de Editoração da RGE (CED) buscando aumentar a visibilidade e consequente consumo do que publica pela comunidade científica nacional e internacional, e em atenção aos pilares definidos pelo SciELO(3), no qual é indexada, quais sejam internacionalização, profissionalização e autonomia financeira, definiu metas a serem alcançadas para os últimos três anos, muitas das quais já o foram tais como ter a edição impressa e online no idioma inglês, que se dá desde 2012, mudanças nos processos de avaliação dos artigos visando diminuir o tempo entre submissão e publicação, adoção da linguagem XML, aumento do número de consultores ou pareceristas e de artigos internacionais, dentre outras.
Nesta perspectiva adotou a modalidade de publicação continuada, utilizada por diferentes periódicos da área, a partir deste vol. 37 no 1, março 2016, visando oferecer à comunidade científica um produto a ser consumido quase que em tempo real.
A RGE utiliza o sistema de submissão online do SEER. Contudo, visando conhecer as métricas ao longo do fluxo porque passa o artigo desde sua submissão até a aprovação para editoração, identificar pontos de melhoria e definir indicadores de qualidade, a partir de maio de 2016 está prevista a adoção do sistema Scholar One(Thomson Reuters), condição que colocará a RGE em igualdade com demais periódicos da área com padrão internacional.
O controle do plágio também faz parte da agenda da RGE, com previsão de adoção de um sistema para detecção de plágio para o ano de 2016, conforme necessidade identificada pela CED e orientação do SciELO para os periódicos nele indexados(3).
Outro aspecto que confere singularidade a RGE foi sua iniciativa, a partir de 2015, em editar anualmente um número especial, para além dos que normalmente edita, de modo a divulgar a produção científica desenvolvida pelos enfermeiros em atenção às agendas governamentais nacionais e ou de órgãos internacionais, e assim dar conhecimento do estado da arte destas políticas à comunidade científica. Dentre estas se destaca o Alcance dos Oito Objetivos do Milênio -ODM- proposto em setembro de 2000 pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) 2000-2015, que compreende o número especial da RGE, editado em 2015.
Integrando as iniciativas de acesso aberto, todo o conteúdo da RGE, exceto onde está identificado, está licenciado sob uma Licença Creative Commons do tipo atribuição CC-BY 4.0. No diretório de políticas de revistas Diadorim (MCTI/IBICT) a RGE autoriza o arquivamento da versão final do artigo em repositórios digitais de acesso aberto, o que também ocorre no diretório internacional SHERPA/RoMEO.
Atenta às políticas de preservação para assegurar o acesso permanente à publicação, a RGE tem seu conteúdo preservado pela Rede Brasileira de Serviços de Preservação Digital – Rede Cariniana (MCTI/IBICT) e pelo Programa LOCKSS – Lots Of Copies Keep Stuff Safe (Stanford University).
A RGE no exercício de seu compromisso com a comunidade científica de enfermagem, ciente da importância da comunicação científica e do diálogo com seus pares no cenário nacional, integra o Portal REV@ENF assumindo com outros periódicos da área o acordo com a proposta do SciELO de modo a mantê-lo e assim possibilitar que todos os periódicos de enfermagem que integram o Portal e que não sejam indexados no SciELO tenham visibilidade e possam ser consumidos pela área.
A agenda da publicação e comunicação científica na América Latina, Caribe e Países de Língua Espanhola e Portuguesa está na ordem do dia da RGE na busca de estratégias junto com periódicos parceiros da área, visando o desenvolvimento de ações conjuntas que promovam a visibilidade dos mesmos na América do Norte e Europa. Neste contexto integra o Protocolo de Cooperación Técnica da BVS Enfermería Internacional.
Conforme dados do Google Scholar (junho/2015), a Revista Gaúcha de Enfermagem ocupa a posição 13/100 no ranking de citações de revistas brasileiras(4).
A comunidade científica de enfermagem do Rio Grande do Sul está de parabéns por contar com a RGE. A Escola de Enfermagem sente-se agraciada e recompensada pela coragem, esforço, dedicação e comprometimento de todos que desde há 40 anos vislumbraram e acreditaram que era possível a criação de um periódico, e no decorrer de todos esses anos não mediram esforços para mantê-lo, aperfeiçoá-lo, investir no seu funcionamento e não se deixaram esmorecer frente aos obstáculos.
Agradecemos a todos que fazem nossa Revista estar no patamar em que se encontra e que tem como propósito alcançar a categoria merecida.
Agradecimentos especiais à Comissão de Editoração na pessoa da Profa. Dra. Maria da Graça Oliveira Crossetti, aos pareceristas nacionais e internacionais que dispensam um pouco de seu tempo para contribuir com o seu conhecimento na avaliação dos artigos, aos servidores e bolsistas que tem demonstrado comprometimento e responsabilidade no exercício de suas atividades e em específico aos autores, que têm selecionado a RGE para divulgação de suas produções, principais clientes sem os quais a RGE não alcançaria o conceito que detém na comunidade científica da enfermagem.
REFERÊNCIAS
- 1 Rodrigues CDS, Witt RR, Bonilha ALL, Miranda CL. Os 30 anos da Revista Gaúcha de Enfermagem. Rev Gaúcha Enferm. 2006 mar;27(1):124-8.
- 2 Crossetti MGO. Revista Gaúcha de Enfermagem: caminho para o Qualis [editorial]. Rev Gaúcha Enferm. 2011 set;32(3):431-4.
- 3 Scientific Electronic Library Online (BR). Critérios, política e procedimentos para a admissão e a permanência de periódicos científicos na Coleção SciELO Brasil. São Paulo: SciELO; 2014.
-
4 Google Acadêmico [Internet]. Mountain View (CA): Google Inc.; c2015 - [citado 2016 fev 10]. Principais publicações – português; [aprox. 6 telas]. Disponível em: https://scholar.google.com/citations?view_op=top_venues&hl=pt-BR&vq=pt.
» https://scholar.google.com/citations?view_op=top_venues&hl=pt-BR&vq=pt
Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
2016