Open-access ROTEIRO PARA ANÁLISE DE DADOS QUALITATIVOS EM PESQUISAS SOBRE TURISMO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

A theoretical framework for qualitative data analysis in the research on tourism and sustainable development

Marco teórico para el análisis de datos cualitativos en la investigación sobre turismo y desarrollo sostenible

Resumo:

O desenvolvimento sustentável é um fenômeno complexo, cuja interpretação demanda uma perspectiva multidimensional, a qual leve em conta diferentes âmbitos relacionados a questões ambiental, política, econômica, social e cultural. Não obstante, as pesquisas sobre turismo e desenvolvimento sustentável, em geral, não articulam um debate teórico sobre as dimensões da sustentabilidade e não seguem um roteiro sistematizado para análise dos dados empíricos, o que fragiliza as conclusões dos estudos. O presente trabalho busca suprir tal lacuna. O artigo propõe uma matriz de análise de dados qualitativos para pesquisas sobre turismo e desenvolvimento sustentável. Trata-se de uma proposta desenvolvida ao longo dos últimos anos e validada em trabalhos que abordam diferentes casos de estudo. O roteiro demonstrou-se operacional na análise de informações provenientes de diferentes procedimentos metodológicos e proporcionou robustez teórica à análise da realidade.

Palavras-chave: TURISMO; DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL; SUSTENTABILIDADE; PESQUISA EM TURISMO; MATRIZ DE ANÁLISE

Abstract:

Sustainable development is a complex phenomenon. The research on that area requires a multidimensional perspective, which considers different aspects related to environmental, political, economic, social, and cultural issues. Nevertheless, studies on tourism and sustainable development do not articulate a theoretical debate on the dimensions of sustainability or follow a systematized method in the analysis of empirical data. The procedures undermine the conclusions of such investigations. To fill this gap, the paper proposes a theoretical framework for qualitative data analysis in the research on tourism and sustainable development. The proposal was developed over the last few years and validated in works that address different case studies. As a result, the method proved to be operational for interpreting information from distinct methodological procedures and provided theoretical robustness to the analysis of reality.

Keywords: TOURISM; SUSTAINABLE DEVELOPMENT; SUSTAINABILITY; TOURISM RESEARCH; FRAMEWORK FOR QUALITATIVE DATA ANALYSIS

Resumen:

El desarrollo sostenible es un fenómeno complejo, cuya interpretación supone una perspectiva multidimensional, que tenga en cuenta diferentes ámbitos relacionados con cuestiones ambientales, políticas, económi-cas, sociales y culturales. Sin embargo, las investigaciones sobre turismo y desarrollo sostenible en general no articulan un debate teórico sobre las dimensiones de la sostenibilidad y no siguen una ruta sistematizada para el análisis de datos empíricos, lo que fragiliza las conclusiones de los estudios. El presente trabajo busca ocupar dicho espacio. El artículo propone una matriz de análisis de datos cualitativos para la investigación sobre turismo y desarrollo sostenible. Esta es una propuesta desarrollada en los últimos años y validada en trabajos que abordan diferentes casos de estudio. El marco teórico ha demostrado ser operativo en el análisis de la información desde diferentes procedimientos metodológicos y ha proporcionado robustez teórica al análisis de la realidad.

Palabras clave: TURISMO; DESARROLLO SOSTENIBLE; SUSTENTABILIDAD; INVESTIGACIÓN TURÍSTICA; MATRIZ DE ANÁLISIS

INTRODUÇÃO

A preocupação em atribuir sentido à noção de desenvolvimento não é nova e o vocábulo ocupa posição central em uma constelação semântica complexa (Esteva, 2000). No século XIX, o conceito de desenvolvimento se associava à perspectiva evolucionista, sendo empregado como sinônimo de crescimento, evolução e maturação. Entretanto, nas últimas décadas, relacionou-se a expressão a adjetivos como econômico, social, local, regional, endógeno, sustentável, os quais lhe conferem um significado mais preciso (Theis; Butzke, 2017).

Com efeito, desenvolvimento é um termo que descreve, tanto o processo pelo qual uma sociedade se move de uma condição para outra, quanto o objetivo dessa mudança (Sharpley, 2000). Embora o crescimento econômico continue sendo a pedra angular, o desenvolvimento abrange componentes sociais, políticos e culturais. Essa trajetória teórica indica movimentos diversos e contraditórios, relacionados ao crescimento econômico, à justiça social, à identidade regional e também à sustentabilidade socioambiental (Mattedi, 2015).

Na esfera política e institucional, postula-se que o desenvolvimento chamado “sustentável” seja, atualmente, a alternativa mais plausível ao modelo hegemônico, questionado por sua responsabilidade na crise ecológica global e no aumento das desigualdades sociais planetárias (Toro Sanchez, 2007). Entre os esforços institucionais para superação de tais ameaças, incluem-se ações no âmbito da Organização das Nações Unidas (ONU) como a implementação dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio e, posteriormente, dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável.

No entanto, após quatro décadas de intenso debate (tomando como referência o Relatório Brundtland de 1987) e uma série de experiências com maior ou menor sucesso, o emprego da expressão “desenvolvimento sustentável” aponta para uma perspectiva ambivalente. Tal abordagem permeia os debates teórico-práticos sobre a relação entre turismo e desenvolvimento sustentável.

Por um lado, o conceito implica mudanças essenciais no modelo atual. O desenvolvimento deve ser sustentado nos sistemas socioecológicos que provêm recursos e serviços (Sachs, 2010). Por outro, a noção de desenvolvimento sustentável pode legitimar a manutenção de características, processos e instrumentos do paradigma dominante, sob a alegação de que a adoção de determinadas práticas pode corrigir impactos ambientais e sociais decorrentes do modelo (Mantovaneli Jr.; Sampaio, 2010).

Diante da interação que mantêm com o território e das relações socioeconômicas que promovem, atividades econômicas como o turismo se inscrevem nesse campo de debate. Por conseguinte, pesquisadores do turismo começaram a responder a tais percepções e preocupações, alertando sobre a necessidade de estudos que relacionem turismo e sustentabilidade.

Para Bramwell e Lane (2008), a relação entre turismo e desenvolvimento sustentável não deve se limitar a uma simples preocupação “verde” ou “ambiental” e, sim, considerar a sustentabilidade de forma integral. Sharpley (2020) advoga a adoção de uma interpretação crítica da noção de desenvolvimento sustentável no âmbito do turismo, superando uma abordagem que atualmente se revela frágil desde o ponto de vista teórico. O interesse nesta temática reside na possibilidade de buscar evidências que indiquem que o turismo, quando relacionado a princípios sustentáveis, pode contribuir para um desenvolvimento socialmente inclusivo e benéfico do ponto de vista ambiental. A sustentabilidade remete para preocupações como a produção e o consumo sustentáveis, assim como a articulação com a comunidade residente, envolvimento dos stakeholders, relação com os fornecedores, entre outras.

À medida que a questão se consolida na agenda de pesquisa, torna-se oportuna uma análise de suas abordagens teóricas e metodológicas, a fim de identificar tendências e refletir sobre as implicações de tais enquadramentos. Nesse contexto, o presente trabalho se propõe a discutir as dimensões do desenvolvimento sustentável, descrever o emprego de referidos conceitos na pesquisa acadêmica em turismo e, por fim, apresentar um roteiro teórico-metodológico para futuras investigações. Em concreto, a proposta busca aplicar ao campo do turismo os critérios que Sachs (1993 e 2002) postula para o planejamento do desenvolvimento sustentável.

Desde a perspectiva da metodologia científica, classifica-se o presente trabalho como um ensaio. A forma de organização do raciocínio segue o método dialético hegeliano. Os dados aqui apresentados constituem uma aproximação preliminar ao tema, a qual se soma a esforços anteriores das pesquisas sobre turismo no âmbito do Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Regional (PPGDR) da Universidade Regional de Blumenau (FURB).

DIMENSÕES DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Assim como a teoria do desenvolvimento evoluiu da perspectiva clássica de crescimento econômico para uma abordagem mais ampla e alternativa de desenvolvimento, também a preocupação ambiental - força motriz da sustentabilidade - se ampliou e se transformou. Desde a década de 1960, o ambientalismo passou a abraçar, não apenas a preocupação com os recursos naturais, mas questões subjacentes a processos tecnológicos, econômicos, sociais e políticos, as quais, gradualmente, se tornaram globais.

A preocupação com o crescimento, o progresso e a estabilidade econômica, o estilo de vida das nações industrializadas, o equilíbrio ecológico e a segurança do planeta, constituíram pontos centrais no debate (Feil; Schreiber, 2017). Assim, as discussões associadas à sustentabilidade e ao desenvolvimento sustentável ocorrem em um esforço para melhorar o bem-estar humano a longo prazo, por meio do gerenciamento dos sistemas socioecológicos (Adams, 2006; Seager, 2008).

As definições de sustentabilidade e como ela pode ser alcançada estão sujeitas a abordagens ecocêntricas ou tecnocêntricas, que são orientadas por ideologias políticas e socioeconômicas alternativas (Sharpley, 2000). O termo sustentável é caracterizado como um princípio aplicável aos sistemas, envolvendo uma interação dinâmica e constante (Sartori et al., 2014).

Segundo Yolles e Fink (2014), as origens da sustentabilidade se encontram na viabilidade e capacidade adaptativa dos sistemas e compreendem o equilibro das suas múltiplas dimensões (Feil & Schreiber, 2017). Nesse sentido, o que é sustentado - ou deve ser sustentado - é o processo de melhoria da condição humana, ou melhor, o sistema socioecológico ao qual os seres humanos pertencem, o que não requer necessariamente crescimento indefinido no consumo de energia e de materiais (Gallopín, 2003). Quando associada ao desenvolvimento, a sustentabilidade envolve limites nas capacidades dos recursos naturais para absorver o impacto causado pelos seres humanos (Diesendorf, 2000).

Com efeito, o termo desenvolvimento sustentável foi popularizado e amplamente utilizado nas décadas de 1980 e 1990 (WCED, 1987; Blewitt, 2008; Feil & Schreiber, 2017). Sua inauguração global ocorreu em 1987, por meio do relatório da Comissão Brundtland (Blewitt, 2008). As abordagens associadas ao conceito agrupam-se em duas perspectivas fundamentais: a ecológica e a econômica.

A perspectiva ecológica enfatiza a importância de se concentrar na capacidade da sociedade de resistir ou de se recuperar de distúrbios, tensões e choques, e não na sua capacidade de produzir bens (Vercelli, 1998; Fernandes & Sampaio, 2008). Alternativamente, a perspectiva econômica define o desenvolvimento - ou crescimento - econômico como sustentável sempre que uma determinada dimensão pode ser “sustentada”, no sentido de que não deve diminuir no futuro como uma consequência do próprio crescimento (Gallopín, 2003).

Desse modo, a noção de “desenvolvimento sustentável” é relativa, variando em função de quem a utiliza e de onde se situa - no tempo e no espaço - para definir seu conteúdo” (Raynault, 2004, p. 31). O termo proporciona uma visão de longo prazo para erradicar a pobreza, reduzir a desigualdade, tornar o crescimento inclusivo e a produção e o consumo mais sustentáveis (Foladori & Tommasino, 2000; Feil & Schreiber, 2017). A questão central é o que deve ser mudado e o que deve ser sustentado nesse processo.

Atendendo a tais critérios, para alcançar a sustentabilidade de um determinado sistema global é necessário utilizar o processo de desenvolvimento sustentável (Prugh & Assadourian, 2003; Sartori et al., 2014) ou ecodesenvolvimento, como o define Sachs (2002). Dessa forma, o processo de desenvolvimento sustentável é baseado em ações que, tendo em conta as múltiplas dimensões da sustentabilidade, proporcionem um tipo de desenvolvimento economicamente viável, ecologicamente correto, espacialmente equilibrado, socialmente justo e culturalmente diverso.

Nesse contexto, a perspectiva transdisciplinar de Sachs (1993, p. 24-27; 2002, p. 85-88) propõe que o planejamento do desenvolvimento leve em conta as seguintes dimensões da sustentabilidade:

  1. Dimensão ambiental (espacial/ecológica): relacionada ao respeito e à capacidade de regeneração dos ecossistemas naturais. A perspectiva espacial se vincula à busca pelo equilíbrio territorial entre área rural e área urbana, enquanto o âmbito ecológico se relaciona à prudência no uso dos recursos (preservação e conservação dos recursos renováveis e limitação no uso dos recursos não-renováveis).

  2. Dimensão política: vinculada ao conceito de governança, considerada uma característica fundamental para o desenvolvimento. Como critério para o desenvolvimento sustentável, a dimensão política está associada à apropriação dos direitos humanos e à capacidade do Estado de executar o projeto nacional em parceria com a iniciativa privada.

  3. Dimensão econômica: propõe o desenvolvimento econômico intersetorial equilibrado, no qual a viabilidade econômica se dá mediante a alocação e gestão eficiente dos recursos em termos macrossociais e de um fluxo constante de investimentos públicos e privados.

  4. Dimensão social: aqui, o desenvolvimento está associado à visão de uma sociedade orientada pela distribuição justa de renda e de bens, na igualdade de acesso a recursos e serviços sociais e, dessa forma, voltada à redução das diferenças na qualidade de vida entre ricos e pobres, finalidade do processo de desenvolvimento.

  5. Cultural: diretamente relacionada às características endógenas do território e à especificidade de cada contexto ecológico e cultural, de modo que as mudanças e inovações respeitem a cultura e a tradição do local, corolário do processo de desenvolvimento.

TURISMO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

O advento do turismo de massa após a Segunda Guerra Mundial abriu espaço para o debate das inter-relações entre o turismo e o ambiente (Beni, 2003). Por esse motivo, a discussão da sustentabilidade, em sua perspectiva global, se consolidou como um dos temas centrais, na reflexão do turismo como fenômeno complexo. Baseando-se nas mesmas premissas do desenvolvimento sustentável surgiu, então, o conceito de turismo sustentável (Irving et al. 2005; Korossy, 2008).

Define-se turismo sustentável como “aquele que atende às necessidades dos turistas de hoje e das regiões receptoras, ao mesmo tempo em que protege e amplia as oportunidades para o futuro” (OMT, 2003, p. 24). Tal conceito contempla os recursos naturais, históricos e culturais, com o a preocupação de que seus benefícios sejam extensivos à comunidade receptora.

Hanai (2012) apresenta a diferença entre turismo sustentável e o desenvolvimento do turismo sustentável. O primeiro é visto como o objetivo a ser alcançado, enquanto o segundo seria o processo que permitiria a consecução de tal objetivo. De maneira geral, a sustentabilidade na atividade turística conduz a uma nova forma de planejar o turismo, priorizando princípios éticos e propósitos do desenvolvimento sustentável (Hanai, 2012).

Não obstante, o tema do desenvolvimento sustentável ocupa um lugar marginal nas pesquisas em turismo no Brasil. De um total de 1.215 artigos publicados em três bases de dados, entre 2015 e 2019, apenas 30 continham a expressão “desenvolvimento sustentável” no título, nas palavras-chave e/ou resumo. Os dados são resultado de um levantamento bibliométrico realizado em março de 2020, como parte de uma atividade do grupo de pesquisa em turismo do Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Regional (PPGDR) da Universidade Regional de Blumenau (FURB).

Dos 30 trabalhos da amostra, um total de 17 empregava a abordagem qualitativa para a coleta e a análise dos dados, com destaque para o emprego de procedimentos como a realização de entrevistas, a observação participante, a análise de conteúdo, a análise documental e o levantamento bibliográfico. No âmbito da metodologia da pesquisa, as principais referências da amostra eram Panosso Netto e Nechar (2014), Rejowski (1999), Barretto (2006), Dencker (2001), Leal (2005) e Moesch (2002).

Na amostra, os debates sobre turismo e desenvolvimento sustentável abrangeram como tópicos principais:

  1. Tendências e práticas sustentáveis na hotelaria. Tais pesquisas destacaram os meios de hospedagem como um dos principais serviços do turismo e apontaram a importância do desenvolvimento de medidas de sustentabilidade na operacionalização de suas atividades (De Conto et al., 2016). De forma geral, os estudos demonstraram que o desenvolvimento sustentável associado à empresa hoteleira é, muitas vezes, visto como signo de valorização da “marca” do hotel, tendo em conta que empresas hoteleiras que possuem selos ambientais são mais valorizadas no mercado turístico. Alguns trabalhos apontaram temas de interesse relacionados a hotéis como construções “ecologicamente corretas”, à sustentabilidade na cadeia produtiva hoteleira, ao uso de energias renováveis em hotéis, à conscientização da reciclagem de resíduos orgânicos na gastronomia, entre outros assuntos (Fernandes, 2015; Pires et al., 2016; Santos & Matschuck, 2015; Tricárico et al., 2019).

  2. Governança e comunidades receptoras no desenvolvimento sustentável do turismo. Os estudos deram particular atenção à análise da governança e sua emergência no contexto da sustentabilidade como proposta de gestão. Os trabalhos retrataram experiências, estudos de caso e análises de políticas e programas, em detrimento de trabalhos teóricos. As pesquisas se referiram à sustentabilidade como um instrumento para o desenvolvimento sustentável (Lamas et al., 2018) e como uma finalidade da gestão participativa na governança (Brandão, 2019; Lamas et al., 2018; Melo & Silva, 2019; Pires et al., 2016). Sobre esse último aspecto, Sampaio (2018) destaca o potencial de participação e protagonismo social dos atores locais no planejamento, implementação e avaliação de projetos turísticos, tendo em vista metodologias participativas para a geração de benefícios diretos à população local. Fatores relacionados à emancipação, ao empoderamento comunitário, ao engajamento cívico nas práticas voltadas às ações que minimizem os danos ao meio ambiente, por meio de uma ética social positiva, e à transposição didática dos conhecimentos científicos na ampliação da qualidade participativa dos atores envolvidos foram alguns dos temas de estudo (Brandão, 2019; Sampaio, 2018).

  3. Patrimônio cultural e sustentabilidade turística. As pesquisas se centraram na problemática da preservação e do consumo do patrimônio cultural em sua relação com a atividade turística (Costa & Reis, 2016; Nogueira da Gama, 2018; Ricco, 2017; Rodrigues, 2017). Ricco (2017) e Rodrigues (2017) argumentaram que o tema se vincula à manutenção da memória e das tradições pela própria comunidade, e destacaram o papel de empresários e comerciantes como agentes indutores de mudanças na produção do espaço local. Contudo, as pesquisas entendem também que a atividade turística pode trazer outros componentes que alteram o modo de vida e a transmissão do legado cultural de maneira considerável.

Em linhas gerais, na amostra do estudo destacam-se dois aspectos principais: 1) não há uma problematização teoricamente consistente acerca da sustentabilidade; e 2) a discussão dos resultados se revela frágil devido à falta de um roteiro sistematizado para análise dos dados coletados nas pesquisas, considerando as múltiplas dimensões da sustentabilidade.

Sobre o primeiro aspecto, percebe-se que, embora os trabalhos apresentem propostas que envolvam turismo, sustentabilidade e desenvolvimento sustentável, as questões que norteiam tais pesquisas não articulam um debate teórico das relações entre tais conceitos. Além disso, os trabalhos se mantêm distantes da discussão sobre as contradições que marcam a sustentabilidade como objeto de estudo no setor do turismo e não problematizam a diversidade de sentidos na construção das dimensões socioambientais.

Por sua parte, a ausência de um roteiro de discussão que leve em conta as dimensões da sustentabilidade impede a análise dos resultados da pesquisa em articulação com os procedimentos utilizados na coleta das informações e as teorias que constituem esse campo do conhecimento, o que, por consequência, fragiliza as conclusões de tais estudos.

ROTEIRO PARA ANÁLISE DE DADOS

Constatada a lacuna teórico-metodológica nos estudos analisados anteriormente, o propósito fundamental deste trabalho é propor um roteiro teórico- metodológico para análise de dados em pesquisas acadêmicas de ordem qualitativa que relacionem turismo e desenvolvimento sustentável. Com tal fim, se sugere o emprego de uma matriz analítica, para a qual Sampaio (2001) serve de referência preliminar, quando propõe a análise do turismo a partir dos princípios do desenvolvimento sustentável.

De acordo com a presente proposta, a análise dos dados coletados por meio dos mais diversos procedimentos metodológicos (pesquisa bibliográfica, entrevistas, observação participante, análise documental, análise de conteúdo, grupo focal, estudo de caso, entre outros) se orientaria pelas dimensões da sustentabilidade de Sachs (1993 e 2002). O método possibilita a análise dos resultados empíricos de forma sistemática e organizada, em sintonia com a discussão teórica que fundamenta o campo de estudo.

O desenvolvimento de tal roteiro envolveu as seguintes etapas: geração, refinamento e validação.

Geração da matriz de análise

As categorias e variáveis do roteiro de análise têm origem na contribuição teórica de Sachs (1993 e 2002). A partir de tais critérios, sugere-se que o estudo leve em conta os seguintes aspectos na discussão dos resultados da pesquisa:

  1. Dimensão ambiental: Os elementos sugeridos para a análise da dimensão ambiental estão relacionados à conservação e preservação dos recursos naturais. Desse modo, a discussão deveria considerar a distribuição espacial e a capacidade de carga dos destinos, as quais exigem equilíbrio para evitar problemas de ordem ambiental e social ocasionados pela concentração populacional, pelo êxodo rural e pelo número de pessoas que o espaço pode suportar. Há indicadores ambientais capazes de contribuir para uma avaliação dessa dimensão. Os indicadores devem contemplar ar, solo, água, fauna, flora e saneamento. Quando a oferta turística se desenvolve em uma unidade de conservação, o plano de manejo e as regras de visitação constituem elemento obrigatório de análise. As práticas sustentáveis que ocorrem no território devem ser observadas. Elas estão relacionadas à maneira como são utilizados os recursos ambientais no que se refere à gestão, consumo, descarte e reutilização. Outra forma de ponderar a relação entre turismo e desenvolvimento sustentável se dá pela análise da oferta de produtos e roteiros turísticos. A segmentação permite que o turismo não se concentre de forma massiva no espaço ou no tempo. Todos esses elementos sugeridos fazem sentido quando há equilíbrio entre os territórios. O equilíbrio intra e inter-regional contribui para uma interação com princípios sustentáveis e que beneficie o território como um todo e não de forma isolada.

  2. Dimensão política: A abordagem da dimensão política requer a compreensão da articulação necessária entre as instituições públicas, privadas e os atores locais, considerando critérios de representatividade, participação e coesão. Este aspecto privilegia a criação de políticas públicas de turismo eficazes, baseadas em um modelo de gestão aberto e participativo no planejamento, na implementação e avaliação dos recursos públicos, bem como o desenvolvimento de sistemas de informação associados à atividade turística. Além disso, a dimensão política assume que as instâncias de governança constituem uma condição fundamental para melhorar o processo de tomada de decisões, assim como os mecanismos que facilitem o aprendizado, a inovação e a cooperação entre os agentes. Analisa-se, portanto, se os representantes da sociedade são capazes de influenciar as decisões dos parceiros privados, bem como de acompanhar os processos.

  3. Dimensão econômica: A dimensão econômica está voltada aos incentivos, incrementos e investimentos na economia turística local. O equilíbrio desta dimensão, no que diz respeito à gestão eficaz dos recursos econômicos, contribui com a relação saudável entre poder público, iniciativa privada, comunidade e turistas. Dessa forma, a gestão do destino turístico pode estar associada a estudos econômicos da atividade turística local, voltados para a análise das relações de mercado entre as escalas local, regional, nacional e internacional. Verifica-se o incentivo financeiro à infraestrutura básica e turística e sua relação com o aumento e a permanência do turista no destino turístico. Leva-se em consideração se a estruturação da economia local se dá com o estímulo ao empreendedorismo com foco na autogestão da comunidade local e no fomento das cadeias produtivas associadas ao turismo, e se tais iniciativas contribuem com a geração de emprego e distribuição de renda de modo horizontal.

  4. Dimensão social: Esta dimensão considera a influência da atividade turística na qualidade de vida da comunidade receptora. De maneira geral, se inclui aqui o acesso à saúde, educação, moradia, alimentação, segurança, trabalho, lazer, e aspectos relacionados ao bem viver. Também podem ser considerados indicadores sociais da atividade turística, os quais podem ser obtidos por meio de informações sobre os empregos formais e informais gerados pelo setor, a oferta de capacitações e treinamentos profissionais da área, a aceitação do turismo por parte da comunidade receptora, a inserção da população local na dinâmica turística, entre outros. O perfil do turista e da oferta também podem influenciar na aceitação, ou não, da atividade turística no território. Deve-se avaliar se o turismo e a sazonalidade interferem no custo de vida da população local, pois podem impactar diretamente na qualidade de vida da comunidade receptora. Também cabe observar os movimentos migratórios incentivados pela divulgação do potencial turístico do território. Essa exposição pode atrair muitas pessoas de outros locais e acarretar problemas de ordem social, assim como atrair mão de obra sem qualificação adequada para a atividade.

  5. Dimensão cultural: As diretrizes relacionadas à dimensão cultural consistem na análise da herança, costumes, modos de vida e manifestações culturais, na preservação do patrimônio histórico material e imaterial, e na autenticidade, pluralidade e memória histórica como elementos constituintes da identidade local. Incluem-se aqui os sítios arqueológicos, monumentos históricos e outras manifestações artísticas e formas de vida do local, bem como as artes visuais e performáticas, os idiomas, as tradições e as formas de recreação da comunidade receptora. Deve-se considerar que uma gestão turística adequada, efetiva e sustentável se alcança com o equilíbrio entre a inovação e o respeito às tradições culturais. Tal condição indica a importância de uma avaliação acerca do impacto do intercâmbio cultural do turismo na identidade e nos modos de vida locais, especialmente nos destinos que utilizem o patrimônio cultural como dispositivo promocional de atração turística. Enfim, cabe aqui analisar os conflitos e os interesses em disputa na organização social do espaço em torno do patrimônio cultural reconhecido como bem comum.

Refinamento da matriz de análise

Após exaustiva revisão da literatura, a matriz foi refinada para servir como um roteiro operacional para a análise de dados. Tendo em conta tais pressupostos, as dimensões e unidades de análise que compõem a matriz analítica estão sintetizadas na seguinte tabela.

Tabela 1:
Matriz analítica

Validação da matriz de análise

A aplicação da matriz de análise é resultado de um processo que se desenvolveu ao longo dos últimos cinco anos. As primeiras tentativas de construção de um roteiro para discussão dos resultados de pesquisas sobre turismo e desenvolvimento sustentável ocorreu durante a elaboração das dissertações de mestrado de Noll (2016), Costa (2016) e Reimondo Barrios (2017), apresentadas ao Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional (PPGDR) da Universidade Regional de Blumenau (FURB). Tais trabalhos constituem as primeiras experiências de pesquisas sobre a atividade turística a partir das dimensões da sustentabilidade que utilizaram referido tema. Embora ainda em fase de estruturação, as investigações contribuíram para o amadurecimento do presente roteiro de análise.

Noll (2016) estudou o desenvolvimento turístico no Parque Nacional da Serra do Itajaí (SC), propondo um conjunto de medidas para a implantação de atividades ligadas ao turismo e à educação ambiental. Sua análise, por meio das dimensões do desenvolvimento sustentável, objetivou criar uma base para futuras propostas para o desenvolvimento da atividade turística em Unidades de Conservação de forma sustentável. Por sua vez, Costa (2016) analisou as possibilidades de emprego dos vestígios arqueológicos localizados em Garopaba (SC) na promoção do desenvolvimento sustentável por meio do turismo, enquanto Barrios (2017) identificou as relações entre a publicidade e o turismo, analisando suas implicações para o desenvolvimento sustentável do destino turístico Cuba.

A matriz de análise avançou para a forma aqui apresentada em Busarello (2020), que analisou a relação entre turismo e desenvolvimento sustentável, a partir das transformações territoriais produzidas pelo Circuito de Cicloturismo no Médio Vale do Itajaí (SC). A matriz orientou a coleta, a sistematização e análise dos dados. O trabalho concluiu que as transformações territoriais produziram uma interação positiva entre turismo e desenvolvimento regional, resultando em uma atividade capaz de conduzir para o desenvolvimento sustentável em suas diferentes dimensões.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O desenvolvimento é um fenômeno complexo, cuja análise e interpretação demandam uma perspectiva multidimensional que leve em conta os diferentes âmbitos que afetam o processo (organização econômica e política, relações sociais, influências culturais, ambientais, etc.). Nesse percurso, o estudo do desenvolvimento compreende a identificação de necessidades, interesses e contradições, valores, ideologias, visão de mundo, enfim, as relações de força que interagem e se confrontam, dando sentido e direção ao processo. Uma abordagem com tal enfoque demanda a mobilização de diferentes campos do conhecimento, tais como Economia, História, Geografia, Ciências Sociais, entre outros.

No caso específico da pesquisa em desenvolvimento sustentável, inclui-se particular atenção às diferentes perspectivas da sustentabilidade, incluindo aspectos relacionados às questões ambiental, política, econômica, social e cultural. Tal enquadramento supõe a articulação entre as diversas dimensões da sustentabilidade para entender e comparar diferentes processos de desenvolvimento.

A consolidação do turismo de massa incorporou o debate sobre as relações entre a atividade turística e o desenvolvimento sustentável. Não obstante, a discussão constitui tema marginal na pesquisa em turismo no Brasil, segundo atestam os dados verificados na amostra deste estudo. Além disso, as investigações de caráter qualitativo não seguem um roteiro de análise dos dados que estabeleça uma relação entre as descobertas dos estudos e as múltiplas dimensões da sustentabilidade.

Diante de tal marco teórico-metodológico, o presente trabalho buscou suprir tal lacuna. O artigo propõe uma matriz de análise de dados qualitativos para pesquisas sobre turismo e desenvolvimento sustentável. As unidades de análise derivam das dimensões da sustentabilidade de Sachs (1993 e 2002).

Trata-se de uma proposta desenvolvida ao longo dos últimos anos e validada em trabalhos que abordam diferentes casos de estudo. O roteiro demonstrou-se operacional na análise de informações provenientes de diversos procedimentos metodológicos. Mais do que isso: proporcionou robustez teórica à análise da realidade empírica.

Porém, ao descrever os elementos sugeridos para análise das diversas dimensões da sustentabilidade, o presente estudo não indica os parâmetros quantitativos para mensurar cada variável que compõe o roteiro. A partir dos resultados deste trabalho, sugere-se a continuidade de pesquisa, tanto no que se refere à inclusão de outras bases de dados (como Web of Science e Scopus), quanto no que se respeita à proposição de indicadores que contemplem as unidades da matriz analítica. Tal iniciativa constitui uma tarefa desafiadora e de grande relevância para as futuras discussões sobre turismo e desenvolvimento sustentável.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    19 Dez 2022
  • Data do Fascículo
    Sep-Dec 2022

Histórico

  • Recebido
    14 Fev 2022
  • Aceito
    02 Ago 2022
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