Open-access Flora da Usina São José, Igarassu, Pernambuco: Annonaceae

Flora of the Usina São José, Igarassu, Pernambuco: Annonaceae

Resumo

Annonaceae possui cerca de 2.400 espécies e é representada no Brasil por 382 espécies, sendo a Floresta Atlântica o segundo Domínio Fitogeográfico brasileiro mais rico, com cerca de 97 táxons. Esse estudo teve como objetivo aumentar o conhecimento sobre a família no Nordeste, através de um tratamento taxonômico em fragmentos de Floresta Atlântica localizados na Usina São José, Igarassu, Pernambuco. Na área de estudo, foram encontradas seis gêneros e nove espécies: Anaxagorea dolichocarpa, Annona montana, A. salzmannii, Cymbopetalum brasiliense, Duguetia gardneriana, D. moricandiana, Guatteria pogonopus, G. schomburgkiana e Xylopia frutescens, tendo D. moricandiana a primeira referência no estado. São apresentadas descrições e comentários das espécies encontradas na área, ilustrações e uma chave de identificação.

Palavras-chave: Duguetia; Floresta Atlântica; florística; nordeste; taxonomia

Abstract

Annonaceae comprises about 2,400 species and is represented in Brazil by 382 species, having the Atlantic Forest as the second most rich phytogeographical area in the country, with about 97 taxa. This study aimed to raise awareness of the family in the Northeast by performing a taxonomic family treatment in the Atlantic Forest fragments located at Usina São José, Igarassu, Pernambuco. In the studied area six genera and nine species of Annonaceae were recorded: Anaxagorea dolichocarpa, Annona montana, A. salzmannii, Cymbopetalum brasiliense, Duguetia gardneriana, D. moricandiana, Guatteria pogonopus, G. schomburgkiana, and Xylopia frutescens, having D. moricandiana as the first references in the state of Pernambuco. Descriptions and commentaries of the recorded species, along with illustrations, and an identification key are presented.

Key words: Duguetia; Atlantic forest; floristic; Northeastern of Brazil; taxonomy

Introdução

Annonaceae apresenta distribuição pantropical com centro de diversidade Neotropical, nas regiões Amazônica e das Guianas (Ter Steege et al. 2000; Chatrou et al. 2004; Maas et al. 2007). Possui cerca de 107 gêneros e 2.400 espécies, dos quais 40 gêneros e 900 espécies ocorrem no Neotrópico (Maas et al. 2007; Chatrou et al. 2012, Guo et al. 2017). No Brasil, são reconhecidos 30 gêneros, com três endêmicos (Bocagea A.St.-Hil., Duckeanthus R.E.Fr. e Hornschuchia Nees) e 382 espécies, sendo 149 endêmicas (BFG 2018). A Floresta Atlântica, bastante ameaçada e considerada um hotspot da biodiversidade (Mittermeier et al 2005), é o segundo domínio do país mais rico em espécies de Annonaceae, com ca. 97 espécies, sendo a Amazônia o primeiro, onde 269 táxons estão presentes (BFG 2018).

Guatteria Ruiz & Pav. é um dos gêneros mais diversos da família, com 177 espécies, e, no Brasil, está representado por 74 táxons, sendo cerca da metade endêmica do país (Maas et al. 2015; BFG 2018). Annona L. é o segundo gênero mais rico no país, com 82 táxons (24 endêmicos), sendo aquele com mais espécies e híbridos que despertam interesse no mercado internacional de frutas in natura e processadas (BFG 2018; Lümmen 1998; Lemos 2014). Já Xylopia L. é o terceiro gênero mais rico no país, com 33 táxons (15 endêmicos), e o único amplamente distribuído nas regiões tropicais (Dias 1988; Kavati 1992; Chatrou 1999; Chatrou et al. 2012; Lopes & Mello-Silva 2014; BFG 2018).

Os representantes de Annonaceae podem ser reconhecidos pelo porte geralmente arbustivo ou arbóreo, com folhas simples, alternas, inteiras, geralmente dísticas e estípulas ausentes. As flores podem ser solitárias ou em fascículo ou ripídio, geralmente axilares, opositifólias, internodais ou caulifloras, actinomorfas, heteroclamídeas e geralmente bissexuadas. As sépalas podem variar de duas a quatro, mais frequentemente três, unisseriadas, livres a totalmente conatas. As pétalas variam de três a doze, unisseriadas ou geralmente bisseriadas, livres a conatas apenas na base. Os estames são geralmente numerosos, livres, verticilados e com conectivo desenvolvido sobre as tecas. O ovário é súpero, com carpelos geralmente numerosos, livres e óvulos de um a numerosos. Os frutos são majoritariamente apocárpicos, constituídos de poucos a muitos carpídios, sésseis ou estipitados, secos ou carnosos e deiscentes ou indeiscentes. Em poucos gêneros os carpídios são concrescidos em sincarpo carnoso ou lígneo-carnoso. As sementes apresentam endosperma ruminado e, às vezes, são ariladas ou com carúncula fibrosa (Kessler 1993; Steyermark et al. 1995; Chatrou et al. 2004; Xu & De Craene 2010).

Dentre as principais importâncias econômicas conhecidas da família está o uso como matéria-prima de cosméticos e perfumaria, antimicrobianos, inseticidas e na medicina natural, como antimalárica (Frausin et al. 2014; Krinski et al. 2014). No mercado internacional de frutas in natura, destacam-se a graviola (Annona muricata L.), a cherimólia (Annona cherimola Mill.), a pinha ou fruta-do-conde (Annona squamosa L.) e seus híbridos conhecidos como atemóia (Lümmen 1998; Lemos 2014).

O objetivo deste trabalho foi ampliar o conhecimento da diversidade de Annonaceae em Pernambuco através do levantamento e caracterização morfológica das espécies e gêneros ocorrentes na Usina São José. Além disso, é apresentada uma chave de identificação e ilustrações das espécies. O presente trabalho segue a série de publicações das famílias monografadas para a Usina São José (Alves-Araújo & Alves 2010; Buril et al. 2014; Costa-Lima & Alves 2015; Luna et al. 2016, Coutinho & Louzada 2018, entre outras).

Material e Métodos

A Usina São José (USJ), com vegetação de Floresta Estacional Semidecidual de Terras Baixas (Veloso et al. 1991), está localizada na Zona da Mata Norte de Pernambuco, a cerca de 50 km de Recife, abrangendo parte dos municípios de Igarassu, Abreu e Lima, Araçoiaba, Goiana, Itapissuma e Itaquitinga (7º40’21,25”-7º55’50,92”S, 34º54’14,25”-35º05’21,08”W) (Trindade et al. 2008). Apresenta aproximadamente 100 fragmentos de Mata Atlântica, sendo apenas um protegido, conhecido como Mata de Piedade ou Reserva Ecológica da Mata da Usina São José. Está inserida na Reserva da Biosfera da Mata Atlântica e compreende uma área total de 247 km2 e cerca de 6.660 ha inseridos numa matriz canavieira (Trindade et al. 2008).

Os espécimes analisados provêm de coletas realizadas durante o Projeto Flora da Usina São José (2009-2012), nos fragmentos: Mata da Chave, dos Macacos, do Pezinho, de Piedade, de Zambana, da Cruzinha, da BR, de Santa Helena e da Mata das Vespas; além de expedições adicionais para coleta nos cinco primeiros fragmentos, de março de 2014 a dezembro de 2015. As amostras botânicas foram tratadas de acordo com as técnicas usuais em taxonomia vegetal (Mota et al. 2014).

A identificação taxonômica foi realizada com auxílio de bibliografias específicas: Maas & Westra 1984, 1985; Dias 1988; Murray 1993; Steyermark et al. 1995; Maas et al. 2003, 2015; Pontes et al. 2004 e Lobão et al. 2012. Também foram consultados os acervos dos herbários UFP, PEUFR, IPA, JPB e HST (Herbário Sergio Tavares - UFRPE), além de coleções on line do RB, SPF e NY (Thiers, continuamente atualizado).

As amostras foram depositadas no Herbário UFP, com duplicatas enviadas aos herbários JPB e RB (Thiers, continuamente atualizado). A caracterização morfológica seguiu Harris & Harris (2001) e Gonçalves & Lorenzi (2011). A descrição dos gêneros é restrita à área de estudo e os principais caracteres das espécies foram ilustrados.

Resultados e Discussão

Nove táxons de Annonaceae distribuídos em seis gêneros foram reconhecidos na USJ. Annona L., Duguetia A. St.-Hil. e Guatteria Ruiz & Pav. são os gêneros mais representativos, com duas espécies cada: A. montana Macfad., A. salzmannii A. DC., D. gardneriana Mart., D. moricandiana Mart., G. pogonopus Mart., e G. schomburgkiana Mart.; Anaxagorea A. St.-Hil, Cymbopetalum Benth. e Xylopia L. apresentam uma espécie cada: A. dolichocarpa Sprague & Sandwith, C. brasiliense (Vell.) Benth. ex Baill., e X. frutescens Aubl.

Annona coriacea Mart. e G. australis A.St.-Hil., consideradas por Alves et al. (2013) dentre as espécies de Annonaceae na Usina São José, não são mais reconhecidas, sendo identificadas neste trabalho, respectivamente, como A. montana e G. pogonopus. Por outro lado, outras duas espécies, D. gardneriana e D. moricandiana, foram adicionadas à lista.

Quatro espécies registradas aqui são consideradas endêmicas da Mata Atlântica de acordo com BFG (2018): A. salzmannii, D. gardneriana, D. moricandiana e G. pogonopus. Duguetia moricandiana era até então restrita à Bahia, Paraíba e Sergipe (Pontes et al. 2004; Mello-Silva & Lopes 2015; BFG 2018).

A maioria das espécies está amplamente distribuída na região Neotropical (Maas & Westra 1984, 1985; Dias 1988; Murray 1993; Steyermark et al. 1995; Maas et al. 2003; Pontes et al. 2004; Lobão et al. 2012). No Nordeste, além de Pernambuco, geralmente ocorrem na Bahia, Paraíba e Maranhão (BFG 2018). Grande parte dos táxons apresenta registro tanto no interior quanto na borda das matas da USJ, com exceção de A. salzmannii, D. gardneriana e G. schomburgkiana, registradas apenas na borda dos remanescentes em que foram encontradas. As espécies com maior ocorrência nos fragmentos são A. dolichocarpa e G. pogonopus, e as com menor ocorrência são G. schomburgkiana. Já D. gardneriana e D. moricandiana foram amostradas apenas uma vez nas Matas de Zambana e Pezinho, respectivamente.

A Mata de Piedade, com exceção de D. gardneriana e D. moricandiana, possui registro de todas as outras espécies estudadas. Depois de Piedade, as Matas de Zambana, Pezinho e Macacos são os remanescentes com maior número de espécies registradas, com quatro táxons cada um. Os fragmentos da USJ com menor diversidade de Annonaceae são a Mata da Vespa, com duas espécies (A. dolichocarpa e G. schomburgkiana), e as Matas da BR e Santa Helena, com uma espécie cada (A. salzmannii em ambas).

A Mata Atlântica do Nordeste apresenta ca. 60 espécies de Annonaceae (Bazante & Alves 2017; BFG 2018), com 15% encontradas na USJ. Já os remanescentes de Mata Atlântica em Pernambuco contam com ca. 14 espécies (BFG 2018; Bazante & Alves 2017), 65% registradas na área de estudo. Quando comparamos este trabalho a outros estudos florísticos em Pernambuco, Melo et al. (2011) apresenta a maior diversidade de Annonaceae existente no estado. Na maioria dos trabalhos, como em Ferraz et al. (1998), Rodal et al. (1998, 2005a,b), Rodal & Nascimento (2002), e Sacramento et al. (2007), a diversidade normalmente é de um a dois gêneros e de uma a três espécies. Dentre esses trabalhos, a riqueza de Rodal et al. (2005b) é a mais similar à USJ, com todas as três espécies reconhecidas nesta área também ocorrendo na USJ: A. dolichocarpa, A. montana e A. salzmannii. Depois da USJ, outra área de preservação do estado que apresenta considerável riqueza de Annonaceae é a Mata do estado (Ferraz & Rodal 2008), com cinco gêneros e seis espécies. Ambas apresentam em comum os táxons A. dolichocarpa, C. brasiliense, G. pogonopus e X. frutescens.

    Chave de identificação das espécies de Annonaceae na Usina São José
  • 1. Face adaxial foliar com nervura primária proeminente, nervura marginal distintamente impressa; pedicelo floral ca. 6,5-8,5 cm compr., brácteas ausentes; pétalas internas cimbiformes; fruto com monocarpos livres, carpídios torulosos 4. Cymbopetalum brasiliense

  • 1’. Face adaxial foliar com nervura primária impressa, nervura marginal indistinta; pedicelo floral ca. 0,1-2,5 cm compr., 2 brácteas; pétalas internas lineares, lanceoladas, rômbicas, arredondadas, elípticas, estreito-elípticas, estreito-obovadas, largo-ovadas ou oblongas; fruto com carpídios concrescidos em sincarpo carnoso, lígneo-carnoso ou, quando livres, com carpídios clavados, globosos ou obovoides.

    • 2. Ramos jovens, pecíolo e face abaxial foliar com tricomas escamiformes ou estrelado-escamiformes; fruto com carpídios concrescidos em sincarpo lígneo-carnoso.

      • 3. Ramos jovens, pecíolo e face abaxial foliar densamente cobertos por tricomas escamiformes; pétalas largo-ovadas; fruto com aréolas estreito-piramidais 5. Duguetia gardneriana

      • 3’. Ramos jovens, pecíolo e face abaxial foliar esparsamente cobertos por tricomas estrelado-escamiformes; pétalas estreito-elípticas; fruto com aréolas depresso-piramidais 6. Duguetia moricandiana

    • 2’. Ramos jovens, pecíolo e face abaxial foliar com tricomas simples ou glabros; fruto com carpídios concrescidos em sincarpo carnoso ou com monocarpos livres.

      • 4. Ramos jovens, pecíolo e face abaxial foliar densamente hirsutos; lâmina foliar 3-7,5 cm compr.; pétalas com constrição logo acima da base 9. Xylopia frutescens

      • 4’. Ramos jovens, pecíolo e face abaxial foliar pubescentes, pilosos a glabros; lâmina foliar 6,5-41,5 cm compr.; pétalas sem constrição logo acima da base.

        • 5. Sépalas totalmente conatas ou apenas na base; pétalas externas valvares e internas imbricadas; fruto concrescido em sincarpo carnoso, ca. 150-200.

          • 6. Lâmina foliar com face adaxial brilhosa in sicco; domácias presentes; sépalas conatas apenas na base; pétalas externas largo-ovadas; fruto com aréolas lisas 2. Annona montana

          • 6’. Lâmina foliar com face adaxial opaca in sicco; domácias ausentes; sépalas totalmente conatas; pétalas externas estreito-ovadas; fruto com aréolas verrucosas 3. Annona salzmannii

        • 5’. Sépalas livres; pétalas externas e internas valvares ou imbricadas; fruto com monocarpos livres, ca. 8-40.

          • 7. Pétalas externas e internas valvares; pétalas internas com face adaxial quilhada; estaminódios presentes; fruto com carpídios clavados, deiscência explosiva; sementes 2 por carpídio 1. Anaxagorea dolichocarpa

          • 7’. Pétalas externas e internas imbricadas; pétalas internas com face adaxial não quilhada; estaminódios ausentes; fruto com carpídios globosos ou obovoides, indeiscentes; sementes 1 por carpídio.

            • 8. Lâmina foliar oblonga a elíptica, face abaxial glabra; monocarpos com estipe 1-2 cm compr.; carpídios globosos 7. Guatteria pogonopus

            • 8’. Lâmina foliar estreito-ovada a lanceolada, face abaxial pubescente; monocarpos com estipe 0,2-0,3 cm compr.; carpídios obovoides 8. Guatteria schomburgkiana

Tratamento taxonômico

1. Anaxagorea dolichocarpa Sprague & Sandwith, Bull. Misc. Inform. Kew 1930: 475. 1930.Fig. 1a-e

Figura 1
a-e. Anaxagorea dolichocarpa – a-b. detalhe da pétala externa – a. face adaxial; b. lateral; c. carpídio deiscente; d-e. semente – d. face externa; e. face interna. f-g. Annona montana – f. ramo com fruto; g. flor. h-i. Annona salzmannii – h. face adaxial da folha; i. flor. j. Cymbopetalum brasiliense – fruto. (a-e. Bazante 31; f-g. Bazante 260; h-i. Mendes 30; j. Bazante 256).
Figure 1
a-e. Anaxagorea dolichocarpa – a-b. detail of the outer petal – a. inner surface; b. side; c. deiscente carpidium; d-e. seed – d. outer surface; e. inner surface. f-g. Annona montana – f. branch with fruit; g. flower. h-i. Annona salzmannii – h. adaxial surface of the leave; i. flower. j. Cymbopetalum brasiliense – fruit. (a-e. Bazante 31; f-g. Bazante 260; h-i. Mendes 30; j. Bazante 256).

Arbustos a árvores, ca. 2-6 m alt. Ramos jovens e pecíolo pubescentes a glabros, tricomas simples. Pecíolo (0,5-)1-2 cm compr.; lâmina foliar (6,5-)22-24(-41,5) × (3-)6,5-9,3(-15,2) cm, elíptica a obovada, cartácea, glabra em ambas as faces, base obtusa a arredondada, ápice atenuado a acuminado, margem plana, face adaxial opaca in sicco, nervura primária impressa, nervura marginal indistinta; domácias ausentes, 10-16 pares de nervuras secundárias. Inflorescências nodais axilares a caulifloras, 1-3 flores. Pedicelo floral ca. 0,5-0,6(-1,1) cm compr., esparsamente a densamente piloso, tricomas simples, articulação basal, 2 brácteas. Sépalas 0,4-1,2 × 0,4-0,9 cm, livres, triangular-ovadas, ápice cuneado. Pétalas maduras marrom-amareladas, sem constrição logo acima da base, externas e internas valvares; pétalas externas 1,4-3,2 × 1-2 cm, elípticas; pétalas internas 0,6-2 × 0,3-1 cm, rômbicas. Estames 4-5 mm compr., tecas não loceladas; estaminódios presentes. Ovário piloso, tricomas simples. Fruto com monocarpos livres, ca. 8-15; colar basal ausente; estipe ca. 1,1-2,5 cm compr.; carpídios 0,9-2 × 0,5-1,5 cm, clavados, deiscência explosiva, curto-apiculados. Sementes 2 por carpídio, 1,5 × 0,8-1 cm, obcônicas com face interna plana, sem arilo, in sicco não aderidas ao carpídio.

Anaxagorea dolichocarpa é a espécie do gênero mais amplamente distribuída na região Neotropical (Maas & Westra 1984), ocorrendo da Costa Rica até o Brasil e Bolívia, exceto nas ilhas caribenhas e Panamá (Steyermark et al. 1995; Couvreur et al. 2012). No Brasil, ocorre na Amazônia, Mata Atlântica e no Cerrado, e na Região Nordeste possui registros na Bahia, Paraíba e Pernambuco (Pontes et al. 2004; BFG 2018). Na USJ só há ocorrência no interior dos fragmentos, sendo particularmente diferenciada pela caulifloria, pétalas externas e internas valvares, pétalas internas com face interna quilhada, fruto com carpídios clavados e com duas sementes cada.

Material examinado selecionado: Mata da Chave, 22.XII.2014, fl., M.L. Bazante et al. 37 (UFP); Mata de Macacos, 4.IX.2014, fl., M.L. Bazante et al. 20 (UFP); Mata de Piedade, 17.XII.2014, fl. e fr., M.L. Bazante et al. 31 (UFP); Mata das Vespas, 12.III.2009, fl. e fr., J.D. García-González et al. 982 (UFP); Mata de Zambana, 16.III.2014, fl. e fr., M.L. Bazante et al. 10 (UFP).

Annona L.

Arbustos a árvores; tricomas simples. Lâmina foliar com nervura primária impressa, nervura marginal indistinta; domácias presentes ou ausentes. Inflorescências opositifólias a terminais. Pedicelo floral com articulação basal, 2 brácteas. Sépalas totalmente conatas ou apenas na base, triangular-ovadas, ápice cuneado. Pétalas sem constrição logo acima da base; pétalas externas valvares; pétalas internas imbricadas, face adaxial não quilhada. Estames com tecas não loceladas; estaminódios ausentes. Fruto com carpídios concrescidos em sincarpo carnoso, ca. 150-200, globoso a obovoide; colar basal ausente; aréolas apiculadas. Sementes 1 por carpídio, ovoides, sem arilo, in sicco aderidas ao carpídio.

Annona é o terceiro maior gênero de Annonaceae com ca. 170 espécies, distribuídas no Neotrópico e na África (Chatrou et al. 2012; Jiménez-Ramírez & Soto-Núñez 2015; Guo et al. 2017). Seus frutos sincarpos carnosos despertam grande potencial econômico, como a graviola (A. muricata L.) e a pinha (A. squamosa L.) (Lemos 2014). Na área de estudo foram encontradas duas espécies.

2. Annona montana Macfad., Fl. Jamaica 1: 7. 1837.Fig. 1f-g

Árvores, ca. 10 m alt. Ramos jovens e pecíolo glabros, tricomas simples. Pecíolo 0,5-1 cm compr.; lâmina foliar 15-19(-23) × (5,2-)6,5-7,5(-8) cm, elíptica a oblonga, subcoriácea, glabra em ambas as faces, base obtusa a arredondada, ápice acuminado, margem plana, face adaxial brilhosa in sicco, nervura primária impressa; domácias presentes, 8-12 pares de nervuras secundárias. Inflorescências 1-flora. Pedicelo floral 1-2,5 cm compr., piloso, tricomas simples. Sépalas ca. 0,4 × 0,8 cm, conatas ca. 2 mm compr. apenas na base. Pétalas maduras amareladas a creme-amareladas; pétalas externas 2,5-3 × 1,5-2,2 cm, largo-ovadas, valvares; pétalas internas 2,2-2,5 × 1,8-2 cm, obovadas, imbricadas. Estames 5 mm compr. Ovário glabro. Fruto 10-18 × 9-14 cm; aréolas delimitadas, planas, lisas. Sementes ca. 0,6 × 0,5 cm.

Annona montana ocorre desde a América Central até o sul do Brasil (Ferrão 1999). Possui ampla distribuição no Brasil, ocorrendo na Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica e Pantanal, e no nordeste há registros em Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco e Sergipe (BFG 2018; Lopes & Mello-Silva 2015). Na USJ, só há registro em bordas de mata, sendo distinguida das demais espécies da área pela presença de domácias, e de A. salzmannii pelas folhas com face adaxial brilhosa in sicco (vs. opaca), margem plana (vs. revoluta), sépalas conatas apenas na base (vs. totalmente conatas) e fruto com aréolas lisas (vs. verrucosas).

Material examinado: Mata da Cruzinha, 30.X.2008, fl., A.C.B. Lins e Silva & M.A. Chagas 361 (UFP); Mata de Piedade, 18.XII.2015, fl. e fr., M.L. Bazante 260 (UFP). Material adicional examinado: BRASIL. PERNAMBUCO: Gravatá, Serra do Contente, 29.XII.2015, fl. e fr., M.L. Bazante et al. 320 (UFP); Lagoa dos Gatos, Serra do Urubu, 5.I.2016, fl. e fr., M.L. Bazante et al. 355 (UFP).

3. Annona salzmannii A. DC., Mém. Soc. Phys. Genève 5: 197. 1832.Fig. 1h-i

Arbustos a árvores, ca. 3-6,5 m alt. Ramos jovens e pecíolo pilosos a glabros, tricomas simples. Pecíolo (0,5-)0,8-1(-1,3) cm compr.; lâmina foliar (7,3-)10-17 × (3,5-)5-8,5 cm, obovada a oblonga, coriácea, glabra em ambas as faces, base aguda, cuneada ou arredondada, ápice arredondado a ligeiramente acuminado, margem revoluta, face adaxial opaca in sicco, nervura primária impressa; domácias ausentes, 7-10 pares de nervuras secundárias. Inflorescências 1-3-flora. Pedicelo floral 0,85-1,5 cm compr., pubescente a glabro, tricomas simples. Sépalas 0,4-1 × 0,7-1,1 cm, totalmente conatas. Pétalas maduras amareladas; pétalas externas 2,5-2,7 × 2-2,5 cm, estreito-ovadas, valvares; pétalas internas 2,5 × 1 cm, rômbicas, imbricadas. Estames 4 mm compr. Ovário hirsuto, tricomas simples. Fruto ca. 4 × 3,5 cm; aréolas delimitadas, ligeiramente proeminentes, verrucosas. Sementes ca. 0,7 × 0,5 cm.

Annona salzmannii é endêmica do Brasil, ocorrendo apenas na Mata Atlântica nos estados da Paraíba ao Espírito Santo (BFG 2018). Na USJ só há registro na borda das matas, assemelhando-se a A. montana pelas pétalas externas valvares e internas imbricadas, e pelo fruto sincarpo carnoso. Porém se diferencia principalmente pelas ausência de domácias, pela face adaxial foliar opaca in sicco (vs. brilhosa), margem revoluta (vs. plana) e pelas sépalas totalmente conatas (vs. conatas apenas na base).

Material examinado: Mata da BR, 30.VIII.2008, fl., P.G.A. Mendes et al. 30 (UFP); Mata da Cruzinha, 30.X.2008, fl., J.A.N. Souza 270 (UFP); Mata de Piedade, 26.I.2010, fl. e fr., J.A.N. Souza et al. 597 (UFP); Mata de Santa Helena, 8.X.2003, fl. e fr., I.M.M. Sá e Silva & H.C.H. Silva 174 (UFP).

4. Cymbopetalum brasiliense (Vell.) Benth. ex Baill., Hist. pl. 1: 240. 1868.Fig. 1j

Arbustos a árvores, ca. 2-7 m alt. Ramos jovens e pecíolo pubescentes a glabros, tricomas simples. Pecíolo (0,2-)0,3-0,4 cm compr.; lâmina foliar (11-)19-25,5 × (4,8-)8-10,5 cm, elíptica, cartácea, base cuneada, ápice acuminado, margem plana; face adaxial opaca in sicco, glabra, nervura primária proeminente, nervura marginal distintamente impressa; face abaxial pilosa a concentrado na nervura primária; domácias ausentes, 10-12(-15) pares de nervuras secundárias. Inflorescências internodais ou terminais, 1-3 flores. Pedicelo floral 6,5-8,5 cm compr., piloso a glabro, tricomas simples, com articulação supra-basal, brácteas ausentes. Sépalas 1-1,5 × 1-1,5 cm, livres, triangular-ovadas, ápice cuneado. Pétalas maduras esverdeadas a verde-amareladas, sem constrição logo acima da base, externas e internas valvares; pétalas externas 2,5-3 × 3-3,5 cm, largo-ovadas; pétalas internas 5-6 × 4-5 cm, cimbiformes. Estames 4,5 mm compr., tecas loceladas; estaminódios ausentes. Ovário incano, tricomas simples. Fruto com monocarpos livres, 8-22; colar basal ausente; estipe 0,8-1,5 cm compr.; carpídios 1-3,3 × 1-2 cm, torulosos, curto-apiculados, deiscência septicida. Sementes (1-)5 por carpídio, ca. 1,2 × 1 cm, oblongo-ovoides, arilo avermelhado, in sicco não aderidas ao carpídio.

Cymbopetalum brasiliense é a espécie de mais ampla distribuição geográfica do gênero (Murray 1993), ocorrendo desde a Venezuela ao sudeste do Brasil e nordeste da Bolívia (Steyermark et al. 1995). Possui ampla distribuição no Brasil, com ocorrência disjunta nas Florestas Amazônica e Atlântica, e na Região Nordeste há registros na Bahia, no Maranhão e em Pernambuco (BFG 2018). Na USJ, há registros tanto no interior quanto na borda das matas, sendo particularmente diferenciada pelo longo pedicelo (6,5-8,5 cm compr.), pelas pétalas internas cimbiformes, carpídios torulosos e pelas sementes com arilo avermelhado.

Material examinado: Mata do Pezinho, 19.XI.2015, fr., M.L. Bazante et al. 256 (UFP); Mata de Piedade, 27.III.2008, fl. e fr., J.S. Gomes et al. 227 (UFP).

Duguetia A.St.-Hil.

Árvores; tricomas escamiformes ou estrelado-escamiformes. Lâmina foliar com nervura primária impressa, nervura marginal indistinta; domácias ausentes. Inflorescências opositifólias. Pedicelo floral com articulação basal, 2 brácteas. Sépalas conatas apenas na base, largo-ovadas ou estreito-ovadas, ápice cuneado ou agudo. Pétalas sem constrição logo acima da base, externas e internas imbricadas; pétalas internas com face adaxial não quilhada. Estames com tecas não loceladas; estaminódios ausentes. Fruto com carpídios concrescidos em sincarpo lígneo-carnoso, ca. 200-300, globoso; colar basal presente ou ausente; aréolas apiculadas. Sementes 1 por carpídio, elipsoides, com arilo rudimentar, in sicco aderidas ao carpídio.

Duguetia apresenta ca. 95 espécies, sendo 90 Neotropicais e quatro exclusivos da África (Maas et al. 2003; Maas & Westra 2010; Bazante & Alves 2017). No Brasil, apresenta maior diversidade na Mata Amazônica, sendo diferenciado pelos tricomas escamiformes ou estrelado-escamiformes por toda a planta, pétalas internas com base geralmente calosa e sulcada, frutos com monocarpos parcialmente conatos, lígneo-carnosos, e pelos carpelos inferiores estéreis geralmente formando um colar basal (Maas et al. 2003; Couvreur et al. 2012; BFG 2018). Para a Usina São José foram registradas duas espécies do gênero.

5. Duguetia gardneriana Mart. in Mart. & Eichl. Fl. bras. 13(1): 22. 1841.Fig. 2a-e

Figura 2
a-e. Duguetia gardneriana – a. ramo com flor; b. flor; c. fruto; d. carpídio; e. tricomas lepidotos da face abaxial da folha. f-g. Duguetia moricandiana – f. flor; g. tricoma lepidoto da face abaxial da folha. h-k. Guatteria pogonopus – h. face adaxial da folha; i. flor vista de cima; j. fruto; k. monocarpo. l-m. Guatteria schomburgkiana – l. indumento da face abaxial foliar; m. flor. (a-e. Alves-Araújo (UFP); Rocha 35506; f-g. Alves-Araújo 879; h-k. Bazante 258; l-m. Bazante 7).
Figure 2
a-e. Duguetia gardneriana – a. branch with flower; b. flor; c. fruit; d. carpidium; e. large scales trichomes of the abaxial surface of the leave. f-g. Duguetia moricandiana – f. flower; g. stellate trichomes of the abaxial surface of the leave. h-k. Guatteria pogonopus – h. abaxial surface of the leaf; i. flower top view; j. fruit; k. monocarp. l-m Guatteria schomburgkiana – l. indument of the abaxial surface of the leaf; m. flower top view. (a-e. Alves-Araújo (UFP); Rocha 35506; f-g. Alves-Araújo 879; h-k. Bazante 258; l-m. Bazante 7).

Árvores, ca. 5 m alt. Ramos jovens e pecíolo densamente cobertos por tricomas escamiformes. Pecíolo 0,4-0,5 cm compr.; lâmina foliar 6,6-14 × 4,5-7,5 cm, elíptica, subcoriácea, base cuneada, ápice acuminado, margem plana; face adaxial brilhosa in sicco, glabra, nervura primária impressa; face abaxial esparsamente coberta por tricomas escamiformes; 10-12 pares de nervuras secundárias. Pedicelo floral 1,3 cm compr., densamente coberto por tricomas escamiformes. Sépalas ca. 2 × 1,5 cm, conatas 4 mm compr. apenas na base, largo-ovadas, ápice cuneado. Pétalas maduras creme, sem constrição logo acima da base, imbricadas; pétalas externas e internas ca. 2 × 1,5 cm, largo-ovadas. Estames 3 mm compr. Ovário densamente coberto por tricomas estrelado-escamiformes. Fruto 1,6-1,8(-2,5) × 0,5-0,65 cm; colar basal ca. 4 cm compr.; aréolas delimitadas, estreito-piramidais, verrucosas. Sementes ca. 1,2 × 0,6 cm.

Duguetia gardneriana é endêmica da Mata Atlântica do nordeste e ocorre nos estados de Pernambuco, Sergipe e da Paraíba (Pontes et al. 2004; Mello-Silva & Lopes 2015; BFG 2018). Diferencia-se de D. moricandiana (ver comentários) principalmente pelos ramos jovens, pecíolo e face abaxial foliar densamente cobertos por tricomas escamiformes (vs. esparsamente cobertos por tricomas estrelado-escamiformes), lâmina foliar subcoriácea, com face adaxial brilhosa in sicco (vs. cartácea e opaca) e pelo fruto com aréolas estreito-piramidais (vs. depresso-piramidais).

Material examinado: Mata de Zambana, 18.X.2007, fl., A. Alves-Araújo et al. 629 (UFP).

Material adicional examinado: BRASIL. PERNAMBUCO: Itamaracá, 10.VII.1990, fr., F.A.T. da Rocha & C. de Paula (PEUFR 35506). Goiana, Pontas de Pedra, Engenho Maçaranduba, 27.XII.1967, fr., O.C. Lira 67-168 (IPA). Olinda, Mata do litoral, 29.I.1925, fl., B. Pickel 951 (IPA).

6. Duguetia moricandiana Mart., in Mart., Fl. bras. 13(1): 22. 1841.Fig. 2f-g

Árvores, ca. 7 m alt. Ramos jovens e pecíolo esparsamente cobertos por tricomas estrelado-escamiformes. Pecíolo 0,4-0,6 × 0,2-0,3 cm; lâmina foliar 17-22,5 × 6,6-8,3 cm, obovada a elíptica, cartácea, base cuneada a obtusa, ápice acuminado; face adaxial opaca in sicco, glabra, nervura principal impressa; face abaxial esparsamente coberta por tricomas estrelado-escamiformes; 14-16 pares de nervuras secundárias. Pedicelo floral ca. 1 cm compr., densamente cobertos por tricomas estrelado-escamiformes. Sépalas 1 × 0,7 cm, conatas 3-4 mm compr. na base, estreito-ovadas, ápice agudo. Pétalas maduras amareladas, imbricadas; pétalas externas e internas ca. 1,6 × 0,6 cm, estreito-elípticas. Estames 1 mm compr. Ovário densamente coberto por tricomas estrelado-escamiformes. Fruto 3,5-5 × 3,5-5 cm; colar basal ausente; aréolas delimitadas, depresso-piramidais, verrucosas. Sementes ca. 0,8-1,2 × 0,6-0,7 cm.

Duguetia moricandiana é endêmica do Brasil, restrita até então à Bahia, Paraíba e Sergipe (Pontes et al. 2004; BFG 2018; Lopes & Mello-Silva 2015) e agora registrada para Pernambuco. Na USJ, só há coleta na borda de um único fragmento florestal. Diferencia-se de D. gardneriana (ver comentários), dentre outras características, pelas sépalas e pétalas estreito-elípticas e pelo fruto com colar basal ausente.

Material examinado: Mata do Pezinho, 15.II.2008, fl., A. Alves-Araújo & J. S. Marques 879 (UFP).

Material adicional examinado: BRASIL. PARAÍBA: Conde, Área de Proteção Ambiental de Tambaba, 23.XI.2009, fr., A.A.M. Araújo et al. 203 (JPB). Mataraca, 25.VIII.2010, fr., R.A. Pontes et al. 533 (JPB); 12.I.2011, fl., R.A. Pontes 683 (JPB).

Guatteria Ruiz & Pav.

Arbustos; tricomas simples. Lâmina foliar com nervura primária impressa, nervura marginal indistinta; domácias ausentes. Inflorescências axilares. Pedicelo floral com articulação supra-basal, 2 brácteas. Sépalas livres, triangular-ovadas, ápice cuneado ou acuminado. Pétalas sem constrição logo acima da base, externas e internas imbricadas; pétalas internas com face adaxial não quilhada. Estames com tecas não loceladas; estaminódios ausentes. Fruto com monocarpos livres, ca. 15-40; carpídios indeiscentes, apiculados. Sementes 1 por carpídio, sem arilo, in sicco aderida ou não ao carpídio.

Guatteria é um dos gêneros mais diversos da família, com cerca de 177 espécies (Maas et al. 2015), ocorrendo apenas na região Neotropical. Único membro da tribo Guatterieae, pode ser diferenciado pela articulação suprabasal no pedicelo, pelas pétalas patentes quando imaturas e, na maturidade, as do verticilo interno ficarem eretas, encobrindo o androceu e o gineceu (Maas et al. 2015). Na USJ, ocorrem duas espécies.

7. Guatteria pogonopus Mart. in Mart. & Eichl., Fl. bras. 13(1): 34. 1841.Fig. 2h-k

Arbustos, ca. 2,5 m alt. Ramos jovens e pecíolo pilosos a glabros, tricomas simples. Pecíolo (0,3-)0,5-1,2 × 0,2 cm; lâmina foliar (7-)13-19,5(-25) × 3,5-7,5 cm, oblonga a elíptica, glabra em ambas as faces, base cuneada a arredondada, ápice acuminado, margem plana; face adaxial opaca in sicco; 11-16 pares de nervuras secundárias. Pedicelo floral (0,8-)1,3-1,8 cm compr., pilosos a pubescentes, tricomas simples. Sépalas 0,4-0,5 × 0,5-0,6 cm, ápice cuneado. Pétalas maduras esverdeadas a amareladas; pétalas externas e internas 1-2 × 0,5-1,6 cm, elípticas a oblongas. Estames 1,5-2 mm compr. Ovário hirsuto, tricomas simples. Fruto com monocarpos ca. (15-)20-35(-40); estipe 1-2 cm compr.; carpídios 6-12 × 3,5-9 mm, globosos. Sementes 1 × 0,8-1 cm, globosas, in sicco aderida ao carpídio.

Guatteria pogonopus é endêmica da Mata Atlântica, ocorrendo em Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco e Sergipe (BFG 2018; Lobão et al. 2012; Lopes & Mello-Silva 2015). Vegetativamente é bastante similar a G. oligocarpa Mart., táxon endêmico e restrito a Alagoas e Bahia (Maas et al. 2015; BFG 2018), pelas folhas compridas e subcoriáceas. Porém diferencia-se principalmente pela lâmina foliar glabra em ambas as faces (vs. esparsamente pilosa na face abaxial) e pela semente in sicco aderida ao carpídio (vs. não aderida).

Na USJ, só há registros no interior da mata, distinguindo-se de G. schomburgkiana (ver comentários), dentre outras características, pelas lâminas foliares oblongas a elípticas e glabras (vs. estreito-ovadas a lanceoladas e pilosas a pubescentes).

Material examinado: Mata da Chave, 22.XII.2014, fl., M.L. Bazante et al. 39 (UFP); Mata de Cruzinha, 30.X.2008, fl., J.A.N. Souza 272 (UFP); Mata de Macacos, 4.IX.2014, fl., M.L. Bazante et al. 20 (UFP); Mata do Pezinho, 19.XI.2015, fl. e fr., M.L. Bazante et al. 258 (UFP); Mata de Piedade, 9.XII.2015, fl., E. Pessoa et al. 10 (UFP); 20.XII.2007, fl., A. Alves-Araújo & D. Araújo 754 (UFP); Mata de Zambana, 27.V.2014, fl., M.L. Bazante et al. 13 (UFP). 02.IX.2002, fl., S.G. Freire &amp & H.C.H. Silva 84 (UFP).

8. Guatteria schomburgkiana Mart. in Mart. & Eichl., Fl. bras. 13(1): 38. 1841.Fig. 2l-m

Arbustos, ca. 2 m alt. Ramos jovens e pecíolo pubescentes, tricomas simples. Pecíolo 0,3-0,6 × 0,2 cm; lâmina foliar (6,5-)9-12,5(-15) × (1,7-) 2,3-3,5(-5,1) cm, estreito-ovada a lanceolada, base cuneada, ápice acuminado, margem plana; face adaxial brilhosa a opaca in sicco, pilosa a pubescente; face abaxial pubescente; 11-14 pares de nervuras secundárias. Pedicelo floral 0,3-1 cm compr., pubescente, tricomas simples. Sépalas 0,6-0,7 × 0,4-0,5 cm, ápice acuminado. Pétalas maduras amarelo-amarronzadas a avermelhadas; pétalas externas e internas 1,7-2 × 0,6-0,8 cm, estreito-obovadas. Estames 1 mm compr. Ovário hirsuto, tricomas simples. Fruto com monocarpos ca. 17-20; estipe 0,2-0,3 cm compr.; carpídios 10 × 7 mm, obovoides. Sementes 0,6-0,8 × 0,6 cm, elipsoides, in sicco não aderidas ao carpídio.

Guatteria schomburgkiana ocorre na Guiana, Suriname, Guiana Francesa, Peru e no nordeste do Brasil (Steyermark et al. 1995). No Brasil, apresenta ocorrência disjunta na Amazônia e Mata Atlântica, nos estados da Paraíba e Pernambuco (BFG 2018). Na USJ, há registro na borda dos remanescentes, sendo distinguida de G. pogonopus (ver comentários) principalmente pelos ramos jovens e folhas pubescentes (vs. glabras), pétalas estreito-obovadas (vs. elípticas a oblongas), e pelos monocarpos com estipe 0,2-0,3 cm compr. (1-2 cm compr.).

Material examinado: Mata de Cruzinha, 30.X.2008, fl., J.A.N. Souza 271 (UFP); Mata de Macacos, 14.II.2003, fl., I.M.M. Sá & A.G. Silva 29 (UFP); Mata de Piedade, 24.IV.2007, fl., A. Alves-Araújo et al. 222 (UFP); Mata das Vespas, 17.VIII.2007, fl., A.C.B. Lins e Silva 323 (UFP); Mata de Zambana, 16.III.2014, fl. e fr., M.L.Bazante et al. 7 (UFP).

Material adicional examinado: BRASIL. PARAÍBA: Caiana, 17.V.1989, fl. e fr., C.A.B. Miranda et al. (JPB 9362).

9. Xylopia frutescens Aubl., Hist. Pl. Guiane 1: 602, tab. 242. 1775.Fig. 3a-c

Figura 3
a-c. Xylopia frutescens – a. fruto com carpídios deiscentes; b. semente com arilo; c. flor. (a-c. Bazante 45).
Figure 3
a-c. Xylopia frutescens – a. fruit with deiscente monocarp; b. seed with aril; c. flower. (a-c. Bazante 45).

Arbustos a árvores, ca. 6-8 m alt. Ramos jovens e pecíolo densamente hirsutos, tricomas simples. Pecíolo 0,1-0,3 cm compr.; lâmina foliar (3-)3,5-6,5(-7,5) × (0,8-)1-1,5(-1,8) cm, estreito-elíptica a lanceolada, cartácea, base aguda, ápice atenuado, margem plana; face adaxial opaca in sicco, glabra, nervura primária impressa, nervura marginal indistinta; face abaxial densamente hirsuta; domácias ausentes, (4-)6-10 pares de nervuras secundárias. Inflorescências nodais axilares, 3-6 flores. Pedicelo floral 0,1-0,3 cm compr., densamente hirsutos, tricomas simples, com articulação supra-basal, 2 brácteas. Sépalas 0,25-0,3 × 0,2 cm, livres, triangular-ovadas, ápice agudo. Pétalas maduras brancas, com constrição logo acima da base, valvares; pétalas externas e internas ca. 1,1-1,4 × 0,2-0,3 cm, lanceoladas a lineares. Estames 0,7 mm compr., tecas septadas; estaminódios presentes. Ovário hirsuto, tricomas simples. Fruto com monocarpos livres, ca. 3-7; colar basal ausente; estipe 0,2-0,3 cm compr.; carpídios 0,8-1,6 × 0,5-0,8 cm, globosos a elipsóides, apículo ausente, deiscência septicida. Sementes 1-2 por carpídio, oblongo-ovoides, arilo branco, in sicco não aderidas ao carpídio.

Xylopia frutescens ocorre do sudeste do México até o Brasil (Steyermark et al. 1995). Possui ampla distribuição no país, com ocorrência nas florestas Amazônica, Atlântica e no Cerrado, e na Região Nordeste há registros na Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco e Sergipe (BFG 2018; Lopes & Mello-Silva 2014; Mello-Silva & Lopes 2015). Segundo Lopes & Mello-Silva (2014), a espécie apresenta problemas de delimitação taxonômica envolvendo X. sericea, por haver sobreposição de caracteres. Mas Dias (1988), reconhece X. sericea pelas folhas subcoriáceas, face abaxial foliar tomentosa e carpídios falcado-obovóides.

Na USJ, foi encontrada no interior e na borda dos remanescentes, sendo caracterizada pela face abaxial foliar densamente hirsuta, pétalas lanceoladas a lineares com constrição logo acima da base, pelo fruto com monocarpos livres, carpídios globosos a elipsóides e sementes ariladas. Ilustração complementar em Pontes et al. (2004).

Material examinado: Mata da Chave, 22.XII.2014, fl. e fr., M.L. Bazante et al. 34 (UFP); Mata de Macacos, 23.I.2014, fl. e fr., M.L. Bazante et al. 45 (UFP); Mata do Pezinho, 19.XI.2015, fr., M.L. Bazante et al. 258 (UFP); Mata de Piedade, 17.VIII.2008, fl. e fr., J.A.N. Souza et al. 533 (UFP); Mata de Zambana, 11.III.2008, fl., M.A.M. Silva 136 (UFP).

Agradecimentos

Aos financiadores desse trabalho: CNPq, U.S. National Science Foundation (DEB-0946618), Velux Stiftung, Beneficia Foundation; além do projeto “Sustentabilidade de remanescentes de Floresta Atlântica em Pernambuco e suas implicações para a conservação e desenvolvimento local”, que contou com apoio do BMBF-Alemanha; a Regina Carvalho, as ilustrações; e aos curadores dos herbários visitados.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    06 Jul 2020
  • Data do Fascículo
    2020

Histórico

  • Recebido
    23 Maio 2018
  • Aceito
    16 Jan 2019
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