Open-access ENTRE RISCOS E PREVENÇÃO: REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE JOVENS UNIVERSITÁRIOS DA SAÚDE SOBRE O PAPILOMAVÍRUS HUMANO

RESUMO

Objetivo:  identificar as representações sociais de jovens universitários da área da saúde sobre o Papilomavírus Humano e analisar como elaboram os fatores de riscos e as estratégias de prevenção frente a essa infecção.

Método:  estudo descritivo exploratório, fundamentado na Teoria das Representações Sociais, realizado com 200 estudantes de 14 áreas da saúde de uma universidade pública do Rio de Janeiro -BR, no período de julho de 2018 a julho de 2020, pelo Teste de Associação Livre de Palavras. Os dados foram analisados por Análise Fatorial de Correspondência pelo programa TriDeux 5.2.

Resultados:  as representações dos jovens universitários variam de acordo o gênero e orientação sexual. Contudo, direcionam unicamente à mulher a responsabilização pela prevenção da doença.

Conclusão:  a identificação das representações dos jovens acerca do Papilomavírus Humano contribui para que a enfermagem possa traçar estratégias para seu enfrentamento por meio da formação desses futuros profissionais.

DESCRITORES: HPV; Adulto Jovem; Prevenção de Doenças; Vulnerabilidade em Saúde; Enfermagem.

ABSTRACT

Objective:  to identify the social representations of young university students in the health area about the Human Papillomavirus and to analyze how they develop risk factors and prevention strategies against this infection.

Method:  an exploratory and descriptive study based on the Theory of Social Representations and carried out from July 2018 to July 2020 using the Free Word Association Test with 200 students from 14 health areas at a public university in Rio de Janeiro, Brazil. The data were analyzed by means of Correspondence Factor Analysis using the Tri-Deux 5.2 program.

Results:  the university students’ representations vary according to gender and sexual orientation. However, they only direct responsibility for prevention of the disease to women.

Conclusion:  identifying young people’s representations about the Human Papillomavirus contributes so that Nursing can devise strategies to face it through the training of these future professionals.

DESCRIPTORS: HPV; Young Adult; Prevention of diseases; Health Vulnerability; Nursing.

RESUMEN

Objetivo:  identificar las representaciones sociales de jóvenes universitarios del área de la salud sobre el Virus del Papiloma Humano y analizar cómo elaboran los factores de riesgo y las estrategias de prevención para esta infección.

Método:  estudio descriptivo exploratorio, basado en la Teoría de las Representaciones Sociales, realizado con 200 estudiantes de 14 áreas de la salud de una universidad pública de Río de Janeiro, BR, de julio de 2018 a julio de 2020, utilizando el Test de Asociación Libre de Palabras. Los datos fueron analizados mediante el Análisis Factorial de Correspondencia usando el programa TriDeux 5.2.

Resultados:  las representaciones de los jóvenes universitarios varían según el género y la orientación sexual. Sin embargo, solo le atribuyen la responsabilidad de la prevención de la enfermedad a la mujer.

Conclusión:  identificar las representaciones de los jóvenes sobre el Virus del Papiloma Humano contribuye a que el área de enfermería diseñe estrategias para enfrentarlo mediante la formación de estos futuros profesionales.

DESCRIPTORES: VPH; Adulto Joven; Prevención de enfermedades; Vulnerabilidad en Salud; Enfermería.

INTRODUÇÃO

O Papilomavirus Humano (HPV) está associado ao condiloma acuminado, infectando tanto homens quanto mulheres, na região genital, anal e orofaringe, além de promover o câncer de colo de útero. O HPV ocorre em alta incidência causando diversos tipos de cânceres sendo o principal o câncer de colo de útero e configura-se num importante problema de saúde pública, especialmente nos países em desenvolvimento1. No Brasil, são esperados 16.590 novos casos de câncer do colo do útero por ano até 2022 e o risco estimado para cada 100 mil mulheres é de 15,432.

A transmissão do HPV ocorre, principalmente, nas relações sexuais desprotegidas, tendo uma incidência significativa nas primeiras atividades sexuais que normalmente, ocorrem na juventude3. Na população de jovens com menos de 25 anos, a prevalência do HPV pode atingir cerca de 30% e o maior risco de infecção pode alcançar 70% entre os jovens universitários, sendo que o contexto da universidade instiga o acadêmico a buscar um novo papel social, a estabelecer novas relações interpessoais e interações grupais, a partilhar representações sociais sobre os fenômenos que os cercam e sofrer influências em seu modo de pensar e agir frente às situações de vida, inclusive, no seu comportamento sexual4-5.

As representações sociais são responsáveis por guiar os comportamentos e remodelar os elementos do ambiente no qual eles ocorrem. Entende-se que os jovens universitários possuem representações sociais próprias, ou seja, elaboram novos significados e reconstroem pensamentos e comportamentos, que vêm do senso comum associado ao universo reificado6.

Os conteúdos acadêmicos, que compõem o universo reificado das ciências, contribuem para a elaboração das representações sociais, que nesse estudo são sobre o fenômeno do HPV. Neste contexto, pressupõe-se que conteúdos sobre essa infecção, tenham, em algum momento, sido ministrado no curso de graduação dos jovens universitários da área da saúde. Nesse sentido, a Teoria das Representações Sociais (TRS) devolve às pessoas a sua importância na formação do social, pois garante a sua participação ativa, enquanto agente transformador de uma determinada realidade social que será constantemente reconstruída6.

Diante do exposto, emergiram as seguintes questões norteadoras: Como os jovens universitários da área da saúde representam o HPV e como entendem os riscos e a prevenção dessa infecção? Desta forma, os objetivos desta pesquisa foram identificar as representações sociais de jovens universitários da área da saúde sobre o Papilomavírus Humano e analisar como elaboram os fatores de riscos e as estratégias de prevenção frente a essa infecção.

MÉTODO

Trata-se de um estudo qualitativo com jovens universitários da área da saúde, fundamentado no aporte teórico das Representações Sociais6. Os participantes da pesquisa foram 200 jovens universitários, que no campus da universidade foram convidados pela pesquisadora por amostra não probabilística, aleatória e por conveniência. Os critérios de inclusão foram jovens-jovens (18 a 24 anos) e jovens-adultos (25 a 29 anos)7, que estavam matriculados e cursando algum dos 14 cursos da área da saúde da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que são Biofísica, Biologia, Biomedicina, Enfermagem, Farmácia, Fisiologia, Fonoaudiologia, Gastronomia, Medicina, Microbiologia, Nutrição, Odontologia, Psicologia e Terapia Ocupacional. Os critérios de exclusão foram universitários que estavam com a matrícula trancada no período de coleta de dados.

A coleta de dados foi realizada presencialmente na UFRJ por duas bolsistas de iniciação científica, as quais são alunas de graduação do curso de enfermagem, após treinamento feito pela pesquisadora principal. Vale ressaltar que houve a realização de um teste piloto com sete universitários de diferentes áreas da graduação e sexo, sendo que estes não foram contabilizados na amostra final do estudo.

As técnicas para a produção dos dados foram um questionário com questões para traçar o perfil socioeconômico, demográfico e de saúde sexual e saúde reprodutiva dos participantes da pesquisa e da aplicação do Teste de Associação Livre de Palavras (TALP), no período de julho de 2018 a julho de 2020. O tempo com cada participante da pesquisa teve uma média de 20 minutos e após saturação de dados foi iniciada a análise.

Quanto ao Teste de Associação Livre de Palavras (TALP) trata-se de uma técnica do tipo de investigação aberta que se estrutura na evocação de respostas dadas a partir de estímulos indutores, que permitem colocar em evidência os universos semânticos de palavras que agrupam determinadas populações, sendo uma estrutura submetida à influência do meio cultural e da experiência pessoal8. Nesse estudo, foram utilizados três estímulos indutores: “HPV”, “Risco ao HPV” e “Prevenção do HPV”, a partir da seguinte questão: Escreva até três palavras que vem à sua mente quando vê a palavra - termo indutor. Os participantes escreveram em um formulário próprio as três primeiras palavras que vinham em sua mente, de forma individual e separadamente para cada estímulo indutor.

Os dados sobre a caracterização dos participantes foram organizados em um banco de dados no software IBM-SPSS Statistics (Versão 25) e posteriormente submetidos à análise estatística descritiva simples, com recorte por sexo, por meio de médias e distribuição de frequências9. Para a análise dos dados da TALP no software Tri-Deux (version 5.2) segundo a Análise Fatorial de Correspondência (AFC), foi construído um banco de dados com auxílio de uma planilha com os termos evocados pelos universitários a cada estímulo, sendo que cada participante recebeu uma codificação que faz parte das regras de elaboração desse banco junto ao software, o que permite, inclusive, seu anonimato.

Desta forma, a codificação ficou composta pela letra J de jovem, pelo número consecutivo do participante na realização do TALP, pelas variáveis fixas delimitadas, sexo (SEX1=Feminino e SEX 2=Masculino) e orientação sexual (ORI 1= heterossexual, ORI 2= bissexual, e ORI 3= homossexual), essas duas características foram escolhidas pautadas em estudos10. Em síntese, ficou J123 - jovem entrevistado de número um, masculino e homossexual.

Esse software possibilita através dos resultados estatísticos expostos verificar os vínculos existentes entre as variáveis, além de ser possível entender como se estruturam e organizam as representações sociais8. A AFC das evocações no TALP, pelo software Tri-Deux permite definir as relações de proximidade e distanciamento entre os universos semânticos do campo representacional, de acordo com as variáveis fixas e as variáveis de opinião ou estímulos indutores. Desta forma, possibilita analisar as semelhanças entre as respostas de um grupo específico das palavras mais evocadas através da representação gráfica do plano fatorial9.

As interpretações foram analisadas à luz da TRS segundo Serge Moscovici, por possibilitar traçar uma análise sobre a forma como o contexto social interfere na construção do sujeito e como esse influencia os comportamentos e atitudes. Entretanto, a incorporação desses saberes no cotidiano só ocorre se tiver algum sentido ou afetar a pessoa de alguma forma11.

Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Escola de Enfermagem Anna Nery e do Instituto de Atenção à Saúde são Francisco de Assis da Universidade Federal do Rio de Janeiro (EEAN/HESFA/UFRJ) com aprovação sob o número 2.672.335.

RESULTADOS

Participaram da pesquisa 200 jovens universitários sendo que a maioria eram mulheres, correspondendo a 139 (69,5%) e 61 (30,5%) homens. No que tange à orientação sexual, 130 (65%) identificou-se como heterossexuais, seguida de 36 (18%) bissexuais e 34 (17%) homossexuais. Os cursos da área da saúde foram: 50 (25%) eram da Enfermagem, 26 (13%) da Farmácia, 23 (11,5%) da Biomedicina, 18 (9%) da Fonoaudiologia, 16 (8%) da Medicina, 12 (6%) da Microbiologia, 12 (6%) da Biofísica, 12 (6%) da Fisiologia, 12 (6%) da Nutrição, oito (4%) da Psicologia, seis (3%) da Biologia, dois (1%) da Terapia Ocupacional, dois (1%) da Odontologia e um (0,5%) da Gastronomia. A faixa etária predominante nos grupos foi o denominado de jovens-jovens com 187 (94%), seguida de jovens-adultos com 12 (6%). As principais fontes de informações sobre saúde sexual e reprodutiva acessadas foram amigos (85%) seguida da Internet (80%).

Quanto à AFC, o Gráfico 1 representa os dois eixos, eixo F1 (eixo horizontal, em vermelho) e eixo F2 (eixo vertical, em azul). As variáveis fixas Sexo (SEX) e Orientação Sexual (ORI) estão indicadas pela cor verde. Os números que acompanham as evocações equivalem ao estímulo indutor, sendo 1- HPV, 2- Risco ao HPV e 3-Prevenção do HPV.

Gráfico 1
Plano Fatorial das Representações Sociais de Jovens Universitários sobre o HPV, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 2020

No fator 1 (F1), disposto na linha horizontal à direita, relacionado às participantes do sexo feminino, foram identificadas as objetivações dos jovens universitários frente aos estímulos indutores HPV, Risco ao HPV e Prevenção do HPV que contribuíram para a composição do plano fatorial (CPF). Em relação ao estímulo HPV, as palavras mais representativas e sua correspondência por fator (CPF) foram: útero (CPF: 125); câncer do colo do útero (CPF: 92) e câncer (CPF: 24). Com o estímulo Risco ao HPV, as palavras foram: transmissão congênita (CPF: 190) e desinformação (CPF: 60). Ao estímulo Prevenção do HPV, a palavra com maior significância foi exame preventivo (CPF: 24).

Ainda no eixo 1 (F1), na linha horizontal à esquerda, foram identificadas as objetivações dos participantes do sexo masculino frente aos estímulos indutores HPV e risco ao HPV, no entanto, para o estímulo Prevenção do HPV não foram identificadas palavras com cargas fatoriais consideráveis para a composição do plano fatorial. Ao estímulo indutor HPV, as palavras mulher (CPF: 39); vírus (CPF: 17) e doença (CPF: 15) foram as que apresentaram maior significância; enquanto para o estímulo Risco ao HPV emergiram as palavras contato (CPF: 120); diversos parceiros (CPF: 88); fluidos (CPF: 45) e sangue (CPF: 41).

A Figura 1 apresenta de forma gráfica as evocações mais representativas no AFC emitidas pelos jovens universitários, de acordo com a variável fixa Sexo, para cada estímulo indutor.

Figura 1
Esquema das evocações de jovens universitários segundo o sexo. Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 2020

O eixo F2, na linha vertical inferior, é correspondente aos participantes que definiram sua orientação sexual como bissexual, tendo a palavra mais representativa sexo (CPF: 112) para o estímulo HPV. Quanto ao estímulo Risco ao HPV surgiram as palavras descuido (CPF: 296) e sexo (CPF: 56) e para a Prevenção do HPV emergiram os léxicos exame (CPF: 116) e camisinha (CPF: 70).

No eixo F2, na linha vertical superior, temos as representações dos participantes de orientação sexual heterossexual e homossexual, onde as palavras mais representativas para o estímulo HPV foram: verruga (CPF: 84); IST (CPF: 41) e vacina (CPF: 19). Para o estímulo Risco ao HPV as palavras sexo sem camisinha (CPF: 111) e compartilhamento de objetos pessoais (CPF: 99) foram as mais significativas. No estímulo Prevenção do HPV emergiu apenas uma palavra com representatividade: vacina (CPF: 59).

Na Figura 2 expõem-se de forma gráfica as evocações mais representativas no AFC emitidas pelos jovens universitários, de acordo com a variável fixa Orientação Sexual, para cada estímulo indutor.

Figura 2
Esquema das evocações de jovens universitários segundo a orientação sexual. Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 2020

DISCUSSÃO

Tendo como base a TRS de Moscovici, através das palavras evocadas por esses jovens, observam-se sentidos que se relacionam com as dimensões sociais, de gênero, da sexualidade humana, mas também do conhecimento acadêmico do universo reificado. Para o grupo feminino a representação dada ao estímulo HPV baseia-se em um processo de ancoragem sobre as consequências dessa infecção relacionada ao corpo feminino, principalmente pelas evocações Útero e Câncer. Essa elaboração tem bases no universo consensual que é reforçada pela própria ciência, que historicamente, traz o modelo de patologização do corpo feminino12.

Na TRS são considerados os valores históricos e culturais, conteúdos e sentidos acerca do objeto de representação. Pelo processo de ancoragem, a sociedade transforma o objeto social em um instrumento que ela pode dispor6. Neste sentido, essas construções ancoradas na patologização do corpo feminino evidenciam a influência da crença social da soberania masculina e do machismo estrutural sustentando em nossa sociedade, nas representações desses jovens sobre o HPV, fatores esses que se relacionam fortemente com as construções socioculturais em relação às desigualdades de gênero. A representação do HPV como uma “doença de mulher”, pode ter influência direta na pouca procura dos jovens do gênero masculino pelo serviço de saúde sexual e saúde reprodutiva13.

As formulações e diretrizes destacam, prioritariamente, o público feminino como protagonista de ações e programas de saúde das Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) e HPV, distanciando a população masculina desses direcionamentos12. Doravante, o HPV é considerado um fator de risco para câncer de pênis, representado por 40% dos casos14, mas os jovens não trazem esse acometimento em suas evocações, pois elaboram os sentidos dessa infecção apenas ao corpo feminino.

Os vocábulos câncer do colo do útero, câncer, vírus e doença evidenciam uma organização da representação do HPV ao universo reificado, pautado nas ciências e no conhecimento científico sobre essa infecção. Essa inferência pode ter base por se tratar de universitários da área da saúde, que atribuem à exposição formal e acadêmica das informações relacionadas ao papilomavírus humano como parte do currículo dos cursos de graduação, mas também à aquisição cumulativa de informações sociais relacionadas ao HPV15.

Quanto ao estímulo Risco ao HPV, o vocábulo transmissão congênita, evocados pelo segmento de mulheres, demonstra uma construção que se baseia em um universo consensual e no estereótipo feminino, por meio de um ideal da mulher como gestante, mãe, protetora e responsável pela segurança do filho, ratificando a questão de gênero relacionada às representações da vulnerabilidade frente ao HPV16.

Quanto à palavra desinformação, nessa evocação, evidencia-se sentidos que se relacionam com o conhecimento e a qualidade da informação recebida sobre essa infecção e o risco conferido pela falta desse conhecimento. Apesar de serem jovens universitários da área da saúde, de acordo com o perfil dos participantes dessa pesquisa, foi evidenciado que a principal fonte de informações sobre saúde sexual e saúde reprodutiva foi advinda das conversas com os amigos e a internet, o que reforça a representação ancorada no universo consensual.

Ressalta-se que o meio acadêmico no qual estão inseridos esses jovens, apresenta-se em penúltimo lugar entre os meios de informações citadas, sendo representadas pela figura do professor. Esse fato reforça a importância do senso comum na elaboração das representações sociais do HPV. As fragilidades nas informações recebidas sobre essa temática de fato representam uma barreira para pôr em prática formas efetivas de prevenção e de combate ao HPV, acarretando maior vulnerabilidade diante desta situação12.

Uma das principais barreiras para prevenção e detecção precoce da infecção por HPV é a pouca disponibilidade e precisão de informações de qualidade, o uso irregular do preservativo, a dificuldade de acesso aos serviços de saúde e baixa cobertura vacinal17. No entanto, uma estratégia possível a ser utilizada por profissionais de saúde e pelos profissionais que atuam na formação desses jovens é a própria universidade, que através da divulgação científica em sala de aula, redes sociais virtuais interativas, rodas de conversas e atendimento específico à saúde estudantil, podem ser proposições que aproxime esses jovens da temática para uma informação qualificada.

Para o grupo masculino tornar o HPV familiar, que é uma das finalidades das representações sociais6, foi necessário trazer elementos específicos do HIV para conseguirem elaborar essa virologia. Devido ao HIV ser mais abordado pelos profissionais de saúde, pela mídia e pela sociedade quando se trata das IST, esse vírus é fortemente confundido socialmente com o vírus do HPV12.

Reitera-se a importância da divulgação em saúde e o fornecimento de informações de qualidade para todos os jovens, independentemente de serem futuros profissionais de saúde. As estratégias de divulgação em saúde, para serem efetivas para a juventude podem ser pensadas a partir da utilização da internet, através de conteúdos interativos, por ser uma ferramenta mais próxima desses jovens e que os alcançariam de forma mais eficiente, porém é necessário ter fontes de informação qualificada para maior segurança e fidedignidade10.

Ainda com relação ao estímulo Risco ao HPV, para o grupo masculino também foram evidenciadas as palavras contato e diversos parceiros. Essa representação está baseada em um senso comum da relação das IST com a promiscuidade originária do universo consensual da antiga denominação de doenças venéreas, referindo-se a Vênus, que na mitologia grega, era a deusa do amor18.

Esses conteúdos de diversos parceiros relativos aos saberes dos participantes ao risco ao HPV guardam estreita relação com a memória social, repercutindo no significado histórico-cultural e simbólico que instruem reações, comportamentos e pensamentos em relação a essa infecção sexual19. Nesta investigação, a memória social apresenta-se como um conceito guarda-chuva, englobando as memórias pessoais, comuns, coletivas, históricas orais, históricas documentais, práticas e públicas do grupo de enfermeiros artífices do cuidado à época. A representação social pode ser entendida como um conjunto de proposições e explicações que surgem no interior da vida cotidiana no curso de comunicações interpessoais. Ela é o equivalente, na sociedade atual, aos mitos e sistemas de crenças das sociedades tradicionais; pode também ser vista como a versão contemporânea do senso comum20.

Ainda com relação ao segmento masculino, o estímulo prevenção do HPV está representado como uma infecção que acomete um grupo externo, não sendo ameaçadora para o seu grupo de pertença, logo, se aplica a representação hegemônica do “eu não”, “meu grupo não” e a negação de que a infecção possa afetar o grupo interno21. Essa representação interfere diretamente nas práticas preventivas adotadas por esse grupo, delegando ao outro a responsabilidade pelo processo de prevenção. Por outro lado, para o segmento feminino, a palavra evocada exame preventivo, retoma a ancoragem atribuída por esse grupo ao primeiro estímulo HPV, com a corporificação dessa infecção, logo, a forma de prevenção estaria centrada exclusivamente no exame preventivo do colo de útero.

No eixo F2, na linha vertical superior, apresentam-se os indícios de representações em torno do HPV para os participantes que definiram sua orientação sexual como heterossexual e homossexual. Esses indícios se apresentaram de forma semelhante, pois estão dispostos no mesmo plano do gráfico, demonstrando aproximações com relação aos conteúdos e sentidos referentes ao objeto de investigação. Ainda no eixo (F2), a linha vertical inferior exibe os elementos dos participantes que definiram sua orientação sexual como bissexual.

As explicações para tais significados atribuídos ao HPV pela diversidade sexual advêm da construção social da realidade que gera modelos sociais, que possuem linguagem, ideologia e imaginários próprios. Essas construções determinam as ideias compartilhadas pelo grupo e influenciam nas condutas desejáveis ou admitidas por esse mesmo segmento20. Frente aos resultados de análise do plano fatorial de correspondência, infere-se que os segmentos de hétero e homoafetivos divergem do grupo de bissexuais. que apresentaram explicações e sentidos próprios. Essa diferenciação pode estar pautada na concepção de que a sociedade percebe a bissexualidade como uma fase de indecisão, recusa à exposição da homossexualidade, reafirmando a heteronormatividade, pontuando ainda que seria a união entre masculino-feminino em multímodo psico-corporal-sexual que trazem explicações e sentidos próprias no que tange a temas ligados à sexualidade e saúde sexual22.

No grupo representado pelos jovens hetero e homossexuais no estímulo HPV, emergiram as evocações Verruga e IST, indicando uma dimensão imagética dessa infecção ancorada em suas características e propriedades clínicas. Neste contexto, para dar sentido ao HPV, os participantes buscam o conhecimento reificado sobre a origem do problema, representada por uma infecção transmitida por via sexual.

Diferente das representações quanto à variável sexo, quando analisadas essas representações por orientação sexual, o HPV não está relacionado como causa de câncer do colo do útero e sim, a sua imagem clínica, corroborando com estudos anteriores cuja representação do HPV é construída através da imagem dos aspectos físicos e estéticos dessa infecção13,23. Com isso, o HPV foi objetificado como Verruga, materializando-o e dando forma e concretude à infecção investigada.

Também foi evocada por esse grupo o vocábulo Vacina, tanto no significado do HPV como na sua prevenção. Essa palavra pode ter se tornado representativa depois que a vacinação contra o HPV integrou o Programa Nacional de Imunização (PNI) do Sistema Único de Saúde (SUS) em 2014, cuja campanha foi veiculada nos canais de comunicação. Essa inserção popularizou a vacina contra o HPV, que até então era algo alcançável apenas a uma parcela da população de maior poder aquisitivo. Os meios de comunicação se constituem como importantes propagadores de representações sociais, o qual mantém a capacidade de fabricar, produzir e reproduzir, bem como, disseminar grande quantidade de informações, assumindo um papel importante no comportamento e na formação dos grupos sociais24.

Nesta linha de raciocínio, num campo representacional hierárquico e lógico é possível compreender que o risco de contrair o HPV, para esse segmento de hetero e homossexuais, foi pautado na dimensão atitudinal do sexo desprotegido, ou seja, sem o uso da camisinha. Essa representação se relaciona com a concepção do HPV como uma IST, evidenciada pela representação atribuída ao primeiro estímulo, logo o perigo de ser contaminado estaria ancorado no sexo sem proteção. Outra forma de contágio entendida foi o compartilhamento de objetos pessoais que estariam contaminados por esse vírus. Sendo as representações sociais categorias que servem para classificar as circunstâncias, fenômenos, pessoas e pôr ordem nas coisas, nos ajuda a definir as prioridades e as ações, além de ser um subsídio para entender qual a lógica que sustenta as escolhas dos indivíduos20.

Para o grupo formado por bissexuais, composto majoritariamente por mulheres, a palavra Sexo foi a mais representativa para compor o plano fatorial do HPV, indicando, igual ao grupo anterior, uma ancoragem na principal forma de transmissão dessa infecção - a via sexual. A palavra Descuido foi bastante representativa para o grupo de bissexuais, que por ser formado majoritariamente por mulheres, pode-se inferir que esse achado está ancorado ao estereótipo feminino que é relacionado ao cuidado, que impacta em todos os âmbitos da vida das mulheres, inclusive em relação à escolha da profissão25. Neste contexto, pode-se entender os motivos pelos quais esse segmento relacionou o risco ao HPV com a prática sexual descuidada. Frente a essa representação, a prevenção ganha sentido com os vocábulos Exame e Camisinha, relacionando o cuidado preventivo a essa infecção à realização de exames em geral e ao sexo seguro através da utilização do preservativo.

A limitação do estudo está pautada na redução da pesquisa aos estudantes universitários da área da saúde e apenas a uma universidade pública. Sugere-se ampliar a discussão para abarcar outros cursos de graduação e outras instituições de ensino públicas e privadas.

CONCLUSÃO

Conclui-se com este estudo que as representações sociais dos jovens universitários da área da saúde sobre o HPV e sua influência nos riscos e nas estratégias de prevenção, guardam nexos com o gradiente de conhecimento acadêmico, mas também estão carreados pelo seu contexto social e de gênero.

Conhecer as representações dos jovens acerca do HPV contribui para que a enfermagem possa traçar estratégias para o enfrentamento dessa IST por meio da formação desses futuros profissionais e implementar cuidados que considerem seu meio social, comportamentos, atitudes, suas crenças e saberes. Sugere-se que a temática do Papilomavírus humano seja trabalhada por ações interdisciplinares e intersetoriais, com os jovens universitários, abordando questões de gênero e sexualidade, como assuntos transversais às infecções sexualmente transmissíveis.

AGRADECIMENTOS

Artigo extraído da Pesquisa com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro/FAPERJ intitulada: Papilomavirus humano e jovens Universitários entre conhecimentos e práticas preventivas: subsídios para enfermagem”. Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), 2020. E-26/200.213/2018.

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  • Editora associada: Dra. Tatiane Trigueiro

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    16 Dez 2022
  • Data do Fascículo
    2022

Histórico

  • Recebido
    23 Dez 2021
  • Aceito
    12 Jul 2022
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