RESUMO
A Mata Atlântica é um “hotspot” de biodiversidade, devido a sua elevada riqueza, endemicidade e ameaças. Caracterizamos as fitofisionomias e listamos as espécies vasculares do Parque Estadual Lagamar de Cananéia (PELC). Foram coletadas as espécies de diferentes hábitos encontradas ao longo das trilhas percorridas no PELC e o mapeamento das fitofisionomias foi feito por fotointerpretação. Mapeamos oito fitofisionomias vegetacionais, com Floresta Ombrófila Densa Submontana, representando 53,9%, enquanto as Montanas e das Terras Baixas cobriram 14,3% e 13,2%, respectivamente. A flora conhecida do PELC é composta por 540 espécies vasculares distribuídas em 122 famílias, sendo 55 espécies de Samambaias e Licófitas, duas Gimnospermas e 483 Angiospermas, com espécies em risco de extinção (20 espécies). O PELC possui fitofisionomias importantes e flora com elevada riqueza de espécies, ratificando sua importância para a conservação da biodiversidade da Mata Atlântica no Estado de São Paulo.
Palavras-chave:
flora; Mata Atlântica; Vale do Ribeira; Unidade de Conservação
ABSTRACT
The Atlantic Forest is a biodiversity hotspot due to its high species richness, endemicity, and threats. We characterized the phytophysiognomies and listed the vascular species of the Parque Estadual Lagamar de Cananéia (PELC). All species and habits found along the trails covered in the PELC were collected, and the phytophysiognomies were mapped by photointerpretation. We mapped eight vegetational phytophysiognomies, with Submontane Dense Ombrophilous Forest representing 53.9%, whereas Montane and Lowland forests covered 14.3% and 13.2%, respectively. The known flora of PELC is composed of 540 vascular species distributed in 122 families, with 55 species of ferns and lycophytes, two gymnosperms and 483 Angiosperms, with threatened species (20 species). The PELC has a diversity of phytophysiognomies and a high richness of species, thus confirming its importance for the conservation of the plant biodiversity of the Atlantic Forest in the State of São Paulo.
Keywords:
Atlantic Forest; flora; Nature Conservation Unit; Ribeira Valley
Introdução
A Mata Atlântica tem sofrido longa e intensiva história de distúrbios que teve início com a chegada dos colonizadores portugueses ao Brasil, em 1.500, com a extração das árvores de pau-brasil (Paubrasilia echinata (Lam.) Gagnon, H.C.Lima & G.P.Lewis), o que tornou a espécie ameaçada de extinção. Posteriormente, o desmatamento das florestas deu lugar a implantação de diversas commodities, tais como a cana-de-açúcar no século XVII no Nordeste, o café do séc. XVIII ao XIX no Sudeste, o cacau na Bahia entre os sécs. XIX-XX e a pecuária após a degradação do solo para agricultura (Joly et al. 2014Joly, C.A., Metzger, J.P. & Tabarelli, M. 2014. Experiences from the Brazilian Atlantic Forest: ecological findings and conservation initiatives. New Phytologist 204: 459-473., Dean 1996Dean, W. 1996. A ferro e fogo: a história e a devastação da Mata Atlântica brasileira. Companhia das Letras, São Paulo., Tabarelli et al. 2005Tabarelli, M., Pinto, L.P., Silva, J.M.C., Hirota, M. & Bedê, L. 2005. Desafios e oportunidades para a conservação da biodiversidade na Mata Atlântica brasileira. Megadiversidade 1: 132-138.). Tal histórico de uso das florestas, associado à expansão territorial urbana devido ao crescimento populacional, causaram a fragmentação da Mata Atlântica (Dean 1996Dean, W. 1996. A ferro e fogo: a história e a devastação da Mata Atlântica brasileira. Companhia das Letras, São Paulo.) e, consequentemente, o empobrecimento da biota em vários locais.
A degradação pretérita e atual levou a Mata Atlântica à condição de um dos “hotspots” do planeta, ou seja, uma das áreas naturais mais relevantes para a conservação devido à elevada riqueza e alto índice de espécies endêmicas, mas também sujeita às grandes pressões antrópicas que aumentam o risco de extinção (Myers et al. 2000Myers, N., Mittermeier, R.A., Mittermeier, C.G., Fonseca, G.A.B. & Kent, J. 2000. Biodiversity hotspots for conservation priorities. Nature 403: 853-858.). A extinção local de espécies pode ocorrer, principalmente, quando ocorrem mudanças drásticas na estrutura da paisagem que reduzam 30-50% da cobertura do habitat da paisagem original (Joly et al. 2014Joly, C.A., Metzger, J.P. & Tabarelli, M. 2014. Experiences from the Brazilian Atlantic Forest: ecological findings and conservation initiatives. New Phytologist 204: 459-473.). Em território brasileiro restam apenas 12,4% da cobertura vegetal original da Mata Atlântica (Fundação SOS Mata Atlântica/Instituto de Pesquisas Espaciais 2022Fundação SOS Mata Atlântica/Instituto de Pesquisas Espaciais - INPE. 2022. Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica - período 2020-2021 - Relatório Técnico. São Paulo: SOSMA/INPE. Disponível em https://cms.sosma.org.br/wp-content/uploads/2022/05/Sosma-Atlas-2022-1.pdf (acesso em 30-XII-2022).
https://cms.sosma.org.br/wp-content/uplo...
), a maior parte situada no Estado de São Paulo, onde 5.431.220 ha remanescentes ocupam 32,6% do território (Nalon et al. 2022Nalon, M.A., Matsukuma, C.K., Pavão, M., Ivanauskas, N.M. & Kanashiro, M.M. 2022. Inventário da cobertura vegetal nativa do Estado de São Paulo. São Paulo: SIMA/IPA. Disponível em https://indd.adobe.com/view/publication/a5aba10f-0090-4109-ac1c-944c8260b1ff/57wk/publication-web-resources/pdf/INVENTARIOflorestal_livroFINAL.pdf (acesso em 21-VΠI-2022).
https://indd.adobe.com/view/publication/...
). A Bacia Hidrográfica do Ribeira de Iguape abriga a maior área remanescente, totalizando 24,4% da Mata Atlântica paulista (Nalon et al. 2022Nalon, M.A., Matsukuma, C.K., Pavão, M., Ivanauskas, N.M. & Kanashiro, M.M. 2022. Inventário da cobertura vegetal nativa do Estado de São Paulo. São Paulo: SIMA/IPA. Disponível em https://indd.adobe.com/view/publication/a5aba10f-0090-4109-ac1c-944c8260b1ff/57wk/publication-web-resources/pdf/INVENTARIOflorestal_livroFINAL.pdf (acesso em 21-VΠI-2022).
https://indd.adobe.com/view/publication/...
).
A fim de salvaguardar a biodiversidade, é necessário planejar e agir para a conservação dos remanescentes, situação para a qual Joly et al. (2014)Joly, C.A., Metzger, J.P. & Tabarelli, M. 2014. Experiences from the Brazilian Atlantic Forest: ecological findings and conservation initiatives. New Phytologist 204: 459-473. apontam a necessidade de pesquisas em quatro tópicos principais: 1) descrição e identificação da biodiversidade; 2) resposta da floresta às perturbações humanas em diferentes tipos de floresta e contextos socioeconómicos; 3) relação entre biodiversidade, processos ecológicos e serviços ecossistêmicos considerando diferentes cenários de mudanças climáticas; e (4) instrumentos econômicos para apoiar a sustentabilidade. Nesse contexto, este estudo contribui com o tópico 1, ao descrever os tipos vegetacionais e listar as espécies de plantas de uma das principais unidades de conservação de proteção integral no Vale do Ribeira.
Situado no Litoral Sul do Estado de São Paulo, o Mosaico de Unidades de Conservação do Jacupiranga (MOJAC) possui área total de 243.885,78 ha. Esse instrumento de gestão previsto pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (Brasil, 2000Brasil. 2000. Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1º, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9985.htm (acesso em 21-VII-2023).
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/lei...
) é composto por 14 Unidades de Conservação, das quais 11 pertencem ao grupo de Uso Sustentável e três ao grupo de Proteção Integral (São Paulo 2008São Paulo. 2008. Lei nº 12.810, de 21 de fevereiro de 2008. Altera os limites do Parque Estadual de Jacupiranga, criado pelo Decreto-lei nº 145, de 8 de agosto de 1969, e atribui novas denominações por subdivisão, reclassifica, exclui e inclui áreas que especifica, institui o Mosaico de Unidades de Conservação do Jacupiranga e dá outras providências. São Paulo: Imprensa Oficial. Diário Oficial do Estado de São Paulo. Seção I. v. 118, n. 34, de 22 de fevereiro de 2008., Moura et al. 2011Moura, C., Arzolla, F.A.R.D.P., Paula, G.C.R. & Vilela, F.E.S.P. 2011. Os Mosaicos de Unidades de Conservação na região do Vale do Ribeira, São Paulo: considerações sobre os processos de criação. Olam - Ciência & Tecnologia 11: 59-73.).
As UCs de Uso Sustentável têm como objetivo compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos seus recursos naturais e, no caso das Reservas, preservar o modo de vida de populações tradicionais. No MOJAC, estão representadas por quatro Áreas de Proteção Ambiental (APA), cinco Reservas de Desenvolvimento Sustentável (RDS) e duas Reservas Extrativistas (RESEX). As UCs de Proteção Integral têm como objetivo preservar a natureza, admitindo-se apenas o uso indireto dos seus recursos naturais. No MOJAC, abrangem três Parques Estaduais: o PE Caverna do Diabo, o PE Rio Turvo e o PE Lagamar de Cananéia.
Este trabalho tem por objetivo caracterizar as fitofisionomias e listar as espécies vasculares protegidas pelo PE Lagamar de Cananéia. Dentre as UCs de Proteção Integral que compõem o MOJAC, esta unidade se destaca por ser a única a preservar trechos consideráveis de vegetação natural que se estendem desde o litoral até a a Serra de Paranapiacaba, abrigando diferentes habitats para a conservação da biodiversidade paulista e, por consequência, da Mata Atlântica brasileira. Também por essa singularidade, esta UC é referência para o monitoramento das atividades previstas no manejo das UCs de uso sustentável que compõem o MOJAC, para o qual o diagnóstico aqui apresentado é um subsídio relevante.
Material e métodos
O Parque Estadual do Lagamar de Cananéia (PELC) possui 40.758,64 ha e está localizado nos municípios de Cananéia e Jacupiranga (Bim & Furlan 2013Bim, O.J.B. & Furlan, S.A. 2013. Mosaico do Jacupiranga - Vale do Ribeira/SP: conservação, conflitos e soluções socioambientais. USP AGRÁRIA, São Paulo, 18: 4-36.), ao sul do Mosaico do Jacupiranga, próximo ao litoral do Oceano Atlântico (São Paulo 2018São Paulo. 2018. Plano de Manejo do Parque Estadual Lagamar de Cananéia - versão preliminar. Disponível em https://sigam.ambiente.sp.gov.br/sigam3/Repositorio/511/Documentos/MOJAC/PE_Lagamar/211124_Template%20PE%20Lagamar%20de%20Cananeia.pdf (acesso em 14-II-2023).
https://sigam.ambiente.sp.gov.br/sigam3/...
), no Estado de São Paulo, Brasil.
Segundo a classificação climática de Köppen, o clima na região do PELC é do tipo mesotérmico úmido (Cfa) com temperatura média acima de 22 °C e precipitação anual entre 1.300 e 2.000 mm (Lamparelli 1998Lamparelli, C.C. (coord.). 1998. Mapeamento dos ecossistemas costeiros do Estado de São Paulo. Páginas & Letras, São Paulo.). A variação altitudinal do PELC vai da cota zero na região do Iririú e ultrapassa os 1.000 m na Serra do Gigante. Os solos predominantes no relevo de Montanhas são do tipo Cambissolos Háplicos (CX13, 9, 18) típicos ou latossólicos; nos Morros e Morrotes residuais os Cambissolos Háplicos (CX18); nos Morrotes e Colinas predomina o Argissolo Vermelho-Amarelo (PVA16); nos Morrotes pequenos (amplitude de 20 a 80m) predomina o Latossolo Amarelo (LA8); nas Planícies Flúvio Coluviais temos os Gleissolos (GX4, 7); nos Terraços e Planícies o Neossolo Flúvico (RY2, 3), Espodossolo (EK), o Gleissolo Háplico (GX4, 7) e o Organossolo (OJ2) e nas Planícies de Maré ocorrem os Gleissolos Sálicos (GZ) (Rossi et al. 2020Rossi, M., Kanashiro, M.M. & Hirokado, V.K. 2020. Pedologia. In: Plano de Manejo do Parque Estadual Lagamar de Cananéia - Versão Preliminar. Instituto de Pesquisas Ambientais: Fundação Florestal, São Paulo, 2020. pp. 76-82. Disponível em https://sigam.ambiente.sp.gov.br/sigam3/Repositorio/511/Documentos/MOJAC/PE_Lagamar/211124_Template%20PE%20Lagamai%20de%20Cananeia.pdf (acesso em 19-VII-2023).
https://sigam.ambiente.sp.gov.br/sigam3/...
).
O mapa de fitofisionomias do PELC foi elaborado a partir do Projeto Inventário Florestal do Estado de São Paulo - Mapeamento da Cobertura Vegetal Nativa - 2018-2019 (Nalon et al. 2022Nalon, M.A., Matsukuma, C.K., Pavão, M., Ivanauskas, N.M. & Kanashiro, M.M. 2022. Inventário da cobertura vegetal nativa do Estado de São Paulo. São Paulo: SIMA/IPA. Disponível em https://indd.adobe.com/view/publication/a5aba10f-0090-4109-ac1c-944c8260b1ff/57wk/publication-web-resources/pdf/INVENTARIOflorestal_livroFINAL.pdf (acesso em 21-VΠI-2022).
https://indd.adobe.com/view/publication/...
), atualizado e detalhado utilizando-se imagens da Rede MAIS/MJSPBrasil. 2020. Rede MAIS/MJSP. Programa Brasil Mais - Meio Ambiente Integrado e Seguro. (Portaria MJSP n° 535, de 22 de setembro de 2020). Ministério da Justiça e Segurança Pública. Disponível em https://plataforma-pf.sccon.com.br/#/ (acesso em 4-II-2020).
https://plataforma-pf.sccon.com.br/#/...
, que inclui o material © (2020) Planet Labs Inc., adaptando os procedimentos adotados por Lueder (1959)Lueder, D.R. 1959. Serial photographic interpretation, principles and applications. MacGraw-Hill, New York. e Spurr (1960)Spurr, S.H. 1960. Photogrammetry and photo-interpretation. Ronald Press, New York., que identificam e classificam a vegetação utilizando os elementos da imagem fotográfica como cor, tonalidade, textura, entre outros.
O sistema de classificação da vegetação adotado foi o proposto por Veloso et al. (1991)Veloso, H.P., Rangel Filho, A.L.R. & Lima, J.C.A. 1991. Classificação da vegetação brasileira, adaptada a um sistema universal. IBGE, Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais, Rio de Janeiro. e adaptado ao revisado pelo IBGE (2012)IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 2012. Manual técnico da vegetação Brasileira. 2. ed. Coordenação de Recursos Naturais e Estudos Ambientais, Rio de Janeiro., o qual segue nomenclatura internacional. Para a escala de maior detalhe, as fitofisionomias do sistema fitogeográfico brasileiro foram relacionadas às transcrições das tipologias vegetais da Resolução CONAMA 07/1996CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente. 1996. Anexo da Resolução CONAMA 07/96, de 23 de julho de 1996. Diário Oficial da União. Brasília. Publicado em 26.08.1996. (CONAMA 1996CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente. 1996. Anexo da Resolução CONAMA 07/96, de 23 de julho de 1996. Diário Oficial da União. Brasília. Publicado em 26.08.1996.), descritas e aprimoradas por Lopes (2007)Lopes, E.A. 2007. Formações florestais de Planície Costeira e Baixa-Encosta e sua relação com o substrato geológico nas bacias dos rios Itaguaré e Guaratuba (Bertioga - SP). Dissertação de Mestrado, Instituto de Botânica, São Paulo., Moreira (2007)Moreira, M.G. 2007. Associações entre os solos, os ambientes quaternários e as fitofisionomias de planície costeira e baixa encosta nas bacias dos rios Itaguaré e Guaratuba (Bertioga - SP). Dissertação de Mestrado, Instituto de Botânica, Secretaria do Meio Ambiente, São Paulo., Martins et al. (2008)Martins, S.E., Rossi, L., Sampaio, P.S.P. & Magenta, M.A.G. 2008. Caracterização florística de comunidades vegetais de restinga em Bertioga, SP, Brasil. Acta Botanica Brasilica 22: 249-274. e Souza & Luna (2008)Souza, C.R.G. & Luna, G.C. 2008. Unidades quaternárias e vegetação nativa de planície costeira e baixa encosta da Serra do Mar no Litoral Norte de São Paulo. Revista do Instituto Geológico 29: 1-18., cujas correlações entre os tipos de substratos e a vegetação já foram aplicados às fitofisionomias do Parque Estadual da Restinga de Bertioga (Mattos et al. 2018Mattos, I.F.A., Rossi, L., Kanashiro, M.M. & Ivanauskas, N.M. 2018. Meio Biótico: vegetação. In: São Paulo (Estado). Parque Estadual Restinga de Bertioga: plano de manejo. Secretaria de Meio Ambiente, São Paulo. Disponível em http://arquivos.ambiente.sp.gov.br/fundacaoflorestal/2019/01/plano-de-manejo-pe-restinga-de-bertioga.pdf (acesso em 4-II-2020).
http://arquivos.ambiente.sp.gov.br/funda...
). A despeito do uso frequente na literatura brasileira do termo “Floresta de Restinga”, não há correspondente na classificação fitogeográfica internacional (IBGE 2012IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 2012. Manual técnico da vegetação Brasileira. 2. ed. Coordenação de Recursos Naturais e Estudos Ambientais, Rio de Janeiro.). Numa associação direta, a vegetação florestal sobre a planície litorânea corresponde à Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas e os demais tipos compõem as Formações Pioneiras, complexo vegetacional de primeira ocupação de caráter edáfico (Veloso et al. 1991Veloso, H.P., Rangel Filho, A.L.R. & Lima, J.C.A. 1991. Classificação da vegetação brasileira, adaptada a um sistema universal. IBGE, Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais, Rio de Janeiro.). Foram utilizados termos conceituais adotados pelo IBGE (1992)IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 1992. Manual Técnico da Vegetação Brasileira. Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais, Rio de Janeiro. e claramente descritos em Marques et al. (2011)Marques, M.C.M., Swaine, M.D. & Liebsch, D. 2011. Diversity distribution and floristic differentiation of the coastal lowland vegetation: implications for the conservation of the Brazilian Atlantic Forest. Biodiversity and Conservation 20: 153-168.: floresta (fisionomia onde predominam árvores) a escrube (fisionomia onde predominam arbustos); vegetação alagável (solo com lençol freático aflorante por período superior a cinco meses anualmente) e vegetação não alagável (sobre solo seco ou bem drenado).
Dados secundários sobre a flora vascular da unidade foram obtidos em coleções científicas e em literatura. Os registros em coleções científicas foram obtidos na base de dados do Herbário Virtual da Flora e dos Fungos (INCT 2020INCT - Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia. Herbário virtual da flora e dos fungos. Disponível em http://inct.splink.org.br (acesso em 03-II-2020).
http://inct.splink.org.br...
) e no REFLORA - Herbário Virtual (REFLORA 2020)Reflora - Herbário Virtual. Disponível em http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/herbarioVirtual/ (acesso em 28-I-2015).
http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/herba...
. Com as ferramentas de cada sistema, foi realizada a busca de espécimes coletadas no município de Cananéia. Desse universo, foram filtrados os registros com as coordenadas geográficas posicionadas no interior da PELC ou que, no campo localidade, mencionavam alguma informação que pudesse ser vinculada à unidade (estrada, acidente geográfico, ponto turístico). As buscas foram realizadas entre setembro e dezembro de 2020.
Os registros compilados de literatura foram provenientes de artigos científicos e técnicos publicados ou dados não publicados (relatórios, dissertações e teses), localizados em bases de dados disponíveis nas bases WOoS (2020), SciELO (2020)SciELO - Scientific Electronic Library Online. Disponível em https://www.scielo.org/pt (acesso em 4 II 2020).
https://www.scielo.org/pt...
e BDTD (2020)BDTD - Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações. Disponível em http://bdtd.ibict.br/vufind/ (acesso em 4-II-2020).
http://bdtd.ibict.br/vufind/...
, utilizando os termos “Cananéia”, “Lagamar” ou “Jacupiranga” como critério de busca. Após a compilação da literatura, foram selecionadas aquelas com menção à coleta em localidades no interior do Parque.
Expedições a campo foram realizadas entre 21 a 27 de setembro e 21 a 25 de outubro de 2019, com o intuito de auxiliar no reconhecimento dos tipos vegetacionais existentes na unidade, detalhar o mapa de fitofisionomias e elaborar uma lista expedita de espécies da flora. Para isso, foram selecionadas trilhas pré-existentes com base nas fitofisionomias previamente mapeadas no PELC e características que indicassem mudanças no grau de conservação em decorrência de alterações na fisionomia vegetal, assim como na composição de espécies. Assim, cada trilha foi subdividida em um ou mais trechos, georreferenciados com o auxílio de GPS (tabela 1, figura 1). A caracterização fisionômica da vegetação teve como foco principal o componente arbóreo, sendo utilizados indicadores que permitissem a análise do estádio sucessional da floresta (ex.: porte das árvores, densidade do subosque, estratificação da vegetação, presença de espécies exóticas e invasoras, entre outros, estimados visualmente). Fez-se também o levantamento das espécies não arbóreas ao longo das trilhas. Algumas plantas em estado vegetativo foram coletadas e cultivadas em viveiro no Instituto de Pesquisas Ambientais/Jardim Botânico de São Paulo para posterior identificação.
Trilhas percorridas para checagem de mapeamento e coleta de material botânico no Parque Estadual Lagamar de Cananéia, Estado de São Paulo, Brasil. Cada trilha foi subdividida em um ou mais trechos, georreferenciados com o auxílio de GPS (Datum WGS 84, Zona 22). Pontos espacializados na figura 1. Correspondência dos nomes das fitofisionomias de acordo com diferentes fontes são listadas.
Data | Trilha | Pontos | X | Y | Alt. (m) | Fitofisionomia - IBGE | Fitofisionomia - CONAMA e Outros |
---|---|---|---|---|---|---|---|
22.set.2019 | Aleixo | A-I | 802747 | 7236498 | 61 | Vegetação Secundária de Floresta Ombrófila Densa Submontana | Floresta de encosta |
A-II | 802480 | 7236443 | 101 | Floresta Ombrófila Densa Submontana | Floresta de encosta | ||
A-III | 801922 | 7236666 | 185 | Floresta Ombrófila Densa Submontana | Floresta de encosta | ||
A-IV | 801818 | 7236492 | 300 | Floresta Ombrófila Densa Altomontana | Floresta nebular | ||
A-V | 801627 | 7236380 | 390 | Floresta Ombrófila Densa Altomontana | Floresta nebular | ||
23.set.2019 | Rio Mandira | RMa-I | 796817 | 7233007 | 100 | Floresta Ombrófila Densa Submontana | Floresta de encosta |
RMa-II | 796807 | 7233252 | 44 | Vegetação Secundária de Floresta Ombrófila Densa Submontana | Floresta de encosta | ||
RMa-III | 796862 | 7233656 | 37 | Floresta Ombrófila Densa Submontana | Floresta de encosta | ||
RMa-IV | 797060 | 7233589 | 60 | Floresta Ombrófila Densa Submontana | Floresta de encosta | ||
RMa-V | 797187 | 7233788 | 60 | Floresta Ombrófila Densa Submontana | Floresta de encosta | ||
23.set.2019 | Rio das Minas | RMi-I | 790052 | 7232935 | 11 | Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas | Floresta alta de restinga |
RMi-II | 789930 | 7233224 | 93 | Floresta Ombrófila Densa Submontana | Floresta de encosta | ||
RMi-III | 789825 | 7233295 | 108 | Floresta Ombrófila Densa Aluvial | Floresta alluvial | ||
RMi-IV | 789692 | 7233454 | 158 | Floresta Ombrófila Densa Submontana | Floresta de encosta | ||
RMi-V | 789481 | 7233720 | 198 | Floresta Ombrófila Densa Aluvial | Floresta aluvial e floresta de encosta | ||
RMi-IV | 789316 | 7234114 | 274 | Floresta Ombrófila Densa Submontana | Floresta de encosta | ||
24.set.2019 | Porto Tabatinguera | PT-I | 793120 | 7223558 | 14 | Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas | Floresta alta de restinga |
PT-II | 793458 | 7223946 | 10 | Vegetação Secundária de Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas | Capoeirinha de floresta alta de restinga | ||
PT-III | 793479 | 7223940 | 12 | Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas | Floresta baixa de restinga | ||
PT-III | 793479 | 7223940 | 12 | Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas | Floresta baixa de restinga | ||
PT-IV | 793649 | 7223808 | 9 | Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas | Floresta alta de restinga | ||
PT-V | 793711 | 7223755 | 8 | Vegetação Secundária de Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas | Capoeirinha de floresta alta de restinga | ||
PT-IX | 793383 | 7223851 | 17 | Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas | Floresta alta de restinga | ||
PT-X | 793296 | 7223751 | 20 | Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas | Floresta de transição restinga-encosta | ||
25.set.2019 | Estrada do Ariri | CX-I | 789847 | 7226518 | 1 | Floresta Ombrófila Densa Aluvial | Floresta paludosa (caxetal) |
CX-II | 789320 | 7227891 | 10 | Floresta Ombrófila Densa Aluvial | Floresta paludosa (caxetal) | ||
CX-III | 788578 | 7229696 | 11 | Floresta Ombrófila Densa Aluvial degradada | Floresta paludosa degradada (caxetal) | ||
EA-I | 802433 | 7234362 | 34 | Vegetação Secundária de Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas | Floresta alta de restinga | ||
25.set.2019 | Mico Caiçara | MC-I | 794124 | 7212144 | 30 | Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas | Floresta alta de restinga |
MC-II | 793414 | 7212297 | 30 | Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas | Floresta alta de restinga | ||
Iririú | I-I | 797831 | 7209392 | 0 | Área antrópica | ||
I-II | 798252 | 7209961 | 4 | Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas | Floresta alta de restinga | ||
I-III | 798559 | 7210312 | 4 | Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas | Floresta alta de restinga | ||
I-IV | 798575 | 7210391 | 8 | Floresta Ombrófila Densa Aluvial/Formação Pioneira de Influência Marinha e Fluviomarinha | Ecótono de floresta paludosa, caxetal, brejo doce e manguezal | ||
26.set.2019 | Serafim | S-I | 788081 | 7223208 | 17 | Área antrópica | |
S-II | 787922 | 7222760 | 28 | Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas | Floresta alta de restinga | ||
S-III | 787657 | 7222450 | 16 | Floresta Ombrófila Densa Aluvial | Floresta alluvial | ||
S-IV | 787279 | 7221588 | 21 | Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas | Floresta alta de restinga | ||
S-V | 787169 | 7221401 | 26 | Vegetação Secundária de Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas | Floresta alta de restinga | ||
S-VI | 787195 | 7221308 | 31 | Floresta Ombrófila Densa Submontana | Floresta de encosta | ||
S-VII | 787193 | 7221030 | 33 | Vegetação Secundária de Floresta Ombrófila Densa Submontana | Floresta de encosta | ||
S-VIII | 787217 | 7220898 | 35 | Vegetação Secundária de Floresta Ombrófila Densa Submontana | Floresta de encosta | ||
S-IX | 787265 | 7220811 | 36 | Floresta Ombrófila Densa Submontana | Floresta de encosta | ||
S-X | 787346 | 7220778 | 39 | Floresta Ombrófila Densa Submontana | Floresta de encosta | ||
20.out.2019 | Cantagalo | Cg-I | 796307 | 7223131 | 4 | Vegetação Secundária de Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas | Floresta alta de restinga |
Cg-II | 796259 | 7223088 | 19 | Vegetação Secundária de Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas | Floresta alta de restinga | ||
Cg-III | 796190 | 7223029 | 27 | Floresta Ombrófila Densa Aluvial | Vegetação Secundária de Floresta paludosa | ||
Cg-IV | 796063 | 7222932 | 14 | Floresta Ombrófila Densa Aluvial | Floresta paludosa | ||
Cg-V | 796133 | 7222985 | 27 | Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas | Floresta de transição restinga-encosta | ||
21.out.2019 | Varadouro | TV-I | 795418 | 7207853 | 20 | Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas | Floresta baixa de restinga |
TV-II | 795328 | 7207727 | 6 | Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas | Floresta baixa de restinga | ||
22.out.2019 | Retiro | Re-I | 797670 | 7218780 | Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas | Floresta alta de restinga | |
Re-II | 796920 | 7218767 | 30 | Vegetação Secundária de Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas | Floresta alta de restinga | ||
Re-III | 796424 | 7218869 | 54 | Vegetação Secundária de Floresta Ombrófila Densa Submontana | Floresta de encosta | ||
Re-IV | 796308 | 7218848 | 60 | Vegetação Secundária de Floresta Ombrófila Densa Submontana | Floresta de encosta | ||
Re-V | 796289 | 7218784 | 83 | Vegetação Secundária de Floresta Ombrófila Densa Submontana | Floresta de encosta |
Espacialização dos pontos de coleta de material botânico e de checagem de legenda das fitofisionomias do Parque Estadual Lagamar de Cananéia, Cananéia, Estado de São Paulo, Brasil. Coordenadas dos pontos na tabela 1.
Figure 1
Spatial distribution of botanical collection points and phytophysiognomies of the Parque Estadual Lagamar de Cananéia, Cananéia, São Paulo State, Brazil. Geographical coordinates are given in table 1.
A coleta do material botânico arbóreo foi realizada com o auxílio de uma tesoura de poda alta e as árvores de maior porte foram escaladas por profissional habilitado. Plantas de menor porte foram coletadas na forma usual, obtendo-se as amostras com tesoura de poda ou coletando-se a planta inteira. O material foi posteriormente herborizado e, para a identificação, foi utilizada bibliografia especializada, comparação com exsicatas existentes em herbários ou ainda consulta a especialistas. Após a identificação, o material testemunho foi incorporado ao Herbário Dom Bento Pickel, do Instituto Florestal (SPSF), com duplicatas no Herbário Maria Eneyda P. K. Fidalgo, do Instituto de Pesquisas Ambientais/Jardim Botânico São Paulo (SP).
Os registros da flora vascular resultantes das fontes primárias e secundárias supracitadas foram compilados e submetidos à verificação de sinonímias e de grafias dos nomes científicos e autores, a fim de se obter uma lista de espécies e famílias atualizada conforme a padronização vigente baseada na Flora e Funga do Brasil (Flora e Funga do Brasil, 2022Flora e Funga do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/ (acesso em 21-IX-2022).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/...
), a qual segue com adaptações a classificação do Angiosperm Phylogeny Group (APG IV, 2016APG - Angiosperm Phylogeny Group. 2016. An update of the Angiosperm Phylogeny Group Classification for the orders and families of flowering plants: APG IV. Botanical Journal of the Linnean Society 181: 1-20.) para as famílias de Angiospermas e do Pteridophyte Phylogeny Group (PPG I, 2016PPG I - Pteridophyte Phylogeny Group. 2016. A community-derived classification for extant lycophytes and ferns. Journal of Systematics and Evolution, 54: 563-603.) para as famílias de Samambaias e Licófitas.
A partir da lista das espécies consolidada, buscou-se aquelas consideradas ameaçadas de extinção e exóticas, usando: a) lista oficial de espécies ameaçadas de extinção no Estado de São Paulo (SÃO PAULO 2016São Paulo. 2016. Resolução SMA nº 057, de 5 de junho de 2016. Publica a segunda revisão da lista oficial das espécies da flora ameaçadas de extinção no Estado de São Paulo. Disponível em http://www2.ambiente.sp.gov.br/legislacao/resolucoes-sma/resolucaosma-57-2016/ (acesso em: 14-II-2023).
http://www2.ambiente.sp.gov.br/legislaca...
); b) lista nacional de espécies ameaçadas de extinção (MMA 2022MMA - Ministério do Meio Ambiente. 2022. Portaria nº 148, de 7 de junho de 2022. Altera os Anexos da Portaria nº 443, de 17 de dezembro de 2014, da Portaria nº 444, de 17 de dezembro de 2014, e da Portaria nº 445, de 17 de dezembro de 2014, referentes à atualização da Lista Nacional de Espécies Ameaçadas de Extinção. Diário Oficial da União, nº 108, 08 jun. 2022, Seção 1, pp. 74-91. Disponível em https://in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-mma-n-148-de-7-de-junho-de-2022-406272733 (acesso em 15-VI-2022).
https://in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-...
); c) lista vermelha de espécies ameaçadas de extinção globalmente (IUCN 2022IUCN - International Union for Conservation of Nature. 2022. The IUCN Red List of Threatened Species. Disponível em http://iucnredlist.org (acesso em 21-IX-2022).
http://iucnredlist.org...
).
Baseado em Moro et al. (2012)Moro, M.F., Souza, V.C., Oliveira-Filho, A.T., Queiroz, L.P., Fraga, C.N., Rodal, M.J.N., Araújo, F.S. & Martins, F.R. 2012. Alienígenas na sala: o que fazer com espécies exóticas em trabalhos de taxonomia, florística e fitossociologia? Acta Botanica Brasílica 26: 991-999., considerou-se como espécie nativa aquela de ocorrência natural na área estudada e exótica aquela transportada de uma dada região geográfica para outra em que não ocorreria naturalmente, independentemente de seu eventual impacto sobre os ecossistemas nativos, sendo o transporte realizado por ação humana intencional ou acidental. Nesse grupo foram incluídas todas as espécies de ocorrência fora dos limites geográficos historicamente reconhecidos para as formações naturais do Estado de São Paulo (Nalon et al. 2010Nalon, M.A., Lima, L.M.P.R., Weingartner, P., Souza, C.H.S., Montagna, R.G., Lima, I., Matsukuma, C.K., Pavão, M., Kanashiro, M.M., Ywane, M.S.S.I., Teodoro, J.R., Paschoal, É. Kronka, F.J.N., Baitello, J.B., Borgo, S.C., Monteiro, C.H.B., Pontinha, A.A.S. & Guillaumon, J.R. 2010. Sistema de informações florestais do Estado de São Paulo: base de dados georeferrenciadas. Disponível em http://www.iflorestal.sp.gov.br/sifesp/creditos (acesso em 03-II-2015).
http://www.iflorestal.sp.gov.br/sifesp/c...
) e ausentes na lista oficial de espécies nativas no Estado de São Paulo (Wanderley et al. 2011Wanderley, M.G.L., Shepherd, G.J. Martins, S.E., Estrada, T.E.M.D., Romanini, R.P., Koch, I., Pirani, J.R., Melhem, T.S., Giulietti-Harley, A.M., Kinoshita, L.S., Magenta, M.A.G., Wagner, H.M.L., Barros, F., Lohmann, , L.G., Amaral, M.C.E., Cordeiro, I., Aragaki, S., Simão-Bianchini, R. & Esteves, G.L. 2011. Checklist das Spermatophyta do Estado de São Paulo, Brasil. Biota Neotropica 11: 193-390.). Em geral, foram consideradas exóticas aquelas provenientes de outro país ou de ocorrência restrita a outra tipologia vegetal não detectada para a unidade.
De acordo com os atributos da espécie e observações de campo, as exóticas foram classificadas conforme o agrupamento proposto por Durigan et al. (2013)Durigan, G., Ivanauskas, N.M., Zakia, M.J.B. & Abreu, R.C.R. 2013. Control of invasive plants: ecological and socioeconomic criteria for the decision-making process. Natureza & Conservação 11: 23-30.: exóticas transientes, ruderais (dominantes e não dominantes) e invasoras (dominantes e não dominantes). Foram ferramentas úteis na busca dos atributos de cada espécie as informações disponíveis no banco de dados de espécies exóticas invasoras no Brasil (Zenni & Ziller 2011Zenni, R.D. & Ziller, S.R. 2011. An overview of invasive plants in Brazil. Revista Brasileira de Botânica 34: 431-446.; Instituto Hórus 2021Instituto Hórus. 2021. Base de Dados Nacional de Espécies Exóticas Invasoras. Instituto Hórus de Desenvolvimento e Conservação Ambiental, Florianópolis - SC. Disponível em http://bd.institutohorus.org.br (acesso em 28-II-2023).
http://bd.institutohorus.org.br...
) além do compêndio de espécies exóticas invasoras (CABI Invasive Species Compedium 2015CABI Invasive Species Compendium. 2015. Datasheets, maps, images, abstracts and fu,ll text on invasive species of the world. CAB International, Wallingford. Disponível em https://www.cabidigitallibrary.org/product/qi (acesso em 28-II-2023).
https://www.cabidigitallibrary.org/produ...
).
Resultados e Discussão
Fitofisionomias existentes - Neste estudo foram mapeadas nove fitofisionomias para o PELC (figura 2, tabela 2), cujas características mais importantes estão apresentadas a seguir com subtítulos em itálico, além da classificação internacional apresentada com subtítulos entre parênteses, conforme descritas abaixo:
Fitofisionomias do Parque Estadual Lagamar de Cananéia, Cananéia, Estado de São Paulo, Brasil. Os códigos correspondem às categorias da tabela 2.
Figure 2
Phytophysiognomies of the Parque Estadual Lagamar de Cananéia, Cananéia, São Paulo State, Brazil. Codes correspond to categories described in table 2.
Tipos vegetacionais mapeados no Parque Estadual do Lagamar de Cananéia, Estado de São Paulo, Brasil.
Fisionomias | Área | |
---|---|---|
ha | % | |
1) Floresta Ombrófila Densa Altomontana | ||
Dl - Floresta de encosta | 11,04 | 0,03 |
2) Floresta Ombrófila Densa Montana | ||
Dm - Floresta de encosta | 5833,64 | 14,31 |
3) Floresta Ombrófila Densa Submontana | ||
Ds - Floresta de encosta | 21985,58 | 53,94 |
4) Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas | ||
Db - FaR - Floresta alta de restinga | 1621,61 | 3,98 |
Db - FbR - Floresta baixa de restinga | 299,06 | 0,73 |
Db - Floresta de encosta | 3440,13 | 8,44 |
5) Floresta Ombrófila Densa Aluvial | ||
Da - FAL - Floresta aluvial | 1669,13 | 4,09 |
Da - FPa - Floresta Paludosa (caxetal e guanandizal) | 812,80 | 1,99 |
6) Formação Pioneira com influência fluviomarinha | ||
Pfm - Formação Pioneira com influência fluviomarinha arbórea | 388,83 | 0,95 |
Pfa - Formação pioneira com influência fluviomarinha arbustiva | 61,30 | 0,15 |
7) Formação Pioneira com influência fluvial e/ou lacustre | ||
Pah - Formação pioneira com influência fluvial e /ou lacustre herbácea | 22,75 | 0,06 |
8) Refúgio vegetacional | ||
rl - Refúgio Altomontano | 59,18 | 0,14 |
rm - Refúgio Montano | 44,53 | 0,11 |
9) Sistema secundário | ||
Vs - Vegetação secundária | 4199,84 | 10,30 |
10) Outros usos | ||
ca - Campo antrópico | 218,30 | 0,54 |
p - pasto | 18,41 | 0,04 |
se - solo exposto | 1,26 | 0,00 |
Massa d’água | 71,25 | 0,17 |
Total | 40758,63 | 100 |
Formação Pioneira (P): vegetação que ocupa áreas de solo de deposição recente, ainda instáveis, com as seguintes subcategorias:
Formação Pioneira com influência fluviomarinha arbórea (manguezal - Pfm): em planícies de maré, na porção estuarina dos rios, nas quais ocorre a mistura de água salgada com a água doce. Nesse ambiente ocorrem espécies de árvores adaptadas a condições anaeróbicas e salinas, com comunidades formadas por apenas três espécies de árvores: o mangue-vermelho (Rhizophora mangle), o mangue-branco (Laguncularia racemosa) e o mangue-siriúba (Avicennia schaueriana). Outras formas de vida, como a gramínea Spartina alterniflora avistada nos trabalhos de campo, podem ser encontradas associadas aos bosques de mangue (Cunha-Lignon et al. 2009Cunha-Lignon, M., Menghini, R.P., Santos, L.C.M., Niemeyer-Dinóla, C. & Schaeffer-Novelli, Y. 2009. Estudos de casos nos manguezais do Estado de São Paulo (Brasil): aplicação de ferramentas com diferentes escalas espaço-temporais. Revista da Gestão Costeira Integrada 9: 79-91.). Estudos sobre a flora epifítica vascular demonstram que as famílias mais ricas são Bromeliaceae e Orchidaceae (Piliackas et al. 2000Piliackas, J.M. Barbosa, L.M. & Catharino, E.L.M. 2000. Levantamento das epífitas vasculares do manguezal do rio Picinguaba, Ubatuba, São Paulo. In: S. Watanabe (coord.). Anais do 5º Simpósio de Ecossistemas Brasileiros, Vitória, pp. 357-363., Moraes et al. 2008Moraes, T.T., Pastore, J.A. & Moura, C. 2008. Flora epifítico vascular do manguezal do Rio Una do Prelado, Estação Ecológica Juréia-Itatins, Iguape, SP: dados preliminares. IF Série Registros 36: 103-108.), com as seguintes espécies encontradas neste estudo: Cattleya forbesii, Tillandsia usneoides, Vriesea philippocoburgii e V. rodigasiana.
Formação Pioneira com influência fluviomarinha arbustiva (Pfa): zona de transição entre marismas e manguezais ou na parte posterior, junto à terra firme, colonizadas por uma rede densa de arbustos de algodoeiro-da-praia (Talipariti pernambucense), com 2 a 5 m de altura e tronco de até 30 cm de diâmetro (Couto & Cordeiro 2005Couto, O.S. & Cordeiro, R.M.S. 2005. Manual de reconhecimento de espécies vegetais da restinga do Estado de São Paulo. Secretaria do Meio Ambiente, Departamento Estadual de Proteção de Recursos Naturais, São Paulo.), juntamente com outras formas de vida como Acrostichum danaeifolium, Paspalum vaginatum, além de diversas bromélias.
Formação Pioneira com influência fluvial e ou lacustre herbácea (brejo doce, brejo de restinga - Pah): apenas na planície de inundação dos rios, com lençol freático aflorante praticamente o ano todo. Formação herbácea, do tipo graminóide, que ocorre em áreas próximas aos rios, muitas vezes ocupando meandros abandonados; é composta predominantemente por um número restrito de espécies tolerantes ao encharcamento do solo promovido por água doce, diferenciando-a dos campos salinos e marismas. Áreas naturais de brejo de restinga são comumente ocupadas por Rhynchospora sp., Telmatoblechnum serrulatum, Paspalum vaginatum e Crinum americanum, mas áreas antropizadas cujas intervenções alteraram o sistema de circulação de água tendem a ser dominados por taboa (Typha angustifolia) ou gramíneas invasoras africanas (Urochloa sp.).
Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas (Db): para a faixa latitudinal do Parque, qualquer floresta presente sobre a planície costeira em altitudes que variam de 5 a 30 m. No Lagamar, dividida em três tipologias não alagáveis (Lopes 2007Lopes, E.A. 2007. Formações florestais de Planície Costeira e Baixa-Encosta e sua relação com o substrato geológico nas bacias dos rios Itaguaré e Guaratuba (Bertioga - SP). Dissertação de Mestrado, Instituto de Botânica, São Paulo., Moreira 2007Moreira, M.G. 2007. Associações entre os solos, os ambientes quaternários e as fitofisionomias de planície costeira e baixa encosta nas bacias dos rios Itaguaré e Guaratuba (Bertioga - SP). Dissertação de Mestrado, Instituto de Botânica, Secretaria do Meio Ambiente, São Paulo., Martins et al. 2008Martins, S.E., Rossi, L., Sampaio, P.S.P. & Magenta, M.A.G. 2008. Caracterização florística de comunidades vegetais de restinga em Bertioga, SP, Brasil. Acta Botanica Brasilica 22: 249-274., Souza & Luna 2008Souza, C.R.G. & Luna, G.C. 2008. Unidades quaternárias e vegetação nativa de planície costeira e baixa encosta da Serra do Mar no Litoral Norte de São Paulo. Revista do Instituto Geológico 29: 1-18.): Floresta Baixa de Restinga, Floresta Alta de Restinga e Floresta de Transição Restinga-Encosta.
Floresta Baixa de Restinga (Db - FbR): somente nos substratos de origem marinha, holocênicos, sobre cordões arenosos. Sobre os solos mais jovens da planície costeira e em áreas não alagáveis, ocupam faixa estreita na transição entre o manguezal e a floresta alta de restinga. Substrato arenoso escuro devido à presença de matéria orgânica e recoberto por bromélias. Apresenta dossel fechado e homogêneo, com 5 a 12 m de altura. Subosque com muitas bromélias terrícolas, muitas samambaias como Trichomanes cristatum, Rumohra adiantiformis, Araceae como Anthurium loefgrenii, todas estas forrando o chão. Gesneriaceae Codonanthe venosa e muitas orquídeas como Jacquiniella globosa, Epidendrum strobiliferum, Octomeria spp. e Maxillaria brasiliensis.
Floresta Alta de Restinga (Db - FaR): somente nos substratos de origem marinha, holocênicos e pleistocênicos, sobre cordões com solos arenosos excessivamente drenados. O terreno, embora geralmente não inundável, pode apresentar depressões inundáveis durante o período chuvoso. Apresenta camada delgada de serapilheira (menos que 1 cm de espessura), recobrindo trama de raízes superficiais com cerca de 10 cm de espessura. Substrato arenoso escuro devido à presença de matéria orgânica até cerca 45 cm de profundidade, recoberto por bromélias. Apresenta dossel fechado, com 15 a 18 m de altura, e árvores emergentes que podem atingir até 25 m. Os estratos são bem definidos e possuem grande quantidade e riqueza de epífitas. Algumas espécies de bambus estão presentes no sobosque, como Merostachys ternata e M. magellanica. Na região do Capuava, trecho considerável desse tipo florestal foi alvo de um ciclone extratropical em dezembro de 2018 (Jantsch & Aquino 2020Jantsch, M. & Aquino, F.E. 2020. Ocorrência e distribuição espacial de ciclones extratropicais na região sul do Brasil em 2018. Para Onde!? 13: 234-249.), o que provocou a derrubada da floresta e abertura de extensa clareira, cujo processo de recuperação foi observado durante o trabalho de campo, cuja cicatrização está ocorrendo por meio de rebrota de indivíduos remanescentes, ativação do banco de sementes e propágulos provenientes do entorno. A fisionomia observada é arbustivo-arbórea, com muitas árvores caídas e quebradas compondo “paliteiros”, além de espécies de subosque. Nessa região foi observado, no período da tarde, um grupo de mico-leão-caiçara Leontopithecus caissara (Callitrichidae, Primates), espécie endêmica da região e ameaçada de extinção em nível estadual, nacional e global.
Mesmo com a abertura do dossel, muitas epífitas estão desenvolvendo (Nematanthus jolyanus, Anthurium sellowianum, Rhipsalis pachyptera), além de trepadeiras (Mendoncia velloziana, Begonia radicans) e ervas (Lepidagathis kameyamana, Cyathula prostrata, Caamembeca salicifolia, Scutellaria uliginosa). No entanto, existem grandes reboleiras da planta invasora lírio-do-brejo (Hedychium coronarium), com maior adensamento nas margens de riachos.
Floresta de Transição Restinga-Encosta (Db - FTR): floresta sempre associada aos materiais coluvionares provenientes das encostas e depositados no sopé da Serra, ainda na planície costeira (depósitos mistos). Quando presentes acima de 30 m de altitude, já são categorizadas como Floresta Ombrófila Densa Submontana.
Floresta Ombrófila Densa Submontana (Ds - floresta de encosta): para a faixa latitudinal do Parque, qualquer floresta presente sobre a Serra do Mar ou em morros isolados na planície em altitudes que variam de 30 a 400 m. Ocorre preferencialmente sobre solos medianamente profundos, desenvolvidos a partir de rochas magmáticas ou metamórficas bastante antigas. Apresenta dossel contínuo e altura média de 20 m, com algumas emergentes chegando a 30 m. O subosque é bastante rico, representado por diversos arbustos, palmeiras e bambus como Mollinedia schottiana, Psychotria carthagenensis, Psychotria suterella, Geonoma elegans, Merostachys magellanica, muitas ervas terrestres, subarbustos e trepadeiras como Prescottia cf. stachyoides, Aphelandra ornata, Justicia carnea, Pseuderanthemum riedelianum, Siphocampylus convolvulaceus, Lindernia crustacea, Hypolytrum schraderianum, Olyra glaberrima, Dorstenia hirta, Vandenboschia radicans, uma erva parasita Lophophytum pyramidale e muitas epífitas, como Zygopetalum maxillare, Vriesea philippocoburgii, V. carinata, Leptotes bicolor, Racineae spiculosa, Nidularium innocentii e Phlegmariurus flexibilis.
Floresta Ombrófila Densa Montana (Dm - floresta de encosta): diferencia-se da anterior pela presença em altitudes entre 400 e 1.000 m. A declividade é alta, ocorrendo nas vertentes íngremes das serras, em áreas com_solos rasos (litossolosos, cambissolos) até profundos (latossolos), sendo comum a presença de afloramentos rochosos. Apresenta dossel contínuo e altura média de 20m, com algumas emergentes chegando a 30 m.
Floresta Ombrófila Densa Altomontana (Dl - floresta nebular): ocorre em altitudes entre 400 e 1.000 m. Em geral a declividade não é tão íngreme, pois situa-se no topo da Serra de Paranapiacaba. Embora no Parque ocorram em baixa altitude, a fisionomia é semelhante à floresta perenifólia denominada de matinha nebular (Klein 1978Klein, R.M. 1978. Mapa fitogeográfico do Estado de Santa Catarina - resenha descritiva da cobertura vegetal. In: R. Reitz (ed.). Flora Ilustrada Catarinense. Herbário Barbosa Rodrigues, Itajaí.) ou mata de neblina (Hueck 1956Hueck, K. 1956. Mapa fitogeográfico do Estado de São Paulo. Boletim Paulista do Instituto de Geografia 22: 19-25.), em virtude da presença de neblina e de solos rasos (litossolos), usualmente com afloramentos rochosos. Apresenta árvores de pequeno porte e populações densas de bromélias e orquídeas terrícolas, que dão a esta formação uma fisionomia característica (Mantovani et al. 1990Mantovani, W., Rodrigues, R.R., Rossi, L., Romaniuc-Neto, S., Catharino, E.L.M. & Cordeiro, I. 1990. A vegetação na Serra de Paranapiacaba em Salesópolis, SP. In: ACIESP (org.). 2º Simpósio de Ecossistemas da Costa Sul e Sudeste Brasileira: estrutura, função e manejo, Águas de Lindóia, pp. 348-384., Joly et al. 1991Joly, C.A., Leitão Filho, H.F. & Silva, S.M. 1991. O patrimônio florístico - The floristic heritage. In: G.I. Câmara (coord.). Mata Atlântica - Atlantic Rain Forest. Ed. Index Ltda, Fundação S.O.S. Mata Atlântica, São Paulo, pp. 94-125.). A ocorrência dessa vegetação mais baixa e sujeita à neblina em altitudes inferiores à 1.000 m já foi relatada em outros pontos da Serra de Paranapiacaba (Mantovani et al. 2009Mantovani, W., Pavão T., Santos, A.L., Toffoli, C.B., Martins, J.B., Melo, K.C., Santos, M.F. & Araújo, L.S. 2009. Vegetação. In: S.A. Furlan (coord.). Plano de Manejo do Parque Estadual Intervales, Fundação Florestal, São Paulo., Toniato et al. 2011Toniato, M.T.Z., N.M. Ivanauskas, Souza, F.M., Mattos, I.F.A., Baitello, J.B., Kanashiro, M.M., Aguiar, O.T., Cielo Filho, R., Franco, G.A.D.C., Guerin, N., Polisel, R.T., Lima, R.A.F., Araújo, L.S., Souza, V.C., Rother, D.C., Salino, A. & Dittrich, V.A.O. 2011. A vegetação do Parque Estadual Carlos Botelho: subsídios para o plano de manejo. IF Série Registros 43: 1-254., Ivanauskas et al. 2012Ivanauskas, N.M., Miashike, R.L., Godoy, J.R.L., Souza, F.M., Kanashiro, M., Mattos, I.F.A., Toniato, M.T.Z. & Franco, G.A.D.C. 2012. A vegetação do Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira (PETAR). Biota Neotropica 12: 147-177.) e na Serra do Mar (Araújo et al. 2005Araújo, C.O., Souza, F.M., Arzolla, F.A.R.D.P., Franco, G.A.D.C., Baitello, J.B., Toniato, M.T.Z., Ivanauskas, N.M. Aguiar, O.T. & Cielo Filho, R. 2005. Módulo Biodiversidade: Vegetação. In: A.Q. Mattoso (coord.). Plano de Manejo do Parque Estadual da Serra do Mar. Instituto Florestal do Estado de São Paulo, São Paulo, pp. 68-75., Bertoncello et al. 2011Bertoncello, R., Yamamoto, K., Meireles, L.D. & Shepherd, J.G. 2011. A phytogeographic analysis of cloud forests and other forest subtypes amidst the Atlantic forests in south and southeast Brazil. Biodiversity and Conservation 20: 3413-3433.).
Refúgios Vegetacionais (rm - Montano e rl - Altomontano): os topos de morros do Complexo Serra de Paranapiacaba/Serra do Mar, em função das condições de solo raso, da maior variação diuturna da temperatura e umidade, presença constante de neblina e da exposição ao vento, são ocupados por vegetação arbustiva ou campestre (Barros et al. 1991Barros, F., Melo, M.M.R.F., Chiea, S.A.C., Kirizawa, M., Wanderley, M.G.L. & Jung-Mendaçolli, S.L. 1991. Caracterização geral da vegetação e listagem das espécies ocorrentes. In: M.M.R.F., Melo, F. Barros, M.G.L. Wanderley, M. Kirizawa, S.L. Jung-Mendaçolli, & S.A.C. Chiea (eds.). Flora fanerogâmica da Ilha do Cardoso. Instituto de Botânica, São Paulo, v.1, pp. 1-184., Garcia et al. 2005Garcia, R.J.F. & Pirani, J.R. 2005. Análise florística, ecológica e fitogeográfica do Núcleo Curucutu, Parque Estadual da Serra do Mar (São Paulo, SP), com ênfase nos campos junto à crista da Serra do Mar. Hoehnea 32: 1-48.). Em trechos de solo pedregoso e coberto por espessa camada de líquens e musgos, a vegetação arbustiva é densa e corresponde ao que Barros et al. (1991)Barros, F., Melo, M.M.R.F., Chiea, S.A.C., Kirizawa, M., Wanderley, M.G.L. & Jung-Mendaçolli, S.L. 1991. Caracterização geral da vegetação e listagem das espécies ocorrentes. In: M.M.R.F., Melo, F. Barros, M.G.L. Wanderley, M. Kirizawa, S.L. Jung-Mendaçolli, & S.A.C. Chiea (eds.). Flora fanerogâmica da Ilha do Cardoso. Instituto de Botânica, São Paulo, v.1, pp. 1-184. descrevem como “escrube montano” ou “campo montano arbustivo” pelo sistema de Eiten (1970)Eiten, G. 1970. A vegetação do Estado de São Paulo. Boletim do Instituto de Botânica 7: 1-27.. Usualmente essa vegetação ocorre como encrave numa matriz de floresta nebular, apresentando arvoretas e arbustos anãos isolados em meio às ervas. Quando presente entre as cotas de 400 e 1.000 m de altitude recebem o nome de Refúgio Vegetacional Montano e, quando superior à cota de 1.000 m, de Refúgio Vegetacional Altomontano.
Floresta Ombrófila Densa Aluvial (Da): floresta que ocorre ao longo dos cursos d´água ou associada a depressões paleolagunares da planície litorânea. Representam ecossistemas críticos e congregam táxons extremamente adaptados ao ambiente de saturação hídrica subconstante, marcada por ciclos de alagamento e drenagem. Foram incluídas nessa categoria todas as florestas com alagamento temporário ou permanente, localizadas na margem de cursos d’água ou em paleolagunas, divididas em duas tipologias (Lopes 2007Lopes, E.A. 2007. Formações florestais de Planície Costeira e Baixa-Encosta e sua relação com o substrato geológico nas bacias dos rios Itaguaré e Guaratuba (Bertioga - SP). Dissertação de Mestrado, Instituto de Botânica, São Paulo., Moreira 2007Moreira, M.G. 2007. Associações entre os solos, os ambientes quaternários e as fitofisionomias de planície costeira e baixa encosta nas bacias dos rios Itaguaré e Guaratuba (Bertioga - SP). Dissertação de Mestrado, Instituto de Botânica, Secretaria do Meio Ambiente, São Paulo., Martins et al. 2008Martins, S.E., Rossi, L., Sampaio, P.S.P. & Magenta, M.A.G. 2008. Caracterização florística de comunidades vegetais de restinga em Bertioga, SP, Brasil. Acta Botanica Brasilica 22: 249-274. e Souza & Luna 2008Souza, C.R.G. & Luna, G.C. 2008. Unidades quaternárias e vegetação nativa de planície costeira e baixa encosta da Serra do Mar no Litoral Norte de São Paulo. Revista do Instituto Geológico 29: 1-18.): Floresta Aluvial e Floresta Paludosa. A Floresta Aluvial está restrita aos terrenos fluviais mais antigos (pleistocênicos), enquanto as outras duas fisionomias ocupam ambientes fluviais holocênicos mais jovens, onde as formações florestais parecem ainda não ter atingido elevado grau de especialização (Moreira 2007Moreira, M.G. 2007. Associações entre os solos, os ambientes quaternários e as fitofisionomias de planície costeira e baixa encosta nas bacias dos rios Itaguaré e Guaratuba (Bertioga - SP). Dissertação de Mestrado, Instituto de Botânica, Secretaria do Meio Ambiente, São Paulo.).
Floresta Aluvial (Da - FAL): distribuição restrita sobre terrenos fluviais antigos, com sedimentos em sua maioria arenosos, de idade pleistocênica. O solo é inundável na época de chuvas, com espessa camada de serapilheira. Floresta com alta diversidade de espécies; subosque ralo e dossel aberto, com muitas árvores altas e cujas emergentes podem ultrapassar os 30m. Compõe, com a Floresta Alta de Restinga, as florestas mais antigas e evoluídas da planície costeira (Moreira 2007Moreira, M.G. 2007. Associações entre os solos, os ambientes quaternários e as fitofisionomias de planície costeira e baixa encosta nas bacias dos rios Itaguaré e Guaratuba (Bertioga - SP). Dissertação de Mestrado, Instituto de Botânica, Secretaria do Meio Ambiente, São Paulo.).
Floresta Paludosa (caxetal e guanandizal - Da - FPa): na porção mais profunda das depressões paleolagunares, embora possam também ocorrer sobre depósitos mistos pelíticos, quando estes sofreram afogamento da rede de drenagem por intervenções antrópicas. Áreas permanentemente inundadas, onde é comum o depósito de turfa, por isso denominadas de florestas turfosas (Stutzman & Rodrigues 2002Sztutman, M. & Rodrigues, R.R. 2002. O mosaico vegetacional numa área de floresta contínua da planície litorânea, Parque Estadual da Campina do Encantado, Pariquera-Açu, SP. Revista Brasileira de Botânica 25: 161-176.). Monodominância e oligarquias são respostas frequentes em habitats sujeitos a condições ambientais extremas (Scarano 2002Scarano, F.R. 2002. Structure, function and floristic relationships of plant communities in stressful habitats marginal to the Brazilian Atlantic Rainforest. Annals of Botany 90: 517-524.). Assim, nos locais com inundação permanente são frequentemente encontradas florestas monodominantes de caxeta (Tabebuia cassinoides). Onde variações topográficas sutis e na precipitação resultam em menor lâmina d’água, compondo um mosaico de manchas inundadas e não inundadas, há maior riqueza de espécies (Kurtz et al. 2013Kurtz, B. C., Gomes, J.C. & Scarano, F.R. 2013. Structure and phytogeographic relationships of swamp forests of Southeast Brazil. Acta Botanica Brasilica 27: 647-660.), com declínio da dominância dos caxetais e aumento na importância de outras espécies arbóreas, especialmente guanandi (Calophyllum brasiliense).
Vegetação Secundária (Vs): trechos de Floresta Ombrófila Densa que foram sujeitos a corte raso para dar lugar a atividades agrícolas ou pecuárias e que, após o abandono, voltaram a ser ocupadas por vegetação campestre ou florestal por meio de sucessão natural.
Uma parte da Floresta Baixa de Restinga na região do Ariri sofreu corte raso e a vegetação apresenta aspecto campestre com musgos e líquens (Cladonia bellidiflora, Cladonia sp.), além de plantas herbáceas (Rumohra adiantiformis, Palhinhaea cernua, Pteridium esculentum subsp. arachnoideum, Burmannia capitata) e invasão por capim-gordura (Melinis minutiflora).
No contexto do Mosaico de Unidades de Conservação do Jacupiranga, o PELC se diferencia entre as demais por conservar florestas de restinga, florestas paludosas (caxetais e guanandizais) e formações pioneiras associadas (manguezais e brejos de restinga). Essas formações vegetais localizam-se na porção sul da região costeira paulista, considerada área prioritária para a conservação da biodiversidade de espécies de plantas fanerógamas (Durigan et al. 2008Durigan, G., Mamede, M.C.H., Ivanauskas, N.M., Siqueira, M.F., Joly, C.A., Moura, C., Barros, F., Souza, F.M., Vilela, F.E.S.P., Arzolla, F.A.R.P., Franco, G.A.D.C., Cordeiro, I., Koch, I., Baitello, J.B., Lombardi, J.A., Lima, L.R., Lohmenn, L.G., Bernacci, L.C., Assis, M.A., Aidar, M.P.M., Wanderley, M.G.L., Toniato, M.T.Z., Ribeiro, M., Groppo, M., Cavassan, O., Sano, P.T., Rodrigues, R.R., Fichs, T.V. & Martins, S.E. 2008. Fanerógamas. In: R.R. Rodrigues & V.L.R. Bononi (orgs.). Diretrizes para a conservação e restauração da biodiversidade no Estado de São Paulo. Instituto de Botânica/Imprensa Oficial do Estado de São Paulo. São Paulo, pp. 104-109.), mas que está submetida à pressão de atividades humanas, tal como ocupação desordenada, especulação imobiliária, expansão de atividades agropecuárias e falta de infraestrutura de saneamento básico (Lamparelli 1998Lamparelli, C.C. (coord.). 1998. Mapeamento dos ecossistemas costeiros do Estado de São Paulo. Páginas & Letras, São Paulo., Dias & Oliveira 2015Dias, R.L. & Oliveira, R.C. 2015. Caracterização socioeconómica e mapeamento do uso e ocupação da terra do litoral sul do Estado de São Paulo. Sociedade & Natureza 27(1): 111-123., Ikeda 2022Ikeda, N.A. (coord.). 2022. Relatório de Situação dos Recursos Hídricos da UGRHI 11 - 2022 - Ano-Base 2021. Registro: CBH-RB - Comitê da Bacia Hidrográfica do Ribeira de Iguape e Litoral Sul. Disponível em https://sigrh.sp.gov.br/public/uploads/documents//CBH-RB/23193/relatorio-de-situacao-2022.pdf (acesso em 19-VII-2023).
https://sigrh.sp.gov.br/public/uploads/d...
).
Composição de espécies - A flora vascular conhecida do PELC é composta por 540 espécies, 372 gêneros e 122 famílias, entre as quais 17 espécies exóticas distribuídas em 12 famílias (tabela 3).
Espécies registradas no Parque Estadual do Lagamar de Cananéia, Estado de São Paulo, Brasil. Fonte dos dados (FD). P: Dados primários (observações a campo). S: dados secundários - h: herbários. b: inventários florísticos e fitossociológicos. Voucher: nome e número do coletor. * Espécie exótica.
Família | Espécie | FD | Referência (Sb) | Voucher (P e Sh) | |
---|---|---|---|---|---|
SAMAMBAIAS E LICÓFITAS | 1 | Asplenium harpeodes Kunze | P | Shirasuna, R.T. 4131 | |
Aspleniaceae | |||||
Aspleniaceae | 2 | Asplenium martianum C.Chr. | S(b) | Salino & Almeida (2008)Salino, A. & Almeida, T.E. 2008. Pteridófitas do Parque Estadual do Jacupiranga, SP, Brasil. Acta Botanica Brasilica 22: 983-991. | Salino, A. 10321 |
Aspleniaceae | 3 | Asplenium mucronatum C.Presl | P | Shirasuna, R.T. 4132 | |
Aspleniaceae | 4 | Asplenium scandicinum Kaulf. | P | Shirasuna, R.T. 4234 | |
Aspleniaceae | 5 | Asplenium serratum L. | S(b) | Salino & Almeida (2008)Salino, A. & Almeida, T.E. 2008. Pteridófitas do Parque Estadual do Jacupiranga, SP, Brasil. Acta Botanica Brasilica 22: 983-991. | Salino, A. 10324 |
Athyriaceae | 6 | Diplazium cristatum (Desr.) Alston | P | Shirasuna, R.T. 4245 | |
Blechnaceae | 7 | Blechnum occidentale L. | S(b) | Salino & Almeida (2008)Salino, A. & Almeida, T.E. 2008. Pteridófitas do Parque Estadual do Jacupiranga, SP, Brasil. Acta Botanica Brasilica 22: 983-991. | Salino, A. 10238 |
Blechnaceae | 8 | Blechnum sp. | P | ||
Blechnaceae | 9 | Neoblechnum brasiliense (Desv.) Gasper & V.A.O. Dittrich | P | ||
Blechnaceae | 10 | Telmatoblechnum serrulatum (Rich.) Perrie, D.J.Ohlsen & Brownsey | P | Kameyama, C. 346 e Shirasuna, R.T. 4152 | |
Cyatheaceae | 11 | Alsophila sternbergii (Sternb.) D.S.Conant | P | ||
Cyatheaceae | 12 | Cyathea atrovirens (Langsd. & Fisch.) Domin | S(b) | Salino & Almeida (2008)Salino, A. & Almeida, T.E. 2008. Pteridófitas do Parque Estadual do Jacupiranga, SP, Brasil. Acta Botanica Brasilica 22: 983-991. | Salino, A. 10323 |
Cyatheaceae | 13 | Cyathea corcovadensis (Raddi) Domin | P | ||
Cyatheaceae | 14 | Cyathea delgadoi Sternb. | P | ||
Cyatheaceae | 15 | Cyathea feeana (C.Chr.) Domin | P | ||
Cyatheaceae | 16 | Cyathea leucofolis Domin | S(b) | Salino & Almeida (2008)Salino, A. & Almeida, T.E. 2008. Pteridófitas do Parque Estadual do Jacupiranga, SP, Brasil. Acta Botanica Brasilica 22: 983-991. | Salino, A. 10283 |
Dennstaedtiaceae | 17 | Pteridium esculentum subsp. arachnoideum (Kaulf.) J.A.Thomson | P | ||
Dryopteridaceae | 18 | Elaphoglossum lingua (C.Presl) Brack. | P | Shirasuna, R.T. 4268 | |
Dryopteridaceae | 19 | Lastreopsis amplissima (C.Presl) Tindale | P | Shirasuna, R.T. 4229 | |
Dryopteridaceae | 20 | Rumohra adiantiformis (G.Forst.) Ching | P | Shirasuna, R.T. 4190 | |
Dryopteridaceae | 21 | Stigmatopteris ulei (Christ) Sehnem | S(b) | Salino & Almeida (2008)Salino, A. & Almeida, T.E. 2008. Pteridófitas do Parque Estadual do Jacupiranga, SP, Brasil. Acta Botanica Brasilica 22: 983-991. | Salino, A. 10326 |
Gleicheniaceae | 22 | Sticherus nigropaleaceus (J.W.Sturm) J.Prado & Lellinger | P | Kameyama, C. 338 | |
Hymenophyllaceae | 23 | Trichomanes cristatum Kaulf. | P | Shirasuna, R.T. 4265 | |
Hymenophyllaceae | 24 | Vandenboschia radicans (Sw.) Copel. | P | Shirasuna, R.T. 4133 | |
Lindsaeaceae | 25 | Lindsaea bifida (Kaulf.) Mett. ex Kuhn | P | Kameyama, C. 351 | |
Lindsaeaceae | 26 | Lindsaea divaricata Klotzsch | P | Shirasuna, R.T. 4181 e 4249 | |
Lindsaeaceae | 27 | Lindsaea lancea (L.) Bedd. | P | Kameyama, C. 350 e Shirasuna, R.T. 4263 | |
Lindsaeaceae | 28 | Lindsaea quadrangularis Raddi | S(b) | Salino & Almeida (2008)Salino, A. & Almeida, T.E. 2008. Pteridófitas do Parque Estadual do Jacupiranga, SP, Brasil. Acta Botanica Brasilica 22: 983-991. | Salino, A. 10322 |
Lindsaeaceae | 29 | Lindsaea stricta (Sw.) Dryand. | P | Shirasuna, R.T. 4177 | |
Lomariopsidaceae | 30 | Lomariopsis marginata (Schrad.) Kuhn | P | ||
Lycopodiaceae | 31 | Lycopodiella sp. | P | ||
Lycopodiaceae | 32 | Palhinhaea cernua (L.) Franco & Vasc. | P | Shirasuna, R.T. 4153 | |
Lycopodiaceae | 33 | Phlegmariurus flexibilis (Fée) B.Øllg. | P | Kameyama, C. 341 | |
Nephrolepidaceae | 34 | Nephrolepsis biserrata (Sw.) Schott | S(b) | Salino & Almeida (2008)Salino, A. & Almeida, T.E. 2008. Pteridófitas do Parque Estadual do Jacupiranga, SP, Brasil. Acta Botanica Brasilica 22: 983-991. | Salino, A. 10332 |
Nephrolepidaceae | 35 | Nephrolepis rivularis (Vahl) Mett. ex Krug | P | Shirasuna, R.T. 4269 | |
Polypodiaceae | 36 | Campyloneurum minus Fée | S(b) | Salino & Almeida (2008)Salino, A. & Almeida, T.E. 2008. Pteridófitas do Parque Estadual do Jacupiranga, SP, Brasil. Acta Botanica Brasilica 22: 983-991. | Salino, A. 10134 |
Polypodiaceae | 37 | Cochlidium serrulatum (Sw.) L.E.Bishop | P | Shirasuna, R.T. 4267 | |
Polypodiaceae | 38 | Microgramma geminata (Schrad.) A.F. | S(b) | Salino & Almeida (2008)Salino, A. & Almeida, T.E. 2008. Pteridófitas do Parque Estadual do Jacupiranga, SP, Brasil. Acta Botanica Brasilica 22: 983-991. | Salino, A. 10239 |
Polypodiaceae | 39 | Microgramma tecta (Kaulf.) Alston | P | Shirasuna, R.T. 4228 | |
Polypodiaceae | 40 | Pleopeltis astrolepis (Liebm.) E.Fourn. | P | Shirasuna, R.T. 4232 b | |
Polypodiaceae | 41 | Pleopeltis pleopeltifolia (Raddi) Alston | P | Kameyama, C. 352 e Shirasuna, R.T. 4232a | |
Polypodiaceae | 42 | Serpocaulon triseriale (Sw.) A.R. Sm. | S(b) | Salino & Almeida (2008)Salino, A. & Almeida, T.E. 2008. Pteridófitas do Parque Estadual do Jacupiranga, SP, Brasil. Acta Botanica Brasilica 22: 983-991. | Salino, A. 10333 |
Pteridaceae | 43 | Acrostichum danaeifolium Langsd. & Fisch. | S(b) | Salino & Almeida (2008)Salino, A. & Almeida, T.E. 2008. Pteridófitas do Parque Estadual do Jacupiranga, SP, Brasil. Acta Botanica Brasilica 22: 983-991. | Salino, A. 10331 |
Pteridaceae | 44 | Doryopteris sagittifolia (Raddi) J. Sm. | S(b) | Salino & Almeida (2008)Salino, A. & Almeida, T.E. 2008. Pteridófitas do Parque Estadual do Jacupiranga, SP, Brasil. Acta Botanica Brasilica 22: 983-991. | Salino, A. 10327 |
Pteridaceae | 45 | Pityrogramma calomelanos (L.) Link | S(b) | Salino & Almeida (2008)Salino, A. & Almeida, T.E. 2008. Pteridófitas do Parque Estadual do Jacupiranga, SP, Brasil. Acta Botanica Brasilica 22: 983-991. | Salino, A. 10241 |
Pteridaceae | 46 | Pityrogramma trifoliata (L.) R.M.Tryon | P | Kameyama, C. 348 | |
Saccolomataceae | 47 | Saccoloma inaequale (Kunze) Mett. | S(b) | Salino & Almeida (2008)Salino, A. & Almeida, T.E. 2008. Pteridófitas do Parque Estadual do Jacupiranga, SP, Brasil. Acta Botanica Brasilica 22: 983-991. | Salino, A. 10188 |
Schizaeaceae | 48 | Actinostachys pennula (Sw.) Hook. | S(b) | Salino & Almeida (2008)Salino, A. & Almeida, T.E. 2008. Pteridófitas do Parque Estadual do Jacupiranga, SP, Brasil. Acta Botanica Brasilica 22: 983-991. | Salino, A. s/n (BHCB 93085) |
Schizaeaceae | 49 | Lygodium volubile Sw. | S(b) | Salino & Almeida (2008)Salino, A. & Almeida, T.E. 2008. Pteridófitas do Parque Estadual do Jacupiranga, SP, Brasil. Acta Botanica Brasilica 22: 983-991. | Salino, A. 10242 |
Schizaeaceae | 50 | Schizaea elegans (Vahl.) Sw. | P | Salino & Almeida (2008)Salino, A. & Almeida, T.E. 2008. Pteridófitas do Parque Estadual do Jacupiranga, SP, Brasil. Acta Botanica Brasilica 22: 983-991. | |
Tectariaceae | 51 | Lastreopsis effusa (Sw.) Tindale | S(b) | Salino, A. 10237 | |
Tectariaceae | 52 | Megalastrum canescens (Kunze ex Mett.) A.R.Sm. & R.C.Moran | S(b) | Salino & Almeida (2008)Salino, A. & Almeida, T.E. 2008. Pteridófitas do Parque Estadual do Jacupiranga, SP, Brasil. Acta Botanica Brasilica 22: 983-991. | Salino, A. 10330 |
Thelypteridaceae | 53 | Christella patens (Sw.) Pic. Serm. | P | Salino & Almeida (2008)Salino, A. & Almeida, T.E. 2008. Pteridófitas do Parque Estadual do Jacupiranga, SP, Brasil. Acta Botanica Brasilica 22: 983-991. | Kameyama, C. 347 |
Thelypteridaceae | 54 | Goniopteris lugubris (Mett.) Brade | S(b) | Salino, A. 10320 | |
Thelypteridaceae | 55 | Macrothelypteris torresiana (Gaudich.) Ching | S(b) | Salino & Almeida (2008)Salino, A. & Almeida, T.E. 2008. Pteridófitas do Parque Estadual do Jacupiranga, SP, Brasil. Acta Botanica Brasilica 22: 983-991. | Salino, A. 10243 |
GIMNOSPERMAS Pinaceae | 1 | *Pinus sp. | P | ||
Podocarpaceae | 2 | Podocarpus sellowii Klotzsch | P | ||
ANGIOSPERMAS Acanthaceae | 1 | Aphelandra ornata (Nees) T. Anderson | P | ||
Acanthaceae | 2 | Avicennia schaueriana Stapf & Leechm. ex Moldenke | P | ||
Acanthaceae | 3 | Justicia carnea Lindl. | P | ||
Acanthaceae | 4 | Justicia sp. 1 | P | Shirasuna, R.T. 4256 | |
Acanthaceae | 5 | Justicia sp. 2 | P | Shirasuna, R.T. 4262 | |
Acanthaceae | 6 | Justicia sp. 3 | P | Kameyama, C. 340 | |
Acanthaceae | 7 | Lepidagathis kameyamana Gnanasek. & Arisdason | P | Kameyama, C. 344 | |
Acanthaceae | 8 | Mendoncia velloziana Mart. | P | Kameyama, C. 345 | |
Acanthaceae | 9 | Pseuderanthemum riedelianum (Nees) Radlk. | P | Kameyama, C. 339 | |
Acanthaceae | 10 | Ruellia sp. | P | Kameyama, C. 353 | |
Acanthaceae | 11 | Staurogyne sylvatica Lindau ex Braz & R.Monteiro | P | Kameyama, C. 342 | |
Amaranthaceae | 12 | Cyathula prostrata Blume | P | Shirasuna, R.T. 4213 | |
Amaryllidaceae | 13 | Crinum americanum L. | P | ||
Amaryllidaceae | 14 | Hippeastrum striatum (Lam.) Moore | P | Shirasuna, R.T. 4239 | |
Anacardiaceae | 15 | Schinus terebinthifolia Raddi | P | ||
Anacardiaceae | 16 | Tapirira guianensis Aubl. | P | ||
Annonaceae | 17 | Annona dolabripetala Raddi | P | ||
Annonaceae | 18 | Annona sp. | P | ||
Annonaceae | 19 | Xylopia brasiliensis Spreng. | P | ||
Annonaceae | 20 | Xylopia langsdorffiana A.St-FfiL & Tul | P | ||
Apiaceae | 21 | *Centella asiatica (L.) Urb. | P | ||
Apocynaceae | 22 | Aspidosperma olivaceum Müll. Arg. | P | ||
Apocynaceae | 23 | Malouetia cestroides (Nees ex Mart.) Müll. Arg. | P | ||
Aquifoliaceae | 24 | Ilex paraguariensis A.St.-Hil. | P | ||
Aquifoliaceae | 25 | Ilex taubertiana Loes. | P | ||
Aquifoliaceae | 26 | Ilex theezans Mart. ex Reissek | P | ||
Aquifoliaceae | 27 | Ilex sp. | P | Arzolla, F.A.R.D.P. 1900 | |
Araceae | 28 | Anthurium itanhaense Engl. | P | Shirasuna, R.T. 4155 | |
Araceae | 29 | Anthurium loefgrenii Engl. | P | ||
Araceae | 30 | Anthurium pentaphyllum (Aubl.) G.Don | P | ||
Araceae | 31 | *Anthurium sagittatum Kunth | P | ||
Araceae | 32 | Anthurium scandens (Aubl.) Engl. | P | Shirasuna, R.T. 4184 | |
Araceae | 33 | Anthurium sellowianum Kunth | P | Shirasuna, R.T. 4205 | |
Araceae | 34 | Caladium bicolor (Aiton) Vent. | P | Shirasuna, R.T. 4121 | |
Araceae | 35 | Monstera adansonii Schott | P | Shirasuna, R.T. 4209 | |
Araceae | 36 | Philodendron cf. corcovadense Kunth | P | ||
Araceae | 37 | Philodendron propinquum Schott | P | ||
Araliaceae | 38 | Dendropanax cuneatus (DC.) Decne. & Planch. | P | ||
Araliaceae | 39 | Didymopanax angustissimus Marchal | P | Ivanauskas, N.M. 6896 | |
Araliaceae | 40 | Didymopanax morototoni (Aubl.) Decne. & Planch. | P | ||
Araliaceae | 41 | Hydrocotyle leucocephala Cham. & Schltdl. | P | Shirasuna, R.T. 4173 | |
Araliaceae | 42 | Hydrocotyle alpina Vell. | P | ||
Arecaceae | 43 | Attalea dubia (Mart.) Burret | P | ||
Arecaceae | 44 | Astrocaryum aculeatissimum (Schott) Burret | P | ||
Arecaceae | 45 | *Bactris gasipaes Kunth | P | ||
Arecaceae | 46 | Bactris setosa Mart. | P | ||
Arecaceae | 47 | Euterpe edulis Mart. | P | ||
Arecaceae | 48 | Geonoma elegans Mart. | P | Moura, C. 517 e 536 | |
Arecaceae | 49 | Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman | P | ||
Asparagaceae | 50 | *Dracaena fragrans (L.) Ker Gawl. | P | ||
Asteraceae | 51 | Adenostemma brasilianum (Pers.) Cass. | P | Shirasuna, R.T. 4235 | |
Asteraceae | 52 | Baccharis crispa Spreng. | P | Shirasuna, R.T. 4159 | |
Asteraceae | 53 | Baccharis oblongifolia (Ruiz & Pav.) Pers. | P | Ivanauskas, N.M. 6875 | |
Asteraceae | 54 | Barrosoa betonicaeformis (DC.) R.M.King & H.Rob. | P | Shirasuna, R.T. 4169 e 41251 | |
Asteraceae | 55 | Cyrtocymura scorpioides (Lam.) H.Rob. | P | Shirasuna, R.T. 4156 e 4250 | |
Asteraceae | 56 | Mikania biformis DC. | P | Shirasuna, R.T. 4147 | |
Asteraceae | 57 | Mikania lindbergii Baker | P | Ivanauskas, N.M. 6877 | |
Asteraceae | 58 | Piptocarpha oblonga (Gardner) Baker | P | Arzolla, F.A.R.D.P. 1858 e Shirasuna, R.T. 4175 | |
Asteraceae | 59 | Piptocarpha quadrangularis (Vell.) Baker | P | ||
Asteraceae | 60 | Vernonanthura beyrichii (Less.) H.Rob. | P | Moura, C. 557 | |
Balanophoraceae | 61 | Lophophytum pyramidale (Leandro) L.J.T.Cardoso & J.M.A.Braga | P | Shirasuna, R.T. 4261 | |
Begoniaceae | 62 | Begonia convolvulacea (Klotzsch) A.DC. | P | Shirasuna, R.T. 4127 | |
Begoniaceae | 63 | Begonia radicans Vell. | P | Shirasuna, R.T. 4221 | |
Begoniaceae | 64 | Begonia sp. 1 | P | Moura, C. 526 | |
Begoniaceae | 65 | Begonia sp. 2 | P | Moura, C. 529 | |
Begoniaceae | 66 | Begonia sp. 3 | P | Shirasuna, R.T. 4134 | |
Begoniaceae | 67 | Begonia sp. 4 | P | Shirasuna, R.T. 4143 | |
Bignoniaceae | 68 | Adenocalymma dusenii Kraenzl. | P | ||
Bignoniaceae | 69 | Amphilophium crucigerum (L.) L.G.Lohmann | P | ||
Bignoniaceae | 70 | Cybistax antisyphilitica (Mart.) Mart. | P | ||
Bignoniaceae | 71 | Handroanthus sp. | P | ||
Bignoniaceae | 72 | Jacaranda puberula Cham. | P | ||
Bignoniaceae | 73 | Jacaranda sp. | P | Ivanauskas, N.M. 6895 | |
Bignoniaceae | 74 | Tabebuia cassinoides (Lam.) DC. | P | ||
Boraginaceae | 75 | Cordia magnoliifolia Cham. | P | ||
Boraginaceae | 76 | Cordia sellowiana Cham. | P | ||
Bromeliaceae | 77 | Aechmea gracilis Lindm. | P | ||
Bromeliaceae | 78 | Aechmea sp. | P | Shirasuna, R.T. 4210 | |
Bromeliaceae | 79 | Ananas bracteatus (Lindl.) Schult. & Schult.f. | P | ||
Bromeliaceae | 80 | Canistropsis bilbergioides (Schult. f.) Leme | P | ||
Bromeliaceae | 81 | Nidularium procerum Lindm. | P | ||
Bromeliaceae | 82 | Nidularium sp. 1 | P | Shirasuna, R.T. 4141 | |
Bromeliaceae | 83 | Nidularium sp. 2 | P | Shirasuna, R.T. 4151 | |
Bromeliaceae | 84 | Racinaea spiculosa (Griseb.) M.A.Spencer & L.B.Sm. | P | Shirasuna, R.T. 4145 | |
Bromeliaceae | 85 | Tillandsia stricta Sol. | P | Shirasuna, R.T. 4119 | |
Bromeliaceae | 86 | Tillandsia usneoides (L.) L. | P | ||
Bromeliaceae | 87 | Vriesea carinata Wawra | P | Shirasuna, R.T. 4142 | |
Bromeliaceae | 88 | Vriesea ensiformis (Vell.) Beer | P | Shirasuna, R.T. 4252 | |
Bromeliaceae | 89 | Vriesea heterostachys (Baker) L.B.Sm. | P | Ivanauskas, N.M. 6880 | |
Bromeliaceae | 90 | Vriesea incurvata Gaudich. | P | ||
Bromeliaceae | 91 | Vriesea inflata (Wawra) Wawra | P | Shirasuna, R.T. 4120 | |
Bromeliaceae | 92 | Vriesea philippocoburgii Wawra | P | ||
Bromeliaceae | 94 | Vriesea rodigasiana E.Morren | P | ||
Bromeliaceae | 95 | Vriesea sp. | P | Shirasuna, R.T. 4230 | |
Burmaniaceae | 96 | Burmannia capitata (Walter ex J.F.Gmel.) Mart. | P | Shirasuna, R.T. 4174 | |
Burseraceae | 97 | Protium heptaphyllum (Aubl.) Marchand | P | ||
Cactaceae | 98 | Rhipsalis elliptica G.Lindb. | P | ||
Cactaceae | 99 | Rhipsalis grandiflora Haw. | P | ||
Cactaceae | 100 | Rhipsalis pachyptera Pfeiff. | P | ||
Cactaceae | 101 | Rhipsalis puniceodiscus G.Lindb. | P | Shirasuna, R.T. 4185 | |
Cactaceae | 102 | Rhipsalis sp. | P | Shirasuna, R.T. 4222 | |
Calophyllaceae | 103 | Calophyllum brasiliense Cambess. | P | ||
Campanulaceae | 104 | Siphocampylus convolvulaceus (Cham.) G.Don | P | Shirasuna, R.T. 4144 | |
Campanulaceae | 105 | Siphocampylus sp. 1 | P | Ivanauskas, N.M. 6903 | |
Cannaceae | 106 | Canna paniculata Ruiz & Pavon | P | Shirasuna, R.T. 4124 | |
Cannaceae | 107 | Trema micrantha (L.) Blume | P | ||
Cardiopteridaceae | 108 | Citronella paniculata (Mart.) R.A.Howard | P | Arzolla, F.A.R.D.P. 1867 e Moura, C. 545 | |
Celastraceae | 109 | Monteverdia aquifolia (Mart.) Biral | P | ||
Celastraceae | 110 | Monteverdia evonymoides (Reissek) Biral | P | ||
Celastraceae | 111 | Monteverdia gonoclada (Mart.) Biral | P | Costa, J.P. 6 | |
Celastraceae | 112 | Maytenus sp. | P | Moura, C. 541 | |
Chloranthaceae | 113 | Hedyosmum brasiliense Mart. ex Miq. | P | Arzolla, F.A.R.D.P. 1863 e 1901 | |
Chrysobalanaceae | 114 | Couepia sp. | P | ||
Chrysobalanaceae | 115 | Hirtella hebeclada Moric. ex DC. | P | ||
Chrysobalanaceae | 116 | Parinari excelsa Sabine | P | ||
Clethraceae | 117 | Clethra scabra Pers. | P | ||
Clusiaceae | 118 | Clusia criuva Cambess. | P | Moura, C. 552 | |
Clusiaceae | 119 | Garcinia gardneriana (Planch. & Triana) Zappi | P | ||
Combretaceae | 120 | Laguncularia racemosa (L.) C.F. Gaertn. | P | ||
Combretaceae | 121 | Terminalia kleinii (Exell) Gere & Boatwr. | P | ||
Commelinaceae | 122 | Commelina erecta L. | P | ||
Commelinaceae | 123 | Commelina sp. | P | Shirasuna, R.T. 4215 | |
Commelinaceae | 124 | Dichorisandra paranaensis D.Maia Cervi & Tardivo | P | Shirasuna, R.T. 4129 | |
Costaceae | 126 | Costus spiralis (Jacq.) Roscoe | P | ||
Cunnoniaceae | 127 | Lamanonia ternata Vell. | P | ||
Cunnoniaceae | 128 | Weinmannia paulliniifolia Pohl ex Ser. | P | ||
Cyclanthaceae | 129 | Asplundia sp. | P | ||
Cyperaceae | 130 | Becquerelia cymosa Brongn. | P | ||
Cyperaceae | 131 | Cyperus sp. | P | Shirasuna, R.T. 4201 | |
Cyperaceae | 132 | Eleocharis sp. | P | ||
Cyperaceae | 133 | Hypolytrum schraderianum Nees | P | ||
Cyperaceae | 134 | Rhynchospora tenuiflora (Brongn.) L.B.Sm. | P | ||
Cyperaceae | 135 | Rhynchospora sp. | P | Shirasuna, R.T. 4117 | |
Cyperaceae | 136 | Scleria secans (L.) Urb. | P | Shirasuna, R.T. 4192 | |
Dilleniaceae | 137 | Davilla rugosa Poir. | P | ||
Dilleniaceae | 138 | Davilla sp. 1 | P | Moura, C. 519 | |
Dilleniaceae | 139 | Davilla sp. 2 | P | Moura, C. 555 | |
Dioscoreaceae | 140 | Dioscorea sp. | P | ||
Droseraceae | 141 | Drosera capillaris Poir. | P | ||
Elaeocarpaceae | 142 | Sloanea guianensis (Aubl.) Benth. | P | ||
Elaeocarpaceae | 143 | Sloanea hirsuta (Schott) Planch. ex Benth. | P | ||
Erythropalaceae | 144 | Heisteria silvianii Schwacke | P | ||
Erythroxylaceae | 145 | Erythroxylum sp. | P | Moura, C. 540 | |
Euphorbiaceae | 146 | Alchornea glandulosa Poepp. & Endl. | P | ||
Euphorbiaceae | 147 | Alchornea triplinervia (Spreng.) Müll. Arg. | P | ||
Euphorbiaceae | 148 | Aparisthmium cordatum (A.Juss.) Baill. | P | ||
Euphorbiaceae | 149 | Croton macrobothrys Baill. | P | ||
Euphorbiaceae | 150 | Croton sp. | P | ||
Euphorbiaceae | 151 | Mabea piriri Aubl. | P | Arzolla, F.A.R.D.P. 1831 | |
Euphorbiaceae | 152 | Maprounea guianensis Aubl. | P | ||
Euphorbiaceae | 153 | Pausandra morisiana (Casar.) Radlk. | P | Arzolla, F.A.R.D.P. 1837 | |
Euphorbiaceae | 154 | Sapium glandulosum (L.) Morong | P | ||
Euphorbiaceae | 155 | Tetrorchidium rubrivenium Poepp. | P | Arzolla, F.A.R.D.P. 1847 | |
Fabaceae | 156 | Abarema brachystachya (DC.) Barneby & J.W.Grimes | P | ||
Fabaceae | 157 | Abarema langsdorffii (Benth.) Barneby & J.W.Grimes | P | Costa, J.P. 8 | |
Fabaceae | 158 | Abarema sp. | P | Moura, C. 549 | |
Fabaceae | 159 | Albizia pedicellaris (DC.) L.Rico | P | ||
Fabaceae | 160 | Andira fraxinifolia Benth. | P | ||
Fabaceae | 161 | Bauhinia sp. | P | ||
Fabaceae | 162 | Copaifera trapezifolia Hayne | P | ||
Fabaceae | 163 | Dahlstedtia pentaphylla (Taub.) Burkart | P | ||
Fabaceae | 164 | Dahlstedtia pinnata (Benth.) Malme | P | ||
Fabaceae | 165 | Desmodium sp. | P | ||
Fabaceae | 166 | Erythrina speciosa Andrews | P | Moura, C. 537 | |
Fabaceae | 167 | Hymenolobium janeirense Kuhlm. | P | ||
Fabaceae | 168 | Inga edulis Mart. | P | ||
Fabaceae | 169 | Inga laurina (Sw.) Willd. | P | Ivanauskas, N.M. 6902 | |
Fabaceae | 170 | Inga marginata Willd. | P | ||
Fabaceae | 171 | Inga sessilis (Vell.) Mart. | P | ||
Fabaceae | 172 | Myrocarpus frondosus Allemão | P | ||
Fabaceae | 173 | Machaerium nyctitans (Vell.) Benth. | P | ||
Fabaceae | 174 | Machaerium sp. | P | Arzolla, F.A.R.D.P. 1854 | |
Fabaceae | 175 | Ormosia arborea (Vell.) Harms | P | ||
Fabaceae | 176 | Piptadenia gonoacantha (Mart.) J.F.Macbr. | P | ||
Fabaceae | 177 | Schizolobium parahyba (Vell.) Blake | P | ||
Fabaceae | 178 | Schnella outimouta (Aubl.) Wunderlin | P | ||
Fabaceae | 179 | Senna multijuga (Rich.) H.S.Irwin & Barneby | P | ||
Fabaceae | 180 | Tachigali denudata (Vogel) Oliveira-Filho | P | ||
Gesneriaceae | 181 | Besleria sp. | P | Arzolla, F.A.R.D.P. 1828 | |
Gesneriaceae | 182 | Codonanthe devosiana Lem. | P | Shirasuna, R.T. 4189, 4224 | |
Gesneriaceae | 183 | Codonanthe venosa Chautems | P | Shirasuna, R.T. 4247 | |
Gesneriaceae | 184 | Nematanthus jolyanus Chautems | P | Shirasuna, R.T. 4225 | |
Heliconiaceae | 185 | Heliconia farinosa Raddi | P | Shirasuna, R.T. 4128 | |
Humiriaceae | 186 | Humiriastrum dentatum (Casar.) Cuatrec. | P | ||
Hypoxidaceae | 187 | Hypoxis decumbens L. | P | ||
Iridaceae | 188 | Neomarica sp. | P | ||
Lacistemataceae | 189 | Lacistema lucidum Schnzl. | P | Arzolla, F.A.R.D.P. 1834 | |
Lacistemataceae | 190 | Lacistema sp. | P | Moura, C. 523 | |
Lamiaceae | 188 | Scutellaria uliginosa A.St.-Hil. ex Benth. | P | Shirasuna, R.T. 4218 | |
Lamiaceae | 189 | Vitex megapotamica (Spreng.) Moldenke | P | ||
Lamiaceae | 190 | Vitex polygama Cham. | P | ||
Lamiaceae | 191 | Indeterminada 1 | P | Shirasuna, R.T. 4139 | |
Lamiaceae | 192 | Indeterminada 2 | P | Shirasuna, R.T. 4197 | |
Lauraceae | 193 | Aiouea acarodomatifera Koesterm. | P | ||
Lauraceae | 194 | Aniba viridis Mez | P | ||
Lauraceae | 195 | Cryptocarya mandioccana Meisn. | P | ||
Lauraceae | 196 | Cryptocarya moschata Nees & Mart. | P | ||
Lauraceae | 197 | Cryptocarya saligna Mez | P | ||
Lauraceae | 198 | Endlicheria paniculata (Spreng.) J.F.Macbr. | P | Arzolla, F.A.R.D.P. 1865 | |
Lauraceae | 199 | Nectandra membranacea (Sw.) Griseb. | P | ||
Lauraceae | 200 | Nectandra oppositifolia Nees | P | Moura, C. 551 | |
Lauraceae | 201 | Ocotea aciphylla (Nees & Mart.) Mez | P | ||
Lauraceae | 202 | Ocotea corymbosa (Meisn.) Mez | P | ||
Lauraceae | 203 | Ocotea dispersa (Nees & Mart.) Mez | P | Arzolla, F.A.R.D.P. 1843 | |
Lauraceae | 204 | Ocotea glaziovii Mez | P | ||
Lauraceae | 205 | Ocotea lanata (Nees & Mart.) Mez | P | ||
Lauraceae | 206 | Ocotea laxa (Nees) Mez | P | ||
Lauraceae | 207 | Ocotea pulchra Vattimo-Gil | P | Ivanauskas, N.M. 6876 | |
Lauraceae | 208 | Ocotea tristis (Nees & Mart.) Mez | P | Arzolla, F.A.R.D.P. 1862 | |
Lauraceae | 209 | Ocotea venulosa (Nees) Baitello | P | ||
Lauraceae | 210 | *Persea americana Mill. | P | ||
Lecythidaceae | 211 | Cariniana estrellensis (Raddi) Kuntze | P | ||
Linderniaceae | 212 | Lindernia crustacea (L.) F.Muell. | P | Shirasuna, R.T. 4138 | |
Loganiaceae | 213 | Spigelia beyrichiana Cham. & Schltdl. | P | Shirasuna, R.T. 4130 | |
Loganiaceae | 214 | Strychnos sp. | P | ||
Loganiaceae | 215 | Indeterminada | P | Shirasuna, R.T. 4217 | |
Magnoliaceae | 216 | Magnolia ovata (A.St.-Hil.) Spreng. | P | ||
Malpighiaceae | 217 | Bunchosia cf. maritima (Vell.) J. F.Macbr. | P | ||
Malpighiaceae | 218 | Byrsonima sp. | P | ||
Malvaceae | 219 | *Malvaviscus penduliflorus DC. | P | ||
Malvaceae | 220 | Pseudobombax grandiflorum (Cav.) A. Robyns | P | ||
Malvaceae | 221 | Spirotheca rivieri var. passifloroides (Cuatrec.) P.E. Gibbs & W.S. Alverson | P | ||
Malvaceae | 222 | Talipariti pernambucense (Arruda) Bovini | P | ||
Malvaceae | 223 | Triumfetta semitriloba Jacq. | P | ||
Malvaceae | 224 | Triumfetta sp. | P | Shirasuna, R.T. 4123 | |
Marantaceae | 225 | Goeppertia cylindrica (Roscoe) Borchs. & S.Suárez | P | ||
Mayacaceae | 226 | Mayaca sellowiana Kunth | P | ||
Melastomataceae | 227 | Bertolonia sp. | P | Ivanauskas, N.M. 6889 | |
Melastomataceae | 228 | Chaetogastra clinopodifolia DC. | P | ||
Melastomataceae | 229 | Leandra variabilis Raddi | P | ||
Melastomataceae | 230 | Leandra melastomoides Raddi | P | ||
Melastomataceae | 231 | Leandra sp. | P | Ivanauskas, N.M. 6882 | |
Melastomataceae | 232 | Miconia cinnamomifolia (DC.) Naudin | P | ||
Melastomataceae | 233 | Miconia cubatanensis Hoehne | P | Ivanauskas, N.M. 6878 | |
Melastomataceae | 234 | Miconia dodecandra Cogn. | P | Arzolla, F.A.R.D.P. 1838 e Moura, C. 556 | |
Melastomataceae | 235 | Miconia fasciculata Gardner | P | ||
Melastomataceae | 236 | Miconia formosa Cogn. | P | ||
Melastomataceae | 237 | Miconia latecrenata (DC.) Naudin | P | Arzolla, F.A.R.D.P. 1830 | |
Melastomataceae | 238 | Miconiapusilliflora (DC.) Naudin | P | Arzolla, F.A.R.D.P. 1859 | |
Melastomataceae | 239 | Miconia sp. 1 | P | Arzolla, F.A.R.D.P. 1906 | |
Melastomataceae | 240 | Miconia sp. 2 | P | Moura, C. 553 | |
Melastomataceae | 241 | Miconia sp. 3 | P | Moura, C. 565 | |
Melastomataceae | 242 | Ossaea meridionalis D’El Rei Souza | P | Costa, J.P. 2 e 7 | |
Melastomataceae | 243 | Ossaea sp. | P | Costa, J.P. 9 | |
Melastomataceae | 244 | Pleiochiton blepharodes (DC.) Reginato, R.Goldenb. & Baumgratz | P | ||
Melastomataceae | 245 | Pterolepis glomerata (Rottb.) Miq. | P | Shirasuna, R.T. 4146, 4198 | |
Melastomataceae | 246 | Pleroma clavatum (Pers.) P.J.F. Guim. & Michelang. | P | Shirasuna, R.T. 4186 | |
Melastomataceae | 247 | Pleroma mutabile (Vell.) Triana | P | ||
Melastomataceae | 248 | Pleroma raddianum (DC.) Gardner | P | Arzolla, F.A.R.D.P. 1852 | |
Melastomataceae | 249 | Pleroma urvilleanum (DC.) P.J.F. Guim. & Michelang. | P | Moura, C. 547 | |
Melastomataceae | 250 | Tibouchina sp. 1 | P | Costa, J.P. 10 | |
Melastomataceae | 251 | Tibouchina sp. 2 | P | Moura, C. 566 | |
Meliaceae | 252 | Cedrela fissilis Vell. | P | ||
Meliaceae | 253 | Guarea macrophylla Vahl | P | Moura, C. 535 e 542 | |
Meliaceae | 254 | Trichilia sp. 1 | P | Ivanauskas, N.M. 6885 | |
Meliaceae | 255 | Trichilia sp. 2 | P | Moura, C. 546 | |
Menispermaceae | 256 | Cissampelos sp. | P | Arzolla, F.A.R.D.P. 1829 | |
Monimiaceae | 257 | Mollinedia elegans Tul. | P | ||
Monimiaceae | 258 | Mollinedia schottiana (Spreng.) Perkins | P | ||
Moraceae | 259 | Brosimum sp. | P | ||
Moraceae | 260 | Dorstenia hirta Desv. | P | Moura, C. 530 e Shirasuna, R.T. 4113 | |
Moraceae | 261 | Ficus sp. | P | ||
Moraceae | 262 | Sorocea bonplandii (Baill.) W.C.Burger et al. | P | Moura, C. 531 | |
Moraceae | 263 | Sorocea guilleminiana Gaudich. | P | Moura, C. 544 | |
Musaceae | 264 | *Musa ornata Roxb. | P | ||
Musaceae | 265 | *Musa paradisiaca L. | P | ||
Myristicaceae | 266 | Virola bicuhyba (Schott ex Spreng.) Warb. | P | ||
Myristicaceae | 267 | Virola gardneri (A.DC.) Warb. | P | ||
Myrtaceae | 268 | Campomanesia xanthocarpa (Mart.) O.Berg | P | ||
Myrtaceae | 269 | Eugenia beaurepairiana (Kiaersk.) D.Legrand | P | ||
Myrtaceae | 270 | Eugenia brevistyla D.Legrand | P | ||
Myrtaceae | 271 | Eugenia cerasiflora Miq. | P | ||
Myrtaceae | 272 | Eugenia disperma Vell. | P | ||
Myrtaceae | 273 | Eugenia expansa Spring ex Mart. | P | Costa, J.P. 3 | |
Myrtaceae | 274 | Eugenia melanogyna (D.Legrand) Sobral | P | ||
Myrtaceae | 275 | Eugenia multicostata D.Legrand | P | ||
Myrtaceae | 276 | Eugenia neoglomerata Sobral | P | ||
Myrtaceae | 277 | Eugenia oblongata O. Berg | P | Ivanauskas, N.M. 6899 | |
Myrtaceae | 278 | Eugenia prasina O.Berg | P | ||
Myrtaceae | 279 | Eugenia puberula Nied. | P | Arzolla, F.A.R.D.P. 1833 | |
Myrtaceae | 280 | Eugenia stigmatosa DC. | P | ||
Myrtaceae | 281 | Eugenia subavenia O. Berg | P | ||
Myrtaceae | 282 | Eugenia subterminalis DC. | P | ||
Myrtaceae | 283 | Eugenia verticillata (Vell.) Angely | P | ||
Myrtaceae | 284 | Eugenia sp. | P | Costa, J.P. 5 | |
Myrtaceae | 285 | Myrceugenia campestris (DC.) D.Legrand & Kausel | P | Moura, C. 533 | |
Myrtaceae | 286 | Myrceugenia miersiana (Gardner) D.Legrand & Kausel | P | ||
Myrtaceae | 287 | Myrceugenia myrcioides (Cambess.) O. Berg | P | ||
Myrtaceae | 288 | Myrceugenia reitzii D. Legrand | P | Arzolla, F.A.R.D.P. 1868 | |
Myrtaceae | 289 | Myrcia anacardiifolia Gardner | P | ||
Myrtaceae | 290 | Myrcia brasiliensis Kiaersk. | P | ||
Myrtaceae | 291 | Myrcia eugeniopsoides (D. Legrand & Kausel) Mazine | P | ||
Myrtaceae | 292 | Myrcia excoriata (Mart.) E.Lucas & C.E.Wilson. | P | ||
Myrtaceae | 293 | Myrcia flageììaris (D. Legrand) Sobral | P | Ivanauskas, N.M. 6887 | |
Myrtaceae | 294 | Myrcia heringii D. Legrand | P | ||
Myrtaceae | 295 | Myrcia ilheosensis Kiaersk. | P | ||
Myrtaceae | 296 | Myrcia insularis Gardner | P | ||
Myrtaceae | 297 | Myrcia isaiana G.M. Barroso & Peixoto | P | ||
Myrtaceae | 298 | Myrcia loranthifolia (DC.) G.P.Burton & E.Lucas | P | ||
Myrtaceae | 299 | Myrcia neolucida A.R. Lourenço & E. Lucas | P | ||
Myrtaceae | 300 | Myrcia neoriedeliana E. Lucas & C.E.Wilson | P | ||
Myrtaceae | 301 | Myrcia neosuaveolens E. Lucas & C.E.Wilson | P | ||
Myrtaceae | 302 | Myrcia aff. paìustris DC. | P | Arzolla, F.A.R.D.P. 1855 | |
Myrtaceae | 303 | Myrcia pubipetala Miq. | P | ||
Myrtaceae | 304 | Myrcia racemosa (O.Berg) Kiaersk. | P | ||
Myrtaceae | 305 | Myrcia spectabilis DC. | P | ||
Myrtaceae | 306 | Myrcia splendens (Sw.) DC. | P | ||
Myrtaceae | 307 | Myrcia strigipes Mart. | P | Arzolla, F.A.R.D.P. 1866 e Ivanauskas, N.M. 6900 | |
Myrtaceae | 308 | Myrcia tijucensis Kiaersk. | P | Arzolla, F.A.R.D.P. 1846a | |
Myrtaceae | 309 | Myrcia sp. | P | Arzolla, F.A.R.D.P. 1855 | |
Myrtaceae | 310 | Neomitranthes glomerata (D. Legrand) D.Legrand | P | ||
Myrtaceae | 311 | Psidium cattleyanum Sabine | P | Arzolla, F.A.R.D.P. 1856 | |
Myrtaceae | 312 | *Psidium guajava L. | P | ||
Myrtaceae | 313 | *Syzygium jambos (L.) Alston | P | ||
Nyctaginaceae | 314 | Guapira opposita (Vell.) Reitz | P | Arzolla, F.A.R.D.P. 1845 | |
Nyctaginaceae | 315 | Guapira sp. 1 | P | Arzolla, F.A.R.D.P. 1826 | |
Nyctaginaceae | 316 | Guapira sp. 2 | P | Ivanauskas, N.M. 6890 | |
Ochnaceae | 317 | Ourateaparviflora (A.DC.) Baill. | P | ||
Ochnaceae | 318 | Sauvagesia erecta L. | P | Shirasuna, R.T. 4157 | |
Oleaceae | 319 | Chionanthusfiliformis (Vell.) P.S. Green | P | ||
Onagraceae | 320 | Ludwigia sp. 1 | P | Shirasuna, R.T. 4154 | |
Onagraceae | 321 | Ludwigia sp. 2 | P | Shirasuna, R.T. 4178 | |
Orchidaceae | 322 | Buchtienia nitida (Vell.) Fraga & Meneguzzo | P | ||
Orchidaceae | 323 | Campylocentrum sp. | P | ||
Orchidaceae | 324 | Catasetum socco (Vell.) Hoehne | P | ||
Orchidaceae | 325 | Cattleya forbesii Lindl. | P | ||
Orchidaceae | 326 | Dichaea cogniauxiana Schltr. | P | ||
Orchidaceae | 327 | Dichaeapendula (Aubl.) Cogn. | P | ||
Orchidaceae | 328 | Elleanthus brasiliensis Rchb.f. | P | ||
Orchidaceae | 329 | Epidendrum strobiliferum Rchb.f. | P | ||
Orchidaceae | 330 | Gomesaflexuosa (Lodd.) M.W. Chase & N.H.Williams | P | Shirasuna, R.T. 4187 | |
Orchidaceae | 331 | Jacquiniella globosa (Jacq.) Schltr. | P | ||
Orchidaceae | 332 | Leptotes bicolor Lindl. | P | ||
Orchidaceae | 333 | Maxillaria brasiliensis Brieger & Illg | P | ||
Orchidaceae | 334 | Maxillaria obtusa (Lindl.) Molinari | P | ||
Orchidaceae | 335 | Maxillaria ochroleuca Lodd. ex Lindl. | P | ||
Orchidaceae | 336 | Octomeria grandiflora Lindl. | P | ||
Orchidaceae | 337 | Octomeria sp. 1 | P | Shirasuna, R.T. 4114 | |
Orchidaceae | 338 | Octomeria sp. 2 | P | Shirasuna, R.T. 4182 | |
Orchidaceae | 339 | Octomeria sp. 3 | P | Shirasuna, R.T. 4266 | |
Orchidaceae | 340 | Polystachya caracasana Rchb. f. | P | Shirasuna, R.T. 4214 | |
Orchidaceae | 341 | Polystachya concreta (Jacq.) Garay & Sweet | P | ||
Orchidaceae | 342 | Prescottia sp. | P | Shirasuna, R.T. 4257 | |
Orchidaceae | 343 | Prosthechea glumacea (Lindl.) W.E. Higgins | P | ||
Orchidaceae | 344 | Psilochilus modestus Barb. Rodr. | P | ||
Orchidaceae | 345 | Rodriguezia venusta Rchb.f. | P | ||
Orchidaceae | 346 | Stelis sp. | P | Shirasuna, R.T. 4115 | |
Orchidaceae | 347 | Trigonidium latifolium Lindl. | P | ||
Orchidaceae | 348 | Vanilla sp. | P | ||
Peraceae | 349 | Pera glabrata (Schott) Baill. | P | ||
Phyllanthaceae | 350 | Hieronyma alchorneoides Allemão | P | ||
Phyllanthaceae | 351 | Phyllanthus niruri L. | P | Shirasuna, R.T. 4233 | |
Phyllanthaceae | 352 | Phyllanthus riedelianus Müll. Arg. | P | Moura, C. 559 | |
Phyllanthaceae | 353 | Richeria grandis Vahl | P | Ivanauskas, N.M. 6901 e Moura, C. 558 | |
Phytolaccaceae | 354 | Phytolacca dioica L. | P | ||
Picramniaceae | 355 | Picramnia sp. 1 | P | Arzolla, F.A.R.D.P. 1851 | |
Picramniaceae | 356 | Picramnia sp. 2 | P | Moura, C. 534 | |
Piperaceae | 357 | Peperomia diaphanoides Dahlst. | P | Shirasuna, R.T. 4241 | |
Piperaceae | 358 | Peperomia sp. 1 | P | Moura, C. 522 | |
Piperaceae | 359 | Peperomia sp. 2 | P | Shirasuna, R.T. 4191 | |
Piperaceae | 360 | Peperomia sp .3 | P | Shirasuna, R.T. 4202 | |
Piperaceae | 361 | Piper arboreum Aubl. | P | ||
Piperaceae | 362 | Piper cernuum Vell. | P | Ivanauskas, N.M. 6881; Moura, C. 538 e 555 | |
Piperaceae | 363 | Piper sp. 1 | P | Arzolla, F.A.R.D.P. 1840 | |
Piperaceae | 364 | Piper sp. 2 | P | Arzolla, F.A.R.D.P. 1905 | |
Piperaceae | 365 | Piper sp. 3 | P | Ivanauskas, N.M. 6892 | |
Piperaceae | 366 | Piper sp. 4 | P | Ivanauskas, N.M. 6894 | |
Piperaceae | 367 | Piper sp. 5 | P | Moura, C. 527 | |
Piperaceae | 368 | Piper sp. 6 | P | Moura, C. 554 | |
Piperaceae | 369 | Piper sp. 7 | P | Moura, C. 562 | |
Piperaceae | 370 | Piper sp. 8 | P | Shirasuna, R.T. 4200 | |
Piperaceae | 371 | Piper sp. 9 | P | Shirasuna, R.T. 4244 | |
Piperaceae | 372 | Piper sp. 10 | P | Shirasuna, R.T. 4271 | |
Piperaceae | 373 | Piper sp. 11 | P | Shirasuna, R.T. 4273 | |
Piperaceae | 374 | Piper sp. 12 | P | Shirasuna, R.T. 4274 | |
Plantaginaceae | 375 | Scoparia dulcis L. | P | Shirasuna, R.T. 4220 | |
Poaceae | 376 | Andropogon bicornis L. | P | Shirasuna, R.T. 4168 | |
Poaceae | 378 | Axonopus sp. | P | Shirasuna, R.T. 4160 | |
Poaceae | 379 | *Bambusa tuldoides Munro | P | ||
Poaceae | 380 | *Bambusa vulgaris Schrad. ex J.C. Wendl. | P | ||
Poaceae | 381 | Chusquea oxylepis (Hack.) Ekman | P | Shirasuna, R.T. 4171, 4212, 4236 | |
Poaceae | 382 | Hildaeapallens (Sw.) C.Silva & R.P. Oliveira | P | Shirasuna, R.T. 4118, 4125, 4199, 4207, 4242, 4272 | |
Poaceae | 383 | Homolepis glutinosa (Sw.) Zuloaga & Soderstr. | P | Shirasuna, R.T. 4195 | |
Poaceae | 384 | Ichnanthus leiocarpus (Spreng.) Kunth | P | Shirasuna, R.T. 4237 | |
Poaceae | 385 | *Melinis minutiflora P.Beauv. | P | ||
Poaceae | 386 | Merostachys magellanica Send. | P | Shirasuna, R.T. 4135, 4275 | |
Poaceae | 387 | Merostachys pluriflora Munro ex E.G. Camus | P | ||
Poaceae | 388 | Merostachys ternata Nees | P | Shirasuna, R.T. 4107 | |
Poaceae | 389 | Olyra glaberrima Raddi | P | Shirasuna, R.T. 4240 | |
Poaceae | 390 | Parodiolyra micrantha (Kunth) Davidse & Zuloaga | P | Shirasuna, R.T. 4110 | |
Poaceae | 391 | Paspalum corcovadense Raddi | P | Shirasuna, R.T. 4259 | |
Poaceae | 392 | Paspalum mandiocanum Trin. | P | Shirasuna, R.T. 4122, 4161 | |
Poaceae | 393 | Paspalum nutans Lam. | P | Shirasuna, R.T. 4206 | |
Poaceae | 394 | Paspalum vaginatum Sw. | P | ||
Poaceae | 395 | Pharus lappulaceus Aubl. | P | ||
Poaceae | 396 | Rugoloa pilosa (Sw.) Zuloaga | P | Shirasuna, R.T. 4112, 4158, 4203 | |
Poaceae | 397 | Spartina alterniflora Loisel. | P | ||
Poaceae | 398 | *Urochloa plantaginea (Link) R.D. Webster | P | Shirasuna, R.T. 4208 | |
Polygalaceae | 399 | Caamembeca salicifolia (Poir.) J.F.B. Pastore | P | ||
Polygalaceae | 400 | Caamembeca sp. 1 | P | Shirasuna, R.T. 4216 | |
Polygalaceae | 401 | Caamembeca sp. 2 | P | Shirasuna, R.T. 4270 | |
Polygalaceae | 402 | Polygala paniculata L. | P | Shirasuna, R.T. 4196 | |
Polygonaceae | 403 | Coccoloba warmingii Meisn. | P | ||
Polygonaceae | 404 | Coccoloba sp. | P | ||
Primulaceae | 405 | Ardisia guianensis (Aubl.) Mez | P | Ivanauskas, N.M. 6879 e Moura, C. 561 | |
Primulaceae | 406 | Myrsine coriacea (Sw.) R.Br. ex Roem. & Schult. | P | ||
Primulaceae | 407 | Myrsine gardneriana A.DC. | P | ||
Primulaceae | 408 | Myrsine hermogenesii (Jung-Mend. & Bernacci) M.F.Freitas & Kin.-Gouv. | P | ||
Primulaceae | 409 | Myrsine umbellata Mart. | P | Arzolla, F.A.R.D.P. 1844 e Moura, C. 550 | |
Quiinaceae | 410 | Quiina glaziovii Engl. | P | ||
Rhizophoraceae | 411 | Rhizophora mangle L. | P | ||
Rosaceae | 412 | Prunus myrtifolia (L.) Urb. | P | ||
Rosaceae | 413 | *Rubus rosifolius Sm. | P | ||
Rubiaceae | 414 | Alseis floribunda Schott | P | ||
Rubiaceae | 415 | Amaioua intermedia Mart. ex Schult. & Schult.f. | P | ||
Rubiaceae | 416 | Bathysa australis (A.St.-Hil.) K. Schum. | P | ||
Rubiaceae | 417 | Borreria ocymifolia (Roem. & Schult.) Bacigalupo & E.L. Cabral | P | Shirasuna, R.T. 4126 e 4169 | |
Rubiaceae | 418 | Chomelia brasiliana A.Rich. | P | ||
Rubiaceae | 419 | Chomelia sp. | P | Shirasuna, R.T. 4255 | |
Rubiaceae | 420 | Coccocypselum capitatum (Graham) C.B.Costa & Mamede | P | ||
Rubiaceae | 421 | Coccocypselum hasslerianum Chodat | P | ||
Rubiaceae | 422 | Coccocypselum sp. 1 | P | Shirasuna, R.T. 4176 | |
Rubiaceae | 423 | Coccocypselum sp. 2 | P | Shirasuna, R.T. 4193 | |
Rubiaceae | 424 | Coccocypselum sp. 3 | P | Shirasuna, R.T. 4194 | |
Rubiaceae | 425 | Coccocypselum sp. 4 | P | Shirasuna, R.T. 4248 | |
Rubiaceae | 426 | Cordiera myrciifolia (K.Schum.) C.H. Perss. & Delprete | P | ||
Rubiaceae | 427 | Geophila repens (L.) I.M.Johnst. | P | Shirasuna, R.T. 4227 | |
Rubiaceae | 428 | Ixora sp. | P | Moura, C. 525 | |
Rubiaceae | 429 | Manettia sp. | P | Shirasuna, R.T. 4238 | |
Rubiaceae | 430 | Palicourea marcgravii A.St.-Hil. | P | ||
Rubiaceae | 431 | Palicourea sessilis (Vell.) C.M. Taylor | P | ||
Rubiaceae | 432 | Posoqueria latifolia (Rudge) Schult. | P | ||
Rubiaceae | 433 | Psychotria carthagenensis Jacq. | P | ||
Rubiaceae | 434 | Psychotria nuda (Cham. & Schltdl.) Wawra | P | Arzolla, F.A.R.D.P. 1827 | |
Rubiaceae | 435 | Psychotria pedunculosa Rich. | P | ||
Rubiaceae | 436 | Psychotria suterella Müll. Arg. | P | Moura, C. 521 | |
Rubiaceae | 437 | Psychotria sp. 1 | P | Arzolla, F.A.R.D.P. 1902 | |
Rubiaceae | 438 | Psychotria sp. 3 | P | Moura, C. 518 | |
Rubiaceae | 439 | Psychotria sp. 4 | P | Moura, C. 524 | |
Rubiaceae | 440 | Psychotria sp. 5 | P | Moura, C. 560 | |
Rubiaceae | 441 | Psychotria sp. 6 | P | Moura, C. 563 | |
Rubiaceae | 442 | Psychotria sp. 7 | P | Shirasuna, R.T. 4188 | |
Rubiaceae | 443 | Rudgea gardenioides (Cham.) Müll. Arg. | P | ||
Rubiaceae | 444 | Rudgea jasminoides (Cham.) Müll. Arg. subsp. jasminoides | P | Shirasuna, R.T. 4254 | |
Rubiaceae | 445 | Rudgea sp. | P | Ivanauskas, N.M. 6893 | |
Rutaceae | 446 | Esenbeckia grandiflora Mart. | P | ||
Rutaceae | 447 | Conchocarpus gaudichaudianus (A.St.-Hil.) Kallunki & Pirani | S(h) | Dias, P. 222 (SPF196912) | |
Rutaceae | 448 | Metrodorea sp. | P | Costa, J.P. 1 | |
Rutaceae | 449 | Zanthoxylum rhoifolium Lam. | P | ||
Sabiaceae | 450 | Meliosma sellowii Urb. | P | Moura, C. 532 | |
Salicaceae | 451 | Casearia decandra Jacq. | P | ||
Salicaceae | 452 | Casearia obliqua Spreng. | P | ||
Salicaceae | 453 | Casearia sylvestris Sw. | P | ||
Salicaceae | 454 | Casearia sp. | P | Arzolla, F.A.R.D.P. 1850 | |
Salicaceae | 455 | Xylosma sp. | P | ||
Sapindaceae | 456 | Allophylus sp. | P | ||
Sapindaceae | 457 | Cupania oblongifolia Mart. | P | ||
Sapindaceae | 458 | Matayba elaeagnoides Radlk. | P | ||
Sapindaceae | 459 | Matayba juglandifolia (Cambess.) Radlk. | P | ||
Sapotaceae | 460 | Chrysophyllum flexuosum Mart. | P | Arzolla, F.A.R.D.P. 1846, Moura, C. 528 e Ivanauskas, N.M. 6891 | |
Sapotaceae | 461 | Chrysophyllum inornatum Mart. | P | ||
Sapotaceae | 462 | Ecclinusa ramiflora Mart. | P | ||
Sapotaceae | 463 | Manilkara subsericea (Mart.) Dubard | P | ||
Sapotaceae | 464 | Pouteria beaurepairei (Glaz. & Raunk.) Baehni | P | ||
Sapotaceae | 465 | Pouteria caimito (Ruiz & Pav.) Radlk. | P | ||
Smilacaceae | 466 | Smilax sp. | P | Ivanauskas, N.M. 6898 | |
Solanaceae | 467 | Aureliana sp. | P | ||
Solanaceae | 468 | Brunfelsia sp. | P | Shirasuna, R.T. 4258 | |
Solanaceae | 469 | Capsicum sp. | P | Ivanauskas, N.M. 6883 | |
Solanaceae | 470 | Cestrum sp. | P | Moura, C. 539 | |
Strombosiaceae | 471 | Tetrastylidium grandifolium (Baill.) Sleumer | P | ||
Symplocaceae | 472 | Symplocos laxiflora Benth. | P | ||
Theaceae | 473 | Laplacea fruticosa (Schrad.) Kobuski | P | Arzolla, F.A.R.D.P. 1857, Moura. C. 564 | |
Typhaceae | 474 | Typha angustifolia L. | P | ||
Urticaceae | 475 | Cecropia glaziovii Snethl. | P | ||
Urticaceae | 476 | Cecropia pachystachya Trécul | P | ||
Urticaceae | 477 | Coussapoa microcarpa (Schott) Rizzini | P | Moura, C. 543 | |
Urticaceae | 478 | Pourouma guianensis Aubl. | P | ||
Verbenaceae | 479 | Citharexylum myrianthum Cham. | P | ||
Vochysiaceae | 480 | Vochysia bifalcata Warm. | P | ||
Vochysiaceae | 481 | Vochysia sp. | P | ||
Zingiberaceae | 482 | *Hedychium coronarium J.Koenig | P | ||
Winteraceae | 483 | Drimys brasiliensis Miers | P | Ivanauskas, N.M. 6874 |
As Samambaias e Licófitas estão representadas por 55 espécies, 39 gêneros, distribuídos em 18 famílias, sendo as mais ricas Polypodiaceae com sete espécies, Cyatheaceae com seis espécies, Aspleniaceae e Lindsaeaceae com cinco espécies, Blechnaceae, Dryopteridaceae e Pteridaceae com quatro espécies cada. Juntas, essas famílias representam 54% das espécies (tabela 3). No PE Jacupiranga são conhecidas 207 espécies, sendo as famílias com maior riqueza Polypodiaceae e Thelypteridaceae (23 espécies cada), porém esta última também inclui três variedades (Salino & Almeida 2008Salino, A. & Almeida, T.E. 2008. Pteridófitas do Parque Estadual do Jacupiranga, SP, Brasil. Acta Botanica Brasilica 22: 983-991.). Na Serra do Mar paranaense foram registradas 57 espécies, onde Polypodiaceae, com 14 espécies, também foi a família com maior riqueza, além de Cyatheaceae, Hymenophyllaceae e Pteridaceae (seis espécies cada) (Scheer & Mocochinski 2009Scheer, M.B. & Mocochinski, A.Y. 2009. Florística vascular da Floresta Ombrófila Densa Altomontana de quatro serras no Paraná. Biota Neotropica 9: 51-69.). Na Serra da Juréia foram registradas 88 espécies e as famílias mais ricas foram Polypodiaceae (com 12 espécies), Hymenophyllaceae (nove espécies) e Lycopodiaceae (sete espécies) (Mamede et al. 2001Mamede, M.C.H., Cordeiro, I. & Rossi, L. 2001. Flora vascular da Serra da Juréia - Iguape, SP. Boletim do Instituto de Botânica 15: 63-124.).
As Gimnospermas estão representadas no PELC por duas espécies, a nativa Podocarpus sellowii (Podocarpaceae) e um pinheiro exótico (Pinus sp.) (tabela 3). Porém, existe a possibilidade de ocorrência Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze na divisa com o PE Rio do Turvo, em área de maior altitude, onde uma população foi registrada. A dificuldade de acesso impediu a confirmação dessa provável ocorrência em área contínua no PELC.
As Angiospermas foram registradas com 483 espécies, pertencentes a 279 gêneros e 100 famílias, sendo as de maior riqueza Myrtaceae com 46 espécies, Orchidaceae com 27, Fabaceae com 25, Poaceae e Rubiaceae, ambas com 23, Melastomataceae com 20, Bromeliaceae, Lauraceae e Piperaceae com 18 espécies cada uma, Acanthaceae com 11, Asteraceae, Araceae e Euphorbiaceae com 10 espécies cada e Arecaceae, Bignoniaceae e Cyperaceae com 7 espécies cada (tabela 3). Essas famílias, somadas, contemplam 58% das espécies de angiospermas. Na Serra da Juréia são conhecidas 756 espécies de angiospermas, onde as famílias mais ricas são Orchidaceae (N = 74 espécies), Myrtaceae (N = 58), Rubiaceae (N = 51), Fabaceae (N = 46), Melastomataceae (N = 33), Asteraceae (N = 20), Lauraceae (N = 19) e Euphorbiaceae (N = 18) (Mamede et al. (2001)Mamede, M.C.H., Cordeiro, I. & Rossi, L. 2001. Flora vascular da Serra da Juréia - Iguape, SP. Boletim do Instituto de Botânica 15: 63-124.). Na Serra do Mar paranaense há registros de 288 espécies, sendo as famílias mais ricas Myrtaceae (N = 34 espécies), Asteraceae (N = 30), Orchidaceae (N = 29), Rubiaceae (N = 17), Melastomataceae (N = 16), Poaceae (N = 12) e Bromeliaceae (N = 11) (Scheer & Mocochinski 2009Scheer, M.B. & Mocochinski, A.Y. 2009. Florística vascular da Floresta Ombrófila Densa Altomontana de quatro serras no Paraná. Biota Neotropica 9: 51-69.).
Assim como no presente estudo, Myrtaceae, Orchidaceae, Rubiaceae, Melastomataceae, Poaceae, Lauraceae, Fabaceae e Asteraceae têm sido registradas como as famílias mais ricas em número de espécies em vários estudos realizados na Serra do Mar paranaense (Scheer & Mocochinski 2009Scheer, M.B. & Mocochinski, A.Y. 2009. Florística vascular da Floresta Ombrófila Densa Altomontana de quatro serras no Paraná. Biota Neotropica 9: 51-69.), nas Unidades de Conservação da região do Vale do Ribeira, tal como no PE Turístico do Alto Ribeira (Ivanauskas et al. 2012Ivanauskas, N.M., Miashike, R.L., Godoy, J.R.L., Souza, F.M., Kanashiro, M., Mattos, I.F.A., Toniato, M.T.Z. & Franco, G.A.D.C. 2012. A vegetação do Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira (PETAR). Biota Neotropica 12: 147-177.), no PE Carlos Botelho (Toniato et al. 2011Toniato, M.T.Z., N.M. Ivanauskas, Souza, F.M., Mattos, I.F.A., Baitello, J.B., Kanashiro, M.M., Aguiar, O.T., Cielo Filho, R., Franco, G.A.D.C., Guerin, N., Polisel, R.T., Lima, R.A.F., Araújo, L.S., Souza, V.C., Rother, D.C., Salino, A. & Dittrich, V.A.O. 2011. A vegetação do Parque Estadual Carlos Botelho: subsídios para o plano de manejo. IF Série Registros 43: 1-254.), na Estação Ecológica Juréia-Itatins (Mamede et al. 2001Mamede, M.C.H., Cordeiro, I. & Rossi, L. 2001. Flora vascular da Serra da Juréia - Iguape, SP. Boletim do Instituto de Botânica 15: 63-124.), na Base Saibadela do PE Intervales (Zipparro et al. 2005Zipparro, V.B., Guilherme, F.A.G., Almeida-Scabbia, R.J. & Morellato, L.P.C. 2005. Levantamento Florístico de Floresta Atlântica no sul do estado de São Paulo, Parque Estadual Intervales, Base Saibadela. Biota Neotropica 5: 1-24. Disponível em http://www.biotaneotropica.org.br/v5n1/pt/abstract?inventory+BN02605012005 (acesso em 22-I-2021).
http://www.biotaneotropica.org.br/v5n1/p...
), na Flora do Vale do Ribeira (Cofani-Nunes & Weissenberg 2010Cofani-Nunes, J.V. & Weissenberg, E.W. 2010. Flora do Vale do Ribeira: Listagens das Angiospermas. In: R.B. Silva & L.C. Ming (eds.). Polo de Biotecnologia da Mata Atlântica: relato de pesquisas e outras experiências vividas no Vale do Ribeira. Maria de Lourdes Brandel - ME. Jaboticabal, pp. 61-94.), assim como na Flora de São Paulo (Wanderley et al. 2011Wanderley, M.G.L., Shepherd, G.J. Martins, S.E., Estrada, T.E.M.D., Romanini, R.P., Koch, I., Pirani, J.R., Melhem, T.S., Giulietti-Harley, A.M., Kinoshita, L.S., Magenta, M.A.G., Wagner, H.M.L., Barros, F., Lohmann, , L.G., Amaral, M.C.E., Cordeiro, I., Aragaki, S., Simão-Bianchini, R. & Esteves, G.L. 2011. Checklist das Spermatophyta do Estado de São Paulo, Brasil. Biota Neotropica 11: 193-390.).
Dentre as espécies nativas, 20 estão presentes em uma ou mais listas de espécies ameaçadas de extinção (tabela 4), nas categorias vulnerável, em perigo, criticamente em perigo ou extinta. Destaque para duas espécies até então consideradas extintas no Estado de São Paulo: Myrcia loranthifolia e Peperomia diaphanoides.
Espécies ameaçadas de extinção registradas no Parque Estadual do Lagamar de Cananéia, Estado de São Paulo, Brasil. Risco de extinção das espécies em escala estadual - SP (SMA, 2016). Nacional - BR (MMA, 2022MMA - Ministério do Meio Ambiente. 2022. Portaria nº 148, de 7 de junho de 2022. Altera os Anexos da Portaria nº 443, de 17 de dezembro de 2014, da Portaria nº 444, de 17 de dezembro de 2014, e da Portaria nº 445, de 17 de dezembro de 2014, referentes à atualização da Lista Nacional de Espécies Ameaçadas de Extinção. Diário Oficial da União, nº 108, 08 jun. 2022, Seção 1, pp. 74-91. Disponível em https://in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-mma-n-148-de-7-de-junho-de-2022-406272733 (acesso em 15-VI-2022).
https://in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-... ). Global - GL (IUCN, 2022IUCN - International Union for Conservation of Nature. 2022. The IUCN Red List of Threatened Species. Disponível em http://iucnredlist.org (acesso em 21-IX-2022).
http://iucnredlist.org... ). Categorias de risco de extinção. VU: vulnerável. EM: em perigo. EX: extinta.
https://in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-... ). Global - GL (IUCN, 2014). Extinction risk categories. VU: vulnerable. EN: in danger. EX: extinct.
Família | Espécie | SP | BR | GL |
---|---|---|---|---|
Amaryllidaceae | Hippeastrum striatum (Lam.) Moore | EN | EN | |
Arecaceae | Euterpe edulis Mart. | VU | VU | |
Bignoniaceae | Tabebuia cassinoides (Lam.) DC. | EN | VU | |
Fabaceae | Abarema brachystachya (DC.) Barneby & J.W.Grimes | VU | ||
Fabaceae | Tachigali denudata (Vogel) Oliveira-Filho | EN | ||
Gesneriaceae | Codonanthe venosa Chautems | VU | VU | |
Meliaceae | Cedrela fissilis Vell. | VU | VU | VU |
Moraceae | Sorocea guilleminiana Gaudich. | VU | ||
Myristicaceae | Virola bicuhyba (Schott ex Spreng.) Warb. | EN | EN | |
Myrtaceae | Eugenia disperma Vell. | VU | EN | |
Myrtaceae | Eugenia prasina O.Berg | VU | ||
Myrtaceae | Myrceugenia campestris (DC.) D.Legrand & Kausel | VU | ||
Myrtaceae | Myrcia isaiana G.M.Barroso & Peixoto | EN | VU | |
Myrtaceae | Myrcia flagellaris (D.Legrand) Sobral | VU | ||
Myrtaceae | Myrcia insularis Gardner | VU | ||
Myrtaceae | Myrcia loranthifolia (DC.) G.P.Burton & E.Lucas | EX | ||
Myrtaceae | Myrcia pubipetala Miq. | VU | ||
Piperaceae | Peperomia diaphanoides Dahlst. | EX | ||
Podocarpaceae | Podocarpus sellowii Klotzsch | EN | ||
Quiinaceae | Quiina glaziovii Engl. | VU |
Myrcia loranthifolia apresenta coletas recentes em outras áreas paulistas, portanto o grau de risco de ameaça deverá ser revisto na próxima atualização da flora paulista ameaçada de extinção. Já Peperomia diaphanoides é uma epífita que de fato apresenta pouquíssimas coletas no Estado de São Paulo, mas é citada como presente nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul (CNCFlora 2012CNCFlora - Centro Nacional de Conservação da Flora. 2012. Apresentação. Disponível em http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/ (acesso em 03-II-2020).
http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/...
).
Assim como as espécies consideradas possivelmente extintas, as demais ameaçadas encontram-se em risco de extinção principalmente devido à redução de habitat. Exceção para Euterpe edulis (palmito-juçara) cujo risco de extinção é agravado pela exploração intensiva do palmito que é feita de forma predatória (Orlande et al. 1996Orlande, T., Laarman, J. & Mortimer, J. 1996. Palmito sustainability and economics in Brazil’s Atlantic coastal forest. Forest Ecology and Management 80: 257-265., Galetti & Fernandez 1998Galetti, M. & Fernandez, J. C. 1998. Palm heart harvesting in the Brazilian Atlantic forest: changes in industry structure and the illegal trade. Journal of Applied Ecology 35: 294-301., Reis et al. 2000Reis, M.S., Fantini, A.C., Nodari, R.O., Reis, A., Guerra, M.P. & Mantovani, A. 2000. Management and Conservation of Natural Populations in Atlantic Rain Forest: The Case Study of Palm Heart (Euterpe edulis Martius). Biotropica 32: 894-902., Fantini & Guries 2007Fantini, A. C. & Guries, R. P. 2007. Forest structure and productivity of palmiteiro (Euterpe edulis Martius) in the Brazilian Mata Atlântica. Forest Ecology and Management 242: 185-194., Vianna 2023Vianna, S.A. 2023. Euterpe. In: Flora e Funga do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em https://floradobrasil.jbrj.gov.br/FB15712 (acesso em 18-01-2023).
https://floradobrasil.jbrj.gov.br/FB1571...
). Ocotea porosa (imbuia) também foi intensamente explorada no passado pelo valor madeireiro (Amato 2008Amato, C.M. 2008. Ecologia de populações de Ocotea porosa (Nees) Barroso em áreas submetidas a diferentes graus de perturbação. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal do Paraná, Curitiba.).
Lacistema lucidum apresenta identidade taxonômica incerta, podendo ser confundida com L. pubescens e L. serrulatum, o que complica a definição de sua distribuição geográfica, do tamanho e número de subpopulações (CNCFlora 2012CNCFlora - Centro Nacional de Conservação da Flora. 2012. Apresentação. Disponível em http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/ (acesso em 03-II-2020).
http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/...
). Nesse contexto, a espécie é considerada prioritária para conservação e pesquisa, pois não há dados em literatura suficientes para embasar o seu correto risco de extinção, sendo então enquadrada como espécie deficiente de dados (DD), portanto, dependentes de planos de ação para que não venham a figurar entre a lista de espécies ameaçadas de extinção no futuro.
No PELC foram registradas 17 espécies exóticas (tabela 5), a maior parte em áreas antropizadas. Dentre as árvores frutíferas, destacam-se pelo seu potencial invasor de áreas naturais a goiabeira (Psidium guajava) e o jambeiro (Syzygium jambos). Já o pinheiro (Pinus sp.) é invasor de áreas abertas, o que torna o seu manejo prioritário a fim de evitar que os propágulos alcancem as áreas campestres e as clareiras em meio à vegetação secundária (Durigan et al. 2020Durigan, G., Abreu, C.R., Pilon, N.A.L, Ivanauskas, N.M., Virillo, C.B., Pivello, V.R. 2020. Invasão por Pinus spp.: ecologia, prevenção, controle e restauração. São Paulo: Instittuto Florestal.).
Espécies exóticas registradas no Parque Estadual do Lagamar de Cananéia, Estado de São Paulo, Brasil. Hábito (H). Ar: árvore. Arb: arbusto. Ba: bambusóide. Sb: subarbusto. Ev: erva. Categoria de invasão (CI): Rnd: Ruderal não dominante. ExT: Exótica transiente. ExInd: Invasora não dominante. ExId: Invasora dominante.
Família | Espécie | Nome popular | H | CI |
---|---|---|---|---|
Apiaceae | Centella asiatica (L.) Urb. | centela | Ev | Exld |
Araceae | Anthurium sagittatum Kunth | antúrio | Ev | Exlnd |
Arecaceae | Bactris gasipaes Kunth | pupunha | Ar | Exlnd |
Asparagaceae | Dracaena fragrans (L.) Ker Gawl. | dracena | Arb | ExInd |
Lauraceae | Persea americana Mill. | abacateiro | Ar | Exlnd |
Malvaceae | Malvaviscus penduliflorus DC. | malvabisco | Arb | Exlnd |
Myrtaceae | Psidium guajava L. | goiabeira | Ar | Exlnd |
Myrtaceae | Syzygium jambos (L.) Alston | jambeiro | Ar | Exlnd |
Musaceae | Musa ornata Roxb. | banana-flor | Ev | Exld |
Musaceae | Musa paradisiaca L. | bananeira | Ev | Exlnd |
Pinaceae | Pinus sp. | pinheiro | Ar | Exld |
Poaceae | Bambusa tuldoides Munro | Bambu | Ar | ExT |
Poaceae | Bambusa vulgaris Schrad. ex J.C.Wendl. | Bambu | Ar | ExT |
Poaceae | Melinis minutiflora P.Beauv. | capim-gordura | Ev | Exld |
Poaceae | Urochloa plantaginea (Link) R.D.Webster | braquiária | Ev | ExId |
Rosaceae | Rubus rosifolius Sm. | morango-silvestre | Sb | Rnd |
Zingiberaceae | Hedychium coronarium J.Koenig | lírio-do-brejo | Ev | Exld |
A banana-flor (Musa ornata) é cultivada como planta ornamental, pois os frutos não são aproveitáveis para consumo humano, embora muito apreciados pela fauna que atua na dispersão da espécie a longas distâncias. Densos agrupamentos dessa espécie podem ser observados ao longo da estrada do Ariri e na borda de córregos em áreas antropizadas.
Também de grande risco por serem ervas invasoras dominantes estão o capim-gordura (Melinis minutiflora) e o lírio-do-brejo (Hedychium coronarium), esta última já ocupando grandes extensões nas planícies aluviais. Ambas estão entre as espécies invasoras com maior número de registro de ocorrência nas fitofisionomias vegetais do Brasil (N = 12) (Zenni & Ziller 2011Zenni, R.D. & Ziller, S.R. 2011. An overview of invasive plants in Brazil. Revista Brasileira de Botânica 34: 431-446.). Estudos realizados em áreas de transição Cerrado-Mata Atlântica na região metropolitana de Belo Horizonte e no Cerrado do Parque Nacional de Brasília mostraram a capacidade invasiva de M. minutiflora, que causa o empobrecimento da diversidade de espécies dos locais onde se dissemina, dificulta a recuperação de áreas degradadas e o fogo recorrente beneficia o estabelecimento e a persistência da espécie (Rossi et al. 2014Rossi, R.D., Martins, C.R., Viana, P.L., Rodrigues, E.L. & Figueira, J.E.C. 2014. Impact of invasion by molasses grass (Melinis minutiflora P. Beauv.) on native species and on fires in areas of campo-cerrado in Brazil. Acta Botanica Brasilica 28: 631-637., Martins et al. 2004Martins, C.R., Leite, L.L. & Haridasan, M. 2004. Capim-Gordura (Melinis minutiflora P. Beauv.), uma gramínea exótica que compromete a recuperação de áreas degradadas em Unidades de Conservação. Revista Árvore 28: 739-747.).
Assim como no Brasil, a invasão por M. minutiflora foi reportada para diversas partes do planeta, tal como no continente Africano (ilhas Reunião), na Oceania (Austrália, Havaí, Guam, Samoa Americana, Fiji, Polinésia Francesa, Wallis, Futuna, Nova Caledônia, Palau, Papua Nova Guiné, ilhas Salomão, Tonga, Vanuatu, Nova Zelândia - Niue) e na América Central (Jamaica, Cuba) (Instituto Hórus 2021Instituto Hórus. 2021. Base de Dados Nacional de Espécies Exóticas Invasoras. Instituto Hórus de Desenvolvimento e Conservação Ambiental, Florianópolis - SC. Disponível em http://bd.institutohorus.org.br (acesso em 28-II-2023).
http://bd.institutohorus.org.br...
). Da mesma maneira, além do Brasil, a invasão por H. coronarium foi registrada no continente Africano (África do Sul, Suazilândia), Oceania (Samoa, lhas Cook, Micronésia, Ilhas Fiji, Polinésia Francesa, Nova Caledônia, Palau, Tonga, Austrália, Havaí), na América do Sul (Equador: Ilhas Galápagos), na América Central (Cuba) e Ásia (Japão) (Instituto Hórus 2021Instituto Hórus. 2021. Base de Dados Nacional de Espécies Exóticas Invasoras. Instituto Hórus de Desenvolvimento e Conservação Ambiental, Florianópolis - SC. Disponível em http://bd.institutohorus.org.br (acesso em 28-II-2023).
http://bd.institutohorus.org.br...
).
A pupunha (Bactris gasipaes) foi registrada no PELC em áreas de roças antigas abandonadas. Embora seja nativa no Brasil, sua ocorrência natural restringe-se ao Domínio Fitogeográfico Amazônico (Lorenzi 2023Lorenzi, H. 2023. Bactris. In: Flora e Funga do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em https://floradobrasil.jbrj.gov.br/FB22106 (acesso em 27-I-2023).
https://floradobrasil.jbrj.gov.br/FB2210...
). A espécie tem sido cultivada da Bahia à Santa Catarina porque apresenta algumas vantagens que favorecem seu cultivo para extração do palmito, tais como precocidade de corte, rusticidade, perfilhamento abundante, boa palatabilidade, ausência de oxidação do palmito produzido (escurecimento) e alta produtividade (Neves et al. 2004Neves, E.J.M., Santos, A.F., Martins, E.G., Rodigheri, H.R., Bellettini, S. & Corrêa Júnior, C. 2004. Manejo de pupunheira (Bactris gasipaes Kunth) para palmito em áreas sem restrições hídricas. Colombo: Embrapa Florestas. Circular técnica 89.).
O morango-silvestre (Rubus rosifolius) foi registrado em ambientes ruderais, restritos às margens de trilhas e estradas, portanto categorizada no PELC como ruderal não dominante. Consta que a planta pode invadir o subosque de florestas naturais degradadas, formando densos emaranhados que dificultam a regeneração de plantas e o trânsito de animais (Instituto Hórus 2021Instituto Hórus. 2021. Base de Dados Nacional de Espécies Exóticas Invasoras. Instituto Hórus de Desenvolvimento e Conservação Ambiental, Florianópolis - SC. Disponível em http://bd.institutohorus.org.br (acesso em 28-II-2023).
http://bd.institutohorus.org.br...
, Sampaio & Schmidt 2013Sampaio, A.B. & Schmidt, I.B. 2013. Espécies Exóticas Invasoras em Unidades de Conservação Federais do Brasil. Biodiversidade Brasileira 3: 32-49.). Trata-se de espécie exótica, com sua primeira referência na literatura a partir de coletas nas Ilhas Maurício, como consta da descrição original da espécie (Smith 1791Smith, J.E. 1791. Plantarum Icones Hactenus Ineditae 3: pl. 60.). Entretanto, estudos moleculares mostram que as espécies mais próximas são nativas e endêmicas de regiões do leste asiático (Alice & Campbell 1999Alice, L.A. & Campbell, C.S. 1999. Phylogeny of Rubus (Rosaceae) based on nuclear ribosomal DNA internal transcribed spacer region sequences. American Journal of Botany 86: 81-97.), a partir de onde se dispersou naturalmente (Fuks 1984Fuks, R. 1984. Rubus L. (Rosaceae) do Estado do Rio de Janeiro. Rodriguésia 36: 3-32., Instituto Hórus 2021Instituto Hórus. 2021. Base de Dados Nacional de Espécies Exóticas Invasoras. Instituto Hórus de Desenvolvimento e Conservação Ambiental, Florianópolis - SC. Disponível em http://bd.institutohorus.org.br (acesso em 28-II-2023).
http://bd.institutohorus.org.br...
). Dispersa por aves, a espécie é referida para o Brasil desde a Flora brasiliensis (Hooker 1867Hooker, J.D. 1867. Rosaceae. In: C.F.P. Martius & A.G. Eichler (eds.). Flora brasiliensis 14(2). Lipsiae, Frid. Fleischer, pp. 1-75, tab. 1-22.) mas, diferente de outros Rubus cultivados no Brasil, como a framboesa (R. idaeus L., R. fruticosus L. ou R. niveus Thunb.), não se tem registro desta espécie sendo cultivada ou mesmo introduzida pelo homem no passado. Embora tenha sido incluída como nativa na Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo (Kiyama & Bianchini 2003Kiyama, C.Y. & Bianchini, R.S. 2003. Rosaceae. In: M.G.L. Wanderley, G.J. Shepherd, A.M. Giulietti & T.S.A. Melhem (coords.). Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. FAPESP: RiMa, São Paulo, v. 3, pp. 285-293.), essa categorização foi revisada na Flora e Funga do Brasil, na qual foi enquadrada como naturalizada (Simão-Bianchini 2023Simão-Bianchini, R.Rubus. In: Flora e Funga do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em https://floradobrasil.jbrj.gov.br/FB32509 (acesso em 16-III-2023).
https://floradobrasil.jbrj.gov.br/FB3250...
).
Também o bambu-gigante-verde (Bambusa vulgaris) e o bambu-caipira (Bambusa tuldoides) são muito utilizados em propriedades rurais, e touceiras destas espécies foram observadas em áreas antropizadas e antigas roças atualmente abandonadas. B. tuldoides apresenta rizoma paquimorfo com pescoço curto, conferindo um hábito em touceira compacta, não sendo a parte vegetativa uma ameaça de invasão. Porém, Felker et al. (2017)Felker, R.M., Rovedder, A.P.M., Longhi, S.J., Araujo, E.F., Stefanello, M.M. & Peccatti, A. 2017. Impact of Bambusa tuldoides Munro (Poaceae) on forest regeneration. Cerne 23: 275-282. apontam que a superabundância de B. tuldoides afeta a regeneração natural por meio da alteração do estabelecimento e perpetuação de espécies nativas. Sua dominância limita a chegada da chuva de sementes levando a diminuição da diversidade biológica (Grombone-Guaratini & Rodrigues, 2014Grombone-Guaratini, M.T. & Rodrigues, R.R. 2002. Seed bank and seed rain in a seasonal semi-deciduous forest in south-eastern Brazil. Journal of tropical ecology 18: 759-774., Bona et al., 2020Bona, K., Purificação, K.N., Vieira, T.B. & Mews, H.A. 2020. Fine-scale effects of bamboo dominance on seed rain in a rainforest. Forest Ecology and Management 460, 117906.). B. vulgaris apresenta rizomas paquimorfos com pescoço curto a alongado, portanto forma touceiras mais amplas que B. tuldoides, podendo ter maior potencial de invasão. No entanto, Silva et al. (2021)Silva, D.L., Ferreira, R.A. & Gama, D.C. 2021. Bambusa vulgaris e outras espécies exóticas no Refúgio da Vida Silvestre Mata do Junco, Sergipe: uma preocupação com invasão biológica. Revista Nordestina de Biologia 29: 2-17. não constataram invasão biológica por B. vulgaris num Refúgio da Vida Silvestre no Estado do Sergipe.
Conclusões
Entre as áreas protegidas que compõem o Mosaico de Unidades de Conservação do Jacupiranga, o Parque Estadual Lagamar de Cananéia se destaca por ser a única de proteção integral a abrigar extenso contínuo de vegetação natural, que se inicia no litoral e atinge a encosta da Serra de Paranapiacaba, compondo um gradiente de Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas, Submontana, Montana e Altomontana, além dos refúgios vegetacionais e das formações pioneiras associadas. Esses diferentes habitats abrigam flora vascular de alta riqueza de espécies e com populações ameaçadas de extinção, o que ressalta a sua importância para a conservação da Mata Atlântica, uma das florestas tropicais mais ameaçadas do planeta. No entanto, o registro de um ciclone e a presença de espécies exóticas invasoras são indícios de que mesmo as áreas protegidas podem não estar imunes à perda de biodiversidade.
Agradecimentos
Agradecemos ao Sr. Mário Nunes, Gestor do Parque Estadual Lagamar de Cananéia, pela recepção e apoio durante os trabalhos de campo. Ao Sr. Rafael Poccia Costa e ao Sr. Antunes Schermann, auxiliares de campo que acompanharam as equipes durante as expedições. Ao Sr. Dirceu de Souza, escalador de árvores, pelas coletas de materiais quase inacessíveis. Aos botânicos vinculados ao Herbário SP que nos auxiliaram na identificação dos táxons: Dra. Inês Cordeiro (Euphorbiaceae), Dra. Maria das Graças Lapa Wanderley (Bromeliaceae) e Dr. Sérgio Romaniuc-Neto (Moraceae). Por fim, agradecemos ao Sr. Anderson de Faria Irmão e ao Sr. Osvaldo da Paz Barradas, motoristas que conduziram as equipes no decorrer dos trabalhos para Cananéia.
Literatura citada
- Alice, L.A. & Campbell, C.S. 1999. Phylogeny of Rubus (Rosaceae) based on nuclear ribosomal DNA internal transcribed spacer region sequences. American Journal of Botany 86: 81-97.
- Amato, C.M. 2008. Ecologia de populações de Ocotea porosa (Nees) Barroso em áreas submetidas a diferentes graus de perturbação. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal do Paraná, Curitiba.
- APG - Angiosperm Phylogeny Group. 2016. An update of the Angiosperm Phylogeny Group Classification for the orders and families of flowering plants: APG IV. Botanical Journal of the Linnean Society 181: 1-20.
- Araújo, C.O., Souza, F.M., Arzolla, F.A.R.D.P., Franco, G.A.D.C., Baitello, J.B., Toniato, M.T.Z., Ivanauskas, N.M. Aguiar, O.T. & Cielo Filho, R. 2005. Módulo Biodiversidade: Vegetação. In: A.Q. Mattoso (coord.). Plano de Manejo do Parque Estadual da Serra do Mar. Instituto Florestal do Estado de São Paulo, São Paulo, pp. 68-75.
- Barros, F., Melo, M.M.R.F., Chiea, S.A.C., Kirizawa, M., Wanderley, M.G.L. & Jung-Mendaçolli, S.L. 1991. Caracterização geral da vegetação e listagem das espécies ocorrentes. In: M.M.R.F., Melo, F. Barros, M.G.L. Wanderley, M. Kirizawa, S.L. Jung-Mendaçolli, & S.A.C. Chiea (eds.). Flora fanerogâmica da Ilha do Cardoso. Instituto de Botânica, São Paulo, v.1, pp. 1-184.
- BDTD - Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações. Disponível em http://bdtd.ibict.br/vufind/ (acesso em 4-II-2020).
» http://bdtd.ibict.br/vufind/ - Bertoncello, R., Yamamoto, K., Meireles, L.D. & Shepherd, J.G. 2011. A phytogeographic analysis of cloud forests and other forest subtypes amidst the Atlantic forests in south and southeast Brazil. Biodiversity and Conservation 20: 3413-3433.
- Bim, O.J.B. & Furlan, S.A. 2013. Mosaico do Jacupiranga - Vale do Ribeira/SP: conservação, conflitos e soluções socioambientais. USP AGRÁRIA, São Paulo, 18: 4-36.
- Bona, K., Purificação, K.N., Vieira, T.B. & Mews, H.A. 2020. Fine-scale effects of bamboo dominance on seed rain in a rainforest. Forest Ecology and Management 460, 117906.
- Brasil. 2000. Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1º, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9985.htm (acesso em 21-VII-2023).
» http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9985.htm - Brasil. 2020. Rede MAIS/MJSP. Programa Brasil Mais - Meio Ambiente Integrado e Seguro. (Portaria MJSP n° 535, de 22 de setembro de 2020). Ministério da Justiça e Segurança Pública. Disponível em https://plataforma-pf.sccon.com.br/#/ (acesso em 4-II-2020).
» https://plataforma-pf.sccon.com.br/#/ - CABI Invasive Species Compendium. 2015. Datasheets, maps, images, abstracts and fu,ll text on invasive species of the world. CAB International, Wallingford. Disponível em https://www.cabidigitallibrary.org/product/qi (acesso em 28-II-2023).
» https://www.cabidigitallibrary.org/product/qi - Cofani-Nunes, J.V. & Weissenberg, E.W. 2010. Flora do Vale do Ribeira: Listagens das Angiospermas. In: R.B. Silva & L.C. Ming (eds.). Polo de Biotecnologia da Mata Atlântica: relato de pesquisas e outras experiências vividas no Vale do Ribeira. Maria de Lourdes Brandel - ME. Jaboticabal, pp. 61-94.
- CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente. 1996. Anexo da Resolução CONAMA 07/96, de 23 de julho de 1996. Diário Oficial da União. Brasília. Publicado em 26.08.1996.
- Couto, O.S. & Cordeiro, R.M.S. 2005. Manual de reconhecimento de espécies vegetais da restinga do Estado de São Paulo. Secretaria do Meio Ambiente, Departamento Estadual de Proteção de Recursos Naturais, São Paulo.
- CNCFlora - Centro Nacional de Conservação da Flora. 2012. Apresentação. Disponível em http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/ (acesso em 03-II-2020).
» http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/ - Cunha-Lignon, M., Menghini, R.P., Santos, L.C.M., Niemeyer-Dinóla, C. & Schaeffer-Novelli, Y. 2009. Estudos de casos nos manguezais do Estado de São Paulo (Brasil): aplicação de ferramentas com diferentes escalas espaço-temporais. Revista da Gestão Costeira Integrada 9: 79-91.
- Dean, W. 1996. A ferro e fogo: a história e a devastação da Mata Atlântica brasileira. Companhia das Letras, São Paulo.
- Dias, R.L. & Oliveira, R.C. 2015. Caracterização socioeconómica e mapeamento do uso e ocupação da terra do litoral sul do Estado de São Paulo. Sociedade & Natureza 27(1): 111-123.
- Durigan, G., Abreu, C.R., Pilon, N.A.L, Ivanauskas, N.M., Virillo, C.B., Pivello, V.R. 2020. Invasão por Pinus spp.: ecologia, prevenção, controle e restauração. São Paulo: Instittuto Florestal.
- Durigan, G., Mamede, M.C.H., Ivanauskas, N.M., Siqueira, M.F., Joly, C.A., Moura, C., Barros, F., Souza, F.M., Vilela, F.E.S.P., Arzolla, F.A.R.P., Franco, G.A.D.C., Cordeiro, I., Koch, I., Baitello, J.B., Lombardi, J.A., Lima, L.R., Lohmenn, L.G., Bernacci, L.C., Assis, M.A., Aidar, M.P.M., Wanderley, M.G.L., Toniato, M.T.Z., Ribeiro, M., Groppo, M., Cavassan, O., Sano, P.T., Rodrigues, R.R., Fichs, T.V. & Martins, S.E. 2008. Fanerógamas. In: R.R. Rodrigues & V.L.R. Bononi (orgs.). Diretrizes para a conservação e restauração da biodiversidade no Estado de São Paulo. Instituto de Botânica/Imprensa Oficial do Estado de São Paulo. São Paulo, pp. 104-109.
- Durigan, G., Ivanauskas, N.M., Zakia, M.J.B. & Abreu, R.C.R. 2013. Control of invasive plants: ecological and socioeconomic criteria for the decision-making process. Natureza & Conservação 11: 23-30.
- Eiten, G. 1970. A vegetação do Estado de São Paulo. Boletim do Instituto de Botânica 7: 1-27.
- Fantini, A. C. & Guries, R. P. 2007. Forest structure and productivity of palmiteiro (Euterpe edulis Martius) in the Brazilian Mata Atlântica. Forest Ecology and Management 242: 185-194.
- Felker, R.M., Rovedder, A.P.M., Longhi, S.J., Araujo, E.F., Stefanello, M.M. & Peccatti, A. 2017. Impact of Bambusa tuldoides Munro (Poaceae) on forest regeneration. Cerne 23: 275-282.
- Flora e Funga do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/ (acesso em 21-IX-2022).
» http://floradobrasil.jbrj.gov.br/ - Fuks, R. 1984. Rubus L. (Rosaceae) do Estado do Rio de Janeiro. Rodriguésia 36: 3-32.
- Fundação SOS Mata Atlântica/Instituto de Pesquisas Espaciais - INPE. 2022. Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica - período 2020-2021 - Relatório Técnico. São Paulo: SOSMA/INPE. Disponível em https://cms.sosma.org.br/wp-content/uploads/2022/05/Sosma-Atlas-2022-1.pdf (acesso em 30-XII-2022).
» https://cms.sosma.org.br/wp-content/uploads/2022/05/Sosma-Atlas-2022-1.pdf - Galetti, M. & Fernandez, J. C. 1998. Palm heart harvesting in the Brazilian Atlantic forest: changes in industry structure and the illegal trade. Journal of Applied Ecology 35: 294-301.
- Garcia, R.J.F. & Pirani, J.R. 2005. Análise florística, ecológica e fitogeográfica do Núcleo Curucutu, Parque Estadual da Serra do Mar (São Paulo, SP), com ênfase nos campos junto à crista da Serra do Mar. Hoehnea 32: 1-48.
- Grombone-Guaratini, M.T. & Rodrigues, R.R. 2002. Seed bank and seed rain in a seasonal semi-deciduous forest in south-eastern Brazil. Journal of tropical ecology 18: 759-774.
- Hooker, J.D. 1867. Rosaceae. In: C.F.P. Martius & A.G. Eichler (eds.). Flora brasiliensis 14(2). Lipsiae, Frid. Fleischer, pp. 1-75, tab. 1-22.
- Hueck, K. 1956. Mapa fitogeográfico do Estado de São Paulo. Boletim Paulista do Instituto de Geografia 22: 19-25.
- Ikeda, N.A. (coord.). 2022. Relatório de Situação dos Recursos Hídricos da UGRHI 11 - 2022 - Ano-Base 2021. Registro: CBH-RB - Comitê da Bacia Hidrográfica do Ribeira de Iguape e Litoral Sul. Disponível em https://sigrh.sp.gov.br/public/uploads/documents//CBH-RB/23193/relatorio-de-situacao-2022.pdf (acesso em 19-VII-2023).
» https://sigrh.sp.gov.br/public/uploads/documents//CBH-RB/23193/relatorio-de-situacao-2022.pdf - IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 1992. Manual Técnico da Vegetação Brasileira. Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais, Rio de Janeiro.
- IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 2012. Manual técnico da vegetação Brasileira. 2. ed. Coordenação de Recursos Naturais e Estudos Ambientais, Rio de Janeiro.
- Instituto Hórus. 2021. Base de Dados Nacional de Espécies Exóticas Invasoras. Instituto Hórus de Desenvolvimento e Conservação Ambiental, Florianópolis - SC. Disponível em http://bd.institutohorus.org.br (acesso em 28-II-2023).
» http://bd.institutohorus.org.br - INCT - Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia. Herbário virtual da flora e dos fungos. Disponível em http://inct.splink.org.br (acesso em 03-II-2020).
» http://inct.splink.org.br - IUCN - International Union for Conservation of Nature. 2022. The IUCN Red List of Threatened Species. Disponível em http://iucnredlist.org (acesso em 21-IX-2022).
» http://iucnredlist.org - Ivanauskas, N.M., Miashike, R.L., Godoy, J.R.L., Souza, F.M., Kanashiro, M., Mattos, I.F.A., Toniato, M.T.Z. & Franco, G.A.D.C. 2012. A vegetação do Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira (PETAR). Biota Neotropica 12: 147-177.
- Jantsch, M. & Aquino, F.E. 2020. Ocorrência e distribuição espacial de ciclones extratropicais na região sul do Brasil em 2018. Para Onde!? 13: 234-249.
- Joly, C.A., Leitão Filho, H.F. & Silva, S.M. 1991. O patrimônio florístico - The floristic heritage. In: G.I. Câmara (coord.). Mata Atlântica - Atlantic Rain Forest. Ed. Index Ltda, Fundação S.O.S. Mata Atlântica, São Paulo, pp. 94-125.
- Joly, C.A., Metzger, J.P. & Tabarelli, M. 2014. Experiences from the Brazilian Atlantic Forest: ecological findings and conservation initiatives. New Phytologist 204: 459-473.
- Kiyama, C.Y. & Bianchini, R.S. 2003. Rosaceae. In: M.G.L. Wanderley, G.J. Shepherd, A.M. Giulietti & T.S.A. Melhem (coords.). Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. FAPESP: RiMa, São Paulo, v. 3, pp. 285-293.
- Klein, R.M. 1978. Mapa fitogeográfico do Estado de Santa Catarina - resenha descritiva da cobertura vegetal. In: R. Reitz (ed.). Flora Ilustrada Catarinense. Herbário Barbosa Rodrigues, Itajaí.
- Kurtz, B. C., Gomes, J.C. & Scarano, F.R. 2013. Structure and phytogeographic relationships of swamp forests of Southeast Brazil. Acta Botanica Brasilica 27: 647-660.
- Lamparelli, C.C. (coord.). 1998. Mapeamento dos ecossistemas costeiros do Estado de São Paulo. Páginas & Letras, São Paulo.
- Lopes, E.A. 2007. Formações florestais de Planície Costeira e Baixa-Encosta e sua relação com o substrato geológico nas bacias dos rios Itaguaré e Guaratuba (Bertioga - SP). Dissertação de Mestrado, Instituto de Botânica, São Paulo.
- Lorenzi, H. 2023. Bactris. In: Flora e Funga do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em https://floradobrasil.jbrj.gov.br/FB22106 (acesso em 27-I-2023).
» https://floradobrasil.jbrj.gov.br/FB22106 - Lueder, D.R. 1959. Serial photographic interpretation, principles and applications. MacGraw-Hill, New York.
- Mamede, M.C.H., Cordeiro, I. & Rossi, L. 2001. Flora vascular da Serra da Juréia - Iguape, SP. Boletim do Instituto de Botânica 15: 63-124.
- Mantovani, W., Rodrigues, R.R., Rossi, L., Romaniuc-Neto, S., Catharino, E.L.M. & Cordeiro, I. 1990. A vegetação na Serra de Paranapiacaba em Salesópolis, SP. In: ACIESP (org.). 2º Simpósio de Ecossistemas da Costa Sul e Sudeste Brasileira: estrutura, função e manejo, Águas de Lindóia, pp. 348-384.
- Mantovani, W., Pavão T., Santos, A.L., Toffoli, C.B., Martins, J.B., Melo, K.C., Santos, M.F. & Araújo, L.S. 2009. Vegetação. In: S.A. Furlan (coord.). Plano de Manejo do Parque Estadual Intervales, Fundação Florestal, São Paulo.
- Marques, M.C.M., Swaine, M.D. & Liebsch, D. 2011. Diversity distribution and floristic differentiation of the coastal lowland vegetation: implications for the conservation of the Brazilian Atlantic Forest. Biodiversity and Conservation 20: 153-168.
- Martins, C.R., Leite, L.L. & Haridasan, M. 2004. Capim-Gordura (Melinis minutiflora P. Beauv.), uma gramínea exótica que compromete a recuperação de áreas degradadas em Unidades de Conservação. Revista Árvore 28: 739-747.
- Martins, S.E., Rossi, L., Sampaio, P.S.P. & Magenta, M.A.G. 2008. Caracterização florística de comunidades vegetais de restinga em Bertioga, SP, Brasil. Acta Botanica Brasilica 22: 249-274.
- Mattos, I.F.A., Rossi, L., Kanashiro, M.M. & Ivanauskas, N.M. 2018. Meio Biótico: vegetação. In: São Paulo (Estado). Parque Estadual Restinga de Bertioga: plano de manejo. Secretaria de Meio Ambiente, São Paulo. Disponível em http://arquivos.ambiente.sp.gov.br/fundacaoflorestal/2019/01/plano-de-manejo-pe-restinga-de-bertioga.pdf (acesso em 4-II-2020).
» http://arquivos.ambiente.sp.gov.br/fundacaoflorestal/2019/01/plano-de-manejo-pe-restinga-de-bertioga.pdf - MMA - Ministério do Meio Ambiente. 2022. Portaria nº 148, de 7 de junho de 2022. Altera os Anexos da Portaria nº 443, de 17 de dezembro de 2014, da Portaria nº 444, de 17 de dezembro de 2014, e da Portaria nº 445, de 17 de dezembro de 2014, referentes à atualização da Lista Nacional de Espécies Ameaçadas de Extinção. Diário Oficial da União, nº 108, 08 jun. 2022, Seção 1, pp. 74-91. Disponível em https://in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-mma-n-148-de-7-de-junho-de-2022-406272733 (acesso em 15-VI-2022).
» https://in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-mma-n-148-de-7-de-junho-de-2022-406272733 - Moraes, T.T., Pastore, J.A. & Moura, C. 2008. Flora epifítico vascular do manguezal do Rio Una do Prelado, Estação Ecológica Juréia-Itatins, Iguape, SP: dados preliminares. IF Série Registros 36: 103-108.
- Moreira, M.G. 2007. Associações entre os solos, os ambientes quaternários e as fitofisionomias de planície costeira e baixa encosta nas bacias dos rios Itaguaré e Guaratuba (Bertioga - SP). Dissertação de Mestrado, Instituto de Botânica, Secretaria do Meio Ambiente, São Paulo.
- Moro, M.F., Souza, V.C., Oliveira-Filho, A.T., Queiroz, L.P., Fraga, C.N., Rodal, M.J.N., Araújo, F.S. & Martins, F.R. 2012. Alienígenas na sala: o que fazer com espécies exóticas em trabalhos de taxonomia, florística e fitossociologia? Acta Botanica Brasílica 26: 991-999.
- Moura, C., Arzolla, F.A.R.D.P., Paula, G.C.R. & Vilela, F.E.S.P. 2011. Os Mosaicos de Unidades de Conservação na região do Vale do Ribeira, São Paulo: considerações sobre os processos de criação. Olam - Ciência & Tecnologia 11: 59-73.
- Myers, N., Mittermeier, R.A., Mittermeier, C.G., Fonseca, G.A.B. & Kent, J. 2000. Biodiversity hotspots for conservation priorities. Nature 403: 853-858.
- Nalon, M.A., Lima, L.M.P.R., Weingartner, P., Souza, C.H.S., Montagna, R.G., Lima, I., Matsukuma, C.K., Pavão, M., Kanashiro, M.M., Ywane, M.S.S.I., Teodoro, J.R., Paschoal, É. Kronka, F.J.N., Baitello, J.B., Borgo, S.C., Monteiro, C.H.B., Pontinha, A.A.S. & Guillaumon, J.R. 2010. Sistema de informações florestais do Estado de São Paulo: base de dados georeferrenciadas. Disponível em http://www.iflorestal.sp.gov.br/sifesp/creditos (acesso em 03-II-2015).
» http://www.iflorestal.sp.gov.br/sifesp/creditos - Nalon, M.A., Matsukuma, C.K., Pavão, M., Ivanauskas, N.M. & Kanashiro, M.M. 2022. Inventário da cobertura vegetal nativa do Estado de São Paulo. São Paulo: SIMA/IPA. Disponível em https://indd.adobe.com/view/publication/a5aba10f-0090-4109-ac1c-944c8260b1ff/57wk/publication-web-resources/pdf/INVENTARIOflorestal_livroFINAL.pdf (acesso em 21-VΠI-2022).
» https://indd.adobe.com/view/publication/a5aba10f-0090-4109-ac1c-944c8260b1ff/57wk/publication-web-resources/pdf/INVENTARIOflorestal_livroFINAL.pdf - Neves, E.J.M., Santos, A.F., Martins, E.G., Rodigheri, H.R., Bellettini, S. & Corrêa Júnior, C. 2004. Manejo de pupunheira (Bactris gasipaes Kunth) para palmito em áreas sem restrições hídricas. Colombo: Embrapa Florestas. Circular técnica 89.
- Orlande, T., Laarman, J. & Mortimer, J. 1996. Palmito sustainability and economics in Brazil’s Atlantic coastal forest. Forest Ecology and Management 80: 257-265.
- Piliackas, J.M. Barbosa, L.M. & Catharino, E.L.M. 2000. Levantamento das epífitas vasculares do manguezal do rio Picinguaba, Ubatuba, São Paulo. In: S. Watanabe (coord.). Anais do 5º Simpósio de Ecossistemas Brasileiros, Vitória, pp. 357-363.
- PPG I - Pteridophyte Phylogeny Group. 2016. A community-derived classification for extant lycophytes and ferns. Journal of Systematics and Evolution, 54: 563-603.
- Reflora - Herbário Virtual. Disponível em http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/herbarioVirtual/ (acesso em 28-I-2015).
» http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/herbarioVirtual/ - Reis, M.S., Fantini, A.C., Nodari, R.O., Reis, A., Guerra, M.P. & Mantovani, A. 2000. Management and Conservation of Natural Populations in Atlantic Rain Forest: The Case Study of Palm Heart (Euterpe edulis Martius). Biotropica 32: 894-902.
- Rossi, M., Kanashiro, M.M. & Hirokado, V.K. 2020. Pedologia. In: Plano de Manejo do Parque Estadual Lagamar de Cananéia - Versão Preliminar. Instituto de Pesquisas Ambientais: Fundação Florestal, São Paulo, 2020. pp. 76-82. Disponível em https://sigam.ambiente.sp.gov.br/sigam3/Repositorio/511/Documentos/MOJAC/PE_Lagamar/211124_Template%20PE%20Lagamai%20de%20Cananeia.pdf (acesso em 19-VII-2023).
» https://sigam.ambiente.sp.gov.br/sigam3/Repositorio/511/Documentos/MOJAC/PE_Lagamar/211124_Template%20PE%20Lagamai%20de%20Cananeia.pdf - Rossi, R.D., Martins, C.R., Viana, P.L., Rodrigues, E.L. & Figueira, J.E.C. 2014. Impact of invasion by molasses grass (Melinis minutiflora P. Beauv.) on native species and on fires in areas of campo-cerrado in Brazil. Acta Botanica Brasilica 28: 631-637.
- Salino, A. & Almeida, T.E. 2008. Pteridófitas do Parque Estadual do Jacupiranga, SP, Brasil. Acta Botanica Brasilica 22: 983-991.
- Sampaio, A.B. & Schmidt, I.B. 2013. Espécies Exóticas Invasoras em Unidades de Conservação Federais do Brasil. Biodiversidade Brasileira 3: 32-49.
- São Paulo. 2008. Lei nº 12.810, de 21 de fevereiro de 2008. Altera os limites do Parque Estadual de Jacupiranga, criado pelo Decreto-lei nº 145, de 8 de agosto de 1969, e atribui novas denominações por subdivisão, reclassifica, exclui e inclui áreas que especifica, institui o Mosaico de Unidades de Conservação do Jacupiranga e dá outras providências. São Paulo: Imprensa Oficial. Diário Oficial do Estado de São Paulo. Seção I. v. 118, n. 34, de 22 de fevereiro de 2008.
- São Paulo. 2016. Resolução SMA nº 057, de 5 de junho de 2016. Publica a segunda revisão da lista oficial das espécies da flora ameaçadas de extinção no Estado de São Paulo. Disponível em http://www2.ambiente.sp.gov.br/legislacao/resolucoes-sma/resolucaosma-57-2016/ (acesso em: 14-II-2023).
» http://www2.ambiente.sp.gov.br/legislacao/resolucoes-sma/resolucaosma-57-2016/ - São Paulo. 2018. Plano de Manejo do Parque Estadual Lagamar de Cananéia - versão preliminar. Disponível em https://sigam.ambiente.sp.gov.br/sigam3/Repositorio/511/Documentos/MOJAC/PE_Lagamar/211124_Template%20PE%20Lagamar%20de%20Cananeia.pdf (acesso em 14-II-2023).
» https://sigam.ambiente.sp.gov.br/sigam3/Repositorio/511/Documentos/MOJAC/PE_Lagamar/211124_Template%20PE%20Lagamar%20de%20Cananeia.pdf - Scarano, F.R. 2002. Structure, function and floristic relationships of plant communities in stressful habitats marginal to the Brazilian Atlantic Rainforest. Annals of Botany 90: 517-524.
- Schaeffer-Novelli, Y. & Cintrón, G. 1986. Guia para estudos de áreas de manguezal: estrutura, função e flora. São Paulo, Caribbean Ecological Research.
- Scheer, M.B. & Mocochinski, A.Y. 2009. Florística vascular da Floresta Ombrófila Densa Altomontana de quatro serras no Paraná. Biota Neotropica 9: 51-69.
- SciELO - Scientific Electronic Library Online. Disponível em https://www.scielo.org/pt (acesso em 4 II 2020).
» https://www.scielo.org/pt - Silva, D.L., Ferreira, R.A. & Gama, D.C. 2021. Bambusa vulgaris e outras espécies exóticas no Refúgio da Vida Silvestre Mata do Junco, Sergipe: uma preocupação com invasão biológica. Revista Nordestina de Biologia 29: 2-17.
- Simão-Bianchini, R.Rubus. In: Flora e Funga do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em https://floradobrasil.jbrj.gov.br/FB32509 (acesso em 16-III-2023).
» https://floradobrasil.jbrj.gov.br/FB32509 - Smith, J.E. 1791. Plantarum Icones Hactenus Ineditae 3: pl. 60.
- Souza, C.R.G. & Luna, G.C. 2008. Unidades quaternárias e vegetação nativa de planície costeira e baixa encosta da Serra do Mar no Litoral Norte de São Paulo. Revista do Instituto Geológico 29: 1-18.
- Spurr, S.H. 1960. Photogrammetry and photo-interpretation. Ronald Press, New York.
- Sztutman, M. & Rodrigues, R.R. 2002. O mosaico vegetacional numa área de floresta contínua da planície litorânea, Parque Estadual da Campina do Encantado, Pariquera-Açu, SP. Revista Brasileira de Botânica 25: 161-176.
- Tabarelli, M., Pinto, L.P., Silva, J.M.C., Hirota, M. & Bedê, L. 2005. Desafios e oportunidades para a conservação da biodiversidade na Mata Atlântica brasileira. Megadiversidade 1: 132-138.
- Toniato, M.T.Z., N.M. Ivanauskas, Souza, F.M., Mattos, I.F.A., Baitello, J.B., Kanashiro, M.M., Aguiar, O.T., Cielo Filho, R., Franco, G.A.D.C., Guerin, N., Polisel, R.T., Lima, R.A.F., Araújo, L.S., Souza, V.C., Rother, D.C., Salino, A. & Dittrich, V.A.O. 2011. A vegetação do Parque Estadual Carlos Botelho: subsídios para o plano de manejo. IF Série Registros 43: 1-254.
- Veloso, H.P., Rangel Filho, A.L.R. & Lima, J.C.A. 1991. Classificação da vegetação brasileira, adaptada a um sistema universal. IBGE, Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais, Rio de Janeiro.
- Vianna, S.A. 2023. Euterpe. In: Flora e Funga do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em https://floradobrasil.jbrj.gov.br/FB15712 (acesso em 18-01-2023).
» https://floradobrasil.jbrj.gov.br/FB15712 - Wanderley, M.G.L., Shepherd, G.J. Martins, S.E., Estrada, T.E.M.D., Romanini, R.P., Koch, I., Pirani, J.R., Melhem, T.S., Giulietti-Harley, A.M., Kinoshita, L.S., Magenta, M.A.G., Wagner, H.M.L., Barros, F., Lohmann, , L.G., Amaral, M.C.E., Cordeiro, I., Aragaki, S., Simão-Bianchini, R. & Esteves, G.L. 2011. Checklist das Spermatophyta do Estado de São Paulo, Brasil. Biota Neotropica 11: 193-390.
- WoS - Web of Science. Disponível em http://www.webofknowledge.com/ (acesso em 4-II-2020).
» http://www.webofknowledge.com/ - Zenni, R.D. & Ziller, S.R. 2011. An overview of invasive plants in Brazil. Revista Brasileira de Botânica 34: 431-446.
- Zipparro, V.B., Guilherme, F.A.G., Almeida-Scabbia, R.J. & Morellato, L.P.C. 2005. Levantamento Florístico de Floresta Atlântica no sul do estado de São Paulo, Parque Estadual Intervales, Base Saibadela. Biota Neotropica 5: 1-24. Disponível em http://www.biotaneotropica.org.br/v5n1/pt/abstract?inventory+BN02605012005 (acesso em 22-I-2021).
» http://www.biotaneotropica.org.br/v5n1/pt/abstract?inventory+BN02605012005
Editado por
Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
08 Jul 2024 -
Data do Fascículo
2024
Histórico
-
Recebido
29 Mar 2023 -
Aceito
20 Dez 2023