RESUMO
A Ilha do Cardoso é uma Unidade de Conservação com áreas naturais bem preservadas e que vem sendo estudada já há algumas décadas. Objetiva-se, identificar e mostrar os trabalhos desenvolvidos até então, por meio de revisão do conhecimento da área e seu entorno, enfatizando os mapeamentos e a caracterização das principais ocorrências de unidades pedológicas já observadas na área. Observou-se que há uma grande variação nos fatores de formação dos solos na área, que condiciona uma expressiva diferenciação nos tipos de solos, sendo encontrados pela revisão, Cambissolos, Argissolos, Neossolos Litólicos, Neossolos Quartzarênicos, Neossolos Flúvicos, Gleissolos Háplicos e Sálicos, Organossolos e Espodossolos. De forma geral, os solos são ácidos (com pH muito baixos), com baixos teores de bases trocáveis (elementos úteis às plantas), excesso de íons hidrogênio e alumínio (podem causar toxicidade), por vezes altamente intemperizados e, caracterizados como distróficos e álicos. Há uma íntima relação entre a litologia, o relevo e as formações vegetais, com os solos, mostrando uma dependência direta, facilitando o delineamento e mapeamento de alguns tipos de solo, e dessa forma, permitindo definir classes de suscetibilidade a processos geomórficos.
Palavras-chave: mapeamento de solos; Mata Atlântica; pedologia; suscetibilidade ambiental; Unidade de Conservação; Vale do Ribeira
ABSTRACT
Ilha do Cardoso is a Conservation Unit with well-preserved natural areas that have been studied for decades. The objective is to identify and show the work developed, through a review of knowledge in the area, emphasizing mapping and characterization of the main occurrences of pedological units already observed on site. A large variation in soil formation factors was observed in the area, which conditions a significant differentiation in soil types. Where found by the review, Inceptsol, Ultisols, Lithic Entisols, Quartzipsamments, Fluvent, Entisol: aqu-hidra-salic-sulfa, Histosols and Spodosols. In general, the soils are acidic (very low pH), with low levels of exchangeable bases (elements useful to plants), excess of hydrogen and aluminum ions in the soil solution (which can cause toxicity), sometimes highly weathered and, characterized as dystrophic and allic. Soils are intimate related to lithology, relief and the vegetation, presenting a direct dependence, facilitating the delineation and mapping of some types of soil and defining classes of susceptibility to geomorphic processes.
Keywords: Atlantic Rain Forest; Conservation Unit; environmental susceptibility; Ribeira Valley; soil mapping; pedology
Introdução
Os solos têm papel importante na distribuição e manutenção das comunidades vegetais e animais, fornecendo sustentação, abrigo, nutrientes e água para a proliferação da vida.
Tal como estabelecido por Jenny (1941), a formação dos solos está intimamente ligada ao material de origem constituinte (rochas, sedimentos ou materiais de acúmulo), ao relevo (forma, inclinação, exposição), ao clima (temperatura, pluviosidade, vento), aos organismos (fauna e flora, desde micro a meso dimensões) e ao tempo (período de atuação dos elementos), ou seja, ao ambiente em que está inserido. Dessa forma, o solo é a base da ocupação e tem sido responsável pela produção de alimentos e pela retenção e distribuição de água, entre outras funções.
Os estudos dos solos são necessários para a descrição e identificação de seus atributos e no diagnóstico dos solos para o planejamento, tanto para a ocupação em suas diferentes formas (agrícola ou urbana), quanto para a preservação. Exemplos de uso dos dados pedológicos na caracterização de atributos e no diagnóstico de potencialidades e restrições são inúmeros na literatura, fornecendo um rol de informações para as políticas públicas, nas áreas ambientais, de engenharia, na agricultura, na silvicultura e pecuária, bem como para questões de planejamento governamental regional e/ou local do uso da terra, com fins agrícolas, geotécnicos, urbanos e industriais. Alguns textos em que os autores colaboraram versam sobre o tema (Oliveira et al. 2020, Carvalho et al. 2020, Oliveira et al. 2017, Coelho et al. 2017, Costa et al. 2014, Coelho et al. 2014, Rossi et al. 2009, Bertolani et al. 2006, Rossi et al. 2004).
A Ilha do Cardoso e seu entorno, áreas no estado de São Paulo com elevado grau de conservação, e que apresentam diversidade de ambientes, permitindo identificar uma variedade de tipos de solos (Rossi et al. 2022). Localizada entre as coordenadas 47°53’34” e 48°05’39’W e 25°03’42” e 25°18’9”S, a área está inserida no Domínio Morfoclimático das Regiões Serranas, tropicais úmidas, ou dos “mares de morros” extensivamente florestados, (Ab’Sáber 1970 e 1973), sobre rochas do embasamento cristalino e de sedimentos da planície litorânea.
Assim, objetiva-se apresentar uma revisão dos trabalhos na Ilha do Cardoso, que abordam a caracterização dos solos, seus atributos e sua relação com os elementos do meio, com ênfase no mapeamento das tipologias, na definição de potencialidades e restrições, a fim de caracterizar as principais ocorrências na área.
Diversidade de solos da Ilha do Cardoso
A identificação, caracterização e detalhamento em mapeamentos dos solos, dependem muito das necessidades específicas de cada levantamento e com isso, das escalas trabalhadas. Assim, têm-se levantamentos desde escalas generalizadas, exploratório e reconhecimento (1:1.000.000, 1:500.000) até ultradetalhadas (1:5.000, 1:500), tal como estabelecido em IBGE (2015).
Para a região da Ilha do Cardoso há levantamentos e mapeamentos em várias escalas: quanto menor a escala (mais generalizado), menor o detalhamento e o número de unidades de mapeamento pedológicas identificadas.
Nesse contexto, a Ilha do Cardoso é caracterizada por Radambrasil (2018) (escala 1:1.000.000) com a ocorrência de Solo Litólico-(Ra3 (Neossolo Litólico, no atual sistema de classificação), Podzólico Vermelho-Amarelo-PVLa2 (Argissolo Vermelho-Amarelo), Solos de Mangue-SM (Gleissolos) e Podzol-P (Espodossolo) (figura 1 a).
Solos que ocorrem na Ilha do Cardoso, Cananéia, Estado de São Paulo, Sudeste do Brasil, segundo Radambrasil 2018 (a), Oliveira et al. 1999 (b), Lepsch et al. 1999 (c), Pires Neto et al. 2012 (d).
Figure 1
The soils at Ilha do Cardoso, Cananéia, São Paulo State, Southeast Brazil, according to Radambrasil 2018 (a), Oliveira et al. 1999 (b), Lepsch et al. 1999 (c), Pires Neto et al. 2012 (d).
Segundo o Mapa de Solos do Estado de São Paulo na escala 1:500.000 de Oliveira et al. (1999) (figura 1 b), a área é constituída principalmente por Espodossolo Ferrocárbico (ES2), que predomina na Baixada Litorânea; e por Cambissolo Háplico (CX18) que ocorre na Morraria Costeira.
Lepsch et al. (1999) trabalharam na escala 1:250.000 e apresentam cinco unidades de mapeamento para a Ilha do Cardoso, ocupado com solos tipo Podzol-P (Espodossolo) e Solos de Mangue-SM (Gleissolo). A parte central da ilha com Cambissolo Álico-Ca4 (Cambissolo Háplico), no nordeste, Solo Litólico-Ra2 (Neossolo Litólico) e por Solo Aluvial-Ad (Neossolo Flúvico) (figura 1 c).
A partir da compilação de materiais, Rossi (2017) atualiza o mapa pedológico de 1999 e apresenta um maior detalhamento das unidades de solos para a área. Assim, 11 unidades de mapeamento foram cartografadas na Ilha do Cardoso, compondo Cambissolos (CX17,18 e 20), Neossolos Litólicos (RL23), Argissolos (PVA38), Neossolos Quartzarênicos (RQ7,8), Neossolos Flúvicos (RY2,3), Espodossolos (EK),Gleissolos Háplicos (GX7) e Gleissolos Sálicos (GZ). Material similar com pequenas alterações é apresentado em Rossi & Kanashiro (2022).
Na região da Ilha do Cardoso, destacam-se ainda, os estudos pedológicos mais detalhados de Pfeifer (1981/82), Pfeifer & Domingues (1983/1985), Landim et al. (2000), Silva et al. (2003), Bernardi et al. (2005), Gomes (2005), Toma (2005), Gomes et al. (2007a,b), Barduco et al. (2009) e Pires Neto et al. (2012) (figura 1 d).
Pfeifer (1981/82) identifica na Serra do Cardoso a presença de Latossolo Vermelho-Amarelo, Neossolo Litólico Fase substrato granito-gnaisse e Argissolo Vermelho-Amarelo “intergrade” para Latossolo Vermelho Amarelo; e assinala nas planícies a ocorrência de: Neossolo Flúvico (Solos Aluviais), Espodossolos Ferrocarbicos (Podzol) e Gleissolo Tiomórfico salino (solos de mangue).
Landim et al. (2000) apresenta os solos da Ilha do Cardoso, aparentemente, seguindo cotas altimétricas. Nesse trabalho constata que no maciço rochoso principal (Serra do Cardoso) ocorrem: Cambissolo Hístico distrófico típico + Neossolo Litólico hístico típico nas altas vertentes e topos; Argissolo Amarelo distrófico câmbico, na média vertente; e Neossolo Flúvico distrófico típico nas baixas vertentes. A presença de Argissolo Vermelho-Amarelo distrófico abrupto aparentemente está associada às rochas metassedimentares da Sequência Rio das Cobras. A presença de Gleissolo Tiomórfico salino (solos de mangue) e Espodossolo Ferrocárbico hidromórfico hístico associa-se às áreas planas de restingas ao longo do canal do Ararapira e na localidade do Pereirinha; Neossolos Quartzarênicos hidromórficos típicos associam-se às praias e dunas.
Em 2003, Silva et al. (2003) apresentam mapeamento de solos para uma parcela na área de restinga da Ilha do Cardoso. Nessa área, Gomes (2005) busca determinar a gênese e classificação dos solos na restinga e trabalhou, basicamente com Neossolos Quartzarênicos, Espodossolos e Organossolos. O autor constatou que esses solos arenosos, hidromórficos, muito ácidos e com teores variáveis de matéria orgânica e materiais sulfídricos, tem como principal processo de formação a podzolização. Em 2007, Gomes et al. (2007a) elaboraram cartografia em escala de ultradetalhe (1:500) para uma parcela de 10 ha, mapeando tipologias de Neossolo Quartzarênico e Espodossolos Ferrihumilúvicos. Os autores estabeleceram como principais fatores que influenciam a distribuição dos solos sob vegetação de restinga na Ilha do Cardoso são a idade de estabilização do material de origem e a microtopografia, que refletem a influência do lençol freático e as condições de acúmulo e perdas de elementos. A figura 2 mostra a distribuição e a variação dos solos na parcela investigada pelos autores citados. Atentem que em escalas mais gerais como as mostradas anteriormente, essa distribuição seria diferente, aglutinando as tipologias de solos em uma unidade de mapeamento que represente a maioria dos solos encontrados, ou que domine o setor.
Mapa de solos ultradetalhado de uma parcela sob vegetação de restinga na Ilha do Cardoso, Cananéia, Estado de São Paulo, Sudeste do Brasil (Gomes et al. 2007a).
Figure 2
Ultra-detailed soil map of a plot under sandbank vegetation at Ilha do Cardoso, Cananéia, São Paulo State, Southeast Brazil (Gomes et al. 2007a).
Ainda com relação à caracterização dos solos, Souza Junior et al. (2007) apresentam estudo da granulometria para entendimento da sedimentação quaternária ao longo do estado de São Paulo, caracterizando ambientes de manguezais também na Ilha do Cardoso, com análises de silte, argila, frações areia e datação de carbono. Os autores apontam ainda a presença nos manguezais arenosos na Ilha do Cardoso, sobre sedimentos retrabalhados de antigos cordões arenosos às margens dos rios que drenam as planícies litorâneas e próximo da desembocadura dos rios. Os manguezais com predomínio de partículas finas (silte e argila) encontram-se nas áreas mais abrigadas do litoral, como o Canal de Cananéia e o Mar Pequeno.
Estudos de detalhes, incluindo mineralogia, micromorfologia de solos e de elementos que podem ser considerados prejudiciais ou contaminantes, também foram efetuados na Ilha do Cardoso, principalmente pela área ser considerada bem preservada.
Coelho et al. (2012) apontam, para as restingas locais, diferentes formas de matéria orgânica que permitem discutir os mecanismos envolvidos na gênese dos horizontes espódicos, trazendo informações sobre a gênese de formação desses ambientes. Os autores utilizam-se da análise de micromorfologia de solos para caracterizar diferentes formas de matéria orgânica e associá-las à gênese dos horizontes espódicos, como a presença de revestimentos orgânicos sobre grãos e preenchimento da porosidade entre os grãos de horizontes cimentados, como evidências de mobilização, transporte e precipitação de complexos organometálicos.
Assim, Gomes et al. (2007b) estudam a mineralogia dos solos de restinga da Ilha do Cardoso e encontra, como principais minerais, na fração argila, o quartzo e a caulinita e, na fração silte, o feldspato e o quartzo. Oliveira et al. (2007) apresentam estudos sobre os teores de mercúrio (Hg) nos manguezais da Baixada Santista e da Ilha do Cardoso e apontam valores similares de concentração de Hg total para solos em ambas as áreas e inferiores ao Valor de Prevenção estabelecido pelo órgão ambiental, CETESB, ou seja, exceção a dois pontos contaminados na Baixada Santista, os teores observados estão dentro da normalidade, o que pode ser explicado pelas condições de redução-oxidação das camadas superficiais dos solos nos manguezais, que parecem favorecer a saída deste elemento do sistema.
Estudos de fertilidade dos solos também foram apresentados para a Ilha do Cardoso, onde Bonilha et al. (2012) apontam que as plantas apresentam modificações fisiológicas e morfológicas, de acordo com as características do solo, alterando a arquitetura de seu sistema radicular. Além disso, segundo estes autores, os ambientes de restinga estudados apresentam baixa fertilidade, com valores de saturação por bases inferiores a 16%, com a maior parte da CTC ocupada por Al3+, concluindo que a vegetação de restinga é de origem edáfica.
Estudos amplos, que envolvem diversas temáticas buscando o planejamento e manejo da área e que envolvem os solos foram abordados em Oliva et al. (2001) e Moraes et al. (2015).
Na mesma forma, estudos de relação dos solos com outros elementos componentes da paisagem na região foram observados. Também existem trabalhos que versam sobre ciclagem de nutrientes ou presença de elementos específicos no solo, tanto em matas de restinga e mangue, quanto em matas de encostas (Moraes 1993, Varjabedian 1994, Rebelo 1994, Menezes 1994, Semensatto-Jr. et al. 2007), mas que não serão abordados neste momento.
Outros trabalhos que envolvem as formações vegetais, estrutura, florística e fitossociologia, perpassam por atributos dos solos e serão destacados em outros artigos. Mecca Pinto (1998) apresenta uma relação entre parâmetros biométricos de florestas da Ilha do Cardoso com as frações argila e silte dos solos. Sztutman (2000) estuda três tipos de vegetação da Ilha do Cardoso, floresta sobre morrotes, sobre turfeira sem água em superfície e sobre turfeira periodicamente inundada. O autor apresenta os solos de morrotes com textura média/argilosa, muito ácidos, alguns com teores relativamente altos de matéria orgânica em superfície, e em consequência, teores de fósforo que acompanham esses níveis nessas camadas. Os demais elementos foram considerados com baixos teores e, portanto, baixa fertilidade. Para os outros tipos vegetacionais, apesar dos teores de elementos serem de médio a alto, estes estão complexados na matéria orgânica e portanto, não disponíveis. Salienta a presença de compostos de enxofre nas turfeiras que seriam inibidores ou seletivos no desenvolvimento vegetacional.
Em estudo das florestas de restinga do litoral paulista, Sabonaro (2011) salienta que os solos de restinga são semelhantes entre si, quanto à fertilidade baixa e textura arenosa, naturalmente pobres em nutrientes nas florestas de restinga alta e baixa. O autor destaca a importância da matéria orgânica da camada superficial do solo para a retenção e disponibilização de cátions e que a quantidade de areia e argila no solo parece ser o fator relacionado com as semelhanças da composição e distribuição de espécies da vegetação nas áreas estudadas. Melo & Mantovani (1994) apresentam resultados de química de amostras de solo, onde, sob floresta, estes são ácidos, com concentração de elementos na superfície do solo, teores de matéria orgânica elevados, sendo os elementos fósforo (P) e potássio (K) com valores medianos (P médio = 6 a 10mg/dm3; e K médio = 1,6 a 3,0 mmolc/dm3) e cálcio e magnésio, com maiores valores em superfície.
Pfeifer et al. (1989, pag. 47) apresentam, a partir de seção topográfica transversal, as relações lineares entre solos, altitude, declividade, clima, geomorfologia, geologia e vegetação, onde mostram a paisagem da Ilha do Cardoso com “três grandes compartimentos, o Maciço Montanhoso com características que refletem o controle geológico (litológico e/ou estrutural), solos estruturados, profundos e rasos, com cobertura vegetal em seu clímax climático; a Planície, com sedimentos antigos, com solos arenosos, recobertos por vegetação de clímax edáfico e Planície com sedimentos recentes, solos arenosos e lodosos, recobertos por vegetação especializada, inserida em uma sucessão primária de controle edáfico”.
Rossi et al. (2002) fazem uma caracterização da Serra do Mar para o Programa de Preservação da Mata Atlântica (PPMA) indicando geologia, geomorfologia, solos, unidades básicas de compartimentação do terreno e vegetação, material retrabalhado pelos autores em publicações posteriores para a Ilha do Cardoso, utilizando unidades de terreno e fragilidades ambientais.
Bernardi et al. (2005) trabalham com vegetação de restinga e estabelecem uma relação entre o gradiente de vegetação e os diferentes tipos de solos. Assim, a vegetação pioneira de dunas e scrub de restinga da planície costeira encontra-se sobre Neossolos Quartzarênicos Hidromórficos; a vegetação arbórea de restinga associa-se ao Espodossolo Ferrocárbico Hidromórfico Hístico; a floresta pluvial tropical da planície litorânea, de sopé da região montanhosa relaciona-se aos Neossolos Flúvicos Distróficos; a floresta pluvial tropical de encosta associa-se a Argissolos Amarelos Distróficos câmbicos, Argissolos Vermelho-Amarelos Distróficos abruptos e Cambissolos Hísticos Distróficos; tendo-se ainda vegetação arbustiva associada à presença de Neossolos Litólicos Hísticos.
Já Barduco et al. (2009) relacionam as características dos solos com a distribuição da vegetação na restinga da Ilha do Cardoso, constatando que o predomínio de materiais mais quartzosos, nas dunas e próximo as praias, associam-se a presença de espécies herbáceas da restinga e nos locais de deposição mais antiga de sedimentos. Nas regiões mais interiores da planície litorânea e com menor incidência de luz no interior da mata, o solo apresenta-se rico em matéria orgânica e a vegetação com porte arbóreo mais elevado e bem estruturado, demonstrando que a fisionomia da vegetação é influenciada de acordo com a mudança na composição do solo.
Pires Neto et al. (2005 e 2006) observam uma relação entre o relevo, o substrato rochoso e os solos, para a Ilha do Cardoso e apresentam os Espodossolos e Neossolos Quartzarênicos, nas planícies, terraços marinhos, praias e dunas, enquanto os Organossolos e Gleissolos, distribuem-se nas depressões intercordões e nas planícies de marés, todos oriundos de sedimentos quaternários, e nos sedimentos terciários e nas rochas do embasamento cristalino associam-se os cambissolos, Argissolos e Neossolos Litólicos”. Os autores caracterizam as planícies marinhas como constituídas por areias quartzosas finas, micáceas, com restos de conchas. Os solos dominantes são o Espodossolo hidromórfico ou não, de textura arenosa e Neossolo Quartzarênico, podendo ocorrer depressões e áreas alagadiças onde ocorrem areias com intercalações de argilas plásticas e argilas siltosas cinza a negra, com matéria orgânica, onde se formam Organossolo Hêmico ou Fíbrico e Gleissolo Melânico ou Háplico. As praias são de areia fina a muito fina e apresentam baixa declividade. Sobre essas areias se desenvolve Neossolo Quartzarênico, enquanto a planície de maré, às margens dos canais do interior do Complexo Estuarino Lagunar de Iguape-Cananéia, apresenta sob a vegetação de mangue, Gleissolo tiomórfico salino, solos hidromórficos, encharcados e moles, formado por sedimentos finos, areias e matéria orgânica em diferentes graus de decomposição, normalmente com elevados teores de sais.
Para o setor serrano, Pires Neto et al. (2005 e 2006) apontam ainda na Ilha do Cardoso, relevos de morros e montanhas, com topos em altitudes de 800m, formados por granitos, xistos e migmatitos, onde dominam Cambissolos; sendo circundados por morrotes e colinas da morraria costeira, formados por xistos e migmatitos xistosos, com presença predominante de Argissolos Vermelho-Amarelos; e por terrenos da Baixada Litorânea. Nesses relevos ainda encontramos rampas deposicionais de ação fluvial, pluvial e gravitacional denominadas cones de dejeção, constituidos por níveis de seixos, blocos, areias e argilas, com presença de Cambissolos e Argissolos associados e, nas planícies restritas, Gleissolos e Neossolos Flúvicos.
Segundo Pires Neto et al. (2012) a Ilha do Cardoso apresenta como unidades de mapeamento de solos dominantes, os Cambissolos (CX) em diferentes litologias com 42% da área, sendo predomínio do Sienito Três Irmãos; Neossolos Quartzarênicos (RQ) com 13%, ocorrendo nas planícies marinhas e dunas; Gleissolos (GX) com 11%, principalmente em planícies; Neossolos Litólicos (RL) com 11%, são solos de pouca profundidade ou ainda rasos, dispostos nos topos aguçados e em vertentes muito íngremes e que se associam a aforamentos rochosos e vegetação de porte mais baixo; Espodossolos (EK) com 10% da área, ocupando principalmente, os terraços marinhos e, secundariamente as planícies marinhas com ou sem cordões; Gleissolos Sálicos (GZ) com 4%, representando solos com excesso de sais e inundados diariamente pelas marés em vegetação típica de manguezais; Argissolos (PVA) com 7,5%, ocupando relevos com declividades menos acentuadas, normalmente nas baixas vertentes e/ou em cones de dejeção e corpos de tálus, associados aos Cambissolos. Com abordagem semelhante, porém utilizando materiais com melhor resolução, Rossi & Kanashiro (2022) atualizam alguns delineamentos apresentados em Rossi (2017) e sintetizam as informações dos atributos dos solos, apresentadas em um mapa (figura 3) onde apontam como solos principais as unidades Cambissolos Háplicos (CX17,18,20), Argissolo Vermelho-Amarelo (PVA38), Neossolo Litólico (RL23), Neossolos Quartzarênicos (RQ7,8), Neossolos Flúvicos (RY2,3), Espodossolo (EK), Gleissolo Háplico (GX7) e Gleissolo Sálico (GZ).
Solos que ocorrem na Ilha do Cardoso, Cananéia, Estado de São Paulo, Sudeste do Brasil, segundo Rossi & Kanashiro (2022).
Figure 3
The soils at Ilha do Cardoso, Cananéia, São Paulo State, Southeast Brazil, according to Rossi & Kanashiro (2022).
Como forma de extrapolar informações coletadas em parcela permanente instalada na restinga da Ilha do Cardoso, Pires Neto et al. (2024) apontam para a planície litorânea da Ilha, uma relação estreita entre os tipos de terreno e relevo, associados à litologia e à sedimentação detrítica, com os solos. Os autores apresentam também, uma relação com a vegetação de floresta ombrófila de terras baixas (floresta de restinga), associadas aos condicionantes morfopedológicos, indicando para a área, inclusive aspectos da dinâmica superficial dos terrenos.
Caracterização dos Solos da Ilha do Cardoso
As principais unidades de mapeamento de solos encontradas na Ilha do Cardoso, podem ser sinteticamente descritas e caracterizadas a partir das informações fornecidas em Rossi & Mattos (1992), Rossi & Mattos (2002), Pires Neto et al. (2012) e Rossi & Kanashiro (2022), seguindo as definições estabelecidas em Santos et al. (2018).
Argissolos Vermelho-Amarelos (PVA) - Os Argissolos ocorrem em manchas associadas a relevos de morros e de morrotes pedimentares, principalmente nas baixas vertentes e nos cones de dejeção, em declividases variadas, geralmente abaixo de 15%, como podemos observar na figura 4.
Representação do perfil de um Argissolo Vermelho-Amarelo, que ocorre em relevo de morrotes e sopés de vertente sob Floresta Ombrófila Densa. (Fonte: os autores).
Figure 4
Schematic profile of a Red-Yellow Argisol (Ultisol), occurring in relief of hills and low hillsides under Atlantic Tropical Rain Forest. (Source: the authors).
Compreendem solos minerais com horizonte B textural, não hidromórficos e moderadamente drenados. O horizonte superficial do tipo moderado ou proeminente, a textura é arenosa, franco argiloarenosa a argilosa e com estrutura granular muito pequena-pequena, fraca a moderada. O horizonte subsuperficial B tem textura argilosa a muito argilosa, estrutura em blocos subangulares, moderada, pequena, cerosidade não aparente, comumente com relação textural A/B (textura média e média/argilosa). A soma de bases, em geral, é baixa e como regra, saturação por bases inferior a 50% (distróficos) e a saturação por alumínio é superior a 50% (álicos).
A granulometria mostra a predominância das classes texturais média (teores de argila entre 15% e 35%) em superfície e argilosa (teores de argila entre 35% e 60%) em subsuperfície.
O Argissolo latossólico apresenta como característica principal um aumento gradual nos níveis de argila do horizonte A para o B. Os solos superficiais são silto argilosos e o solo de alteração é argilosiltoso ou argiloso, podendo apresentar blocos de rocha alterada. Sua cor é definida como de 7,5 YR ou mais amarelo, ou ainda, entre 7,5YR e 5YR, dos 100 cm superficiais a partir do B.
Cambissolos Háplicos (CX) - Os Cambissolos são solos moderadamente drenados e pouco profundos, sendo sua área de ocorrência associada ao relevo forte ondulado e montanhoso. Também são encontrados nas planícies fluviais (aluviões) dos principais cursos de água e cones de dejeção das médias e baixas vertentes dos relevos de morros e de montanhas (figura 5).
Representação do perfil do Cambissolo Háplico, que ocorre em relevo montanhoso, com a presença da Floresta Ombrófila Densa. (Fonte: os autores).
Figure 5
Schematic profile of a Haplic Cambisol (Inceptsol), occurring on slopes of mountainous relief under Atlantic Tropical Rain Forest. (Source: the authors).
Os Cambissolos de granito e sienito dominam no relevo de montanhas e morros e os Cambissolos de metasedimentos, nos morrotes residuais e pedimentares, com declividades entre 15% e 30%. Compreendem solos minerais com horizonte B câmbico, não hidromórficos, apresentando em seus horizontes, minerais primários não meteorizados. A relação silte/argila é elevada, geralmente superior aos Latossolos, dado seu menor grau de intemperização, com textura média, argilosa e muito argilosa, no horizonte superficial A tipo moderado ou proeminente, com estrutura granular. O horizonte subsuperficial B apresenta estrutura em blocos subangulares moderada. A soma de bases, com teores baixos a médios, deve-se, principalmente, pelas micas, vermiculitas e minerais primários existentes na massa do solo, que disponibilizam elementos pela sua alteração. O solo de alteração tem textura variável podendo ser areno-argiloso até argilo-arenoso, ricos em grânulos e fragmentos de rocha, sendo comuns os blocos e matacões de rocha alterada.
Os Cambissolos, quando ocorrem nas planícies fluviais, associam-se aos Neossolos Flúvicos e Gleissolos formando um complexo. Seus atributos são muito variados, dominando solos de textura média e argilosa.
Neossolos Litólicos (RL) - Os Neossolos Litólicos acompanham as partes mais íngremes das montanhas e localmente nos morros e morrotes com altas declividades. São encontrados em declividades acima de 30% e situam-se nas altas vertentes e topos. Compreendem solos minerais pouco desenvolvidos, com profundidades de até 0,50 m. Ocorrem em áreas de relevo bem movimentado, normalmente associados a afloramentos rochosos (figura 6).
Representação do perfil do Neossolo Litólico, que ocorre nos topos de relevo de montanhas e morros, onde a vegetação apresenta porte mais baixo. (Fonte: os autores).
Figure 6
Schematic profile of a Litholic Neosol (Lithic Entisol), occurring at the top of mountainous and hills relief under low-lying Atlantic Tropical Rain Forest. (Source: the authors).
Apresentam sequência de horizontes A-R ou A-C-R, horizonte superficial A tipo moderado, textura média e argilosa e estrutura granular. O horizonte subsuperficial C possui textura média ou argilosa com estrutura refletindo o material de origem.
Gleissolos (G) - Os Gleissolos, normalmente associam-se aos Organossolos e ocorrem nas planícies flúvio-marinhas, cones de dejeção e nas depressões intercordões dos terraços marinhos. Os Gleissolos Tiomórficos ou Sálicos associam-se às planícies de maré. Encontram-se nas zonas de inundação dos principais rios sobre sedimentos fluviais e continentais. Estão situados nas planícies fluviais, em declividades de 0% a 2% e nos sopés das montanhas e morros, em cones de dejeção em declividades inferiores a 6%. Na planície litorânea, ocorrem onde dominam os sedimentos continentais (figura 7).
Representação do perfil do Gleissolo, que ocorre em planícies flúvio marinha ou de maré onde ocorre a Floresta Ombrófila Densa Aluvial e a Formação Pioneira com influência fluviomarinha. (Fonte: os autores).
Figure 7
Schematic profile of a Gleisol (Entisol: aqu-hidra-salic-sulfa), occurring in relief of fluvial-marine or tidal plains under Alluvial Atlantic Tropical Rain Forest and pioneer formation vegetation. (Source: the authors).
São solos hidromórficos, pouco profundos, com horizonte A moderado ou proeminente, seguido de horizonte com condições redoximórficas por influência do lençol freático. O horizonte superficial possui cores variáveis, normalmente neutras, textura também variável e estrutura maciça. No horizonte subsuperficial a cor passa a mosqueada ou neutra, expressando hidromorfia. A textura também é variável e com estrutura maciça. A soma de bases, alumínio trocável e os teores de carbono orgânico destes solos são muito variáveis dependendo da composição do material de origem e de sua época de deposição. O horizonte glei apresenta cores neutras, de tons baixos, chegando a quase nulos, e pode apresentar manchas azuis, esverdeadas ou neutra. Possui ferro em uma quantidade muito baixa. Na Ilha do Cardoso esse solo é formado por areia, silte, argilas e matéria orgânica. Cascalhos são restritos a certas porções da área.
O Gleissolo Tiomórfico ou Sálico é definido por uma formação indiscriminada de acumulação de matéria orgânica e sedimentos aluviais e marinhos. São solos formados por material mineral e horizonte glei acima dos 150 cm e contendo compostos de enxofre devido ao acúmulo de material orgânico (materiais sulfídricos, sulfúricos e outros sais solúveis), indicado pela condutividade elétrica do extrato de saturação igual ou superior a 7dS/m (a 25ºC). Sua cor esverdeada é uma das características marcantes deste solo, em vista do baixo teor de ferro e concentração de matéria orgânica. Seu excesso de água gera a decomposição lenta da matéria orgânica, provocando o seu acúmulo. A presença de sais em quantidade tóxica para à maioria das plantas é o que caracteriza este solo.
Espodossolos (EK) - Os Espodossolos estão presentes nos terraços marinhos, nas planícies marinhas e planícies com cordão, em declividades de 0% a 2%. Compreendem solos com horizonte B espódico (acúmulo de matéria orgânica e/ou ferro através da eluviação) e nítida diferenciação entre horizontes superficiais e subsuperficiais. A matéria orgânica acumulada pode, ou não, apresentar cimentação e sua cor costuma ser uma variação de preto a brunado. O horizonte A costuma ser de cor cinzento escura, ou preta, horizonte E esbranquiçado e seguido de um horizonte B escuro ou enegrecido. São geralmente arenosos e com acidez elevada. Situam-se em relevo plano, ocupando a parte frontal da planície marinha até chegar às areias de praia. Estão assentes sobre sedimentos arenosos marinhos da transgressão Santos e Cananéia, na forma de terraços e cordões de restinga (figura 8).
Representação do perfil do Espodossolo, que ocorre em relevo de planície marinha com cordões e terraços, com a presença da Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas. (Fonte: os autores).
Figure 8
Schematic profile of a Spodosol, occurring in relief of marine plain under Lowland Atlantic Tropical Rain Forest. (Source: the authors).
O horizonte superficial A é do tipo moderado, textura areia/areia franca e estrutura granular fraca muito pequena a pequena. O horizonte E, imediatamente abaixo, possui espessura que varia de 45 a 200 cm, textura areia e sem estruturação. O horizonte subsuperficial B, com profundidade de ocorrência de 40 a 400 cm, também apresenta textura arenosa. O lençol freático está presente em profundidades que variam de 50 a 360 cm. O carbono orgânico apresenta teor alto em superfície e subsuperfície, com soma de bases e saturação por bases muito baixa. Para os Espodossolos Hidromórficos, a característica se deve ao fato de permanecer saturado de água em um ou mais horizontes, em seus 100 cm superficiais durante algum tempo na maior parte do ano.
Organossolos (O) - Esses solos ocorrem em áreas abaciadas nas depressões da planície litorânea e associados a cursos d’água, locais permanentemente encharcados com vegetação típica especializada. São solos mal drenados, com lençol aflorante. Compreendem solos com teores de C% elevados, ácidos, constituídos por camadas espessas de matéria orgânica sobre material mineral, com Gleização. O horizonte superficial O possui espessura de 1,5 a 3,0 m+ com cores escuras. O horizonte subsuperficial C ocorre a profundidades acima de 2,2 a 2,5 m, com cor variada cinza.
Os Organossolos apresentam valores elevados de soma de bases e, consequentemente, capacidade de troca de cátions alta. Normalmente o pH permanece abaixo de 4,0, portanto, solos extremamente ácidos, sendo os teores de alumínio elevados.
Neossolos Flúvicos (RY) - Os Neossolos Flúvicos (figura 9) margeiam as planícies fluviais dos principais cursos d’água na baixada litorânea em relevo plano e se desenvolvem sobre sedimentos fluviais. São solos pouco desenvolvidos, resultantes de deposição fluvial recente, com sequência de horizontes A e C, sendo estes, superposições de camadas sedimentares (estratos) de variadas texturas em profundidade. Devido à natureza dos sedimentos, suas características são muito variadas.
Representação do perfil de um Neossolo Flúvico encontrado nas planícies fluviais, com a presença de vegetação de Floresta Ombrófila Densa Aluvial e formação pioneira de influência fluviomarinha. (Fonte: os autores).
Figure 9
Schematic profile of a Fluvic Neosol (Fluvent), occurring in relief of fluvial plain under Alluvial Atlantic Tropical Rain Forest and pioneer formation vegetation. (Source: the authors).
Neossolos Quartzarênicos (RQ) - Os Neossolos Quartzarênicos (figura 10) encontram-se nas praias e dunas e, quando associados ao Espodossolo, apresentam-se nas planícies marinhas e planícies marinhas com cordão, ocorrem também, associados aos Gleissolos nas planícies de maré. Constituem-se em material arenoso, fino a grosso, micáceo, inconsolidado. São solos pouco evoluídos, de material mineral, e apresentam sequência de horizontes A-C. São essencialmente quartzosos, com 95% de areias grossas ou finas em sua constituição, profundos e ácidos.
Representação do perfil de um Neossolo Quartzarênico e sua localização nas praias, dunas e planícies da Ilha do Cardoso, Cananéia, Estado de São Paulo, Sudeste do Brasil. (Fonte: os autores).
Figure 10
Schematic profile of a Quartzarenic Neosol (Quartzipsamment), occurring in relief of the beaches, dunes and marine terraces at Ilha do Cardoso, Cananéia, São Paulo State, Southeast Brazil. (Source: the authors).
As unidades de mapeamento de solos identificadas por Rossi & Kanashiro (2022) foram relacionadas ao relevo predominante (Pires Neto et al. 2012) e avaliadas quanto à área ocupada e a porcentagem de ocorrência, sendo o resultado desta avaliação apresentado na tabela 1 e representados didaticamente nos perfis topográficos das figuras 11, 12 e 13.
Representação do perfil topográfico A-B, mostrando os tipos de solos e respectivas paisagens na Ilha do Cardoso, Cananéia, Estado de São Paulo, Sudeste do Brasil. (Fonte: os autores).
Figure 11
Schematic topographic profile A-B, showing the soil types and landscapes at Ilha do Cardoso, Cananéia, São Paulo State, Southeast Brazil. (Source: the authors).
Representação do perfil topográfico C-D, mostrando os tipos de solos e respectivas paisagens na Ilha do Cardoso, Cananéia, Estado de São Paulo, Sudeste do Brasil. (Fonte: os autores).
Figure 12
Schematic topographic profile C-D, showing the soil types and landscapes at Ilha do Cardoso, Cananéia, São Paulo State, Southeast Brazil. (Source: the authors).
Representação do perfil topográfico E-F, mostrando os tipos de solos e respectivas paisagens na Ilha do Cardoso, Cananéia, Estado de São Paulo, Sudeste do Brasil. (Fonte: os autores).
Figure 13
Schematic topographic profile E-F, showing the soil types and landscapes at Ilha do Cardoso, Cananéia, São Paulo State, Southeast Brazil. (Source: the authors).
Extensão e distribuição das unidades de mapeamento de solo e terrenos na Ilha do Cardoso, Cananéia, Estado de São Paulo, Sudeste do Brasil.
Table 1
Extension and distribution of soil and terrain mapping units at Ilha do Cardoso, Cananéia, São Paulo State, Southeast Brazil.
Suscetibilidade dos solos aos processos morfodinâmicos
Os processos geodinâmicos para o estado de São Paulo foram apresentados por Nakazawa et al. (1994), que apresentam, para a Ilha do Cardoso, suscetibilidade à erosão e a movimentos de massa, alta nos morros do embasamento cristalino e média nos depósitos de tálus, enquanto nas planícies, recalque muito alto e inundação diária na planície intertidal (manguezais) e recalque e inundação baixo na planície no litoral. Para Ross & Moroz (1997), os maciços cristalinos apresentam fragilidade muito alta, com áreas sujeitas a processos erosivos agressivos, inclusive com movimentos de massa (com formas de dissecação muito intensa, vales de entalhamento pequeno e densidade de drenagem alta ou vales muito entalhados, com densidades de drenagem menores), enquanto que nas planícies litorâneas, a fragilidade é muito alta, devido às áreas sujeitas a inundações periódicas, com lençol freático pouco profundo e sedimentos inconsolidados sujeitos a acomodações.
Pires Neto & Rossi (2007) apresentam uma análise de terrenos para o Vale do Ribeira no estado de São Paulo, que aponta restrições e potencialidades para as áreas mapeadas. Assim, compartimenta a área, a partir da geomorfologia, inserindo a litologia e os solos em uma análise sinótica de integração dos dados, identificando o potencial, a restrição e a fragilidade desses solos, tendo em vista a dinâmica natural e sua suscetibilidade à interferência antrópica, definindo suscetibilidades dos terrenos. Para a Ilha do Cardoso os autores apontam 12 unidades de terrenos descritas aqui, a partir das unidades de solos, como apresentado na tabela 2.
Potencialidades e restrições dos solos da Ilha do Cardoso, Cananéia, Estado de São Paulo, Sudeste do Brasil, adaptado de Pires Neto & Rossi (2007). * Nomenclatura e descrição dos solos ver Tabela 1.
Table 2
Potentialities and restrictions of soils at Ilha do Cardoso, Cananéia, São Paulo State, Southeast Brazil, adapted from Pires Neto & Rossi (2007). * Nomenclatura e descrição dos solos ver Tabela 1.
No relatório apresentado por Pires Neto et al. (2012) consta ainda uma análise da fragilidade dos ambientes quanto aos aspectos do meio físico, onde os autores apontam fragilidades dos solos muito alta e alta em cerca de 80% do território. Para a definição dessa fragilidade, os autores avaliaram os atributos, textura e espessura do solo, declividade (inclinação das vertentes) e presença de impedimentos (pedregosidade ou rochosidade, pouca profundidade efetiva do solo, excesso de sais, condições de encharcamento ou lençol freático próximo à superfície/aflorante), permitindo diferenciar classes de fragilidade (figura 14).
Classes de fragilidade dos solos da Ilha do Cardoso, Cananéia, Estado de São Paulo, Sudeste do Brasil. (Pires Neto et al. 2012).
Figure 14
Soil Fragility class of at Ilha do Cardoso, Cananéia, São Paulo State, Southeast Brazil (Pires Neto et al. 2012).
A textura do solo é um elemento importante na estabilidade e na morfodinâmica de uma área. Assim, textura mais grossa implica em maior desagregação, menor estabilidade e maior capacidade de arraste, enquanto os materiais mais finos são mais estáveis. Da mesma forma, declividades mais acentuadas propiciam a morfogênese enquanto declividades menores o aprofundamento dos solos.
A presença ou ausência de impedimentos está associada, principalmente, à relação infiltração/deflúvio, ou seja, maior ou menor dificuldade da água em penetrar no manto de alteração e também, à possibilidade de contaminação ou concentração de elementos químicos limitantes ao uso. Esses atributos configuram um alto grau de fragilidade, à medida que, qualquer uso nessas áreas pode acarretar prejuízos à conservação do solo e à recuperação da cobertura vegetal natural, possibilitando a intensificação de processos erosivos, o assoreamento de nascentes e canais fluviais, ou a contaminação de áreas.
Em uma nova abordagem, Rossi et al. (2022) apresentam interpretações de potencial de suscetibilidades dos solos da Ilha do Cardoso (Tabela 3), sendo definida como muito alta em 73% da área, alta em 18% e média em 9% do território, ou seja, terrenos com potencial à suscetibilidade aos processos geomórficos elevada, oriundos dos mesmos atributos apresentados por Pires Neto et al. (2012), (figura 15).
Classes de suscetibilidade dos solos aos processos geomórficos na Ilha do Cardoso, Cananéia, Estado de São Paulo, Sudeste do Brasil (Rossi et al. 2022).
Figure 15
Soil susceptibility classes to geomorphic processes at Ilha do Cardoso, Cananéia, São Paulo State, Southeast Brazil (Rossi et al. 2022).
Solos e interpretações de suscetibilidade segundo Rossi et al. (2022). * Nomenclatura e descrição dos solos ver Tabela 1.
Table 3
Soils and the interpretation of their susceptibilities according to Rossi et al. (2022). * Nomenclature and description of soils see Table 1.
Considerações finais
Observou-se que há uma variabilidade dos elementos formadores dos solos na área, que auxiliam na observação de diversos tipos de solos, sendo encontrados pela revisão, Cambissolos, Argissolos, Neossolos Litólicos, Neossolos Quartzarênicos, Neossolos Flúvicos, Gleissolos Háplicos, Gleissolos Sálicos, Organossolos e Espodossolos. De forma geral, os solos são ácidos (com pH muito baixos), com baixos teores de bases trocáveis (elementos úteis às plantas), excesso de íons hidrogênio e alumínio (podem causar toxicidade), por vezes altamente intemperizados e, caracterizados pelos caráteres distrófico e álico. Há uma íntima relação entre a litologia, o relevo e as formações vegetais, com os solos, facilitando o delineamento de alguns tipos de solo, e dessa forma, permitindo definir graus de suscetibilidade aos processos geomórficos.
Assim, nos relevos de montanhas e morros, sobre litologia de sienito, há predomínio de Cambissolo Háplico de textura média e argilosa, distribuído por todos os setores de vertentes do relevo, e Neossolos Litólicos nas altas vertentes e topos angulosos com declividades acentuadas. Enquanto sobre o metapelito, em relevo de morros e morrotes, o Cambissolo possui textura argilosa a muito argilosa.
Da mesma forma, os cones de dejeção apresentam Cambissolos associados aos Argissolos, normalmente com rochosidade e pedregosidade, devido à sua natureza deposicional. Os Argissolos se distribuem pelos morros e morrotes, normalmente associados as declividades pouco acentuadas. Ainda nos cones de dejeção, há presença de Gleissolos e Neossolos Flúvicos, que também ocorrem nas planícies fluvio-coluviais.
Na planície litorânea, composta por sedimentação marinha, fluvial ou mista, dominam áreas com lençol freático aflorante ou subaflorante. Ocorre o Gleissolo Háplico, tanto em cones de dejeção, quanto na planície flúvio-marinha, e o Gleissolo Sálico, nas planícies de maré.
Nas planícies, terraços marinhos, nas praias e dunas dominam os Neossolos Quartzarênicos e os Espodossolos.
Com relação à suscetibilidade dos solos, há dois grandes grupos com suscetibilidade elevada para a área, os solos sob influência de lençol d’água e os solos em declividades acentuadas.
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Editado por
-
Editora Associada:
Maria Margarida da Rocha Fiuza de Melo
Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
16 Dez 2024 -
Data do Fascículo
2024
Histórico
-
Recebido
18 Mar 2024 -
Aceito
18 Jun 2024