Prezada editora,
Artigo publicado no n. 1 do vol. 30 deste periódico1 abordou a integração do agente de controle de endemia na Estratégia Saúde da Família (ESF) no combate ao Aedes aegypti, apontando para a necessidade de realizar ajustes nessa integração. No sentido de contribuir na reflexão acerca desses ajustes, trazemos algumas ponderações.
A assimilação de conhecimentos adequados não necessariamente reverte em ações efetivas na eliminação dos criadouros;2 essa dimensão deve ser considerada, mas reforça a pertinência e relevância da interação dos agentes de endemia na ESF. É importante considerar as dificuldades - até mesmo dos agentes - para alcançar os criadouros urbanos do Aedes aegypti, assim como notar as limitações comuns dos cidadãos (doenças, obesidade, idade, deficiências, fobias, entre outras) que lhes dificultam ou impossibilitam alcançar e eliminar muitos dos criadouros.2 A culpabilização individual deve ser evitada, privilegiando-se o planejamento de estratégias efetivas que contornem as limitações em cada contexto.2
Seria conveniente refletir sobre a pertinência de capacitar as equipes com novas habilidades, em especial direcionadas à promoção de ações colaborativas e cooperativas,2 a fim de se contornarem os obstáculos sociais e ambientais e se propiciar a interação com outros serviços, como a coleta de lixo, e com diferentes profissionais, a exemplo de assistentes sociais.
Idealmente, é estratégico propor uma atuação abrangente no combate aos vetores, porque o mesmo ambiente urbano onde prolifera o Aedes aegypti também pode ser propício à proliferação de outros importantes vetores para a saúde pública, como pernilongos, moscas, baratas e ratos.
Referências
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1 Pereira GA, Picoli RP, Cazola LHO. Integração do agente de combate à endemias na Estratégia Saúde da Família, Campo Grande, Mato Grosso do Sul, 2017. Epidemol Serv Saude. 2021; 30(1):e2019500. doi: http://dx.doi.org/10.1590/s1679-49742021000100018.
» https://doi.org/http://dx.doi.org/10.1590/s1679-49742021000100018 -
2 Wermelinger ED, Salles ICM. O sujeito preventivo das doenças transmitidas pelo Aedes aegyti nas campanhas publicitárias: obrigação, culpabilização e álibi para a responsabilidade do poder público. Physis. 2018;28(4): e280401. doi: https://doi.org/10.1590/S0103-73312018280401.
» https://doi.org/https://doi.org/10.1590/S0103-73312018280401
Datas de Publicação
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Publicação nesta coleção
03 Set 2021 -
Data do Fascículo
2021
Histórico
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Recebido
12 Abr 2021 -
Aceito
21 Jul 2021