Resumos
Objetivo
Caracterizar a alteração fonológica e o desempenho na memória de curto prazo fonológica de escolares com distúrbio específico de linguagem (DEL), além de investigar se há correlação entre essas variáveis.
Métodos
O grupo foi composto por 15 escolares com DEL, de ambos os gêneros (14 meninos), com idades variando entre 7 anos e 12 anos e 11 meses. Todos estavam em terapia fonoaudiológica. A alteração fonológica foi caracterizada pela Porcentagem de Consoantes Corretas Revisada (PCC-R) das provas de Fonologia do ABFW. A memória de curto prazo fonológica foi avaliada a partir da porcentagem de acertos na similaridade e na extensão das pseudopalavras do Teste de Repetição de Pseudopalavras. A correlação foi investigada a partir do PCC-R, em cada prova, e da porcentagem total de acertos na repetição das pseudopalavras.
Resultados
Não houve diferença entre o PCC-R na nomeação de figuras e na imitação de palavras e o desempenho na memória de curto prazo fonológica foi melhor quando a similaridade das pseudopalavras era maior e o número de sílabas menor. Houve correlação positiva entre a fonologia e a memória de curto prazo fonológica. Todavia, enquanto o desempenho na fonologia esteve próximo do máximo de acertos possíveis, na memória de curto prazo o desempenho médio não alcançou a metade dos acertos possíveis. A média de acertos na porcentagem de consoantes corretas foi superior a 85%.
Conclusão
O desempenho dos escolares com DEL na memória de curto prazo fonológica diferiu quanto à similaridade e à extensão das pseudopalavras. Constatou-se ainda correlação positiva entre estas variáveis.
Memória de curto prazo; Desenvolvimento da linguagem; Criança; Transtornos do desenvolvimento da linguagem; Linguagem infantil
Purpose
To characterize phonological impairment and short-term memory performance of school-aged children with specific language impairment (SLI) and investigate the possible correlations between these variables.
Methods
The group comprised 15 school-aged children of both genders (14 boys) with SLI, aged between 7 years and 12 years and 11 months. They were all undergoing speech therapy. To verify phonological impairment, the tasks of naming and imitation from the phonology test were used and based the calculus of percentage of correct consonants reviewed (PCC-r). Phonological short-term memory was assessed by the Test of Pseudoword Repetition.
Results
There was no difference in PCC-R accuracy between picture naming and word imitation tasks. Phonological short-term memory performance was better for pseudowords that showed greater similarity and had fewer syllables. A positive correlation was observed between phonology and phonological short-term memory; however, while phonological performance approached the maximum number of possible correct answers, the average short-term memory performance did not reach half of the possible correct answers. PCC-r mean correct answer was higher than 85%.
Conclusion
Phonological short-term memory performance of school-aged children with SLI differs according to word similarity and pseudoword extensions, since positive correlations between these variables were observed.
Memory; Short-term; Language development; Child; Language development disorders; Child language
INTRODUÇÃO
O distúrbio específico de linguagem (DEL) refere-se a uma alteração de linguagem
primária que ocorre na ausência de comprometimentos auditivos e motores, de
alteração no desenvolvimento cognitivo e motor da fala, de danos neurológicos, de
interação social restrita e de distúrbios emocionais significativos(11 Bishop DV. The underlying nature of specific language impairment. J
Child Psychol Psychiatry. 1992;33(1):3-66.
http://dx.doi.org/10.1111/j.1469-7610.1992.tb00858.x
https://doi.org/10.1111/j.1469-7610.1992...
,22 Befi-Lopes DM. Avaliação diagnóstica e aspectos terapêuticos nos
distúrbios específicos de linguagem. In: Fernandes F, Mendes B, Navas A,
editores. Tratado de Fonoaudiologia. 2a ed. São Paulo: Roca; 2010. Capítulo 13,
p. 314-22.). Este diagnóstico é confirmado quando
as dificuldades linguísticas persistem em crianças com mais de 5 anos de idade que
já foram submetidas à intervenção específica adequada(33 Reed V. Toddlers and preschoolers with Specific Language
Impairments. In: Reed V. An introduction to children with language disorders.
2nd ed. New York: Macmillan; 1994. Chapter 5, p. 117-46.).
As crianças com DEL apresentam dificuldades de linguagem que perduram ao longo da
vida e o tipo e o grau dessas dificuldades é muito variável. Geralmente, é possível
observar alteração fonológica (caracterizada pelo uso de processos fonológicos
idiossincráticos, manutenção de alguns processos fonológicos comuns ao
desenvolvimento normal e representação fonológica alterada)(44 Befi-Lopes DM, Pereira AC, Bento AC. Representação fonológica em
crianças com Distúrbio Específico de Linguagem (DEL). Pró-Fono.
2010;22(3):305-10.
http://dx.doi.org/10.1590/S0104-56872010000300025
https://doi.org/10.1590/S0104-5687201000...
,55 Befi-Lopes DM, Rondon S. Características iniciais da comunicação
verbal de pré-escolares com Alterações Específicas do Desenvolvimento da
Linguagem em fala espontânea. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2010;15(3):415-20.
http://dx.doi.org/10.1590/S1516-80342010000300017
https://doi.org/10.1590/S1516-8034201000...
); prejuízo na aquisição
lexical(66 Gândara JP, Befi-Lopes DM. Tendências da aquisição lexical em
crianças em desenvolvimento normal e crianças com Alterações Específicas no
Desenvolvimento da Linguagem. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2010;15(2):297-304.
http://dx.doi.org/10.1590/S1516-80342010000200024
https://doi.org/10.1590/S1516-8034201000...
); pausas silentes mais longas em tarefas
narrativas(77 Befi-Lopes DM, Pedott PR, Bacchin LB, Cáceres AM. Relação entre
pausas silentes e classe gramatical em narrativas de crianças com distúrbio
específico de linguagem. CoDAS. 2013;25(1):64-9.
http://dx.doi.org/10.1590/S2317-17822013000100012
https://doi.org/10.1590/S2317-1782201300...
); dificuldades de compreensão da linguagem
oral(88 Befi-Lopes DM, Toba JR. Como crianças e adolescentes com Distúrbio
Específico de Linguagem compreendem a linguagem oral? Rev Soc Bras Fonoaudiol.
2012;17(1):106-11.) e
na resolução de conflitos(99 Paula EM, Befi-Lopes DM. Habilidades de resolução de conflito em
crianças com Distúrbio Específico de Linguagem. CoDAS. 2013;25(2):102-9.
http://dx.doi.org/10.1590/S2317-17822013000200003
https://doi.org/10.1590/S2317-1782201300...
).
Uma das dificuldades persistentes dessas crianças está relacionada aos aspectos
fonológicos, pois a idade cronológica isolada não evidencia melhora em tais
habilidades(1010 Befi-Lopes D, Tanikawa CR, Cáceres AM. Relação entre a porcentagem
de consoantes corretas e a memória operacional fonológica na alteração
específica de linguagem. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2012;17(2):196-200.
http://dx.doi.org/10.1590/S1516-80342012000200016
https://doi.org/10.1590/S1516-8034201200...
). Para caracterizar a alteração fonológica de
crianças com DEL, o índice de Porcentagem de Consoantes Corretas Revisado (PCC-R) é
apontado como uma medida sensível.
O PCC-R calcula a porcentagem de sons consonantais produzidos corretamente,
considerando como erro apenas as substituições e omissões(1111 Wertzner HF, Alves RR, Ramos ACO. Análise do desenvolvimento das
habilidades diadococinéticas orais em crianças normais e com transtorno
fonológico. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2008;13(2):136-42.
http://dx.doi.org/10.1590/S1516-80342008000200007
https://doi.org/10.1590/S1516-8034200800...
,1212 Shriberg LD, Austin D, Lewis BA, McSweeny JL, Wilson DL. The
percentage of consonants correct (PCC) metric: extensions and reliability data.
J Speech Lang Hear Res. 1997;40(4):708-22.
http://dx.doi.org/10.1044/jslhr.4004.708
https://doi.org/10.1044/jslhr.4004.708...
). É considerado o índice mais indicado
quando são comparados falantes de diferentes faixas etárias e que possuem
características de fala diversas(1212 Shriberg LD, Austin D, Lewis BA, McSweeny JL, Wilson DL. The
percentage of consonants correct (PCC) metric: extensions and reliability data.
J Speech Lang Hear Res. 1997;40(4):708-22.
http://dx.doi.org/10.1044/jslhr.4004.708
https://doi.org/10.1044/jslhr.4004.708...
). Estudos apontam que crianças sem
alteração de linguagem aos 6 anos têm média de acerto superior a 95% no
PCC-R(1313 Rodrigues A, Befi-Lopes DM. Memória de curto prazo fonológica em
crianças pré-escolares. CoDAS. 2013;25(5):422-8.
http://dx.doi.org/10.1590/S2317-17822013000500005
https://doi.org/10.1590/S2317-1782201300...
), enquanto crianças com DEL da mesma faixa
etária apresentam média inferior a 75%(1010 Befi-Lopes D, Tanikawa CR, Cáceres AM. Relação entre a porcentagem
de consoantes corretas e a memória operacional fonológica na alteração
específica de linguagem. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2012;17(2):196-200.
http://dx.doi.org/10.1590/S1516-80342012000200016
https://doi.org/10.1590/S1516-8034201200...
).
Outro aspecto comumente prejudicado nessa população é a memória fonológica, sendo
inclusive, apontada como uma possível marca clínica da patologia(1414 Montgomery JW, Magimairaj BM, Finney MC. Working memory and
specific language impairment: an update on the relation and perspectives on
assessment and treatment. Am J Speech Lang Pathol. 2010;19(1):78-94.
http://dx.doi.org/ 10.1044/1058-0360(2009/09-0028)
https://doi.org/10.1044/1058-0360(2009/0...
).
De acordo com o modelo da memória operacional, a memória fonológica é responsável
pelo armazenamento temporário da informação, para que ocorra uma série de tarefas
cognitivas(1515 Baddeley A. The episodic buffer: a new component of working memory?
Trends Cogn Sci. 2000;4(11):417-23.
http://dx.doi.org/10.1016/S1364-6613(00)01538-2
https://doi.org/10.1016/S1364-6613(00)01...
,1616 Baddeley A. Working memory: looking back and looking forward. Nat
Rev Neurosci. 2003;4(10):829-39.
http://dx.doi.org/10.1038/nrn1201
https://doi.org/10.1038/nrn1201...
). Durante a aquisição da linguagem, ela permite
que a criança analise as propriedades estruturais da linguagem às quais está
exposta, além de desempenhar um papel crítico no processamento
linguístico(1717 Rodrigues A, Befi-Lopes D. Memória operacional fonológica e suas
relações com o desenvolvimento da linguagem infantil. Pró-Fono. 2009;21(1):63-8.
http://dx.doi.org/10.1590/S0104-56872009000100011
https://doi.org/10.1590/S0104-5687200900...
).
A linguagem e a memória operacional, especificamente o sistema de suporte fonológico,
também denominado memória de curto prazo fonológica (MCP-f), estão relacionadas ao
processo de ensaio subvocal e aos fatores relacionados ao planejamento da fala
(output fonológico). Nesse sistema, também se encontra a
habilidade para formar e reter uma sequência fonológica precisa da fala, processando
o input verbal. O armazenamento da MCP-f é afetado pela extensão da
palavra e pela similaridade fonológica. A MCP-f pode ser avaliada por meio da
repetição de não palavras ou de pseudopalavras(1313 Rodrigues A, Befi-Lopes DM. Memória de curto prazo fonológica em
crianças pré-escolares. CoDAS. 2013;25(5):422-8.
http://dx.doi.org/10.1590/S2317-17822013000500005
https://doi.org/10.1590/S2317-1782201300...
,1818 Baddeley A. Working memory. Curr Biol. 2010;20(4):R136-40.
http://dx.doi.org/10.1016/j.cub.2009.12.014
https://doi.org/10.1016/j.cub.2009.12.01...
).
É importante esclarecer que há diferenças entre não palavra e pseudopalavra. Enquanto
a primeira não possui similaridade com palavras reais da língua em questão, a
segunda possui similaridades que podem ser fonológicas e também morfológicas, o que
pode atuar como um facilitador, no momento de sua repetição(1313 Rodrigues A, Befi-Lopes DM. Memória de curto prazo fonológica em
crianças pré-escolares. CoDAS. 2013;25(5):422-8.
http://dx.doi.org/10.1590/S2317-17822013000500005
https://doi.org/10.1590/S2317-1782201300...
,1919 Baddeley A, Gathercole S, Papagno C. The phonological loop as a
language learning device. Psychol Rev. 1998;105(1):158-73.).
O prejuízo nessa memória é apontado como um dos fatores que prejudicam a aquisição
lexical, o desempenho morfossintático e a compreensão de sentenças, nos indivíduos
com DEL(1414 Montgomery JW, Magimairaj BM, Finney MC. Working memory and
specific language impairment: an update on the relation and perspectives on
assessment and treatment. Am J Speech Lang Pathol. 2010;19(1):78-94.
http://dx.doi.org/ 10.1044/1058-0360(2009/09-0028)
https://doi.org/10.1044/1058-0360(2009/0...
,2020 Alt M. Phonological working memory impairments in children with
specific language impairment: Where does the problem lie? J Commun Disord.
2011;44(2):173-85.
http://dx.doi.org/10.1016/j.jcomdis.2010.09.003
https://doi.org/10.1016/j.jcomdis.2010.0...
). A capacidade reduzida da MCP-f pode
comprometer a manutenção da sequência fonológica das palavras novas por tempo
suficiente para estabelecer as ligações entre as representações de significado,
entrada acústica e padrões articulatórios(2121 Petruccelli N, Bavin EL, Bretherton L. Children with specific
language impairment and resolved late talkers: working memory profiles at 5
years. J Speech Lang Hear Res. 2012;55(6):1690-703.
http://dx.doi.org/10.1044/1092-4388(2012/11-0288
https://doi.org/10.1044/1092-4388(2012/1...
,2222 Rispens J, Baker A. Nonword repetition: the relative contributions
of phonological short-term memory and phonological representations in children
with language and reading impairment. J Speech Lang Hear Res. 2012;55(3):683-94.
http://dx.doi.org/10.1044/1092-4388(2011/10-0263)
https://doi.org/10.1044/1092-4388(2011/1...
).
Apesar de crianças com DEL geralmente diferirem da normalidade apenas com relação às
palavras longas(2020 Alt M. Phonological working memory impairments in children with
specific language impairment: Where does the problem lie? J Commun Disord.
2011;44(2):173-85.
http://dx.doi.org/10.1016/j.jcomdis.2010.09.003
https://doi.org/10.1016/j.jcomdis.2010.0...
), um estudo de meta-análise argumenta que essa
população possui desempenho inferior ao desenvolvimento normal, com itens de todas
as extensões, sugerindo que tal comprometimento esteja relacionado também à
percepção dos fonemas ou à codificação das palavras(2323 Graf Estes K, Evans JL, Else-Quest NM. Differences in the nonword
repetition performance of children with and without specific language
impairment: a meta-analysis. J Speech Lang Hear Res. 2007;50(1):177-95.
http://dx.doi.org/10.1044/1092-4388(2007/015)
https://doi.org/10.1044/1092-4388(2007/0...
).
Em pré-escolares com alteração específica de linguagem foi verificado que há
correlação positiva entre a repetição de não palavras e o índice de gravidade da
alteração fonológica(1010 Befi-Lopes D, Tanikawa CR, Cáceres AM. Relação entre a porcentagem
de consoantes corretas e a memória operacional fonológica na alteração
específica de linguagem. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2012;17(2):196-200.
http://dx.doi.org/10.1590/S1516-80342012000200016
https://doi.org/10.1590/S1516-8034201200...
). Porém, não se sabe se durante a vida escolar
as crianças com DEL mantém a melhora na alteração fonológica e na memória de curto
prazo fonológica ou ainda, se essas habilidades permanecem correlacionadas.
Considerando que, durante a vida escolar, a demanda de processamento linguístico e de
análise metalinguística aumenta(2424 Alt M. Phonological working memory impairments in children with
specific language impairment: where does the problem lie? J Commun Disord.
2011;44(2):173-85.
http://dx.doi.org/10.1016/j.jcomdis.2010.09.003
https://doi.org/10.1016/j.jcomdis.2010.0...
), é importante saber se essas crianças
demonstram evolução nas habilidades fonológicas, principalmente na memória de curto
prazo, para subsidiar sua aquisição de linguagem escrita. Portanto, o objetivo deste
estudo foi caracterizar a alteração fonológica e o desempenho na memória de curto
prazo fonológica de escolares com distúrbio específico de linguagem (DEL), além de
investigar se há correlação entre essas variáveis.
MÉTODOS
O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), sob número 065/12. Antes da coleta, os pais ou responsáveis pelos sujeitos assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
Foram recrutados 15 escolares com diagnóstico de DEL, de ambos os gêneros (14 meninos), com idade variando entre 7 e 12 anos (média de idade de 114 meses, desvio-padrão de 24,9). A média de idade na avaliação fonoaudiológica foi de 4 anos e 4 meses (desvio-padrão de 17,4 meses) e esses sujeitos estavam em terapia há 5 anos (desvio-padrão de 22,7 meses), aproximadamente. Todos os participantes estavam em atendimento na instituição em que o estudo foi realizado.
Os critérios diagnósticos internacionais adotados na avaliação inicial desses
sujeitos foram: prejuízo em pelo menos duas medidas de linguagem que compõem a
avaliação completa de linguagem; desempenho dentro dos critérios de normalidade, em
medida de quociente intelectual não verbal; e ausência de comprometimento
neurológico, psiquiátrico e/ou sensorial(11 Bishop DV. The underlying nature of specific language impairment. J
Child Psychol Psychiatry. 1992;33(1):3-66.
http://dx.doi.org/10.1111/j.1469-7610.1992.tb00858.x
https://doi.org/10.1111/j.1469-7610.1992...
).
No momento da seleção foi estabelecido que a quantidade de designações corretas na
prova de vocabulário do ABFW(2525 Befi-Lopes DM. Vocabulário. In: Andrade CRF, Befi-Lopes DM,
Fernandes FDM, Wertzner HF, editores. ABFW: teste de linguagem infantil nas
areas de fonologia, vocabulário, fluência e pragmática. 2a ed. rev. ampl. atual.
Barueri: Pró-Fono; 2004. Capítulo 2, p. 33-50.) deveria estar acima do esperado para 6
anos, uma vez que os sujeitos eram de faixa etária superior a esta. Além disso,
todos deveriam estar, no mínimo, há dois anos em reabilitação fonoaudiológica no
Laboratório de Investigação Fonoaudiológica em Desenvolvimento da Linguagem e suas
Alterações da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, ainda sem
superação total do déficit linguístico, como indicado pela literatura, para
confirmação do quadro de DEL(2626 Bishop DV, Hayiou-Thomas ME. Heritability of specific language
impairment depends on diagnostic criteria. Genes Brain Behav. 2008;7(3):365-72.
http://dx.doi.org/10.1111/j.1601-183X.2007.00360.x
https://doi.org/10.1111/j.1601-183X.2007...
).
Os sujeitos selecionados foram avaliados individualmente, em sala silenciosa,
previamente preparada. Para verificar a alteração fonológica foi utilizado o índice
de Porcentagem de Consoantes Corretas Revisada (PCC-R)(1212 Shriberg LD, Austin D, Lewis BA, McSweeny JL, Wilson DL. The
percentage of consonants correct (PCC) metric: extensions and reliability data.
J Speech Lang Hear Res. 1997;40(4):708-22.
http://dx.doi.org/10.1044/jslhr.4004.708
https://doi.org/10.1044/jslhr.4004.708...
) nas provas de
nomeação de figuras e imitação de palavras da prova de Fonologia do
ABFW(2727 Wertzner HF. Fonologia. In: Andrade CRF, Befi-Lopes DM, Fernandes
FDM, Wertzner HF, editores. ABFW: teste de linguagem infantil nas areas de
fonologia, vocabulário, fluência e pragmática. 2a ed. rev. ampl. atual. Barueri:
Pró-Fono; 2004. Capítulo 1, p. 5-32.). O PCC-R foi calculado a partir do número de
consoantes corretas produzidas em cada palavra de cada prova. Portanto, cada sujeito
obteve duas medidas de PCC-R. É importante mencionar ainda, que as distorções
fonéticas não são consideradas como erro.
A memória de curto prazo fonológica foi avaliada pelo teste de Repetição de
Pseudopalavras(2828 Santos FH, Bueno OFA. Validation of the Brazilian Children’s Test
of Pseudoword Repetition in Portuguese speakers aged 4 to 10 years. Braz J Med
Biol Res. 2003;36(11):1533-47.
http://dx.doi.org/10.1590/S0100-879X2003001100012
https://doi.org/10.1590/S0100-879X200300...
), padronizado para crianças falantes do
Português Brasileiro (PB) e composto por 40 pseudopalavras, divididas de acordo com
a similaridade com palavras reais do Português Brasileiro (dez de baixa
similaridade, 20 de média similaridade e dez de alta similaridade) e com sua
extensão (dissílaba, trissílaba, polissílaba).
Para que a pseudopalavra fosse considerada correta, a criança deveria produzi-la exatamente igual ao alvo, ou seja, as substituições fonológicas foram consideradas como erro. Esse critério foi adotado, pois é o indicado pelos autores do teste e, na faixa etária dos indivíduos da amostra, era esperado que dominassem todos os fonemas. Para as análises, o total de acertos, de acordo com a similaridade, extensão e total da prova foram calculados e transformados em porcentagem.
Para responder ao objetivo do estudo, a alteração fonológica foi caracterizada a partir do PCC-R da nomeação e do PCC-R da imitação e ambos foram comparados. A memória de curto prazo fonológica foi caracterizada a partir da porcentagem de acertos referente à similaridade e à extensão das pseudopalavras. A correlação entre a alteração fonológica e a memória de curto prazo fonológica foi investigada a partir do PCC-R, em cada prova, e da porcentagem total de acertos no teste de repetição de pseudopalavras.
Os dados referentes ao desempenho dos sujeitos, em cada teste, foram submetidos à análise estatística no software SPSS 18. Para comparação entre o desempenho dos sujeitos foi utilizada a ANOVA de Friedman e o teste de postos de Wilcoxon. Para verificar a presença de correlação entre as variáveis utilizou-se o coeficiente de correlação de Spearman. O nível de significância inicial adotado foi de 5%.
RESULTADOS
A alteração fonológica dos sujeitos não diferiu nas provas de nomeação e imitação, ainda que o intervalo entre os valores mínimo e máximo tenha sido maior para a imitação. A porcentagem de consoantes corretas não diferiu na nomeação de figuras e na imitação de palavras, sendo a média de acertos superior a 85%.
O desempenho na memória de curto prazo fonológica diferiu quanto à similaridade e à extensão das pseudopalavras. A análise descritiva da porcentagem de acertos em ambas as tarefas pode ser observada na Tabela 1.
Para identificar quais as condições que se diferenciaram, foi utilizado o teste de postos de Wilcoxon com correção de Bonferroni. Para a similaridade foram testados três efeitos planejados, resultando em um nível de significância de 0,017. Para a extensão foram testados seis efeitos planejados, resultando em um nível de significância de 0,008.
Houve diferença para a similaridade em todas as condições, com maior número de acertos quanto maior a similaridade da pseudopalavra. Para a extensão, apesar de a média sugerir diferença entre todas as condições, a análise inferencial indicou que apenas as pseudopalavras dissílabas diferiram-se das polissílabas com quatro sílabas e das polissílabas com cinco sílabas, conforme Tabela 2.
A alteração fonológica e a memória de curto prazo fonológica desses escolares demonstraram correlação positiva, tanto na prova de nomeação (r=0,809, p<0,001), quanto na de imitação (r=0,898, p<0,001).
DISCUSSÃO
Os resultados deste estudo indicam que não houve diferença entre o desempenho nas
tarefas de nomeação de figuras e de imitação de palavras, diferindo de estudo
anterior com pré-escolares, cujo desempenho foi melhor na imitação(1010 Befi-Lopes D, Tanikawa CR, Cáceres AM. Relação entre a porcentagem
de consoantes corretas e a memória operacional fonológica na alteração
específica de linguagem. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2012;17(2):196-200.
http://dx.doi.org/10.1590/S1516-80342012000200016
https://doi.org/10.1590/S1516-8034201200...
). Essa diferença pode
ser decorrente do fato de que, até 6 anos, o sistema fonológico é menos estável.
Assim, as pistas fornecidas através da produção de palavras pelo avaliador, podem
tê-los beneficiado. Porém, durante o período escolar, o vocabulário tende a estar
mais amplo e o sistema fonológico mais estabilizado, portanto, não haveria
influência negativa da semântica na nomeação de figuras, ou influência positiva na
imitação de palavras.
Com relação à memória de curto prazo fonológica, é possível notar que houve mais
acertos quando a similaridade era maior e o número de sílabas menor. A similaridade
diferiu em todas as condições, mostrando, mais uma vez, que a morfologia mais
parecida com a de palavras reais é melhor reproduzida(2828 Santos FH, Bueno OFA. Validation of the Brazilian Children’s Test
of Pseudoword Repetition in Portuguese speakers aged 4 to 10 years. Braz J Med
Biol Res. 2003;36(11):1533-47.
http://dx.doi.org/10.1590/S0100-879X2003001100012
https://doi.org/10.1590/S0100-879X200300...
,2929 Santos FH, Bueno OFA, Gathercole SE. Errors in nonword repetition:
bridging short- and long-term memory. Braz J Med Biol Res. 2006;39(3):371-85.
http://dx.doi.org/10.1590/S0100-879X2006000300008
https://doi.org/10.1590/S0100-879X200600...
).
Quanto à extensão das pseudopalavras, a diferença de desempenho foi significativa
apenas entre as dissílabas e as polissílabas, indicando que, quanto menor o número
de sílabas, melhor a evocação da palavra (1717 Rodrigues A, Befi-Lopes D. Memória operacional fonológica e suas
relações com o desenvolvimento da linguagem infantil. Pró-Fono. 2009;21(1):63-8.
http://dx.doi.org/10.1590/S0104-56872009000100011
https://doi.org/10.1590/S0104-5687200900...
,2020 Alt M. Phonological working memory impairments in children with
specific language impairment: Where does the problem lie? J Commun Disord.
2011;44(2):173-85.
http://dx.doi.org/10.1016/j.jcomdis.2010.09.003
https://doi.org/10.1016/j.jcomdis.2010.0...
).
Como essa memória está relacionada tanto ao planejamento da fala, quanto à habilidade
para formar e reter uma sequência fonológica precisa da fala(1313 Rodrigues A, Befi-Lopes DM. Memória de curto prazo fonológica em
crianças pré-escolares. CoDAS. 2013;25(5):422-8.
http://dx.doi.org/10.1590/S2317-17822013000500005
https://doi.org/10.1590/S2317-1782201300...
,1717 Rodrigues A, Befi-Lopes D. Memória operacional fonológica e suas
relações com o desenvolvimento da linguagem infantil. Pró-Fono. 2009;21(1):63-8.
http://dx.doi.org/10.1590/S0104-56872009000100011
https://doi.org/10.1590/S0104-5687200900...
), as crianças com DEL parecem ter
dificuldade em manter essa sequência fonológica pelo tempo suficiente para que as
representações de significado, entrada acústica e os padrões articulatórios
estabeleçam as devidas ligações, o que justificaria suas dificuldades em vários
aspectos linguísticos(1111 Wertzner HF, Alves RR, Ramos ACO. Análise do desenvolvimento das
habilidades diadococinéticas orais em crianças normais e com transtorno
fonológico. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2008;13(2):136-42.
http://dx.doi.org/10.1590/S1516-80342008000200007
https://doi.org/10.1590/S1516-8034200800...
,1212 Shriberg LD, Austin D, Lewis BA, McSweeny JL, Wilson DL. The
percentage of consonants correct (PCC) metric: extensions and reliability data.
J Speech Lang Hear Res. 1997;40(4):708-22.
http://dx.doi.org/10.1044/jslhr.4004.708
https://doi.org/10.1044/jslhr.4004.708...
,1717 Rodrigues A, Befi-Lopes D. Memória operacional fonológica e suas
relações com o desenvolvimento da linguagem infantil. Pró-Fono. 2009;21(1):63-8.
http://dx.doi.org/10.1590/S0104-56872009000100011
https://doi.org/10.1590/S0104-5687200900...
,2121 Petruccelli N, Bavin EL, Bretherton L. Children with specific
language impairment and resolved late talkers: working memory profiles at 5
years. J Speech Lang Hear Res. 2012;55(6):1690-703.
http://dx.doi.org/10.1044/1092-4388(2012/11-0288
https://doi.org/10.1044/1092-4388(2012/1...
,2222 Rispens J, Baker A. Nonword repetition: the relative contributions
of phonological short-term memory and phonological representations in children
with language and reading impairment. J Speech Lang Hear Res. 2012;55(3):683-94.
http://dx.doi.org/10.1044/1092-4388(2011/10-0263)
https://doi.org/10.1044/1092-4388(2011/1...
).
Por fim, ficou evidente, neste estudo, que, para os escolares com DEL, o desempenho
fonológico e na memória de curto prazo fonológica se relacionam, pois quanto melhor
o domínio das regras fonológicas e capacidade de articular corretamente os fonemas,
maior a probabilidade de reter as informações fonológicas do item apresentado e
repeti-lo corretamente(1313 Rodrigues A, Befi-Lopes DM. Memória de curto prazo fonológica em
crianças pré-escolares. CoDAS. 2013;25(5):422-8.
http://dx.doi.org/10.1590/S2317-17822013000500005
https://doi.org/10.1590/S2317-1782201300...
).
Ainda que o estudo não seja longitudinal, este achado confirma o que havia sido
observado em pré-escolares com alteração específica de linguagem, demonstrando que
essa correlação permanece em idade escolar, quando já é possível confirmar o
diagnóstico de DEL(1010 Befi-Lopes D, Tanikawa CR, Cáceres AM. Relação entre a porcentagem
de consoantes corretas e a memória operacional fonológica na alteração
específica de linguagem. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2012;17(2):196-200.
http://dx.doi.org/10.1590/S1516-80342012000200016
https://doi.org/10.1590/S1516-8034201200...
). É importante notar que com os pré-escolares
foram utilizadas não palavras e com os escolares, as pseudopalavras, o que pode ter
beneficiado os escolares, visto que as pseudopalavras possuem similaridade com
palavras reais do Português Brasileiro(1313 Rodrigues A, Befi-Lopes DM. Memória de curto prazo fonológica em
crianças pré-escolares. CoDAS. 2013;25(5):422-8.
http://dx.doi.org/10.1590/S2317-17822013000500005
https://doi.org/10.1590/S2317-1782201300...
).
O desempenho desses sujeitos, entretanto, não alcançou a metade dos acertos
possíveis, enquanto na fonologia, o desempenho se aproximou do máximo de acertos
possíveis. A disparidade entre a evolução na fonologia e na memória fonológica
sugere que, apesar de crianças com DEL em idade escolar serem capazes de melhorar
suas habilidades de processamento fonológico, o que lhes permite desenvolver a
consciência fonológica e adquirir a linguagem escrita, o prejuízo na memória de
curto prazo é característico do quadro clínico de DEL justificando sua dificuldade
em superar esse comprometimento(1414 Montgomery JW, Magimairaj BM, Finney MC. Working memory and
specific language impairment: an update on the relation and perspectives on
assessment and treatment. Am J Speech Lang Pathol. 2010;19(1):78-94.
http://dx.doi.org/ 10.1044/1058-0360(2009/09-0028)
https://doi.org/10.1044/1058-0360(2009/0...
,2323 Graf Estes K, Evans JL, Else-Quest NM. Differences in the nonword
repetition performance of children with and without specific language
impairment: a meta-analysis. J Speech Lang Hear Res. 2007;50(1):177-95.
http://dx.doi.org/10.1044/1092-4388(2007/015)
https://doi.org/10.1044/1092-4388(2007/0...
,2424 Alt M. Phonological working memory impairments in children with
specific language impairment: where does the problem lie? J Commun Disord.
2011;44(2):173-85.
http://dx.doi.org/10.1016/j.jcomdis.2010.09.003
https://doi.org/10.1016/j.jcomdis.2010.0...
).
Vale ressaltar ainda, que a repetição de pseudopalavras com substituições fonológicas foi considerada como erro, mesmo que tais substituições tenham sido resultantes de processos fonológicos produtivos ainda não superados. Tal fato pode ter diminuído a pontuação dos sujeitos, não por uma restrição da memória, mas por restrito domínio das regras fonológicas e da articulação. Além disso, tal fato pode ter influenciado a correlação entre as variáveis, visto que o desempenho na repetição de pseudopalavras poderia ter sido melhor se as substituições fonológicas (aquelas manifestadas pelos sujeitos na avaliação da fonologia) não fossem consideradas erro. Logo, seria desejável que novos estudos fossem conduzidos, com o intuito de esclarecer esta questão.
O número reduzido de sujeitos foi uma das limitações do estudo. Porém, essa redução da amostra foi consequência da opção por critérios de inclusão rígidos, que garantem a qualidade do estudo. A realização de estudos longitudinais que possam acompanhar a evolução dos sujeitos em diferentes etapas de seu processo de reabilitação podem trazer contribuições importantes para esta área de pesquisa.
Nossos resultados indicam que os fonoaudiólogos deveriam considerar tanto a gravidade da alteração fonológica, quanto a similaridade e extensão das palavras e frases utilizadas durante as terapias, pois essas habilidades estão associadas. O cuidado na seleção de materiais específicos para cada sujeito em reabilitação pode reduzir a competição entre processamentos, otimizando o processo terapêutico.
CONCLUSÃO
O desempenho de escolares com DEL na memória de curto prazo fonológica diferiu quanto à similaridade e à extensão das pseudopalavras e houve correlação positiva entre desempenho fonológico e memória de curto prazo fonológica.
AGRADECIMENTOS
Projeto financiado pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC), processo 135145/2012-0.
REFERÊNCIAS
-
1Bishop DV. The underlying nature of specific language impairment. J Child Psychol Psychiatry. 1992;33(1):3-66. http://dx.doi.org/10.1111/j.1469-7610.1992.tb00858.x
» https://doi.org/10.1111/j.1469-7610.1992.tb00858.x -
2Befi-Lopes DM. Avaliação diagnóstica e aspectos terapêuticos nos distúrbios específicos de linguagem. In: Fernandes F, Mendes B, Navas A, editores. Tratado de Fonoaudiologia. 2a ed. São Paulo: Roca; 2010. Capítulo 13, p. 314-22.
-
3Reed V. Toddlers and preschoolers with Specific Language Impairments. In: Reed V. An introduction to children with language disorders. 2nd ed. New York: Macmillan; 1994. Chapter 5, p. 117-46.
-
4Befi-Lopes DM, Pereira AC, Bento AC. Representação fonológica em crianças com Distúrbio Específico de Linguagem (DEL). Pró-Fono. 2010;22(3):305-10. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-56872010000300025
» https://doi.org/10.1590/S0104-56872010000300025 -
5Befi-Lopes DM, Rondon S. Características iniciais da comunicação verbal de pré-escolares com Alterações Específicas do Desenvolvimento da Linguagem em fala espontânea. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2010;15(3):415-20. http://dx.doi.org/10.1590/S1516-80342010000300017
» https://doi.org/10.1590/S1516-80342010000300017 -
6Gândara JP, Befi-Lopes DM. Tendências da aquisição lexical em crianças em desenvolvimento normal e crianças com Alterações Específicas no Desenvolvimento da Linguagem. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2010;15(2):297-304. http://dx.doi.org/10.1590/S1516-80342010000200024
» https://doi.org/10.1590/S1516-80342010000200024 -
7Befi-Lopes DM, Pedott PR, Bacchin LB, Cáceres AM. Relação entre pausas silentes e classe gramatical em narrativas de crianças com distúrbio específico de linguagem. CoDAS. 2013;25(1):64-9. http://dx.doi.org/10.1590/S2317-17822013000100012
» https://doi.org/10.1590/S2317-17822013000100012 -
8Befi-Lopes DM, Toba JR. Como crianças e adolescentes com Distúrbio Específico de Linguagem compreendem a linguagem oral? Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2012;17(1):106-11.
-
9Paula EM, Befi-Lopes DM. Habilidades de resolução de conflito em crianças com Distúrbio Específico de Linguagem. CoDAS. 2013;25(2):102-9. http://dx.doi.org/10.1590/S2317-17822013000200003
» https://doi.org/10.1590/S2317-17822013000200003 -
10Befi-Lopes D, Tanikawa CR, Cáceres AM. Relação entre a porcentagem de consoantes corretas e a memória operacional fonológica na alteração específica de linguagem. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2012;17(2):196-200. http://dx.doi.org/10.1590/S1516-80342012000200016
» https://doi.org/10.1590/S1516-80342012000200016 -
11Wertzner HF, Alves RR, Ramos ACO. Análise do desenvolvimento das habilidades diadococinéticas orais em crianças normais e com transtorno fonológico. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2008;13(2):136-42. http://dx.doi.org/10.1590/S1516-80342008000200007
» https://doi.org/10.1590/S1516-80342008000200007 -
12Shriberg LD, Austin D, Lewis BA, McSweeny JL, Wilson DL. The percentage of consonants correct (PCC) metric: extensions and reliability data. J Speech Lang Hear Res. 1997;40(4):708-22. http://dx.doi.org/10.1044/jslhr.4004.708
» https://doi.org/10.1044/jslhr.4004.708 -
13Rodrigues A, Befi-Lopes DM. Memória de curto prazo fonológica em crianças pré-escolares. CoDAS. 2013;25(5):422-8. http://dx.doi.org/10.1590/S2317-17822013000500005
» https://doi.org/10.1590/S2317-17822013000500005 -
14Montgomery JW, Magimairaj BM, Finney MC. Working memory and specific language impairment: an update on the relation and perspectives on assessment and treatment. Am J Speech Lang Pathol. 2010;19(1):78-94. http://dx.doi.org/ 10.1044/1058-0360(2009/09-0028)
» https://doi.org/10.1044/1058-0360(2009/09-0028) -
15Baddeley A. The episodic buffer: a new component of working memory? Trends Cogn Sci. 2000;4(11):417-23. http://dx.doi.org/10.1016/S1364-6613(00)01538-2
» https://doi.org/10.1016/S1364-6613(00)01538-2 -
16Baddeley A. Working memory: looking back and looking forward. Nat Rev Neurosci. 2003;4(10):829-39. http://dx.doi.org/10.1038/nrn1201
» https://doi.org/10.1038/nrn1201 -
17Rodrigues A, Befi-Lopes D. Memória operacional fonológica e suas relações com o desenvolvimento da linguagem infantil. Pró-Fono. 2009;21(1):63-8. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-56872009000100011
» https://doi.org/10.1590/S0104-56872009000100011 -
18Baddeley A. Working memory. Curr Biol. 2010;20(4):R136-40. http://dx.doi.org/10.1016/j.cub.2009.12.014
» https://doi.org/10.1016/j.cub.2009.12.014 -
19Baddeley A, Gathercole S, Papagno C. The phonological loop as a language learning device. Psychol Rev. 1998;105(1):158-73.
-
20Alt M. Phonological working memory impairments in children with specific language impairment: Where does the problem lie? J Commun Disord. 2011;44(2):173-85. http://dx.doi.org/10.1016/j.jcomdis.2010.09.003
» https://doi.org/10.1016/j.jcomdis.2010.09.003 -
21Petruccelli N, Bavin EL, Bretherton L. Children with specific language impairment and resolved late talkers: working memory profiles at 5 years. J Speech Lang Hear Res. 2012;55(6):1690-703. http://dx.doi.org/10.1044/1092-4388(2012/11-0288
» https://doi.org/10.1044/1092-4388(2012/11-0288 -
22Rispens J, Baker A. Nonword repetition: the relative contributions of phonological short-term memory and phonological representations in children with language and reading impairment. J Speech Lang Hear Res. 2012;55(3):683-94. http://dx.doi.org/10.1044/1092-4388(2011/10-0263)
» https://doi.org/10.1044/1092-4388(2011/10-0263) -
23Graf Estes K, Evans JL, Else-Quest NM. Differences in the nonword repetition performance of children with and without specific language impairment: a meta-analysis. J Speech Lang Hear Res. 2007;50(1):177-95. http://dx.doi.org/10.1044/1092-4388(2007/015)
» https://doi.org/10.1044/1092-4388(2007/015) -
24Alt M. Phonological working memory impairments in children with specific language impairment: where does the problem lie? J Commun Disord. 2011;44(2):173-85. http://dx.doi.org/10.1016/j.jcomdis.2010.09.003
» https://doi.org/10.1016/j.jcomdis.2010.09.003 -
25Befi-Lopes DM. Vocabulário. In: Andrade CRF, Befi-Lopes DM, Fernandes FDM, Wertzner HF, editores. ABFW: teste de linguagem infantil nas areas de fonologia, vocabulário, fluência e pragmática. 2a ed. rev. ampl. atual. Barueri: Pró-Fono; 2004. Capítulo 2, p. 33-50.
-
26Bishop DV, Hayiou-Thomas ME. Heritability of specific language impairment depends on diagnostic criteria. Genes Brain Behav. 2008;7(3):365-72. http://dx.doi.org/10.1111/j.1601-183X.2007.00360.x
» https://doi.org/10.1111/j.1601-183X.2007.00360.x -
27Wertzner HF. Fonologia. In: Andrade CRF, Befi-Lopes DM, Fernandes FDM, Wertzner HF, editores. ABFW: teste de linguagem infantil nas areas de fonologia, vocabulário, fluência e pragmática. 2a ed. rev. ampl. atual. Barueri: Pró-Fono; 2004. Capítulo 1, p. 5-32.
-
28Santos FH, Bueno OFA. Validation of the Brazilian Children’s Test of Pseudoword Repetition in Portuguese speakers aged 4 to 10 years. Braz J Med Biol Res. 2003;36(11):1533-47. http://dx.doi.org/10.1590/S0100-879X2003001100012
» https://doi.org/10.1590/S0100-879X2003001100012 -
29Santos FH, Bueno OFA, Gathercole SE. Errors in nonword repetition: bridging short- and long-term memory. Braz J Med Biol Res. 2006;39(3):371-85. http://dx.doi.org/10.1590/S0100-879X2006000300008
» https://doi.org/10.1590/S0100-879X2006000300008
-
Trabalho realizado no Departamento de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo – USP – São Paulo (SP), Brasil.
Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
30 Set 2014 -
Data do Fascículo
Oct-Dec 2014
Histórico
-
Recebido
1 Out 2013 -
Aceito
23 Abr 2014