RESUMO
Objetivo: Investigar os efeitos do treinamento auditivo computadorizado (TAC) por meio da análise do desempenho em testes comportamentais e da Escala de Funcionamento Auditivo (SAB), em crianças com distúrbio do processamento auditivo (DPA) e sistema fonológico típico e atípico.
Métodos: Participaram 14 crianças com DPA, sete crianças com DPA e aquisição fonológica típica (G1) e sete com DPA e aquisição fonológica atípica (G2). Foi realizada a avaliação comportamental do processamento auditivo com o Teste de Detecção de Intervalo Aleatório (RGDT), Teste de Inteligibilidade Pediátrica (PSI), Teste Dicótico Não Verbal (TDNV) e Escala de Funcionamento Auditivo (SAB). Para composição dos grupos realizou-se a Avaliação Fonológica da Criança. A intervenção terapêutica foi realizada por meio do software Escuta Ativa, com 12 sessões, duas vezes por semana. Utilizou-se testes estatísticos adequados.
Resultados: No desempenho nos testes comportamentais do processamento auditivo (PA), pré-TAC e pós-TAC, o resultado foi significativo no RGDT e TDNV, etapa de escuta direcionada à esquerda em ambos os grupos e TDNV à direita apenas no G2. Houve correlação positiva entre SAB e algumas condições de escuta do teste PSI em ambos os grupos, tanto pré-TAC quanto pós-TAC, além de correlação negativa entre a SAB e o teste RGDT pós-TAC, no grupo com aquisição fonológica típica e DPA. A SAB mostrou-se um instrumento útil para mensurar o efeito do TAC.
Conclusão: O TAC mostrou-se eficaz para melhorar/adequar os processos gnósicos auditivos em escolares dos grupos estudados. Houve correlação entre os testes comportamentais e o escore na SAB.
Descritores: Percepção auditiva; Criança; Transtornos da articulação; Estimulação acústica; Software
ABSTRACT
Purpose: To investigate the effects of computerized auditory training (CAT) through performance analysis of behavioral tests and Scale of Auditory Behaviors (SAB), in children with Auditory Processing Disorder (APD) and typical and atypical phonological system.
Methods: Forteen children with APD, seven children with APD and typical phonological acquisition (G1) and seven with APD and atypical phonological acquisition (G2) participated. It was performed an auditory processing behavioral evaluation with Random Gap Detection Test (RGDT), Pediatric Speech Intelligibility test (PSI), Nonverbal Dichotic Test (NVDT) and SAB. For composition of the groups it was performed a Child Phonological Assessment. The therapeutic intervention was performed using the Escuta Ativa software, with 12 sessions held twice a week. Appropriate statistical tests were used.
Results: In the performance in behavioral tests of auditory processing (AP), pre-and post-CAT, there was a significant result in RGDT and NVDT, hearing stage directed to the left in both groups and NVDT to the right only in G2. There was a positive correlation between SAB and some listening conditions of the PSI test in both groups, including pre and post-CAT. Moreover, there was a negative correlation between SAB and the RGDT test post-CAT in the group with typical phonological acquisition and APD. SAB proved to be a useful tool to measure the effect of CAT.
Conclusion: CAT was effective to improve/adapt the gnosis auditory processes in the studied school groups. There was a correlation between behavioral tests and the score in the SAB.
Keywords: Auditory perception; Child; Articulation disorders; Acoustic stimulation; Software
INTRODUÇÃO
A audição é o sentido que permite à criança ter contato com o mundo dos sons, inclusive com os fonemas que compõem a fala, que são exemplos de estímulos acústicos presentes em sua vida, desde muito cedo. Sendo assim, a audição caracteriza-se como principal meio de acesso para o desenvolvimento da fala. Desta forma, faz-se necessário compreender o papel do Processamento Auditivo (PA) na infância, pois foi definido como um conjunto de processos e mecanismos que ocorre dentro do sistema auditivo, desde a detecção até a análise do estímulo acústico. O PA envolve uma série de fenômenos, tais como localização e lateralização do som; discriminação e reconhecimento de padrões auditivos; aspectos temporais da audição, incluindo resolução, mascaramento, integração e ordenação; desempenho auditivo com sinais acústicos competitivos e com degradação do sinal acústico(1). Resumidamente, pode-se definir o PA como um conjunto de habilidades que permite que o sujeito compreenda aquilo que escutou(2).
Além das alterações no PA, denominadas Distúrbio do Processamento Auditivo (DPA), as crianças podem apresentar dificuldades no processo de aquisição da fala(3,4). Nesses casos, pode ocorrer o Desvio Fonológico (DF), que se caracteriza por omissões ou substituições dos fonemas durante a fala, além dos 4 anos de idade(5). Sendo assim, tais crianças apresentariam o chamado sistema fonológico atípico(6).
Em muitos casos, crianças com DF manifestam maiores dificuldades em testes de PA que envolvam a habilidade de atenção seletiva(3,4), a habilidade de resolução temporal relacionada ao reconhecimento dos fonemas da língua, a decodificação e a organização temporal(3).
Conforme recomendações da American Speech-Language Hearing Association (ASHA)(1), as habilidades do PA são acessadas por meio de avaliações auditivas que incluem análise de diferentes processos gnósicos auditivos, com estímulos verbais e não verbais, para verificação de diferentes regiões de respostas cerebrais ao estímulo sonoro. Deve-se considerar a idade dos sujeitos para a escolha dos testes, pois há influência da maturação nas respostas. Além disso, para a seleção dos testes, destaca-se a importância de analisar a presença de comorbidades, a audição periférica, o nível do desenvolvimento linguístico, o desenvolvimento da fala, a motivação e o cansaço no momento da avaliação(1). Como a ASHA refere-se tanto ao fonoaudiólogo, quanto a outros profissionais, todos devem auxiliar, fornecendo dados sobre fala, linguagem e função cognitiva do sujeito avaliado, para colaborar com o diagnóstico. Os resultados em testes comportamentais trazem à tona carências do PA em nível funcional(7). Para conclusão de diagnóstico de DPA, considera-se a presença de alteração em uma ou mais habilidades auditivas, levando-se em conta que o exame tenha sido executado em ambiente acusticamente tratado, de forma motivacional e com testes adequados(1).
Uma das classificações utilizadas para o DPA relaciona-se com o prejuízo nos processos gnósicos. São eles: codificação - capacidade de integrar informações auditivas com não auditivas; decodificação - habilidade de integrar estímulos sonoros, agregando significado a eles; organização - capacidade em ordenar os sons no espaço de tempo(8) e gnosia não verbal - habilidade de perceber aspectos suprassegmentais, como intensidade, frequência e duração(9).
Adicionalmente, para investigação da suspeita de DPA, são úteis os protocolos de autoavaliação e/ou questionários que permitam verificar o comportamento auditivo em atividades escolares e sociais. O protocolo Scale of Auditory Behaviors (SAB), criado por Schow e Seikel(10), que no Brasil foi denominado Escala de Funcionamento Auditivo(11), é uma ferramenta que pode ser utilizada para acesso à percepção do sujeito quanto às suas restrições e dificuldades auditivas comportamentais, em diferentes graus e em situações cotidianas.
Após a conclusão do diagnóstico, uma das indicações terapêuticas é o treinamento auditivo(12), que pode ser realizado de diferentes formas, conforme necessidades de cada caso. Uma das estratégias mais recentes é o Treinamento Auditivo Computadorizado (TAC), com uso de software, pois representa um método interessante a ser adotado, principalmente na terapia de crianças(12). Trata-se de uma abordagem contemporânea que utiliza como recompensa reforços positivos ou negativos durante a realização das atividades no próprio jogo, gerando motivação e interesse. Além disso, permite que o sujeito tenha acesso direto ao instrumento de terapia(13). Dentre as vantagens da utilização de softwares está o controle de estímulos e hierarquia de atividades(14) e talvez sua maior distinção em relação às demais terapias seja a possibilidade de que diferentes sujeitos realizem a mesma atividade, devido à padronização do treinamento(15). Além disso, a utilização da informática é estimulante para a população infantil e permite melhora de habilidades auditivas na presença de DAP(13). Assim, trata-se de uma abordagem atual e inovadora, porém, seus efeitos e eficácia ainda devem ser explorados e comprovados para adequada utilização e melhora da qualidade de vida dos sujeitos.
Considerando as problemáticas apresentadas, este estudo teve como objetivo investigar os efeitos do TAC por meio do software Escuta Ativa em crianças com DPA e sistema fonológico típico e atípico, em testes comportamentais e escore na escala SAB. Além disso, buscou-se verificar se há correlação entre os testes de processamento auditivo e o escore apresentado na escala SAB, pré-TAC e pós-TAC.
MÉTODOS
Esta pesquisa é um estudo comparativo, transversal, longitudinal e experimental, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Santa Maria, sob número 43171715.0.0000.5346. Em relação às questões éticas e respeitando as recomendações obrigatórias para pesquisas com seres humanos (Resolução Nº 466/12), foi entregue aos responsáveis pelas crianças, para assinatura, o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e, para as crianças, o Termo de Assentimento da Criança, ambos apresentando os objetivos da pesquisa, bem como suas etapas de realização.
Os critérios de elegibilidade foram: concordância na participação da pesquisa, após assinatura de ambos os termos; idades entre 7 anos e 8 anos e 11 meses; limiares auditivos dentro dos padrões de normalidade; DPA diagnosticado com a conclusão das avaliações comportamentais (alteração em pelo menos uma habilidade auditiva e processo gnósico correspondente, conforme recomendação da ASHA(1)); ser membro de família monolíngue, falante do Português Brasileiro; aquisição fonológica atípica (neste caso, desvio fonológico exclusivo), ou típica. Foram consideradas crianças com aquisição fonológica típica aquelas que apresentaram sistema fonológico adequado à idade e, com aquisição fonológica atípica, aquelas que realizaram omissões ou substituições dos sons da fala durante discurso(5).
Os critérios de exclusão estabelecidos foram: comprometimento neurológico, emocional e/ou cognitivo evidente; alterações de linguagem oral, tais como gagueira, fissura palatina, desvio fonético exclusivo, entre outras; distúrbio de linguagem associado ao desvio fonológico; uso regular de instrumentos musicais; alterações motoras ou orgânicas evidentes; ter realizado alguma modalidade de treinamento auditivo anteriormente, ou estar em terapia de estimulação de fala.
Para compor a casuística, foram recebidas crianças encaminhadas por quatro escolas estaduais públicas, captadas por meio de divulgação em redes sociais, oriundas de projetos de pesquisas e de estágios curriculares de um curso de graduação em Fonoaudiologia. Porém, foram escolhidas apenas crianças que não estivessem recebendo algum tipo de intervenção terapêutica. O total inicial de crianças acolhidas foi 105. Foram contatados os responsáveis por 77, pois as demais estavam com o contato errado, ou não quiseram participar. Considerando este total de 77 crianças, 25 não compareceram nas avaliações previamente agendadas, mesmo com reagendamento, e oito não se enquadravam na faixa etária e foram encaminhadas para outros projetos. Assim, compareceram para avaliação do processamento auditivo 44 crianças, 28 do gênero masculino e 16 do gênero feminino, das quais 18 apresentaram DPA. Entretanto, três não quiseram aderir à terapia e uma mudou-se de cidade durante o processo terapêutico.
A composição final, considerando os critérios de elegibilidade, foi de 14 crianças com idade entre 7 anos e 8 anos e 11 meses, divididas em dois grupos: G1 - sete crianças diagnosticadas com DPA e sistema fonológico típico e G2 - sete crianças diagnosticadas com DPA e sistema fonológico atípico. Com relação à classificação do gênero em cada grupo, observou-se que, no G1, 71% (n=5) eram do gênero masculino e 29%, do feminino (n=2), enquanto no G2, 43% (n=3) eram do gênero masculino e 57% (n=4), do feminino. A média de idade nos grupos foi de 7 anos e 9 meses no G1 e 8 anos e 1 mês no G2.
Em relação aos procedimentos de avaliação auditiva, as crianças foram submetidas à inspeção visual do meato acústico externo, audiometria tonal liminar, logoaudiometria e medidas de imitância acústica, visando selecionar aquelas com limiares de audição dentro da faixa de normalidade. Os exames audiológicos básicos e os testes comportamentais do PA foram realizados em cabine acústica, com audiômetro digital de dois canais, marca Madsen® – GN Otometrics, modelo Itera, tipo II, com fones TDH – 39 com calibração, segundo a norma ISO 11957-1986. Para as medidas de imitância acústica e reflexo auditivo, utilizou-se tom sonda de 226 Hz e imitanciômetro AZ26, marca Interacoustic®, com fones TDH 39P. As crianças não foram submetidas a nenhum teste de rastreio de habilidade auditiva, como o Teste Dicótico de Dígitos (TDD), pois um dos objetivos deste estudo foi verificar os efeitos do TAC nos diferentes processos gnósicos e habilidades auditivas de figura-fundo para sons verbais e não verbais e resolução temporal, não sendo, portanto, necessário conhecer seu desempenho no TDD.
Posteriormente, como procedimentos de coleta de dados, foram realizados três testes comportamentais para avaliação do processamento auditivo: Teste de Detecção de Intervalo Aleatório (Random Gap Detection Test – RGDT)(16); Pediatric Speech Intelligibility (PSI)(17) e o Teste Dicótico Não Verbal (TDNV)(18).
O RGDT avalia a resolução temporal por meio da apresentação de tons puros, com intervalos de 2 a 40 ms de forma aleatória, na intensidade de 40 dB acima da média tritonal. Foi considerado como limiar de detecção de intervalo aquele em que as crianças conseguiram perceber, consistentemente, a presença de dois intervalos na menor diferença apresentada. Contudo, se as crianças compreendiam a avaliação, mas não obtinham respostas consistentes, optou-se por fazer o RGDT na versão expandida, em que as diferenças em milissegundos entre os estímulos são maiores. Para crianças sem alteração na habilidade de resolução temporal, espera-se que tenham como respostas a percepção de intervalos de silêncio até 10 ms, aquelas com 8 anos ou mais e de 15 ms para aquelas com 7 anos. Cada criança foi instruída a indicar com um dedo ou dois, correspondentes à escuta de um tom ou dois.
Já o PSI, é composto por dez sentenças e suas respectivas figuras representativas. As crianças foram instruídas a ouvir uma história e a apontar a imagem correspondente à sentença que era apresentada simultaneamente à história, sendo que as imagens foram previamente mostradas às crianças, para conhecimento. O teste foi realizado com apresentação de mensagem competitiva de modo ipsilateral – MCI (competição na relação zero e −15 dB) e contralateral – MCC (competição na relação zero e – 40 dB).
O último teste realizado foi o TDNV, que possui seis sons não verbais (onomatopeias), apresentados aos pares (um som em cada orelha, simultaneamente). Assim, foi solicitado que as crianças dissessem qual som ouviram melhor em escuta livre. Já na avaliação de escuta direcionada, elas deveriam dizer apenas o som escutado na orelha solicitada, apontando para a imagem correspondente ao som. As figuras equivalentes foram expostas na cabina acústica e o nível de intensidade da apresentação dos estímulos foi de 50 dBNS. Destaca-se que não foram consideradas as respostas de escuta livre, pois nenhuma das crianças avaliadas apresentou alteração nesta etapa.
Utilizou-se a escala SAB(11) para conhecimento das limitações e dificuldades percebidas pelos pais ou responsáveis pelas crianças em atividades do cotidiano. Tal escala é composta por 12 itens referentes ao comportamento e devem ser assim respondidas, conforme a frequência de ocorrências observadas no cotidiano do sujeito: frequente, quase sempre, algumas vezes, esporádico ou nunca. Cada resposta possui uma pontuação que varia entre 1 (frequente) e 5 (nunca) e, ao final, é realizada a soma dos pontos, que poderá variar entre 12 e 60. Conforme orientação dos autores do protocolo, os valores devem ser interpretados da seguinte forma:
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Valores aproximados a 46 pontos indicam comportamento auditivo adequado para a faixa etária de 8 a 11 anos;
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Valores inferiores a 35 pontos indicam a necessidade de encaminhamento para avaliação do processamento auditivo;
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Valores inferiores a 30 pontos são indicativos de distúrbio do processamento auditivo, mostrando, assim, necessidade de intervenção e acompanhamento em longo prazo.
A média de idade total da amostra, sem distinção de grupos, foi de 8 anos. Optou-se por utilizar a escala SAB como forma de mensuração do efeito terapêutico, para ser usada na comparação pré e pós-intervenção terapêutica. Portanto, a idade da criança na aplicação da escala não foi considerada com tanta ênfase, pois o foco foi comparar a mudança após TAC.
Para composição dos grupos, antes do início da intervenção terapêutica, todas as crianças foram submetidas à avaliação do sistema fonológico, por meio da nomeação espontânea, com auxílio das cinco figuras temáticas que compõem a Avaliação Fonológica da Criança (AFC)(19), a saber: “veículos”, “sala”, “cozinha”, “banheiro” e “zoológico”. Posteriormente, realizou-se a análise contrastiva e o cálculo do percentual de consoantes corretas revisado (PCC-R)(20), baseado no cálculo do Percentual de Consoantes Corretas (PCC), que não considera as distorções fonéticas como erros. Tal avaliação foi executada pela pesquisadora e por um avaliador experiente, caracterizando-se como análise com método duplo-cego, pois nenhum deles tinha conhecimento da análise um do outro.
O TAC foi realizado por meio do software Escuta Ativa(21), em 12 sessões distribuídas em uma frequência de duas vezes por semana, com duração de, aproximadamente, 30 minutos cada. Utilizou-se fone de ouvido supra-auricular da marca Sony, modelo MDR-ZX100. Foi realizada uma atividade por sessão, respeitando a mesma ordem de apresentação para todas as crianças, conforme Quadro 1.
Atividades propostas, habilidade auditiva estimulada, processo gnósico envolvido e breve explicação das tarefas
Todas as atividades possuíam quatro níveis de dificuldade: fácil, médio, difícil e insano. No último nível, ainda houve presença de ruído competitivo. Possuíam, também, um tempo limite para que as crianças fornecessem a resposta à atividade proposta, contudo, neste estudo, esse tempo não foi considerado. Assim, utilizou-se a possibilidade de “pausa” para permitir maior tempo de raciocínio às crianças.
Para o monitoramento da evolução oriunda do TAC, foi realizada uma reavaliação, após duas semanas do término da terapia, com as mesmas avaliações citadas anteriormente (avaliações comportamentais), bem como o protocolo da Escala SAB(11). O sistema fonológico também foi avaliado, mas não foi o foco da presente pesquisa.
Para análise dos dados, foi utilizado o teste exato de McNemar para variáveis categóricas e o teste de Wilcoxon para comparação entre as avaliações pré-TAC e pós-TAC. O nível de significância adotado foi de 5% (p<0,05). Já para a análise entre os escores obtidos na escala SAB e o desempenho nas avaliações comportamentais do PA, foi utilizado o teste de correlação de Spearman com os seguintes coeficientes e valores de correlação (r): 0 a 0,25: muito fraca; 0,25 a 0,50: fraca; 0,5 a 0,75: moderada; 0,75 a 0,9: forte e 0,9 a 1: muito forte.
RESULTADOS
A análise descritiva e o estudo estatístico, considerando o desempenho nos testes comportamentais selecionados (normal ou alterado), em ambos os grupos, pré-TAC e pós-TAC, mostraram resultado significativo no teste RGDT (p=0,045 G1 e 0,025 G2) e TDNV etapa de escuta direcionada à esquerda (p=0,014 G1 e 0,046 G2) nos dois grupos e à direita apenas no grupo G2 (p=0,046) (Tabela 1).
Análise descritiva e estudo estatístico das variáveis categóricas: desempenho nos testes comportamentais quanto à normalidade nos grupos pré e pós-treinamento auditivo computadorizado em escolares com distúrbio do processamento auditivo e aquisição de fala típica ou atípica
Com relação à Escala SAB, utilizada também para a mensuração do efeito da intervenção terapêutica proposta, realizou-se a pesquisa dos escores pré-TAC e pós-TAC, comparando-os entre os grupos (Tabela 2).
Escore obtido na Escala de Funcionamento Auditivo pré e pós-treinamento auditivo computadorizado comparando os grupos avaliados, conforme as mudanças comportamentais referidas pelos pais ou responsáveis pelas crianças do estudo
A escala SAB mostrou-se como um instrumento útil para mensurar o efeito do TAC. Quanto à percepção do comportamento auditivo pelos pais das crianças, em ambos os grupos, pré-TAC e pós-TAC, houve relação estatística significante (p<0,05). A média do G2 sempre se apresentou superior à do G1.
Quanto ao desempenho na Escala SAB, os testes comportamentais do processamento auditivo foram analisados considerando todos os sujeitos, sem distinção de grupos. Foi possível observar correlação positiva moderada apenas pré-TAC, nos testes PSI MCC orelha esquerda (relação zero), TDNV etapa de escuta direcionada à direita e RGDT (Tabela 3):
Análise da correlação entre a Escala de Funcionamento Auditivo e o desempenho nas avaliações comportamentais, pré e pós treinamento auditivo computadorizado, na totalidade da amostra (n=14)
Buscou-se, também, investigar a correlação entre o desempenho na escala SAB e os testes comportamentais do processamento auditivo, entre os grupos (Tabela 4).
Análise da correlação entre a Escala de Funcionamento Auditivo e o desempenho nos testes comportamentais pré e pós treinamento auditivo computadorizado em escolares com distúrbio do processamento auditivo e aquisição de fala típica ou atípica
Desta forma, observou-se que no G1 houve relação positiva forte na etapa de MCI na orelha direita (relação −15 dB) pós-TAC e moderada na etapa MCC na orelha esquerda (relação −40 dB) e RGDT pré-TAC. Observou-se, também, correlação negativa moderada no teste RGDT pós-TAC. Quanto ao G2, obteve-se forte correlação na etapa MCC na orelha esquerda (relação zero) e moderada na etapa MCC na orelha direita (relação zero), MCC orelha esquerda (relação −40 dB) e MCI orelha direita (relação −15 dB).
DISCUSSÃO
Optou-se pela escolha dos testes comportamentais RGDT(16), PSI(17) e TDNV(18), pois diferentes processos gnósicos foram avaliados (decodificação, codificação e gnosia não verbal, respectivamente). Além disso, a escolha desses testes comportamentais se justifica quando se considera o desconhecimento prévio do sistema fonológico da criança no momento da avaliação, o que pode prejudicar a análise do examinador e o desempenho da criança. Assim, foram escolhidos testes não verbais, pois não sofreriam interferência da possível alteração de fala.
A melhora significativa foi evidenciada nas habilidades auditivas de reconhecimento de sons não verbais em escuta direcionada e figura-fundo para tais sons (teste TDNV) e resolução temporal (teste RGDT), após TAC, em ambos os grupos (Tabela 1). Estes achados concordam com um estudo recente, em que os pesquisadores verificaram mudanças significantes nas habilidades auditivas, em especial na atenção sustentada, e cognitivas, após TAC, com estimulação auditiva não verbal e abordagem fonológica em crianças com alteração de fala(22).
Quanto à melhora na habilidade de resolução temporal, verificou-se que a utilização de outros softwares também foram eficazes para adequar tal habilidade na presença de DPA(13,14). Cabe ressaltar que, durante a realização do teste RGDT, o sistema atencional também é requisitado, pois a criança precisa manter-se atenta para identificar se foram apresentados um ou dois sons, sendo esta habilidade essencial para regular e executar a atividade com rapidez(14).
Destaca-se que, na avaliação do teste de resolução temporal no momento pré-TAC, três crianças do G2 e duas do G1 não conseguiram realizar a versão normal, nem a versão expandida do teste, mesmo tendo sido garantida a compreensão do exame. Após o TAC, duas crianças do G2 e uma do G1 mantiveram a referida dificuldade com a realização do teste, sendo que a criança do G1 apresentou pior desempenho durante o processo de intervenção, fato que pode ter dificultado a consolidação do seu aprendizado. Acredita-se que o resultado alterado, mostrando inabilidade da população deste estudo em perceber auditivamente diferenças acústicas em razão do tempo(23), esteja diretamente relacionado à imaturidade na percepção de contrastes fônicos da fala, principalmente nas crianças do grupo com DF associado ao DPA. Não se tem uma possível justificativa para a inabilidade de resolução temporal não resultar em desenvolvimento fonológico atípico nas crianças do G1. Pontua-se, entretanto, que a habilidade de resolução temporal é um dos fatores responsáveis pela aquisição fonológica típica, porém, não deve ser considerada em sua singularidade. Outros aspectos devem ser considerados nesta análise, como o meio em que a criança está inserida, tipos de exposições à língua, incentivo ao desenvolvimento adequado, histórico familiar, entre outros. Todos estes aspectos não foram analisados no presente trabalho, pois não se caracterizavam como objetivo.
A habilidade auditiva de figura-fundo para sons verbais (teste PSI) foi reabilitada naquelas crianças que apresentavam alteração pré-TAC. Cabe ressaltar que toda a amostra atingiu a pontuação máxima de acertos na reavaliação, considerando tal habilidade (Tabela 1). Estes achados mostram que o TAC realizado por meio do software Escuta Ativa possibilitou novas aprendizagens para as crianças que tinham alteração e manteve a habilidade naquelas com normalidade pré-intervenção. Entretanto, não houve diferença significativa, uma vez que a maioria das crianças pré-TAC já apresentavam o exame dentro da normalidade.
Com relação ao desempenho nas diferentes condições de competição auditiva, no G1 pré-TAC, ao contrário do que é referido na literatura(17), as crianças apresentaram melhor desempenho quando o nível de competição era maior (ruído apresentado em intensidade superior à apresentação da frase) e na orelha direita. Acredita-se que tal fato tenha ocorrido devido ao autoaprendizado, uma vez que as mesmas frases são apresentadas em cada etapa repetidas vezes. Além disso, quando o nível de dificuldade era maior, as crianças eram novamente instruídas a atentar para o fato de que o ruído estaria em intensidade superior à frase, o que pode ter despertado maior desafio, atenção e concentração na atividade, melhorando, assim, o desempenho. Ressalta-se, ainda, que o resultado superior na orelha direita demonstra ativação do hemisfério esquerdo, responsável pela linguagem, concordando com o teste, uma vez que se trata de uma avaliação com utilização de estímulo verbal.
O melhor desempenho na etapa MCI, ao comparar com a MCC, não era um achado esperado para o estudo, pois sabe-se do maior nível de dificuldade na etapa MCI, na qual a estimulação é unilateral. Entretanto, o dado é importante, visto que evidenciou melhor desempenho e habilidade das crianças nas respostas, sem necessidade de separação binaural. A habilidade de separação binaural depende de que o sujeito consiga atender e fazer a integração dos estímulos sonoros recebidos das duas orelhas, simultaneamente(1), e separá-las. As crianças do presente estudo não tiveram melhor desempenho na habilidade de separação e sim de atenção seletiva, que requer que o sujeito possa selecionar um estímulo sonoro principal na presença de estímulo competitivo, sendo ambas as habilidades avaliadas com apresentação unilateral (etapa MCI). Tanto a separação binaural quanto a atenção seletiva relacionam-se com habilidade de figura-fundo auditiva(8). Acredita-se que tal achado justifica-se, pois a separação binaural requer maior demanda das vias auditivas, visto que necessita realizar integração de mais processos com sons oriundos de orelhas diferentes.
Estudo anterior(4) realizado em crianças com alteração de fala mostrou que o teste PSI em mensagem competitiva contralateral não foi sensível para identificar alteração nessa população, pois as crianças não apresentaram erros durante a avaliação. Segundo os autores, tal resultado pode estar relacionado ao fato da mensagem ser mostrada em um lado e a frase em outro, cada orelha recebendo estímulo verbal de forma monoaural(4). Apesar do conhecimento de que a dificuldade no teste PSI pode estar associada à falta de percepção dos fonemas que compõem a fala(18), este teste foi o que menos apresentou resultados significativos na comparação intragrupos e intergrupos, bem como alterações pré-TAC.
Considerou-se apenas a etapa de escuta direcionada no TDNV, pois as crianças avaliadas apresentaram normalidade na etapa de escuta livre. Contudo, na etapa de escuta direcionada, mesmo que o resultado não tenha sido significativo, as crianças do G1 apresentaram maior alteração. Esta etapa relaciona-se com a habilidade de atenção sustentada, na qual a criança precisa manter a atenção por tempo maior na mensagem oriunda de apenas uma orelha. Por isso, supõe-se que maiores dificuldades na habilidade de atenção na população estudada estejam relacionadas diretamente com a sua capacidade reduzida em manter a atenção sustentada, uma vez que é uma população facilmente distraída por eventos externos. Estudantes em escolas que possuem sala de aula acusticamente inadequada podem apresentar dificuldades de concentração e, consequentemente, de aprendizagem(24).
Na comparação pré-TAC e pós-TAC, pôde-se notar que houve maior simetria de acertos entre as orelhas nos testes PSI, após a intervenção terapêutica, em ambos os grupos (Tabela 1). Tal achado sugere que ocorreu o efeito de compensação entre as orelhas, em consequência do aprendizado gerado pela estimulação auditiva e pela possível maior rede de conexões neurais. Segundo autores, a abordagem de estimulação por meio de treinamentos auditivos aprimora os circuitos neurais, com maior participação de neurônios, alteração na sincronia neural e maior número de conexões sinápticas(1,13,14,15). Esta melhora pode ser confirmada por meio dos testes comportamentais, na comparação do sujeito com ele mesmo e reafirma o efeito da plasticidade no sistema nervoso central, capaz de gerar novas conexões, observado em todos os testes selecionados para o presente estudo.
Em adição, confirmando o efeito da plasticidade, observou-se adequação das habilidades auditivas em 11 crianças na habilidade de resolução temporal, em 11 na habilidade de figura-fundo para estímulo verbal e em oito na habilidade de figura-fundo para estímulo não verbal. Além disso, notou-se melhora das habilidades de resolução temporal em três crianças e da habilidade de figura-fundo para estímulo não verbal em seis.
Frente aos resultados obtidos, elaborou-se um quadro com os principais trabalhos publicados, que mostram a eficácia do uso de software no TAC em crianças, a fim de uma apresentação mais clara e didática de tais achados (Quadro 2).
Pesquisas com softwares para treinamento auditivo e mensuração do treinamento por avaliação comportamental, em crianças com distúrbio do processamento auditivo ou alteração de linguagem ou fala, nos últimos seis anos
Quanto aos achados da Escala de Funcionamento Auditivo (SAB), houve resultado significativo na análise do escore entre os grupos, pré-TAC e pós-TAC, indicando que a intervenção gerou modificações auditivas funcionais, percebidas pelos pais/responsáveis (Tabela 2). Destaca-se que o G2 apresentou pontuações superiores, nesta escala, nos dois momentos de avaliação, enquanto o G1 mostrou maior mudança de pontuação pré-TAC e pós-TAC. Não se esperava que as crianças com DPA e aquisição fonológica atípica apresentassem escores superiores na SAB. Apesar da diferença de 4 meses na média de idade entre os grupos, sendo superior para G2, acredita-se que esse fator não tenha sido decisivo para melhor desempenho na escala. Entretanto, a hipótese é de que tais resultados sugerem que eventuais dificuldades cotidianas relacionadas às habilidades auditivas não eram percebidas de forma clara pelos pais/responsáveis das crianças do G2, uma vez que o foco de atenção era voltado, possivelmente, para a alteração fonológica.
Autores relatam que há necessidade de estudos sobre a utilização de escalas que mensurem o comportamento auditivo em crianças pequenas, como no atual estudo(11). A Escala SAB foi elaborada para ser utilizada por professores ou pais, visando à identificação de dificuldades auditivas na criança e encaminhamento adequado(11). Nesta pesquisa, a escala mostrou-se como um instrumento interessante para mensuração da eficácia terapêutica a ser utilizada na clínica e recomenda-se seu uso como rotina, pois, no presente estudo, tal método permitiu compreensão do funcionamento auditivo das crianças, além de ter conduzido, de forma pessoal e singular, o diálogo com os pais/responsáveis. Ressalta-se, ainda, a importância da divulgação deste material aos professores, considerando que tal protocolo foi desenvolvido considerando essa população e os pais, para evitar a identificação e intervenção tardias de DPA em escolares.
Os achados da atual pesquisa demonstraram correlação positiva entre a Escala SAB e algumas condições dos testes selecionados apenas pré-TAC (Tabela 3). Na literatura consultada, um estudo verificou a correlação entre a escala SAB e oito testes comportamentais do PA (diferentes dos analisados na atual pesquisa), em crianças portuguesas de escolas públicas na faixa etária de 10 a 14 anos incompletos. Os autores observaram relação positiva entre as medidas, isto é, quanto maior a pontuação na escala SAB, maior o número de acertos nos testes comportamentais(11).
No presente estudo, verificou-se também a correlação entre a Escala SAB e os testes comportamentais na análise de desempenho por grupo, demonstrando relação positiva etapa MCC na orelha esquerda (relação −40 dB) e no grupo G1 e PSI em diferentes etapas de competição, no grupo G2, pré-TAC. Já na análise pós-TAC, houve correlação positiva etapa MCI na orelha direita (relação −15 dB) e negativa no teste RGDT apenas para o grupo G1 (Tabela 4). O fato de o teste RGDT apresentar correlação negativa com a escala SAB após TAC era esperado, pois, quanto menor o valor em milissegundos da percepção de gaps pelo sujeito no teste, maior deve ser a pontuação na escala. Lembra-se que, quanto mais alto o escore, melhor está o comportamento auditivo, exceto no teste RGDT. Entende-se que essas correlações são confiáveis, pois o fato de MCC ter sido pior que o esperado não diminui a importância do achado, que foram as informações de melhor desempenho das crianças com estímulos unilaterais, em detrimento da estimulação binaural. Pesquisadores(30) verificaram a relação entre desempenho nos testes comportamentais dicóticos, monóticos e temporais aplicados em crianças e jovens de 6 a 16 anos com queixas de DPA, assim como o desempenho na escala SAB na sua aplicação com os pais ou responsáveis, encontrando correlação entre a escala e teste comportamentais, principalmente nos testes temporais.
Ressalta-se a escassez de estudos publicados sobre a utilização da escala SAB. Como forma de exemplificar a utilização desta escala no monitoramento do efeito proporcionado pelo TAC, no presente estudo, citam-se os relatos da mãe e da avó de duas crianças, respectivamente: “tá lendo mais, agora ele que quer ler” e “o volume da televisão não baixou, mas se vou lá e baixo, ele não aumenta como antes”. Foram também expostas, pela maioria das mães, questões referentes a mudanças comportamentais observadas pelos professores em sala de aula, quanto à melhora na atenção e, consequentemente, melhor desempenho escolar. Estes depoimentos reforçam os efeitos da intervenção terapêutica no comportamento auditivo, social e escolar da criança.
CONCLUSÃO
O TAC com uso do software Escuta Ativa mostrou-se eficaz para melhorar os processos gnósicos de crianças escolares com aquisição fonológica típica e atípica, sendo que, em alguns casos, inclusive, adequou tais processos. Houve correlação entre os testes comportamentais e o escore na SAB.
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Datas de Publicação
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Publicação nesta coleção
2016