Resumo de Tese
Sexualidade na Adolescência: Conhecimentos, Atitudes e Práticas dos Adolescentes Estudantes do Município de Maceió.
Autora: Alessandra Plácido Lima Leite
Orientador: Prof. Dr. Rivaldo Mendes Albuquerque
Dissertação apresentada ao Colégio do Curso de mestrado da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Pernambuco para obtenção do título de Mestre em Medicina: Área de Concentração em Tocoginecologia, em 29 de dezembro de 2000.
Foi realizado um estudo entre 2.470 adolescentes, estudantes, de 10 a 19 anos, em uma amostra estratificada proporcional de escolas públicas e particulares de Maceió. Utilizou-se um questionário anônimo para investigar os conhecimentos, práticas e atitudes referentes a alguns aspectos da sexualidade. Os resultados mostraram que a grande maioria não sabia qual o período fértil do ciclo menstrual; conhecia ou já havia ouvido falar da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida; tinha como principais fontes de informação sobre sexo os livros, revistas e jornais, seguidos da televisão e professores da escola e sabia o que era masturbação. Na opinião da maior parte dos adolescentes os pais estimulam mais os filhos homens a ter sexo e reprimem a sexualidade das filhas; homens e mulheres devem portar condom; homens e mulheres dividem a obrigação de evitar a gravidez e a grande maioria não conversa com seus pais sobre sexualidade e anticoncepção. Nesta amostra a menarca ocorreu em média aos 12 anos e a semenarca aos 12,6 anos. A maioria dos rapazes, 60,2%, e apenas 16,7% das moças já tinha tido a primeira relação sexual. A iniciação sexual dos rapazes ocorreu em média aos 13,1 anos e das moças aos 14,1 anos. A parceira mais citada pelos rapazes na sexarca foi uma amiga e pelas moças o namorado. Quanto ao uso de anticoncepção, 49,7% dos rapazes e 36,9% das moças não usaram nenhum método anticoncepcional na sexarca e, cerca de ¼ dos adolescentes também não usou na relação sexual mais recente; os métodos anticoncepcionais mais usados na sexarca foram o condom e o coito interrompido e, na relação sexual mais recente, o condom e a pílula. Entre os adolescentes, 86% dos rapazes e 31,1% das moças já se masturbou. Através de uma regressão logística, observou-se que a probabilidade de iniciar a atividade sexual era maior entre os adolescentes do gênero masculino, sem religião, com idade mais avançada e atrasados em relação à idade escolar. Diante destes resultados, sugere-se a implantação de debates de temas sobre saúde sexual e reprodutiva nas escolas, voltado para alunos, pais e professores, de forma a fornecer subsídios suficientes para diminuir as dúvidas dos adolescentes e preparar os pais e professores para melhor orientar e conviver com este grupo etário.
Palavras-chave: Adolescência. Sexualidade. Contracepção.
Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
25 Jun 2003 -
Data do Fascículo
Mar 2001