Resumos
Resumo
Esta pesquisa objetivou evidenciar os fatores determinantes de contabilidade, intenção empreendedora e capacidade de absorção individual no processo de sucessão familiar rural. A base teórica foi ancorada nas teorias da Relevância da Informação Contábil, da Capacidade de Absorção, do Comportamento Planejado e do Ciclo de Vida da Empresa Familiar, que fundamentam a investigação. Metodologicamente, adotou-se uma abordagem quantitativa, descritiva e de levantamento. Por meio de questionário alcançou-se 128 produtores rurais da região oeste do Rio Grande do Sul. A análise dos dados envolveu modelagem de equações estruturais. Os resultados evidenciaram que contabilidade e intenção empreendedora são determinantes da sucessão. Curiosamente, esses constructos atuam em direções opostas, com a intenção empreendedora incentivando a sucessão e a contabilidade possivelmente desencorajando a sucessão familiar. Isso pode refletir uma desconexão entre o entendimento dos produtores sobre a contabilidade e as pretensões inovadoras. Nesse sentido, conclui-se que a contabilidade deve estar mais próxima da atividade rural, adaptada para fornecer informações úteis os produtores a gerir seus empreendimentos e facilitar a transferência de conhecimento. A pesquisa possui contribuição tanto na literatura quanto na prática, ao relacionar conceitos que até então não foram encontrados juntos, além de gerar informações relevantes aos gestores rurais, educadores e formuladores de políticas.
Palavras-chave:
agronegócio; comportamento planejado; gestão rural; continuidade da atividade rural
Abstract
This research aimed to highlight the determining factors of accounting, entrepreneurial intention, and individual absorption capacity in the process of rural family succession. The theoretical basis was anchored in the theories of the Relevance of Accounting Information, Absorption Capacity, Planned Behavior, and the Family Business Life Cycle, which underpin the investigation. Methodologically, a quantitative, descriptive, and survey approach was adopted, through which 128 rural producers from the western region of Rio Grande do Sul were reached via questionnaire. The data analysis involved structural equation modeling. The results showed that only accounting and entrepreneurial intention are determinants of succession. Interestingly, these constructs act in opposite directions, with entrepreneurial intention encouraging and accounting possibly discouraging family succession. This may reflect a disconnect between the producers’ understanding of accounting and innovative aspirations. In this sense, it is concluded that accounting should be closer to agricultural activities, adapted to provide useful information to producers to manage their enterprises and facilitate the transfer of knowledge. The research has contributions both in the literature and in practice, by relating concepts that have not been found together before, in addition to generating relevant information for rural managers, educators, and policymakers.
Keywords:
agribusiness; planned behavior; rural management; continuity of rural activity
Introdução
Considerada como um instrumento que auxilia no processo de gestão, a contabilidade rural cria bases de conhecimento para gerenciamento e amparo administrativo, visando o aumento dos lucros nas propriedades rurais (Souza et al., 2020Souza, D. S., Cardoso, C. T. G., & Pereira, M. J. S. (2020). Contabilidade rural: a importância da contabilidade aplicada aos pequenos produtores rurais. Caderno de Graduação - Ciências Humanas e Sociais - UNIT - SERGIPE, 6(1), 95. Recuperado em 21 de abril de 2024, de https://periodicos.set.edu.br/cadernohumanas/article/view/7681
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). Para que as propriedades rurais alcancem o sucesso é necessário que os gestores adotem a contabilidade e adiram ao novo, às mudanças, buscando o conhecimento para a sua atividade. É nesse contexto que se insere a capacidade absortiva, que é a aptidão de adquirir, assimilar, transformar e explorar o conhecimento podendo resultar em maior inovação e flexibilidade organizacional (Micheels & Nolan, 2016Micheels, E. T., & Nolan, J. F. (2016). Examining the effects of absorptive capacity and social capital on the adoption of agricultural innovations: a Canadian Prairie case study. Agricultural Systems, 145, 127-138. http://doi.org/10.1016/j.agsy.2016.03.010
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). A capacidade de absorção varia de acordo com o conhecimento de cada indivíduo e influencia a inovação e adaptação, podendo ser discutida em nível organizacional e individual (Santos et al., 2021Santos, C. C., Johann, D. A., Lopes, L. F. D., Bresciani, S. A. T., Padilha, V. W., Munzlinger, A., Pereira, E. W., Andrade, M. A., & Alberti, R. (2021). A capacidade de absorção individual é um preditor da intenção empreendedora na sucessão familiar de propriedades rurais? Interciencia, 46(2), 65-71. Recuperado em 21 de abril de 2024, de https://www.redalyc.org/journal/339/33966129003/html/
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).
Além da efetiva adoção da contabilidade no agronegócio, outro desafio refere-se à sucessão familiar (Krüger et al., 2022Krüger, C., Machado, F. S., Ceolin, A. F., & Garlet, T. F. (2022). Sucessão familiar na atividade rural: capacidades de absorção e contabilidade. Revista GESTO: Revista de Gestão Estratégica de Organizações, 10(2), 127-149. http://doi.org/10.31512/gesto.v10i2.1011
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). A sucessão familiar ocorre com uma significativa efetividade em propriedades rurais, e a atualidade demonstra que os filhos estão sendo preparados para que haja a sucessão com o aprendizado repassado de pai para filho, mas também do adquirido por meio dos estudos, sempre com o foco no crescimento e na continuidade da propriedade (Krüger et al., 2023aKrüger, C., Machado, F. S., Ceolin, A. F., Santos, G. G., & Peiter, E. E. (2023a). Evidências da contabilidade e capacidades de absorção no processo de sucessão familiar e continuidade da atividade rural. Revista de Economia e Sociologia Rural, 61(3), e263003. http://doi.org/10.1590/1806-9479.2022.263003
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; Matte et al., 2019Matte, A., Spanevello, R. M., Lago, A., & Andreatta, T. (2019). Agricultura e pecuária familiar: (des)continuidade na reprodução social e na gestão dos negócios. Revista Brasileira de Gestão e Desenvolvimento Regional, 15(1), 19-33. Recuperado em 21 de abril de 2024, de https://www.rbgdr.net/revista/index.php/rbgdr/article/view/4317
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).
Todo o processo de sucessão é decisivo para a continuidade e a sobrevivência da empresa familiar rural. A decisão em suceder a propriedade rural pode ser associada à intenção em empreender no negócio familiar (Santos et al., 2021Santos, C. C., Johann, D. A., Lopes, L. F. D., Bresciani, S. A. T., Padilha, V. W., Munzlinger, A., Pereira, E. W., Andrade, M. A., & Alberti, R. (2021). A capacidade de absorção individual é um preditor da intenção empreendedora na sucessão familiar de propriedades rurais? Interciencia, 46(2), 65-71. Recuperado em 21 de abril de 2024, de https://www.redalyc.org/journal/339/33966129003/html/
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). Dessa forma, ter a intenção de empreender supõe o compromisso de se iniciar um negócio, ou seja, de que o indivíduo possua a disposição de inová-lo (Santos et al., 2020Santos, C. C., Teston, S. F., Zawadzki, P., Lizote, S. A., & Machado, H. P. V. (2020). Individual absorptive capacity and entrepreneurial intention in successors of rural properties. Revista de Administração Mackenzie, 21(3), eRAMR200045. http://doi.org/10.1590/1678-6971/eramr200045
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). Essa intenção empreendedora requer interesse e determinação, é um processo individual, no qual a capacidade de absorção pode contribuir, agregando o conhecimento externo e interno, com o intuito de aprimorar cada vez mais a inovação (Paiva et al., 2018Paiva, L. E. B., Lima, T. C. B., Rebouças, S. M. D. P., Ferreira, E. M. D. M., & Fontenele, R. E. S. (2018). Influência da sustentabilidade e da inovação na intenção empreendedora de universitários brasileiros e portugueses. Cadernos EBAPE.BR, 16(4), 732-747. http://doi.org/10.1590/1679-395167527 [de https://periodicos.fgv.br/cadernosebape/article/view/67527]
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; Santos et al., 2021Santos, C. C., Johann, D. A., Lopes, L. F. D., Bresciani, S. A. T., Padilha, V. W., Munzlinger, A., Pereira, E. W., Andrade, M. A., & Alberti, R. (2021). A capacidade de absorção individual é um preditor da intenção empreendedora na sucessão familiar de propriedades rurais? Interciencia, 46(2), 65-71. Recuperado em 21 de abril de 2024, de https://www.redalyc.org/journal/339/33966129003/html/
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).
Diante do exposto, a lacuna de pesquisa encontrada é a análise do trinômio contabilidade, capacidade de absorção e intenção de empreender do indivíduo sucessor que assume a propriedade rural. Cabe destacar que não se identificou nenhuma pesquisa que relacione contabilidade rural, capacidade absortiva individual e intenção empreendedora no processo sucessório, em consulta realizada na base Web of Science (Bernardi, 2024Bernardi, B. (2024). Determinantes de contabilidade, intenção empreendedora e capacidade de absorção individual no processo de sucessão familiar rural (Dissertação de mestrado). Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria.). Estudos recentes destacam a importância da contabilidade rural na gestão e continuidade das propriedades rurais, mas não abordam de maneira integrada como essa contabilidade pode influenciar a capacidade de absorção individual e a intenção empreendedora dos sucessores. Por exemplo, Krüger et al. (2023a)Krüger, C., Machado, F. S., Ceolin, A. F., Santos, G. G., & Peiter, E. E. (2023a). Evidências da contabilidade e capacidades de absorção no processo de sucessão familiar e continuidade da atividade rural. Revista de Economia e Sociologia Rural, 61(3), e263003. http://doi.org/10.1590/1806-9479.2022.263003
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enfatizam que a contabilidade é crucial para a gestão eficiente das propriedades rurais, mas não exploram sua interseção com a capacidade de absorção e a intenção de empreender. Além disso, Micheels & Nolan (2016)Micheels, E. T., & Nolan, J. F. (2016). Examining the effects of absorptive capacity and social capital on the adoption of agricultural innovations: a Canadian Prairie case study. Agricultural Systems, 145, 127-138. http://doi.org/10.1016/j.agsy.2016.03.010
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discutem como a capacidade de absorção pode impulsionar a inovação nas propriedades agrícolas, mas não conectam essa capacidade ao uso da contabilidade ou à intenção de empreender dos sucessores.
Outro limite observado é que a maioria dos estudos foca em aspectos isolados do processo de sucessão familiar rural, sem considerar a integração desses três fatores essenciais. Estudos como o de Santos et al. (2021)Santos, C. C., Johann, D. A., Lopes, L. F. D., Bresciani, S. A. T., Padilha, V. W., Munzlinger, A., Pereira, E. W., Andrade, M. A., & Alberti, R. (2021). A capacidade de absorção individual é um preditor da intenção empreendedora na sucessão familiar de propriedades rurais? Interciencia, 46(2), 65-71. Recuperado em 21 de abril de 2024, de https://www.redalyc.org/journal/339/33966129003/html/
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analisam a capacidade absortiva e a intenção empreendedora, mas não incluem a contabilidade como um fator determinante. A pesquisa de Santos & Kieling (2020)Santos, R., & Kieling, R. I. (2020). A atuação do jovem nas cooperativas e a sucessão familiar no agronegócio: o caso do programa aprendiz cooperativo do campo na Cooperativa Tritícola Mista Campo Novo. Revista Pleiade, 14(30), 48-60. http://dx.doi.org/10.32915/pleiade.v14i30.656 conclui que a intenção empreendedora está relacionada ao desejo de adquirir conhecimentos (capacidade absortiva), mas novamente, não incorpora a contabilidade no modelo. A falta de estudos que integrem esses três elementos (contabilidade rural, capacidade absortiva individual e intenção empreendedora) no contexto do processo sucessório rural representa uma lacuna na literatura. Assim apresenta-se a seguinte questão-problema: Contabilidade, intenção empreendedora e capacidade de absorção individual são determinantes para o processo de sucessão familiar rural? Para responder a tal questionamento, o objetivo desta pesquisa é evidenciar se contabilidade, intenção empreendedora e capacidade de absorção individual são determinantes para o processo de sucessão familiar rural.
O presente estudo é motivado para demostrar aos produtores rurais a importância da contabilidade rural para a continuidade das atividades de sucessão familiar. De modo que, com a utilização da contabilidade, os produtores possuem um suporte que auxilia na tomada de decisões e na gestão dos processos, ampliando a visão sobre a produtividade da propriedade e continuidade de suas atividades (Medeiros et al., 2022Medeiros, M. M. O. L., Miranda, M. C., Batista, M. S., Silva, S. L. P. & Jales Neto, J. F. (2022). Contabilidade Rural e o Pequeno Produtor: estudo de caso em uma propriedade rural do município de Apodi/RN. Revista Controladoria e Gestão, 3(2), 722-740. Recuperado em 21 de abril de 2024, de https://periodicos.ufs.br/rcg/article/view/17359
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). Além disso, a sucessão familiar é um elemento essencial para moldar o futuro das atividades em propriedades rurais, no entanto, segue características de cada família, devendo ser planejada (Krüger et al., 2018Krüger, S. D., Silva, M. A. L., Mores, G. V., & Petri, S. M. (2018). Fatores determinantes para a sucessão familiar em estabelecimentos rurais da Região Oeste de Santa Catarina. Extensão Rural (Santa Maria), 25(4), 57-70. http://doi.org/10.5902/2318179630576
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, 2023bKrüger, C., Silva, C. R., Souza, A. G., Michelin, C. F., & Rossato, M. V. (2023b). Sucessão familiar e contabilidade na atividade rural: uma análise em um condomínio rural. Revista em Agronegócio e Meio Ambiente, 16(1), 1-27. http://doi.org/10.17765/2176-9168.2023v16n1e9845
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).
Nesse sentido, por meio do estudo será possível divulgar como a capacidade de absorção interfere no processo sucessório de propriedades rurais. O estudo de Santos et al. (2021)Santos, C. C., Johann, D. A., Lopes, L. F. D., Bresciani, S. A. T., Padilha, V. W., Munzlinger, A., Pereira, E. W., Andrade, M. A., & Alberti, R. (2021). A capacidade de absorção individual é um preditor da intenção empreendedora na sucessão familiar de propriedades rurais? Interciencia, 46(2), 65-71. Recuperado em 21 de abril de 2024, de https://www.redalyc.org/journal/339/33966129003/html/
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analisou a influência da capacidade absortiva individual e da intenção empreendedora na sucessão, sendo que os resultados identificaram uma relação positiva de ambos os constructos no processo de sucessão familiar de propriedades rurais. Quanto à intenção de empreender no agronegócio, Santos & Kieling (2020)Santos, R., & Kieling, R. I. (2020). A atuação do jovem nas cooperativas e a sucessão familiar no agronegócio: o caso do programa aprendiz cooperativo do campo na Cooperativa Tritícola Mista Campo Novo. Revista Pleiade, 14(30), 48-60. http://dx.doi.org/10.32915/pleiade.v14i30.656 concluíram que quanto maior for a intenção empreendedora, maior deverá ser a vontade de adquirir conhecimentos (capacidade absortiva).
Assim sendo, entende-se que esta pesquisa contribui de modo prático para com o desenvolvimento organizacional das propriedades rurais apresentando resultados que podem demonstrar como a contabilidade seguida pela capacidade de inovar e empreender transformam o negócio familiar que é passado de geração em geração, inovando e seguindo as tradições familiares. Também apresenta potencial contributivo para a literatura, pois abrange diversas oportunidades de pesquisa com as temáticas analisadas, no entorno das determinantes de contabilidade, intenção empreendedora e capacidade absortiva na sucessão familiar rural.
Fundamentação Teórica
Tendo como base os conceitos de contabilidade, capacidade de absorção e intenção de empreender do indivíduo sucessor como base na construção deste estudo, o modelo teórico é ancorado nas teorias: Teoria da Relevância da Informação Contábil, Teoria da Capacidade de Absorção, Teoria do Comportamento Planejado e Teoria do Ciclo de Vida da Empresa Familiar. Tais teorias podem ser utilizadas de forma complementar para analisar os diferentes aspectos e determinantes do processo de sucessão familiar rural, considerando a contabilidade, a intenção empreendedora e a capacidade de absorção individual como fatores-chave.
A combinação dessas bases teóricas pode fornecer uma compreensão mais abrangente do tema. Nessa perspectiva, apresenta-se a seguir o modelo teórico com as hipóteses da pesquisa, por meio da qual almeja-se investigar as determinantes de contabilidade, intenção empreendedora e capacidade de absorção individual no processo de sucessão familiar rural. A contabilidade, especificamente a rural, é um instrumento que apoia os gestores de propriedades rurais, visando o reconhecimento das operações realizadas, demonstrando os resultados obtidos, registrando seus custos desde o princípio de cada etapa de produção ou criação (Krüger et al., 2020Krüger, S. D., Cecchin, R., & Moraes, G. V. (2020). A importância da contabilidade para a gestão e continuidade das propriedades rurais. Custos e @gronegócio on line, 16(1), 276-295. Recuperado em 21 de abril de 2024, de http://www.custoseagronegocioonline.com.br/numero1v16/OK%2012%20continuidade.pdf
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).
A contabilidade rural é vista como uma ferramenta crucial para a gestão eficiente das propriedades rurais, fornecendo informações detalhadas sobre os custos e receitas, o que pode facilitar a tomada de decisões e a continuidade dos negócios (Souza et al., 2020Souza, D. S., Cardoso, C. T. G., & Pereira, M. J. S. (2020). Contabilidade rural: a importância da contabilidade aplicada aos pequenos produtores rurais. Caderno de Graduação - Ciências Humanas e Sociais - UNIT - SERGIPE, 6(1), 95. Recuperado em 21 de abril de 2024, de https://periodicos.set.edu.br/cadernohumanas/article/view/7681
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). Krüger et al. (2023a)Krüger, C., Machado, F. S., Ceolin, A. F., Santos, G. G., & Peiter, E. E. (2023a). Evidências da contabilidade e capacidades de absorção no processo de sucessão familiar e continuidade da atividade rural. Revista de Economia e Sociologia Rural, 61(3), e263003. http://doi.org/10.1590/1806-9479.2022.263003
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destacam que a contabilidade é essencial para o planejamento estratégico e a gestão de propriedades rurais, mas apontam que sua aplicação ainda é limitada pela falta de compreensão e aceitação por parte dos produtores rurais. Além disso, para os produtores rurais que esperam o crescimento de seus negócios, a intenção empreendedora agrega na aplicabilidade da contabilidade (Moraes et al., 2018Moraes, G. H. S. M., Iizuka, E. S., & Pedro, M. (2018). Effects of entrepreneurial characteristics and university environment on entrepreneurial intention. RAC. Revista de Administração Contemporânea, 22(2), 226-248. http://doi.org/10.1590/1982-7849rac2018170133
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).
A intenção empreendedora é fundamentada na TCP de Ajzen (1991)Ajzen, I. (1991). The theory of planned behavior. Organizational Behavior and Human Decision Processes, 50(2), 179-211. http://doi.org/10.1016/0749-5978(91)90020-T
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, que explica que a intenção de agir do indivíduo é determinante do comportamento. Deste modo, quanto mais forte a intenção sobre o envolvimento do comportamento, maior será a probabilidade de seu desenvolvimento (Fishbein & Ajzen, 2010Fishbein, M., & Ajzen, I. (2010). Predicting changing behavior: the reasoned action approach. New York: Psychology Press.). A intenção empreendedora é estruturada nas dimensões de atitude pessoal, norma subjetiva e controle comportamental percebido, que a compõem, auxiliando os indivíduos a empreenderem (Liñán & Chen, 2009Liñán, F., & Chen, Y. (2009). Development and cross-cultural application of a specific instrument to measure entrepreneurial intentions. Entrepreneurship Theory and Practice, 33(3), 593-617. http://doi.org/10.1111/j.1540-6520.2009.00318.x
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). Santos et al. (2021)Santos, C. C., Johann, D. A., Lopes, L. F. D., Bresciani, S. A. T., Padilha, V. W., Munzlinger, A., Pereira, E. W., Andrade, M. A., & Alberti, R. (2021). A capacidade de absorção individual é um preditor da intenção empreendedora na sucessão familiar de propriedades rurais? Interciencia, 46(2), 65-71. Recuperado em 21 de abril de 2024, de https://www.redalyc.org/journal/339/33966129003/html/
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apontam que a intenção empreendedora possui relação positiva com a capacidade absortiva individual, logo, indivíduos com alta capacidade absortiva são mais propensos a identificar e aproveitar novas oportunidades de negócio, uma vez que conseguem assimilar e aplicar novas informações e conhecimentos de maneira eficaz.
Nesse sentido, a capacidade de absorção é constituída por uma série de rotinas e processos no qual a capacidade de assimilar, adquirir, explorar e transformar o conhecimento, por meio de práticas desenvolvem o aprendizado (Zahra & George, 2002Zahra, S., & George, G. (2002). Absorptive capacity: a review, reconceptualization, and extension. Academy of Management Review, 27(2), 185-203. http://doi.org/10.2307/4134351
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; Zollo & Winter, 2002Zollo, M., & Winter, S. G. (2002). Deliberate learning and the evolution of dynamic capabilities. Organization Science, 13(3), 339-351. http://doi.org/10.1287/orsc.13.3.339.2780
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). Essa capacidade, conforme os autores, refere-se à habilidade de um indivíduo ou propriedade em reconhecer o valor de uma nova informação ou conhecimento, integrar diversas opiniões de seus colaboradores e aplicar conhecimentos existentes na criação de novos conhecimentos.
A capacidade de absorção, definida como a habilidade de adquirir, assimilar, transformar e explorar o conhecimento, é um fator crítico para a inovação e a flexibilidade organizacional. Micheels & Nolan (2016)Micheels, E. T., & Nolan, J. F. (2016). Examining the effects of absorptive capacity and social capital on the adoption of agricultural innovations: a Canadian Prairie case study. Agricultural Systems, 145, 127-138. http://doi.org/10.1016/j.agsy.2016.03.010
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demonstram que a capacidade de absorção pode impulsionar a adoção de inovações agrícolas, promovendo a competitividade das propriedades rurais. Estudos de Santos et al. (2021)Santos, C. C., Johann, D. A., Lopes, L. F. D., Bresciani, S. A. T., Padilha, V. W., Munzlinger, A., Pereira, E. W., Andrade, M. A., & Alberti, R. (2021). A capacidade de absorção individual é um preditor da intenção empreendedora na sucessão familiar de propriedades rurais? Interciencia, 46(2), 65-71. Recuperado em 21 de abril de 2024, de https://www.redalyc.org/journal/339/33966129003/html/
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mostram que a capacidade absortiva individual está positivamente relacionada à intenção empreendedora, sugerindo que indivíduos com alta capacidade de absorção são mais propensos a identificar e aproveitar novas oportunidades de negócio.
A intenção empreendedora é um forte determinante do comportamento empreendedor e está relacionada à disposição dos indivíduos em iniciar e gerir novos negócios. Liñán & Chen (2009)Liñán, F., & Chen, Y. (2009). Development and cross-cultural application of a specific instrument to measure entrepreneurial intentions. Entrepreneurship Theory and Practice, 33(3), 593-617. http://doi.org/10.1111/j.1540-6520.2009.00318.x
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desenvolveram um instrumento específico para medir a intenção empreendedora, destacando a importância da atitude pessoal, norma subjetiva e controle comportamental percebido. Santos et al. (2020)Santos, C. C., Teston, S. F., Zawadzki, P., Lizote, S. A., & Machado, H. P. V. (2020). Individual absorptive capacity and entrepreneurial intention in successors of rural properties. Revista de Administração Mackenzie, 21(3), eRAMR200045. http://doi.org/10.1590/1678-6971/eramr200045
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reforçam que a intenção empreendedora está associada à aquisição de novos conhecimentos e à capacidade absortiva, fatores essenciais para o sucesso no agronegócio.
Diante disso, a gestão de uma propriedade rural requer dos seus gestores habilidades para lidar com as diversidades voltadas para a produção realizada neste ambiente (Matos et al., 2023Matos, N., Carneiro, L., Oliveira, E., & Dias, A. (2023). Panorama da produção acadêmica sobre Agricultura Familiar: um estudo sob o enfoque contábil e gerencial. Research, Social Development, 12(1), e23312139485. http://doi.org/10.33448/rsd-v12i1.39485
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). Nesse cenário, contabilidade e sucessão familiar rural fluem de maneira tranquila para a continuidade das atividades (Krüger et al., 2018).Krüger, S. D., Silva, M. A. L., Mores, G. V., & Petri, S. M. (2018). Fatores determinantes para a sucessão familiar em estabelecimentos rurais da Região Oeste de Santa Catarina. Extensão Rural (Santa Maria), 25(4), 57-70. http://doi.org/10.5902/2318179630576
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Inclusive, conforme Krüger et al. (2023b), aKrüger, C., Silva, C. R., Souza, A. G., Michelin, C. F., & Rossato, M. V. (2023b). Sucessão familiar e contabilidade na atividade rural: uma análise em um condomínio rural. Revista em Agronegócio e Meio Ambiente, 16(1), 1-27. http://doi.org/10.17765/2176-9168.2023v16n1e9845
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contabilidade contribui positivamente para a sucessão familiar e para a continuidade das atividades rurais.
O conhecimento passado de geração em geração pode transformar a empresa familiar rural por meio da capacidade absortiva, e afetar de forma positiva a sucessão (Gellynck et al., 2014;Gellynck, X., Cardenas, J., Pieniak, Z., & Verbeke, W. (2014). Association between innovative entrepreneurial orientation, absorptive capacity, and farm business performance. Agribusiness, 31(1), 91-106. http://doi.org/10.1002/agr.21394
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Micheels & Nolan, 2016Micheels, E. T., & Nolan, J. F. (2016). Examining the effects of absorptive capacity and social capital on the adoption of agricultural innovations: a Canadian Prairie case study. Agricultural Systems, 145, 127-138. http://doi.org/10.1016/j.agsy.2016.03.010
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). E, os estudos de Santos et al. (2020Santos, C. C., Teston, S. F., Zawadzki, P., Lizote, S. A., & Machado, H. P. V. (2020). Individual absorptive capacity and entrepreneurial intention in successors of rural properties. Revista de Administração Mackenzie, 21(3), eRAMR200045. http://doi.org/10.1590/1678-6971/eramr200045
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, 2021)Santos, C. C., Johann, D. A., Lopes, L. F. D., Bresciani, S. A. T., Padilha, V. W., Munzlinger, A., Pereira, E. W., Andrade, M. A., & Alberti, R. (2021). A capacidade de absorção individual é um preditor da intenção empreendedora na sucessão familiar de propriedades rurais? Interciencia, 46(2), 65-71. Recuperado em 21 de abril de 2024, de https://www.redalyc.org/journal/339/33966129003/html/
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evidenciam a importância da capacidade absortiva para continuidade das atividades rurais, por permitir que os produtores rurais adquiram, assimilem e utilizem novos conhecimentos e tecnologias, além de ajudar os agricultores a adotar práticas de manejo que mitiguem os efeitos adversos do clima, contribuindo para a gestão de riscos e melhoria na produtividade.
Isto posto, formularam-se as seguintes hipóteses de pesquisa (Figura 1):
H1: A contabilidade influencia o processo de sucessão familiar rural, facilitando a transição e a continuidade do negócio.
H2: A capacidade de absorção individual potencializa o processo de sucessão familiar rural, pois propriedades com maior capacidade de absorção individual estão mais preparadas para enfrentar desafios e inovações no contexto do agronegócio.
H3: A intenção empreendedora está diretamente relacionada ao sucesso do processo de sucessão familiar rural.
H4: A combinação de contabilidade, capacidade de absorção individual e intenção empreendedora atua sinergicamente para influenciar positivamente o processo de sucessão familiar rural.
Metodologia
A presente pesquisa é considerada quantitativa, descritiva e de levantamento. A população investigada é composta por produtores rurais que fazem parte da carteira de clientes de dois escritórios de contabilidade de Alegrete/RS, totalizando 180 produtores espalhados na região oeste do RS. Os escritórios aceitaram participar da pesquisa fornecendo o contato dos produtores, por meio da qual a coleta dos dados foi realizada. Para o cálculo do tamanho mínimo da amostra a ser coletada optou-se pela fórmula a seguir (Equação 1).
Sendo:
e – erro amostral;
N – tamanho da população;
n – amostra mínima
α = 0,05 – nível de Significância
p = 0,5 e q = 0,5;
= 1,96 para um nível de confiança de 95%.
A amostra calculada foi de 123 respostas para um nível de confiança de 95% e um erro amostral de 5%. Cabe destacar que foram coletadas 142 respostas, destas, 14 foram excluídas devido a questões não respondidas (estabelecido limite de ≥15% das questões em que o respondente não sabia responder ou a situação não se aplicava, sendo critério de exclusão do respondente).
A coleta dos dados desta pesquisa foi realizada com produtores rurais, no período de fevereiro de 2024, por meio de questionário presencial. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos (CEP), sob o CAAE: 76898724.6.0000.5346. O instrumento é composto por questões voltadas à caracterização do perfil, bem como, assertivas já validadas relacionadas às dimensões do escopo de estudo (Tabela 1).
As questões do instrumento de coleta (Krüger et al., 2023aKrüger, C., Machado, F. S., Ceolin, A. F., Santos, G. G., & Peiter, E. E. (2023a). Evidências da contabilidade e capacidades de absorção no processo de sucessão familiar e continuidade da atividade rural. Revista de Economia e Sociologia Rural, 61(3), e263003. http://doi.org/10.1590/1806-9479.2022.263003
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) foram respondidas pelos produtores rurais conforme uma escala tipo Likert, correspondendo a seguinte gradação: 1 = Discordo Totalmente, 2 = Discordo Parcialmente, 3 = Indiferente (Nem Concordo, Nem Discordo), 4 = Concordo Parcialmente e 5 = Concordo Totalmente, de acordo com a percepção do respondente diante de cada uma das 25 assertivas que compõem o instrumento. Sendo atribuído 0 quando a situação não se aplica ou o produtor não sabe responder. Cabe destacar que os constructos de Contabilidade Rural, Capacidade Absortiva e Sucessão Familiar foram validados por meio de Modelagem de Equações Estruturais no estudo de Krüger et al. (2023a)Krüger, C., Machado, F. S., Ceolin, A. F., Santos, G. G., & Peiter, E. E. (2023a). Evidências da contabilidade e capacidades de absorção no processo de sucessão familiar e continuidade da atividade rural. Revista de Economia e Sociologia Rural, 61(3), e263003. http://doi.org/10.1590/1806-9479.2022.263003
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, enquanto a intenção empreendedora foi validada por Liñán & Chen (2009)Liñán, F., & Chen, Y. (2009). Development and cross-cultural application of a specific instrument to measure entrepreneurial intentions. Entrepreneurship Theory and Practice, 33(3), 593-617. http://doi.org/10.1111/j.1540-6520.2009.00318.x
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, por meio de análise fatorial confirmatória e Modelagem de Equações Estruturais.
O questionário possui questões elaboradas com o intuito de conhecer as características dos produtores e suas propriedades, bem como, questões para a futura análise dos constructos da pesquisa, ou seja, relacionadas à contabilidade rural, intenção empreendedora, capacidade absortiva individual e sucessão familiar rural. A partir da coleta de dados, os questionários foram tabulados no programa Microsoft Office Excel® e para análise de dados utilizou-se o software SmartPLS®, utilizado na modelagem dos dados (Gil, 2019Gil, A. C. (2019). Métodos e técnicas de pesquisa social (7ª ed). São Paulo: Atlas.). A partir do modelo teórico realizou-se a apuração estrutural, seguindo as seis fases propostas por Hair Junior et al. (2017, 2021, 2022).
A Tabela 2 aborda os critérios para avaliação sistemática dos modelos de mensuração e estrutural. Em suma, para avaliação do modelo de mensuração, analisou-se a validade convergente com base na Variância Média Extraída (VME). Em seguida, foi observada a consistência interna por meio do Alfa de Cronbach () e da Confiabilidade Composta (). Por fim, considerou-se a validade discriminante por meio das cargas fatoriais cruzadas (CFC), e dos critérios Fornell-Larcker e Heterotrait-Monotrait Ratio (HTMT). Na sequência ocorreu a avaliação do modelo estrutural por meio da avaliação da colinearidade (VIF), do tamanho do efeito (), do coeficiente de explicação (R2 e R2 ajustado), da validade do coeficiente estrutural e da relevância preditiva (Q2).
Resultados e Discussão
O perfil dos produtores rurais
Nesta seção apresenta-se o perfil dos 128 produtores rurais pesquisados, de acordo com idade, gênero, estado civil, filhos e escolaridade, apontados na amostra final. A Tabela 3 revela parte desses resultados.
Por meio da Tabela 3 observa-se que prevalece o sexo masculino (93, 72,66%) e faixa etária de 41 a 60 anos, com 58 produtores, representando 45,31% da amostra, seguida pela faixa etária de mais de 60 anos, com 45 respondentes (35,16% em relação à amostra), corroborando com o estudo de Krüger et al. (2022Krüger, C., Machado, F. S., Ceolin, A. F., & Garlet, T. F. (2022). Sucessão familiar na atividade rural: capacidades de absorção e contabilidade. Revista GESTO: Revista de Gestão Estratégica de Organizações, 10(2), 127-149. http://doi.org/10.31512/gesto.v10i2.1011
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, 2023a)Krüger, C., Machado, F. S., Ceolin, A. F., Santos, G. G., & Peiter, E. E. (2023a). Evidências da contabilidade e capacidades de absorção no processo de sucessão familiar e continuidade da atividade rural. Revista de Economia e Sociologia Rural, 61(3), e263003. http://doi.org/10.1590/1806-9479.2022.263003
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. Em relação ao estado civil, nota-se que os casados representam a maioria da amostra (71,09%, com 91 respostas).
Sobre a quantidade de filhos, os produtores que possuem dois filhos totalizam 46, ou seja 35,94%, representando a maior parte da amostra. A pesquisa de Krüger et al. (2020)Krüger, S. D., Cecchin, R., & Moraes, G. V. (2020). A importância da contabilidade para a gestão e continuidade das propriedades rurais. Custos e @gronegócio on line, 16(1), 276-295. Recuperado em 21 de abril de 2024, de http://www.custoseagronegocioonline.com.br/numero1v16/OK%2012%20continuidade.pdf
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, evidenciou da mesma maneira que a maioria dos produtores rurais também possuíam dois filhos. Já, os produtores que não possuem filhos somam 30, correspondendo a 23,44%, o que pode ser justificado por serem produtores jovens. Constatou-se também que a escolaridade dos produtores com maior significância é a de nível superior completo, com 63 respostas, ou seja, quase metade dos produtores pesquisados possuem graduação (49,22%). Apresenta-se na Tabela 4 as categorias de atuação dos produtores rurais, se exercem outra atividade além do agronegócio e se são cooperados em alguma entidade.
Identificou-se que quase a totalidade dos produtores rurais (98,44%) exercem a atividade rural na personalidade física (Tabela 4). Apenas dois respondentes atuam sob o formato jurídico, sendo a gestão realizada de modo familiar. Tal resultado é suportado por Krüger et al. (2022)Krüger, C., Machado, F. S., Ceolin, A. F., & Garlet, T. F. (2022). Sucessão familiar na atividade rural: capacidades de absorção e contabilidade. Revista GESTO: Revista de Gestão Estratégica de Organizações, 10(2), 127-149. http://doi.org/10.31512/gesto.v10i2.1011
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, que identificou índice similar para os produtores da região central do Rio Grande do Sul (98,5% CPF e 1,5% CNPJ). A vantagem da atuação sob a personalidade física advém da possibilidade de compensação do prejuízo, assim como, quando incorre lucro, o dispêndio financeiro geralmente é inferior ao Lucro Real (Marion, 2020Marion, J. C. (2020). Contabilidade rural: agrícola, pecuária e imposto de renda (15ª ed.). São Paulo: Atlas.).
Constata-se que 56,25% dos entrevistados exercem outras atividades além das exercidas no campo, o que pode ser relacionado às formações dos respondentes, que conseguem conciliar as duas profissões, atuando, por exemplo, de modo autônomo nas respectivas formações (graduação e técnico). O desempenho da pluriatividade permite que os agricultores alcancem a sustentabilidade socioambiental através da diversificação produtiva, participação familiar em várias atividades, múltiplas fontes de renda ao longo do ano e equilíbrio ecológico (Barbosa et al., 2017Barbosa, L. C. B. G., Brandenburg, A., & Lages, A. M. G. (2017). A pluriatividade na agroecologia como uma alternativa de desenvolvimento para o ambiente rural. Revista Brasileira de Tecnologia Agropecuária, 1(1), 86-96. Recuperado em 21 de abril de 2024, de https://revistas.fw.uri.br/index.php/rbdta/article/view/2426
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). Além disso, um terço dos produtores (33,6% dos respondentes) são associados de cooperativas rurais. Para Ambrós et al. (2019), aAmbrós, V. A. B., Marquezan, L. H. F., Anversa, T. S., & Rigon, L. (2019). Demanda não obrigatória pelo profissional contábil: uma análise no ambiente dos produtores rurais. Contabilometria: Brazilian Journal of Quantitative Methods Applied to Accounting, 6(1), 104-121. Recuperado em 21 de abril de 2024, de https://revistas.fucamp.edu.br/index.php/contabilometria/article/view/1318/1045
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cooperativa pode ser considerada uma fonte de assessoramento para a gestão da atividade rural, contribuindo para a continuidade da atividade rural. A seguir apresentam-se as características das propriedades pesquisadas.
As propriedades rurais do oeste gaúcho
As atividades exploradas pelos produtores rurais são apresentadas na Tabela 5.
Inicialmente, evidencia-se que a maioria dos produtores atua em apenas uma atividade rural (Tabela 5), seja no cultivo de algum grão, seja no desenvolvimento da pecuária ou da ovinocultura (68,75%). A atividade com o maior índice de atuação é a pecuária, na qual 62 produtores rurais exercem apenas essa atividade, o que representa 48,44% dos pesquisados. Para as culturas, o cultivo do arroz predomina. Além disso, observa-se que a pecuária, o cultivo da soja e do arroz, exercidos juntamente, representam 10,94% do total dos respondentes, sendo as atividades com mais relevância exercidas juntas. Pode-se perceber que a pecuária, o cultivo da soja e do arroz, juntos, exercidos juntamente, representam 10,94% do total dos respondentes, sendo as atividades com mais relevância exercidas juntas, pelos produtores em suas propriedades. Do mesmo modo o estudo de Krüger et al. (2022)Krüger, C., Machado, F. S., Ceolin, A. F., & Garlet, T. F. (2022). Sucessão familiar na atividade rural: capacidades de absorção e contabilidade. Revista GESTO: Revista de Gestão Estratégica de Organizações, 10(2), 127-149. http://doi.org/10.31512/gesto.v10i2.1011
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, apresenta estes dados, considerando assim essas atividades de extrema importância para a economia da região.
Em seguida analisou-se a quantidade de pessoas que residem e trabalham na propriedade. Na maioria das propriedades pesquisadas, mais de quatro pessoas residem e trabalham na propriedade (50,78%), seguido por duas e três pessoas, respectivamente (17,975 e 16,41%). Tal fato pode também ser relacionado à quantidade de filhos dos respondentes, visto que a maioria possui dois filhos. Isso pode ser justificado visto que a maioria das propriedades rurais são familiares, atuando na personalidade física, o que também reflete o cenário nacional (Nascimento et al., 2022Nascimento, C. A., Aquino, J. R., & Del Grossi, M. E. (2022). Tendências recentes da agricultura familiar no Brasil e o paradoxo da pluriatividade. Revista de Economia e Sociologia Rural, 60(3), e240128. http://doi.org/10.1590/1806-9479.2021.240128
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).
Nota-se que o tempo de atividade com maior índice se refere aos produtores com mais de 25 anos de atividade, alcançando 45,88% do total das respostas (Tabela 6). Esse resultado, quando cruzado com a faixa etária dos respondentes, predominantemente mais de 41 anos de idade (80% da amostra), revela a experiência e a maturidade deles para gerir o negócio. Conforme Tomei & Lima (2014)Tomei, P. A., & Lima, D. A. A. (2014). Análise das barreiras que dificultam a transformação do agricultor familiar em empreendedor rural no contexto brasileiro. Revista Ibero Americana de Estratégia, 13(3), 107-122. http://doi.org/10.5585/riae.v13i3.2073
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, maior tempo de atuação frente ao negócio pode demonstrar domínio de conhecimento das atividades, o que contribui para a continuidade das atividades. A Tabela 7 mostra o tamanho das propriedades.
Da mesma forma, identificou-se que boa parte dos pesquisados podem ser classificados como grandes produtores rurais, quando possuem mais de 15 módulos fiscais (Tabela 7). Há de se destacar que o tamanho da propriedade rural é uma característica que dificulta a sucessão rural, visto que, por exemplo, propriedades menores demonstram mais percalços, devido à limitação do capital fundiário (Krüger et al., 2018).Krüger, S. D., Silva, M. A. L., Mores, G. V., & Petri, S. M. (2018). Fatores determinantes para a sucessão familiar em estabelecimentos rurais da Região Oeste de Santa Catarina. Extensão Rural (Santa Maria), 25(4), 57-70. http://doi.org/10.5902/2318179630576
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Por exemplo, a divisão da propriedade entre dois ou mais irmãos pode se tornar inviável economicamente devido ao pequeno tamanho de área (Abramovay, 2000Abramovay, R. (2000). O capital social dos territórios: repensando o desenvolvimento rural. Economia Aplicada, 4(2), 379-397.), o que contribui para o êxodo rural (Kestring, 2021Kestring, K. (2021). Sucessão rural: a percepção dos agentes de ATER (Dissertação de mestrado). Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Marechal Cândido Rural.). No presente estudo, por outro lado, tal limitante não se configura prevalecente na amostra pesquisada, o que é reflexo da região pesquisada, que comporta grandes propriedades rurais.
A Tabela 8 apresenta o faturamento anual das propriedades pesquisadas.
Para o faturamento (Tabela 8), prevalecem aqueles que faturam mais de um milhão de reais anualmente, com a atividade explorada na propriedade, o que também reforça a classificação como grandes produtores rurais. Esse montante é motivado pelo tamanho das propriedades e pelas atividades desempenhadas (principalmente pecuária e arroz).
Percebe-se que a maior quantidade, ou seja, 70 produtores rurais (54,69%) estão na 3ª geração (Tabela 9), logo, a atividade rural foi iniciada pelos seus avós. Deste modo, conforme os respondentes, a família reside entre a 3ª a 4ª geração. Resultado semelhante foi encontrado por Krüger et al. (2023a)Krüger, C., Machado, F. S., Ceolin, A. F., Santos, G. G., & Peiter, E. E. (2023a). Evidências da contabilidade e capacidades de absorção no processo de sucessão familiar e continuidade da atividade rural. Revista de Economia e Sociologia Rural, 61(3), e263003. http://doi.org/10.1590/1806-9479.2022.263003
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, o que demonstra que os produtores rurais gaúchos pesquisados estão há décadas na atividade. Além disso, sinaliza atenção quanto aos aspectos sucessórios, visto que, por exemplo, no estudo supracitado, a maioria dos pesquisados, no momento da pesquisa, ainda não tinha um sucessor definido. Nesse sentido, Alcântara & Machado Filho (2014)Alcântara, N. B., & Machado Filho, C. A. (2014). O processo de sucessão no controle de empresas rurais brasileiras: um estudo multicasos. Organizações Rurais & Agroindustriais, 16(1), 139-151. Recuperado em 21 de abril de 2024, de https://www.revista.dae.ufla.br/index.php/ora/article/view/789
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apontam que quando a sucessão familiar rural é planejada, incorrendo em comunicação sem ruídos entre os envolvidos, o processo sucessório tem chances de ocorrer de modo mais satisfatório, e os riscos da não continuidade da atividade rural diminuem.
Determinantes do processo de sucessão familiar em propriedades rurais
Para avaliar as dimensões de contabilidade, intenção empreendedora e capacidade de absorção individual no processo de sucessão familiar nas propriedades rurais investigadas, adotou-se a Modelagem de Equações Estruturais (Figura 2).
- Modelo de mensuração para os determinantes da sucessão familiar rural. Fonte: Elaborado pelos autores (2024) no SmartPLS® software, v. 4.1.0.0 (Ringle et al., 2015Ringle, C. M., Wende, S., & Becker, J.-M. (2015). SmartPLS 3. Boenningstedt: SmartPLS GmbH. Recuperado em 21 de abril de 2024, de http://www.smartpls.com.
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Nota-se que são exógenos os constructos de contabilidade rural, capacidade absortiva individual e intenção empreendedora e endógeno o constructo de sucessão familiar rural, assim, a partir da SEM busca-se verificar as relações entre os constructos pesquisados (Figura 2). Para a realização do teste dos dados, adotou-se o procedimento que segue as etapas propostas por Lopes et al. (2020)Lopes, L. F. D., Chaves, B. M., Fabrício, A., Porto, A., Machado de Almeida, D., Obregon, S. L., Pimentel Lima, M., Vieira da Silva, W., Camargo, M. E., Veiga, C. P., Moura, G. L., Silva, L. S. C. V., & Flores Costa, V. M. (2020). Analysis of well-being and anxiety among university students. International Journal of Environmental Research and Public Health, 17(11), 3874. http://doi.org/10.3390/ijerph17113874
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, Hair Junior et al. (2022)Hair Junior, J. F., Hult, G. T. M., Ringle, C. M., & Sarstedt, M. (2022). A primer on Partial Least Squares Structural Equation Modeling (PLS-SEM) (3rd ed.). Thousand Oaks: Sage. e Ringle et al. (2014)Ringle, C., Silva, D., & Bido, D. (2014). Modelagem de equações estruturais com utilização do Smartpls. Revista Brasileira de Marketing, 13(2), 56-73. http://doi.org/10.5585/remark.v13i2.2717
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. Na primeira rodada, a Figura 3 revela os resultados das cargas fatoriais, R2 e coeficiente de caminhos do modelo.
- Modelo de mensuração inicial. Fonte: Elaborado pelos autores (2024) no SmartPLS® software, v. 4.1.0.0 (Ringle et al., 2015Ringle, C. M., Wende, S., & Becker, J.-M. (2015). SmartPLS 3. Boenningstedt: SmartPLS GmbH. Recuperado em 21 de abril de 2024, de http://www.smartpls.com.
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Com base no modelo de mensuração percebe-se que as variáveis no geral apresentaram cargas fatoriais adequadas, exceto a SFR6, que obteve uma carga muito baixa (Figura 3). Logo, tal variável foi excluída do modelo. Para avaliar o modelo de mensuração é preciso analisar a consistência interna por meio do Alfa de Cronbach (), da Confiabilidade Composta () e da VME, conforme demonstra a Tabela 10.
A partir da análise da VME (Tabela 10), verifica-se que o modelo possui todos os constructos com variância média extraída maiores que 0,5, evidenciando a validade convergente (Ringle et al., 2014Ringle, C., Silva, D., & Bido, D. (2014). Modelagem de equações estruturais com utilização do Smartpls. Revista Brasileira de Marketing, 13(2), 56-73. http://doi.org/10.5585/remark.v13i2.2717
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). Para a confiabilidade, nota-se que o Alfa de Cronbach é apropriado para os quatro constructos pois encontra-se acima de 0,7 (Hair Junior et al., 2014Hair Junior, J. F., Gabriel, M. L. D. S., & Patel, V. K. (2014). Modelagem de equações estruturais baseada em covariância (CB-SEM) com o AMOS: orientações sobre a sua aplicação como uma ferramenta de pesquisa de marketing. Revista Brasileira de Marketing, 13(2), 44-55. http://doi.org/10.5585/remark.v13i2.2718
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), ainda que para CR esteja um pouco acima do limite aplicado.
A validade discriminante verifica se um constructo é verdadeiramente distinto de outros constructos, com os quais não deveria compartilhar uma alta correlação (Hair Junior et al., 2022Hair Junior, J. F., Hult, G. T. M., Ringle, C. M., & Sarstedt, M. (2022). A primer on Partial Least Squares Structural Equation Modeling (PLS-SEM) (3rd ed.). Thousand Oaks: Sage.). Para isso foram considerados três critérios, as Cargas Fatoriais Cruzadas, o Critério Fornell-Larcker e o Critério HTMT. Apresenta-se a seguir as Cargas Fatoriais Cruzadas, mostrando a correlação entre as Variáveis Observadas (VO) que correspondem aos itens do instrumento, e as Variáveis Latentes (VL) que são os constructos pesquisados (Tabela 11).
Com base nas Cargas Fatoriais Cruzadas (Tabela 11), constata-se que as variáveis observadas apresentaram maiores valores quando juntas às suas respectivas variáveis latentes (dimensões), indicando de acordo com Ringle et al. (2014)Ringle, C., Silva, D., & Bido, D. (2014). Modelagem de equações estruturais com utilização do Smartpls. Revista Brasileira de Marketing, 13(2), 56-73. http://doi.org/10.5585/remark.v13i2.2717
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, que os constructos possuem validade discriminante. Adiante, na Tabela 12, constam os indicadores de validade discriminantes com base nos critérios Fornell-Larcker e HTMT.
O critério de Fornell-Larker tem a finalidade de comparar as raízes quadradas das VME’s com as correlações (Fornell & Larcker, 1981Fornell, C., & Larcker, D. F. (1981). Evaluating structural equation models with unobservable variables and measurement error. JMR, Journal of Marketing Research, 18(1), 39-50. http://doi.org/10.1177/002224378101800104
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), sendo que as raízes quadradas das VME’s precisam ser maiores que as correlações entre os demais constructos, seja por linha ou por coluna (Tabela 12). Desse modo, o critério foi atingido, observa-se que os valores das raízes quadradas das VME’s são maiores para os respectivos constructos diante das correlações entre as demais dimensões.
O critério HTMT (Tabela 12), por sua vez, é considerado mais eficiente que o Fornell-Larcker, visto que é uma estimativa da correlação entre as variáveis latentes (Netemeyer et al., 2003Netemeyer, R. G., Bearden, W. O., & Sharma, S. (2003). Scaling procedures: issues and applications. Thousand Oaks: Sage Publicatons.). Para essa técnica constatou-se que os constructos correlações obtiveram pontuações menores que 0,9 indicando validade discriminante (Netemeyer et al., 2003Netemeyer, R. G., Bearden, W. O., & Sharma, S. (2003). Scaling procedures: issues and applications. Thousand Oaks: Sage Publicatons.). Os resultados atendem a exigência do critério de HTMT, confirmado pelo método de Bootstrapping para 5.000 subamostras, ou seja, os LS (HTMT)97,5% < 1,00. Deste modo, finaliza-se a avaliação do modelo de mensuração.
Isto posto, de modo geral considera-se que o modelo avaliado (Figura 4) atende os requisitos para ser avaliado estruturalmente. Para análise do modelo estrutural, conforme Hair Junior et al. (2017)Hair Junior, J. F., Hult, G. T. M., Ringle, C. M., & Sarstedt, M. (2017). A primer on partial least squares structural equation modeling (PLS-SEM). Los Angeles: Sage Publications., deve ser verificado problemas de Colinearidade (Variance Inflation Factor - VIF), Tamanho do Efeito (), Coeficiente de Explicação (R2 e R2ajustado), Validade do Coeficiente Estrutural () e Relevância Preditiva (Q2). Dessa forma, na Tabela 13 são descritos os resultados para VIF e .
- Modelo estrutural confirmatório. Fonte: Elaborado pelos autores (2024) no SmartPLS® software, v. 4.1.0.0 (Ringle et al., 2015Ringle, C. M., Wende, S., & Becker, J.-M. (2015). SmartPLS 3. Boenningstedt: SmartPLS GmbH. Recuperado em 21 de abril de 2024, de http://www.smartpls.com.
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Pelo VIF não existe problema de colinearidade, visto que todos os constructos apresentaram valores menores que 5 (Hair Junior et al., 2017Hair Junior, J. F., Hult, G. T. M., Ringle, C. M., & Sarstedt, M. (2017). A primer on partial least squares structural equation modeling (PLS-SEM). Los Angeles: Sage Publications.) (Tabela 13). Para o tamanho do efeito, mensurado pelo método Boostrapping, CAI e CR possuem um pequeno efeito, enquanto IE demonstra médio efeito (Cohen, 1988Cohen, J. (1988). Statistical power analysis for the behavioral sciences (2nd ed.). New York: Lawrence Erlbaum Associates.; Hair Junior et al., 2014Hair Junior, J. F., Gabriel, M. L. D. S., & Patel, V. K. (2014). Modelagem de equações estruturais baseada em covariância (CB-SEM) com o AMOS: orientações sobre a sua aplicação como uma ferramenta de pesquisa de marketing. Revista Brasileira de Marketing, 13(2), 44-55. http://doi.org/10.5585/remark.v13i2.2718
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; Lopes et al., 2020Lopes, L. F. D., Chaves, B. M., Fabrício, A., Porto, A., Machado de Almeida, D., Obregon, S. L., Pimentel Lima, M., Vieira da Silva, W., Camargo, M. E., Veiga, C. P., Moura, G. L., Silva, L. S. C. V., & Flores Costa, V. M. (2020). Analysis of well-being and anxiety among university students. International Journal of Environmental Research and Public Health, 17(11), 3874. http://doi.org/10.3390/ijerph17113874
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). Atenta-se que para o efeito, o p-valor é não significativo pois apresentou valores maiores que 0,05, isso pode interferir no valor do Beta (coeficientes de caminho) que será analisado posteriormente. Na Tabela 14, detalha-se o coeficiente de explicação.
O poder de explicação (Tabela 14) evidenciou um efeito forte para o modelo de sucessão (R2>0,19) (Cohen, 1988Cohen, J. (1988). Statistical power analysis for the behavioral sciences (2nd ed.). New York: Lawrence Erlbaum Associates.; Lopes et al., 2020Lopes, L. F. D., Chaves, B. M., Fabrício, A., Porto, A., Machado de Almeida, D., Obregon, S. L., Pimentel Lima, M., Vieira da Silva, W., Camargo, M. E., Veiga, C. P., Moura, G. L., Silva, L. S. C. V., & Flores Costa, V. M. (2020). Analysis of well-being and anxiety among university students. International Journal of Environmental Research and Public Health, 17(11), 3874. http://doi.org/10.3390/ijerph17113874
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). Cabe destacar que tanto para o R2 quanto para o R2 ajustado o p-valor é significativo. Considerou-se o R2 ajustado pois o modelo contempla diferentes variáveis independentes. Diante disso, constata-se que o modelo apresenta poder de explicação na Tabela 15.
A Tabela 15 apresenta a avaliação das relações entre os constructos do modelo, abrangendo os coeficientes dos caminhos () e suas significâncias. A validade do coeficiente estrutural () avalia a significância do valor do coeficiente estrutural, com o intuito de confirmar a hipótese ou não (Hair Junior et al., 2017Hair Junior, J. F., Hult, G. T. M., Ringle, C. M., & Sarstedt, M. (2017). A primer on partial least squares structural equation modeling (PLS-SEM). Los Angeles: Sage Publications.).
Com base na Tabela 15, em relação à primeira hipótese (H1), que se refere à influência da contabilidade no processo de sucessão familiar rural (CR → SFR), os resultados foram significativos ( = -0,242 t = 2,958, p-valor = 0,003). Ou seja, para os produtores pesquisados a contabilidade rural demonstrou ser uma influência negativa para o processo de sucessão familiar rural. Resultado diverso foi encontrado por Krüger et al. (2023a)Krüger, C., Machado, F. S., Ceolin, A. F., Santos, G. G., & Peiter, E. E. (2023a). Evidências da contabilidade e capacidades de absorção no processo de sucessão familiar e continuidade da atividade rural. Revista de Economia e Sociologia Rural, 61(3), e263003. http://doi.org/10.1590/1806-9479.2022.263003
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, na qual a influência foi positiva.
A troca de conhecimentos entre diferentes gerações pode promover a inovação nas propriedades rurais, alinhando-se com a capacidade absortiva (Micheels & Nolan 2016Micheels, E. T., & Nolan, J. F. (2016). Examining the effects of absorptive capacity and social capital on the adoption of agricultural innovations: a Canadian Prairie case study. Agricultural Systems, 145, 127-138. http://doi.org/10.1016/j.agsy.2016.03.010
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). Deste modo insere-se a H2, na qual, a capacidade de absorção individual potencializa o processo de sucessão familiar rural, pois propriedades com maior capacidade de absorção individual estão mais preparadas para enfrentar desafios e inovações no contexto agrícola (CAI → SFR). Resultado semelhante foi encontrado em produtores rurais da região central (Krüger et al., 2023aKrüger, C., Machado, F. S., Ceolin, A. F., Santos, G. G., & Peiter, E. E. (2023a). Evidências da contabilidade e capacidades de absorção no processo de sucessão familiar e continuidade da atividade rural. Revista de Economia e Sociologia Rural, 61(3), e263003. http://doi.org/10.1590/1806-9479.2022.263003
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).
Apesar da capacidade absortiva referir-se à aquisição, assimilação, transformação e aplicação do conhecimento, sendo vista como um impulsionador do desenvolvimento organizacional (Zahra & George, 2002Zahra, S., & George, G. (2002). Absorptive capacity: a review, reconceptualization, and extension. Academy of Management Review, 27(2), 185-203. http://doi.org/10.2307/4134351
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), para os produtores rurais, quando se fala em sucessão, tal mecanismo não se mostrou um determinante. Isto também pode ser justificado pela não definição de um sucessor pela maioria dos pesquisados. Para Santos et al. (2021), aSantos, C. C., Johann, D. A., Lopes, L. F. D., Bresciani, S. A. T., Padilha, V. W., Munzlinger, A., Pereira, E. W., Andrade, M. A., & Alberti, R. (2021). A capacidade de absorção individual é um preditor da intenção empreendedora na sucessão familiar de propriedades rurais? Interciencia, 46(2), 65-71. Recuperado em 21 de abril de 2024, de https://www.redalyc.org/journal/339/33966129003/html/
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disposição dos sucessores em assumir a liderança do negócio pode ser influenciada pela sua capacidade de absorção, no entanto, não havendo uma definição de sucessor essa determinação não é concretizada. Por conseguinte, avaliou-se a H3, que teve o intuito de analisar a relação da intenção empreendedora no processo de sucessão familiar rural (IE→ SFR).
Diante disso, a modelagem revelou um panorama intrigante. A CR, tradicionalmente vista como uma ferramenta de gestão e controle, surpreendentemente mostrou uma influência negativa no processo de sucessão (SFR), com um coeficiente de caminho significativo (-0.242). Isso indica que, apesar do reconhecimento de sua importância, a prática contábil em si pode não estar alinhada com as necessidades ou realidades da sucessão nas propriedades rurais, talvez devido a uma percepção de que a contabilidade é mais uma obrigação do que um recurso estratégico para o planejamento sucessório, o que é suportado por Ambrós et al. (2019)Ambrós, V. A. B., Marquezan, L. H. F., Anversa, T. S., & Rigon, L. (2019). Demanda não obrigatória pelo profissional contábil: uma análise no ambiente dos produtores rurais. Contabilometria: Brazilian Journal of Quantitative Methods Applied to Accounting, 6(1), 104-121. Recuperado em 21 de abril de 2024, de https://revistas.fucamp.edu.br/index.php/contabilometria/article/view/1318/1045
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.
Em contraste, a IE apresentou uma relação positiva e forte com a sucessão familiar (0.307), sugerindo que os produtores rurais com uma forte inclinação empreendedora têm maior probabilidade de influenciar positivamente o processo de sucessão. Por fim, analisou-se a H4, em que a combinação de contabilidade, capacidade de absorção individual e intenção empreendedora podem atuar sinergicamente para influenciar o processo de sucessão familiar rural. Para a população pesquisada, contabilidade e intenção empreendedora se mostraram determinantes no processo de sucessão. A Figura 5 mostra o modelo estrutural final.
- Modelo estrutural final dos determinantes da sucessão familiar. VO: cargas fatoriais externas e p-valor; VL: R2; Modelo interno: coeficientes estruturais e p-valor. Fonte: Elaborado pelos autores (2024) no SmartPLS® software, v. 4.1.0.0 (Ringle et al., 2015Ringle, C. M., Wende, S., & Becker, J.-M. (2015). SmartPLS 3. Boenningstedt: SmartPLS GmbH. Recuperado em 21 de abril de 2024, de http://www.smartpls.com.
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Observando o modelo estrutural final, apresentaram-se as relações positivas e significativas para as variáveis latentes pesquisadas (Figura 5). Com base no modelo verifica-se que a dimensão contabilidade e intenção empreendedora explicam aproximadamente 21% da sucessão familiar rural. Cabe destacar que a influência contábil, para o público pesquisado, é negativa. Por fim, na Tabela 16 foi avaliado o grau de acurácia do modelo final por meio da relevância preditiva (Q2).
Para a relevância do modelo, identificou-se que para o constructo de Sucessão Familiar Rural o grau de acurácia é considerado moderado (0,01 ≤ Q2 ≤ 0,075), (Hair Junior et al., 2017Hair Junior, J. F., Hult, G. T. M., Ringle, C. M., & Sarstedt, M. (2017). A primer on partial least squares structural equation modeling (PLS-SEM). Los Angeles: Sage Publications.; Lopes et al., 2020Lopes, L. F. D., Chaves, B. M., Fabrício, A., Porto, A., Machado de Almeida, D., Obregon, S. L., Pimentel Lima, M., Vieira da Silva, W., Camargo, M. E., Veiga, C. P., Moura, G. L., Silva, L. S. C. V., & Flores Costa, V. M. (2020). Analysis of well-being and anxiety among university students. International Journal of Environmental Research and Public Health, 17(11), 3874. http://doi.org/10.3390/ijerph17113874
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) (Tabela 16). Logo, o modelo apresenta relevância preditiva.
Assim observa-se que o modelo de mensuração apresentou validade convergente, consistência interna e validade discriminante. A verificação do modelo estrutural não identificou problemas de colinearidade e a avaliação do tamanho do efeito identificou efeitos pequenos, o poder de explicação do modelo para a Sucessão Familiar Rural é considerado moderado. Sendo a contabilidade uma influenciadora negativa da sucessão familiar rural e a intenção empreendedora uma determinante positiva para com o processo de sucessão familiar rural, enquanto a capacidade absortiva individual não se mostrou determinante.
Conclusões
A pesquisa teve como objetivo evidenciar os fatores determinantes de contabilidade, intenção empreendedora e capacidade de absorção individual no processo de sucessão familiar rural. Para atingir esse objetivo, realizou-se um estudo aplicado, quantitativo, descritivo e de levantamento. A coleta dos dados foi realizada por meio da aplicação de questionário presencial com produtores rurais da Região Oeste do Rio Grande do Sul. Esses produtores, fazem parte da cartela de clientes de dois escritórios de contabilidade pertencentes à região pesquisada. A amostra apta à análise totalizou 128 produtores rurais. As análises foram realizadas por meio de modelagem de equações estruturais.
Em relação ao perfil dos produtores rurais, conclui-se que a maioria dos pesquisados são do sexo masculino, com idades entre 41 e 60 anos, são casados, têm dois filhos, possuem nível superior, exercem outra atividade em paralelo à atividade rural e não são associados de cooperativas agrícolas. Cabe destacar que s produtores desempenham suas atividades predominantemente como pessoas físicas. Em relação às características das propriedades, as atividades mais exploradas referem-se a pecuária e ao cultivo de arroz e soja. A maioria das propriedades tem mais de quatro pessoas que moram e/ou trabalham na propriedade. Os produtores têm mais de 25 anos de experiência na atividade e as propriedades possuem, predominantemente, de 101 a 500 hectares. Quanto ao faturamento anual das atividades, a faixa de um milhão de reais foi predominante. Para o olhar sucessório, o maior número de produtores rurais está na 3ª geração da família e suas famílias, respectivamente nas 3ª a 4ª geração. Quanto às evidências sobre a contabilidade das propriedades investigadas, constatou-se que a contabilidade rural, quando examinada nas propriedades investigadas, demonstrou resultados expressivos e consistentes que sublinham a sua importância e utilidade.
Ainda, avaliou-se as relações das dimensões de contabilidade, intenção empreendedora e capacidade de absorção individual no processo de sucessão familiar nas propriedades rurais investigadas. Tal avaliação foi realizada por meio de modelagem. Para as hipóteses desenvolvidas, apenas contabilidade e intenção empreendedora foram consideradas fatores significativos da sucessão. Curiosamente, esses constructos atuam em direções opostas, com a intenção empreendedora incentivando e a contabilidade, para a amostra pesquisada, possivelmente desencorajando a sucessão familiar. Isso pode refletir uma desconexão entre o entendimento dos produtores sobre a contabilidade e as pretensões inovadoras. Nesse sentido, conclui-se que a contabilidade deve estar mais próxima da atividade rural, adaptada para apoiar os produtores a gerir seus empreendimentos e facilitar a transferência de conhecimento e inovação.
Analisou-se os resultados em conjunto sobre a influência da contabilidade rural, capacidade de absorção individual e intenção empreendedora no processo de sucessão familiar rural, sendo tal influência em conjunto considerada parcialmente, pois verifica-se que a intenção empreendedora se apresentou como uma determinante positiva da sucessão, enquanto a contabilidade figurou influência negativa. A capacidade absortiva individual, nesta pesquisa, não foi reconhecida como uma determinante significativa para a sucessão familiar. Evidencia-se que no modelo validado 21% da sucessão familiar rural é explicada pela contabilidade e intenção empreendedora.
Em síntese, a ênfase no desenvolvimento da intenção empreendedora pode ser crucial para o processo de sucessão familiar das propriedades rurais. No entanto, a aplicação e a percepção da contabilidade como uma ferramenta estratégica podem precisar ser reavaliadas, para alinhá-la mais estreitamente com as necessidades e dinâmicas do processo sucessório. A capacidade de absorção, embora não identificada na modelagem como uma determinante chave na pesquisa, ainda pode ter um papel de apoio, promovendo ambientes propícios à transferência e à inovação do conhecimento necessário para uma sucessão eficaz.
As implicações deste estudo são múltiplas. Para os gestores de propriedades rurais e seus sucessores, os achados enfatizam a importância de investir em conhecimentos contábeis e empreendedores, além de fomentar uma cultura de aprendizado contínuo e inovação. Para os formuladores de políticas e educadores, os resultados sugerem a necessidade de programas de formação e capacitação focados nas especificidades da gestão rural familiar, incluindo aspectos de contabilidade, empreendedorismo e inovação. O presente estudo pode contribuir de modo prático para a sucessão rural, colaborando para a diminuição do êxodo rural e incentivando o negócio familiar que é passado de geração em geração, seguindo as tradições familiares.
A pesquisa apresenta algumas limitações, como a região utilizada na delimitação da população, pois os produtores respondentes são da região oeste do RS. Caso a extensão fosse ampliada, por exemplo, compreendendo outras regiões do Estado, poderia haver mais respostas, elevando o nível de confiabilidade da pesquisa. Cabe destacar que não foram identificados estudos que relacionem contabilidade, capacidade absortiva, empreendedorismo e sucessão familiar, o que limita a discussão dos resultados quando se fala em aspectos de comparação e conformidade. Além disso, a pesquisa limitou-se as variáveis e constructos dispostos no instrumento.
Para futuras pesquisas, sugere-se ampliar este estudo para novas amostras e em diferentes regiões do Brasil, a fim de evidenciar a contabilidade rural no âmbito rural. Isso contribuiria para uma gestão mais eficiente, facilitando a sucessão familiar rural. Para posteriores estudos, propõe-se a realização de pesquisas de longo prazo e a adoção de abordagens qualitativas, visando identificar outros elementos que possam influenciar o processo sucessório dos empreendimentos rurais familiares. Além disso, incentiva-se um aprofundamento teórico sobre capacidades absortivas, intenção empreendedora e sucessão familiar rural na área contábil, visando fortalecer o conhecimento nesse campo.
Agradecimentos
Trabalho apoiado pela FAPERGS/2024.
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Como citar: Bernardi, B., Krüger, C., Michelin, C. F., Zanin, A., & Peiter, E. E. (2024). Determinantes de contabilidade, intenção empreendedora e capacidade de absorção individual no processo de sucessão familiar rural. Revista de Economia e Sociologia Rural, 62(4), e285823. https://doi.org/10.1590/1806-9479.2023.285823
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JEL Classification: Q12.
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Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
11 Nov 2024 -
Data do Fascículo
2024
Histórico
-
Recebido
21 Abr 2024 -
Aceito
06 Ago 2024