Diretrizes
Clínica Médica
TRATAMENTO DA ASMA
Ao redor do mundo os esforços se concentram no sentido de estabelecer padronizações de diagnóstico, tratamento e ao mesmo tempo educar pacientes e equipes de saúde (devido à baixa adesão) no sentido de melhorar a atenção dada a esta doença, com vistas a reduzir morbidade e mortalidade.
No Brasil, os dados epidemiológicos são escassos. Numa população de médicos formados em 2000, apenas 30% deles sabiam diagnosticar e/ou tratar asma. Deve-se desfazer o senso comum (pacientes e equipes de saúde) de que asma é uma condição clínica para ser tão somente atendida em pronto-atendimentos e pronto-socorros e conjuntamente reverter a baixa taxa de prescrição de corticoesteróides (apenas para 17% em uma amostra de falecidos por asma), para tanto, desenvolvimento e divulgação de consensos são fundamentais entre os profissionais da saúde.
Várias são as causas de baixa adesão ao tratamento que pode chegar a 60% entre os adultos. Vários estudos mostram que a complexidade do tratamento e das medidas que envolvem o controle ambiental, a via de administração (melhor seria se fosse oral); os horários de uso, os diferentes dispositivos para inalação, os efeitos colaterais imaginados (fobia) os custos e o despreparo da equipe de atendimento colaboram para este alto padrão de não aderência, agravando-se o problema entre os adolescentes. Apenas a ação conjunta de equipes de saúde, famíliares e pacientes pode mudar este panorama.
Comentário
Os estudos sistemáticos não mostraram benefícios do emprego de antileucotrienos e xantinas, deve-se atingir a dose máxima de corticóides inalatórios antes de se associar um destes medicamentos. A associação de b2 agonistas de longa ação com um corticóide inalatório é superior ao uso destas medicações isoladas. As evidências favorecem a prescrição de demanda dos b2 agonistas de curta ação, o seu uso regular resulta em eventos adversos.
As evidências mostram que a administração de medicações por nebulização ou spray é igualmente eficaz e que o corticóide sistêmico, administrado no atendimento de urgência, abrevia o tempo de internação. O uso de xantinas endovenosas não traz benefícios nesta situação, havendo mais efeitos adversos e riscos de intoxicação. A associação ou manutenção de corticóide inalatório agiliza o tratamento e a alta.
MARIA DO PATROCÍNIO TENÓRIO NUNES
Referências
1. Systematic Reviews of Asthma. In: The Cochrane Library, Issue 1, 2002. Oxford Update Software.
2. Global Strategy for Asthma Management and prevention. NHLBI/WHO. National Heart, Lung and Blood Institute; 1997.
3. Consenso Brasileiro de Asma. Projeto Diretrizes. Associação Médica Brasileira. Disponível em: URL: http://www.amb.org.br. Acesso em: março, 2002.
Datas de Publicação
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Publicação nesta coleção
26 Ago 2002 -
Data do Fascículo
Mar 2002