RESUMO
O presente estudo de caso objetiva refletir sobre a formação em psicoterapia psicodramática e a utilização de grupos terapêuticos e pedagógicos. Descreve e discute a cocriação de um grupo psicoterápico e pedagógico com psicólogas(os) e psicodramatistas em formação. A partir da experiência relatada, recomenda-se a elaboração de orientações claras para a construção desses grupos, essenciais na formação em Psicodrama, sugerindo que essas orientações sejam cocriadas pelo próprio grupo. Não se pretende estabelecer um modelo rígido, mas compartilhar e refletir discursivamente sobre a realização e as possibilidades de tais grupos, promovendo um ambiente colaborativo e enriquecedor.
PALAVRAS-CHAVE
Psicoterapia; Psicodrama; Formação profissional; Ensino Terapêutico
ABSTRACT
This case study aims to reflect on training in psychodramatic psychotherapy and the use of therapeutic and pedagogical groups. Describes and discusses the co-creation of a psychotherapeutic and pedagogical group with psychologists and psychodramatists in training. Based on the experience reported, it is recommended that clear guidelines be drawn up for the construction of these groups, which are essential in training in Psychodrama, suggesting that these guidelines be co-created by the group itself. The aim is not to establish a rigid model, but to share and reflect discursively on the achievement and possibilities of such groups, promoting a collaborative and enriching environment.
KEYWORDS
Psychotherapy; Psychodrama; Professional qualification; Therapeutic Teaching
RESUMEN
Este estudio de caso pretende reflexionar sobre la formación en psicoterapia psicodramática y el uso de grupos terapéuticos y pedagógicos. Describe y discute la cocreación de un grupo psicoterapéutico y pedagógico con psicólogos y psicodramatistas en formación. Con base en la experiencia reportada, se recomienda elaborar lineamientos claros para la construcción de estos grupos, los cuales son fundamentales en la formación en Psicodrama, sugiriendo que estos lineamientos sean co-creados por el propio grupo. El objetivo no es establecer un modelo rígido, sino compartir y reflexionar discursivamente sobre los logros y posibilidades de dichos grupos, promoviendo un ambiente colaborativo y enriquecedor.
PALABRAS CLAVE
Psicoterapia; Psicodrama; Formación profesional; Enseñanza Terapéutica
INTRODUÇÃO
O objetivo principal do presente escrito é o de servir como orientação para a reflexão sobre a formação em psicoterapia psicodramática e a utilização de grupos terapêuticos e pedagógicos nesse processo. O psicodrama é uma abordagem terapêutica que se baseia na ação dramática e na exploração de papéis para promover mudanças no comportamento e nas emoções dos clientes/pacientes (Moreno, J. L. & Moreno, Z. T., 2014Moreno, J. L & Moreno, Z. T. (2014). Fundamentos do Psicodrama. Ágora, Brasil.). Tornar-se um psicodramatista implica na realização de um treinamento extenso, que inclui o desenvolvimento de habilidades específicas, como a capacidade de liderar sessões de psicodrama e trabalhar com grupos terapêuticos (Dayton, 2005Dayton, T. (2005). Role Theory. in The Living Stage. A Step-by-step guide to Psychodrama, Sociometry and Experiential Group Therapy. Florida, Health Communications.).
Até o ano do presente escrito, a Federação Brasileira de Psicodrama (FEBRAPFEBRAP, Grupo de autores de mesmo nome do site (2021) www.febrap.org.br
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) orienta em seus princípios normativos que alunos do Nível 1 de formação em Psicodrama devam passar por 80 horas de psicoterapia psicodramática, realizada por Psicodramatista Didata Terapeuta de Aluno e salienta que a preferência é para que essa terapia se dê de forma grupal e que ocorra simultaneamente ao seu desenvolvimento no curso formador (www.febrap.org.br).
Os grupos terapêuticos em psicodrama têm assim sido amplamente utilizados como uma ferramenta importante na própria formação de psicoterapeutas, sendo denominados nesse contexto de grupos terapêutico-pedagógicos (Dutra & Corrêa, 2015Dutra, W.H. e Corrêa, R.M. (2015). Grupo operativo como instrumento terapêutico-pedagógico de promoção da saúde mental no trabalho. Psicologia: Ciência e Profissão, 35(2), 515–527. https://doi.org/10.1590/1982-370302512013
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). Ao participarem enquanto clientes/pacientes, futuros diretores aprendem através da observação, ação e reflexão, aprofundam-se no conhecimento do método enquanto podem também trabalhar e desenvolver o seu próprio papel de psicodramatista. Unindo a teoria e a prática, grupos clínico-pedagógicos oferecem espaço valioso para construção do papel profissional e têm sido considerados uma boa forma de treinamento de psicoterapeutas e, em particular, de psicodramatistas (Hannes & Fürst, 2020Hannes, K., & Fürst, J. (2020). Psicodrama na supervisão de alunos em formação – impacto na aplicação de intervenções verbais e dramatização na aprendizagem. Revista Brasileira De Psicodrama, 21(2), 117–132. Recuperado de https://www.revbraspsicodrama.org.br/rbp/article/view/340 em 08 de fevereiro de 2024.
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).
No lugar de condução de um grupo terapêutico-pedagógico, o diretor assume ao mesmo tempo o papel de facilitador, terapeuta e professor (Dutra & Corrêa, 2015Dutra, W.H. e Corrêa, R.M. (2015). Grupo operativo como instrumento terapêutico-pedagógico de promoção da saúde mental no trabalho. Psicologia: Ciência e Profissão, 35(2), 515–527. https://doi.org/10.1590/1982-370302512013
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). Um diretor de grupos terapêutico-pedagógicos em psicodrama deve possuir uma variedade de habilidades, incluindo a capacidade de criar um ambiente seguro e de suporte, facilitar a expressão emocional, fornecer feedback construtivo, estimular a discussão do método e ajudar os participantes a integrar suas experiências em suas vidas cotidianas ao mesmo tempo em que articula a experiência vivida em grupo com a teoria socionômica (Hannes & Fürst, 2020Hannes, K., & Fürst, J. (2020). Psicodrama na supervisão de alunos em formação – impacto na aplicação de intervenções verbais e dramatização na aprendizagem. Revista Brasileira De Psicodrama, 21(2), 117–132. Recuperado de https://www.revbraspsicodrama.org.br/rbp/article/view/340 em 08 de fevereiro de 2024.
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).
Com relação à organização de um grupo terapêutico, Yozo (1996)Yozo, R. Y. K. (1996). 100 jogos para grupos. São Paulo: Ágora. define as três fases de desenvolvimento do grupo como: Identidade do Eu, Reconhecimento do Eu e Reconhecimento do Tu. Na primeira fase (eu-comigo), ligada à primeira fase da matriz de identidade, é a fase da tomada de papel de cada um dentro do grupo e da criação de um contexto grupal. Na segunda fase (eu-tu), ligado à segunda fase da matriz, inicia-se a percepção do outro, bem como a troca de papéis através do role-playing. Já na terceira fase (eu-ele-nós), correspondente à terceira fase da matriz identitária, ocorre a verdadeira troca de papéis, que agora são também executados com maior criatividade por cada membro.
Grupo clínico-pedagógico on-line
Com a virtualização dos atendimentos clínicos, a Resolução n.º 011/2018Conselho Federal de Psicologia. (2018). Resolução CFP nº 01/2018. do Conselho Federal de Psicologia estabeleceu as normas práticas para orientar o atendimento psicológico on-line. A realização de uma psicoterapia de grupo psicodramática no contexto on-line apresenta desafios, tais como manter o sigilo grupal, aquecer o grupo sem o contato físico, gerenciar o cansaço da tela e conduzir o trabalho cênico sem recursos físicos usuais (Vidal & Castro, 2020Vidal, Gabriela Pereira, & Castro, Amanda. (2020). O Psicodrama clínico on-line: uma conexão possível. Revista Brasileira de Psicodrama, 28(1), 54-64. Recuperado em 28 de março, 2023, de https://doi.org/10.15329/2318-0498.20196
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). Apesar disso, o grupo terapêutico on-line apresenta diversas potencialidades, tais como a flexibilidade para o tempo dos encontros e a utilização de recursos tecnológicos para a ampliação dos espaços de experimentação - e do “como se” psicodramático (Tarashoeva, 2022Tarashoeva, G. (2022). Interferência das diferentes realidades quando se trabalha com psicodrama online e seu efeito sobre o protagonista e o grupo. Revista Brasileira de Psicodrama, 30. https://doi.org/10.1590/psicodrama.v30.507
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).
Durante o aquecimento do grupo on-line, estratégias como a entrevista no papel, precisam ser adaptadas para aquilo que é possível de se captar através das câmeras e microfones. Essa escuta do entrevistado pelo grupo envolve mais do que a simples audição, observando movimentos e expressões faciais (Weinberg, 2020Weinberg, H. (2020). Online Group Psychotherapy. Webinar promovido pela American Association of Group Psychotherapy.), tom de voz e inclusive o próprio silêncio do grupo. É, assim, uma escuta de corpo inteiro (Naffah, 2014Naffah, A. N., Neto (2014). A psicanálise e a herança de Nietzsche sob a forma de dez mandamentos. In S. M. Paulon (Org.), Nietzsche psicólogo: A clínica à luz da filosofia trágica. Sulina.).
Essas estratégias para manutenção do aquecimento do grupo, juntamente com o uso de objetos intermediários adaptados para o atendimento on-line, podem ser úteis para proporcionar maior espontaneidade grupal e maximizar a experiência da dramatização, através do favorecimento da tele grupal virtual (Naffah, 2014Naffah, A. N., Neto (2014). A psicanálise e a herança de Nietzsche sob a forma de dez mandamentos. In S. M. Paulon (Org.), Nietzsche psicólogo: A clínica à luz da filosofia trágica. Sulina.). Em grupos mais maduros, que apresentam uma maior integração associada ao tempo de processo terapêutico, o locus do movimento de aquecimento transita do lugar do diretor para o grupo. O grupo passa então a aquecer a si, bem como mantém o aquecimento de cada um presente, num processo de corresponsabilização (Belém, 2021Belém, A. (2021). Psicoterapia Psicodramática de grupo on-line: reinvenções do aquecimento. Revista Brasileira de Psicodrama, 29(2), 117-126. https://doi.org/10.15329/2318-0498.00452_PT
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) que evoca a ideia de cocriação.
Embora J. Levi Moreno, criador do psicodrama e teorizador da socionomia, não tenha utilizado explícita e nomeadamente o termo “cocriação” em seu trabalho, muitos dos princípios e ideias do psicodrama estão relacionados a esse conceito. Moreno enfatizou a importância do papel do diretor e dos participantes na construção conjunta da cena terapêutica e acreditava que o protagonista e os egos-auxiliares trabalham em colaboração com o diretor para criar uma representação simbólica do mundo interno do protagonista (Moreno J. L. & Moreno Z. T., 2014Moreno, J. L & Moreno, Z. T. (2014). Fundamentos do Psicodrama. Ágora, Brasil.). Essa construção compartilhada é o que constituiria o conceito de cocriação que, neste trabalho, é abordado como fundamental para a construção e desenvolvimento de todo o grupo terapêutico.
O atendimento psicodramático em grupo on-line, que assume uma postura ao mesmo tempo terapêutica e pedagógica, amplia o alcance e acesso entre Psicodramatistas Didatas e Psicodramatistas em formação, proporcionando espaços de encontro e mútuo aprendizado. Entretanto, em revisão para confecção deste trabalho, não foram encontradas produções que discutam o processo de formação ou de cocriação desses grupos. Além de não haver nas diretrizes disponíveis no website da FEBRAP (www.febrap.org.br) maiores informações sobre o direcionamento que um grupo terapêutico-pedagógico possa ou deva tomar.
Nesse contexto, retoma-se que o presente estudo tem como objetivo discutir o processo de cocriação dentro de um grupo terapêutico-pedagógico on-line, servindo como orientação para que se reflita sobre a formação em psicoterapia psicodramática. Para isso utiliza-se de um relato de caso de atendimento de grupo e de produções científicas clássicas e atuais da Socionomia. O presente escrito pode servir como orientação para a realização e condução de grupos terapêuticos em geral, bem como especificamente para grupos compostos por alunos em formação no Psicodrama. Não há aqui a intenção de estipular um modelo rígido e cristalizado a ser seguido, mas sim a de compartilhar e refletir de forma discursiva sobre como se deu a realização de um grupo desse tipo.
MÉTODO
Trata-se aqui do relato de um processo de atendimento terapêutico-pedagógico virtual de um grupo de psicólogos, finalizando a formação em Nível I de Psicodrama. Durante o início do grupo, a diretora residiu nas cidades de Fortaleza (CE) e, em seguida, Aracaju (SE); uma das participantes residia no interior do estado da Bahia, enquanto os três outros residiam em Brasília (DF). Dessa forma, as sessões grupais aconteceram no formato on-line desde o início.
Participantes
O grupo é composto por uma diretora que é psicóloga, mulher cisgênero, natural de Aracaju/SE, doutoranda em psicologia, especialista em psicodrama e psicodramatista-didata. Essa foi sua primeira experiência de condução de um grupo terapêutico. Quanto aos outros participantes, inicialmente o grupo foi formado por duas mulheres cisgênero e um homem cisgênero e por último houve a entrada de dois novos membros, duas mulheres cisgênero. Os participantes do grupo têm idades entre 26 e 50 anos, são naturais do Distrito Federal brasileiro e são psicólogas(os) clínicas(os) atuantes e em formação como Psicodramatistas Nível 1.
Coleta e análise dos dados
A primeira sessão em grupo aconteceu no dia 16 de março de 2022 e o grupo segue reunindo-se até o momento presente de confecção deste material escrito. Os encontros ocorreram quinzenalmente e até o momento se passaram 57 encontros. O quarto membro entrou após as 10 primeiras sessões, o quinto entrou após a 48ª sessão e um dos membros saiu do grupo após o 51º encontro. As sessões on-line ocorrem através da plataforma Google Meet e o acesso à sala é realizado através de um link enviado pelo aplicativo WhatsApp para um grupo formado apenas com os participantes e a diretora, sendo que, como medida de segurança, um novo link é gerado a cada sessão. Os encontros têm duração de até duas horas e tiveram como estrutura o aquecimento inicial, a aplicação de técnicas psicodramáticas adequadas a cada fase do desenvolvimento grupal, o compartilhamento, que surge ao final, seguido de um breve processamento teórico da sessão em si. As informações para o presente estudo foram coletadas a partir de uma observação participante da diretora, adicionalmente com anotações em formato de diário de campo, realizadas após cada sessão que serão aqui analisadas à luz da socionomia moreniana.
Após confecção deste relato de caso clínico foi feita uma devolutiva dos resultados obtidos para os participantes do grupo. Essa devolutiva foi realizada à parte das sessões e serviu para que os membros do grupo oferecessem feedback sobre a validade das informações coletadas, tal qual se faz em uma entrevista reflexiva (Eliott, 2017Elliott, J. (2017). Reflective Interviewing in Social Research: Practices and Processes. Routledge. Reino Unido) para realçar a percepção coletiva sobre a experiência descrita.
Aspectos éticos
O presente estudo atende às recomendações bioéticas para pesquisas com seres humanos, bem como ao consentimento, no que diz respeito às Resoluções 466/2012 e 510/2016 do Conselho Nacional de Saúde (CNS). Os participantes foram informados sobre os princípios bioéticos, como também sobre os objetivos, possíveis riscos e procedimentos do estudo e assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
RESULTADOS
História do grupo
O grupo terapêutico narrado neste estudo se elegeu a si. Os participantes - alunos do nível 1 de psicodrama e que precisavam de horas em atendimento terapêutico de base psicodramática - se responsabilizaram pela composição, escolha da diretora, dos horários e da frequência dos encontros do grupo.
A tentativa de formação do grupo terapêutico iniciou com sete participantes interessados. Entretanto, em uma primeira reunião com todos os membros, quatro desses participantes informaram sobre a desistência em prosseguir no grupo. Os motivos da desistência relatados foram incompatibilidade de horário e impossibilidade de se comprometer financeiramente com sessões quinzenais. O grupo iniciou com apenas três participantes e a diretora e as sessões de grupo que de fato estão aqui descritas aconteceram com os quatro participantes iniciais.
Mesmo iniciando, durante as primeiras sessões grupais, houve certa incerteza e desmotivação por parte dos membros, já que não identificavam demandas terapêuticas emergentes, mas sabiam da encomenda institucional de que experimentassem terapia psicodramática como pré-requisito de sua formação. Esse conflito protagonizou o primeiro encontro do grupo formado pelos três participantes iniciais e a diretora, onde discutiu-se sobre a viabilidade de realização do grupo em si.
Após elaboração dessas dificuldades iniciais, foi acordado que o grupo aconteceria e que seus objetivos seriam coconstruídos a cada sessão. Nas sessões seguintes, emergiram diversos temas protagônicos, como a insegurança no papel profissional, a dificuldade de modificar a própria rotina e de fazer planos para o futuro. Além disso, a necessidade de maior contato com as teorias e a prática psicodramática foi colocada como uma demanda dos membros. Assim, o grupo foi aos poucos tomando o formato de um grupo terapêutico-pedagógico, onde agora além de trabalhar os temas protagônicos, ao final de cada sessão era realizado um processamento teórico do ocorrido.
Após as 10 primeiras sessões, houve a entrada de um novo membro que foi instruído previamente sobre o formato que o grupo tinha tomado. No grupo, agora com quatro integrantes, os pacientes-alunos foram também estimulados a exercitar o papel de direção durante alguns momentos das sessões através, por exemplo, da condução de entrevistas no papel dos colegas e do desenvolvimento de autonomia na condução e elaboração das cenas. A diretora, enquanto terapeuta e professora, permanecia no grupo como um ponto de apoio e manejo do andamento da sessão, permitindo que ela acontecesse com liberdade e espontaneidade. Exercia portanto dois papéis: o de terapeuta de aluno e o de psicodramatista-didata. Após a entrada do quinto membro e saída de um dos participantes iniciais, o grupo ampliou sua perspectiva terapêutica em detrimento da pedagógica, apesar de seguir mesclando as duas abordagens.
Exemplos da cocriação grupal
Exemplo 1 - Grupo Terapêutico servindo para elaborar o papel de psicodramatista
Em uma das sessões que aconteceu com apenas três participantes, a diretora iniciou com a fala de que naquele dia estava especialmente exausta por conta de um período longo de trabalho, pedindo compreensão e colaboração do grupo. Essa fala serviu como aquecimento para que o grupo trouxesse relatos de como se sentiam quando estavam muito cansados ou mais desaquecidos para determinados atendimentos.
Uma das participantes disse que quando o paciente demarcava, sentia alívio e ao mesmo tempo culpa pelo alívio que sentia. Inclusive, percebia que sempre se cobrava estar ali para o outro. Outra participante trouxe um relato de uma paciente que atende com quem tem grandes diferenças políticas e trouxe a dificuldade em se conectar com essa paciente e acolhê-la, mas que mesmo sentindo isso, obrigava-se a continuar com os atendimentos. A terceira pessoa trouxe a dificuldade de se manter concentrada na sala com o paciente quando estava muito cansada, sensação que vinha acontecendo recentemente, mas que nunca tinha acontecido e que a assustava.
A diretora pediu que elas remetessem a alguma cena de suas vidas em outros espaços que não a esfera profissional em que se sentiam de forma semelhante. Todas optaram por trazer cenas de suas relações familiares. Surgiram figuras parentais bastante rígidas, outras bastante solícitas, mas que se perdiam na entrega ao outro. Além disso, surgiu o relato de um grande funcionamento e codependência entre mãe e filha em que a figura materna, ao mesmo tempo que ajudava a filha a caminhar, limitava-a.
No grupo, surgiu a ideia de que, em suas famílias, elas viram “buracos” que precisavam ser preenchidos. Uma delas trouxe que sente que ela mesma cavou esse buraco para que pudesse preenchê-lo. Em seu relato, trouxe a percepção de que faltava para seu irmão mais novo uma figura parental mais próxima e que ela mesma começou a se colocar nesse lugar.
No compartilhamento, conversaram sobre como essas vinculações de matriz influenciavam seu papel profissional atual e o sentimento de culpa por não estarem sempre com ânimo e disposição para realizá-lo. A diretora reforçou que, naquela sessão, o que a tinha ajudado a ter ânimo foi o aquecimento do próprio grupo. A percepção de que o aquecimento dos clientes/pacientes aquecia a terapeuta foi compartilhada e relatada pelo grupo. Discutiu-se então, pela primeira vez, a importância da corresponsabilidade de todos os participantes na manutenção do aquecimento grupal, inclusive do próprio grupo aqui investigado.
Exemplo 2 - Grupo Terapêutico como Supervisão Clínica
Em uma outra sessão com apenas três participantes, e sem demandas individuais ou grupais emergentes, sabendo que anteriormente os integrantes trouxeram a demanda em se aprofundar nas técnicas psicodramáticas, a diretora trouxe a proposta de que esse fosse o tema do encontro.
Foi utilizado como aquecimento específico a versão digital do livro introdutório ao Psicodrama de Rojas-Bermudez (2016), no capítulo 2 intitulado “Técnicas”. Uma a uma, foram lidas as técnicas e em seguida, a diretora perguntou ao grupo sobre sua compreensão e familiaridade com as mesmas, e se tinham costume de aplicá-las com seus pacientes.
Uma participante mencionou a dúvida com relação à técnica de Inversão de Papéis, trazendo como exemplo uma cena de seus atendimentos em que ela buscou conduzir seu paciente ao diálogo entre dois personagens no “como se”. A participante afirmou que ficou em dúvida sobre qual dos personagens deveria iniciar o diálogo e trouxe que ao tomar a decisão, ela mesma iniciou falando enquanto o personagem. Logo em seguida percebeu um desaquecimento por parte de seu atendido e desistiu da cena.
A cena descrita foi então refeita para que fosse introduzida a Entrevista no papel (técnica que envolve fazer perguntas ao protagonista para que ele responda em primeira pessoa, enquanto personagem), sendo compreendido que a partir do aquecimento do próprio protagonista dentro de cada personagem, ele tem condições de decidir sobre como se dará o início do diálogo no “como se”. Ainda, se for observada resistência do paciente em iniciar o diálogo, orientou-se que um Solilóquio (pedir para que o personagem pense em voz alta) dos personagens seria suficiente para sustentar esse início.
A psicodramatista que fazia parte deste grupo teve a oportunidade de expressar suas dificuldades em relação à aplicação da técnica de inversão de papéis. Outros participantes do grupo também compartilharam suas próprias experiências com diferentes técnicas, discutindo diversas dificuldades.
Foi compartilhado ao final que ter um espaço, para além da supervisão clínica fornecida pela instituição formadora em Psicodrama, para trazer essas dificuldades e trabalhá-las de forma didática foi proveitoso não apenas para que compreendessem melhor o funcionamento e adquirissem confiança em aplicar as técnicas psicodramáticas, mas também para que soubessem que não eram os únicos a encontrar alguma dificuldade na tomada de papel de psicodramatista.
Um grupo clínico-pedagógico em constante cocriação
O grupo aqui descrito precisou ser reconstruído (cocriado) algumas vezes em relação a seus objetivos e da estrutura das suas sessões para que fizesse sentido para todos os participantes e, inclusive, para a diretora. Houve sessões não descritas aqui que aconteceram voltadas para conteúdos psicológicos e relacionais dos próprios participantes. Nessas, o foco terapêutico do grupo ficou em evidência e as cenas foram conduzidas à catarse individual e grupal.
Com o andamento do grupo, essas demandas se mostraram cada vez menos frequentes, dando espaço para outras sessões, como as citadas nos Exemplos 1 e 2, que tiveram como queixa as demandas dentro do papel profissional. Nessas, o foco foi ao mesmo tempo terapêutico e pedagógico, onde os alunos de nível 1 puderam tomar proveito do momento em grupo para compartilhar dificuldades no desenvolvimento e desempenho do papel de psicodramatistas, além de aumentar seu conhecimento sobre a teoria socionômica.
A obrigatoriedade de oitenta horas de psicoterapia psicodramática sem maiores esclarecimentos ou orientações por parte da FEBRAP sobre a estrutura ou objetivo dos encontros grupais, associada à ausência de demandas terapêuticas individuais incidentes fez com que fosse necessário investigar as demandas grupais até se compreender que a “lacuna” comum mais emergente estaria justamente no lugar de construção do papel de psicodramatista. Assim, no decorrer das sessões, o espaço que antes se imaginava plenamente terapêutico tornou-se terapêutico-pedagógico, para se alinhar à demanda grupal e nesse sentido, algumas reflexões puderam ser observadas como relevantes.
DISCUSSÃO
Reflexões sobre a construção de um grupo terapêutico-pedagógico
Desde o início, o grupo terapêutico aqui descrito foi cocriado por todos os seus integrantes (participantes e diretora). Essa criação em conjunto foi essencial para que o grupo pudesse existir e se manter para corresponder às horas demandadas pela instituição formadora.
Cocriação aqui implica em algo que é criado coletivamente a partir da participação ativa e afetiva de todos os seus integrantes. À medida em que as fases grupais foram se desenvolvendo, o grupo ganhou outros formatos partindo de um pressuposto terapêutico para um formato pedagógico e didático para que pudesse abarcar as demandas expressadas pelos pacientes-alunos.
Manter o contexto estritamente terapêutico seria criar uma cristalização - um enrijecimento dentro dos papéis - que impossibilitaria o aquecimento grupal e mesmo sua continuidade. Essa flexibilidade está relacionada à capacidade de estabelecer e manter uma conexão empática mútua entre os membros do grupo, chamada “Tele grupal”. Os objetivos e o formato do grupo foram guiados pelo coconsciente grupal, que é o estado consciente compartilhado por todos os membros do grupo (Knobel, 2020Knobel, A. M. (2020). Coconsciente e coinconsciente em Psicodrama. Revista Brasileira De Psicodrama, 19(2), 139–152. Recuperado de https://www.revbraspsicodrama.org.br/rbp/article/view/285 em 08 de fevereiro de 2024
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; Menegazzo et al., 1995Menegazzo, C. M., Tomasini, M. A., & Zuretti, M. M. (1995). Dicionário de psicodrama e sociodrama. (M. Lopes, M. Carbajal, V. Caputo, Trad.). Ágora, Brasil.). Dessa forma, podemos identificar se o desenvolvimento e a mudança do grupo são resultado de um processo cocriativo ou não.
A partir da experiência aqui narrada, compreende-se que a formação de um grupo clínico e pedagógico com alunos em nível 1 de psicodrama requer alguns elementos-chave para que o processo seja efetivo e enriquecedor. Um dos pontos fundamentais é a criação de um ambiente seguro e acolhedor, onde confiança e respeito mútuo floresçam e os participantes se sintam à vontade para compartilhar suas experiências e emoções durante as sessões. Particularmente, tratando-se de participantes que são psicólogos e psicodramatistas em formação, o espaço do grupo lhes serve também como supervisão clínica, já que nele podem trazer dificuldades que enfrentam em consultório além de promover uma metacompreensão de seu processo de formação (Hannes et al, 2012Hannes, K., Fürst, J., & Fontaine, P. (2012). Supervision in psychodrama: Experiential learning in psychotherapy and training. Wiesbaden: Springer. https://doi.org/10.1007/978-3-531-19679-4
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).
Para garantir a direção adequada do grupo, é essencial que o responsável pela condução tenha uma contínua formação em psicodrama e habilidades em manejo de grupo. Dessa forma, ele poderá guiar efetivamente as sessões, utilizando-se da espontaneidade e criatividade para que ao mesmo tempo em que explora questões emocionais, desenvolva habilidades terapêuticas e consolide o conhecimento teórico, de acordo com os objetivos terapêuticos e pedagógicos definidos previamente (Karp et al., 2005Karp M., Holmes T. & Talvon, K. B. (2005) The handbook of psychodrama. Londres: Springer. https://doi.org/10.4324/9780203977767
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).
Por outro lado, a participação dos pacientes-alunos na cocriação grupal se mostra ainda mais essencial. Apenas com a integração télica entre atores e direção é que pode haver um evento criador que os tornará capazes de experimentar a realidade por sua própria natureza e promover mudança espontâneo-criadora (Nery, 2021Nery, M. P. (2021). Psicodrama e métodos de ação online: teorias e práticas. Revista Brasileira de Psicodrama, 29(2), 107-116. https://doi.org/10.15329/2318-0498.00442_PT
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). Apesar de Moreno não ter proposto uma teoria específica para aprendizagem, é possível fazer aproximações de sua teoria com a educação ativa, que coloca o aluno como protagonista no aprendizado (Ramalho, 2023Ramalho, C. M. R. (2023). Psicodrama e dinâmica de grupo (2ª ed.). Sergipe: Criação Editora). Encorajar alunos da formação de nível 1 a cocriarem seus espaços de aprendizagem dialoga com essa perspectiva dentro da teoria Socionômica.
No contexto específico da terapia em formato virtual, a interação entre o contexto dramático e a virtualização traz uma abordagem única, unindo o mundo do imaginário, a realidade social e o vínculo terapêutico estabelecido no cenário on-line, resultando em uma nova realidade que Nery (2021)Nery, M. P. (2021). Psicodrama e métodos de ação online: teorias e práticas. Revista Brasileira de Psicodrama, 29(2), 107-116. https://doi.org/10.15329/2318-0498.00442_PT
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chama de hipersuplementar. A autora traz que a exploração das possibilidades oferecidas pela plataforma on-line, juntamente com o uso do “como-se”, permite a perfeita integração da virtualidade e da imaginação, proporcionando um cenário inovador para a prática do psicodrama.
O desenvolvimento do papel de psicodramatista (role-playing) envolve inicialmente assumir e desempenhar esse papel (role-taking) e adicionar a ele sua própria criatividade (role-creating) (Dayton, 2005Dayton, T. (2005). Role Theory. in The Living Stage. A Step-by-step guide to Psychodrama, Sociometry and Experiential Group Therapy. Florida, Health Communications.). Dessa forma, simplesmente assumir um lugar de terapeuta psicodramático não é suficiente para que se o execute com liberdade. O espaço do grupo terapêutico e pedagógico proporciona esse alcance através do jogo no papel, transformando atitudes e posturas dos participantes dentro de seu fazer e ser psicodramatista (Ramalho, 2023Ramalho, C. M. R. (2023). Psicodrama e dinâmica de grupo (2ª ed.). Sergipe: Criação Editora).
Já no lado da direção, em relação ao alinhamento dos papéis de professora, terapeuta e pesquisadora, a experiência de ser uma psicodramatista didata e diretora de grupo terapêutico e pedagógico permite uma integração sinérgica desses papéis. Como professora, a direção do grupo possibilita transmitir conceitos teóricos do psicodrama na prática, tornando a aprendizagem mais vivencial e significativa para os alunos (Cebeiro et al., 2013).
Na posição de terapeuta, conduzir o grupo oferece a oportunidade de explorar dinamicamente os conflitos e questões emocionais dos participantes, permitindo seu crescimento pessoal e a resolução de problemas. Ao mesmo tempo, como pesquisadora, observar o desenvolvimento dos participantes, os processos terapêuticos e os resultados do grupo ao longo do tempo podem gerar valiosos insights que contribuem para o avanço da teoria e prática do psicodrama.
A estruturação das sessões também desempenha um papel fundamental na formação do grupo. A não-rigidez na estrutura possibilita que o grupo cocrie a sessão a partir das necessidades expostas no aqui e agora. Uma estrutura mínima que se organize em aquecimento, ação e compartilhamento seguida do processamento teórico, servem de base para que atividades terapêuticas e pedagógicas adequadas se desenvolvam. A supervisão contínua do diretor de grupo por parte de profissionais mais experientes em psicodrama é fundamental para aprimorar as habilidades de direção do grupo e a abordagem terapêutica utilizada (Karp et al, 2005Karp M., Holmes T. & Talvon, K. B. (2005) The handbook of psychodrama. Londres: Springer. https://doi.org/10.4324/9780203977767
https://doi.org/10.4324/9780203977767...
).
A importância do processamento teórico ao final de cada sessão não pode ser subestimada. Em primeiro lugar, é essencial diferenciar a “fase de processamento” da “fase de compartilhamento”, pois elas possuem objetivos distintos. A “fase de compartilhamento” no psicodrama visa promover a identificação pessoal e emocional com o protagonista, enquanto a “fase de processamento” concentra-se na aprendizagem e compreensão dos acontecimentos, com uma abordagem menos subjetiva. Nessa fase, o foco não está apenas no protagonista, mas também proporciona um momento para o terapeuta e outros membros do grupo oferecerem feedback e/ou interpretações sobre o processo grupal que ocorreu (Karp et al., 2005Karp M., Holmes T. & Talvon, K. B. (2005) The handbook of psychodrama. Londres: Springer. https://doi.org/10.4324/9780203977767
https://doi.org/10.4324/9780203977767...
).
Esse momento proporciona aos pacientes-alunos a chance de expressar suas dúvidas, reflexões e insights relacionados à teoria do psicodrama, conectando a experiência vivida durante as sessões com os conceitos teóricos aprendidos em sua formação. Segundo Moreno J. L & Moreno Z. T. (2014), um dos principais achados da pesquisa grupal orientada pela sociometria foi demonstrar que a dinâmica pode ser reversível, onde qualquer integrante do grupo tem o potencial de atuar como terapeuta para os demais. Ademais, o compartilhamento de percepções em grupo possibilita que os alunos aprendam com as experiências e pontos de vista uns dos outros, enriquecendo ainda mais o processo formativo.
Dessa forma, a combinação de um ambiente seguro, direção especializada e objetivos claros e cocriados proporcionam o encontro entre a complexidade de papéis que contribuem para o desenvolvimento de um grupo clínico e pedagógico em formação de nível 1 em psicodrama. A reflexão teórica ao final de cada sessão complementa o aprendizado, consolidando os conhecimentos adquiridos e promovendo uma compreensão mais profunda da prática do psicodrama.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente estudo teve por objetivo discutir o processo de cocriação dentro de um grupo terapêutico-pedagógico on-line realizado com psicodramatistas em formação. Através da realização do grupo, foram proporcionadas as construções de dois papéis simultaneamente: o papel de Psicodramatistas de Nível 1 dos participantes e o papel de Psicodramatista Didata e Terapeuta de aluno da diretora.
O presente trabalho limita-se por consistir em apenas um retrato de um grupo relativamente pequeno e on-line, que não pode ter seus achados generalizados ou transpostos para grupos maiores e em formato presencial sem que ocorram ruídos. Apesar disso, acredita-se que os achados aqui apresentados sejam relevantes para contribuir com a discussão sobre a formação de grupos de alunos da formação em Psicodrama. Convida-se que outros estudos sejam realizados com grupos de alunos em contextos distintos para que observações complementares possam ser feitas.
Para além do que foi aqui discutido, levanta-se o questionamento acerca do que rege os princípios normativos que orientam a formação de futuros psicodramatistas. O tempo destinado à experimentação do lugar de cliente/paciente em grupo dramático-terapêutico deve ser um que faça sentido e contribua com a formação terapêutica e do papel de psicodramatista dos alunos de Nível 1. Para tanto, maior esclarecimento sobre as possibilidades e os requerimentos básicos poderiam ser disponibilizados às federadas e ao público em geral, para que melhor se compreenda as possibilidades criativas dentro da formação e para não desestimular alunos em formação que não acreditem ter conteúdo de queixa para oitenta horas de grupo apenas com foco psicoterápico.
Todos precisam começar de algum ponto. É fundamental ter a oportunidade de praticar habilidades, cometer erros e aprender em conjunto. Para isso, é essencial o sentimento de acolhimento, apoio e liberdade de julgamentos. Ao dar os primeiros passos no psicodrama, cabe cambalear, cair, esquecer as técnicas e até entrar em pânico, afinal, tudo parece tão simples quando se está apenas na plateia observando. Por isso, ao dar esses primeiros passos, é essencial que se possa usufruir de um espaço de troca de experiência orientada com - e não por - quem auxilie a processar as tentativas de tomada de papel no caminho da própria formação.
AGRADECIMENTOS
Agradeço à Karen Mirela S. Venâncio pela colaboração e apoio no desenvolvimento deste trabalho.
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FINANCIAMENTO
Não se aplica.
DISPONIBILIDADE DE DADOS DE PESQUISA
Não se aplica.
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Editado por
Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
04 Nov 2024 -
Data do Fascículo
2024
Histórico
-
Recebido
14 Mar 2024 -
Aceito
10 Ago 2024