Resumos
Flebotomíneos são insetos de importância médica, responsáveis pela transmissão de parasitas do gênero Leishmania entre humanos e animais não humanos, os quais são encontrados no estado de São Paulo, Brasil. A correta identificação das espécies envolvidas na transmissão de doenças é fundamental para elaboração de estratégias para o controle desses vetores. Para produzir uma chave ilustrada para as 67 espécies de machos e 57 espécies de fêmeas de flebotomíneos registradas no estado de São Paulo, examinamos e ilustramos espécimes montados em lâminas de microscopia obtidos de coleções entomológicas.
Chaves de identificação; Flebotomíneos; Taxonomia; Leishmanioses
Phlebotomine sand flies are medically important insects, responsible for the transmission of Leishmania parasites between humans and non-human animals, which are found throughout São Paulo state, Brazil. The correct identification of species implicated in the transmission of diseases is paramount to elaborate strategies for vector control. In order to produce an illustrated key to the 67 sand flies male species and 57 female species recorded in São Paulo state we examined and illustrated specimens mounted in microscope slides from entomological collections.
Identification key; Sand flies; Taxonomy; Leishmaniases
IPrograma de Pós-Graduação em Ciências, Coordenadoria de Controle de Doenças, Secretaria Estadual da Saúde. Av. Dr. Arnaldo, 355, 01246 902, São Paulo, SP, Brasil
IIInstituto Leônidas e Maria Deane, Fiocruz-Amazônia. Rua Terezina, 476, 69057 070, Manaus, AM, Brasil. E mail: phfs@yahoo.com IIIInstituto Adolfo Lutz, Div. de Biologia Médica. Av. Dr. Arnaldo, 355, 01246-902, São Paulo, SP, Brasil. E-mail: tolezano@hotmail.com IVFaculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo. Av. Dr. Arnaldo, 715, 01246-904, São Paulo, SP, Brasil. E-mail: egalati@usp.br
ABSTRACT
Phlebotomine sand flies are medically important insects, responsible for the transmission of Leishmania parasites between humans and non-human animals, which are found throughout São Paulo state, Brazil. The correct identification of species implicated in the transmission of diseases is paramount to elaborate strategies for vector control. In order to produce an illustrated key to the 67 sand flies male species and 57 female species recorded in São Paulo state we examined and illustrated specimens mounted in microscope slides from entomological collections.
Key-words: Identification key; Sand flies; Taxonomy; Leishmaniases.
RESUMO
Flebotomíneos são insetos de importância médica, responsáveis pela transmissão de parasitas do gênero Leishmania entre humanos e animais não humanos, os quais são encontrados no estado de São Paulo, Brasil. A correta identificação das espécies envolvidas na transmissão de doenças é fundamental para elaboração de estratégias para o controle desses vetores. Para produzir uma chave ilustrada para as 67 espécies de machos e 57 espécies de fêmeas de flebotomíneos registradas no estado de São Paulo, examinamos e ilustramos espécimes montados em lâminas de microscopia obtidos de coleções entomológicas.
Palavras-chave: Chaves de identificação; Flebotomíneos; Taxonomia; Leishmanioses.
INTRODUÇÃO
Os flebotomíneos (Diptera, Psychodidae, Phlebotominae) são importantes vetores de organismos patógenos como Leishmania spp., Bartonella sp. e arbovírus (Vesiculovirus, Phlebovirus, Orbivirus) (Forattini, 1973; Dujardin et al., 1999, Shaw et al. 2003).
Hoje, existem mais de 900 espécies de flebotomíneos descritas no mundo, das quais cerca de 500 ocorrem na região Neotropical. O Estado de São Paulo tem 69 espécies registradas em seu território (Shimabukuro & Galati, 2010), incluindo os principais vetores de leishmaniose tegumentar americana Nyssomyia intermedia (Lutz & Neiva, 1912), N. neivai (Pinto, 1926), N. whitmani (Antunes & Coutinho, 1939) e da leishmaniose visceral americana Lutzomyia longipalpis (Lutz & Neiva, 1912) (Aguiar & Medeiros, 2003, Galati, 2003a; Marcondes et al., 1998; Andrade-Filho et al., 2007).
A sistemática desta subfamília tem sido baseada em critérios práticos, porém conservadores, que dividem os flebotomíneos em cinco gêneros (Lewis et al., 1977), dos quais dois (Phlebotomus Rondani & Berté, 1840 e Sergentomyia França & Parrot, 1920) ocorrem no Velho Mundo e três (Brumptomyia França & Parrot, 1921, Warileya Hertig, 1948 e Lutzomyia França, 1924) estão representados no Novo Mundo e distribuídos em mais de 480 espécies (Galati, 2003a).
A primeira tentativa de se estabelecer uma classificação natural para os flebotomíneos foi realizada por Artemiev (1991) que dividiu os flebotomíneos do mundo em duas tribos (Idiophlebotomini Artemiev, 1991 e Phlebotomini Rondani, 1840), sete subtribos (Idiophlebotomina Artemiev, 1991, Hertigiina Abonnenc & Lèger, 1976, Phlebotomina Rondani, 1840, Spelaeomyiina Artemiev, 1991, Sergentomyiina Artemiev, 1991, Australophlebotomina Artemiev, 1991, Brumptomyiina Artemiev, 1991), e 24 gêneros. No entanto, os táxons não foram estudados detalhadamente, e sua classificação não foi aceita entre os pesquisadores desse grupo de insetos.
Uma proposta para a sistemática dos Phlebotominae foi apresentada por Galati (1995, 2003a) que utilizou o método cladístico para estudar os flebotomíneos americanos. Nesta classificação, a tribo Idiophlebotomini Artemiev, 1991 foi sinonimizada com Hertigiini Abonnenc & Lèger, 1976 e a tribo Phlebotomini Rondani 1840 foi mantida. Seis subtribos presentes no trabalho de Artemiev (1991) foram mantidas (Idiophlebotomina, Hertigiina, Phlebotomina, Sergentomyiina, Australophlebotomina, e Brumptomyiina), mais uma subtribo foi criada (Psychodopygina Galati, 1995), e uma subtribo foi revalidada (Lutzomyiina Abonnenc & Lèger, 1976). Galati reclassificou os flebotomíneos do Novo Mundo em 22 gêneros, dos quais 14 ocorrem no Estado de São Paulo.
A chave de identificação proposta por Galati (2003b) consiste em um estudo extenso que inclui diversos caracteres de difícil visualização, muitos deles relacionados aos apêndices. Como a perda destes durante o processo de clarificação é muito comum, dificuldades para a identificação das espécies podem ocorrer, especialmente quando realizada por não especialistas, como aqueles que atuam em atividades de serviços ligadas ao controle desses insetos.
A elaboração de uma chave ilustrada para as espécies que ocorrem no Estado de São Paulo é oportuna na medida em que a leishmaniose visceral avança no Estado, e o encontro de seu vetor em certas áreas não foi possível ainda (SES-SP, 2006). Deste modo, propõe-se uma chave de identificação ilustrada para as espécies de flebotomíneos do estado de São Paulo, baseada em um número mínimo de caracteres, excluindo-se os apêndices (pernas, palpos e antenas).
MATERIAL E MÉTODOS
Obtenção do material
Os espécimes incluídos nesse estudo foram obtidos por empréstimo das coleções do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (MZUSP) e da Faculdade de Saúde Pública - Universidade de São Paulo (FSP), montados em lâminas permanentes.
Para identificação em nível de gênero, subgênero e espécie foram utilizadas descrições disponíveis na literatura e chave taxonômica de Galati (2003b), ou quando as lâminas já estavam identificadas, a confirmação foi realizada, seguindo-se a mesma literatura. Sinonímias podem ser encontradas em Martins et al. (1978) e Galati (2003a). A lista e a distribuição das espécies podem ser encontradas em Shimabukuro & Galati (2010).
Chave ilustrada
A terminologia dos caracteres adotada neste trabalho segue Galati (2003b) e as diretrizes propostas pelo Grupo CIPA - Computer Aided Identification of Phlebotomine Sand Flies of the Americas (Bermúdez et al., 1991).
Estudos morfológicos foram conduzidos utilizando-se caracteres propostos por Azevedo et al. (2002), Dias et al. (1999), Galati (2003b) e Bermúdez et al. (1991). Outros caracteres foram observados diretamente do material estudado. Foram incluídos caracteres adicionais referentes aos apêndices (pernas, palpos e antenas), no caso de visualização dessas estruturas.
Utilizando-se microscópio equipado com câmera clara Olympus® foram feitos desenhos a traço em nanquim das estruturas mais importantes para a identificação das 67 espécies de machos (terminália) e 57 espécies de fêmeas (cibário e espermatecas) conhecidas no estado de São Paulo.
Além das 67 espécies de machos e 57 espécies de fêmeas apresentadas nesta chave, uma nova espécie foi descrita Migonemyia (M.) vaniae Galati, Fonseca & Marassá, 2007, todavia, a espécie não foi inclusa por ser muito próxima de M. migonei (França, 1920) e M. rabelloi (Galati & Gomes, 1992) e pela descrição já oferecer uma chave para a identificação para essa espécie (Galati et al. 2007). De Nyssomyia singularis (Costa Lima, 1932) não se tem informação sobre o material-tipo e a sua descrição é insuficiente para a identificação. Por estas razões não foi incluída na chave.
As abreviações utilizadas na chave são: AIII (terceiro antenômero), AIV (quarto antenômero), AV (quinto antenômero), ca. (circa), p3 (terceiro palpômero), p4 (quarto palpômero), p5 (quinto palpômero).
RESULTADOS
Chave de identificação para os Phlebotominae (Diptera, Psychodidae) do estado de São Paulo
Machos
1. Presença da sensila ventro-cervical e da cerdosidade na região anterior do catepisterno (Fig. 1); gonocoxito com espinhos na região apical; gonóstilo com os dois espinhos externos implantados em um único tubérculo (Figs. 2-14); razão do comprimento dutosbomba ejaculadora: maior que três vezes (caracteres adicionais: ascóide com prolongamento posterior desenvolvido; AIII com ascóide externo implantado em nível mais basal que interno) Brumptomyia
2. Sem o conjunto de caracteres acima, podendo apresentar um ou mais deles 14 2(1). Gonocoxito com cerdas do tufo basal implantadas em tubérculo colunar (Figs. 2-4) 3 Gonocoxito com cerdas do tufo basal implantadas diretamente na superfície (Figs. 5-8) 5
3(2). Gonocoxito: tufo basal com cerdas finas em posição superior e semifoliáceas em posição inferior, presença de 5-8 espinhos apicais; parâmero não atingindo a metade do comprimento do lobo lateral e com margem dorsal côncava (Fig. 2) Brumptomyia galindoi
Gonocoxito: tufo basal com cerdas finas em posição superior e inferior, presença de 4-5 espinhos apicais; parâmero atingindo a metade do comprimento do lobo lateral e com margem dorsal reta (Figs. 3A e 4) 4
4(3). Parâmero com a região basal duas ou mais vezes mais larga que a apical (Fig. 3B) Brumptomyia carvalheiroi Parâmero com a região basal menos de duas vezes (ca. de 1,7 vezes) mais larga que a apical (Fig. 4) Brumptomyia mangabeirai
5(2). Gonocoxito com tufo basal de cerdas compacto (Figs. 5-8) 6
Gonocoxito com tufo basal de cerdas esparsas (Figs. 9-14) 9
6(5). Gonocoxito com tufo basal apresentando cerdas semifoliáceas; parâmero longo atingindo a metade do comprimento do lobo lateral (Figs. 5 e 6) 7
Gonocoxito com tufo basal apresentando cerdas finas; parâmero curto, não atingindo a metade do comprimento do lobo lateral (Figs. 7 e 8) 8
7(6). Gonocoxito: tufo basal com até 15 cerdas; parâmero largo em todo seu comprimento, com cerdas apicais curtas na margem dorsal (Figs. 5A, 5B e 5C) Brumptomyia avellari
Gonocoxito: tufo basal com 20 ou mais cerdas; parâmero estreito e com cerdas mais longas a partir do terço médio (Figs. 6A e 6B) Brumptomyia brumpti
8(6). Cerdas anepimerais ausentes (Fig. 1); parâmero com a região mediana mais dilatada que as regiões basal e apical, cerdas fortes na margem dorsal (Fig. 7); edeago retangular Brumptomyia cunhai
Cerdas anepimerais presentes (Fig. 1); parâmero com dilatação mediana discreta e cerdas mais finas na margem dorsal (Fig. 8); edeago cônico Brumptomyia guimaraesi
9(5). Gonocoxito: tufo basal com cerdas curtas e esparsas; gonóstilo com o espinho interno em nível mais basal que os externos (Figs. 9 e 10) 10 Sem o conjunto de caracteres acima 11
10(9). Gonocoxito pelo menos oito vezes mais longo que largo e dotado de tufo basal com ca. de 10 cerdas; parâmero com cerdas apicais curtas e delicadas (Fig. 9); papilas tergais escassas ou ausentes nos tergitos 2-7 Brumptomyia bragai
Gonocoxito pelo menos cinco vezes mais longo que largo e dotado de tufo basal com ca. de 30 cerdas; parâmero com cerdas apicais mais longas e mais fortes (Fig. 10); papilas tergais evidentes e numerosas nos tergitos 2-7 Brumptomyia cardosoi
11(9). Gonóstilo com o espinho interno implantado no mesmo nível que os externos (Figs. 11 e 12) 12 Gonóstilo com o espinho interno implantado em nível intermediário entre os espinhos externos e os apicais (Figs. 13 e 14) 13
12(11). Gonocoxito com pequeno tubérculo esclerotinizado na sua base, tufo basal com cerdas delicadas; parâmero estreitando-se bruscamente à custa da margem ventral, formando um processo digitiforme apical, margem dorsal do parâmero com ápice coberto por cerdas espiniformes e mais duas cerdas finas e longas que se destacam das demais (Fig. 11A); edeago bifurcado (Fig. 11B) Brumptomyia troglodytes
Gonocoxito sem tubérculo em sua base e tufo basal com cerdas fortes; parâmero não estreitado bruscamente e sem processo digitiforme apical, margem dorsal do parâmero com ápice coberto por cerdas finas (Fig. 12); edeago em forma de triângulo alongado Brumptomyia ortizi
13(11). Cerdas anepimerais presentes (Fig. 1); gonocoxito com ca. de sete espinhos apicais (Fig. 13); parâmero estreito com margem dorsal côncava e cerdas fortes em sua metade apical Brumptomyia pintoi
Cerdas anepimerais ausentes (Fig. 1); gonocoxito com ca. de cinco espinhos apicais (Fig. 14); parâmero largo sem a margem dorsal côncava e cerdas curtas e finas na maior parte da margem dorsal (Figs. 14B e 14C) Brumptomyia nitzulescui
14(1). Ausência da sensila ventro-cervical e da cerdosidade na região anterior do catepisterno (Fig. 1); ausência das papilas tergais (exceto B. flaviscutellata); gonóstilo dotado de quatro espinhos (exceto M. alphabetica); cerda espiniforme pré-apical ausente 15 Sem o conjunto de caracteres acima 34
15(14). Clípeo desenvolvido; olhos reduzidos; pronoto castanho e pleura torácica clara; gonóstilo com cinco ou seis espinhos; lobo lateral mais longo que o gonocoxito (Fig. 15) Martinsmyia alphabetica Clípeo, olhos e coloração do pronoto e pleura torácica variáveis; gonóstilo com quatro espinhos; comprimento do lobo lateralgonocoxito variável 16
16(15). Mesonoto com a metade anterior castanha, metade posterior e escutelo claros, aspecto bicolor; lobo lateral mais curto que o gonocoxito (Fig. 16); edeago em forma de um triângulo alongado Bichromomyia flaviscutellata Mesonoto completamente castanho ou castanho escuro; comprimento do lobo lateralgonocoxito e forma do edeago variáveis 17
17(16). Gonóstilo com o espinho externo inferior implantado no terço apical ou além (Figs. 17-21) (caracteres adicionais: presença de duas ou mais papilas em AIII; p4+p5<p3) 18
Gonóstilo com o espinho externo inferior implantado no terço apical ou antes deste (caracteres adicionais: presença de apenas uma papila em AIII; comprimento dos palpos variável) 22
18(17). Gonóstilo com o espinho interno atrofiado; parâmero variável (Figs. 17-19) 19 Gonóstilo com o espinho interno desenvolvido; parâmero simples com a base mais dilatada, afilando-se em direção ao ápice, cerdas em toda superfície dorsal, apenas terço basal glabro (Figs. 20 e 21) 21
19(18). Gonóstilo com os espinhos atrofiados, exceto o espinho apical (desenvolvido) (Fig. 17); parâmero estreito, com o comprimento menor ou igual ao do lobo lateral, sem cerdas apicais na margem dorsal, sem processo ventral digitiforme Psychodopygus geniculatus
Gonóstilo com os espinhos desenvolvidos, exceto o interno (atrofiado) (Figs. 18 e 19); parâmero dilatado, mais curto que o lobo lateral, com cerdas apicais na margem dorsal e processo ventral digitiforme 20
20(19). Catepisterno e coxa anterior castanhos claros; parâmero com cerdas apicais implantadas em várias linhas (Fig. 18) Psychodopygus ayrozai
Catepisterno e coxa anterior pálidos; parâmero com cerdas apicais implantadas em linha marginal (Fig. 19) Psychodopygus hirsutus
21(18). Pronoto e paratergito pálidos; gonóstilo com o espinho interno situado um pouco aquém do seu meio; lobo lateral ligeiramente mais curto que o gonocoxito (Fig. 20) Psychodopygus arthuri
Pronoto e paratergito castanhos; gonóstilo com o espinho interno implantado em seu terço apical; lobo lateral mais longo que o gonocoxito (Fig. 21) Psychodopygus lloydi
22(17). Edeago longo e esclerotinizado, medindo pelo menos duas vezes sua largura basal (Figs. 22-25) 23
Edeago com outro formato 26
23(22). Parâmero mais largo na base e de ápice afilado com cerdas distribuídas na margem dorsal e com uma cerda espiniforme isolada no ápice (Fig. 22); dutos ejaculadores muito longos, pelo menos nove vezes o comprimento da bomba Psathyromyia brasiliensis
Parâmero variável; dutos ejaculadores mais curtos, até quatro vezes o comprimento da bomba 24
24(23). Parâmero largo, de calibre uniforme, com cerdas apicais na margem dorsal (Fig. 23); edeago retangular na maior parte do seu percurso, afilando abruptamente em seu ápice; dutos ejaculadores com ápice sinuoso Psathyromyia aragaoi
Parâmero com a porção basal mais dilatada e a distal digitiforme, cerdas na margem dorsal com distribuição variável; edeago coniforme; dutos ejaculadores com ápice variável 25
25(24). Parâmero ligeiramente mais dilatado apicalmente, com cerdas restritas ao ¼ apical da margem dorsal (Fig. 24); edeago com ½ do comprimento do parâmetro Psathyromyia lutziana
Parâmero afilando-se gradualmente para o ápice com cerdas ocupando a metade da margem dorsal (Fig. 25); edeago um pouco mais curto que parâmetro Psathyromyia pascalei
26(22). Parâmero com apêndice dorsal (Fig. 26) Psathyromyia hermanlenti
Parâmero sem apêndice dorsal 27
27(26). Parâmero largo (Figs. 27 e 28) 28
Parâmero digitiforme, pelo menos em seu terço distal (P. pelloni) (Figs. 29-31) 29
28(27). Gonocoxito convexo em sua face interna; gonóstilo com os espinhos externo inferior e interno implantados em seu terço apical; parâmero com margem dorsal coberta por cerdas finas, cerdas espiniformes mais curtas na região interna (Fig. 27) Psathyromyia lanei
Gonocoxito praticamente reto em sua face interna; gonóstilo com os espinhos externo inferior e interno implantados em seu meio; parâmero coberto por cerdas espiniformes longas na margem dorsal, formando um tufo próximo à região mediana do apêndice (Fig. 28) Psathyromyia punctigeniculata
29(27). Terminália mais longa ou com o mesmo comprimento do tórax; espinho apical mais curto que o comprimento do gonóstilo (Figs. 29-31) 30
Terminália mais curta que o comprimento do tórax; espinho apical mais longo que o comprimento do gonóstilo (Figs. 32-34) 32
30(29). Parâmero: margem dorsal com cerdas semifoliáceas, e região interna com cerdas curtas espiniformes (Fig. 29); dutos ejaculadores com ápice afilado Psathyromyia pelloni
Parâmero: margem dorsal com cerdas finas (Figs. 30 e 31) e região interna com ou sem cerdas, dutos ejaculadores com ápice de forma variável 31
31(30). Pronoto e paratergito castanhos claros sem contraste evidente com a pleura torácica; edeago curto, triangular e esclerotinizado; dutos ejaculadores com ápice liso Psathyromyia shannoni
Pronoto e paratergito castanhos contrastando com a pleura torácica clara; edeago longo, estreito e pouco esclerotinizado; dutos ejaculadores com ápice levemente estriado Psathyromyia pestanai
32(29). Dutos ejaculadores ca. de três vezes mais longos que a bomba e com ápice bifurcado Nyssomyia whitmani
Dutos ejaculadores menos que duas vezes mais longos que a bomba e com o ápice não bifurcado 33
33(32). Dutos ejaculadores com o ápice alongado (Fig. 33A) Nyssomyia neivai
Dutos ejaculadores com o ápice arredondado (Figs. 34A) Nyssomyia intermedia
34(14). Gonóstilo com cinco espinhos bem desenvolvidos 35
Gonóstilo com quatro ou menos espinhos desenvolvidos 39
35(34). Gonocoxito com cerdas do tufo basal semifoliáceas ou finas 36
Gonocoxito com cerdas do tufo basal foliáceas, modificadas (Fig. 35) Lutzomyia almerioi
36(35). Gonocoxito dotado em sua base de cerdas semifoliáceas (Figs. 36 e 37) 37
Gonocoxito dotado em sua base de cerdas finas (Figs. 38 e 39) 38
37(36). Gonocoxito com até cinco cerdas basais; parâmero reto em sua região mediana da margem dorsal (Fig. 36); dutos ejaculadores com ápice afilado Micropygomyia ferreirana
Gonocoxito com mais de cinco cerdas basais; parâmero curvo em sua região mediana da margem dorsal (Fig. 37); dutos ejaculadores com ápice abaulado Micropygomyia quinquefer
38(36). Gonocoxito com tufo basal com ca. de 14 cerdas (Fig. 38); dutos ejaculadores com o ápice bifurcado, com um ramo mais longo que o outro Micropygomyia longipennis
Gonocoxito com o tufo basal dotado de duas cerdas (Fig. 39); dutos ejaculadores com o ápice em forma de bisel Micropygomyia petari
39(34). Gonóstilo com quatro espinhos; cerda espiniforme pré-apical ausente (Fig. 40-45) 40
Gonóstilo com quatro ou menos espinhos desenvolvidos; cerda espiniforme pré-apical pode estar presente ou não 46
40(39). Forquilha labial ausente Lutzomyia dispar
Forquilha labial presente 41
41(40). Gonocoxito sem tufo basal (Figs. 41-43) 42
Gonocoxito com tufo basal (Figs. 44-47) 44
42(41). Tórax com pleura e coxas escuras Pintomyia misionensis
Tórax com partes da pleura e coxas claras 43
43(42). Mesonoto castanho escuro; sensila ventro-cervical presente; catepisterno sem cerdas na região anterior (caracter adicional: papila em AV ausente) Micropygomyia schreiberi
Mesonoto castanho claro; sensila ventro-cervical ausente; catepisterno com cerdas na região anterior presente (caracter adicional: papila em AV presente) Sciopemyia sordellii
44(41). Gonóstilo com os espinhos externos implantados em único tubérculo; parâmero com apêndice cerdoso no ápice (Fig. 44) 45
Gonóstilo com os espinhos externos separados; parâmero sem tal processo (Fig. 45) Sciopemyia microps
45(44). Gonóstilo com o espinho interno cerdiforme, isto é, bem mais fino do que o externo inferior Evandromyia rupicola
Gonóstilo com o espinho interno de calibre semelhante ao do externo inferior (Fig. 44) Evandromyia correalimai
46(39). Gonocoxito com tufo basal em um tubérculo bem pronunciado com cerdas laminares e lobo cerdoso com cerdas mais finas, presença de cerda espiniforme pré-apical; gonóstilo com três espinhos bem desenvolvidos (Figs. 46 e 47), o externo inferior atrofiado e, cerdiforme; parâmero com cotovelo na margem ventral e processo digitiforme dorsal 47
Gonocoxito com tufo basal, gonóstilo e parâmero variáveis, a cerda espiniforme pré-apical pode estar presente ou não 48
47(46). Gonocoxito: tufo basal composto por quatro cerdas laminares e numerosas cerdas finas e longas no lobo cerdoso (Fig. 46) Pressatia choti
Gonocoxito: tufo basal composto por 6-7 cerdas laminares e ca. de 20 cerdas espiniformes no lobo cerdoso (Fig. 47) Pressatia trispinosa
48(46). Gonocoxito sem tufo basal (Fig. 48) (caracter adicional: presença de espinhos no metafêmur) Pintomyia bianchigalatiae
Gonocoxito com tufo basal 49
49(48). Gonocoxito sem faixa longitudinal esclerotinizada (Figs. 49-55) 50
Gonocoxito com faixa longitudinal esclerotinizada (Figs. 56-67) 56
50(49). Parâmero dotado em sua margem dorsal de uma ou duas cerdas na região mediana destacada das apicais (Figs. 49-51) 51
Parâmero com margem dorsal apresentando outro arranjo de cerdas 53
51(50). Tórax com cerdas metepisternais; gonóstilo com espinho externo inferior em nível mais basal do que o interno (Fig. 49) Lutzomyia longipalpis
Tórax sem cerdas metepisternais; gonóstilo com espinho externo inferior em nível próximo ao interno 52
52(51). Gonocoxito: tufo basal dotado de quatro cerdas (Fig. 50) Lutzomyia castroi
Gonocoxito: tufo basal dotado de seis cerdas (Fig. 51) Lutzomyia amarali
53(50). Gonocoxito com 4-5 cerdas no tufo basal implantadas em um tubérculo; parâmero largo e retangular, cerda longa, espiniforme no ápice da margem dorsal (Fig. 52) Migonemyia bursiformis
Gonocoxito com número variável de cerdas do tufo basal implantadas diretamente na superfície; parâmero digitiforme, cerda longa no ápice da margem dorsal pode ou não estar presente (Figs. 53-55B) 54
54(53). Pleuras torácias totalmente escuras; gonocoxito com tufo basal dotado de ca. de 30 cerdas (Fig. 53) Pintomyia monticola
Pleuras torácicas totalmente ou parcialmente claras; gonocoxito com tufo basal dotado de no máximo 15 cerdas 55
55(54). Gonocoxito: tufo basal com 3-9 cerdas finas (Fig. 54) (caracter adicional: papila em AV pode estar ausente) Migonemyia migonei
Gonocoxito: tufo basal com 12-15 cerdas (Fig. 55) Migonemyia rabelloi
56(49). Cerdas metepimerais e metepisternais presentes (Fig. 1) Pintomyia christenseni
Cerdas metepimerais e metepisternais ausentes 57
57(56). Pleuras torácicas totalmente escuras 58
Pleuras torácicas totalmente ou parcialmente claras 59
58(57). Tórax e coxas castanhos escuros; gonocoxito com tufo basal dotado de 9-13 cerdas (Fig. 57) Pintomyia pessoai
Tórax castanho escuro e coxas anteriores claras; gonocoxito com tufo basal dotado de 2-4 cerdas (Fig. 58) Pintomyia fischeri
59(57). Tórax de castanho claro a pálido, exceto pelo escudo castanho; ausência de papilas tergais em todos os segmentos abdominais; gonocoxito com tufo basal dotado de 12-15 cerdas semifoliáceas; parâmero com protuberância pré-apical na margem ventral (bem discreto, às vezes imperceptível) e, cerda forte, espiniforme na região mediana da margem dorsal (Fig. 59); lobo lateral de ápice arredondado Expapillata firmatoi
Tórax predominantemente castanho a castanho escuro; presença de papilas tergais pelo menos no tergito abdominal 6; gonocoxito com tufo basal dotado de cerdas em número variável; parâmero com ou sem a protuberância pré-apical na região ventral e sem cerda espiniforme na região mediana da margem dorsal; lobo lateral de ápice afilado 60
60(59). Papilas tergais muito numerosas e bem evidentes, dotadas de bordas salientes, presentes nos tergitos 5 e 6, e ausentes no 7 61
Papilas tergais sem bordas salientes e presentes pelo menos nos tergitos 6 e 7 63
61(60). Parâmero apenas com protuberância espiniforme na margem ventral (Fig. 60) Evandromyia termitophila
Parâmero bifurcado (Figs. 61 e 62) 62
62(61). Parâmero com cotovelo no processo ventral (Fig. 61); dutos ejaculadores com ápice bifurcado e um ramo mais longo que o outro Evandromyia carmelinoi
Parâmero com cotovelo no processo ventral (Fig. 62); dutos ejaculadores de ápice bifurcado e um ramo mais longo que o outro Evandromyia lenti
63(60). Gonocoxito: tufo basal com 15-17 cerdas; lobo lateral com três cerdas não-caducas no ápice (Fig. 63) Evandromyia bourrouli
Gonocoxito: tufo basal dotado de um número menor de cerdas; lobo lateral sem cerdas não-caducas no ápice 64
64(63). Gonocoxito: tufo basal com ca. de seis cerdas; gonóstilo com espinho externo superior no terço apical e inferior no terço médio; parâmero com uma cerda isolada próximo à região mediana da margem dorsal (Fig. 64) Evandromyia petropolitana
Gonocoxito: tufo basal dotado de 4-5 cerdas; gonóstilo com espinho externo superior na região mediana e inferior no terço basal; parâmero sem uma cerda isolada próximo à região mediana da margem dorsal 65
65(64). Parâmero com três cerdas fortes e curvas na margem dorsal (Fig. 65); dutos ejaculadores com ápice tubular Evandromyia edwardsi
Parâmero sem cerdas fortes e curvas na margem dorsal; dutos ejaculadores de outra forma 66
66(65). Gonocoxito: tufo basal com cinco cerdas; parâmero com margem dorsal levemente côncava e ápice em forma de capuz (Fig. 66) Evandromyia cortelezzii
Gonocoxito: tufo basal com quatro cerdas; parâmero com margem dorsal reta e ápice não em forma de capuz (Fig. 67) Evandromyia sallesi
Fêmeas
1. Presença da sensila ventro-cervical e da cerdosidade na região anterior do catepisterno (Fig. 1); cibário com dentes anteriores horizontais formando quatro ou mais colunas (Figs. 68 e 69); espermatecas aneladas e dutos individuais com mais de oito vezes o comprimento do corpo (Figs. 70-76) (caracteres adicionais: prolongamento posterior do ascóide desenvolvido; AIII com o ascóide externo mais basal que o interno) Brumptomyia
2. Sem o conjunto de caracteres acima, podendo apresentar um ou mais deles 8
2(1). Dutos individuais com sinuosidade curta (Fig. 70) Brumptomyia nitzulescui
Dutos individuais sem sinuosidade curta 3
3(2). Tergito 9 com esclerotinização bem acentuada na parte superior da região mediana e na base dos dutos individuais (Fig. 71) Brumptomyia troglodytes
Tergito 9 e dutos individuais sem esclerotinização 4
4(3). Cibário com diversos pares de dentes pequenos em posição lateral e horizontal formando fileiras (Fig. 69); espermateca com 25-40 anéis (Fig. 72) Brumptomyia carvalheiroi
Cibário com 3-4 pares de dentes horizontais e alguns dentes laterais; espermateca não como acima (Fig. 73-76) 5
5(4). Espermateca com corpo cilíndrico (largura da região apical igual a da mediana) (Fig. 73A, 73B, 73C) Brumptomyia cunhai
Espermateca com o diâmetro dos anéis diminuindo em direção à base (Figs. 74-76) 6
6(5). Coxas castanhas (caracter adicional: presença de 2 papilas em AIII) Brumptomyia avellari
Coxas pálidas (caracter adicional: presença de 1 ou 2 papilas em AIII) 7
7(6). Coxas pálidas (caracter adicional: presença de 2 papilas em AIII) Brumptomyia galindoi
Coxas castanhas claras (caracter adicional: presença de 1 papila em AIII) Brumptomyia brumpti
8(1). Faringe com espinhos desenvolvidos (Figs. 77 e 78); espermateca com 4-5 anéis, dutos individuais esclerotinizados na região apical (Figs. 79 e 80) 9
Faringe sem espinhos desenvolvidos; espermateca sem o conjunto de caracteres acima 10
9(8). Pronoto e paratergito castanhos; cibário com dentes posteriores fundidos na base, dentes anteriores reduzidos dispostos lateralmente e dois dentes bem desenvolvidos na região central (Fig. 77) Micropygomyia petari
Pronoto e paratergito castanhos claros; cibário com dentes posteriores individualizados, dentes anteriores com desenvolvimento semelhante entre si na região central (Fig. 78) Micropygomyia ferreirana
10(8). Forquilha labial ausente; cibário com dois pares de dentes posteriores (Fig. 81); corpo da espermateca com 5-6 anéis (Fig. 82) Lutzomyia dispar
Forquilha labial presente; cibário com número variável de dentes posteriores; corpo da espermateca com número de anéis variáveis 11
11(10). Cerdas metepisternais presentes (Fig. 1); mesonoto e escutelo castanhos; cibário com três ou mais pares de dentes posteriores e os anteriores dispostos em uma fileira transversal (Fig. 83); espermateca segmentada (Fig. 84) Lutzomyia longipalpis
Sem o conjunto de caracteres acima 12
12(11). Cibário com arco esclerotinizado incompleto e dentes anteriores em posição horizontal (Fig. 85); espermateca com 15-17 anéis, anel apical ca. de 4 vezes mais longo e mais largo que os demais, dutos individuais afilando-se em direção à junção com o corpo da espermateca (Fig. 86) Lutzomyia amarali
Cibário com o arco esclerotinizado completo e, dentes anteriores em posição vertical ou laterais; espermateca com número de anéis variáveis, dutos individuais não afilando-se em direção à junção com o corpo da espermateca 13
13(12). Tergito 9 com protuberância (Fig. 87) 14
Tergito 9 sem protuberância 16
14(13). Cibário com forte esclerotinização em forma de arco situado entre os dentes anteriores e a área esclerotinizada (Fig. 88); espermateca anelada, anel apical mais largo que os anéis anteriores, os dutos individuais com mais de 3,5 vezes o comprimento do corpo (Fig. 89) Lutzomyia almerioi
Cibário sem forte esclerotinização em forma de arco (Figs. 90 e 91); espermateca não-anelada, dutos individuais com comprimento variável (caracter adicional: ausência de papila em AV; AIII mais curto que a metade do comprimento da cabeça) 15
15(14). Espermateca com o corpo tubular pelo menos 10 vezes mais curto que o duto individual, duto individual liso em toda sua extensão, e duto comum rudimentar (Fig. 92) Migonemyia migonei
Espermateca com o corpo tubular pouco mais longo que o duto individual, duto individual liso em sua maior parte, com estriação superficial na transição com o corpo, duto comum evidente, porém ca. de cinco vezes mais curto que individuais (Fig. 93) Migonemyia rabelloi
16(13). Cibário com os dentes posteriores lateralizados e voltados em direção ao centro, dentes laterais evidentes (Figs. 94 e 95); espermateca com anel apical pouco maior que os demais (Figs. 96 e 97) (caracter adicional: soma do comprimento da cabeça e labro-epifaringe menor que a soma de AIII e AIV) 17
Cibário com os dentes posteriores não lateralizados e não inclinados para a linha mediana, dentes laterais evidentes ou não; espermateca com anel apical variável 18
17(16). Espermateca com dutos individuais com mais de oito vezes o comprimento do corpo (Fig. 96) Sciopemyia microps
Espermateca com dutos individuais com menos de 3,5 vezes o comprimento do corpo (Fig. 97) Sciopemyia sordellii
18(16). Espermateca com corpo anelado (Figs. 98, 100-104, 107, 109, 111, 113, 116, 119-120, 122, 124-126) 19
Espermateca com corpo não-anelado (Figs. 129-134, 157-172 ) 36
19(18). Lacínia da maxila com dentes externos dispostos em fileira transversal; espermateca com o corpo dotado de anel apical de aspecto globoso, sendo mais longo e largo que os demais que são pouco individualizados (Fig. 98) Micropygomyia longipennis
Lacínia da maxila com dentes externos dispostos em uma ou mais fileiras longitudinais; espermateca com o corpo variável 20
20(19). Lacínia da maxila com dentes externos dispostos em duas fileiras longitudinais 21
Lacínia da maxila com dentes externos dispostos em uma fileira longitudinal 29
21(20). Cibário com dois pares de dentes posteriores (Fig. 99); espermateca com anel apical de aspecto globoso (100A e 100B), sendo mais longo e largo que os demais que são pouco individualizados Micropygomyia quinquefer
Cibário com três ou mais pares de dentes posteriores; espermateca com o anel apical, se mais desenvolvido que os demais, não apresentando aspecto globoso 22
22(21). Espermateca com os anéis não imbricados (Figs. 101-103) 23
Espermateca com os anéis imbricados (Figs. 104, 107, 109, 111, 113) 25
23(22). Região do anepisterno superior levemente castanha; espermateca com o corpo composto por 20 ou mais anéis, dutos individuais longos com ca. de quatro vezes o comprimento do corpo (Fig. 101) Nyssomyia whitmani
Região do anepsiterno superior pálida; espermateca com o corpo composto por até 15 anéis, dutos individuais variáveis 24
24(23). Corpo da espermateca com 7-10 anéis (mais comumente 8-9 anéis), soma do número de anéis dos dois corpos não ultrapassando 16, anéis centrais geralmente mais largos, a cabeça raramente bilobada, a base da cabeça de mesma largura que os dutos individuais na junção com o corpo (Fig. 102) Nyssomyia neivai
Corpo da espermateca com 8-15 anéis, soma dos anéis dos dois corpos podendo ultrapassar 23, anéis apicais mais largos, diâmetro diminuindo em direção aos anéis mais basais, cabeça simples, bi ou trilolobada, a base da cabeça mais larga que os dutos individuais na junção com o corpo (Fig. 103) Nyssomyia intermedia
25(22). Cibário com dois pares de dentes posteriores (Fig. 105); espermatecas com os dutos individuais ca. de duas vezes mais longos que o comprimento do corpo (Fig. 104) Psychodopygus geniculatus
Cibário com número de dentes variável; espermatecas com os dutos individuais mais curtos que o comprimento do corpo 26
26(25). Catepisterno e todas as coxas pálidos 27
Catepisterno e apenas coxas anteriores castanhos claras 28
27(26). Paratergito escuro, em nítido contraste com a pleura torácica totalmente pálida; cibário com três ou quatro pares de dentes posteriores (Fig. 106); espermateca com anel apical assimétrico e cabeça lateralizada (Fig. 107) Psychodopygus lloydi
Paratergito claro, e pleura torácica parcialmente castanha; cibário com dois pares de dentes posteriores (Fig. 108); espermateca com anel apical praticamente simétrico e cabeça em posição normal (Fig. 109) Psychodopygus hirsutus
28(26). Cibário com dois ou três pares de dentes posteriores inclinados para a linha mediana (Fig. 110); espermateca com anel apical praticamente simétrico e cabeça em posição normal, ângulo formado pela junção dos dutos individuais muito próximo a 180º (Fig. 111) Psychodopygus ayrozai
Cibário com três ou quatro pares de dentes posteriores voltados para a faringe (Fig. 112); espermateca com anel apical assimétrico e cabeça em posição lateral, ângulo formado pela junção dos dutos individuais menor que 180º (Fig. 113) Psychodopygus arthuri
29(20). Cibário com os dentes posteriores fundidos na base (Fig. 114) Micropygomyia schreiberi
Cibário com os dentes posteriores não fundidos na base 30
30(29). Cibário com os dentes anteriores em dois conjuntos laterais formados por dentes menores e um conjunto central formado por dentes grandes (Fig. 115); espermateca com dutos individuais com mais de 20 vezes o comprimento do corpo (Fig. 116) Psathyromyia brasiliensis
Cibário não como descrito acima; dutos individuais com menos de quatro vezes o comprimento do corpo 31
31(30). Cibário com os dentes anteriores completamente lateralizados (Figs. 117 e 118) 32
Cibário com os dentes anteriores em posição vertical 33
32(31). Espermateca com dutos individuais e comum levemente estriados, sendo os individuais mais curtos que o duto comum, cerca de 15 anéis, sendo o anel apical mais largo que o anel precedente (Fig. 119) Evandromyia bourrouli
Espermateca com dutos individuais e comum esclerotinizados, sendo os individuais mais longos que o comum, 5-6 anéis hialinos e mais um anel com bainha fortemente esclerotinizada em posição oblíqua aos demais, anel apical de largura semelhante aos demais (Fig. 120) Evandromyia termitophila
33(31). Cibário com alguns dentes anteriores horizontais (Fig. 121); faringe larga; espermateca com os anéis centrais com menor diâmetro que os anéis basal e apical (Fig. 122) Martinsmyia alphabetica
Sem o conjunto de caracteres acima 34
34(33). Mesonoto com metade anterior castanha, metade posterior e escutelo pálidos, com aspecto bicolor; cibário com numerosos dentes anteriores formando um conjunto central, além de alguns dentes em linha e de alguns outros laterais (Fig. 123); espermateca com os dutos individuais mais curtos que o comum (Fig. 124) Bichromomyia flaviscutellata
Mesonoto e escutelo de mesma cor; cibário variável; espermateca com os dutos individuais mais longos que o comum (Figs. 125 e 126) 35
35(34). Cibário com dois pares de dentes posteriores (Fig. 127) Psathyromyia lanei
Cibário com seis ou mais pares de dentes posteriores (Fig. 128) Psathyromyia hermanlenti
36(18). Corpo da espermateca cilíndrico (Figs. 129-131) 37
Corpo da espermateca com outro aspecto (Figs. 132-134) 39
37(36). Esclerito cervical com duas sensilas; cibário com três pares de dentes posteriores (Fig. 135) Psathyromyia punctigeniculata
Esclerito cervical com três sensilas; cibário com dois pares de dentes posteriores (Figs. 136 e 137) 38
38(37). Pronoto e paratergito castanhos escuros, contrastando com as pleuras claras; corpo da espermateca liso (Fig. 130) Psathyromyia pestanai
Pronoto, paratergito e área superior do anepisterno castanhos claros; corpo da espermateca com estrias longitudinais (nem sempre visíveis) (Fig. 131) Psathyromyia shannoni
39(36). Cibário com área esclorotizada ampla e várias fileiras de dentes anteriores (Figs. 138-140) 40
Cibário com área esclerotinizada estreita e uma ou duas fileiras transversais de dentes anteriores (Figs. 141-156) 42
40(39). Cibário com dois pares de dentes posteriores (Fig. 138) Psathyromyia lutziana
Cibário com cinco ou mais pares de dentes posteriores 41
41 (40). Coxas castanhas; cibário com dentes posteriores unidos na base (Fig. 139); espermateca com cabeça destacada do corpo, duto comum distinto (Fig. 133A e 133B) Psathyromyia pascalei
Coxas castanhos claras; cibário com dentes posteriores individualizados (Fig. 140); espermateca com cabeça não destacada do corpo, duto comum rudimentar (Fig. 134) Psathyromyia aragaoi
42(39). Espermateca com dutos individuais esclerotinizados (Figs. 157-163) 43
Espermateca com dutos individuais sem esclerotinização (Figs. 164-172) 49
43(42). Tórax com cerdas metepimerais e metepisternais (Fig. 1); cibário com dentes anteriores e posteriores pequenos (Figs. 141) Pintomyia christenseni
Tórax sem cerdas metepimerais e metepisternais; cibário não como descrito acima 44
44(43). Cibário com dentes anteriores em conjuntos lateralizados (Figs. 142 e 143); espermateca com duto comum estriado, com as margens externas fortemente esclerotinizadas e corpo em forma de maçã 45
Cibário e espermateca variáveis; duto comum sem estriação 46
45(44). Espermatecas: duto individual cerca de quatro vezes o comprimento do duto comum (Fig. 158) Evandromyia carmelinoi
Espermatecas: duto individual com menos de três vezes o comprimento do duto comum (Fig. 159) Evandromyia lenti
46(44). Coxas castanhas escuras; espermateca com cabeça subesférica e mais curta que o comprimento do corpo (Fig. 160) Pintomyia pessoai
Coxas pálidas ou pelo menos a anterior clara; espermateca com cabeça variável 47
47(46). Tórax e coxas castanho claras; cibário com dois dentes anteriores grandes situados na região mediana (Fig. 145); tergito 8 sem cerdas; espermatecas com os dutos individuais completamente esclerotinizados (Fig. 161) Pressatia choti
Tórax castanho ou castanho escuro; cibário sem os dentes anteriores desenvolvidos (Figs. 146 e 147); tergito 8 com cerdas; espermatecas com os dutos individuais sem esclerotinização ou parcialmente esclerotinizados 48
48(47). Tórax castanho e coxas pálidas; espermateca com cabeça que não se destaca da parede do corpo (Fig. 162) Pintomyia bianchigalatiae
Tórax e coxas castanho escuras, exceto pela coxa anterior castanho clara; espermateca com cabeça grande, de diâmetro maior que o do corpo (Fig. 163) Pintomyia fischeri
49(42). Tórax com a pleura torácica totalmente castanho escura; furca genital com reentrância em direção à haste 50
Tórax com a pleura torácica total ou parcialmente pálida; furca genital sem reentrância em direção à haste 51
50(49). Espermateca com o corpo alongado, dotado de forte estriação transversal e um anel apical na forma de um cone invertido (Fig. 164) Pintomyia misionensis
Espermateca com corpo globoso, algumas estriações transversais e sem anel apical (Fig. 165A e 165B) Pintomyia monticola
51(49). Espermateca com corpo vesiculoso, alongado e de difícil visualização (Fig. 166) Migonemyia bursiformis
Espermateca com corpo globoso e de fácil visualização 52
52(51). Cibário com dentes posteriores unidos na base (Fig. 151); espermateca e dutos curtos, não alcançando o ápice da haste da furca genital, cabeça ausente e com os pêlos (dutos de células glandulares) implantados diretamente na superfície do corpo (Fig. 167) Expapillata firmatoi
Cibário variável; espermateca mais longa que descrita acima com cabeça e pêlos presentes 53
53(52). Espermateca com os dutos individuais dilatados (Fig. 168) Evandromyia petropolitana
Espermateca não como descrita acima 54
54(53). Cibário com dentes anteriores formando conjuntos laterais (Fig. 153); pleura torácica pálida e coxas castanhas claras; tergito 8 sem cerdas; espermateca com corpo fortemente estriado transversalmente, cabeça bem grande, duto comum longo, de difícil visualização (Fig. 169) Evandromyia correalimai
Cibário, pleura torácica, coxas, duto comum variáveis, corpo da espermateca liso 55
55(54). Espermateca com os dutos individuais com ca. de 5 vezes o comprimento do corpo, este achatado nos pólos (Fig. 170) Evandromyia edwardsi
Espermateca com o dutos individuais com ca. de 12 vezes o comprimento do corpo, este esférico (Figs. 171 e 172) Evandromyia sallesi*
E. cortelezzii*
* Não foi possível identificar caracteres que permitam distinguir com segurança as fêmeas dessas duas espécies.
DISCUSSÃO
Chaves taxonômicas são importantes para a correta identificação dos organismos e, para que possam ser empregadas por não-especialistas devem apresentar caracteres de fácil observação e serem ricamente ilustradas.
A principal diferença entre a chave apresentada neste trabalho e a de Galati (2003b) consiste na redução e, quando possível, na eliminação de caracteres difíceis de observação e daqueles presentes em apêndices, os quais podem ser perdidos durante o processo de captura, diafanização e montagem dos espécimes.
Para as espécies Pressatia choti (Floch & Abonnec, 1941) e Pressatia trispinosa (Mangabeira, 1942) registradas no estado de São Paulo, respectivamente por Forattini et al. (1976) e Barretto (1943), não existem relatos posteriores de suas ocorrências.
A distinção entre fêmeas de Evandromyia sallesi (Galvão & Coutinho, 1939) e E. cortelezzii (Brèthes, 1923) pode ser feita, grosseiramente, pela largura dos dutos individuais, mais largos em E. sallesi, mas esta diferenciação nem sempre é confiável; assim a identificação por associação com os machos é mais segura.
AGRADECIMENTOS
À CAPES pela concessão da bolsa de doutorado. Ao Dr. Claudio Casanova, Dra. Eudina A.M.F. Barata da Superintendência de Controle de Endemias da Secretaria da Saúde de São Paulo/SP e Dra. Elisabeth Fernandes Bertoletti Gonçalves e Dra. Neide de Oliveira Castelo do Centro de Controle de Zonoses/SP pela ajuda valiosa na avaliação da chave de identificação. Aos Dr. Carlos E. Lamas e Dra. Maria Anice M. Sallum curadores da Coleção de Invertebrados do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (MZUSP) e da Coleção Entomológica da Faculdade de Saúde Pública - Universidade de São Paulo (FSP/USP) respectivamente, por permitir acesso ao material das coleções. E a Airton A. Cruz pela elaboração das pranchas e arte-final
Submetido em: 13.05.2011
Aceito em: 21.09.2011
Impresso em: 16.12.2011
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Chave de identificação ilustrada dos Phlebotominae (Diptera, Psychodidae) do estado de São Paulo, Brasil
Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
29 Nov 2011 -
Data do Fascículo
2011
Histórico
-
Aceito
21 Set 2011 -
Recebido
13 Maio 2011