Resumos
Foi feita uma revisão dos levantamentos malacológicos realizados pela Fundação Nacional de Saúde em 52 municípios de 8 microrregiões do estado de Santa Catarina, Brasil, de 1981 a 1994. Cinqüenta deles foram positivos para Biomphalaria tenagophila, o único vetor do Schistosoma mansoni identificado nos 94.535 exemplares examinados. Das 1.358 localidades trabalhadas, 617 (45,4%) foram positivas, variando de 4,3% a 89,4%, por município. Os caramujos foram coletados em 0,2% a 26,3% das coleções hídricas pesquisadas, por município, sendo que 7,1% (2.013/28.120) serviam de criadourospara oplanorbídeo. Nos municípios de Araquari, Massaranduba, Joinville, Jaraguã do Sul e São Francisco do Sul, na microrregião de Joinville, foram encontrados caramujos infectados com S. mansoni. Os dois últimos são os focos de esquistossomose mansoni mais meridionais do Brasil. Outras pesquisas identificaram a B. peregrina, B. oligoza, B. schrammi, B. straminea e B. occidentalis.
Planorbídeo; Biomphalaria sp; Esquistossomose mansoni; Santa Catarina; Distribuição geográfica
TA revision of the malacological surveys canied out in Santa Catarina, Brazil, by the National Health Foundation in 52 counties of 8 microregions between 1981 and 1994 was made. Fifty of them were positive for Biomphalaria tenagophila, the only schistosome vector identified in the 94,535 specimens collected. Of 1,358 districts, 617 (45.4%) were positive to the vector, varying from 4.3% to 89-4% per municipality. The percentages of water bodies with planorbids varied from 0.2% to 26.3 % and, of the total 28,120 examined, 2,013 (7.1%) were positive. Snails infected with cercariae of Schistosoma mansoni were found in the counties of Araquari, Massaranduba, Joinville, Jaraguá do Sul and São Francisco do Sul, the last two constituting the southernmost focus of schistosomiasis mansoni in Brazil. Otherplanorbid species identified were B. peregrina, B. oligoza, B. schrammi, B. straminea and B. occidentalis.
Planorbid; Biomphalaria sp; Schistosomiasis; Santa Catarina; Geographical distribution
ARTIGOS
Distribuição geográfica de planorbídeos em Santa Catarina, Brasil
Bruno R. Schlemper Junior; Joaquim A. Ferreira Neto; Paulo de Tarso São Thiago; Cinthya Bressan; Alessandro R. do Amarante
Endereço para correspondência Endereço para correspondência: Prof. Bruno R. Schlemper Junior. Depto. de Microbiologia e Parasitologia/UFSC. 88.040-900 Florianópolis, SC.
RESUMO
Foi feita uma revisão dos levantamentos malacológicos realizados pela Fundação Nacional de Saúde em 52 municípios de 8 microrregiões do estado de Santa Catarina, Brasil, de 1981 a 1994. Cinqüenta deles foram positivos para Biomphalaria tenagophila, o único vetor do Schistosoma mansoni identificado nos 94.535 exemplares examinados. Das 1.358 localidades trabalhadas, 617 (45,4%) foram positivas, variando de 4,3% a 89,4%, por município. Os caramujos foram coletados em 0,2% a 26,3% das coleções hídricas pesquisadas, por município, sendo que 7,1% (2.013/28.120) serviam de criadourospara oplanorbídeo. Nos municípios de Araquari, Massaranduba, Joinville, Jaraguã do Sul e São Francisco do Sul, na microrregião de Joinville, foram encontrados caramujos infectados com S. mansoni. Os dois últimos são os focos de esquistossomose mansoni mais meridionais do Brasil. Outras pesquisas identificaram a B. peregrina, B. oligoza, B. schrammi, B. straminea e B. occidentalis.
Palavras-chaves: Planorbídeo. Biomphalaria sp. Esquistossomose mansoni. Santa Catarina. Distribuição geográfica.
ABSTRACT
TA revision of the malacological surveys canied out in Santa Catarina, Brazil, by the National Health Foundation in 52 counties of 8 microregions between 1981 and 1994 was made. Fifty of them were positive for Biomphalaria tenagophila, the only schistosome vector identified in the 94,535 specimens collected. Of 1,358 districts, 617 (45.4%) were positive to the vector, varying from 4.3% to 89-4% per municipality. The percentages of water bodies with planorbids varied from 0.2% to 26.3 % and, of the total 28,120 examined, 2,013 (7.1%) were positive. Snails infected with cercariae of Schistosoma mansoni were found in the counties of Araquari, Massaranduba, Joinville, Jaraguá do Sul and São Francisco do Sul, the last two constituting the southernmost focus of schistosomiasis mansoni in Brazil. Otherplanorbid species identified were B. peregrina, B. oligoza, B. schrammi, B. straminea and B. occidentalis.
Keywords: Planorbid. Biomphalaria sp. Schistosomiasis. Santa Catarina. Geographical distribution.
Texto completo disponível apenas em PDF.
Full text available only in PDF format.
Recebido para publicação em 11/02/95.
- 1. Atlas Escolar de Santa Catarina. Secretaria de Estado de Coordenação e Planejamento, Subsecretaria de Estudos Geográficos e Estatísticos.Aerofoto Cruzeiro S.A. Rio de Janeiro, 1991.
- 2. Bemardini OJ, Machado MM. Esquistossomose mansoni em Santa Catarina: isolamento do Schistosoma mansoni do primeiro foco de transmissão ativa em São Francisco do Sul. Arquivos Catarinenses de Medicina 10:213,1981.
- 3. Bernardini OJ, Machado MM, Espíndola KS, Gomes ZRD. Estudo da susceptibilidade de Biomphalaria tenagophila Orbigny, 1835, procedentes do Córrego Grande, Florianópolis, Santa Catarina, a cepa Beberibe (PE) de Schistosoma mansoni Sambon, 1907. In: Caderno de Resumos da II Semana da Pesquisa da Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, p. 255,1994.
- 4. Corrêa RR, Murgel JMT, Piza JT, Ramos AS, Dias LCS, Morais LVC, Rosário FF. Dispersão de Biomphalaria straminea, hospedeira intermediária do Schistosoma mansoni através da distribuição de peixes. Revista de Saúde Pública de São Paulo 4:117-127,1970.
- 5. Cunha Neto AG. Biomphalaria straminea em Pôrto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. Nota Prévia. Atas da Sociedade de Biologia do Rio de Janeiro 15:151,1972.
- 6. Espíndola KS, Hofmann PRP, Machado MM. Preliminary survey of the planorbidic fauna in Santa Catarina island, Santa Catarina, Brazil. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz 85: 375, 1990.
- 7. Espíndola KS, Machado MM, Hofmann PRP. Natural and experimental infection of planorbids from the island of Santa Catarina (Brazil). Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo 34: 289-294,1992.
- 8. Ferrari AA, Hofmann PRP. First register of Biomphalaria straminea Dunker, 1848, ín Santa Catarina state. Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo 34:33-35,1992.
- 9. Ferreira Neto JA, Cavalcanti JR. Esquistossomose autóctone em Santa Catarina, Brasil. In: Anais do XIX Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical. Rio de Janeiro, p. 98-99,1983.
- 10. Lobo AGS, Luz E. Contribuição ao conhecimento da distribuição geográfica dos planorbídeos no Estado do Paraná. Revista Brasileira de Malariologia e Doenças Tropicais 6: 546-554, 1954.
- 11. Louzada JLZ. Esquistossomose mansônica (Primeiro caso autóctone no Rio Grande do Sul). Revista Brasileira de Medicina 30:533-535,1973.
- 12. Machado MM. Estudo do comportamento de Biomphalaria tenagophila de São Francisco do Sul (SC) frente a diferentes cepas de Schistosoma mansoni In: Caderno de Resumos da II Semana da Pesquisa da Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, p. 256,1994.
- 13. Paraense WL. The synonymy and distribution of Biomphalaria peregrina in the neotropical region. Revista Brasileira de Biologia 26:269-296, 1966.
- 14. Paraense WL. Fauna planorbídica do Brasil. In: Lacaz CS, Baruzzi RG, Siqueira Junior W (eds) Introdução à Geografia Médica do Brasil. Editora Edgar Blücher e Universidade de São Paulo, São Paulo, p. 213-239,1972.
- 15. Paraense WL. Biomphalaria oligoza n.n. for Tropicorbisphilippianus (Dunker) sensu Lucena. Revista Brasileira de Biologia 34: 379-386,1974.
- 16. Paraense WL. Estado atual da sistemática dos planorbídeos brasileiros (Mollusca, Gastropoda). Arquivos do Museu Nacional do Rio de Janeiro 55:105-128,1975.
- 17. Paraense WL. Biomphalana occidentalis, sp.n. from South America (Mollusca Basommatophora Pulmonata). Memórias do Instituto Oswaldo Cruz 76:199-211,1981.
- 18. Paraense WL. Modernos conhecimentos sobre Esquistossomose Mansônica. Distribuição dos caramujos no Brasil. Anais da Academia Mineira de Medicina 14 (supl. de 1983 e 1984): 117-128, 1986.
- 19. Paraense WL, Corrêa LR. Probable extension of schistosomiasis mansoni to southernmost Brazil. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz 82: 577, 1987.
- 20. São Thiago P. T. Sobre um novo foco de esquistossomose mansoni em Santa Catarina. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 27 (supl. 1): 192,1994.
- 21. Teles HMS, Pereira PAC, Richinitti LMZ. Distribuição de Biomphalaria (Gastropoda, Planorbidae) nos Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, Brasil. Revista de Saúde Pública de São Paulo 25:350-352,1991.
- 22. Vaz JF. Distribuição e dipersão de Biomphalaria tenagophila (d'Orbigny, 1835) (Gastropoda- Pulmonata). Ciência e Cultura 41:14-27,1989.
- 23. Vaz JF, Elmor MRD, Gonçalves LMC. Levantamento planorbídico do Estado de São Paulo: 8a Região Administrativa (Grande Área de São José do Rio Preto). Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo 34: 527-534,1992.
Endereço para correspondência:
Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
04 Abr 2013 -
Data do Fascículo
Out 1996
Histórico
-
Aceito
11 Fev 1995 -
Recebido
11 Fev 1995