Palavras-chave
Procedimentos Cirúrgicos Cardíacos/métodos; Extubação/métodos; Complacência Pulmonar; Insuficiência Respiratória; Cuidados Pós-Operatórios
O excelente trabalho "Relação entre Complacência Pulmonar Estática e a Falha de Extubação em Pacientes no Pós-Operatório de Cirurgia Cardíaca"11 Ramos TB, Figueiredo LC, Martins LC, Falcão AL, Ratti LSR, Petrucci O, Relação entre a complacência pulmonar estática e a falha de extubação em pacientes em pós-operatório de cirurgia cardíaca. Arq Bras Cardiol.2024;121(2):e20230350 Doi:36660/abc.20230350. publicado nos Arquivos Brasileiros de Cardiologia, nos dá mais uma ferramenta para auxiliar na decisão para permitir extubação com sucesso mantido, no pós-operatório de cirurgia cardíaca. Os autores estudaram 102 pacientes submetidos a diversas operações cardíacas com circulação extracorpórea e observaram necessidade de reintubação em 25 pacientes (24,51%) após 48 horas de extubação. Os pacientes que falharam na extubação tiveram complacência pulmonar mais baixa do que os que não tiveram necessidade de serem reintubados. O ponto de corte da complacência pulmonar estática para uma extubação sem necessidade de reintubação foi de 41 ml/ cm H2O, sendo o normal entre 60 e 100 ml/ cm H2O. Na análise de regressão logística múltipla a falha de extubação foi 9,1 vezes maior em pacientes com complacência pulmonar inferior a 41 ml/ cm H2O. Também observaram que a complacência pulmonar estática mais baixa foi acompanhada de pior troca gasosa. Recomendam que a medida da complacência pulmonar estática deva ser incluída na avaliação pós-operatória do paciente submetido à cirurgia cardíaca.
Parte do material deste artigo integrou a dissertação de mestrado da Dra. Thais da Silva Brito, realizada sob a orientação da Professora Doutora Desanka Dragosavac, na Universidade Estadual de Campinas.22 Bento TS. A redução da complacência pulmonar estática como fator preditivo na falha de extubação no pós-operatório de cirurgia cardíaca. Dissertação, Campinas(SP): Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas; 2019. doi: 10.47749/T/unicamp.2019.1095245
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Necessidade de nova intubação pós extubação é extremamente danosa e ocasiona maior tempo de UTI, maior tempo em respirador, maior tempo de internação e maior mortalidade. A menor complacência pulmonar estática e reintubação são demonstrações de piora clínica e respiratória. Evitar extubação precoce é importante para não acrescentar problemas a um paciente em pós-operatório de cirurgia cardíaca.22 Bento TS. A redução da complacência pulmonar estática como fator preditivo na falha de extubação no pós-operatório de cirurgia cardíaca. Dissertação, Campinas(SP): Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas; 2019. doi: 10.47749/T/unicamp.2019.1095245
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Este trabalho merece alguns comentários: 1 - Com um número maior de pacientes sendo extubados na sala de operações, as medidas de complacência pulmonar estática, fora do ambiente de pesquisa, deveriam provavelmente começar a serem tomadas no centro cirúrgico.33 James L, Smith DE, Galloway AC, Paone D, Allison M, Shrivastava S, Routine extubation in the operating room after isolated coronary artery by-pass. Ann Thorac Surg. 2024;117(1):87-94. doi: 10.1016/j.athoracsur.2023.09.031
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2 - O problema não é a reintubação em si, mas sim a etiologia do problema que levou à falha de extubação. Seria interessante analisar o comportamento tardio da complacência pulmonar estática e conhecer os motivos que levaram à falha de extubação.
Atualmente muito se tem publicado sobre programas de melhor recuperação após cirurgia cardíaca (ERAS- Enhanced recovery after surgery) e a extubação precoce faz parte destes estudos.44 Grant MC, Isada T, Ruzankin P, Whitman G, Lawton JS, Dodd-o J, et al. Results from an enhanced recovery program for cardiac surgery. J Thorac Cardiovasc Surg. 2022;159(4):1393-402e7. doi: 10.1016/j.jtcvs.2019.05.035
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O importante, no entanto, não é a rapidez da extubação, mas a adequação para fazê-lo no momento certo.55 Grant MC. Extubation after cardiac surgery:it"s not the destination, it"s the journey. Ann Thorac Surg. 2024;117(1):94-5. doi: 10.1016/j.athoracsur.2023.09.047
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Neste contexto a medida da complacência pulmonar estática pode ser de grande valor na tomada de decisão a favor da extubação precoce.
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Minieditoial referente ao artigo: Relação entre a Complacência Pulmonar Estática e a Falha de Extubação em Pacientes Pós-Operatório de Cirurgia Cardíaca
Referências
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1Ramos TB, Figueiredo LC, Martins LC, Falcão AL, Ratti LSR, Petrucci O, Relação entre a complacência pulmonar estática e a falha de extubação em pacientes em pós-operatório de cirurgia cardíaca. Arq Bras Cardiol.2024;121(2):e20230350 Doi:36660/abc.20230350.
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2Bento TS. A redução da complacência pulmonar estática como fator preditivo na falha de extubação no pós-operatório de cirurgia cardíaca. Dissertação, Campinas(SP): Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas; 2019. doi: 10.47749/T/unicamp.2019.1095245
» https://doi.org/10.47749/T/unicamp.2019.1095245 -
3James L, Smith DE, Galloway AC, Paone D, Allison M, Shrivastava S, Routine extubation in the operating room after isolated coronary artery by-pass. Ann Thorac Surg. 2024;117(1):87-94. doi: 10.1016/j.athoracsur.2023.09.031
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4Grant MC, Isada T, Ruzankin P, Whitman G, Lawton JS, Dodd-o J, et al. Results from an enhanced recovery program for cardiac surgery. J Thorac Cardiovasc Surg. 2022;159(4):1393-402e7. doi: 10.1016/j.jtcvs.2019.05.035
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5Grant MC. Extubation after cardiac surgery:it"s not the destination, it"s the journey. Ann Thorac Surg. 2024;117(1):94-5. doi: 10.1016/j.athoracsur.2023.09.047
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Datas de Publicação
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Publicação nesta coleção
29 Abr 2024 -
Data do Fascículo
2024
Histórico
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Recebido
26 Fev 2024 -
Revisado
20 Mar 2024 -
Aceito
20 Mar 2024