Palavras-chave
Doença de Chagas; Transplante Cardíaco; Imunossupressão
O acometimento cardíaco na Doença de Chagas (DC) representa a forma mais grave da doença, ocorrendo em 30 a 40 % dos pacientes infectados.11 Lima RS, Teixeira AB, Lima VL. Doença de Chagas: uma atualização bibliográfica. RBAC. 2019;51(2):103-6. doi: 10.21877/2448-3877.201900727.
https://doi.org/10.21877/2448-3877.20190...
Paciente com insuficiência cardíaca de origem chagásica muitas vezes são refratários ao tratamento medicamentoso, requerendo avaliação de necessidade de transplante cardíaco (TC). Após realização do TC faz-se necessário a imunossupressão do paciente para garantir maior chance de aceitação e vitalidade do enxerto, por outro lado, a imunossupressão é fator contribuinte para recidiva da DC, o que poderia comprometer diretamente o enxerto ou mesmo agravar outros parâmetros de saúde do paciente chagásico, repercutindo diretamente na mortalidade nos próximos 5 anos após transplante.22 Almeida DR. Transplante cardíaco na Doença de Chagas. Rev Soc Cardiol Estado de São Paulo. 2016; 26(4):266-71. Muitas das terapias cardíacas implementadas na DC advêm de terapias estudadas em cardiopatias de outras origens, sendo necessário mais pesquisas terapêuticas em populações de indivíduos portadores de DC.11 Lima RS, Teixeira AB, Lima VL. Doença de Chagas: uma atualização bibliográfica. RBAC. 2019;51(2):103-6. doi: 10.21877/2448-3877.201900727.
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O artigo intitulado Sobrevida de Pacientes Transplantados Cardíacos com Doença De Chagas Sob Diferentes Regimes de Imunossupressores Antiproliferativos33 Furquim SR, Galbiati LC, Avila MS, Marcondes Braga FG, Fukushima J, Mangini S, et al. Sobrevida de Pacientes Transplantados Cardíacos com Doença de Chagas Sob Diferentes Regimes de Imunossupressores Antiproliferativos. Arq Bras Cardiol. 2023;120(10):e20230133. doi: 10.36660/abc.20230133
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apresenta uma temática de extrema importância para o cenário da atenção aos indivíduos com Doença de Chagas, principalmente no que tange a desfechos danosos como óbito e reativação da doença.
Entretanto, visualizamos uma possibilidade de enriquecer mais as inferências apresentadas pelos autores por meio da distinção entre o conceito de risco para o evento de saúde e o risco de o tempo para o evento ocorrer. Esses dois conceitos são medidos de forma diferente em estudos longitudinais, sendo o risco para o evento medido através do risco relativo ou odds ratio e no caso no risco do tempo para ocorrência seria o hazard ratio (HR). O RR e o OR medem o risco em um intervalo de tempo fixo e o HR mede a velocidade em que o desfecho acontece.44 George A, Stead TS, Ganti L. What's the Risk: Differentiating Risk Ratios, Odds Ratios, and Hazard Ratios? Cureus. 2020;12(8):e10047. doi: 10.7759/cureus.10047.
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Dessa forma, o que na verdade os autores pretendiam medir, de acordo com os objetivos apresentados, seria o risco para o óbito e nesta situação a forma correta seria o RR, o qual revela a probabilidade para o óbito mediante alguma característica como a terapêutica imunossupressora. Sendo assim, o que temos apresentado na Tabela 3 é a velocidade (risco) para ocorrência do desfecho óbito.
Queremos sugerir que os autores apresentem uma tabela com análise multivariada por regressão de Poisson evidenciando o RR para o evento óbito assim como a mesma análise para o desfecho reativação da DC, a fim de confirmar a ausência de efeito da variável grupo imunossupressor, aprofundando os achados mostrados na Tabela 2.
Referências
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1Lima RS, Teixeira AB, Lima VL. Doença de Chagas: uma atualização bibliográfica. RBAC. 2019;51(2):103-6. doi: 10.21877/2448-3877.201900727.
» https://doi.org/10.21877/2448-3877.201900727 -
2Almeida DR. Transplante cardíaco na Doença de Chagas. Rev Soc Cardiol Estado de São Paulo. 2016; 26(4):266-71.
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3Furquim SR, Galbiati LC, Avila MS, Marcondes Braga FG, Fukushima J, Mangini S, et al. Sobrevida de Pacientes Transplantados Cardíacos com Doença de Chagas Sob Diferentes Regimes de Imunossupressores Antiproliferativos. Arq Bras Cardiol. 2023;120(10):e20230133. doi: 10.36660/abc.20230133
» https://doi.org/10.36660/abc.20230133 -
4George A, Stead TS, Ganti L. What's the Risk: Differentiating Risk Ratios, Odds Ratios, and Hazard Ratios? Cureus. 2020;12(8):e10047. doi: 10.7759/cureus.10047.
» https://doi.org/10.7759/cureus.10047
Datas de Publicação
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Publicação nesta coleção
20 Maio 2024 -
Data do Fascículo
2024
Histórico
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Recebido
19 Nov 2023 -
Revisado
10 Jan 2024 -
Aceito
10 Jan 2024