Resumos
Introdução:
A doença renal crônica (DRC) interfere diretamente na capacidade funcional, na independência e, consequentemente, na qualidade de vida (QV).
Objetivo:
Comparar a capacidade funcional e a qualidade de vida de doentes renais crônicos em hemodiálise (G1) e pré-dialíticos (G2).
Métodos:
Estudo transversal descritivo, 54 pacientes com DRC, 27 do G1 (58,15 ± 10,84 anos) e 27 do G2 (62,04 ± 16,56 anos). Verificaramse os fatores de risco cardiovasculares, medidas antropométricas, força muscular respiratória verificada por meio da pressão inspiratória (PImax) e expiratória (PEmax) máximas, teste de caminhada de seis minutos (TC6'), teste cardiopulmonar de exercício, teste de sentar e levantar de um minuto (TSL1') e o Short-Form Questionary (SF-36) para avaliar a QV. Os pacientes apresentavam estadiamento da doença entre 2 a 5. Realizou-se o teste de normalidade Kolmogorov-Smirnov e utilizou-se o teste t (Student) ou o teste U (Mann Whitney) para a comparação das médias das variáveis quantitativas e o teste de Quiquadrado de Pearson e exato de Fischer para as variáveis qualitativas. Para identificar as correlações, foi utilizado o teste de Pearson ou de Spearman.
Resultados:
Não foi encontrada diferença estatisticamente significativa entre G1 e G2, no VO2pico (p = 0,259), no TC6' (p = 0,433), na PImax (p = 0,158) e somente foi encontrada diferença na PEmax (p = 0,024) para G1. Os escores do questionário SF-36 mostram em ambos os grupos um pior estado de saúde evidenciada pela pontuação baixa nos escores de QV.
Conclusão:
Os pacientes com DRC apresentaram reduzida capacidade funcional e QV, sendo que a hemodiálise não demonstrou estatisticamente ter repercussão negativa quando comparados com os pacientes pré-dialíticos.
avaliação em saúde; diálise renal; hemodiálise no domicílio; qualidade de vida
Introduction:
Chronic kidney disease (CKD) infers directly in functional capacity, independence and therefore quality of life (QOL).
Objective:
To compare the physical fitness and quality of life of patients with chronic kidney disease submitted on hemodialysis (G1) and predialysis treatment (G2).
Methods:
A cross-sectional study, 54 patients with CKD, 27 of the G1 group (58.15 ± 10.84 years), 27 of G2 group (62.04 ± 16.56 years). There were cardiovascular risk factors, anthropometric measurements, respiratory muscle strength was measured by the inspiratory pressure (MIP) and expiratory (MEP) maximum measured in the manometer, six-minute walk (TC6'), cardiopulmonary exercise test, sit and stand one minute test (TSL1') and the Short-Form Questionary (SF-36) to assess QOL. The patients presented disease of stage between 2 and 5. It was applied the Kolmogorov-Smirnov normality test and used the t (Student) test or the U (Mann Whitney) test to compare the means of quantitative variables and the chi-square Pearson test and Fisher's exact test for qualitative variables. Pearson's or Spearman's test was used to identify correlations.
Results:
No statistically significant difference was found between G1 and G2 in VO2peak (p = 0,259) in TC6' (p = 0,433) in the MIPmáx (p = 0,158) and found only in the MEPmáx (p = 0,024) to G1. The scores of the SF-36 in both groups showed a worse health status as evidenced by the low score in scores for QOL.
Conclusion:
Patients with CKD had reduced functional capacity and QOL, and hemodialysis, statistically, didn't have showed negative repercussions when compared with pre-dialysis patients.
health evaluation; hemodialysis, home; quality of life; renal dialysis
Introdução
O aumento das doenças crônicas degenerativas projetou a doença renal crônica (DRC) como
uns dos maiores desafios da saúde pública, sendo esta considerada um problema social e
econômico em todo o mundo, associada a inúmeras comorbidades, bem como a altos gastos em
saúde pública.11 Heiwe S, Clyne N, Dahlgren MA. Living with chronic renal failure:
patients' experiences of their physical and functional capacity. Physiother Res Int
2003;8:167-77. DOI: http://dx.doi.org/10.1002/pri.287
http://dx.doi.org/10.1002/pri.287...
,22 Locatelli F, Vecchio LD, Pozzoni P. The importance of early detection of
chronic kidney disease. Nephrol Dial Transplant 2002;17:2-7. DOI:
http://dx.doi.org/10.1093/ndt/17.suppl_11.2
http://dx.doi.org/10.1093/ndt/17.suppl_1...
Desta forma, a vigilância é importante para evitar o aumento da
endemia, pois a expressão clínica das doenças crônicas geralmente ocorre após longo
tempo de exposição aos fatores de risco e da convivência assintomática do indivíduo com
a doença não diagnosticada.33 Yach D, Hawkes C, Gould CL, Hofman KJ. The global burden of chronic
diseases: overcoming impediments to prevention and control. JAMA 2004;291:2616-22.
PMID: 15173153 DOI: http://dx.doi.org/10.1001/jama.291.21.2616
http://dx.doi.org/10.1001/jama.291.21.26...
Os pacientes com doença renal crônica vêm apresentando um aumento na sobrevida, devido
ao emprego da terapia renal de substituição.44 Goldberg AP, Geltman EM, Gavin JR 3rd, Carney RM, Hagberg JM, Delmez JA,
et al. Exercise training reduces coronary risk and effectively rehabilitates
hemodialysis patients. Nephron 1986;42:311-6. PMID: 3960242 DOI:
http://dx.doi.org/10.1159/000183694
http://dx.doi.org/10.1159/000183694...
A
terapia renal substitutiva de escolha é um transplante renal bem sucedido, porém, a
hemodiálise e a diálise peritoneal apresentam resultados clínicos semelhantes, sendo o
tratamento mais utilizado.55 Medeiros RH, Pinent CEC, Meyer F. Aptidão física de indivíduo com doença
renal crônica. J Bras Nefrol 2002;24:81-7. Apesar disto, estudos
demonstraram o impacto negativo que a doença e o tratamento desencadeiam nos pacientes
sobre o sistema cardiorrespiratório, músculo-esquelético e qualidade de vida (QV),66 Adams GR, Vaziri ND. Skeletal muscle dysfunction in chronic renal
failure: effects of exercise. Am J Physiol Renal Physiol
2006;290:F753-61.
7 Cleary J, Drennan J. Quality of life of patients on hemodialysis for
end-stage renal disease. J Adv Nurs 2005;51:577-86. DOI:
http://dx.doi.org/10.1111/j.1365-2648.2005.03547.x
http://dx.doi.org/10.1111/j.1365-2648.20...
8 Duarte PS, Miyazaki MC, Ciconelli RM, Sesso R. Translation and cultural
adaptation of the quality of life assessment instrument for chronic renal patients
(KDQOL-SF). Rev Assoc Med Bras 2003;49:375-81. DOI:
http://dx.doi.org/10.1590/S0104-42302003000400027
http://dx.doi.org/10.1590/S0104-42302003...
9 Schardong TJ, Lukrafka JL, Garcia VD. Avaliação da função pulmonar e da
qualidade de vida em pacientes com doença renal crônica submetidos à hemodiálise. J
Bras Nefrol 2008;30:40-7.-1010 Kolewaski CD, Mullally MC, Parsons TL, Paterson ML, Toffelmire EB,
King-VanVlack CE. Quality of life and exercise rehabilitation in end stage renal
disease. CANNT J 2005;15:22-9. consequentemente, interferindo na saúde física e mental,11 Heiwe S, Clyne N, Dahlgren MA. Living with chronic renal failure:
patients' experiences of their physical and functional capacity. Physiother Res Int
2003;8:167-77. DOI: http://dx.doi.org/10.1002/pri.287
http://dx.doi.org/10.1002/pri.287...
,1111 Floyd M, Ayyar DR, Barwick DD, Hudgson P, Weightman D. Myopathy in
chronic renal failure. Q J Med 1974;43:509-24. na funcionalidade,1212 Kouidi E, Albani M, Natsis K, Megalopoulos A, Gigis P, Guiba-Tziampiri
O, et al. The effects of exercise training on muscle atrophy in haemodialysis
patients. Nephrol Dial Transplant 1998;13:685-99. DOI:
http://dx.doi.org/10.1093/ndt/13.3.685
http://dx.doi.org/10.1093/ndt/13.3.685...
,1313 Bergström J, Lindholm B. Malnutrition, cardiac disease, and mortality:
an integrated point of view. Am J Kidney Dis 1998;32:834-41. DOI:
http://dx.doi.org/10.1016/S0272-6386(98)70148-9
http://dx.doi.org/10.1016/S0272-6386(98)...
na independência, no
bem-estar geral e no convívio social.1414 Meo SA, Al-Drees AM, Arif M, Shah FA, Al-Rubean K. Assessment of
respiratory muscles endurance in diabetic patients. Saudi Med J
2006;27:223-6. Isto
repercute na redução da capacidade funcional e força muscular dos pacientes.1111 Floyd M, Ayyar DR, Barwick DD, Hudgson P, Weightman D. Myopathy in
chronic renal failure. Q J Med 1974;43:509-24.,1515 Dall'Ago P, Chiappa GR, Guths H, Stein R, Ribeiro JP. Inspiratory muscle
training in patients with heart failure and inspiratory muscle weakness: a randomized
trial. J Am Coll Cardiol 2006;47:757-63. DOI:
http://dx.doi.org/10.1016/j.jacc.2005.09.052
http://dx.doi.org/10.1016/j.jacc.2005.09...
16 Ramirez-Sarmiento A, Orozco-Levi M, Guell R, Barreiro E, Hernandez N,
Mota S, et al. Inspiratory muscle training in patients with chronic obstructive
pulmonary disease: structural adaptation and physiologic outcomes. Am J Respir Crit
Care Med 2002;166:1491-7. DOI:
http://dx.doi.org/10.1164/rccm.200202-075OC
http://dx.doi.org/10.1164/rccm.200202-07...
17 Kunikoshita LN, Silva YP, Silva TLP, Costa D, Jamami M. Efeitos de três
programas de fisioterapia respiratória (PFR) em portadores de DPOC. Rev Bras Fisioter
2006;10:449-55. DOI:
http://dx.doi.org/10.1590/S1413-35552006000400014
http://dx.doi.org/10.1590/S1413-35552006...
-1818 Quintanilla AP, Sahgal V. Uremic myopathy. Int J Artif Organs
1984;7:239-42. Vários estudos
mostram que a função muscular respiratória pode estar prejudicada tanto na insuficiência
cardíaca (IC),1515 Dall'Ago P, Chiappa GR, Guths H, Stein R, Ribeiro JP. Inspiratory muscle
training in patients with heart failure and inspiratory muscle weakness: a randomized
trial. J Am Coll Cardiol 2006;47:757-63. DOI:
http://dx.doi.org/10.1016/j.jacc.2005.09.052
http://dx.doi.org/10.1016/j.jacc.2005.09...
nos diabéticos,1414 Meo SA, Al-Drees AM, Arif M, Shah FA, Al-Rubean K. Assessment of
respiratory muscles endurance in diabetic patients. Saudi Med J
2006;27:223-6.,1919 Wanke T, Formanek D, Auinger M, Popp W, Zwick H, Irsigler K. Inspiratory
muscle performance and pulmonary function changes in insulin-dependent diabetes
mellitus. Am Rev Respir Dis 1991;143:97-100. DOI:
http://dx.doi.org/10.1164/ajrccm/143.1.97
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na doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC)1616 Ramirez-Sarmiento A, Orozco-Levi M, Guell R, Barreiro E, Hernandez N,
Mota S, et al. Inspiratory muscle training in patients with chronic obstructive
pulmonary disease: structural adaptation and physiologic outcomes. Am J Respir Crit
Care Med 2002;166:1491-7. DOI:
http://dx.doi.org/10.1164/rccm.200202-075OC
http://dx.doi.org/10.1164/rccm.200202-07...
,1717 Kunikoshita LN, Silva YP, Silva TLP, Costa D, Jamami M. Efeitos de três
programas de fisioterapia respiratória (PFR) em portadores de DPOC. Rev Bras Fisioter
2006;10:449-55. DOI:
http://dx.doi.org/10.1590/S1413-35552006000400014
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e também em
indivíduos com DRC1111 Floyd M, Ayyar DR, Barwick DD, Hudgson P, Weightman D. Myopathy in
chronic renal failure. Q J Med 1974;43:509-24.,1818 Quintanilla AP, Sahgal V. Uremic myopathy. Int J Artif Organs
1984;7:239-42. que já realizam hemodiálise regularmente.
Estudos vêm demonstrando que pacientes com DRC em hemodiálise apresentam alterações
físicas,99 Schardong TJ, Lukrafka JL, Garcia VD. Avaliação da função pulmonar e da
qualidade de vida em pacientes com doença renal crônica submetidos à hemodiálise. J
Bras Nefrol 2008;30:40-7.,2020 Menezes Junior CAV, Guia MJ, Perão KA, Santos E. Repercussões da doença
renal crônica e da hemodiálise na função pulmonar: uma revisão bibliográfica. Rev
UNILUS Ensino Pesqui. 2013;10:21-4.,2121 Cury JL, Brunetto AF, Aydos RD. Efeitos negativos da insuficiência renal
crônica sobre a função pulmonar e a capacidade funcional. Rev Bras Fisioter
2010;14:91-8. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S1413-35552010005000008
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sendo que o
mesmo comportamento é observado em pacientes com DRC submetidos a transplante renal2222 Ferrari RS, Schaan CW, Cerutti K, Menedes J, Garcia CD, Monteiro MB, et
al. Avaliação da capacidade funcional e pulmonar em pacientes pediátricos
transplantados renais. J Bras Nefrol 2013;35:35-41. DOI:
http://dx.doi.org/10.5935/01012800.20130006
http://dx.doi.org/10.5935/01012800.20130...
e naqueles que ainda não realizam diálise.2323 Coelho CC, Aquino ES, Lara KL, Peres TM, Barja PR, Lima EM. Repercussões
da insuficiência renal crônica na capacidade de exercício, estado nutricional, função
pulmonar e musculatura respiratória de crianças e adolescentes. Rev Bras Fisioter
2008;12:1-6. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S1413-35552008000100002
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Desta forma, este estudo tem como objetivo
comparar a capacidade funcional e a qualidade de vida de pacientes renais crônicos em
hemodiálise (G1) e pré-dialíticos (G2).
Métodos
Esta pesquisa se caracterizou como um estudo transversal descritivo, no qual se verificaram diferenças do perfil dos pacientes com DRC em fase pré-diálise comparados com os submetidos ao tratamento de hemodiálise. O estudo foi projetado de acordo com as Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisas Envolvendo Seres Humanos, segundo a Resolução do Conselho Nacional de Saúde (CNS) nº 466/11, e aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul sob parecer consubstanciado nº 187.1/2011.
Foram incluídos no estudo pacientes com DRC pré-dialítica e em hemodiálise, ambos os sexos, acima de 18 anos, em condições clínicas estáveis mediante apresentação de autorização médica, permitindo a realização de testes físicos. Foram excluídos do estudo os pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica associada, insuficiência cardíaca congestiva, doenças infectocontagiosas, incapazes de entender e realizar os procedimentos dos testes, os que não assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, que não concluíram o protocolo de avaliação ou impossibilidade de contato.
Protocolo de avaliação
O perfil dos indivíduos foi coletado a partir da entrevista e avaliação direta com os pacientes. Foram coletados dados quanto aos fatores de risco, medidas antropométricas, força muscular respiratória, teste de caminhada em seis minutos (TC6'), teste cardiopulmonar de exercício (TCP), resistência muscular localizada de membros inferiores e qualidade de vida. Os pacientes apresentavam estadiamento da doença entre 2 a 5 e não foi realizada análise das variáveis pelo estágio da doença. Ao iniciar o estudo, os indivíduos selecionados foram submetidos a um protocolo de avaliação, conforme descrito a seguir.
Fatores de risco e medidas antropométricas
Foi investigada a causa da DRC, fatores de risco para doenças cardiovasculares
(sedentarismo, diabetes melitus, tabagismo, etilismo, hipertensão
arterial sistêmica -HAS-, idade maior que 60 anos). Foi mensurado o peso (kg),
estatura (cm) e índice de massa corporal (IMC = peso/altura22 Locatelli F, Vecchio LD, Pozzoni P. The importance of early detection of
chronic kidney disease. Nephrol Dial Transplant 2002;17:2-7. DOI:
http://dx.doi.org/10.1093/ndt/17.suppl_11.2
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), a circunferência abdominal (CA: cm) e do quadril (CQ:
cm).2424 American College of Sports Medicine. Manual do ACSM para avaliação da
aptidão física relacionada à saúde. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan;
2006.
Força muscular respiratória (FMR)
Os testes de função muscular inspiratória e expiratória foram realizados com um
transdutor de pressão (MVD-500 V.1.1 Microhard System, Globalmed, Porto Alegre,
Brasil), determinando a pressão inspiratória máxima (PImáx), bem como a
pressão expiratória máxima (PEmáx) realizados de acordo com o estudo de
Dall'ago et al.1515 Dall'Ago P, Chiappa GR, Guths H, Stein R, Ribeiro JP. Inspiratory muscle
training in patients with heart failure and inspiratory muscle weakness: a randomized
trial. J Am Coll Cardiol 2006;47:757-63. DOI:
http://dx.doi.org/10.1016/j.jacc.2005.09.052
http://dx.doi.org/10.1016/j.jacc.2005.09...
e o cálculo
do valor previsto foi realizado a partir de Neder et al.2525 Neder JA, Andreoni S, Lerario MC, Nery LE. Reference values for lung
function tests. II. Maximal respiratory pressures and voluntary ventilation. Braz J
Med Biol Res 1999;32:719-27. DOI:
http://dx.doi.org/10.1590/S0100-879X1999000600007
http://dx.doi.org/10.1590/S0100-879X1999...
Capacidade funcional submáxima
A avaliação da capacidade funcional submáxima foi realizada por meio do teste de
caminhada de seis minutos (TC6'), segundo as recomendações da Sociedade Torácica
Americana (ATS),2626 ATS Committee on Proficiency Standards for Clinical Pulmonary Function
Laboratories. ATS statement: guidelines for the sixminute walk test. Am J Respir Crit
Care Med 2002;166:111-7.no qual foi mensurada a
maior distância que o indivíduo foi capaz de percorrer num intervalo de tempo fixo de
seis minutos e realizado o cálculo da distância percorrida prevista.2727 Enright PL, Sherril DL. Reference equations for the six-minute walk in
healthy adults. Am J Respir Crit Care Med 1998;158:1384-7. DOI:
http://dx.doi.org/10.1164/ajrccm.158.5.9710086
http://dx.doi.org/10.1164/ajrccm.158.5.9...
Teste cardiopulmonar de exercício
O teste cardiopulmonar de exercício (TECP) ou teste de exercício incremental máximo
foi realizado em esteira rolante (Imbrasport, Porto Alegre, Brasil), com protocolo de
rampa (velocidade inicial de 1 Km/h e final de 6 Km/h; inclinação inicial de 0% e
final de 10%), e os gases expirados foram analisados a cada 20 segundos através de um
analisador de gases (Total Metabolic Analysis System, TEEM 100,
Aero Sport, Ann Arbor, Michigan). A pressão arterial sistêmica
(PAS) foi mensurada a cada 3 minutos com um esfignomanômetro. A frequência cardíaca
(FC) foi determinada usando o intervalo R-R a partir de 12 derivações do
eletrocardiograma. As variáveis do teste cardiopulmonar foram calculadas como
descrito por Dall'ago et al.1515 Dall'Ago P, Chiappa GR, Guths H, Stein R, Ribeiro JP. Inspiratory muscle
training in patients with heart failure and inspiratory muscle weakness: a randomized
trial. J Am Coll Cardiol 2006;47:757-63. DOI:
http://dx.doi.org/10.1016/j.jacc.2005.09.052
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Em resumo, VO2pico foi definido como o mais alto valor
alcançado durante o teste por 20 segundos, e a potência circulatória de pico foi
calculada como produto do VO2pico e pressão sistólica pico.1515 Dall'Ago P, Chiappa GR, Guths H, Stein R, Ribeiro JP. Inspiratory muscle
training in patients with heart failure and inspiratory muscle weakness: a randomized
trial. J Am Coll Cardiol 2006;47:757-63. DOI:
http://dx.doi.org/10.1016/j.jacc.2005.09.052
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A cinética de recuperação do consumo de
oxigênio foi avaliada como o tempo requerido para 50% de decréscimo a partir do
VO2pico (T1/2 VO2pico) e calculado usando o
modelo matemático dos mínimos quadrados de acordo com Dall'ago et
al.1515 Dall'Ago P, Chiappa GR, Guths H, Stein R, Ribeiro JP. Inspiratory muscle
training in patients with heart failure and inspiratory muscle weakness: a randomized
trial. J Am Coll Cardiol 2006;47:757-63. DOI:
http://dx.doi.org/10.1016/j.jacc.2005.09.052
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Todos os pacientes
continuaram com a medicação usualmente prescrita pelo médico para realizar o
TECP.
Resistência muscular localizada dos membros inferiores
Foi avaliada com o uso do teste de sentar e levantar de um minuto (TSL1'), no qual o indivíduo foi orientado a sentar-se em uma cadeira com as costas repousando sobre o encosto da mesma e logo após levantar-se, sem apoiar os braços, estendendo os joelhos e na sequência sentar-se novamente tocando as costas no encosto da cadeira. O paciente deveria realizar o máximo de elevações possíveis em um minuto.
Qualidade de vida (QV)
Para a mensuração da QV foi utilizado o questionário Medical Outcomes Study 36-Item short- Form Health Survey (SF-36). Este questionário é um instrumento genérico, utilizado para avaliar de forma ampla e completa o termo qualidade de vida. É formado por 36 itens, englobados em 8 dimensões, sendo elas a capacidade funcional (dez itens), os aspectos físicos (dois itens), os aspectos emocionais (três itens), a dor (dois itens), o estado geral de saúde (cinco itens), a vitalidade (quatro itens), os aspectos sociais (dois itens), a saúde mental (cinco itens) e mais uma questão de avaliação comparativa entre as condições de saúde atual e as de um ano atrás, que é de extrema importância para o conhecimento da doença do paciente. Esse instrumento avalia tanto aspectos negativos (doença) como os aspectos positivos (bem-estar). Apresenta um escore final de 0 a 100, na qual zero corresponde a pior estado geral de saúde e 100 o melhor estado de saúde.2828 Ciconelli RM, Ferraz MB, Santos W, Meinão I, Quaresma MR: Tradução para a língua portuguesa e validação do questionário genérico de avaliação de qualidade de vida SF-36 (Brasil SF-36). Rev Bras Reumatol 1999;39:143-50.
Análise Estatística
Os dados foram processados no pacote estatístico SPSS (versão 18.0, Chicago, IL, EUA). A análise descritiva está apresentada como média ± desvio padrão, frequência relativa e absoluta. Para variáveis quantitativas, realizou-se o teste de normalidade Kolmogorov-Smirnov e realizou-se o teste t (Student) ou o teste U (Mann Whitney) para comparação entre as médias. Nas variáveis qualitativas, utilizou-se o teste de Quiquadrado de Pearson e exato de Fischer. Para correlacionar variáveis utilizou-se o teste de Pearson ou o teste de Spearman. Considerou-se significativo p ≤ 0,05.
Resultados
De um total de 121 pacientes com DRC que realizavam hemodiálise em uma unidade de hemodiálise do interior do estado do Rio Grande do Sul, 27 pacientes participaram do estudo. Dos 121 pacientes, 15 não concluíram a avaliação, 4 estavam acamados, 1 era deficiente visual, 2 estavam internados, 32 não aceitaram participar do estudo e com 40 pacientes não foi possível entrar em contato, participando do estudo 27 pacientes. Dos 60 pacientes com DRC pré-diálise, 8 não concluíram avaliação, 3 estavam acamados, 1 internado, 5 não aceitaram participar do estudo e com 16 pacientes não foi possível entrar em contato. Dessa forma, a amostra total foi de 54 pacientes com DRC, que constituíram dois grupos, o G1: pacientes com DRC, submetidos à hemodiálise e o G2: pacientes com DRC pré-diálise (Tabela 1).
As características quanto à idade e sexo foram similares em ambos os grupos. Na análise da média das variáveis antropométricas, peso, estatura, IMC, CA e CQ, também se observaram valores similares, porém, quando realizada a classificação do IMC, houve diferença estatisticamente significativa entre as classes, havendo mais sobrepeso e obesidade no grupo que realiza hemodiálise e baixo peso somente visto nos pacientes que não realizam hemodiálise (59,3%). A etiologia da DRC foi, predominantemente, a diabética e hipertensiva (Tabela 1).
Os doentes renais crônicos possuíam alteração na força muscular respiratória em ambos os grupos, tanto na PImax quanto na PEmax, porém esta redução foi mais representativa na PImax (70,23% do previsto). Comparando ambos os grupos, observouse que os pacientes que realizam hemodiálise já apresentam fraqueza da musculatura respiratória (PImax ≤ 70% previsto),13 assim como a PEmax, sendo esta diferença estatisticamente significativa (p = 0,024) (Tabela 2). Na análise da capacidade funcional, observou-se que não ocorreram diferenças significativas em ambos os grupos, tanto na análise da distância percorrida quanto na análise da resistência muscular localizada dos membros inferiores (TSL1') (Tabela 2).
Força muscular respiratória, capacidade funcional submáxima e resistência muscular localizada Dos membros inferiores do G1 e do G2
Não houve correlação entre a PImax com a distância percorrida no teste de caminhada de seis minutos (r = 0,189/p = 0,171), teste de sentar levantar (r = 0,041/p = 0,768), VO2máx (r = 0,197/p = 0,170) e tempo de hemodiálise (r =- 0,195/p = 0,329). Houve correlação significativa (p < 0,001) entre a distância percorrida no TC6' com o VO2máx (Figura 1).
Correlação entre TC6’ e VO2pico. TC6’: distância do teste de caminhada de seis minutos; VO2pico: Consumo de oxigênio pico.
A Tabela 3 mostra os resultados do teste cardiopulmonar de exercício entre o G1 e o G2. Em ambos os grupos, foram observados valores reduzidos no pico do esforço, na resposta ventilatória submáxima e na cinética da recuperação das trocas gasosas. Entretanto, o valor do VO2pico e a cinética da recuperação das trocas gasosas dos pacientes pré-diálise foi superior, embora sem diferença estatisticamente significativa.
Teste cardiopulmonar de exercício de pacientes com DRC em hemodiálise (G1) e pré-diálise (G2)
Os escores de qualidade de vida do questionário SF-36 mostraram, em ambos os grupos, baixa pontuação e não evidenciaram diferenças estatisticamente significativas entre os grupos, exceto no aspecto saúde mental para G1 (Tabela 4).
Discussão
Neste estudo, observou-se que pacientes com DRC submetidos à hemodiálise apresentavam fraqueza da musculatura inspiratória (PImáx ≤ 70% previsto). Independentemente do grupo, todos tiveram redução da capacidade funcional submáxima e máxima, demonstrada pela diminuição da distância percorrida no TC6min e do VO2pico obtido com o uso do teste cardiopulmonar, respectivamente.
Identificou-se diminuição na força muscular respiratória (PImáx e
PEmáx) em ambos os grupos, mas com maior impacto no grupo que já está em
hemodiálise. Esse resultado corrobora com os estudos de Bohannon et
al.2929 Bohannon RW, Hull D, Palmeri D. Muscle strength impairments and gait
performance deficits in kidney transplantation candidates. Am J Kidney Dis
1994;24:480-5. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/S0272-6386(12)80905-X
http://dx.doi.org/10.1016/S0272-6386(12)...
e Kettner-Melsheimer et
al.,3030 Kettner-Melsheimer A, Weiss M, Huber W. Physical work capacity in
chronic renal disease. Int J Art Organs 1987;10:23-30. que confirmaram redução da
força muscular de 30% a 40% em pacientes submetidos à diálise, quando comparadas com
indivíduos não submetidos à diálise.
A redução da capacidade funcional observada no presente estudo também está descrita,
nesta população, por outros estudos.2323 Coelho CC, Aquino ES, Lara KL, Peres TM, Barja PR, Lima EM. Repercussões
da insuficiência renal crônica na capacidade de exercício, estado nutricional, função
pulmonar e musculatura respiratória de crianças e adolescentes. Rev Bras Fisioter
2008;12:1-6. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S1413-35552008000100002
http://dx.doi.org/10.1590/S1413-35552008...
,3131 Jatobá JPC, Amaro WF, Andrade APA, Cardoso FPF, Monteiro AMH, Oliveira
MAM. Avaliação da função pulmonar, força muscular respiratória e teste de caminhada
de seis minutos em pacientes portadores de doença renal crônica em hemodiálise. J
Bras Nefrol 2008;30:280-7.,3232 Moreira PR, Plentz R, Aguirre M, Barros E. Avaliação da capacidade
aeróbia de pacientes em hemodialise. Rev Bras Med Esport 1997;3:1-5. Coelho et al.2323 Coelho CC, Aquino ES, Lara KL, Peres TM, Barja PR, Lima EM. Repercussões
da insuficiência renal crônica na capacidade de exercício, estado nutricional, função
pulmonar e musculatura respiratória de crianças e adolescentes. Rev Bras Fisioter
2008;12:1-6. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S1413-35552008000100002
http://dx.doi.org/10.1590/S1413-35552008...
demonstraram que crianças e adolescentes com DRC,
em tratamento conservador, podem apresentar alterações importantes da capacidade
funcional, musculatura respiratória e estado nutricional. Da mesma forma Jatobá
et al.,3131 Jatobá JPC, Amaro WF, Andrade APA, Cardoso FPF, Monteiro AMH, Oliveira
MAM. Avaliação da função pulmonar, força muscular respiratória e teste de caminhada
de seis minutos em pacientes portadores de doença renal crônica em hemodiálise. J
Bras Nefrol 2008;30:280-7. ao avaliar 27
pacientes com DRC, verificaram comprometimento significativo e diretamente proporcional
na capacidade muscular ventilatória, com repercussão e prejuízo no desempenho físico
funcional pela redução significativa da distância caminhada em relação aos valores
preditos e redução de 38,2% da PImáx e 29% da PEmáx em relação aos
valores preditos. O estudo de Moreira et al.3232 Moreira PR, Plentz R, Aguirre M, Barros E. Avaliação da capacidade
aeróbia de pacientes em hemodialise. Rev Bras Med Esport 1997;3:1-5. identificou que os pacientes que realizaram o TECP obtiveram
capacidade aeróbica correspondente à metade da obtida em indivíduos normais. Apenas 16%
dos pacientes teriam capacidade aeróbia equiparada aos indivíduos hígidos sedentários.
Ainda reforçam, em seu estudo, que esse baixo desempenho físico explica os baixos
índices de reabilitação social, sendo que estes pacientes de hemodiálise teriam melhora
da sua QV com um programa de reabilitação física.
Independentemente de realizar ou não hemodiálise, os pacientes deste estudo apresentaram
um tempo de teste baixo e um VO2pico inferior a 20 ml/Kg/min, sem diferença
estatística entre os grupos. Sietsema et al.3333 Sietsema KE, Amato A, Adler SG, Bass EP. Exercise capacity as a
predictor of survival among ambulatory patients with endstage renal disease. Kidney
Int 2004;65:719-24. DOI:
http://dx.doi.org/10.1111/j.1523-1755.2004.00411.x
http://dx.doi.org/10.1111/j.1523-1755.20...
apontam que valores de VO2 pico maiores de 17,5
ml/min./kg são um preditor forte e importante de sobrevida em pacientes com DRC,
demonstrando que a avaliação da capacidade de exercício é essencial no acompanhamento
dos indivíduos com DRC. Dentro desta análise, os pacientes que não realizam hemodiálise
possuem preditor forte de sobrevida, diferentemente dos que já realizam hemodiálise.
Os pacientes com DRC sob tratamento hemodialítico apresentaram redução da capacidade funcional, o que pode prejudicar o desenvolvimento de atividades básicas, além de lazer, trabalho e convívio social, deteriorando a qualidade de vida. No presente estudo, ambos os grupos apresentaram comprometimento do estado de saúde evidenciado pela pontuação baixa nos escores de qualidade de vida.3434 Barbosa LMM, Andrade Júnior MP, Bastos KA. Preditores de qualidade de vida em pacientes com doença renal crônica em hemodiálise. J Bras Nefrol 2007;29:222-9. A hemodiálise mostrou-se um tratamento que, isoladamente, não alterou na piora dos resultados da qualidade de vida. Pelo contrário, ela é uma perspectiva de vida para estes pacientes. Este fato ressalta a importância da adoção de alternativas, para que estes pacientes possam melhorar a qualidade de vida desde o momento do diagnóstico de DRC, em que ainda não é necessária a intervenção hemodialítica.
Os domínios que obtiveram os menores valores em ambos os grupos foram a capacidade funcional e o aspecto físico. Observou-se que os pacientes que não estão realizando hemodiálise, pela consciência da progressão da doença, da piora de seu quadro e da possível inserção no programa de hemodiálise (o que poderá alterar toda a rotina de suas vidas) podem explicar o fato de já possuírem uma piora na qualidade de vida e trazer prejuízos à saúde mental. A DRC, mesmo antes da hemodiálise, já é uma doença que acarreta danos à saúde física, muitas vezes em função das comorbidades associadas, da anemia, etc.
Barbosa et al.3434 Barbosa LMM, Andrade Júnior MP, Bastos KA. Preditores de qualidade de
vida em pacientes com doença renal crônica em hemodiálise. J Bras Nefrol
2007;29:222-9. evidenciaram a
existência de importante rebaixamento do nível de QV entre pacientes renais crônicos em
HD, principalmente no que se refere ao aspecto físico, o que é concordante com os
resultados de outros estudos brasileiros3535 Castro M, Caiuby AVS, Draibe AS, Canziani MEF. Qualidade de vida de
pacientes com insuficiência renal crônica em hemodiálise avaliada através do
instrumento genérico SF- 36. Rev Assoc Med Bras 2003;49:245-9. DOI:
http://dx.doi.org/10.1590/S0104-42302003000300025
http://dx.doi.org/10.1590/S0104-42302003...
,3636 Santos PR. Correlação entre marcadores laboratoriais e nível de
qualidade de vida em renais crônicos hemodialisados. J Bras Nefrol
2005;27:70-5. que utilizaram o
mesmo instrumento de medida, no qual se observa predomínio de melhores pontuações
referentes as dimensões do componente mental (AS, AE e SM) e piores referentes as
dimensões do componente físico (especialmente AF) entre pacientes com DRC submetidos à
esquema regular de HD. Cabe salientar que no presente estudo, a saúde mental no grupo 1
(hemodiálise) se mostrou mais prejudicada, pois foi efetivamente o único dado de
qualidade de vida com significância estatística entre os grupos.
Segundo Mittal et al.,3737 Mittal SK, Ahern L, Flaster E, Maesaka JK, Fishbane S. Selfassessed
physical and mental function of hemodialysis patients. Nephrol Dial Transplant
2001;16:1387-94. DOI: http://dx.doi.org/10.1093/ndt/16.7.1387
http://dx.doi.org/10.1093/ndt/16.7.1387...
a DRC
compromete mais intensamente a QV do que outras doenças crônicas como insuficiência
cardíaca, doença pulmonar obstrutiva crônica e artrite reumatoide. Cabe ressaltar que os
aspectos físicos e a capacidade funcional são resultados da percepção do indivíduo em
relação a sua QV e estes estão de acordo com os achados encontrados com a avaliação
física obtida através do TC6' e teste cardiopulmonar. Aliado a isto, observou-se a
presença dos fatores de risco cardiovasculares nestes pacientes, independente dos
grupos. Isto confirma a necessidade de propor a estes pacientes formas de intervenção
física e psicológica como tratamento terapêutico que possa reverter ou amenizar este
quadro de piora do estado físico e mental em pacientes com DRC. Desta forma, a
fisioterapia que atua com diferentes tipos de patologias, tanto no meio hospitalar como
ambulatorial, pode contribuir na atuação direta frente a estes aspectos com estes
indivíduos melhorando sua performance física.
Conclusão
Por meios desta análise, observou-se que em ambos os grupos houve redução da capacidade funcional e qualidade de vida. Portanto, os pacientes que não necessitam do tratamento da hemodiálise também já evidenciaram um decréscimo de sua condição física e da qualidade de vida. Desta forma, reforçase a necessidade da reabilitação física, no qual a fisioterapia tem um papel fundamental para reverter ou amenizar o quadro físico nestes pacientes.
Cabe destacar que a limitação deste estudo pode ser atribuída à pequena amostra, um único centro, a análise não ter sido realizada pelo estágio da DRC, não ter a descrição de medicamentos usados pelos pacientes que podem interferir diretamente na capacidade funcional e em resultado dos exames como uso de betabloqueadores. Portanto, um estudo prospectivo, acompanhando os mesmos pacientes do tratamento conservador até a HD, nos mostraria efetivamente o impacto da doença ao longo de sua evolução.
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Ao apoio concedido pela Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs), pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pela Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUí) através de bolsas de iniciação científica.
Agradecimentos
Ao apoio concedido pela Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs), pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pela Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ) através de bolsas de iniciação científica.
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Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
Jan-Mar 2015
Histórico
-
Recebido
20 Mar 2013 -
Aceito
28 Jul 2014