Uma primeira circular aos professores, amarelada pelo tempo, que Elizabeth de Almeida Silvares Pompêo de Camargo (Beth) guardou numa pasta de elástico, corria solta pelas mãos de educadores da Faculdade de Educação da Unicamp, em 25 de abril de 1978. Trazia uma ideia nova, um novo jeito de atuar nos interstícios da ordem, da força e do silêncio, impostos naquele momento:
Partindo da consciência da necessidade de nossa Faculdade possuir um órgão que expresse as opiniões, as práticas e a produção intelectual dos colegas, um grupo de professores (Ophelina Rabello, Moacir Gadotti, Elizabeth de Almeida Silvares Pompêo de Camargo [Beth], Maurício Tragtenberg, Eloísa de Mattos Hofling, Joaquim Brasil Fontes Junior, Pedro Laudinor Goergen, Maria Lúcia Rocha Duarte de Carvalho, Sérgio Goldemberg e Hilário Fracalanza) reunidos, hoje, informalmente, decidiu lançar a ideia de uma Revista que marcasse o perfil da Faculdade, porém aberta a outras instituições e pessoas que, em caráter individual, queriam participar da programação e da edição dessa Revista. A ideia inicial é que esse veículo deverá estar aberto a todas as tendências atualmente existentes nos vários setores das Ciências da Educação, como partes de um todo social.
O grupo também alertava sobre a importância da representatividade da Revista, que deveria ser referenciada pelos diversos pontos de vista solicitados como colaboração para análise. Quando da elaboração de sua Segunda Circular, no dia 9 de maio do mesmo ano, já havia outros adeptos: Angel Pino Sirgado, Evaldo Amaro Vieira, José Camilo dos Santos Filho e Miguel de La Puente Samaniego. Após longas discussões, chegaram a posições mais concretas (de acordo com o grupo) e suas conclusões primordiais foram as seguintes:
Ficou decidido que teremos matéria suficiente para três números antes do lançamento. [...] Os trabalhos encaminhados para a trigésima Reunião Anual da SBPC poderão ser incluídos nesses primeiros números. [...] O título provisório: Educação e Sociedade: revista trimestral das Ciências da Educação com 150 páginas [...] com três categorias de participantes: um comitê de redação, um conselho editorial e colaboradores. A Revista destina-se a todo público interessado em educação, especialmente para pesquisadores, especialistas em educação, professores e alunos. [...] O debate continua aberto esperando maior participação.
Mesmo num campo ainda cediço para uma oposição realista, a participação foi intensa. O projeto concretizou-se. A revista quadrimestral de Ciências da Educação, intitulada Educação & Sociedade, n. 1, v. 1, O educador precisa ser educado, foi editada em setembro de 1978 pela Editora Cortez & Moraes.
Beth explica que:
O lançamento se deu no dia 7 de outubro de 1978, no calçadão da Livraria Brasiliense, à rua Barão de Itapetininga nº 99, por meio do tradicional “encontro com o autor”. Desse debate participaram professores, colaboradores e o público. [...] criticaram o atual sistema de ensino e teceram considerações sobre a movimentação político-cultural da sociedade brasileira. O lançamento em Campinas foi feito no I Congresso de Leitura, no dia 24 de setembro de 1978. Ao mesmo tempo a Revista foi apresentada em associações representativas dos professores, em diferentes capitais do país. [...] em torno dos debates realizados [...] vai crescendo a ideia da necessidade da realização do I Seminário de Educação Brasileira (CAMARGO, 1980).
Alguns fragmentos, de alguns dos primeiros artigos feitos para o número um da Revista, dão mostras sensíveis da coragem dos educadores que escreviam no calor da hora, nos tempos do primado da violência e da repressão presentes nas relações entre Estado e sociedade (não só brasileira, mas latino-americana), período em que ser omisso era o mesmo que ser obediente.
Moacir Gadotti, ao fazer uma revisão crítica do papel do pedagogo na sociedade brasileira da época, deixava muito clara sua posição:
Reivindico para o educador não só o direito de se contradizer, mas a prática da desobediência. A prática da educação começa pela desobediência e pelo desrespeito [...] só dessa maneira podemos formar gente capaz de assumir a sua autonomia, a desobediência organizada, autodeterminar-se, participar na construção da sociedade de iguais. [...] é necessária uma verdadeira pedagogia do conflito que evidencie as contradições em vez de camuflá-las, com paciência revolucionária, consciente do que historicamente é possível, mas sem se omitir (GADOTTI, 1978).
O professor Maurício Tragtenberg mostrava, em Francisco Ferrer e a Pedagogia Libertária,
sua valorização da solidariedade em detrimento da competição, do igualitarismo em detrimento dos juízos discriminatórios reprodutores de uma rígida estratificação social, seu antiburocratismo pedagógico, sua negação do sistema de notas e exame, esse batismo ritual burocrático, converteram Ferrer no pedagogo dos que pouco ou nada têm a perder porque pouco ou nada possuem (TRAGTENBERG, 1978).
Dermeval Saviani, em seu artigo “Educação brasileira: problemas”, concluiu que:
Em face do quadro da desintegração cultural brasileira, a educação desempenhará o papel do reforçamento dos laços sociais na medida em que for capaz de sistematizar a tendência à inovação, solicitando deliberadamente o poder criador do homem [...] voltando-se para as formas de convivência que se desenvolvem no seio dos diversos grupos sociais estimulando-os na sua originalidade e promovendo o intercâmbio entre eles a partir dos elos que, embora tênues, os unem entre si num mesmo todo social. [...]
A alfabetização de adultos: é ela um que fazer neutro? Perguntava-se Paulo Freire, e respondia: [...] Os defensores da neutralidade da alfabetização não mentem quando dizem que a clarificação da realidade, simultaneamente com a alfabetização, é um ato político. Falseiam, quando negam o mesmo caráter político à ocultação que fazem da realidade (SAVIANI, 1978).
Evaldo Amaro Vieira, em Poder e educação, esclarecia que
Em nome de modernização em todos os setores, que respondem à própria evolução da economia brasileira, a política social aqui implantada se submete, por meio do planejamento, aos ditames da política econômica, deixando de ser uma política social a serviço da ideologia do desenvolvimento. Isto impede, por exemplo, a integração efetiva entre educação e trabalho, pois quem trabalha raramente tem condições de atingir uma formação capaz de satisfazer suas necessidades individuais (VIEIRA, 1978).
A primeira Revista contou também com a contribuição preciosa dos artigos de Carmem Silvia Vidigal Moraes (“Ideologia e intelectuais em Gramsci”), César Augusto Ramos (“Propriedade e autoridade”), Leo Kessel (“Nossa posição sobre a educação pré-escolar”), Miguel de La Puente (“Estudo sobre a psicologia da motivação de Carl Rogers”) e Robert Henry Srour (“Por uma (re)elaboração do conceito de modo de produção”). Contou com os “Comentários” de Casemiro dos Reis Filho (sobre a universidade emergente), Mário Sérgio Cortella (“Filosofia da Educação”). Milton José de Almeida (“Educação e mercado editorial”), Ophelina Rabello (“Reformulação dos cursos de Pedagogia”). As resenhas foram feitas por Pedro L. Goergen (sobre o livro Educação e dependência de Manfredo Berger), Silvia Maria Manfredi (Política e educação popular) e Gilberta Sampaio Jannuzzi (Confronto pedagógico: Paulo Freire e Mobral). As novas revistas do movimento editorial foram comentadas por Elizabeth de Almeida Silvares Pompêo de Camargo.
O compromisso do primeiro grupo que elaborou o número um da Revista, em setembro de 1978, desenha seu escopo no inter-relacionamento educação e sociedade, acentua seu caráter nacional, define-se como uma revista de Ciências da Educação e marca sua concepção nacional em contraposição à local.
Senão vejamos:
Apresentando nosso compromisso1.
Educação & Sociedade pretende ser uma revista voltada para a análise da realidade educacional brasileira, abrindo seu espaço para propostas intelectuais, tanto no que se refere a técnicas, doutrinas e práticas educacionais como no que se refere à reflexão sobre seu impacto na sociedade como um todo. Também tenciona ser uma revista que tenha como foco uma perspectiva da teoria e da prática no âmbito do conhecimento socioeducativo, procurando recuperar certa informação histórica dessa prática e teoria, sem deixar de responder aos problemas colocados pela educação brasileira contemporânea. Nesse nível, aceita colaboração sob forma de artigos, comunicações originais, resenhas e comentários de obras atuais, de preferência editadas no Brasil.
Órgão da Faculdade de Educação da Unicamp, a revista expressa opiniões, práticas e produção intelectual de seus docentes e alunos, mas está aberta a outras instituições e pessoas que, em caráter individual, queiram aderir a seu compromisso de reanimar a audiência, o debate e a crítica em torno dos problemas educacionais brasileiros a fim de repensar a educação passo a passo com a reconstrução da sociedade. Reconhecendo que é esta a grande tarefa atual das ciências da educação, Educação & Sociedade tem, antes de mais nada, um interesse: ajudar a prática da educação não importando o nível em que ela possa situar-se, e exige constante renovação dos conhecimentos e técnicas adquiridas. Para isso, pretende não só levar aos leitores reflexões e críticas sobre os temas que mais preocupam a todos, mas também oferecer documentação técnica e científica atualizada sobre o desenvolvimento das ciências que, trabalhando em estreita colaboração interdisciplinar, fazem avançar o conhecimento e a prática da educação.
O expediente do primeiro número da revista foi assim constituído:
Comitê de Redação: Moacir Gadotti (coordenador), Antonio Muniz de Rezende, Elizabeth de Almeida Silvares Pompêo de Camargo, Maurício Tragtenberg.
Conselho Editorial: Casemiro dos Reis Filho, Joaquim Brasil Fontes Júnior, José Camilo dos Santos Filho, Miguel de la Puente Samaniego, Ophelina Rabello.
Conselho de Colaboradores: todo corpo docente da Faculdade de Educação da Unicamp. Outros: Antonio Cândido de Meio e Souza, Antônio Joaquim Severino, Bárbara Freitag, Bento Prado Jr., Carlos Osmar Bertero, Celso Beisieguel, Déa Fenelon, Dermeval Saviani, Edênio dos Reis Valle, Evaldo Amaro Vieira, Fernando Prestes Motta, Francisco Corrêa Weffort, Gaudêncio Frigotto, Ítalo Tronca, Jorge Nagle, José Luiz Siegrist, José Roberto Amaral Lapa, Luis Antônio Cunha, Maria Célia Teixeira de Abreu, Maria H. Tavares de Almeida, Marcos Masetto, Maria Luiza Santos Ribeiro, Michel Debrun, Milton José de Almeida, Miriam Jorge Warde, Octavio lanni, Paulo Freire, Roberto Schwarz, Rogério Cerqueira Leite, Rubem Azevedo Alves, Sílvia T. Maurer Lane, Sônia Draibe, Valnir Chagas, Vanilda Pereira Paiva, Verena Martines Allier, Zeferino Vaz.
Em janeiro de 1979, no editorial do número dois da Revista, um novo horizonte de reflexão-ação despontava:
O número de educadores e de instituições que aderiram ao nosso compromisso2 de reanimar o debate e a crítica da educação no Brasil levou-nos a ampliar nosso quadro de colaboradores, consequentemente, o nosso horizonte de trabalho. Por corresponder aos anseios de muitos, não podíamos deixar esse veículo de manifestação do pensamento e de ação ligado apenas a um pequeno grupo, dentro de uma instituição. Por isso, E&S passa a ser um ponto de integração e de associação de todos os educadores que queiram retomar a educação na perspectiva de suas relações com a sociedade. Esforços no sentido de reuni-los num centro que provisoriamente chamamos Centro de Estudos Educação e Sociedade (CEDES) já estão sendo feitos. A consolidação de uma revista em nível nacional, portadora da produção e da reflexão - ação de um grupo numeroso de educadores -, deverá prestar um serviço ainda maior para a educação brasileira.
Tomando distância do imperialismo político-cultural que tentava congelar as instituições de ensino e pesquisa no conjunto da nação, uma certidão de batismo oficializou e desafiou o isolamento conduzido pelo Estado, ampliando o campo da ação dos educadores:
No dia 5 de março de 1979, reuniram-se na cidade de Campinas, Estado de São Paulo, à rua Dr. Luverci Pereira de Souza, 392, os abaixo-assinados com o fim de associar-se criando uma sociedade civil sem fins lucrativos denominada Centro de Estudos Educação e Sociedade. Após deliberação dos presentes, ficaram aprovados, por unanimidade de votos, os estatutos adiante transcritos. Capítulo I da denominação, sede e objetivos. Art. 1º. Com a denominação CEDES, fica criada uma sociedade civil sem fins lucrativos, com sede e foro na cidade de Campinas. Art. 2º Constituem objetivos e finalidades do CEDES: I - realizar, patrocinar, promover pesquisas e estudos relativos a problemas que constituem objeto do conhecimento das Ciências da Educação, em suas diferentes ramificações; II - realizar, patrocinar ou promover cursos, conferências, seminários e conclaves em geral para consecução dos objetivos previstos no item I. [...] Art. 4º [...] é vedada à sociedade remunerar, direta ou indiretamente, os membros de sua diretoria [...]. Parágrafo único. Os resultados econômicofinanceiros oriundos das aplicações patrimoniais ou ainda de doações ou subvenções serão integralmente aplicados na consecução das finalidades sociais (ATA, 1979).
Em seguida, a ata estabelece (capítulos II a VII) os direitos e deveres dos sócios, a organização do Centro de Estudos Educação e Sociedade (CEDES), organização e funções da diretoria eleita pelos sócios, do patrimônio e da receita do centro, e as disposições transitórias que incluíam, entre suas atividades principais, a edição da Revista Educação & Sociedade, reunindo trabalhos de associados e colaboradores, bem como a realização do I Seminário de Educação Brasileira.
Experimentalmente, as atividades acima mencionadas, que deram origem à criação, já foram iniciadas pelos participantes desta assembleia com a colaboração da Editora Cortez & Moraes [...] e da Faculdade de Educação da Universidade de Campinas. Art. 28. Pelo incentivo dado à criação do CEDES, os participantes desta assembleia propõem que figurem na lista de sócios fundadores, a ser estabelecida na primeira Assembleia-Geral Ordinária, os seguintes nomes, ressalvado o disposto nos artigos 5° e 6°: Antonio Joaquim Severino, Antônio Muniz de Rezende, Bárbara Freitag, Carlos Rodrigues Brandão, Celso Rui Beiseguel, Dermeval Saviani, Guiomar Namo de Mello, Jorge Nagle, Luís Antonio Cunha, Maria Nilde Mascelani, Miguel de La Puente, Miriam Jorge Warde, Ophelina Rabello, Paulo Freire, Vanilda Pereira Paiva, Wagner Rossi e Walter Esteves Garcia (ATA, 1979).
No final, todos os presentes assinaram: Moacir Gadotti, Maurício Tragtenberg, Elizabeth de Almeida Silvares Pompêo de Camargo, Casemiro dos Reis Filho, Evaldo Amaro Vieira, José Camilo dos Santos Filho, Ivany Rodrigues Pino (redatora da ata).
A ata da fundação ajuda a rememorar que, em tempos muito difíceis para todos nós brasileiros, na cidade de Campinas havia um grupo destemido de educadores plantadores de sonhos nos campos minados pela perseguição política do período ditatorial prolongado. Tinham muita clareza do seu papel político e da sua necessária escuderia de força ampliada ao lado de outras instituições, para democratização da educação e da sociedade nacionais.
No Departamento de Sociologia da Educação, hoje de Ciências Sociais Aplicadas à Educação, da Faculdade de Educação da Universidade de Campinas (FE/UNICAMP), realizava-se uma pesquisa de âmbito nacional, intitulada “Análise de currículo e conteúdo programático dos Cursos de Pedagogia com vistas a propostas alternativas de reformulação”. A equipe de trabalho foi constituída por Cecília Azevedo L. Collares, Elizabeth de Almeida Silvares Pompêo de Camargo, Ivany Rodrigues Pino e Martha Rosa Pisani Destro e foi coordenada por Ophelina Rabello e Moacir Gadotti. Foi então que o grupo
sentiu a necessidade de abrir o debate para situar o Curso de Pedagogia na problemática da educação brasileira contemporânea, ouvir educadores e professores, perceber enfoques diferentes e discutir as alternativas de mudança do Curso. Por esta razão, organizou-se na Unicamp o I Seminário de Educação Brasileira, cuja temática tentava circunscrever a estrutura e a situação da Pedagogia na educação brasileira. Esse Seminário, realizado em 20 e 22 de novembro de 1978, contou com a participação de 600 pessoas, quase exclusivamente professores e educadores, representando a maioria dos estados brasileiros. [...] pois a pesquisa visava não apenas ao conhecimento da realidade dos Cursos de Pedagogia isoladamente, mas a sua interação com o contexto brasileiro (BRASIL, 1980, p. 22)3.
O Seminário teve grande importância histórica nacional por constituir o primeiro encontro e o primeiro momento de reflexão coletiva sobre educação após 1964. Certamente ele impulsionou outros movimentos educacionais, entre eles a I Conferência Brasileira de Educação (CBE), realizada em São Paulo, no campus da Pontifícia Universidade Católica (PUC), de 31 de março a 3 de abril de 1980, com inscrições de 1.354 educadores e estudantes de 18 estados brasileiros. De acordo com a comissão organizadora, constituída por Moacir Gadotti (CEDES), Luís Antonio Cunha (Centro de Estudos de Cultura Contemporânea - CEDEC), Jacques Velloso (Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Educação - ANPEd) e Guiomar Namo de Mello (Associação Nacional de Educação - ANDE):
O agravamento das condições de ensino em nosso país - resultado de uma política educacional autoritária - tinha sido criticado em diversos encontros, congressos e reuniões de educadores. Todo esse esforço carecia, entretanto, ser articulado, de modo que nós educadores pudéssemos [...], também, unificar nossas lutas em prol da democratização do ensino. Diante disso, entidades que congregam educadores, exclusivamente, ou não - Associação Nacional de Educação (ANDE), Associação Nacional de Pós-Graduação em Educação (ANPEd), Centro de Estudos de Cultura Contemporânea (CEDEC) e Centro de Estudos Educação e Sociedade (CEDES) - assumiram a iniciativa de promover esta conferência (CONFERÊNCIA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO, 1981, p. 1).
Explica Luís Antonio Cunha que a
ideia de realizar esta Conferência (CBE) nasceu em Salvador, na segunda semana de novembro de 1979, durante uma reunião da ANPEd. Em uma das comissões, sobre o tema, local e data da reunião seguinte, os participantes verificaram a convergência dos temas dos próximos encontros das quatro entidades [...]. A I CBE foi um passo adiante na organização dos educadores, condição para a construção democrática em nosso país. Todavia, esta tradição de luta de educadores já existia, pois a reunião de educadores para discutirem os problemas da educação começou no Brasil, ainda no tempo do Império. A primeira delas realizou-se no Rio de Janeiro em 1873, convocada por iniciativa do governo. Dela participaram apenas professores das escolas públicas desse município (CUNHA, 1981).
Cunha foi o proponente do evento da CBE e teve participação intensa. Sua sugestão foi aceita e aprovada, compondo de imediato a comissão organizadora. Ele sugeriu também a importância do formato de conferência (para acumular, numa só reunião, os esforços das entidades e possibilitar redução de custos), como as que a Associação Brasileira de Educação realizava nos anos de 1930 e 1940. A temática central e consensual para a ICBE foi a política educacional.
Lembramos que o CEDES com a ANDE e a ANPEd continuaram promovendo as CBEs existentes (seis no total). Destacamos os educadores que representaram o CEDES nas CBEs: Moacir Gadotti (São Paulo, 1980), Ivany Pino (Minas Gerais, 1982), Cecília Azevedo Lima Collares, Elizabeth de Almeida Silvares Pompêo de Camargo, Vanilda Pereira Paiva (Niterói, 1984), Helena Costa Lopes de Freitas, Eloísa de Mattos Hofling, Eduvirgen Carlita de Andrade (Goiânia, 1986), Ivany Pino (Brasília, 1988), Marta Maria Chagas de Carvalho, Miriam Jorge Warde e Zeila de Brito Fabri Demartini (São Paulo, 1991).
A Revista Educação & Sociedade (n. 25, p. 5-10, dez. 1986) publicou a Carta de Goiânia da IV Conferência Brasileira de Educação, realizada de 2 a 5 de setembro de 1986, que se tornou o documento de adesão para a articulação de um Fórum Nacional de Educação em Defesa da Educação Pública na Constituinte. A Carta de Goiânia inspirou fortemente o capítulo da Educação na Constituição Cidadã de 1988 (que completa, em 2018, 30 anos).
Ao longo de sua existência, o CEDES participou de inúmeros movimentos de reorganização do sistema educacional, interferindo nas esferas dos poderes federal, estaduais e municipais. Não faltou no processo de luta pela Anistia, do Fórum Nacional de Educação na Constituinte em defesa da Escola Pública e, desde 1989, acompanhou no Congresso Nacional a elaboração e tramitação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), por meio de sua participação no Fórum Nacional em Defesa da Escola Pública na LDBEN.
O CEDES foi criado
com o objetivo de reanimar a audiência, o debate e a crítica em torno dos problemas educacionais brasileiros, congregando educadores preocupados em objetivar as relações da educação com a sociedade, em uma perspectiva crítica, tendo em vista a transformação da educação e a construção da democracia na sociedade brasileira. Seus objetivos definiram-se em duas vertentes: a que se propôs a produzir e socializar e difundir o conhecimento no campo da educação, gerado por meio da promoção de pesquisas e estudos tendo como objetivo o “carrefour” educação e sociedade; a que se propugnou à intervenção na organização do campo da educação por intermédio de: seminários, colóquios e simpósios; participação em movimentos sociais e políticos ligados à educação; socialização do conhecimento por meio de publicações da Revista Educação & Sociedade e Cadernos CEDES (dirigido sobretudo aos leitores professores de 1º e 2º graus e alunos da graduação de Pedagogia), e do Jornal de Educação Mensal (experiência abandonada após alguns números). Até então sua vertente mais privilegiada tem sido a de intervenções no campo da educação e a socialização e difusão do conhecimento por meio de suas publicações que ocupam lugares relevantes na área editorial de periódicos em educação (PINO, 1989).
Hoje, sem perder o fio da meada promissora, seus objetivos iniciais permanecem:
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Realizar estudos e pesquisas sobre problemas relevantes na intersecção educação e sociedade;
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Participar nos debates sobre políticas municipais, estaduais e nacionais no campo da educação;
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Promover publicações que assegurem a difusão do conhecimento produzido no campo da educação, procurando aquilo que há de emergente, polêmico e inovador;
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Organizar seminários, colóquios, simpósios, ciclos de estudos, cursos, conferências e participar da organização de eventos acadêmicos.
Nos últimos anos, ocorreram vários lançamentos de revistas e cadernos, em eventos significativos, tais como reuniões da ANPEd, Congresso de Leitura da Associação de Leitura do Brasil (COLE/ALB), Encontro Nacional de Didática e Prática de Ensino (ENDIPE), que significaram uma inovação no campo editorial. Realizados com mesas-redondas e seminários, ampliaram o espaço de produção e de socialização do conhecimento, bem como fortaleceram as relações mais próximas entre os leitores e autores de textos, sempre presentes. Entre os eventos destacamos:
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Formação de Profissionais da Educação: políticas e tendências (Revista n. 68) - mesa-redonda realizada na Faculdade de Educação, com apoio desta e do LITE (com transmissão ao vivo) e a presença de Helena Lopes de Freitas (Associação Nacional pela Formação dos Profissionais da Educação - ANFOPE, FE/UNICAMP), Acácia Kuenzer (Faculdade de Educação da Universidade Federal do Paraná - FE/UFPR) e Eunice Durham (Núcleo de Pesquisas sobre Ensino Superior da Universidade de São Paulo - NUPES/USP);
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Políticas curriculares e decisões epistemológicas (Dossiê n. 73) - evento realizado no auditório da Associação de Docentes da Universidade de Campinas (ADUNICAMP), em 5 de abril de 2001, com apoio desta e da Universidade do Minho (Portugal). No período da manhã, contou com a presença do conferencista José Augusto Pacheco (Universidade do Minho, Portugal) e dos debatedores Vera Maria Candau (PUC-RJ) e Antonio Flavio Moreira (UFRJ). No período da tarde, a conferência foi realizada por Tomaz Tadeu Silva (UFRGS) e contou com os debatedores José Vanderley Geraldi (UNICAMP) e José Augusto Pacheco (Minho);
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Os saberes docentes e sua formação (Dossiê n. 74) - evento realizado no dia 25 de junho de 2001, no auditório da ADUNICAMP, com o apoio desta e da Faculdade de Educação da UNICAMP, da Universidade de Montreal (Centre de Recherche Interuniversitaire sur la Formation et la Profession Enseignante - CRIFPE/Canadá), da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e da PUC do Rio de Janeiro. À mesa-redonda sobre “A pesquisa sobre os saberes dos professores: perspectivas nacionais e internacionais”, estavam presentes Cecília Borges (UFPel), Maurice Tardif (Universidade de Montreal), Isabel Alice Lellis (PUC-RJ), Glória Regina Pessoa Campello (MAST/MCT) e os debatedores Célia Maria Fernandes Nunes (UFOP) e Menga Lüdke (PUC-RJ).
O grande número de pessoas presentes, vindas de várias universidades, escolas públicas de vários estados brasileiros, ultrapassou as expectativas, lotando auditórios. Os frutos dos debates apontaram desdobramentos temáticos que foram sendo retomados nas Revistas; por exemplo, o Dossiê “Diferenças” (Revista n. 79 - 2002) nasceu do debate público sobre as Políticas Curriculares, no lançamento do número 73 - 2000, da Revista.
Registramos aqui dossiês ou números temáticos ocorridos na Revista durante seus 40 anos:4
Teorias críticas e liberalismo: contrastes e confrontos (n. 57); Tecnologia, trabalho e educação (n. 61); Competência, qualificação e trabalho (n. 64); Formação de profissionais da educação - Políticas e tendências (n. 68); Vigotski - O Manuscrito de 1929. Temas sobre a constituição cultural do Homem (n. 71); Políticas curriculares e decisões epistemológicas (n. 73); Os saberes dos docentes e sua formação (n. 74); Políticas Educacionais (n. 75); Ética, Educação & sociedade - Um debate contemporâneo (n. 76); Ensaios sobre Pierre Bourdieu (n. 78); Diferenças (n. 79); Políticas públicas para a educação: olhares diversos sobre o período de 1995 a 2002 (n. 80); Letramento (n. 81); Políticas educativas em Portugal e no Brasil (n. 82); Adorno e a Educação (n. 83); Educação: de direito de cidadania à mercadoria - Novas leituras sobre o público e o privado/mercantil (n. 84); Imagem e pesquisa em educação: currículo e cotidiano escolar (n. 86); Globalização e educação: precarização do trabalho docente (n. 87); Universidade: reforma e/ou rendição ao mercado? (n. 88); Segunda parte do dossiê Globalização e educação: precarização do trabalho docente (n. 89); Sociologia da infância: pesquisas com crianças (n. 91); Políticas públicas de regulação: problemas e perspectivas da educação básica (n. 92); Entre Deleuze e a educação (n. 93); Políticas educacionais e diferenças culturais (n. 95); Educação: políticas públicas afirmativas e emergentes (n. 96); Cotidiano escolar (n. 98); O trabalho docente no contexto latino-americano: algumas perspectivas de análise (n. 99); Educação escolar: os desafios da qualidade (n. 100); Experiências educativas e construção de fronteiras sociais (n. 103); O uso pedagógico das tecnologias de informação e comunicação na formação de professores (n. 104); Saúde e trabalho docente: articulação imprescindível (n. 107); Interfaces entre o público e o privado para a oferta educacional: desafios contemporâneos (n. 108); Conhecimento e política (n. 109); De uma geração a outra: a dimensão educativa dos processos de transmissão intergeracional (n. 111); Caminhos na construção do plano nacional da educação: questões desafiadoras e embates emblemáticos (n. 112); Educação, Estado e regulação (n. 113); As políticas educacionais dos novos governos na América Latina (n. 115); O ensino médio e suas modalidades: propostas, problemas e perspectivas (n. 116); Quando a sociologia se submete à análise sociológica (n. 118); Políticas públicas de responsabilização na educação (n. 119); Desigualdades e diversidades na educação (n. 120); A cultura digital e a formação de professores: uma questão em debate (n. 121); Desafios da educação brasileira: PNE, responsabilização, colaboração e sistema nacional de educação (n. 124); Sociedade, Estado e educação ou da construção do sistema nacional da educação (n. 125); Infância e cidade: perspectivas analíticas para as áreas de educação e sociologia (n. 128); Mudanças atuais na sociedade brasileira e o sistema nacional de educação: qualidade da educação pública como direito humano (n. 129); Os herdeiros e a questão universitária contemporânea (n. 130); Nueva gestión pública y education: ensino médio: elementos teóricos y conceptuales para el estúdio de un modelo de reforma educativa global (n. 132); Privatização da educação na América latina: estratégias recentes em destaque (n. 134); Pisa, política e conhecimento em educação (n. 136); Socialização política; políticas educacionais e a resistência estudantil (n. 137); Ensino médio: antigas e novas polêmicas; Centralidade do ensino médio no contexto da nova “ordem e progresso”( n. 139); Análises de experiências brasileiras e latino-americanas de educação no campo (n. 140).
Acentuamos a abertura da política editorial da revista tendo em vista sua característica internacional que, além de nunca ter traduzido os artigos escritos em espanhol, abriu a organização o número temático e/ou dossiê para editores associados ou colaboradores internacionais, tais como “Nueva gestión pública y education: ensino médio: elementos teóricos y conceptuales para el estúdio de un modelo de reforma educativa global” v. 36, n. 132, 2015; e “Pisa, política e conhecimento em educação”, v. 37, n. 136, 2016.
Após 40 anos de publicação ininterrupta (quadrimestral, com números temáticos e dossiê), a Revista Educação & Sociedade e os Cadernos CEDES (quadrimestral) tornaram-se periódicos dos mais importantes, editados na área da Educação do país. Não queremos deixar cair no esquecimento tanta luta; ao contrário, desejamos seguir reforçando as pegadas e os vínculos com aqueles que idealizaram e construíram o CEDES. Afinal, foram tantos que nos emprestaram sua experiência, sua erudição, seu trabalho, para que pudéssemos assegurar ao longo do tempo a qualidade de nossas publicações.
Este texto, em sua versão atualizada, continua, portanto, resultado de muito afeto e de muita gratidão. Afeto pelos inúmeros personagens que trabalharam e lutaram no CEDES de várias formas. Ora como idealizadores e fundadores da Revista, ora como membros da Diretoria e do Conselho Técnico Científico, ora como representantes do CEDES nas CBEs, ora como leitores atentos (mantendo com os autores dos textos um diálogo vivo e, felizmente, nada silencioso); ora como pareceristas dos textos com leituras críticas, sempre atentas; ora como membros dos comitês editoriais de redação e do conselho editorial (nacional e internacional); ora como colaboradores permanentes; ora como coordenadores dos Cadernos; ora como membros do colegiado; ora nas equipes de produção, marketing, distribuição, redação; ora como representantes nacionais, estaduais e municipais do CEDES nos FEEP (Constituinte, LDB FNE, FNPE, respectivamente, também com representações estaduais e municipais), ora combinando várias dessas formas e ora de outras maneiras.
Depois de perambularem pela “casinha branca no alto da Serra” (na Avenida 1), passando por vários lugares no interior da UNICAMP, houve aqueles que colaboraram com a infraestrutura, abrindo espaços que foram vitais para a permanência e sobrevivência do CEDES (instituição sem fins lucrativos), sem interferir em sua autonomia.
As Pró-Reitorias de Extensão das gestões dos reitores Paulo Renato Costa Souza, Carlos Alberto Vogt, José Martins Filho, Hermano de Medeiros Tavares e Carlos Henrique de Brito Cruz nos acolheram quando, durante alguns anos, o CEDES ocupou a sede do Ciclo Básico. Inicialmente, o essencial apoio financeiro foi do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP), depois do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), esta especificamente para pesquisas. Mais recentemente, permanecem apoios do CNPq, da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). O apoio da Faculdade de Educação da UNICAMP é permanente, a sede do CEDES, é resultado de um convênio renovado a cada cinco anos.
O projeto de divulgação e registro do CEDES superou o seu início e está sempre a se reiniciar, com as dificuldades decorrentes da sua manutenção e dos custos de suas produções editoriais.
Sabemos que este Editorial não dará conta de todos os envolvidos e que deixaremos pedaços importantes dessa história de construção e de lutas de lado.
Mas estas anotações, em torno dos 40 anos da revista e das lembranças dos educadores, foram retomadas justamente quando vivemos a intensa pressão contra a democracia e seus valores de justiça social e direitos humanos, provocando a sensação de vulnerabilidade ao conflito que, sorrateiramente, tenta desafiar nossas resistências; quando o compromisso do acadêmico com a esfera pública e com a justiça social parece ser minimizado; quando o julgamento crítico e o sonho emancipatório são desafiados pela mídia - oráculo do tempo da modernidade capitalista - que tenta legitimar os sujeitos dos clubes (financeiros e empresariais) que disputam controle hegemônico sobre as formulações e implantações das políticas públicas.
Todavia, os 39 anos do CEDES, atuando ao lado com e junto de outras entidades e instituições educacionais, puderam consolidá-lo como movimento de lutas e de conquistas no campo educacional (social), nada corriqueiro em nossa história. Vitalizando nossos sonhos, nossa utopia e esperanças, retomemos a resistência contra a submissão, tema da Revista E&S n.6 entrelaçamento das açoes político-culturais, buscando reforçar e manter os direitos humanos e sociais da cidadania, fortemente presentes na Constituição Brasileira, completando seus 30 anos de existência.
A Revista Educação & Sociedade foi idealizada em 1978 como instrumento de incentivo à pesquisa acadêmica ampliador do debate sobre educação. Hoje - completando seus 40 anos - nos seus diversos prismas, ela atinge um grande acervo de análises, informações, debates, fontes teóricas e documentais, registros de experiências pedagógicas de grande interesse para cientistas e educadores que atuam não só nas ciências humanas, como em outros campos do saber. Seu horizonte tem sido ampliado, alcançando outros países da América Latina e Europa. Indexada internacionalmente, desde 1997, no Programa Scielo (BR), recebe contribuições de pesquisadores de diversos países e de diversas linhas de pesquisa acadêmica.
Nós, os editores da Educação & Sociedade, decidimos comemorar o acontecimento com uma seção especial em cada um dos quatro números do volume 39: Educação & Sociedade: 40 anos.
O CEDES e a Revista Educação & Sociedade prestam homenagem à sua sócia histórica Vera Lucia Alves de Brito, representante do Centro na Constituinte em 1986, como membro do Fórum nacional em defesa da educação pública na Constituinte e posteriormente ainda representante do CEDES no Fórum nacional em defesa da escola pública na LDB (Lei de Diretrizes e Bases, de 1988 a 1996) , membro titular do Conselho técnico-científico e atual representante do CEDES no Fórum estadual popular da educação de MG e na CONAPE.
Vera Brito foi uma lutadora incansável na defesa da escola pública, gratuita, democrática, laica e de qualidade socialmente referenciada.
Referências
- ATA DA CRIAÇÃO DO CENTRO DE ESTUDOS EDUCAÇÃO E SOCIEDADE. Doc. arquivos CEDES. 5 mar. 1978. Registro nº 25.170 em 10 de julho de 1979 no Primeiro Oficial de Registro de Imóveis da Comarca de Campinas.
- BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais. Redefinição do Curso de Pedagogia Brasília: Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação, 1980.
- CAMARGO, E. de A. S. P. de. Origem do Projeto Inicial do CEDES. Educação & Sociedade, Campinas, 1980. (mimeo.).
- CONFERÊNCIA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO, 1., 1981. Anais.. São Paulo: Cortez, 1981.
- CUNHA, L. A. Antecedentes da I Conferência Brasileira de Educação. In: CONFERÊNCIA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO, 1., 1981. Anais do I CBE... São Paulo: Cortez , 1981.
- FREIRE, P. A alfabetização de adultos; é ela um quefazer neutro? Educação & Sociedade, Unicamp/Cortez & Moraes, ano I, n. 1, set. 1978.
- GADOTTI, M. Revisão crítica do papel do pedagogo na atual sociedade brasileira. Educação & Sociedade, Unicamp/Cortez & Moraes, ano I, n. 1, set. 1978.
- MORAES, C.S.V. Ideologia e intelectuais em Gramsci. Educação & Sociedade, Unicamp/Cortez & Moraes, ano I, n. 1, set. 1978.
- SAVIANI, D. Educação brasileira: problemas. Educação & Sociedade, Unicamp/Cortez & Moraes, ano I, n. 1, set. 1978.
- TRAGTENBERG, M. Francisco Ferrer e a Pedagogia Libertária. Educação & Sociedade, Unicamp/Cortez & Moraes, ano I, n. 1, set. 1978.
- VIEIRA, E.A. Poder e educação. Educação & Sociedade, Unicamp/Cortez & Moraes, ano I, n. 1, set. 1978.
Notas
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1
Transcrevemos na íntegra, o editorial “Apresentando nosso compromisso”, elaborado pelo grupo, bem como o Comitê de Redação, o Conselho Editorial e o Conselho de Colaboradores do número um da Revista.
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2
Lamentamos, mais uma vez, a irreparável perda dos professores fundadores, amigos e colaboradores do CEDES, já falecidos: Paulo Freire, Maurício Tragtenberg, Maria Nilde Mascelani, Casemiro dos Reis Filho, Milton Almeida, Angel Pino, Celso Rui Beiseguel. Sempre é tempo de registrar o reconhecimento que temos (e sempre tivemos) pelo brilhantismo do trabalho político e intelectual que apresentaram, o qual assegurou coerência às suas vidas públicas.
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3
Os Relatórios Finais dos Grupos de Estudo do I Seminário de Educação Brasileira encontram-se na Revista Educação & Sociedade, Pedagogia do Oprimido, n. 3, São Paulo: Cortez, 1979.
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4
. Foram consultados todos os 140 fascículos da Revista Educação & Sociedade 1979 - 2017 para a realização do levantamento dos dossiês e números temáticos publicados pela Revista.
Datas de Publicação
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Publicação nesta coleção
Jan-Mar 2018