RESUMO
Este estudo objetivou mapear e examinar as melhores práticas de gestão do HIV disponíveis nas publicações científicas da área da saúde. Realizou-se revisão sistemática da literatura por meio de scoping review, nas bases PubMed, Scopus, Web of Science, Cinahl, Lilacs e Catálogo de Teses e Dissertações da Capes, no período de 2009 a julho de 2020. Dos 427 estudos identificados, 19 foram incluídos, e apesar de não explicitar um conceito de melhor prática, apresentam práticas de gestão do HIV expressas como uma melhor prática por meio da avaliação de estratégias, ferramentas, serviços de saúde, programas de saúde, intervenções e ações que contribuíram para uma melhoria de uma determinada condição de saúde na prevenção e cuidado em HIV. As práticas identificadas nos estudos com uma ‘melhor prática’ justificam-se pela análise dos aspectos de avaliação, os quais expressaram modificações positivas, contribuindo para melhorias das práticas de gestão do HIV. Acredita-se que esses achados podem subsidiar a construção de políticas públicas em diferentes cenários e a instituição de práticas de saúde que visem à melhoria da qualidade das ações direcionadas à gestão do HIV.
PALAVRAS-CHAVE
HIV; Gestão da qualidade; Gestão em saúde; Guia de prática clínica; Planos e programas de saúde
ABSTRACT
This study aimed to map and examine the best HIV management practices available in scientific publications in the health field. A systematic literature review was carried out through scoping review, on the basis of PubMed, Scopus, Web of Science, CINAHL, LILACS, and CAPES Thesis and Dissertations Catalog, from 2009 to July 2020. From the 427 identified studies, 19 were included, and although it does not explain a concept of best practice, they present HIV management practices expressed as a best practice through the evaluation of strategies, tools, health services, health programs, interventions, and actions that contributed to an improvement of a given health condition in HIV prevention and care. The practices identified in the studies with a ‘best practice’ are justified by the analysis of the evaluation aspects, which expressed positive changes, contributing to improvements in HIV management practices. It is believed that these findings can support the construction of public policies in different scenarios and the establishment of health practices that seek to improve the quality of actions aimed at managing HIV.
KEYWORDS
HIV; Quality management; Health management; Practice guideline; Health programs and plans
Introdução
A infecção pelo HIV apresenta um status de doença crônica, e tal condição exige um cuidado permanente expresso pela ‘Cascata de cuidado contínuo ao HIV’, usada globalmente no contexto da gestão dessa condição de saúde. Esse processo necessita do estabelecimento de metas e adoção de estratégias que abarcam práticas atreladas a promoção à saúde, prevenção, tratamento, promoção da gestão compartilhada da atenção às Pessoas que Vivem com HIV (PVHIV) entre os serviços especializados e Atenção Primária à Saúde (APS), matriciamento, atendimento em rede, além da necessidade de adoção de práticas que considerem a singularidade e a integralidade dessa população 1,2,3.
O estabelecimento de aspectos para avaliação da atenção às PVHIV é fundamental para diferenciar uma ‘melhor prática’ na saúde, a exemplo da comprovação da efetividade por indicadores, informações em saúde, da análise sobre seu potencial inovador, da possibilidade de replicação em outros cenários e do compromisso com o bem-estar e a qualidade de vida da comunidade4,5. Nessa direção, o conhecimento envolvendo práticas que contribuem para o alcance dos melhores resultados diante de doenças crônicas como o HIV pode favorecer a diminuição da morbidade, da mortalidade e melhorar a qualidade de vida das PVHIV, o que continua sendo um grande desafio para os sistemas de saúde.
O compartilhamento das melhores práticas de gestão do HIV possibilita que prestadores de cuidados, formuladores de políticas e tomadores de decisão, bem como pesquisadores, aprendam uns com os outros e compartilhem experiências, sucessos e lições aprendidas no tratamento do HIV. Logo, as melhores práticas são ferramentas úteis para comunicar as inovações de profissionais e pesquisadores que trabalham na área de tratamento e cuidados do HIV6.
As melhores práticas de gestão do HIV estão relacionadas com resultados de intervenções baseadas em evidências em que se pode comprovar eficácia7, e com diretrizes clínicas que orientam e padronizam o cuidado às PVHIV8. Ainda, as melhores práticas avaliam ativamente os resultados do trabalho que obtiveram sucesso, bem como possuem um efeito significativo que é replicável em vários contextos9.
Um estudo de revisão sistemática aponta que existem diversas informações sobre as melhores práticas de gestão do HIV; no entanto, há uma escassez de literatura sobre o rigor científico ou os padrões a serem observados antes que uma prática ou programa possa ser declarado como uma ‘melhor prática’. Além disso, foi evidenciado o uso arbitrário do termo ‘melhores práticas’ na literatura, na qual os autores nem sempre apresentam intenção de comunicar uma prática nova ou um modelo desejável, bem como enfatizam a necessidade de uma ferramenta cientificamente sólida para avaliar as melhores práticas6. Desse modo, diante dos muitos desafios concernentes ao entendimento e desenvolvimento de melhores práticas de gestão do HIV, destaca-se a necessidade de explorar tais lacunas e evidenciar o que a literatura internacional vem apontando acerca dessa temática.
Diante disso, o objetivo deste estudo foi mapear e examinar as melhores práticas de gestão do HIV disponíveis nas publicações científicas da área da saúde.
Material e métodos
Trata-se de um tipo de revisão sistemática de literatura, o scoping review, que tem por objetivo identificar e sintetizar evidências científicas sobre questões emergentes e ainda não saturadas na literatura10.
Inicialmente, realizou-se uma busca nas bases de dados JBI Clinical Online Network of Evidence for Care and Therapeutics (COnNECT+) e International Prospective Register of Ongoing Systematic Reviews (Prospero), no mês de julho de 2020, não sendo identificadas revisões anteriores ou em andamento envolvendo protocolos semelhantes ao objetivo deste estudo. Então, foi elaborado um protocolo com cinco etapas10, bem como foi realizado o registro da presente revisão no Open Science Framework com DOI 10.17605/OSF.IO/X758N.
Na etapa 1, ‘identificando a questão de pesquisa’, utilizou-se do acrônimo PCC10, no qual a População são as PVHIV, o Conceito são as melhores práticas de gestão, e o Contexto é a área da saúde. Tal delimitação orientou a definição da questão geral orientadora do estudo: quais as melhores práticas de gestão do HIV disponíveis nas publicações científicas da área da saúde? Adicionalmente, foram elaboradas subquestões de pesquisa para ampliar o mapeamento.
Na etapa 2, ‘identificando estudos relevantes’, foi realizada a busca dos estudos nas seguintes bases de dados: PubMed, Scopus, Web of Science, Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature (Cinahl), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs) e Catálogo de Teses e Dissertações da Capes. Os descritores e suas combinações utilizadas para a construção da chave de busca foram: ((Health Services Administration) OR (Health Management) OR (Quality Management) OR (Cost-Benefit Analysis) OR (Program Evaluation) OR (Management Capacity) OR (Organizational Capacity) OR (Cost Effectiveness) OR (Cost- Benefit Data) OR (Economic Evaluation) OR (Best Practices)) AND ((HIV) OR (AIDS)), nos idiomas inglês, espanhol e português.
A busca dos estudos foi realizada considerando o período de 2009 a julho de 2020. Optou-se por essa delimitação temporal com o intuito de abarcar as publicações e orientações decorrentes após o lançamento do guia de melhores práticas da Organização Mundial da Saúde (OMS)4. Assim, a busca totalizou 427 publicações, entre as quais, 230 artigos e 197 teses e dissertações. Os procedimentos de revisão foram realizados por quatro pesquisadoras.
A etapa 3, ‘seleção de estudos’, foi desenvolvida em julho de 2020, sendo incluídos estudos primários disponíveis na íntegra, teses e dissertações. Os critérios de exclusão dos estudos contemplaram publicações que não apresentaram resumo ou que se encaixavam em uma das seguintes modalidades: artigo de opinião, editorial, revisão, relatórios, nota de campo ou tutorial, cartas, comentários, resumos de anais, estudos clínicos, estudos epidemiológicos, relatos de experiência e trabalho de conclusão de curso.
As diretrizes do Prisma Extension for Scoping Reviews (Prisma-ScR): Checklist and Explanation foram seguidas para sistematizar o processo de seleção e inclusão dos estudos11, conforme apresentado na figura 1.
Na etapa 4, ‘traçando os dados’, as pesquisadoras utilizaram uma planilha do Excel® para preenchimento e organização das informações extraídas dos estudos incluídos, com as seguintes variáveis: base de dados, ano de publicação, periódico, título, autores, país de realização do estudo, objetivo da pesquisa, metodologia, participantes, instituições envolvidas, população a que as melhores práticas se destinam, conceito de melhores práticas, critérios definidores das melhores práticas, principais resultados, situação-problema superada, contribuições do estudos.
Na etapa 5, que consistiu em ‘reunir, resumir e relatar os resultados’, os estudos foram analisados na íntegra, buscando responder às subquestões de pesquisa, com o auxílio do gerenciador bibliográfico Mendeley®. As informações sistematizadas foram compartilhadas entre as pesquisadoras via Planilhas do Google®.
Resultados
Na busca por publicações nas bases de dados elencadas para este estudo, destacaram-se a PubMed com 127 artigos e a Scopus com 53. A busca no Catálogo de Teses e Dissertações da Capes obteve 197 publicações. No total, 19 publicações foram incluídas no estudo, sendo 16 artigos e 3 teses/dissertações. Dentre os artigos analisados, sobressaíram-se o ano de 2017 com seis publicações e o periódico ‘Tropical Medicine and International Health’ com três artigos.
Outras informações também foram consideradas durante a presente revisão. Observou-se que, em relação às autorias, dois coautores estiveram presentes em dois estudos12,13; os demais, em somente um estudo. Em relação ao país, seis estudos foram realizados nos Estados Unidos da América (EUA)14,15,16,17,18,19, seguido de três no Brasil20,21,22, três na África do Sul23,24,25, dois na Índia12,13, e um em Ruanda26, Quênia27, Moçambique28, México29 e Reino Unido30.
O método/natureza de pesquisa mais utilizado foi o quantitativo, com 14 estudos12,13,15,18,19,22,23,24,25,26,27,28,29,30, seguido de três estudos de métodos mistos14,16,17, um estudo qualitativo21 e um metodológico20.
Identificou-se que cinco estudos apresentaram adultos como participantes da pesquisa13,16,18,27,29. O segundo grupo que recebeu maior destaque foi o de mulheres com quatro estudos, em que dois apresentaram enfoque no período puerperal19,28, um no período gestacional24, e outro direcionado a mulheres trabalhadoras do sexo12. Dois estudos tiveram como participantes profissionais da saúde14,21, dois estavam direcionados a serviços de saúde que prestam cuidados direcionados às PVHIV23,30, e os demais estudos contaram com a participação de idosos20, estudantes de enfermagem15, crianças25 e lactentes26.
O perfil das organizações executoras das melhores práticas variou entre os estudos; no entanto, serviços e programas de saúde receberam destaque em sete manuscritos, em que a iniciativa Avahan – India Aids esteve presente em dois artigos12,13, seguido do Mountain West Aids Education and Training Center14, Ubuntu Clinic23, Howard Brown Health Center17, Programa Make A Difference about Art25 e Hospitais distritais28. Ainda, sete instituições eram da esfera de atuação governamental, com serviços de APS em dois artigos21,26, seguido de Departamento de Saúde Pública18,19, Instituições Federais que oferecem cuidados a pacientes do Programa Fonsida29, sistema de saúde Iowa City Veterans Affairs16 e Centro de Prevenção ao Abuso de Substâncias, Escritório de Saúde da Mulher, Escritório de Política de HIV/Aids e Doenças Infecciosas e Administração de Serviços de Abuso de Substâncias e Saúde Mental15.
Três instituições de ensino foram identificadas como promotoras de melhores práticas, como o Centro de Pesquisa da Aids da Universidade de Washington27, Universidade Federal do Ceará22 e Universidade Estadual do Ceará20. Por fim, também se identificou a atuação de duas associações como a British HIV Association30 e South African Medical Research Council em colaboração com o Saving Newborn Lives24.
Os estudos apresentaram diferentes populações para as quais as melhores práticas foram destinadas. Para as PVHIV, sobressaíram os estudos acerca a saúde materno-infantil, envolvendo gestantes e puérperas com HIV14, recém-nascidos de mães com HIV14,28, mulheres grávidas com seguimento para o puerpério e recém-nascidos24, e recém-nascidos que iniciaram a Terapia Antirretroviral (Tarv)26. Outros estudos envolveram crianças25, PVHIV no geral16,18,21, pessoas sem seguro saúde29, pessoas adultas que fazem uso da Tarv23, pessoas não tratadas com Tarv27, e parturientes e recém- -nascidos sem status de HIV documentado19.
Em relação às populações sem diagnóstico positivo de HIV, no que se refere a prevenção e promoção em saúde, as melhores práticas foram destinadas a motoristas de caminhão de longa distância13, mulheres trabalhadoras do sexo12, jovens mulheres transexuais17, estudantes universitários de enfermagem15, adolescentes em situação de rua22 e idosos20. Outro estudo envolveu serviços de saúde especializados em HIV30.
O quadro 1 apresenta informações relacionadas com as melhores práticas de gestão do HIV que constituíram o foco dos estudos incluídos na revisão de escopo. Os estudos foram organizados pela proximidade das temáticas.
Apresentação das melhores práticas abordadas nos estudos envolvendo a gestão do HIV, a situação ou contexto específicos e os resultados
Discussão
O artigo de A126 analisa os impactos de uma estratégia em saúde, a tecnologia (TRACnet) que repercutiu positivamente no tempo de entrega dos resultados do teste de HIV e na subsequente iniciação da Tarv em bebês infectados pelo HIV em Ruanda. Tal tecnologia trata da implementação de envio de mensagens por SMS-e, sistema de tecnologia baseado na internet, para fornecer os resultados do teste de Reação em Cadeia Polimerase (PCR) do HIV diretamente às unidades de saúde. Esse estudo evidenciou reduções significativas nos tempos de resposta/envio dos resultados da testagem PCR e no tempo total para iniciação de Tarv em bebês infectados com HIV após a implantação da intervenção.
O artigo A230 apresentou o desenvolvimento de uma ferramenta para fornecer dados de feedback para clínicas especializadas em cuidado à PVHIV no Reino Unido, mostrando-se como uma importante ação de apoio ao cuidado. Nesse estudo, a partir de uma auditoria da Associação Britânica do HIV, que avaliou o cumprimento das diretrizes para investigação e monitoramento da rotina de adultos infectados pelo HIV, foram propostos gráficos que comparam um serviço com os demais, fornecendo subsídios para a melhoria da qualidade do cuidado às PVHIV.
O artigo A318 identificou diferenças nos resultados clínicos entre PVHIV que receberam cuidados em instalações financiadas por um programa de gestão de casos médicos em comparação com instalações não financiadas. O estudo apontou que PVHIV que recebem cuidados em instalações financiadas pelo programa eram significativamente mais propensas a serem retidas no cuidado e alcançarem supressão viral do que pessoas recebendo atendimento em instituições não financiadas.
O artigo A414 está vinculado a um programa voltado para profissionais da saúde. O estudo descreveu uma experiência de treinamentos por meio do uso de telementoria destinada a médicos de comunidade para gestão do cuidado em HIV perinatal. Essa telementoria utilizou estratégias de leituras e estudos de caso apontando resultados positivos na prevenção da transmissão vertical do HIV, no acesso ao acompanhamento clínico e, especialmente, na redução da necessidade de encaminhamento para atendimentos especializados.
O artigo A516 apresentou um programa voltado para o apoio ao cuidado das PVHIV, sendo o uso de tecnologias digitais o destaque nesse estudo, que descreveu a experiência de um telessaúde colaborativo como uma abordagem para fornecer cuidados acessíveis e abrangentes às PVHIV em ambientes rurais. O estudo sinaliza que o matriciamento ocorreu de profissionais especialistas para profissionais generalistas de serviços de APS, o que facilitou o acesso ao acompanhamento clínico das PVHIV que residem em locais de difícil acesso.
O artigo A619 destacou a avaliação do desempenho da realização de teste rápido em parturientes com status de HIV não documentado como forma de prevenir a transmissão vertical do HIV, em Illinois/EUA. O estudo avaliou a continuidade dos testes rápidos em parturientes quando o programa de financiamento terminou e foi substituído por uma parceria público-privada. Esse estudo evidenciou que, apesar das mudanças na infraestrutura de saúde pública, a proporção de mulheres com status de HIV não documentado que receberam o teste rápido para si ou para seus neonatos permaneceu alta. Essas descobertas afirmam a relevância de financiamento público e privado para importantes ações de saúde pública para proporcionar impactos positivos nas ações de identificação da infecção materna por HIV e diminuição no número de recém-nascidos que recebem alta com status sorológico desconhecido.
O artigo A729 avalia um programa de distribuição de medicamentos Antirretrovirais (ARV) gratuitos nos serviços de atenção primária na Cidade do México. Esse estudo retrata que os benefícios dessa prática de gestão ampliaram o acesso e a cobertura desses medicamentos, melhoraram a eficácia no tratamento e aumentaram a sobrevida das PVHIV.
O artigo A823 aborda um programa de distribuição de Tarv, avaliando o custo-eficácia, e conclui que ele melhorou o acesso à Tarv. Esse estudo demonstra uma importante estratégia de saúde pública, pois apresenta um programa com potencial para expandir a capacidade do sistema de saúde, enquanto facilita a permanência no tratamento eficaz e de longo prazo.
O artigo A928 avaliou um programa de diagnóstico infantil precoce durante o atendimento prestado a mães infectadas pelo HIV que deram à luz em dois hospitais, nos quais o cuidado tinha como base um protocolo, evidenciando benefícios na retenção do cuidado. Os resultados do estudo apontam para a gestão da qualidade enquanto ferramenta para aprimorar os processos de trabalho e relação entre os serviços de saúde.
O artigo A1024 retrata um programa que consistiu em visitas domiciliares pré e pós- -natais de Agente Comunitários de Saúde (ACS). Ao avaliar o efeito dessas visitas no nível de sobrevida sem infecção por HIV e na alimentação infantil exclusiva e apropriada as 12 semanas, o estudo identificou que a intervenção quase dobrou o Aleitamento Materno Exclusivo (AME) em 12 semanas e apresentou um aumento relativo de 6% em AME com cada visita adicional do ACS. Foram avaliados também os custos dessa intervenção que se mostrou eficaz e uma alternativa barata.
O artigo A1125 teve por finalidade avaliar um programa comunitário de arte visando reduzir problemas psicossociais entre crianças afetadas pelo HIV na África do Sul. O estudo revelou melhora da autoestima, da autoeficácia (habilidades próprias no que se refere a lidar com várias situações), além da sensibilização acerca da percepção do viver com HIV e melhoria de parte do impacto relativo ao enfrentamento dessas crianças diante da morte dos pais.
O artigo A1215 abordou um programa, destinado e desenvolvido por estudantes universitários de enfermagem, o qual apresentou evidências que sugeriram que a prática de educação realizada pelos pares foi eficaz no ensino de informações essenciais sobre o HIV. Um modelo peer-to-peer como o utilizado no estudo com estudantes de enfermagem pode ser facilmente implementado em campus universitários, de modo a reduzir os comportamentos de risco e estimular a prevenção da infecção por HIV.
O artigo A1312 avaliou um programa de prevenção atrelado a mulheres trabalhadoras do sexo baseado em atividades educativas, promoção e distribuição de preservativos e estabelecimento de clínicas vinculadas ao programa para gerenciar Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) em Tamil Nadu na Índia. O programa apresentou impacto positivo, resultando em melhor uso do preservativo nas relações sexuais, diminuição da ocorrência dos casos de sífilis e estabilização da prevalência da infecção pelo HIV nessa população.
O artigo A1413 examinou a extensão e a tendência do comportamento sexual de risco, a prevalência de IST/HIV e a ligação entre exposição a programas de prevenção do HIV e comportamento sexual seguro. Foram comparados dados coletados em 2007 e 2010. Os programas de prevenção considerados no estudo foram aqueles classificados como mais intensivos: contatos por educadores, distribuição de preservativos pelos educadores, visita a clínicas Khushi, serviços de aconselhamento sobre HIV, participação em qualquer reunião da comunidade ou eventos.
Os resultados apresentados no artigo A1413 evidenciaram que o uso consistente de preservativo em relações sexuais com parceiras não regulares aumentou ao longo do tempo. A proporção de pessoas testadas como HIV positivo caiu de 3,2% para 2,5%, e a proporção testada positiva para sífilis também diminuiu de 3,2% para 1,7%. Caminhoneiros que faziam sexo com parceiros pagos eram significativamente mais propensos a procurar um programa de prevenção intensivo em comparação com aqueles que não fizeram sexo com parceiros remunerados. Caminhoneiros que fizeram sexo com parceiros pagos e expostos a programas de prevenção eram mais propensos a usar preservativos nas relações sexuais de forma consistente.
O artigo A1517 avaliou uma intervenção baseada em pequenos grupos com mulheres transexuais jovens e examinou o envolvimento delas em comportamentos de risco relacionados com o HIV antes e três meses após a intervenção. Esta consistiu em seis sessões de grupo e pelo menos uma sessão individual nas quais era oferecido um plano personalizado para redução dos comportamentos de risco relacionados com o HIV. As reuniões abordaram os temas: saúde sexual, sexo seguro, comunicação saudável, negociação de parceiros e como identificar e acessar serviços comunitários. Os resultados evidenciaram que a participação na intervenção pode reduzir os comportamentos de risco relacionados com o HIV.
A tese A1622 trouxe informações referentes à produção de um vídeo educativo para adolescentes enfatizando a importância da adoção de comportamentos saudáveis em relação à prevenção do HIV. A ação apresenta o ambiente de rua com experiências reais que contribuem para aprendizagem, reflexão, criticidade e autonomia do adolescente. O vídeo estimula e desenvolve nos adolescentes competências e habilidades necessárias para que eles possam atuar efetivamente na melhoria de suas práticas sexuais, diminuindo os riscos de se infectar por uma IST/HIV.
A dissertação A1720 retratou uma intervenção baseada em uma tecnologia educativa. O estudo envolveu dois grupos: comparação e intervenção. A intervenção deu-se pela aplicação de uma cartilha educativa intitulada ‘Cuidar de si é se amar: um diálogo sobre HIV/ Aids entre idosos’ para o grupo intervenção. Já o grupo controle recebeu orientações na forma de educação em saúde. A intervenção mostrou-se eficaz sobre o conhecimento, atitude e prática dos idosos para prevenção do HIV, reconhecendo a eficácia da utilização do material educativo para a melhoria do conhecimento e adoção de medidas positivas em relação às atitudes para prevenção do HIV.
O artigo A1827 estimou a eficácia, os custos e a relação custo-benefício no fornecimento de mosquiteiros tratados com inseticida de longa duração e filtros de água para adultos infectados com HIV não tratados com Tarv e seus familiares, em comparação com aqueles que não receberam os mosquiteiros e filtros de água. Os resultados evidenciaram que a distribuição de mosquiteiros e filtros de água para PVHIV atrasou a progressão da doença HIV e pré-mortalidade e morbidade respiratórias devido a doenças diarreicas e malária entre esses indivíduos e suas famílias. As medidas também resultaram em economia substancial para o sistema de saúde.
A dissertação A1921 descreveu a atuação dos profissionais de saúde na APS no que se refere às ações de promoção, prevenção e tratamento de PVHIV. Esse estudo descreveu que as ações desenvolvidas incluem acolhimento, acompanhamento, orientações, trabalho multiprofissional, prevenção realizada com outros segmentos do território e promoção da saúde, destacando que o atendimento das PVHIV é predominantemente assistencial.
Os estudos analisados evidenciam que não há um conceito de melhor prática explícito nas publicações; no entanto, as práticas de gestão do HIV foram expressas como uma melhor prática com base nos resultados alcançados por meio da avaliação de estratégias, ferramentas, serviços de saúde, programas de saúde, intervenções e ações que buscaram melhorar uma determinada condição de saúde, em especial, na prevenção e cuidado em HIV.
Ademais, os estudos retrataram a utilização de aspectos de avaliação identificados na adoção de melhores práticas de gestão do HIV, os quais foram classificados na presente revisão como aspectos clínicos12,14,18,19,23,26,27,28,29,30, aspectos sociodemográficos12,24,27,29, aspectos comportamentais12,13,15,17,20,22,25 e aspectos atrelados às práticas de saúde16,21.
Dentre os aspectos clínicos utilizados para avaliar as melhores práticas, destacaram-se os cuidados realizados pelos serviços às PVHIV como a realização do exame de carga viral, adesão ao uso dos medicamentos registrados e exames de saúde oferecidos30, retenção no cuidado23,28, bem como o envolvimento da pessoa no cuidado oferecido18 e a evolução dos pacientes acompanhados com realização dos exames de CD4 e carga viral16,18,23,27,29. Ainda, destacam-se a realização de teste rápido entre as parturientes com status de infecção pelo HIV desconhecido14,19 e o tempo de início da Tarv em bebês infectados pelo HIV26.
Os aspectos sociodemográficos mencionados foram a taxa da população assistida pelo programa e a taxa de mortalidade após ingressar no programa29, relação entre cobertura populacional12, custos e tempo utilizado pelos profissionais24, diminuição dos casos/ estabilização da prevalência de HIV12 e custos associados às doenças oportunistas27.
Os aspectos comportamentais estão relacionados com a mudança de conhecimento, comportamento e/ou percepção para prevenção do HIV15, conhecimento sobre HIV e práticas relacionadas com a sua prevenção13,15,17,20,22, percepção quanto a autoestima, autoeficácia e depressão em crianças que vivem com HIV25, maior uso de preservativos12,13 e mudanças de comportamento com relação ao aleitamento materno exclusivo24. Por fim, indicamos os aspectos atrelados às práticas de saúde à PVHIV, que foram vinculados à avaliação da descentralização do cuidado à PVHIV, antes ligada ao especialista, passando a apontar a APS como base para organizar as ações de cuidado às PVHIV, inclusive como suporte para outras demandas vinculadas ao cuidado dessas pessoas que vão além da doença21 e a ampliação do acesso e melhorias no atendimento16.
Essas práticas identificadas nos estudos com uma ‘melhor prática’ justificam-se pela análise dos aspectos de avaliação elencados nos estudos, os quais refletem modificações positivas/melhorias para a gestão do HIV. Tais aspectos demonstram a elegibilidade de condições para definição de práticas atreladas a situações e contextos específicos no intuito de atingir os resultados desejados e, para tanto, desenvolver e implementar estratégias e ações de excelência na gestão das práticas em saúde do HIV.
Conclusões
As melhores práticas de gestão do HIV identificadas nos estudos estão relacionadas com a instituição de tecnologias de gestão e de cuidado, serviços de telessaúde, programas de realização de teste rápido, de educação, de distribuição de ARV, de diagnóstico infantil precoce, de visitas domiciliares pré e pós-natais, de prevenção da infecção por HIV, minimização de comportamentos de risco, redução dos agravos relacionados com o HIV, iniciativas comunitárias como grupos de adesão ao tratamento, atividades artísticas para crianças que vivem com HIV, e práticas de cuidado desenvolvidas por profissionais da saúde.
Identificou-se que não há um conceito de melhor prática explícito nas publicações, bem como de critérios mensuráveis para classificar as práticas em saúde como melhores. Apesar disso, ao admitir-se o conceito de melhores práticas da OMS, considerando ações em contextos específicos, resultados alcançados e aspectos envolvidos em cada prática, bem como seu potencial de replicabilidade em diferentes cenários, foi possível eleger estudos que apresentassem melhores práticas de gestão do HIV.
Como limitações, pode-se considerar que apenas três idiomas foram utilizados para a busca dos estudos e que os descritores utilizados podem ter influenciado nos achados da presente revisão de escopo.
Sugere-se o desenvolvimento de novos estudos sobre melhores práticas de gestão do HIV que tenham como objetivo estabelecer parâmetros definidores dessas práticas para considerá-las como melhores. Ademais, entende-se que esses achados podem subsidiar a construção de políticas públicas e a instituição de práticas de saúde que visem à melhoria da qualidade das ações direcionadas à gestão do HIV.
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Suporte financeiro: Programa de Excelência Acadêmica (Proex) da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) - Código de financiamento 001. Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq - Processo 134112/2019-9) - bolsa de mestrado. Programa de Pós-Graduação Uniedu/Fumdes - bolsa de doutorado
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Orcid (Open Researcher and Contributor ID).
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