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Desafios globais das políticas de saúde voltadas à população masculina: revisão integrativa

Desafíos globales de las políticas de salud dirigidas a la población masculina: revisión integradora

Resumo

Objetivo

Analisar as publicações científicas quanto aos desafios para construção e inserção das políticas de saúde voltadas à população masculina no Brasil e no mundo.

Métodos

Revisão integrativa da literatura com inclusão de estudos que discorreram sobre políticas de saúde do homem. Busca realizada, em julho de 2020 e janeiro 2022 nas bases de dados: Public/PublishMedline (PUBMED), Scopus, Embase e Web of Science. Incluíram-se artigos nos idiomas português, espanhol e inglês, sem restrição de data de publicação. As buscas foram obtidas pelo cruzamento nas bases com os seguintes descritores: Men’s Health, Health Policy, Men.

Resultados

Foram identificados 1709 artigos. Após o processo de seleção e análise, 29 estudos compuseram a amostra. Verificou-se que 79,5% dos estudos foram conduzidos no Brasil, 6,9% no Reino Unido, 3,4% envolvendo países do continente asiático, 3,4% na Irlanda e Austrália, 3,4% na Escócia e 3,4% União Europeia. Foram publicados no período entre 2008 e 2021. Da análise emergiram as categorias: Desconhecimento e reconhecimento da política masculina e (Des) construção da política masculina.

Conclusão

Independentemente do país, os estereótipos de gênero e a inabilidade dos gestores, profissionais de saúde e dos próprios homens em reconhecer a política foram os principais desafios na construção e inserção das políticas para a população masculina. Considera-se necessária a legitimação da atenção integral ao homem como movimento social e política governamental, visando à melhoria da qualidade da gestão e prática clínica.

Saúde do homem; Política de saúde; Homen; Formação de políticas

Resumen

Objetivo

Analizar las publicaciones científicas con relación a los desafíos para la construcción e inserción de las políticas de salud dirigidas a la población masculina en Brasil y en el mundo.

Métodos

Revisión integradora de la literatura con inclusión de estudios que tratan sobre políticas de salud del hombre. Búsqueda realizada en julio de 2020 y enero de 2022 en las bases de datos: Public/PublishMedline (PUBMED), Scopus, Embase y Web of Science. Se incluyeron artículos en los idiomas portugués, español e inglés, sin restricción de fecha de publicación. Las búsquedas se obtuvieron por el cruce en las bases con los siguientes descriptores: Men’s Health, Health Policy, Men.

Resultados

Se identificaron 1.709 artículos. Después del proceso de selección y análisis, 29 estudios compusieron la muestra. Se verificó que el 79,5 % de los estudios se condujo en Brasil, el 6,9 % en Reino Unido, el 3,4 % en países del continente asiático, el 3,4 % en Irlanda y Australia, el 3,4 % en Escocia y el 3,4 % en la Unión Europea. Fueron publicados en el período entre 2008 y 2021. Del análisis surgieron las categorías: Desconocimiento y reconocimiento de la política masculina y (Des)construcción de la política masculina.

Conclusión

Independientemente del país, los estereotipos de género y la falta de habilidad de los gestores, de los profesionales de salud y de los propios hombres para reconocer a la política fueron los principales retos en la construcción e inserción de las políticas para la población masculina. Se considera necesaria la legitimación de la atención integral al hombre como movimiento social y política gubernamental, con la finalidad de mejorar la calidad de la gestión y de la práctica clínica.

Salud del hombre; Política de salud; Hombre; Formulación de políticas

Abstract

Objective

To analyze scientific publications regarding the challenges for the construction and insertion of health policies aimed at the male population in Brazil and in the world.

Methods

This is an integrative literature review with the inclusion of studies that discussed men’s health policies. Search was performed in July 2020 and January 2022 in the Public/Publish MEDLINE (PubMed), Scopus, Embase and Web of Science databases. Articles in Portuguese, Spanish and English were included, without restriction of publication date. The searches were obtained by crossing the bases with the following descriptors: Men’s Health, Health Policy, Men.

Results

A total of 1,709 articles were identified. After the selection and analysis process, 29 studies made up the sample. It was found that 79.5% of studies were conducted in Brazil, 6.9% in the United Kingdom, 3.4% involving countries on the Asian continent, 3.4% in Ireland and Australia, 3.4% in Scotland and 3.4% in the European Union. They were published between 2008 and 2021. From the analysis, the following categories emerged: Lack of knowledge and recognition of male policies; (De)construction of male policies.

Conclusion

Regardless of the country, gender stereotypes and the inability of managers, health professionals and men themselves to recognize the policy were the main challenges in the construction and insertion of policies for the male population. It is considered necessary to legitimize comprehensive care for men as a social movement and governmental policy, aiming at improving the quality of management and clinical practice.

Men’s health; Health policy; Men; Police formation

Introdução

A saúde da população masculina representa uma problemática de grande magnitude global, a qual exige investimento dos gestores governamentais e área científica. As taxas de morbimortalidade nos perfis epidemiológicos nacionais e internacionais têm se mantido elevadas, fazendo com que a expectativa de vida dos homens, em 2016, fosse 4,4 anos menor do que das mulheres, em especial nos países de baixa renda.(11. Moura EC, Santos W, Neves AC, Gomes R, Schwarz E. Atenção à saúde dos homens no âmbito da Estratégia Saúde da Família. Cien Saude Colet. 2014;19(2):429-38.

2. World Health Organization (WHO). World health statistics 2019: monitoring health for the SDGs, sustainable development goals. Geneva: WHO; 2019 [cited 2021 Jan 25]. Available from: https://www.who.int/publications-detail-redirect/world-health-statistics-2019-monitoring-health-for-the-sdgs-sustainable-development-goals
https://www.who.int/publications-detail-...
-33. Griffith DM, Sharma G, Holliday CS, Enyia OK, Valliere M, Semlow AR, et al. Men and COVID-19: A biopsychosocial approach to understanding sex differences in mortality and recommendations for practice and policy interventions. Prev Chronic Dis. 2020;17:200247.)

A baixa adesão dos homens nos serviços de saúde parece estar relacionada não só as próprias questões de gênero, como também as influências dos aspectos psicossociais e culturais, denotando que o público masculino, ao que parece, não é o foco de atuação das políticas de saúde existentes.(33. Griffith DM, Sharma G, Holliday CS, Enyia OK, Valliere M, Semlow AR, et al. Men and COVID-19: A biopsychosocial approach to understanding sex differences in mortality and recommendations for practice and policy interventions. Prev Chronic Dis. 2020;17:200247.

4. Alves NA, Coura AS, França IS, Magalhães IM, Rocha MA, Araújo RS. Access of first contact in the primary health care: an evaluation by the male population. Rev Bras Epidemiol. 2020;23:e200072.
-55. Nuzzo J. Bias against men’s issues within the United Nations and the World Health Organization: a content analysis. Psychreg J Psychol. 2020;4(3):120-50.)

A população masculina não tem recebido atenção específica dos órgãos normativos internacionais e dos gestores das organizações que elaboram e executam as estratégias de melhoria na saúde pública global. Apenas o Brasil, Austrália, Irlanda e Irã possuem políticas específicas para os homens, e mesmo assim, ainda incipientes.(55. Nuzzo J. Bias against men’s issues within the United Nations and the World Health Organization: a content analysis. Psychreg J Psychol. 2020;4(3):120-50.,66. Baker P. European men’s health strategy: here at last. Trends urology men’s health. 2019;10(1):21-24.)

Diante da expectativa de vida do homem, do aumento crescente das taxas de morbimortalidade; da necessidade de ofertas de serviços de saúde com qualidade, que abarquem os homens em suas especificidades, torna-se de grande relevância a investigação sobre as políticas de saúde existentes em nível nacional e internacional destinadas a esse segmento populacional ainda carente de cuidados em saúde.

Conhecer as políticas que tratam da saúde do homem poderá contribuir para identificar quais as dimensões da política precisam ser fortalecidas para que esse grupo tenha suas demandas atendidas de forma integral e equânime. Além disso, possui o potencial de fortalecer as políticas já existentes, bem como subsidiar os países que não possuem políticas baseadas no gênero. Este estudo propõe analisar as publicações científicas relacionadas aos desafios para construção e inserção das políticas de saúde voltadas à população masculina no Brasil e no mundo.

Métodos

Pesquisa do tipo Revisão Integrativa da Literatura realizada de acordo com etapas metodológicas na prática baseada em evidências proposta na literatura e recomendações do Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA).(77. Mother D, Liberati A, Tetzlaff J. Preferred reporting items for systematic reviews and meta-analyses: the PRISMA statement. PLoS Med. 2009;6(7):e1000097.,88. Whittemore R, Knafl K. The integrative review: updated methodology. J Adv Nurs. 2005;52(5):546-53.)

O estudo seguiu seis etapas: elaboração da questão da pesquisa; estabelecimento de critérios de inclusão e exclusão; definição das informações a serem extraídas dos estudos; avaliação dos estudos incluídos; interpretação dos resultados e síntese do conhecimento.(88. Whittemore R, Knafl K. The integrative review: updated methodology. J Adv Nurs. 2005;52(5):546-53.)

A formulação da pergunta norteadora considerou o acrônimo PVO,(99. Biruel E, Pinto R. Bibliotecário um profissional a serviço da Pesquisa. XXIV Congresso Brasileiro de Biblioteconomia, Documentação e Ciência da Informação. 07 a 10 de agosto de 2011. Maceió: CBBD; 2011 [citado 2021 Jan 25]. Disponível em: https://www.academia.edu/9594560/Bibliotec%C3%A1rio_um_profissional_a_servi%C3%A7o_da_pesquisa
https://www.academia.edu/9594560/Bibliot...
) sendo P: população masculina, V: Desafios nacionais e internacionais e O: Implementação de políticas públicas voltadas à saúde masculina.

A revisão procurou responder à questão norteadora: Quais são as evidências científicas relacionadas aos desafios para construção e inserção das políticas de saúde voltadas à população masculina no Brasil e no mundo?

A busca foi realizada nas bases de dados: Public/PublishMedline (PUBMED), Scopus, Embase, Web of Science, utilizando o Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes)/Ministério da Educação (MEC), que é uma biblioteca virtual que armazena e disponibiliza às instituições de ensino e pesquisa, produção científica nacional e internacional.(1010. Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Ministério da Educação. Brasília (DF): CAPES; 2020 [citado 2021 Jan 25]. Disponível em: https://www-periodicos-capes-gov-br.ez333.periodicos.capes.gov.br/index.php?
https://www-periodicos-capes-gov-br.ez33...
)

Escolheu-se as palavras-chaves e os termos, por meio dos Descritores em Ciências da Saúde (DeCs)/Medical Subject Headings (MeSH): Men’s Health, Health Policy, Men. A estratégia de busca utilizada para o Medline/PubMed foi a seguinte: (Saúde do Homem [Title/Abstract] OR Men’s Health [Title/Abstract] OR Salud del Hombre) [Title/Abstract] AND (Política de Saúde [Title/Abstract] OR Health Policy [Title/Abstract] OR Política de Salud) [Title/Abstract] AND (Homens [Title/Abstract] OR Men [Title/Abstract] OR Hombres) [Title/Abstract]. A pesquisa foi realizada nos meses de julho de 2020 e janeiro de 2022.

Os artigos foram avaliados segundo o título e resumo, por dois pesquisadores independentes, que conferiram a presença dos critérios de inclusão estabelecidos. Nos casos de divergência, foi realizada leitura minuciosa e discussão do estudo, e não havendo consenso, um terceiro pesquisador decidiu sobre a inclusão ou exclusão dos estudos. Utilizou-se o Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and MetaAnalyses flow diagram(77. Mother D, Liberati A, Tetzlaff J. Preferred reporting items for systematic reviews and meta-analyses: the PRISMA statement. PLoS Med. 2009;6(7):e1000097.) para documentar o número de artigos em cada estágio de triagem (Figura 1).

Figura 1
Fluxograma de seleção dos artigos segundo o PRISMA

Após seleção dos artigos e comparação dos resultados entre os pesquisadores foi realizada a extração das informações dos artigos por meio de uma planilha elaborada pelos autores no Microsoft Office Excel®. Dessa forma, houve o refinamento dos achados da pesquisa, sendo expostos de maneira descritiva em tabela contendo os itens: objetivo; delineamento do estudo e conclusões/considerações finais (Quadro 1).

Quadro 1
Características das publicações sobre a Política de Saúde relacionada ao Homem

Para a análise de conteúdo foi utilizada a análise temática, cujo método agrupa várias relações, e pode ser apresentada graficamente por meio de uma palavra, frase ou resumo.(1111. Bardin L. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70; 2016. 288 p.) Com isso, as informações integrantes de cada artigo analisado foram apresentadas por meio do agrupamento em categorias, comparando os achados em diferenças e semelhanças. Com os resultados sintetizados, estes foram confrontados com o conhecimento teórico já existente.

Foram incluídos artigos científicos originais disponíveis (free), na íntegra, independentemente de sua natureza (pesquisa de campo, artigos de opinião, documental ou oriundos de dados secundários), publicados em qualquer ano nos idiomas português, espanhol e inglês. Excluíram-se os artigos sem resumo, cartas, editoriais, teses, dissertações, revisões, documentos recuperados de maneira repetida nas diferentes bases de dados, capítulos de livros e demais textos não científicos.

Este artigo compõe a tese de doutorado intitulada “Análise da morbimortalidade masculina por condições sensíveis à atenção primária à saúde e sua interface com a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem”.

Resultados

Com base nas estratégias de busca e processo de seleção foram identificados 1.735 artigos científicos. Destes, 124 artigos foram elegíveis de acordo com os critérios de elegibilidade relacionados à publicação em qualquer ano, disponíveis (free), nos idiomas português, inglês ou espanhol. A seguir, com a análise dos títulos e resumos foram selecionados 44 artigos para leitura completa do texto, dos quais 29 compuseram a amostra final. As publicações incluídas nesta revisão encontram-se distribuídas nas bases de dados Web of Science (14), PUBMED (7), EMBASE (4) e SCOPUS (4) (Figura 1).

Os estudos incluídos na revisão foram publicados no período entre 2008 e 2021. Houve maior concentração de publicação nos anos de 2012 (7) e 2015 (5), respectivamente. Ressalta-se que nos anos de 2009, 2010 e 2017 observou-se uma lacuna de produção. As pesquisas foram conduzidas nos seguintes países: Vinte e três no Brasil, dois no Reino Unido, um envolvendo países do Continente Asiático, um na Irlanda e Austrália, um na Escócia e um na União Europeia. Em relação ao idioma de publicação dos artigos, doze foram publicados em português, sete em inglês, um em espanhol e nove foram publicados simultaneamente tanto em inglês quanto em português (Quadro 1).

O delineamento de pesquisa prevalente foi a pesquisa qualitativa, com dezoito artigos, seguida por três quantitativas, duas quanti-qualitativa e seis não faziam referência à metodologia utilizada para construção dos artigos. No que se refere às dezoito pesquisas qualitativas foi verificado que no método, seis utilizaram entrevistas, quatro o método misto (análise documental e entrevista), três fizeram análise documental, duas realizaram estudo de caso, uma utilizou o método Delphi, uma o relato de experiência e uma a narrativa e observação dos participantes (Quadro 1).

Os desafios para construção e inserção das políticas de saúde voltadas à população masculina são apresentados a partir de categorias, que se entrelaçam, independente do delineamento metodológico do estudo:

I) Desconhecimento e reconhecimento da política masculina

Verificou-se que três artigos descreveram como barreiras para construção e inserção da política, o desconhecimento e o reconhecimento, tanto dos gestores locais e profissionais de saúde, quanto dos próprios homens, especialmente no que concerne ao primeiro contato do indivíduo com o serviço de saúde.(44. Alves NA, Coura AS, França IS, Magalhães IM, Rocha MA, Araújo RS. Access of first contact in the primary health care: an evaluation by the male population. Rev Bras Epidemiol. 2020;23:e200072.,66. Baker P. European men’s health strategy: here at last. Trends urology men’s health. 2019;10(1):21-24.,1212. Santiago FP, Souza PR, Machado FC, Fernandes ER. Perfil dos homens na atenção primária à saúde. Holos. 2015;31(5):430-9.,1313. Santos VC, Santos MG, Vilela AB, Nery AA, Casotti CA, Boery EN. Padrões de mudanças na saúde do homem a partir de indicadores demográficos e epidemiológicos. Rev Pesq Cuid Fundamental Online. 2015;7(2):2569-81.

14. Mozer IT, Corrêa AC. Gerenciando o processo de implementação da política de saúde do homem. Rev Enfer UERJ. 2016;24(1):e9483.

15. Moura EC, Lima AM, Urdaneta M. Brazilian Men’s Integral Health Attention: using indicators for monitoring health’s promotion and attention. Cien Saude Colet. 2012;17(10):2597-606.

16. Schwarz E, Gomes R, Couto MT, Moura EC, Carvalho SA, Silva SF. Política de saúde do homem. Rev Saude Publica. 2012;46(1):108-16.

17. Douglas F, Van Teijlingen E, Smith C, Moffat M. Implementing health policy: lessons from the scottish well men’s policy initiative. AIMS Public Health. 2015;2(4):887-905.

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33. Baker P. Men’s health: time for a new approach. Physical Therapy Reviews. 2018;23(2):144-150.

34. Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 1.944, de 27 de agosto de 2009. Institui no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2009 [citado 2021 Jan 25]. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2009/prt1944_27_08_2009.html
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35. Griffith DM. Biopsychosocial approaches to men’s health disparities research and policy. Behavioral Med. 2016;42(3):211-5.

36. Teo CH, Ng CJ, Ho CC, Tan HM. A consensus on men’s health status and policy in Asia: a Delphi survey. Public Health. 2015;129(1):60-7.
-3737. Richardson N, Smith JA. National men’s health policies in Ireland and Australia: what are the challenges associated with transitioning from development to implementation? Public Health. 2011;125(7):424-32.) Destes, um citou que os homens não reconhecem a Atenção Primária como porta de entrada para o Sistema Único de Saúde(44. Alves NA, Coura AS, França IS, Magalhães IM, Rocha MA, Araújo RS. Access of first contact in the primary health care: an evaluation by the male population. Rev Bras Epidemiol. 2020;23:e200072.) e outro reportou que os homens desconhecem a política específica para atender suas necessidades.(1212. Santiago FP, Souza PR, Machado FC, Fernandes ER. Perfil dos homens na atenção primária à saúde. Holos. 2015;31(5):430-9.) Há descrédito do grupo masculino quanto ao cuidado, inclusive avaliando de forma negativa os serviços de saúde, e ainda, foi unânime a percepção de que os homens na grande parte são invisíveis pelos serviços de saúde.(44. Alves NA, Coura AS, França IS, Magalhães IM, Rocha MA, Araújo RS. Access of first contact in the primary health care: an evaluation by the male population. Rev Bras Epidemiol. 2020;23:e200072.,1212. Santiago FP, Souza PR, Machado FC, Fernandes ER. Perfil dos homens na atenção primária à saúde. Holos. 2015;31(5):430-9.,2020. Gomes R, Leal AF, Knauth D, Silva GS. Meanings attributed to policy directed to Men’s Health. Cien Saude Colet. 2012;17(10):2589-96.,2222. Neto FT, Sandreschi PF, Dias MS, Loch MR. Dificultades del autocuidado masculino: discursos de hombres participantes en un grupo de educación para la salud. Salud Colect. 2020;16(27):1-11.,2929. Viana ME, Costa LM, Santos RM, Anjos DS. La atención de la salud de la población masculina en los tiempos de la Política Nacional de Atención Integral a la Salud de los hombres: lo que ellos hablan. Rev Enferm Human Cultura Cuidados. 2015;19(41):135-46.,3131. Lopez SB, Moreira MC. Políticas brasileiras de atenção integral à saúde de adolescentes, homens jovens e a saúde do homem: debates políticos e masculinidade. Cien Saude colet. 2013;18(3):743-52.

32. Müller RF, Birman J. Negociando sabers e poderes: a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem e a Sociedade Brasileira de Urologia. Hist Cien Saude-Manguinhos. 2016;23(3):703-17.
-3333. Baker P. Men’s health: time for a new approach. Physical Therapy Reviews. 2018;23(2):144-150.) Apenas dois estudos, ambos nacionais, reportaram aspectos que facilitam a inserção da política do homem, sempre com foco na utilização e reconhecimento dos serviços de saúde pelos homens. São eles: conhecer a política de saúde (p = 0,007); ter mais de 40 anos de idade (p = 0,001); possuir religião (p = 0,018); ter maior renda familiar (p = 0,036) e ter suas demandas de saúde resolvidas.(44. Alves NA, Coura AS, França IS, Magalhães IM, Rocha MA, Araújo RS. Access of first contact in the primary health care: an evaluation by the male population. Rev Bras Epidemiol. 2020;23:e200072.,1212. Santiago FP, Souza PR, Machado FC, Fernandes ER. Perfil dos homens na atenção primária à saúde. Holos. 2015;31(5):430-9.)

II) (Des) Construção da política masculina

A (des) construção da política masculina se caracteriza pelo fortalecimento da gestão centralizadora, fortalecimento de estereótipos de gênero e pelo impacto financeiro e de recursos humanos, presentes desde a sua construção, e que se perpetuam na sua implantação e desenvolvimento.(11. Moura EC, Santos W, Neves AC, Gomes R, Schwarz E. Atenção à saúde dos homens no âmbito da Estratégia Saúde da Família. Cien Saude Colet. 2014;19(2):429-38.,22. World Health Organization (WHO). World health statistics 2019: monitoring health for the SDGs, sustainable development goals. Geneva: WHO; 2019 [cited 2021 Jan 25]. Available from: https://www.who.int/publications-detail-redirect/world-health-statistics-2019-monitoring-health-for-the-sdgs-sustainable-development-goals
https://www.who.int/publications-detail-...
,44. Alves NA, Coura AS, França IS, Magalhães IM, Rocha MA, Araújo RS. Access of first contact in the primary health care: an evaluation by the male population. Rev Bras Epidemiol. 2020;23:e200072.,66. Baker P. European men’s health strategy: here at last. Trends urology men’s health. 2019;10(1):21-24.,1414. Mozer IT, Corrêa AC. Gerenciando o processo de implementação da política de saúde do homem. Rev Enfer UERJ. 2016;24(1):e9483.

15. Moura EC, Lima AM, Urdaneta M. Brazilian Men’s Integral Health Attention: using indicators for monitoring health’s promotion and attention. Cien Saude Colet. 2012;17(10):2597-606.
-1616. Schwarz E, Gomes R, Couto MT, Moura EC, Carvalho SA, Silva SF. Política de saúde do homem. Rev Saude Publica. 2012;46(1):108-16.,1919. Pereira J, Klein C, Meyer DE. PNAISH: an analysis of its educative dimension from the gender perspective. Saude Soc. 2019;28(2):132-46.,2020. Gomes R, Leal AF, Knauth D, Silva GS. Meanings attributed to policy directed to Men’s Health. Cien Saude Colet. 2012;17(10):2589-96.

21. Leal AF, Figueiredo WS, Silva GS. Charting the Brazilian Comprehensive Healthcare Policy for Men (PNAISH), from its formulation through to its implementation in local public health services. Cien Saúde Colet. 2012;17(10):2607-16.

22. Neto FT, Sandreschi PF, Dias MS, Loch MR. Dificultades del autocuidado masculino: discursos de hombres participantes en un grupo de educación para la salud. Salud Colect. 2020;16(27):1-11.

23. Smith JA, Robertson S. Men’s health promotion: a new frontier in Australia and the UK? Health Promot Int. 2008;23(3):283-9.

24. Couto MT, Gomes R. Men, health and public policies: gender equality in question. Cien Saude Colet. 2012;17(10):2569-78.

25. Cesaro BC, Santos HB, Silva FN. Masculinidades inerentes à política brasileira de saúde do homem. Rev Panam Salud Publica. 2018;42:e119.

26. Knauth DR, Couto MT, Figueiredo WS. The standpoint of professionals on the presence and demands of men on the healthcare services: perspectives for the analysis of the implementation of the Comprehensive Healthcare Policy for Men. Cien Saude Colet. 2012;17(10):2617-26.
-2727. Alvarenga WA, Silva SS, Silva ME, Barbosa LD, Rocha SS. Política de saúde do homem: perspectivas de enfermeiras para sua implementação. Rev Bras Enferm. 2012;65(6):929-35.,3030. Fontes WD, Barboza TM, Leite MC, Fonseca RL, Santos LC, Nery TC. Attention to human health: education and dialogue between service. Acta Paulista de Enfermagem. 2011;24(3):430-3.,3535. Griffith DM. Biopsychosocial approaches to men’s health disparities research and policy. Behavioral Med. 2016;42(3):211-5.

36. Teo CH, Ng CJ, Ho CC, Tan HM. A consensus on men’s health status and policy in Asia: a Delphi survey. Public Health. 2015;129(1):60-7.

37. Richardson N, Smith JA. National men’s health policies in Ireland and Australia: what are the challenges associated with transitioning from development to implementation? Public Health. 2011;125(7):424-32.

38. Esmailzade, H, Mafimoradi S, Mirbahaeddin SE, Rostamigooran N, Farshadfar F. Devising a National Men’s Health Policy Document: the Current Challenges to Men’s Health in Iran. Int J Mens Health. 2016;15(2),174-93.

39. Griffith DM, Semlow AR, Leventhal M, Sullivan C. The tennessee men’s health report card: a model for men’s health policy advocacy and education. Am J Mens Health. 2019;13(5):1557988319882586.

40. Aguayo F, Nascimento M. Dos décadas de Estudios de Hombres y Masculinidades en América Latina: avances y desafios. Sex Salud Soc (Rio J). 2016;22:207-22.

41. Organización Panamericana de la Salud. Masculinidades y salud en la Región de las Américas. Resumen. Washington (DC): OPS; 2019 [cited 2021 Jan 25]. Available from: https://iris.paho.org/handle/10665.2/51667
https://iris.paho.org/handle/10665.2/516...

42. Rizio TA, Thomas WJ, O’Brien AP, Collins V, Holden CA; Andrology Australia Practice Nurse Reference Group. Engaging primary healthcare nurses in men’s health education: a pilot study. Nurse Educ Pract. 2016;17:128-33.

43. Osborne A, Carroll P, Richardson N, Doheny M, Brennan L, Lambe B. From training to practice: the impact of ENGAGE, Ireland’s national men’s health training programme. Health Promot Int. 2018;33(3):458-67.
-4444. Sousa AR, Oliveira JA, Almeida MS, Pereira A, Almeida ES, Escobar OJ. Implementação da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem: desafios vivenciados pelos enfermeiros. Rev Esc Enferm USP. 2021;55:e03759.) Para o sucesso de qualquer política pública é necessário o engajamento de todos os atores envolvidos em sua construção e desenvolvimento, fato não evidenciado em vários estudos, que demonstram que a política de saúde masculina foi construída de forma centralizada.(44. Alves NA, Coura AS, França IS, Magalhães IM, Rocha MA, Araújo RS. Access of first contact in the primary health care: an evaluation by the male population. Rev Bras Epidemiol. 2020;23:e200072.,1919. Pereira J, Klein C, Meyer DE. PNAISH: an analysis of its educative dimension from the gender perspective. Saude Soc. 2019;28(2):132-46.,2121. Leal AF, Figueiredo WS, Silva GS. Charting the Brazilian Comprehensive Healthcare Policy for Men (PNAISH), from its formulation through to its implementation in local public health services. Cien Saúde Colet. 2012;17(10):2607-16.,2626. Knauth DR, Couto MT, Figueiredo WS. The standpoint of professionals on the presence and demands of men on the healthcare services: perspectives for the analysis of the implementation of the Comprehensive Healthcare Policy for Men. Cien Saude Colet. 2012;17(10):2617-26.,3030. Fontes WD, Barboza TM, Leite MC, Fonseca RL, Santos LC, Nery TC. Attention to human health: education and dialogue between service. Acta Paulista de Enfermagem. 2011;24(3):430-3.,3535. Griffith DM. Biopsychosocial approaches to men’s health disparities research and policy. Behavioral Med. 2016;42(3):211-5.) Pesquisadores evidenciaram que os próprios gestores não possuem familiaridade com as políticas, o que por sua vez, colabora para o desestímulo e dificuldade de os profissionais de saúde implementarem a mesma.(2020. Gomes R, Leal AF, Knauth D, Silva GS. Meanings attributed to policy directed to Men’s Health. Cien Saude Colet. 2012;17(10):2589-96.,2727. Alvarenga WA, Silva SS, Silva ME, Barbosa LD, Rocha SS. Política de saúde do homem: perspectivas de enfermeiras para sua implementação. Rev Bras Enferm. 2012;65(6):929-35.)

Tanto para autores do Brasil,(1212. Santiago FP, Souza PR, Machado FC, Fernandes ER. Perfil dos homens na atenção primária à saúde. Holos. 2015;31(5):430-9.,1414. Mozer IT, Corrêa AC. Gerenciando o processo de implementação da política de saúde do homem. Rev Enfer UERJ. 2016;24(1):e9483.

15. Moura EC, Lima AM, Urdaneta M. Brazilian Men’s Integral Health Attention: using indicators for monitoring health’s promotion and attention. Cien Saude Colet. 2012;17(10):2597-606.
-1616. Schwarz E, Gomes R, Couto MT, Moura EC, Carvalho SA, Silva SF. Política de saúde do homem. Rev Saude Publica. 2012;46(1):108-16.)quanto da Escócia,(1717. Douglas F, Van Teijlingen E, Smith C, Moffat M. Implementing health policy: lessons from the scottish well men’s policy initiative. AIMS Public Health. 2015;2(4):887-905.) há falhas importantes na gestão centralizada da política. A inexistência de diálogo com o público-alvo durante a elaboração da política e a falta de clareza contribuem para uma gestão centralizada, que foi vista como barreira na implementação e cumprimento da política.(1717. Douglas F, Van Teijlingen E, Smith C, Moffat M. Implementing health policy: lessons from the scottish well men’s policy initiative. AIMS Public Health. 2015;2(4):887-905.)

Autores discutem que a política partiu de decisões político partidárias, e não da demanda dos homens, o que contribui para processos meramente decisórios e deliberativos(1212. Santiago FP, Souza PR, Machado FC, Fernandes ER. Perfil dos homens na atenção primária à saúde. Holos. 2015;31(5):430-9.,1818. Martins AM, Malamut BS. Análise do discurso da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem. Saude Soc. 2013;22(2):429-40.) e contribui para: falta de motivação dos profissionais envolvidos na atenção ao homem, falta de conhecimento sobre a política, falta de infraestrutura e estrutura organizacional.(11. Moura EC, Santos W, Neves AC, Gomes R, Schwarz E. Atenção à saúde dos homens no âmbito da Estratégia Saúde da Família. Cien Saude Colet. 2014;19(2):429-38.,1616. Schwarz E, Gomes R, Couto MT, Moura EC, Carvalho SA, Silva SF. Política de saúde do homem. Rev Saude Publica. 2012;46(1):108-16.,1919. Pereira J, Klein C, Meyer DE. PNAISH: an analysis of its educative dimension from the gender perspective. Saude Soc. 2019;28(2):132-46.

20. Gomes R, Leal AF, Knauth D, Silva GS. Meanings attributed to policy directed to Men’s Health. Cien Saude Colet. 2012;17(10):2589-96.

21. Leal AF, Figueiredo WS, Silva GS. Charting the Brazilian Comprehensive Healthcare Policy for Men (PNAISH), from its formulation through to its implementation in local public health services. Cien Saúde Colet. 2012;17(10):2607-16.
-2222. Neto FT, Sandreschi PF, Dias MS, Loch MR. Dificultades del autocuidado masculino: discursos de hombres participantes en un grupo de educación para la salud. Salud Colect. 2020;16(27):1-11.)

Ademais, grande parcela dos estudiosos acredita que a falta de prioridade organizacional dos gestores, em particular na divulgação da política voltada ao homem, prejudica sua inserção em todas as esferas governamentais.(1212. Santiago FP, Souza PR, Machado FC, Fernandes ER. Perfil dos homens na atenção primária à saúde. Holos. 2015;31(5):430-9.,2121. Leal AF, Figueiredo WS, Silva GS. Charting the Brazilian Comprehensive Healthcare Policy for Men (PNAISH), from its formulation through to its implementation in local public health services. Cien Saúde Colet. 2012;17(10):2607-16.,2222. Neto FT, Sandreschi PF, Dias MS, Loch MR. Dificultades del autocuidado masculino: discursos de hombres participantes en un grupo de educación para la salud. Salud Colect. 2020;16(27):1-11.,2727. Alvarenga WA, Silva SS, Silva ME, Barbosa LD, Rocha SS. Política de saúde do homem: perspectivas de enfermeiras para sua implementação. Rev Bras Enferm. 2012;65(6):929-35.

28. Moreira MC, Gomes R, Ribeiro CR. E agora o homem vem?! Estratégias de atenção à saúde dos homens. Cad Saude Publica. 2016;32(4):e00060015.

29. Viana ME, Costa LM, Santos RM, Anjos DS. La atención de la salud de la población masculina en los tiempos de la Política Nacional de Atención Integral a la Salud de los hombres: lo que ellos hablan. Rev Enferm Human Cultura Cuidados. 2015;19(41):135-46.
-3030. Fontes WD, Barboza TM, Leite MC, Fonseca RL, Santos LC, Nery TC. Attention to human health: education and dialogue between service. Acta Paulista de Enfermagem. 2011;24(3):430-3.) Um estudo afirmou que há falta de clareza de todos os agentes implementadores da política, bem como das redes de cuidado.(2121. Leal AF, Figueiredo WS, Silva GS. Charting the Brazilian Comprehensive Healthcare Policy for Men (PNAISH), from its formulation through to its implementation in local public health services. Cien Saúde Colet. 2012;17(10):2607-16.,3636. Teo CH, Ng CJ, Ho CC, Tan HM. A consensus on men’s health status and policy in Asia: a Delphi survey. Public Health. 2015;129(1):60-7.)

Estudo com a temática “Política? Se tem, não sei!”(2929. Viana ME, Costa LM, Santos RM, Anjos DS. La atención de la salud de la población masculina en los tiempos de la Política Nacional de Atención Integral a la Salud de los hombres: lo que ellos hablan. Rev Enferm Human Cultura Cuidados. 2015;19(41):135-46.) ratifica a falta de divulgação dessa política que já está instituída há mais de uma década.

Artigos nacionais e internacionais demonstraram que a política fortalece o estereótipo de gênero ao ignorar a importância de agregar sexo, gênero, orientação sexual, e determinantes sociais em saúde nas políticas de saúde do homem.(66. Baker P. European men’s health strategy: here at last. Trends urology men’s health. 2019;10(1):21-24.,2323. Smith JA, Robertson S. Men’s health promotion: a new frontier in Australia and the UK? Health Promot Int. 2008;23(3):283-9.

24. Couto MT, Gomes R. Men, health and public policies: gender equality in question. Cien Saude Colet. 2012;17(10):2569-78.
-2525. Cesaro BC, Santos HB, Silva FN. Masculinidades inerentes à política brasileira de saúde do homem. Rev Panam Salud Publica. 2018;42:e119.)

O desconhecimento sobre as competências para atender às especificidades dos homens e o conceito de gênero, tanto de quem elaborou a política quanto daqueles que as executam, ou deveria executar, são gritantes.(1313. Santos VC, Santos MG, Vilela AB, Nery AA, Casotti CA, Boery EN. Padrões de mudanças na saúde do homem a partir de indicadores demográficos e epidemiológicos. Rev Pesq Cuid Fundamental Online. 2015;7(2):2569-81.,2121. Leal AF, Figueiredo WS, Silva GS. Charting the Brazilian Comprehensive Healthcare Policy for Men (PNAISH), from its formulation through to its implementation in local public health services. Cien Saúde Colet. 2012;17(10):2607-16.,3232. Müller RF, Birman J. Negociando sabers e poderes: a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem e a Sociedade Brasileira de Urologia. Hist Cien Saude-Manguinhos. 2016;23(3):703-17.,4545. Hemmi AP, Baptista TW, Rezende M. O processo de formulação da política nacional de saúde do homem. Rev Saúde Coletiva. 2020;30(3):e300321.)

A construção da política com foco em ideias pré-concebidas que potencializam a iniquidade de sexo e percepção de invulnerabilidade masculina esteve presente em vários estudos.(1313. Santos VC, Santos MG, Vilela AB, Nery AA, Casotti CA, Boery EN. Padrões de mudanças na saúde do homem a partir de indicadores demográficos e epidemiológicos. Rev Pesq Cuid Fundamental Online. 2015;7(2):2569-81.,1919. Pereira J, Klein C, Meyer DE. PNAISH: an analysis of its educative dimension from the gender perspective. Saude Soc. 2019;28(2):132-46.,2121. Leal AF, Figueiredo WS, Silva GS. Charting the Brazilian Comprehensive Healthcare Policy for Men (PNAISH), from its formulation through to its implementation in local public health services. Cien Saúde Colet. 2012;17(10):2607-16.,2626. Knauth DR, Couto MT, Figueiredo WS. The standpoint of professionals on the presence and demands of men on the healthcare services: perspectives for the analysis of the implementation of the Comprehensive Healthcare Policy for Men. Cien Saude Colet. 2012;17(10):2617-26.,2727. Alvarenga WA, Silva SS, Silva ME, Barbosa LD, Rocha SS. Política de saúde do homem: perspectivas de enfermeiras para sua implementação. Rev Bras Enferm. 2012;65(6):929-35.,3232. Müller RF, Birman J. Negociando sabers e poderes: a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem e a Sociedade Brasileira de Urologia. Hist Cien Saude-Manguinhos. 2016;23(3):703-17.,4545. Hemmi AP, Baptista TW, Rezende M. O processo de formulação da política nacional de saúde do homem. Rev Saúde Coletiva. 2020;30(3):e300321.) Percebeu-se que a vitimização e culpabilização dos homens pelo próprio adoecimento ainda é marcante, reduzindo-o ao órgão genital e a próstata, que por sua vez, acaba distanciando-o dos serviços de saúde, sendo necessário a ressignificação dos próprios homens e trabalhadores das unidades de saúde quanto o conceito e vivência de uma masculinidade saudável.(1212. Santiago FP, Souza PR, Machado FC, Fernandes ER. Perfil dos homens na atenção primária à saúde. Holos. 2015;31(5):430-9.,1818. Martins AM, Malamut BS. Análise do discurso da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem. Saude Soc. 2013;22(2):429-40.,1919. Pereira J, Klein C, Meyer DE. PNAISH: an analysis of its educative dimension from the gender perspective. Saude Soc. 2019;28(2):132-46.,2222. Neto FT, Sandreschi PF, Dias MS, Loch MR. Dificultades del autocuidado masculino: discursos de hombres participantes en un grupo de educación para la salud. Salud Colect. 2020;16(27):1-11.,2828. Moreira MC, Gomes R, Ribeiro CR. E agora o homem vem?! Estratégias de atenção à saúde dos homens. Cad Saude Publica. 2016;32(4):e00060015.,4545. Hemmi AP, Baptista TW, Rezende M. O processo de formulação da política nacional de saúde do homem. Rev Saúde Coletiva. 2020;30(3):e300321.)

Mais da metade dos estudos despertam para a imprudência de não avaliar o impacto financeiro e de recursos humanos na implantação e desenvolvimento da política de saúde masculina, haja vista que sem recursos financeiros e/ou humanos torna-se improvável a inserção de políticas públicas.(11. Moura EC, Santos W, Neves AC, Gomes R, Schwarz E. Atenção à saúde dos homens no âmbito da Estratégia Saúde da Família. Cien Saude Colet. 2014;19(2):429-38.,1212. Santiago FP, Souza PR, Machado FC, Fernandes ER. Perfil dos homens na atenção primária à saúde. Holos. 2015;31(5):430-9.,1414. Mozer IT, Corrêa AC. Gerenciando o processo de implementação da política de saúde do homem. Rev Enfer UERJ. 2016;24(1):e9483.

15. Moura EC, Lima AM, Urdaneta M. Brazilian Men’s Integral Health Attention: using indicators for monitoring health’s promotion and attention. Cien Saude Colet. 2012;17(10):2597-606.
-1616. Schwarz E, Gomes R, Couto MT, Moura EC, Carvalho SA, Silva SF. Política de saúde do homem. Rev Saude Publica. 2012;46(1):108-16.,2020. Gomes R, Leal AF, Knauth D, Silva GS. Meanings attributed to policy directed to Men’s Health. Cien Saude Colet. 2012;17(10):2589-96.

21. Leal AF, Figueiredo WS, Silva GS. Charting the Brazilian Comprehensive Healthcare Policy for Men (PNAISH), from its formulation through to its implementation in local public health services. Cien Saúde Colet. 2012;17(10):2607-16.
-2222. Neto FT, Sandreschi PF, Dias MS, Loch MR. Dificultades del autocuidado masculino: discursos de hombres participantes en un grupo de educación para la salud. Salud Colect. 2020;16(27):1-11.,2727. Alvarenga WA, Silva SS, Silva ME, Barbosa LD, Rocha SS. Política de saúde do homem: perspectivas de enfermeiras para sua implementação. Rev Bras Enferm. 2012;65(6):929-35.

28. Moreira MC, Gomes R, Ribeiro CR. E agora o homem vem?! Estratégias de atenção à saúde dos homens. Cad Saude Publica. 2016;32(4):e00060015.

29. Viana ME, Costa LM, Santos RM, Anjos DS. La atención de la salud de la población masculina en los tiempos de la Política Nacional de Atención Integral a la Salud de los hombres: lo que ellos hablan. Rev Enferm Human Cultura Cuidados. 2015;19(41):135-46.
-3030. Fontes WD, Barboza TM, Leite MC, Fonseca RL, Santos LC, Nery TC. Attention to human health: education and dialogue between service. Acta Paulista de Enfermagem. 2011;24(3):430-3.,4444. Sousa AR, Oliveira JA, Almeida MS, Pereira A, Almeida ES, Escobar OJ. Implementação da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem: desafios vivenciados pelos enfermeiros. Rev Esc Enferm USP. 2021;55:e03759.) Recursos disponibilizados para a implantação da política são insuficientes para atender às demandas biológicas inerentes à saúde masculina, não sendo possível atender outras especificidades. Tal exemplo de gestão reforça o modelo biomédico, que os reduz aos problemas provenientes de seus órgãos reprodutivos, tais como o câncer de próstata, e as iniquidades de gênero, que estão relacionadas, entre outras, às características do comportamento masculino, provenientes da construção social não são atendidas em sua completude.(1313. Santos VC, Santos MG, Vilela AB, Nery AA, Casotti CA, Boery EN. Padrões de mudanças na saúde do homem a partir de indicadores demográficos e epidemiológicos. Rev Pesq Cuid Fundamental Online. 2015;7(2):2569-81.,1717. Douglas F, Van Teijlingen E, Smith C, Moffat M. Implementing health policy: lessons from the scottish well men’s policy initiative. AIMS Public Health. 2015;2(4):887-905.,1919. Pereira J, Klein C, Meyer DE. PNAISH: an analysis of its educative dimension from the gender perspective. Saude Soc. 2019;28(2):132-46.,4444. Sousa AR, Oliveira JA, Almeida MS, Pereira A, Almeida ES, Escobar OJ. Implementação da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem: desafios vivenciados pelos enfermeiros. Rev Esc Enferm USP. 2021;55:e03759.)

Discussão

Os resultados da produção científica desta revisão, independente do país, evidenciaram a existência de desafios convergentes que facilitam ou dificultam a construção e inserção das políticas de saúde do homem, e raros são os que apontam caminhos para sua construção.

A política brasileira para o homem foi instituída em 2009, doravante denominada de Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH),(3434. Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 1.944, de 27 de agosto de 2009. Institui no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2009 [citado 2021 Jan 25]. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2009/prt1944_27_08_2009.html
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegi...
) o que poderia explicar o fato de 23 dos estudos terem sido conduzidos no Brasil. A política brasileira ainda hoje não foi efetivamente implementada em todas as regiões do país, tão pouco há evidências quanto à sua efetividade.(3636. Teo CH, Ng CJ, Ho CC, Tan HM. A consensus on men’s health status and policy in Asia: a Delphi survey. Public Health. 2015;129(1):60-7.) O restante dos estudos foi realizado nos países do Continente Asiático; Reino Unido; União Europeia; Escócia, Irlanda e Austrália, ratificando as iniquidades no cuidado à população masculina, e a necessidade de incentivos em políticas governamentais globais.(1717. Douglas F, Van Teijlingen E, Smith C, Moffat M. Implementing health policy: lessons from the scottish well men’s policy initiative. AIMS Public Health. 2015;2(4):887-905.,2323. Smith JA, Robertson S. Men’s health promotion: a new frontier in Australia and the UK? Health Promot Int. 2008;23(3):283-9.,3333. Baker P. Men’s health: time for a new approach. Physical Therapy Reviews. 2018;23(2):144-150.,3434. Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 1.944, de 27 de agosto de 2009. Institui no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2009 [citado 2021 Jan 25]. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2009/prt1944_27_08_2009.html
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegi...
,3636. Teo CH, Ng CJ, Ho CC, Tan HM. A consensus on men’s health status and policy in Asia: a Delphi survey. Public Health. 2015;129(1):60-7.,3737. Richardson N, Smith JA. National men’s health policies in Ireland and Australia: what are the challenges associated with transitioning from development to implementation? Public Health. 2011;125(7):424-32.)

Os pioneiros na elaboração de políticas para o homem são a Austrália, a Irlanda, o Brasil e o Irã, sendo referência para outros países.(66. Baker P. European men’s health strategy: here at last. Trends urology men’s health. 2019;10(1):21-24.,3333. Baker P. Men’s health: time for a new approach. Physical Therapy Reviews. 2018;23(2):144-150.

34. Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 1.944, de 27 de agosto de 2009. Institui no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2009 [citado 2021 Jan 25]. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2009/prt1944_27_08_2009.html
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegi...

35. Griffith DM. Biopsychosocial approaches to men’s health disparities research and policy. Behavioral Med. 2016;42(3):211-5.

36. Teo CH, Ng CJ, Ho CC, Tan HM. A consensus on men’s health status and policy in Asia: a Delphi survey. Public Health. 2015;129(1):60-7.

37. Richardson N, Smith JA. National men’s health policies in Ireland and Australia: what are the challenges associated with transitioning from development to implementation? Public Health. 2011;125(7):424-32.
-3838. Esmailzade, H, Mafimoradi S, Mirbahaeddin SE, Rostamigooran N, Farshadfar F. Devising a National Men’s Health Policy Document: the Current Challenges to Men’s Health in Iran. Int J Mens Health. 2016;15(2),174-93.,4545. Hemmi AP, Baptista TW, Rezende M. O processo de formulação da política nacional de saúde do homem. Rev Saúde Coletiva. 2020;30(3):e300321.) Ressalta-se que com a promulgação da PNAISH, o Brasil foi pioneiro na América Latina ao instituir uma política de saúde específica para homens, embora ela ainda não seja efetiva e não haja estudos científicos, e tão pouco governamentais de avaliação do seu impacto.(1818. Martins AM, Malamut BS. Análise do discurso da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem. Saude Soc. 2013;22(2):429-40.)

O conhecimento dos homens sobre a existência de uma política de saúde própria e fatores preditores ao conhecimento, como aspectos sociodemográficos (idade, renda familiar, entre outros) dos homens foram fatores significantes para sua efetivação.(2222. Neto FT, Sandreschi PF, Dias MS, Loch MR. Dificultades del autocuidado masculino: discursos de hombres participantes en un grupo de educación para la salud. Salud Colect. 2020;16(27):1-11.) Homens sabedores da existência de uma política específica para si apresentam mais chances de utilizar os serviços de saúde e ter suas necessidades de saúde resolvidas.(44. Alves NA, Coura AS, França IS, Magalhães IM, Rocha MA, Araújo RS. Access of first contact in the primary health care: an evaluation by the male population. Rev Bras Epidemiol. 2020;23:e200072.,1212. Santiago FP, Souza PR, Machado FC, Fernandes ER. Perfil dos homens na atenção primária à saúde. Holos. 2015;31(5):430-9.) Em contrapartida, tem-se como barreira a ausência de comunicação e clareza na divulgação dessa política, associado ao desconhecimento dos homens e da população em geral sobre a existência de uma política direcionada para o segmento masculino,(44. Alves NA, Coura AS, França IS, Magalhães IM, Rocha MA, Araújo RS. Access of first contact in the primary health care: an evaluation by the male population. Rev Bras Epidemiol. 2020;23:e200072.,1212. Santiago FP, Souza PR, Machado FC, Fernandes ER. Perfil dos homens na atenção primária à saúde. Holos. 2015;31(5):430-9.,1313. Santos VC, Santos MG, Vilela AB, Nery AA, Casotti CA, Boery EN. Padrões de mudanças na saúde do homem a partir de indicadores demográficos e epidemiológicos. Rev Pesq Cuid Fundamental Online. 2015;7(2):2569-81.,2121. Leal AF, Figueiredo WS, Silva GS. Charting the Brazilian Comprehensive Healthcare Policy for Men (PNAISH), from its formulation through to its implementation in local public health services. Cien Saúde Colet. 2012;17(10):2607-16.

22. Neto FT, Sandreschi PF, Dias MS, Loch MR. Dificultades del autocuidado masculino: discursos de hombres participantes en un grupo de educación para la salud. Salud Colect. 2020;16(27):1-11.
-2323. Smith JA, Robertson S. Men’s health promotion: a new frontier in Australia and the UK? Health Promot Int. 2008;23(3):283-9.,2727. Alvarenga WA, Silva SS, Silva ME, Barbosa LD, Rocha SS. Política de saúde do homem: perspectivas de enfermeiras para sua implementação. Rev Bras Enferm. 2012;65(6):929-35.,2929. Viana ME, Costa LM, Santos RM, Anjos DS. La atención de la salud de la población masculina en los tiempos de la Política Nacional de Atención Integral a la Salud de los hombres: lo que ellos hablan. Rev Enferm Human Cultura Cuidados. 2015;19(41):135-46.,3030. Fontes WD, Barboza TM, Leite MC, Fonseca RL, Santos LC, Nery TC. Attention to human health: education and dialogue between service. Acta Paulista de Enfermagem. 2011;24(3):430-3.,3737. Richardson N, Smith JA. National men’s health policies in Ireland and Australia: what are the challenges associated with transitioning from development to implementation? Public Health. 2011;125(7):424-32.)demonstrando ser imprescindível investimento para ampla divulgação dela.

Várias pesquisas assinalam que gestores e profissionais de saúde também comungam dessa lacuna de informação.(2323. Smith JA, Robertson S. Men’s health promotion: a new frontier in Australia and the UK? Health Promot Int. 2008;23(3):283-9.,3737. Richardson N, Smith JA. National men’s health policies in Ireland and Australia: what are the challenges associated with transitioning from development to implementation? Public Health. 2011;125(7):424-32.) É de se esperar que o déficit de conhecimento sobre a política do homem interfira no desenvolvimento de suas ações, uma vez que o repasse de informações é hierárquico. Possivelmente, a inabilidade dos gestores e profissionais de saúde em reconhecer a política tem início na formação acadêmica, e se perpetua na ineficiência da educação continuada e permanente, bem como na prática clínica.

Em relação à governança da política e processos de trabalho locais e de esferas superiores, os estudos analisados apontam inexistência de participação popular durante a elaboração das políticas, fato que vai de encontro às diretrizes para construção e avaliação de políticas públicas. Essa “ausência da voz masculina” possivelmente pode ter induzido o homem a não participar das ações preventivas de saúde, fortalecendo o desconhecimento de seus direitos quanto ao cuidado com foco no sexo/gênero.(44. Alves NA, Coura AS, França IS, Magalhães IM, Rocha MA, Araújo RS. Access of first contact in the primary health care: an evaluation by the male population. Rev Bras Epidemiol. 2020;23:e200072.,1212. Santiago FP, Souza PR, Machado FC, Fernandes ER. Perfil dos homens na atenção primária à saúde. Holos. 2015;31(5):430-9.,1414. Mozer IT, Corrêa AC. Gerenciando o processo de implementação da política de saúde do homem. Rev Enfer UERJ. 2016;24(1):e9483.

15. Moura EC, Lima AM, Urdaneta M. Brazilian Men’s Integral Health Attention: using indicators for monitoring health’s promotion and attention. Cien Saude Colet. 2012;17(10):2597-606.

16. Schwarz E, Gomes R, Couto MT, Moura EC, Carvalho SA, Silva SF. Política de saúde do homem. Rev Saude Publica. 2012;46(1):108-16.
-1717. Douglas F, Van Teijlingen E, Smith C, Moffat M. Implementing health policy: lessons from the scottish well men’s policy initiative. AIMS Public Health. 2015;2(4):887-905.,4545. Hemmi AP, Baptista TW, Rezende M. O processo de formulação da política nacional de saúde do homem. Rev Saúde Coletiva. 2020;30(3):e300321.)

Acredita-se que se os homens estivessem sido ouvidos, assim como fora a construção de outras políticas públicas, de outros ciclos vitais (desde a criança ao idoso), fatores que prejudicam o acesso do homem nos serviços (inexistência de consulta em andrologia; horário alternativo de atendimento; feminização das unidades de saúde; incapacidade dos profissionais para atenderem os homens; autocuidado ineficaz; outros), poderiam ter sido minimizados ou terem propostas alternativas.(11. Moura EC, Santos W, Neves AC, Gomes R, Schwarz E. Atenção à saúde dos homens no âmbito da Estratégia Saúde da Família. Cien Saude Colet. 2014;19(2):429-38.,1414. Mozer IT, Corrêa AC. Gerenciando o processo de implementação da política de saúde do homem. Rev Enfer UERJ. 2016;24(1):e9483.,1717. Douglas F, Van Teijlingen E, Smith C, Moffat M. Implementing health policy: lessons from the scottish well men’s policy initiative. AIMS Public Health. 2015;2(4):887-905.,1919. Pereira J, Klein C, Meyer DE. PNAISH: an analysis of its educative dimension from the gender perspective. Saude Soc. 2019;28(2):132-46.,2828. Moreira MC, Gomes R, Ribeiro CR. E agora o homem vem?! Estratégias de atenção à saúde dos homens. Cad Saude Publica. 2016;32(4):e00060015.,3232. Müller RF, Birman J. Negociando sabers e poderes: a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem e a Sociedade Brasileira de Urologia. Hist Cien Saude-Manguinhos. 2016;23(3):703-17.,3636. Teo CH, Ng CJ, Ho CC, Tan HM. A consensus on men’s health status and policy in Asia: a Delphi survey. Public Health. 2015;129(1):60-7.,4545. Hemmi AP, Baptista TW, Rezende M. O processo de formulação da política nacional de saúde do homem. Rev Saúde Coletiva. 2020;30(3):e300321.)

Ademais, verifica-se ausência de intersetorialidade entre as políticas de saúde públicas existentes.(33. Griffith DM, Sharma G, Holliday CS, Enyia OK, Valliere M, Semlow AR, et al. Men and COVID-19: A biopsychosocial approach to understanding sex differences in mortality and recommendations for practice and policy interventions. Prev Chronic Dis. 2020;17:200247.,2424. Couto MT, Gomes R. Men, health and public policies: gender equality in question. Cien Saude Colet. 2012;17(10):2569-78.,2525. Cesaro BC, Santos HB, Silva FN. Masculinidades inerentes à política brasileira de saúde do homem. Rev Panam Salud Publica. 2018;42:e119.,3333. Baker P. Men’s health: time for a new approach. Physical Therapy Reviews. 2018;23(2):144-150.,4545. Hemmi AP, Baptista TW, Rezende M. O processo de formulação da política nacional de saúde do homem. Rev Saúde Coletiva. 2020;30(3):e300321.)Essa ausência de interlocução com outras políticas, como as políticas voltadas para as populações lésbicas, gays, bissexuais, transgênero, queer, intersexo, assexual (LGBTQIA+), negra, indígena, quilombola, e outras, tornam o cuidado à saúde masculina fragmentado, e por conseguinte, não resolutivo.

Conhecer na visão dos homens suas reais necessidades e a dinâmica do sistema de saúde é imprescindível, pois a implementação das estratégias das políticas depende, sobremaneira, de decisões e avaliações tomadas conjuntamente, onde os próprios homens, gestores e profissionais devem ser ouvidos.

O fortalecimento de estereótipos de gênero, relacionado à inabilidade quanto aos conceitos de sexo e gênero mostram o gênero atrelado ao órgão genital. Também há outros estudos que advertem sobre a importância de incluir esses conceitos na política.(66. Baker P. European men’s health strategy: here at last. Trends urology men’s health. 2019;10(1):21-24.,1313. Santos VC, Santos MG, Vilela AB, Nery AA, Casotti CA, Boery EN. Padrões de mudanças na saúde do homem a partir de indicadores demográficos e epidemiológicos. Rev Pesq Cuid Fundamental Online. 2015;7(2):2569-81.,1919. Pereira J, Klein C, Meyer DE. PNAISH: an analysis of its educative dimension from the gender perspective. Saude Soc. 2019;28(2):132-46.,2121. Leal AF, Figueiredo WS, Silva GS. Charting the Brazilian Comprehensive Healthcare Policy for Men (PNAISH), from its formulation through to its implementation in local public health services. Cien Saúde Colet. 2012;17(10):2607-16.,2323. Smith JA, Robertson S. Men’s health promotion: a new frontier in Australia and the UK? Health Promot Int. 2008;23(3):283-9.

24. Couto MT, Gomes R. Men, health and public policies: gender equality in question. Cien Saude Colet. 2012;17(10):2569-78.

25. Cesaro BC, Santos HB, Silva FN. Masculinidades inerentes à política brasileira de saúde do homem. Rev Panam Salud Publica. 2018;42:e119.

26. Knauth DR, Couto MT, Figueiredo WS. The standpoint of professionals on the presence and demands of men on the healthcare services: perspectives for the analysis of the implementation of the Comprehensive Healthcare Policy for Men. Cien Saude Colet. 2012;17(10):2617-26.
-2727. Alvarenga WA, Silva SS, Silva ME, Barbosa LD, Rocha SS. Política de saúde do homem: perspectivas de enfermeiras para sua implementação. Rev Bras Enferm. 2012;65(6):929-35.,4040. Aguayo F, Nascimento M. Dos décadas de Estudios de Hombres y Masculinidades en América Latina: avances y desafios. Sex Salud Soc (Rio J). 2016;22:207-22.,4141. Organización Panamericana de la Salud. Masculinidades y salud en la Región de las Américas. Resumen. Washington (DC): OPS; 2019 [cited 2021 Jan 25]. Available from: https://iris.paho.org/handle/10665.2/51667
https://iris.paho.org/handle/10665.2/516...
) Ressalta-se que o sexo refere às características biológicas, enquanto gênero relaciona-se com papéis associados a ser mulher, homem e aos relacionamentos entre si, com a cultura e o social.(33. Griffith DM, Sharma G, Holliday CS, Enyia OK, Valliere M, Semlow AR, et al. Men and COVID-19: A biopsychosocial approach to understanding sex differences in mortality and recommendations for practice and policy interventions. Prev Chronic Dis. 2020;17:200247.,4141. Organización Panamericana de la Salud. Masculinidades y salud en la Región de las Américas. Resumen. Washington (DC): OPS; 2019 [cited 2021 Jan 25]. Available from: https://iris.paho.org/handle/10665.2/51667
https://iris.paho.org/handle/10665.2/516...
) Além disso, vários estudos apontam a importância de gênero, etnia e raça como elemento dos determinantes sociais em saúde desencadeadores de iniquidades sociais, que interferem na saúde dos homens.(66. Baker P. European men’s health strategy: here at last. Trends urology men’s health. 2019;10(1):21-24.,2323. Smith JA, Robertson S. Men’s health promotion: a new frontier in Australia and the UK? Health Promot Int. 2008;23(3):283-9.

24. Couto MT, Gomes R. Men, health and public policies: gender equality in question. Cien Saude Colet. 2012;17(10):2569-78.
-2525. Cesaro BC, Santos HB, Silva FN. Masculinidades inerentes à política brasileira de saúde do homem. Rev Panam Salud Publica. 2018;42:e119.,4141. Organización Panamericana de la Salud. Masculinidades y salud en la Región de las Américas. Resumen. Washington (DC): OPS; 2019 [cited 2021 Jan 25]. Available from: https://iris.paho.org/handle/10665.2/51667
https://iris.paho.org/handle/10665.2/516...
) Nesse sentido, espera-se que as políticas específicas para a população negra, LGBTQIA+, dentre outras, sejam articuladas à política masculina.

O Iran, a Irlanda e a Austrália construíram suas políticas com foco nas diferenças de sexo e gênero e englobou as subpopulações masculinas marginalizadas ou vulneráveis.(3838. Esmailzade, H, Mafimoradi S, Mirbahaeddin SE, Rostamigooran N, Farshadfar F. Devising a National Men’s Health Policy Document: the Current Challenges to Men’s Health in Iran. Int J Mens Health. 2016;15(2),174-93.,3939. Griffith DM, Semlow AR, Leventhal M, Sullivan C. The tennessee men’s health report card: a model for men’s health policy advocacy and education. Am J Mens Health. 2019;13(5):1557988319882586.) Na contramão, o Brasil não deu visibilidade a essas subpopulações, e tampouco abordou as questões de gênero.(4040. Aguayo F, Nascimento M. Dos décadas de Estudios de Hombres y Masculinidades en América Latina: avances y desafios. Sex Salud Soc (Rio J). 2016;22:207-22.)

Pesquisas nacionais e internacionais embasadas nas questões de gênero ratificam que os homens geralmente não buscam por cuidados de saúde, propositalmente, na premissa de que sua masculinidade está atrelada a invulnerabilidade ao adoecimento,(1313. Santos VC, Santos MG, Vilela AB, Nery AA, Casotti CA, Boery EN. Padrões de mudanças na saúde do homem a partir de indicadores demográficos e epidemiológicos. Rev Pesq Cuid Fundamental Online. 2015;7(2):2569-81.

14. Mozer IT, Corrêa AC. Gerenciando o processo de implementação da política de saúde do homem. Rev Enfer UERJ. 2016;24(1):e9483.

15. Moura EC, Lima AM, Urdaneta M. Brazilian Men’s Integral Health Attention: using indicators for monitoring health’s promotion and attention. Cien Saude Colet. 2012;17(10):2597-606.

16. Schwarz E, Gomes R, Couto MT, Moura EC, Carvalho SA, Silva SF. Política de saúde do homem. Rev Saude Publica. 2012;46(1):108-16.

17. Douglas F, Van Teijlingen E, Smith C, Moffat M. Implementing health policy: lessons from the scottish well men’s policy initiative. AIMS Public Health. 2015;2(4):887-905.

18. Martins AM, Malamut BS. Análise do discurso da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem. Saude Soc. 2013;22(2):429-40.

19. Pereira J, Klein C, Meyer DE. PNAISH: an analysis of its educative dimension from the gender perspective. Saude Soc. 2019;28(2):132-46.

20. Gomes R, Leal AF, Knauth D, Silva GS. Meanings attributed to policy directed to Men’s Health. Cien Saude Colet. 2012;17(10):2589-96.
-2121. Leal AF, Figueiredo WS, Silva GS. Charting the Brazilian Comprehensive Healthcare Policy for Men (PNAISH), from its formulation through to its implementation in local public health services. Cien Saúde Colet. 2012;17(10):2607-16.,2626. Knauth DR, Couto MT, Figueiredo WS. The standpoint of professionals on the presence and demands of men on the healthcare services: perspectives for the analysis of the implementation of the Comprehensive Healthcare Policy for Men. Cien Saude Colet. 2012;17(10):2617-26.,3131. Lopez SB, Moreira MC. Políticas brasileiras de atenção integral à saúde de adolescentes, homens jovens e a saúde do homem: debates políticos e masculinidade. Cien Saude colet. 2013;18(3):743-52.,3232. Müller RF, Birman J. Negociando sabers e poderes: a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem e a Sociedade Brasileira de Urologia. Hist Cien Saude-Manguinhos. 2016;23(3):703-17.) fenômeno potencializado pela rede de apoio, colegas de trabalho, amigos e até mesmo do imaginário social. Destarte, tais ideias pejorativas potencializam a cultura da masculinidade hegemônica, contribuindo para os altos índices de morbimortalidade, em particular por causas sensíveis à atenção primária.(44. Alves NA, Coura AS, França IS, Magalhães IM, Rocha MA, Araújo RS. Access of first contact in the primary health care: an evaluation by the male population. Rev Bras Epidemiol. 2020;23:e200072.,1212. Santiago FP, Souza PR, Machado FC, Fernandes ER. Perfil dos homens na atenção primária à saúde. Holos. 2015;31(5):430-9.,2222. Neto FT, Sandreschi PF, Dias MS, Loch MR. Dificultades del autocuidado masculino: discursos de hombres participantes en un grupo de educación para la salud. Salud Colect. 2020;16(27):1-11.,3030. Fontes WD, Barboza TM, Leite MC, Fonseca RL, Santos LC, Nery TC. Attention to human health: education and dialogue between service. Acta Paulista de Enfermagem. 2011;24(3):430-3.,3737. Richardson N, Smith JA. National men’s health policies in Ireland and Australia: what are the challenges associated with transitioning from development to implementation? Public Health. 2011;125(7):424-32.) É imprescindível trabalhar a cultura de masculinidade vigente com profissionais, gestores, homens e entre a população feminina, e que esse movimento seja transversal em todas as políticas, seja as direcionadas aos ciclos vitais, as específicas para os grupos vulneráveis.

As ações efetivadas na política de saúde masculina brasileira são formuladas com vistas à prevenção de agravos relacionados ao sexo por meio de campanhas, infelizmente assistencialistas, voltadas aos órgãos genitais masculinos, infecções sexualmente transmissíveis e paternidade.(11. Moura EC, Santos W, Neves AC, Gomes R, Schwarz E. Atenção à saúde dos homens no âmbito da Estratégia Saúde da Família. Cien Saude Colet. 2014;19(2):429-38.,1414. Mozer IT, Corrêa AC. Gerenciando o processo de implementação da política de saúde do homem. Rev Enfer UERJ. 2016;24(1):e9483.,1515. Moura EC, Lima AM, Urdaneta M. Brazilian Men’s Integral Health Attention: using indicators for monitoring health’s promotion and attention. Cien Saude Colet. 2012;17(10):2597-606.,1717. Douglas F, Van Teijlingen E, Smith C, Moffat M. Implementing health policy: lessons from the scottish well men’s policy initiative. AIMS Public Health. 2015;2(4):887-905.,1919. Pereira J, Klein C, Meyer DE. PNAISH: an analysis of its educative dimension from the gender perspective. Saude Soc. 2019;28(2):132-46.

20. Gomes R, Leal AF, Knauth D, Silva GS. Meanings attributed to policy directed to Men’s Health. Cien Saude Colet. 2012;17(10):2589-96.
-2121. Leal AF, Figueiredo WS, Silva GS. Charting the Brazilian Comprehensive Healthcare Policy for Men (PNAISH), from its formulation through to its implementation in local public health services. Cien Saúde Colet. 2012;17(10):2607-16.,2626. Knauth DR, Couto MT, Figueiredo WS. The standpoint of professionals on the presence and demands of men on the healthcare services: perspectives for the analysis of the implementation of the Comprehensive Healthcare Policy for Men. Cien Saude Colet. 2012;17(10):2617-26.

27. Alvarenga WA, Silva SS, Silva ME, Barbosa LD, Rocha SS. Política de saúde do homem: perspectivas de enfermeiras para sua implementação. Rev Bras Enferm. 2012;65(6):929-35.
-2828. Moreira MC, Gomes R, Ribeiro CR. E agora o homem vem?! Estratégias de atenção à saúde dos homens. Cad Saude Publica. 2016;32(4):e00060015.,3030. Fontes WD, Barboza TM, Leite MC, Fonseca RL, Santos LC, Nery TC. Attention to human health: education and dialogue between service. Acta Paulista de Enfermagem. 2011;24(3):430-3.,3232. Müller RF, Birman J. Negociando sabers e poderes: a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem e a Sociedade Brasileira de Urologia. Hist Cien Saude-Manguinhos. 2016;23(3):703-17.,4545. Hemmi AP, Baptista TW, Rezende M. O processo de formulação da política nacional de saúde do homem. Rev Saúde Coletiva. 2020;30(3):e300321.)

Colocar a saúde do homem restrita aos aspectos urológicos pode estar associado ao processo de construção da PNAISH, que foi influenciada pela sociedade brasileira de urologia.(1818. Martins AM, Malamut BS. Análise do discurso da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem. Saude Soc. 2013;22(2):429-40.,2121. Leal AF, Figueiredo WS, Silva GS. Charting the Brazilian Comprehensive Healthcare Policy for Men (PNAISH), from its formulation through to its implementation in local public health services. Cien Saúde Colet. 2012;17(10):2607-16.,2424. Couto MT, Gomes R. Men, health and public policies: gender equality in question. Cien Saude Colet. 2012;17(10):2569-78.,2525. Cesaro BC, Santos HB, Silva FN. Masculinidades inerentes à política brasileira de saúde do homem. Rev Panam Salud Publica. 2018;42:e119.,3232. Müller RF, Birman J. Negociando sabers e poderes: a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem e a Sociedade Brasileira de Urologia. Hist Cien Saude-Manguinhos. 2016;23(3):703-17.,3737. Richardson N, Smith JA. National men’s health policies in Ireland and Australia: what are the challenges associated with transitioning from development to implementation? Public Health. 2011;125(7):424-32.,4545. Hemmi AP, Baptista TW, Rezende M. O processo de formulação da política nacional de saúde do homem. Rev Saúde Coletiva. 2020;30(3):e300321.) As campanhas brasileiras ocorrem no mês de novembro, o que difere das políticas internacionais, que são contínuas.(3737. Richardson N, Smith JA. National men’s health policies in Ireland and Australia: what are the challenges associated with transitioning from development to implementation? Public Health. 2011;125(7):424-32.,3838. Esmailzade, H, Mafimoradi S, Mirbahaeddin SE, Rostamigooran N, Farshadfar F. Devising a National Men’s Health Policy Document: the Current Challenges to Men’s Health in Iran. Int J Mens Health. 2016;15(2),174-93.) Possivelmente, se as campanhas brasileiras fossem contínuas, como de fato o texto da PNAISH descreve, os homens se sentiriam pertencentes à política, e a mesma teria visibilidade nas agendas das academias de ensino e nas práticas clínicas, melhorando assim a assistência ao homem. É premente que os responsáveis pelo segmento masculino do Brasil dialoguem com os demais países que possuem políticas efetivas de forma a fortalecer o cuidado a esse grupo carente de cuidados e vulnerável.

O impacto financeiro e de recursos humanos e o engajamento das partes interessadas (homens, movimentos sociais, profissionais e gestores) demonstra a falta de sincronia entre os municípios e a União. Essa desarticulação entre os responsáveis de fato e de direito pela política do homem afeta a organização dos serviços locais e o monitoramento das intervenções, reforçando o modelo assistencialista vigente.(1212. Santiago FP, Souza PR, Machado FC, Fernandes ER. Perfil dos homens na atenção primária à saúde. Holos. 2015;31(5):430-9.,1515. Moura EC, Lima AM, Urdaneta M. Brazilian Men’s Integral Health Attention: using indicators for monitoring health’s promotion and attention. Cien Saude Colet. 2012;17(10):2597-606.,1616. Schwarz E, Gomes R, Couto MT, Moura EC, Carvalho SA, Silva SF. Política de saúde do homem. Rev Saude Publica. 2012;46(1):108-16.,1818. Martins AM, Malamut BS. Análise do discurso da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem. Saude Soc. 2013;22(2):429-40.,2929. Viana ME, Costa LM, Santos RM, Anjos DS. La atención de la salud de la población masculina en los tiempos de la Política Nacional de Atención Integral a la Salud de los hombres: lo que ellos hablan. Rev Enferm Human Cultura Cuidados. 2015;19(41):135-46.)

Para, além disso, há discordância entre planejamento e medidas práticas, seja a nível nacional ou internacional, impossibilitando a contratação de recursos humanos qualificados, criação de protocolos exequíveis e estratégias que incentivam o engajamento das partes interessadas.(11. Moura EC, Santos W, Neves AC, Gomes R, Schwarz E. Atenção à saúde dos homens no âmbito da Estratégia Saúde da Família. Cien Saude Colet. 2014;19(2):429-38.,1212. Santiago FP, Souza PR, Machado FC, Fernandes ER. Perfil dos homens na atenção primária à saúde. Holos. 2015;31(5):430-9.,1414. Mozer IT, Corrêa AC. Gerenciando o processo de implementação da política de saúde do homem. Rev Enfer UERJ. 2016;24(1):e9483.

15. Moura EC, Lima AM, Urdaneta M. Brazilian Men’s Integral Health Attention: using indicators for monitoring health’s promotion and attention. Cien Saude Colet. 2012;17(10):2597-606.

16. Schwarz E, Gomes R, Couto MT, Moura EC, Carvalho SA, Silva SF. Política de saúde do homem. Rev Saude Publica. 2012;46(1):108-16.
-1717. Douglas F, Van Teijlingen E, Smith C, Moffat M. Implementing health policy: lessons from the scottish well men’s policy initiative. AIMS Public Health. 2015;2(4):887-905.,1919. Pereira J, Klein C, Meyer DE. PNAISH: an analysis of its educative dimension from the gender perspective. Saude Soc. 2019;28(2):132-46.

20. Gomes R, Leal AF, Knauth D, Silva GS. Meanings attributed to policy directed to Men’s Health. Cien Saude Colet. 2012;17(10):2589-96.

21. Leal AF, Figueiredo WS, Silva GS. Charting the Brazilian Comprehensive Healthcare Policy for Men (PNAISH), from its formulation through to its implementation in local public health services. Cien Saúde Colet. 2012;17(10):2607-16.

22. Neto FT, Sandreschi PF, Dias MS, Loch MR. Dificultades del autocuidado masculino: discursos de hombres participantes en un grupo de educación para la salud. Salud Colect. 2020;16(27):1-11.
-2323. Smith JA, Robertson S. Men’s health promotion: a new frontier in Australia and the UK? Health Promot Int. 2008;23(3):283-9.,2626. Knauth DR, Couto MT, Figueiredo WS. The standpoint of professionals on the presence and demands of men on the healthcare services: perspectives for the analysis of the implementation of the Comprehensive Healthcare Policy for Men. Cien Saude Colet. 2012;17(10):2617-26.

27. Alvarenga WA, Silva SS, Silva ME, Barbosa LD, Rocha SS. Política de saúde do homem: perspectivas de enfermeiras para sua implementação. Rev Bras Enferm. 2012;65(6):929-35.

28. Moreira MC, Gomes R, Ribeiro CR. E agora o homem vem?! Estratégias de atenção à saúde dos homens. Cad Saude Publica. 2016;32(4):e00060015.

29. Viana ME, Costa LM, Santos RM, Anjos DS. La atención de la salud de la población masculina en los tiempos de la Política Nacional de Atención Integral a la Salud de los hombres: lo que ellos hablan. Rev Enferm Human Cultura Cuidados. 2015;19(41):135-46.
-3030. Fontes WD, Barboza TM, Leite MC, Fonseca RL, Santos LC, Nery TC. Attention to human health: education and dialogue between service. Acta Paulista de Enfermagem. 2011;24(3):430-3.,3232. Müller RF, Birman J. Negociando sabers e poderes: a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem e a Sociedade Brasileira de Urologia. Hist Cien Saude-Manguinhos. 2016;23(3):703-17.,3636. Teo CH, Ng CJ, Ho CC, Tan HM. A consensus on men’s health status and policy in Asia: a Delphi survey. Public Health. 2015;129(1):60-7.,3737. Richardson N, Smith JA. National men’s health policies in Ireland and Australia: what are the challenges associated with transitioning from development to implementation? Public Health. 2011;125(7):424-32.)

A Irlanda e Austrália desenvolvem treinamentos contínuos acerca da saúde integral do homem para todos os profissionais de saúde, e qualificações específicas para enfermeiros da atenção primária, considerando as especificidades masculinas.(4242. Rizio TA, Thomas WJ, O’Brien AP, Collins V, Holden CA; Andrology Australia Practice Nurse Reference Group. Engaging primary healthcare nurses in men’s health education: a pilot study. Nurse Educ Pract. 2016;17:128-33.,4343. Osborne A, Carroll P, Richardson N, Doheny M, Brennan L, Lambe B. From training to practice: the impact of ENGAGE, Ireland’s national men’s health training programme. Health Promot Int. 2018;33(3):458-67.)Diferentemente do Brasil, que ainda possui um modelo biomédico, tecnicista e desprovido de incentivos em qualificação acadêmica e profissional.

O fato da Austrália e da Irlanda possuir treinamentos contínuos, pode explicar o sucesso de sua política, e ao mesmo tempo, evidencia que com esforços mútuos é possível romper com o modelo de masculinidade invulnerável e imaginário de que o homem não se preocupa com sua saúde.

Os estudos apontam a necessidade de amplas pesquisas e discussões tanto para a elaboração das políticas para o público masculino quanto para sua efetivação, e posterior avaliação. Países da União Europeia e da América Latina (exceção da Irlanda e do Brasil), Estados Unidos da América (EUA), Ásia, Dinamarca, Nova Zelândia, Alemanha, Malásia e Canadá, já iniciaram as discussões sobre a importância de ter uma política específica para homens.(66. Baker P. European men’s health strategy: here at last. Trends urology men’s health. 2019;10(1):21-24.,3333. Baker P. Men’s health: time for a new approach. Physical Therapy Reviews. 2018;23(2):144-150.,3636. Teo CH, Ng CJ, Ho CC, Tan HM. A consensus on men’s health status and policy in Asia: a Delphi survey. Public Health. 2015;129(1):60-7.,3939. Griffith DM, Semlow AR, Leventhal M, Sullivan C. The tennessee men’s health report card: a model for men’s health policy advocacy and education. Am J Mens Health. 2019;13(5):1557988319882586.,4040. Aguayo F, Nascimento M. Dos décadas de Estudios de Hombres y Masculinidades en América Latina: avances y desafios. Sex Salud Soc (Rio J). 2016;22:207-22.) Espera-se que a presente investigação contribua para tais discussões e estimule pesquisadores a desenvolverem pesquisas nessa área do conhecimento.

Os estudos que compuseram esta investigação não apresentaram propostas concretas para a construção e inserção da política do homem. Algumas sugestões foram descritas, a saber: fortalecer a Atenção Básica; consolidar uma rede de atenção especializada; investir em educação em saúde; ressignificar o cuidado fortalecendo a relação homem-serviço; discutir sexo e gênero e deslocar os profissionais de saúde para o atendimento aos homens no seu local de trabalho.(1515. Moura EC, Lima AM, Urdaneta M. Brazilian Men’s Integral Health Attention: using indicators for monitoring health’s promotion and attention. Cien Saude Colet. 2012;17(10):2597-606.,2121. Leal AF, Figueiredo WS, Silva GS. Charting the Brazilian Comprehensive Healthcare Policy for Men (PNAISH), from its formulation through to its implementation in local public health services. Cien Saúde Colet. 2012;17(10):2607-16.,2222. Neto FT, Sandreschi PF, Dias MS, Loch MR. Dificultades del autocuidado masculino: discursos de hombres participantes en un grupo de educación para la salud. Salud Colect. 2020;16(27):1-11.,2828. Moreira MC, Gomes R, Ribeiro CR. E agora o homem vem?! Estratégias de atenção à saúde dos homens. Cad Saude Publica. 2016;32(4):e00060015.,3030. Fontes WD, Barboza TM, Leite MC, Fonseca RL, Santos LC, Nery TC. Attention to human health: education and dialogue between service. Acta Paulista de Enfermagem. 2011;24(3):430-3.,3333. Baker P. Men’s health: time for a new approach. Physical Therapy Reviews. 2018;23(2):144-150.,3838. Esmailzade, H, Mafimoradi S, Mirbahaeddin SE, Rostamigooran N, Farshadfar F. Devising a National Men’s Health Policy Document: the Current Challenges to Men’s Health in Iran. Int J Mens Health. 2016;15(2),174-93.) No entanto, tais sugestões ainda estão focadas em um modelo de cuidado fragmentado não atendendo os homens em sua integralidade, bem como não efetivando, na prática, as diretrizes estabelecidas no documento oficial das políticas.

Reforça-se a importância da política de saúde do homem da Irlanda e Austrália, por conter elementos para auxiliar na construção e inserção de políticas em outros países.(3737. Richardson N, Smith JA. National men’s health policies in Ireland and Australia: what are the challenges associated with transitioning from development to implementation? Public Health. 2011;125(7):424-32.) A troca de experiência entre os países na formulação das políticas pode ser uma alternativa, pois todos comungam da dificuldade de acesso e atendimento do público masculino nos serviços de saúde.

Como limitações deste estudo apontam-se o fato dele ser desenvolvido com recursos próprios dos pesquisadores e não ter incluído artigos pagos; entretanto, configura-se avanço em meio à temática tão escassa de pesquisas e experiências exitosas em todos os continentes. Sugerem-se novas investigações para avaliar as ações das políticas de saúde masculinas.

As evidências científicas indicam a necessidade de melhorar e adequar as políticas públicas de atenção à saúde da população masculina, ratificando que o profissional enfermeiro, por exercer o protagonismo na inter-relação com o homem na Atenção Básica, porta de entrada para o homem no SUS, se mostra imprescindível. Espera-se que a partir dessa investigação possamos estimular a criação de propostas e tecnologias inovadoras e resolutivas de cuidado, pesquisa e gestão que possibilitem responder às necessidades específicas desse grupo social.

Conclusão

As políticas de saúde voltadas para a população masculina ainda são incipientes, e as existentes enfrentam inúmeros desafios similares em todos os locais. Alguns países como Austrália e Irlanda têm obtido maiores avanços, embora os perfis de morbimortalidade permaneçam caracterizados por altas taxas de adoecimento, internações e óbitos, ratificando a necessidade de diálogo entre os órgãos governamentais a nível global. Independentemente do país, os estereótipos de gênero e a inabilidade dos gestores e profissionais de reconhecerem a política foram os principais desafios na construção e inserção das políticas para o segmento masculino. São consensos que para a formulação de políticas públicas efetivas, desde sua concepção à avaliação, deve ser considerado as particularidades dos homens. Ademais, devem ser construídas com o envolvimento dos próprios homens, dos órgãos governamentais, profissionais de saúde, das academias de ensino e sociedade civil, visando à melhoria da qualidade da gestão e prática clínica.

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Editado por

Editor Associado (Avaliação pelos pares): Thiago da Silva Domingos (https://orcid.org/0000-0002-1421-7468) Escola Paulista de Enfermagem, Universidade Federal de São Paulo, SP, Brasil

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    12 Dez 2022
  • Data do Fascículo
    2022

Histórico

  • Recebido
    14 Jun 2021
  • Aceito
    25 Abr 2022
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