Resumo
Objetivo
Identificar estudos que utilizaram as técnicas de Foto-Elicitação e Photovoice como estratégia para coleta de dados com crianças e adolescentes com condições crônicas.
Métodos
Revisão integrativa da literatura, efetuada nas bases de dados Web of Science, CINAHL, MEDLINE, PsycINFO e LILACS, com busca de artigos publicados em inglês, português e espanhol, entre os anos 2010 e 2021. As buscas foram conduzidas entre os meses de fevereiro e abril de 2022. Os dados foram analisados de forma descritiva e organizados em categorias.
Resultados
Foram incluídos 28 artigos e, a partir do processo analítico, construíram-se as seguintes categorias: 1 - Vantagens do uso da Foto-Elicitação e do Photovoice; e 2 – Desafios no uso dessas técnicas.
Conclusão
A literatura é convergente ao considerar que a abordagem visual se configura como uma ferramenta facilitadora da comunicação das experiências de crianças e adolescentes com condições crônicas, ainda que possa apresentar alguns desafios na sua aplicabilidade.
Criança; Adolescente; Fotografia; Coleta de dados; Doença crônica
Resumen
Objetivo
Identificar estudios que utilizaron las técnicas de foto-elicitación y fotovoz como estrategia de recopilación de datos con infantes y adolescentes con condiciones crónicas.
Métodos
Revisión integradora de la literatura, realizada en las bases de datos Web of Science, CINAHL, MEDLINE, PsycINFO y LILACS, con búsqueda de artículos publicados en inglés, portugués y español, entre los años 2010 y 2021. Las búsquedas se llevaron a cabo entre los meses de febrero y abril de 2022. Los datos se analizaron de forma descriptiva y se organizaron en categorías.
Resultados
Se incluyeron 28 artículos y, a partir del proceso analítico, se crearon las siguientes categorías: 1) Ventajas del uso de la foto-elicitación y de la fotovoz, 2) Desafíos del uso de estas técnicas.
Conclusión
La literatura es convergente al considerar que el enfoque visual se presenta como una herramienta facilitadora de la comunicación de las experiencias de infantes y adolescentes con condiciones crónicas, aunque puede presentar algunos desafíos para su aplicabilidad.
Nino; Adolescente; Fotografía; Recolección de datos
Abstract
Objective
To identify studies that used Photo-Elicitation and Photovoice techniques as a strategy for data collection with children and adolescents with chronic conditions.
Methods
This is an integrative literature review, carried out in the Web of Science, CINAHL, MEDLINE, PsycINFO and LILACS databases, with a search for articles published in English, Portuguese and Spanish, between 2010 and 2021. The searches were conducted between February and April 2022. Data were analyzed descriptively and organized into categories.
Results
A total of 28 articles were included and, based on the analytical process, the following categories were constructed: Advantages of using Photo-Elicitation and Photovoice; and Challenges in using these techniques.
Conclusion
The literature is converging when considering that the visual approach is configured as a tool that facilitates the communication of the experiences of children and adolescents with chronic conditions, although it may present some challenges in its applicability.
Child; Adolescent; Photography; Data collection; Chronic disease
Introdução
A fotografia tem sido explorada de forma crescente nos processos de coleta de dados, partindo-se do princípio que amplia a riqueza dos dados e possibilita que o entrevistado assuma posição de protagonista, ao imprimir sua visão sobre o objeto pesquisado.(11. Shaw AP. Photo-elicitation and photo-voice: using visual methodological tools to engage with younger children’s voices about inclusion in education. Inter J Res Method Education. 2021;44(4):337-51.) O uso de fotografias no processo de coleta de dados tem o objetivo de provocar discussão verbal, gerando informações que evocam sentimentos, informações e memórias. Seu uso difere da entrevista tradicional por se basear na forma por meio da qual os participantes respondem às representações simbólicas contidas nas fotografias. Assim, o uso de fotografias incrementa o processo de condução de uma entrevista, tornando-a num processo que extrai informações mais elaboradas por explorar diferentes camadas de significados.(22. Glaw X, Inder K, Kable A, Hazelton M. Visual methodologies in qualitative research: autophotography and photo elicitation applied to mental health research. Inter J Qualitative Methods. 2017;16(1):1-8.)
Uma vez que crianças perdem facilmente o foco e podem ter dificuldade para verbalizar suas respostas, as metodologias participativas despertam o interesse e auxiliam na liberação de seu potencial para a geração de informações sobre sua forma de pensar. Os adolescentes, por sua vez, podem se sentir mais atraídos pelo processo dinâmico proporcionado por essas metodologias inovadoras.(11. Shaw AP. Photo-elicitation and photo-voice: using visual methodological tools to engage with younger children’s voices about inclusion in education. Inter J Res Method Education. 2021;44(4):337-51.) Assim, utilizá-las pode ampliar a riqueza dos dados coletados e dinamizar a relação entre o pesquisador e o participante.(11. Shaw AP. Photo-elicitation and photo-voice: using visual methodological tools to engage with younger children’s voices about inclusion in education. Inter J Res Method Education. 2021;44(4):337-51.)
Entre os métodos que possibilitam o uso de imagens, destacam-se o Photovoice e a Foto-Elicitação. Photovoice é uma metodologia participativa que possibilita visualizar e abordar a narrativa sob uma nova perspectiva que explora o contexto social cotidiano, a expressão histórica, cultural, as vontades e os problemas das pessoas. Os membros de uma comunidade tiram fotos sobre determinada problemática e levam para o grupo, a fim de suscitar discussões que promovam o diálogo sobre assuntos de importância para seus membros.(22. Glaw X, Inder K, Kable A, Hazelton M. Visual methodologies in qualitative research: autophotography and photo elicitation applied to mental health research. Inter J Qualitative Methods. 2017;16(1):1-8.)
Já a Foto-Elicitação se configura como o uso de fotografias para gerar uma discussão verbal. Trata-se de uma técnica amplamente utilizada, que envolve a produção de imagens que serão usadas durante a entrevista. Essas imagens podem ser tanto produzidas pelo entrevistado, a partir de uma pergunta disparadora, quanto levadas pelo pesquisador após uma pré-seleção com foco no objetivo do estudo. Apesar de ambos os casos motivarem a expressão das perspectivas dos participantes, observa-se que quando eles fotografam suas próprias imagens têm maior liberdade para falar sobre o que desejam e o pesquisador pode observar as emoções que emergem à medida que atribuem significado a essas fotografias.(22. Glaw X, Inder K, Kable A, Hazelton M. Visual methodologies in qualitative research: autophotography and photo elicitation applied to mental health research. Inter J Qualitative Methods. 2017;16(1):1-8.)
Em se tratando de crianças com condições crônicas, pode-se afirmar que as manifestações geradas têm o potencial de transformar por completo as suas vidas e de todos os envolvidos, independente do grau de complexidade da condição. A criança pode precisar fazer uso de medicações especiais e de dispositivos tecnológicos, adotar uma dieta diferenciada, e pode ter limitações de função, entre outras necessidades, como assistência em serviços de saúde ou educacionais além do esperado para a sua idade.(33. Duarte ED, Silva KL, Tavares TS, Nishimoto CL, Silva PM, Sena RR. Cuidado à criança em condição crônica na atenção primária: desafios do modelo de atenção à saúde. Texto Contexto Enferm. 2015;24(4): 1009-17.,44. Ferreira MK, Gomes IL, Figueiredo SV, Queiroz MV, Pennafort VP. Criança e adolescente cronicamente adoecidos e a escolarização durante a internação hospitalar. Trab Educ Saúde. 2015;13(3):639-55.) Por meio do protagonismo exercido pelos participantes durante as entrevistas, com uso das técnicas de Foto-Elicitação e Photovoice, há um grande potencial na obtenção de dados que sejam capazes de representar e de validar suas experiencias e sentimentos. Sua ótica é impressa através das fotografias e os significados por trás de cada uma delas revela sua realidade única.
Permitir a expressão desses sujeitos pode subsidiar o desenvolvimento de formas de cuidar que melhor se adequem às suas realidades.(11. Shaw AP. Photo-elicitation and photo-voice: using visual methodological tools to engage with younger children’s voices about inclusion in education. Inter J Res Method Education. 2021;44(4):337-51.) Compreender que crianças e adolescentes com condições crônicas têm capacidade de construir informações sobre si mesmos abre muitas portas no que se refere às formas de pesquisar, no sentido de explorar o mundo desses sujeitos através de suas lentes.(11. Shaw AP. Photo-elicitation and photo-voice: using visual methodological tools to engage with younger children’s voices about inclusion in education. Inter J Res Method Education. 2021;44(4):337-51.)
Considerando o exposto, o ineditismo e a importância de estratégias que possibilitem aprofundar a coleta de dados com crianças e adolescentes, optou-se por realizar uma revisão integrativa com o objetivo de identificar estudos que utilizaram as técnicas de Foto-Elicitação e Photovoice como estratégia para coleta de dados com crianças e adolescentes com condições crônicas. O uso de imagens adiciona uma nova dimensão às técnicas já existentes, por evocar dados multidimensionais e por adicionar valor aos insights contidos nas palavras dos participantes sobre o seu cotidiano.
Assim, a construção deste estudo se justifica por explorar técnicas inovadoras para a coleta de dados capazes de explorar os fenômenos sociais de forma mais aprofundada. Em virtude dos adventos tecnológicos, houve a necessidade de criação de novas formas de desenvolver uma pesquisa e os recursos visuais permitem desbravar as mais diversas camadas por trás da vivência dos sujeitos, enriquecendo a análise e o entendimento do objeto de estudo. Além disso, inclui grupos que não são capazes de se expressarem pela escrita, como os grupos de maior vulnerabilidade social, visto que se trata de uma técnica que vai além dos muros textuais.(55. Meirinho D. O olhar por diferentes lentes: o photovoice enquanto método científico participativo. Rev Disc Fotográficos. 2017;13(23):261-90.)
Métodos
Trata-se de uma revisão integrativa, baseada nas etapas propostas por autores que sistematizaram o método.(66. Mendes KD, Silveira RC, Galvão CM. Revisão integrativa: método de pesquisa para a Incorporação de evidências na saúde e na enfermagem. Texto Contexto Enferm. 2008;17(4):758-64.) A questão de revisão foi: quais são as evidências científicas disponíveis nos estudos sobre a utilização das técnicas de Foto-Elicitação e Photovoice como estratégias para coleta de dados com crianças e adolescentes com condições crônicas? Ela foi elaborada com base na estratégia PICo,(77. Stern C, Jordan Z, McArthur A. Developing the review question and inclusion criteria. Am J Nurs. 2014;114(4):53-6. Review.)com P correspondendo à população (crianças e adolescentes com condição crônica); I ao fenômeno de interesse (fotografias, Foto- elicitação e Photovoice), e C ao contexto (pesquisa/coleta de dados).
As buscas foram conduzidas entre os meses de fevereiro e abril de 2022. Constituíram critérios de inclusão: artigos publicados no período de 01 de janeiro de 2010 e 31 de dezembro de 2021, em inglês, português e espanhol; artigos empíricos com crianças e adolescentes com condições crônicas que utilizaram a fotografia como técnica de coleta de dados; e estudos que traziam contribuições sobre a operacionalização das etapas das técnicas de Photovoice e Foto-Elicitação com crianças e adolescentes.
Foram excluídos estudos com crianças e adolescentes saudáveis ou com doenças agudas; estudos que não utilizaram nenhum tipo de fotografia como estratégia coleta de dados; revisão de literatura, literatura cinzenta e estudos que incluíram sujeitos acima de 19 anos em suas amostras, considerando a definição de crianças e adolescentes da Organização Mundial da Saúde.(88. World Health Organization (WHO). Young People´s Health-a Challenge for Society. Report of a WHO Study Group on Young People and Health for All. Technical Report Series 731. Geneva: WHO; 1986.)
As bases de dados pesquisadas foram: Web of Science, Cumulative Index of Nursing and Allied Health (CINAHL), MEDLINE®, PsycINFO e Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS).
Os descritores utilizados, previamente selecionados após consulta no Medical Subject Headings (MESH), foram: children, adolescent, photography, interview e data collection em conjunto com as palavras-chave “foto-elicitação” (“photo-elicitation”), “photovoice”, “entrevista foto elicitação” (“photo-elicitation interview”) e “imagem” (imaging). Utilizou-se estratégia de busca personalizada em cada base de dados, atendendo às suas particularidades para ampliar o recrutamento de referências. Os operadores booleanos “OR”, “AND” e “NOT” foram empregados em cada uma delas. A estratégia de busca padrão foi: (child OR adolescent) AND (photography OR “photo-elicitation interview” OR “photo elicitation” OR “photo-elicitation” OR photovoice NOT imaging) AND (interview OR “data collection”).
Após levantamento nas bases de dados, os títulos e resumos passaram por leitura exaustiva por dois autores de forma independente, para assegurar que os textos contemplavam a pergunta de revisão e atendiam aos critérios de elegibilidade estabelecidos. Em caso de dúvida a respeito da seleção, optou-se por incluir inicialmente a publicação e decidir sobre sua seleção somente após a leitura na íntegra de seu conteúdo.
Os artigos que atenderam aos critérios de elegibilidade foram separados em um quadro, elaborado pelos autores para esse fim, para a extração e a síntese dos dados de cada estudo primário incluído na revisão, contendo as seguintes informações: título do artigo, país de origem, área de atuação dos autores, ano de publicação, objetivos, participantes, especificidades sobre o uso da fotografia, principais resultados e considerações sobre a Foto-elicitação e Photovoice. Este quadro permitiu a comparação e a organização dos dados, de acordo as suas diferenças e similaridades, os quais foram analisados e apresentados em categorias.(99. Cooper H. Scientific Guidelines for Conducting Integrative Research Reviews. Review Educational Research.1982;52:291.)
Resultados
Inicialmente, foram capturados 2.961 resumos, dos quais 234 foram selecionados para leitura na íntegra e 28 responderam aos critérios de elegibilidade (Figura 1).
Fluxograma de coleta de dados, Prisma (2020)(1010. Page MJ, McKenzie JE, Bossuyt PM, Boutron I, Hoffmann TC, Mulrow CD, et al. The PRISMA 2020 statement: an updated guideline for reporting systematic reviews. BMJ. 2021;372:n71.)
Após a leitura exaustiva dos artigos por dois pesquisadores independentes, realizou-se uma síntese dos 28 artigos incluídos, a qual está apresentada no quadro 1.
Caracterização dos estudos incluídos na revisão
Ano de publicação, país e área
O maior número de publicações ocorreu em 2021 (n=9), evidenciando o recente aumento do interesse pelo uso dessas estratégias.(1111. Alvarenga WA, Leite AC, Menochelli AA, Ortiz La Banca R, De Bortoli PS, Neris RR, et al. How to talk to children and adolescents with cancer about spirituality? establishing a conversation model. J Pediatr Oncol Nurs. 2021;38(2):116-30.
12. Alvarenga WA, Machado JR, Leite AC, Caldeira S, Vieira M, Rocha SS, et al. spiritual needs of brazilian children and adolescents with chronic illnesses: a thematic analysis. J Pediatr Nurs. 2021;60:e39-45.
13. Andriana E, Evans D. Voices of students with intellectual disabilities: experiences of transition in “inclusive schools” in Indonesia. British J Learn Disabil. 2021;49:316-28.
14. Bagnall CL, Fox CL, Skipper Y. What emotional‐centred challenges do children attending special schools face over primary–secondary school transition? J Research Special Educational Needs. 2021;21(2):1-11.
15. Ebrahimpour F, Mirlashari J, Hosseini AS, Zarani F, Thorne S. Symbols of hope on pediatric oncology ward: children’s perspective using photovoice. J Pediatr Oncol Nurs. 2021;38(6):385-98.
16. Mott R, Tummons J, Simonsen J, Vandermau R. Photo elicitation: useful supplemental tool for qualitative interviews with youths. J Extension. 2021;58(1):4.
17. Netherton J, Horton J, Stock NM, Shaw R, Noons P, Evans MJ. Psychological adjustment in apert syndrome: parent and young person perspectives. Cleft Palate Craniofac J. 2023;60(4):461-73.
18. Pals RA, Hviid P, Cleal B, Grabowski D. Demanding devices - Living with diabetes devices as a pre-teen. Soc Sci Med. 2021;286:114279.-1919. Ramalho JA, El Husseini M, Bloc L, Bucher-Maluschke JS, Moro MR, Lachal J. The role of food in the family relationships of adolescents with anorexia nervosa and bulimia in northeastern Brazil: a qualitative study using photo elicitation. Front Psychiatry. 2021;12:623136.)
Em relação à origem dos estudos, destacou-se o Reino Unido (n=6).(1414. Bagnall CL, Fox CL, Skipper Y. What emotional‐centred challenges do children attending special schools face over primary–secondary school transition? J Research Special Educational Needs. 2021;21(2):1-11.,1717. Netherton J, Horton J, Stock NM, Shaw R, Noons P, Evans MJ. Psychological adjustment in apert syndrome: parent and young person perspectives. Cleft Palate Craniofac J. 2023;60(4):461-73.,2121. Powrie B, Copley J, Turpin M, Ziviani J, Kolehmainen N. The meaning of leisure to children and young people with significant physical disabilities: Implications for optimising participation. British J Occupational Therapy. 2020;83(2):67-77.,2525. Cooper VL. Lost in translation: exploring childhood identity using photo-elicitation. Children’s Geographies. 2017;15(6):625-37.,2828. King MC, Williams E, Gleeson K. Using photographs to explore self-understanding in adolescent boys with an autism spectrum condition. J Intellectual Devel Disability. 2017;44(2).,3838. Wells F, Ritchie D, McPherson AC. ‘It is life threatening but I don’t mind’. A qualitative study using photo elicitation interviews to explore adolescents’ experiences of renal replacement therapies. Child Care Health Dev. 2013;39(4):602-12.) Em seguida, vieram os Estados Unidos, com 4 publicações(1616. Mott R, Tummons J, Simonsen J, Vandermau R. Photo elicitation: useful supplemental tool for qualitative interviews with youths. J Extension. 2021;58(1):4.,3131. Walker AF, Johnson C, Schatz DA, Silverstein JH, Lyles S, Rohrs HJ. Using photography as a method to explore adolescent challenges and resilience in type 1 diabetes. Diabetes Spectr. 2015;28(2):92-8.,3636. Desai PP, Sutton LJ, Staley MD, Hannon DW. A qualitative study exploring the psychosocial value of weekend camping experiences for children and adolescents with complex heart defects. Child Care Health Dev. 2014;40(4):553-61.,3737. Stegenga K, Burks LM. Using photovoice to explore the unique life perspectives of youth with sickle cell disease: a pilot study. J Pediatr Oncol Nurs. 2013;30(5):269-74.)e o Brasil, também com 4 publicações.(1111. Alvarenga WA, Leite AC, Menochelli AA, Ortiz La Banca R, De Bortoli PS, Neris RR, et al. How to talk to children and adolescents with cancer about spirituality? establishing a conversation model. J Pediatr Oncol Nurs. 2021;38(2):116-30.,1212. Alvarenga WA, Machado JR, Leite AC, Caldeira S, Vieira M, Rocha SS, et al. spiritual needs of brazilian children and adolescents with chronic illnesses: a thematic analysis. J Pediatr Nurs. 2021;60:e39-45.,1919. Ramalho JA, El Husseini M, Bloc L, Bucher-Maluschke JS, Moro MR, Lachal J. The role of food in the family relationships of adolescents with anorexia nervosa and bulimia in northeastern Brazil: a qualitative study using photo elicitation. Front Psychiatry. 2021;12:623136.,3030. Pereira VR, Coimbra VC, Cardoso CS, Oliveira NA, Vieira AC, Nobre MO, et al. Metodologias participativas em pesquisa com crianças: abordagens criativas e inovadoras. Rev Gaúcha Enfermagem. 2016;37(Spe):e67908.)
A área da enfermagem apresentou o maior número de referências analisadas (n=10),(1111. Alvarenga WA, Leite AC, Menochelli AA, Ortiz La Banca R, De Bortoli PS, Neris RR, et al. How to talk to children and adolescents with cancer about spirituality? establishing a conversation model. J Pediatr Oncol Nurs. 2021;38(2):116-30.,1212. Alvarenga WA, Machado JR, Leite AC, Caldeira S, Vieira M, Rocha SS, et al. spiritual needs of brazilian children and adolescents with chronic illnesses: a thematic analysis. J Pediatr Nurs. 2021;60:e39-45.,1515. Ebrahimpour F, Mirlashari J, Hosseini AS, Zarani F, Thorne S. Symbols of hope on pediatric oncology ward: children’s perspective using photovoice. J Pediatr Oncol Nurs. 2021;38(6):385-98.,2424. Poku BA, Caress A-L, Kirk S. The opportunities and challenges of using photo elicitation in child-centered constructivist grounded theory research. Inter J Qualitative Methods. 2019;18.,2626. Ford K, Bray L, Water T, Dickinson A, Arnott J, Carter B. Auto-driven photo elicitation interviews in research with children: ethical and practical considerations. Comprehensive Child Adol Nurs. 2017;40(2):111-25.,3030. Pereira VR, Coimbra VC, Cardoso CS, Oliveira NA, Vieira AC, Nobre MO, et al. Metodologias participativas em pesquisa com crianças: abordagens criativas e inovadoras. Rev Gaúcha Enfermagem. 2016;37(Spe):e67908.,3333. Whiting LS. Reflecting on the use of photo elicitation with children. Nurse Res. 2015;22(3):13-7.,3434. Fournier B, Bridge A, Kennedy AP, Alibhal A, Konde-Lule J. A photovoice project with children who are orphaned and living with HIV in a Ugandan group home. Children Youth Serv Review. 2014;45:55-63.,3737. Stegenga K, Burks LM. Using photovoice to explore the unique life perspectives of youth with sickle cell disease: a pilot study. J Pediatr Oncol Nurs. 2013;30(5):269-74.,3838. Wells F, Ritchie D, McPherson AC. ‘It is life threatening but I don’t mind’. A qualitative study using photo elicitation interviews to explore adolescents’ experiences of renal replacement therapies. Child Care Health Dev. 2013;39(4):602-12.) seguida pela área da medicina(1717. Netherton J, Horton J, Stock NM, Shaw R, Noons P, Evans MJ. Psychological adjustment in apert syndrome: parent and young person perspectives. Cleft Palate Craniofac J. 2023;60(4):461-73.,2727. Sibeoni J, Costa-Drolon E, Poulmarc’h L, Colin S, Valentin M, Pradère J, et al. Photo-elicitation with adolescents in qualitative research: an example of its use in exploring family interactions in adolescent psychiatry. Child Adolesc Psychiatry Ment Health. 2017;11:49.,3131. Walker AF, Johnson C, Schatz DA, Silverstein JH, Lyles S, Rohrs HJ. Using photography as a method to explore adolescent challenges and resilience in type 1 diabetes. Diabetes Spectr. 2015;28(2):92-8.,3232. Watts AW, Lovato CY, Barr SI, Hanning RM, Mâsse. A qualitative study exploring how school and community environments shape the food choices of adolescents with overweight/obesity. Appetite. 2015;95:360-7.,3636. Desai PP, Sutton LJ, Staley MD, Hannon DW. A qualitative study exploring the psychosocial value of weekend camping experiences for children and adolescents with complex heart defects. Child Care Health Dev. 2014;40(4):553-61.) e psicologia(1313. Andriana E, Evans D. Voices of students with intellectual disabilities: experiences of transition in “inclusive schools” in Indonesia. British J Learn Disabil. 2021;49:316-28.,1818. Pals RA, Hviid P, Cleal B, Grabowski D. Demanding devices - Living with diabetes devices as a pre-teen. Soc Sci Med. 2021;286:114279.,1919. Ramalho JA, El Husseini M, Bloc L, Bucher-Maluschke JS, Moro MR, Lachal J. The role of food in the family relationships of adolescents with anorexia nervosa and bulimia in northeastern Brazil: a qualitative study using photo elicitation. Front Psychiatry. 2021;12:623136.,2323. Denford S, Hill DM, Mackintosh KA, McNarry MA, Barker AR, Williams CA. Youth Activity Unlimited – A Strategic Research Centre of the UK Cystic Fibrosis Trust. Using photo-elicitation to explore perceptions of physical activity among young people with cystic fibrosis. BMC Pulm Med. 2019;19(1):220.,2828. King MC, Williams E, Gleeson K. Using photographs to explore self-understanding in adolescent boys with an autism spectrum condition. J Intellectual Devel Disability. 2017;44(2).) com cinco publicações, educação com quatro,(1414. Bagnall CL, Fox CL, Skipper Y. What emotional‐centred challenges do children attending special schools face over primary–secondary school transition? J Research Special Educational Needs. 2021;21(2):1-11.,1616. Mott R, Tummons J, Simonsen J, Vandermau R. Photo elicitation: useful supplemental tool for qualitative interviews with youths. J Extension. 2021;58(1):4.,2525. Cooper VL. Lost in translation: exploring childhood identity using photo-elicitation. Children’s Geographies. 2017;15(6):625-37.,3535. Lamb P, Firbank D, Aldous D. Capturing the world of physical education through the eyes of children with autism spectrum disorders. Sport Education Society. 2014;21(5):1-25.) terapia ocupacional com duas(2020. Coussens M, Destoop B, De Baets S, Desoete A, Oostra A, Vanderstraeten G, et al. A qualitative photo elicitation research study to elicit the perception of young children with developmental disabilities such as ADHD and/or DCD and/or ASD on their participation. PLoS One. 2020;15(3):e0229538.,2121. Powrie B, Copley J, Turpin M, Ziviani J, Kolehmainen N. The meaning of leisure to children and young people with significant physical disabilities: Implications for optimising participation. British J Occupational Therapy. 2020;83(2):67-77.) e a fisioterapia,(2222. Vänskä N, Sipari S, Haataja L. What makes participation meaningful? Using photo-elicitation to interview children with disabilities. Phys Occup Ther Pediatr. 2020;40(6):595-609.) saúde pública(2929. Ha VS, Whittaker A. ‘Closer to my world’: Children with autism spectrum disorder tell their stories through photovoice. Glob Public Health. 2016;11(5-6):546-63.) e educação física(3535. Lamb P, Firbank D, Aldous D. Capturing the world of physical education through the eyes of children with autism spectrum disorders. Sport Education Society. 2014;21(5):1-25.) todas com apenas uma publicação.
Idade e número de participantes
A idade dos participantes variou entre 5 e 19 anos, com destaque para o uso da técnica a partir da idade escolar. O número de participantes por estudo variou de 5 a 45.
Escolha do dispositivo
Com relação às etapas do processo para a obtenção de dados, identificou-se, em 11 estudos, a utilização de dispositivos dos próprios participantes para captura das fotografias,(2121. Powrie B, Copley J, Turpin M, Ziviani J, Kolehmainen N. The meaning of leisure to children and young people with significant physical disabilities: Implications for optimising participation. British J Occupational Therapy. 2020;83(2):67-77.
22. Vänskä N, Sipari S, Haataja L. What makes participation meaningful? Using photo-elicitation to interview children with disabilities. Phys Occup Ther Pediatr. 2020;40(6):595-609.
23. Denford S, Hill DM, Mackintosh KA, McNarry MA, Barker AR, Williams CA. Youth Activity Unlimited – A Strategic Research Centre of the UK Cystic Fibrosis Trust. Using photo-elicitation to explore perceptions of physical activity among young people with cystic fibrosis. BMC Pulm Med. 2019;19(1):220.-2424. Poku BA, Caress A-L, Kirk S. The opportunities and challenges of using photo elicitation in child-centered constructivist grounded theory research. Inter J Qualitative Methods. 2019;18.,2929. Ha VS, Whittaker A. ‘Closer to my world’: Children with autism spectrum disorder tell their stories through photovoice. Glob Public Health. 2016;11(5-6):546-63.,3636. Desai PP, Sutton LJ, Staley MD, Hannon DW. A qualitative study exploring the psychosocial value of weekend camping experiences for children and adolescents with complex heart defects. Child Care Health Dev. 2014;40(4):553-61.,3838. Wells F, Ritchie D, McPherson AC. ‘It is life threatening but I don’t mind’. A qualitative study using photo elicitation interviews to explore adolescents’ experiences of renal replacement therapies. Child Care Health Dev. 2013;39(4):602-12.) enquanto em outros(1313. Andriana E, Evans D. Voices of students with intellectual disabilities: experiences of transition in “inclusive schools” in Indonesia. British J Learn Disabil. 2021;49:316-28.
14. Bagnall CL, Fox CL, Skipper Y. What emotional‐centred challenges do children attending special schools face over primary–secondary school transition? J Research Special Educational Needs. 2021;21(2):1-11.-1515. Ebrahimpour F, Mirlashari J, Hosseini AS, Zarani F, Thorne S. Symbols of hope on pediatric oncology ward: children’s perspective using photovoice. J Pediatr Oncol Nurs. 2021;38(6):385-98.,2525. Cooper VL. Lost in translation: exploring childhood identity using photo-elicitation. Children’s Geographies. 2017;15(6):625-37.,2727. Sibeoni J, Costa-Drolon E, Poulmarc’h L, Colin S, Valentin M, Pradère J, et al. Photo-elicitation with adolescents in qualitative research: an example of its use in exploring family interactions in adolescent psychiatry. Child Adolesc Psychiatry Ment Health. 2017;11:49.,2828. King MC, Williams E, Gleeson K. Using photographs to explore self-understanding in adolescent boys with an autism spectrum condition. J Intellectual Devel Disability. 2017;44(2).,3030. Pereira VR, Coimbra VC, Cardoso CS, Oliveira NA, Vieira AC, Nobre MO, et al. Metodologias participativas em pesquisa com crianças: abordagens criativas e inovadoras. Rev Gaúcha Enfermagem. 2016;37(Spe):e67908.
31. Walker AF, Johnson C, Schatz DA, Silverstein JH, Lyles S, Rohrs HJ. Using photography as a method to explore adolescent challenges and resilience in type 1 diabetes. Diabetes Spectr. 2015;28(2):92-8.
32. Watts AW, Lovato CY, Barr SI, Hanning RM, Mâsse. A qualitative study exploring how school and community environments shape the food choices of adolescents with overweight/obesity. Appetite. 2015;95:360-7.
33. Whiting LS. Reflecting on the use of photo elicitation with children. Nurse Res. 2015;22(3):13-7.
34. Fournier B, Bridge A, Kennedy AP, Alibhal A, Konde-Lule J. A photovoice project with children who are orphaned and living with HIV in a Ugandan group home. Children Youth Serv Review. 2014;45:55-63.-3535. Lamb P, Firbank D, Aldous D. Capturing the world of physical education through the eyes of children with autism spectrum disorders. Sport Education Society. 2014;21(5):1-25.,3737. Stegenga K, Burks LM. Using photovoice to explore the unique life perspectives of youth with sickle cell disease: a pilot study. J Pediatr Oncol Nurs. 2013;30(5):269-74.) os dispositivos foram fornecidos pelos pesquisadores.
Os dispositivos fornecidos pelos pesquisadores foram: câmeras descartáveis de 27 poses (n=5)(1414. Bagnall CL, Fox CL, Skipper Y. What emotional‐centred challenges do children attending special schools face over primary–secondary school transition? J Research Special Educational Needs. 2021;21(2):1-11.,2828. King MC, Williams E, Gleeson K. Using photographs to explore self-understanding in adolescent boys with an autism spectrum condition. J Intellectual Devel Disability. 2017;44(2).,3131. Walker AF, Johnson C, Schatz DA, Silverstein JH, Lyles S, Rohrs HJ. Using photography as a method to explore adolescent challenges and resilience in type 1 diabetes. Diabetes Spectr. 2015;28(2):92-8.,3333. Whiting LS. Reflecting on the use of photo elicitation with children. Nurse Res. 2015;22(3):13-7.,3737. Stegenga K, Burks LM. Using photovoice to explore the unique life perspectives of youth with sickle cell disease: a pilot study. J Pediatr Oncol Nurs. 2013;30(5):269-74.) e câmera digital (n=6),(1313. Andriana E, Evans D. Voices of students with intellectual disabilities: experiences of transition in “inclusive schools” in Indonesia. British J Learn Disabil. 2021;49:316-28.,2525. Cooper VL. Lost in translation: exploring childhood identity using photo-elicitation. Children’s Geographies. 2017;15(6):625-37.,3030. Pereira VR, Coimbra VC, Cardoso CS, Oliveira NA, Vieira AC, Nobre MO, et al. Metodologias participativas em pesquisa com crianças: abordagens criativas e inovadoras. Rev Gaúcha Enfermagem. 2016;37(Spe):e67908.,3232. Watts AW, Lovato CY, Barr SI, Hanning RM, Mâsse. A qualitative study exploring how school and community environments shape the food choices of adolescents with overweight/obesity. Appetite. 2015;95:360-7.,3434. Fournier B, Bridge A, Kennedy AP, Alibhal A, Konde-Lule J. A photovoice project with children who are orphaned and living with HIV in a Ugandan group home. Children Youth Serv Review. 2014;45:55-63.) sendo que um estudo também permitia o uso de seu próprio dispositivo junto à câmera digital (n=1),(2727. Sibeoni J, Costa-Drolon E, Poulmarc’h L, Colin S, Valentin M, Pradère J, et al. Photo-elicitation with adolescents in qualitative research: an example of its use in exploring family interactions in adolescent psychiatry. Child Adolesc Psychiatry Ment Health. 2017;11:49.) iPad (n=1)(3535. Lamb P, Firbank D, Aldous D. Capturing the world of physical education through the eyes of children with autism spectrum disorders. Sport Education Society. 2014;21(5):1-25.) e celular sem o SIM card (n=1).(1515. Ebrahimpour F, Mirlashari J, Hosseini AS, Zarani F, Thorne S. Symbols of hope on pediatric oncology ward: children’s perspective using photovoice. J Pediatr Oncol Nurs. 2021;38(6):385-98.)
Segundo os resultados encontrados, o uso de câmera descartável, embora válido e passível de despertar o interesse dos participantes, pode prejudicar a qualidade das fotografias ou até mesmo resultar em perdas por mau funcionamento. O uso de câmeras digitais representa uma potência em pesquisas futuras, ainda que tenham custo maior.(3737. Stegenga K, Burks LM. Using photovoice to explore the unique life perspectives of youth with sickle cell disease: a pilot study. J Pediatr Oncol Nurs. 2013;30(5):269-74.)
Em alguns estudos, o uso das câmeras descartáveis visa controlar a liberação das imagens em observância aos aspectos éticos imbuídos no uso de imagens. Porém, para que este uso seja adequado, é preciso fornecer informações prévias e claras com relação ao funcionamento, já que alguns participantes podem nunca ter tido contato com o dispositivo anteriormente. O mesmo treinamento pode ser oferecido para a utilização de câmeras digitais.(3333. Whiting LS. Reflecting on the use of photo elicitation with children. Nurse Res. 2015;22(3):13-7.,3434. Fournier B, Bridge A, Kennedy AP, Alibhal A, Konde-Lule J. A photovoice project with children who are orphaned and living with HIV in a Ugandan group home. Children Youth Serv Review. 2014;45:55-63.) Duas pesquisas incluídas nesta revisão não utilizaram câmeras fotográficas, pois usaram fotografias pré-selecionadas pelos pesquisadores para o momento da entrevista.(1111. Alvarenga WA, Leite AC, Menochelli AA, Ortiz La Banca R, De Bortoli PS, Neris RR, et al. How to talk to children and adolescents with cancer about spirituality? establishing a conversation model. J Pediatr Oncol Nurs. 2021;38(2):116-30.,1212. Alvarenga WA, Machado JR, Leite AC, Caldeira S, Vieira M, Rocha SS, et al. spiritual needs of brazilian children and adolescents with chronic illnesses: a thematic analysis. J Pediatr Nurs. 2021;60:e39-45.) Dois estudos não especificaram o dispositivo utilizado.(1616. Mott R, Tummons J, Simonsen J, Vandermau R. Photo elicitation: useful supplemental tool for qualitative interviews with youths. J Extension. 2021;58(1):4.,2626. Ford K, Bray L, Water T, Dickinson A, Arnott J, Carter B. Auto-driven photo elicitation interviews in research with children: ethical and practical considerations. Comprehensive Child Adol Nurs. 2017;40(2):111-25.)
Número de fotografias
O número de fotos solicitadas por participante antes da entrevista variou de uma(1919. Ramalho JA, El Husseini M, Bloc L, Bucher-Maluschke JS, Moro MR, Lachal J. The role of food in the family relationships of adolescents with anorexia nervosa and bulimia in northeastern Brazil: a qualitative study using photo elicitation. Front Psychiatry. 2021;12:623136.,2727. Sibeoni J, Costa-Drolon E, Poulmarc’h L, Colin S, Valentin M, Pradère J, et al. Photo-elicitation with adolescents in qualitative research: an example of its use in exploring family interactions in adolescent psychiatry. Child Adolesc Psychiatry Ment Health. 2017;11:49.)até 27 fotos.(2424. Poku BA, Caress A-L, Kirk S. The opportunities and challenges of using photo elicitation in child-centered constructivist grounded theory research. Inter J Qualitative Methods. 2019;18.,2828. King MC, Williams E, Gleeson K. Using photographs to explore self-understanding in adolescent boys with an autism spectrum condition. J Intellectual Devel Disability. 2017;44(2).,3131. Walker AF, Johnson C, Schatz DA, Silverstein JH, Lyles S, Rohrs HJ. Using photography as a method to explore adolescent challenges and resilience in type 1 diabetes. Diabetes Spectr. 2015;28(2):92-8.) Nove estudos não determinaram o quantitativo de fotografias.(1313. Andriana E, Evans D. Voices of students with intellectual disabilities: experiences of transition in “inclusive schools” in Indonesia. British J Learn Disabil. 2021;49:316-28.,1515. Ebrahimpour F, Mirlashari J, Hosseini AS, Zarani F, Thorne S. Symbols of hope on pediatric oncology ward: children’s perspective using photovoice. J Pediatr Oncol Nurs. 2021;38(6):385-98.,2020. Coussens M, Destoop B, De Baets S, Desoete A, Oostra A, Vanderstraeten G, et al. A qualitative photo elicitation research study to elicit the perception of young children with developmental disabilities such as ADHD and/or DCD and/or ASD on their participation. PLoS One. 2020;15(3):e0229538.,2222. Vänskä N, Sipari S, Haataja L. What makes participation meaningful? Using photo-elicitation to interview children with disabilities. Phys Occup Ther Pediatr. 2020;40(6):595-609.,2626. Ford K, Bray L, Water T, Dickinson A, Arnott J, Carter B. Auto-driven photo elicitation interviews in research with children: ethical and practical considerations. Comprehensive Child Adol Nurs. 2017;40(2):111-25.,2929. Ha VS, Whittaker A. ‘Closer to my world’: Children with autism spectrum disorder tell their stories through photovoice. Glob Public Health. 2016;11(5-6):546-63.,3434. Fournier B, Bridge A, Kennedy AP, Alibhal A, Konde-Lule J. A photovoice project with children who are orphaned and living with HIV in a Ugandan group home. Children Youth Serv Review. 2014;45:55-63.,3535. Lamb P, Firbank D, Aldous D. Capturing the world of physical education through the eyes of children with autism spectrum disorders. Sport Education Society. 2014;21(5):1-25.,3737. Stegenga K, Burks LM. Using photovoice to explore the unique life perspectives of youth with sickle cell disease: a pilot study. J Pediatr Oncol Nurs. 2013;30(5):269-74.) Apenas dois estudos fizeram uso de fotos pré-selecionadas, levadas pelo entrevistador e não captadas pelos participantes.(1111. Alvarenga WA, Leite AC, Menochelli AA, Ortiz La Banca R, De Bortoli PS, Neris RR, et al. How to talk to children and adolescents with cancer about spirituality? establishing a conversation model. J Pediatr Oncol Nurs. 2021;38(2):116-30.,1212. Alvarenga WA, Machado JR, Leite AC, Caldeira S, Vieira M, Rocha SS, et al. spiritual needs of brazilian children and adolescents with chronic illnesses: a thematic analysis. J Pediatr Nurs. 2021;60:e39-45.)
Tempo para captura das fotografias
Não se observou uniformidade quanto ao tempo estipulado para captura de fotografias, variando de 15 minutos durante uma atividade proposta até 12 semanas. A maioria estipulou o limite de 1 semana (n=5).(1414. Bagnall CL, Fox CL, Skipper Y. What emotional‐centred challenges do children attending special schools face over primary–secondary school transition? J Research Special Educational Needs. 2021;21(2):1-11.,2020. Coussens M, Destoop B, De Baets S, Desoete A, Oostra A, Vanderstraeten G, et al. A qualitative photo elicitation research study to elicit the perception of young children with developmental disabilities such as ADHD and/or DCD and/or ASD on their participation. PLoS One. 2020;15(3):e0229538.,2727. Sibeoni J, Costa-Drolon E, Poulmarc’h L, Colin S, Valentin M, Pradère J, et al. Photo-elicitation with adolescents in qualitative research: an example of its use in exploring family interactions in adolescent psychiatry. Child Adolesc Psychiatry Ment Health. 2017;11:49.,2929. Ha VS, Whittaker A. ‘Closer to my world’: Children with autism spectrum disorder tell their stories through photovoice. Glob Public Health. 2016;11(5-6):546-63.,3838. Wells F, Ritchie D, McPherson AC. ‘It is life threatening but I don’t mind’. A qualitative study using photo elicitation interviews to explore adolescents’ experiences of renal replacement therapies. Child Care Health Dev. 2013;39(4):602-12.) Nove estudos não especificaram o tempo determinado para a captura das fotos.(1515. Ebrahimpour F, Mirlashari J, Hosseini AS, Zarani F, Thorne S. Symbols of hope on pediatric oncology ward: children’s perspective using photovoice. J Pediatr Oncol Nurs. 2021;38(6):385-98.,1717. Netherton J, Horton J, Stock NM, Shaw R, Noons P, Evans MJ. Psychological adjustment in apert syndrome: parent and young person perspectives. Cleft Palate Craniofac J. 2023;60(4):461-73.,1818. Pals RA, Hviid P, Cleal B, Grabowski D. Demanding devices - Living with diabetes devices as a pre-teen. Soc Sci Med. 2021;286:114279.,2121. Powrie B, Copley J, Turpin M, Ziviani J, Kolehmainen N. The meaning of leisure to children and young people with significant physical disabilities: Implications for optimising participation. British J Occupational Therapy. 2020;83(2):67-77.
22. Vänskä N, Sipari S, Haataja L. What makes participation meaningful? Using photo-elicitation to interview children with disabilities. Phys Occup Ther Pediatr. 2020;40(6):595-609.
23. Denford S, Hill DM, Mackintosh KA, McNarry MA, Barker AR, Williams CA. Youth Activity Unlimited – A Strategic Research Centre of the UK Cystic Fibrosis Trust. Using photo-elicitation to explore perceptions of physical activity among young people with cystic fibrosis. BMC Pulm Med. 2019;19(1):220.
24. Poku BA, Caress A-L, Kirk S. The opportunities and challenges of using photo elicitation in child-centered constructivist grounded theory research. Inter J Qualitative Methods. 2019;18.-2525. Cooper VL. Lost in translation: exploring childhood identity using photo-elicitation. Children’s Geographies. 2017;15(6):625-37.,3434. Fournier B, Bridge A, Kennedy AP, Alibhal A, Konde-Lule J. A photovoice project with children who are orphaned and living with HIV in a Ugandan group home. Children Youth Serv Review. 2014;45:55-63.) Dois estudos utilizaram fotos pré-selecionadas, não havendo tempo de captura pelos participantes.(1111. Alvarenga WA, Leite AC, Menochelli AA, Ortiz La Banca R, De Bortoli PS, Neris RR, et al. How to talk to children and adolescents with cancer about spirituality? establishing a conversation model. J Pediatr Oncol Nurs. 2021;38(2):116-30.,1212. Alvarenga WA, Machado JR, Leite AC, Caldeira S, Vieira M, Rocha SS, et al. spiritual needs of brazilian children and adolescents with chronic illnesses: a thematic analysis. J Pediatr Nurs. 2021;60:e39-45.)
Local de realização
Os locais das entrevistas variaram entre as residências dos participantes, na maior parte dos estudos (n=17),(1515. Ebrahimpour F, Mirlashari J, Hosseini AS, Zarani F, Thorne S. Symbols of hope on pediatric oncology ward: children’s perspective using photovoice. J Pediatr Oncol Nurs. 2021;38(6):385-98.
16. Mott R, Tummons J, Simonsen J, Vandermau R. Photo elicitation: useful supplemental tool for qualitative interviews with youths. J Extension. 2021;58(1):4.
17. Netherton J, Horton J, Stock NM, Shaw R, Noons P, Evans MJ. Psychological adjustment in apert syndrome: parent and young person perspectives. Cleft Palate Craniofac J. 2023;60(4):461-73.
18. Pals RA, Hviid P, Cleal B, Grabowski D. Demanding devices - Living with diabetes devices as a pre-teen. Soc Sci Med. 2021;286:114279.
19. Ramalho JA, El Husseini M, Bloc L, Bucher-Maluschke JS, Moro MR, Lachal J. The role of food in the family relationships of adolescents with anorexia nervosa and bulimia in northeastern Brazil: a qualitative study using photo elicitation. Front Psychiatry. 2021;12:623136.
20. Coussens M, Destoop B, De Baets S, Desoete A, Oostra A, Vanderstraeten G, et al. A qualitative photo elicitation research study to elicit the perception of young children with developmental disabilities such as ADHD and/or DCD and/or ASD on their participation. PLoS One. 2020;15(3):e0229538.
21. Powrie B, Copley J, Turpin M, Ziviani J, Kolehmainen N. The meaning of leisure to children and young people with significant physical disabilities: Implications for optimising participation. British J Occupational Therapy. 2020;83(2):67-77.
22. Vänskä N, Sipari S, Haataja L. What makes participation meaningful? Using photo-elicitation to interview children with disabilities. Phys Occup Ther Pediatr. 2020;40(6):595-609.
23. Denford S, Hill DM, Mackintosh KA, McNarry MA, Barker AR, Williams CA. Youth Activity Unlimited – A Strategic Research Centre of the UK Cystic Fibrosis Trust. Using photo-elicitation to explore perceptions of physical activity among young people with cystic fibrosis. BMC Pulm Med. 2019;19(1):220.
24. Poku BA, Caress A-L, Kirk S. The opportunities and challenges of using photo elicitation in child-centered constructivist grounded theory research. Inter J Qualitative Methods. 2019;18.-2525. Cooper VL. Lost in translation: exploring childhood identity using photo-elicitation. Children’s Geographies. 2017;15(6):625-37.,2727. Sibeoni J, Costa-Drolon E, Poulmarc’h L, Colin S, Valentin M, Pradère J, et al. Photo-elicitation with adolescents in qualitative research: an example of its use in exploring family interactions in adolescent psychiatry. Child Adolesc Psychiatry Ment Health. 2017;11:49.,2929. Ha VS, Whittaker A. ‘Closer to my world’: Children with autism spectrum disorder tell their stories through photovoice. Glob Public Health. 2016;11(5-6):546-63.,3131. Walker AF, Johnson C, Schatz DA, Silverstein JH, Lyles S, Rohrs HJ. Using photography as a method to explore adolescent challenges and resilience in type 1 diabetes. Diabetes Spectr. 2015;28(2):92-8.
32. Watts AW, Lovato CY, Barr SI, Hanning RM, Mâsse. A qualitative study exploring how school and community environments shape the food choices of adolescents with overweight/obesity. Appetite. 2015;95:360-7.-3333. Whiting LS. Reflecting on the use of photo elicitation with children. Nurse Res. 2015;22(3):13-7.,3838. Wells F, Ritchie D, McPherson AC. ‘It is life threatening but I don’t mind’. A qualitative study using photo elicitation interviews to explore adolescents’ experiences of renal replacement therapies. Child Care Health Dev. 2013;39(4):602-12.) escolas (n=6),(1313. Andriana E, Evans D. Voices of students with intellectual disabilities: experiences of transition in “inclusive schools” in Indonesia. British J Learn Disabil. 2021;49:316-28.,1414. Bagnall CL, Fox CL, Skipper Y. What emotional‐centred challenges do children attending special schools face over primary–secondary school transition? J Research Special Educational Needs. 2021;21(2):1-11.,2828. King MC, Williams E, Gleeson K. Using photographs to explore self-understanding in adolescent boys with an autism spectrum condition. J Intellectual Devel Disability. 2017;44(2).,3030. Pereira VR, Coimbra VC, Cardoso CS, Oliveira NA, Vieira AC, Nobre MO, et al. Metodologias participativas em pesquisa com crianças: abordagens criativas e inovadoras. Rev Gaúcha Enfermagem. 2016;37(Spe):e67908.,3434. Fournier B, Bridge A, Kennedy AP, Alibhal A, Konde-Lule J. A photovoice project with children who are orphaned and living with HIV in a Ugandan group home. Children Youth Serv Review. 2014;45:55-63.,3535. Lamb P, Firbank D, Aldous D. Capturing the world of physical education through the eyes of children with autism spectrum disorders. Sport Education Society. 2014;21(5):1-25.) hospitais (n=2)(1111. Alvarenga WA, Leite AC, Menochelli AA, Ortiz La Banca R, De Bortoli PS, Neris RR, et al. How to talk to children and adolescents with cancer about spirituality? establishing a conversation model. J Pediatr Oncol Nurs. 2021;38(2):116-30.,1212. Alvarenga WA, Machado JR, Leite AC, Caldeira S, Vieira M, Rocha SS, et al. spiritual needs of brazilian children and adolescents with chronic illnesses: a thematic analysis. J Pediatr Nurs. 2021;60:e39-45.) e ambulatórios (n=2).(3636. Desai PP, Sutton LJ, Staley MD, Hannon DW. A qualitative study exploring the psychosocial value of weekend camping experiences for children and adolescents with complex heart defects. Child Care Health Dev. 2014;40(4):553-61.,3737. Stegenga K, Burks LM. Using photovoice to explore the unique life perspectives of youth with sickle cell disease: a pilot study. J Pediatr Oncol Nurs. 2013;30(5):269-74.) Um estudo não especificou o local de coleta de dados.(2626. Ford K, Bray L, Water T, Dickinson A, Arnott J, Carter B. Auto-driven photo elicitation interviews in research with children: ethical and practical considerations. Comprehensive Child Adol Nurs. 2017;40(2):111-25.) Cabe ressaltar que, quando a pesquisa envolve a captura de imagens, a residência pode ser um local com menores implicações éticas e necessidade de orientação, considerando que profissionais de saúde e educação podem ficar incomodados com a criança ou o familiar fotografando suas atividades.
Apresentação das categorias
Vantagens do uso da Foto-Elicitação e do Photovoice
Estudos apontaram que crianças e adolescentes podem ter momentos de dificuldade em expressar e articular suas experiências, valendo-se somente do uso das palavras.(2222. Vänskä N, Sipari S, Haataja L. What makes participation meaningful? Using photo-elicitation to interview children with disabilities. Phys Occup Ther Pediatr. 2020;40(6):595-609.,2929. Ha VS, Whittaker A. ‘Closer to my world’: Children with autism spectrum disorder tell their stories through photovoice. Glob Public Health. 2016;11(5-6):546-63.) Oportunizar que eles se expressem por meio de métodos que estimulem sua participação na pesquisa pode favorecer a manifestação de sentimentos e perspectivas. Assim, o uso da fotografia abarca diferentes formas de comunicação das crianças sobre sua identidade, experiências, fazendo com que participem da pesquisa diretamente.(1414. Bagnall CL, Fox CL, Skipper Y. What emotional‐centred challenges do children attending special schools face over primary–secondary school transition? J Research Special Educational Needs. 2021;21(2):1-11.,1717. Netherton J, Horton J, Stock NM, Shaw R, Noons P, Evans MJ. Psychological adjustment in apert syndrome: parent and young person perspectives. Cleft Palate Craniofac J. 2023;60(4):461-73.,1818. Pals RA, Hviid P, Cleal B, Grabowski D. Demanding devices - Living with diabetes devices as a pre-teen. Soc Sci Med. 2021;286:114279.,2525. Cooper VL. Lost in translation: exploring childhood identity using photo-elicitation. Children’s Geographies. 2017;15(6):625-37.,2727. Sibeoni J, Costa-Drolon E, Poulmarc’h L, Colin S, Valentin M, Pradère J, et al. Photo-elicitation with adolescents in qualitative research: an example of its use in exploring family interactions in adolescent psychiatry. Child Adolesc Psychiatry Ment Health. 2017;11:49.,3535. Lamb P, Firbank D, Aldous D. Capturing the world of physical education through the eyes of children with autism spectrum disorders. Sport Education Society. 2014;21(5):1-25.,3737. Stegenga K, Burks LM. Using photovoice to explore the unique life perspectives of youth with sickle cell disease: a pilot study. J Pediatr Oncol Nurs. 2013;30(5):269-74.,3838. Wells F, Ritchie D, McPherson AC. ‘It is life threatening but I don’t mind’. A qualitative study using photo elicitation interviews to explore adolescents’ experiences of renal replacement therapies. Child Care Health Dev. 2013;39(4):602-12.)
A tarefa de tirar fotografias pode ser prazerosa e envolvente, e isso pode tornar a pesquisa mais dinâmica e atrativa para crianças e adolescentes, como indicaram alguns autores.(2020. Coussens M, Destoop B, De Baets S, Desoete A, Oostra A, Vanderstraeten G, et al. A qualitative photo elicitation research study to elicit the perception of young children with developmental disabilities such as ADHD and/or DCD and/or ASD on their participation. PLoS One. 2020;15(3):e0229538.,2727. Sibeoni J, Costa-Drolon E, Poulmarc’h L, Colin S, Valentin M, Pradère J, et al. Photo-elicitation with adolescents in qualitative research: an example of its use in exploring family interactions in adolescent psychiatry. Child Adolesc Psychiatry Ment Health. 2017;11:49.,2828. King MC, Williams E, Gleeson K. Using photographs to explore self-understanding in adolescent boys with an autism spectrum condition. J Intellectual Devel Disability. 2017;44(2).,3737. Stegenga K, Burks LM. Using photovoice to explore the unique life perspectives of youth with sickle cell disease: a pilot study. J Pediatr Oncol Nurs. 2013;30(5):269-74.) Ademais, auxilia que falem sobre si mesmos e o mundo, podendo ser usada em diversos contextos e com diferentes tipos de participantes.(2929. Ha VS, Whittaker A. ‘Closer to my world’: Children with autism spectrum disorder tell their stories through photovoice. Glob Public Health. 2016;11(5-6):546-63.) É, ainda, um bom método de comunicação e elo entre pesquisador, participante e os pais, com potencial de auxiliar como ponto de partida para as entrevistas, no sentido de diminuir a barreira inicial ou a tensão entre pesquisador e participante, estimulando o relato de experiências e a expressão de sentimentos.(1111. Alvarenga WA, Leite AC, Menochelli AA, Ortiz La Banca R, De Bortoli PS, Neris RR, et al. How to talk to children and adolescents with cancer about spirituality? establishing a conversation model. J Pediatr Oncol Nurs. 2021;38(2):116-30.,1212. Alvarenga WA, Machado JR, Leite AC, Caldeira S, Vieira M, Rocha SS, et al. spiritual needs of brazilian children and adolescents with chronic illnesses: a thematic analysis. J Pediatr Nurs. 2021;60:e39-45.,1616. Mott R, Tummons J, Simonsen J, Vandermau R. Photo elicitation: useful supplemental tool for qualitative interviews with youths. J Extension. 2021;58(1):4.,2929. Ha VS, Whittaker A. ‘Closer to my world’: Children with autism spectrum disorder tell their stories through photovoice. Glob Public Health. 2016;11(5-6):546-63.)
Por evocarem emoções, insights e reavivarem a memória, as fotografias também têm o potencial de oferecer um relato dinâmico, íntimo e detalhado sobre determinada vivência sob a ótica da pessoa com ênfase no que é realmente importante para ela. As narrativas tornam-se ainda mais ricas quando promovem reflexão sobre experiências mediante a captura de elementos significativos e relevantes.(1818. Pals RA, Hviid P, Cleal B, Grabowski D. Demanding devices - Living with diabetes devices as a pre-teen. Soc Sci Med. 2021;286:114279.,2424. Poku BA, Caress A-L, Kirk S. The opportunities and challenges of using photo elicitation in child-centered constructivist grounded theory research. Inter J Qualitative Methods. 2019;18.,3030. Pereira VR, Coimbra VC, Cardoso CS, Oliveira NA, Vieira AC, Nobre MO, et al. Metodologias participativas em pesquisa com crianças: abordagens criativas e inovadoras. Rev Gaúcha Enfermagem. 2016;37(Spe):e67908.,3333. Whiting LS. Reflecting on the use of photo elicitation with children. Nurse Res. 2015;22(3):13-7.,3636. Desai PP, Sutton LJ, Staley MD, Hannon DW. A qualitative study exploring the psychosocial value of weekend camping experiences for children and adolescents with complex heart defects. Child Care Health Dev. 2014;40(4):553-61.)
Apesar de a revisão ser voltada especificamente para população de crianças e adolescentes com condições crônicas, a maioria dos estudos primários não abordou especificidades do uso da fotografia com essa população. Apenas quatro deles destacam que as técnicas de Foto-Elicitação e Photovoice também se mostram viáveis e úteis para entrevistar adolescentes com transtornos psiquiátricos,(2727. Sibeoni J, Costa-Drolon E, Poulmarc’h L, Colin S, Valentin M, Pradère J, et al. Photo-elicitation with adolescents in qualitative research: an example of its use in exploring family interactions in adolescent psychiatry. Child Adolesc Psychiatry Ment Health. 2017;11:49.,2828. King MC, Williams E, Gleeson K. Using photographs to explore self-understanding in adolescent boys with an autism spectrum condition. J Intellectual Devel Disability. 2017;44(2).,3535. Lamb P, Firbank D, Aldous D. Capturing the world of physical education through the eyes of children with autism spectrum disorders. Sport Education Society. 2014;21(5):1-25.) e com transtorno de espectro autista,(2929. Ha VS, Whittaker A. ‘Closer to my world’: Children with autism spectrum disorder tell their stories through photovoice. Glob Public Health. 2016;11(5-6):546-63.) apesar de serem necessárias a consideração de algumas particularidades no uso de técnica para contemplar habilidades, interesses e considerações práticas dos participantes.
Assim, foi necessário treinamento prévio com todos os participantes e visitas recorrentes. Todas as crianças realizaram sessões de treinamento sobre a técnica de photovoice em suas casas com um entrevistador experiente e também com auxílio de seus professores no âmbito escolar. Além disso, lhes foi dado um panfleto com instruções sobre a coleta de dados redigidas em uma linguagem simples e com figuras ilustrativas.(2929. Ha VS, Whittaker A. ‘Closer to my world’: Children with autism spectrum disorder tell their stories through photovoice. Glob Public Health. 2016;11(5-6):546-63.)
O preparo prévio do entrevistador para lidar com as crianças com transtorno do espectro autista (TEA) e transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) se mostrou facilitador na condução da coleta de dados. A escolha de uma pessoa com bom relacionamento com os participantes, a fim de auxiliar na percepção de possíveis desconfortos e a utilização de um iPad e um dicionário pictórico de emoções como forma de lembrá-los que se estavam no ambiente da pesquisa, também foram estratégias utilizadas.(3535. Lamb P, Firbank D, Aldous D. Capturing the world of physical education through the eyes of children with autism spectrum disorders. Sport Education Society. 2014;21(5):1-25.)
Além da importância para a pesquisa, o uso dessas técnicas pode auxiliar no planejamento de intervenções que atendam às necessidades da população pediátrica, visto que tem como ponto de partida seu relato e sua visão.(1313. Andriana E, Evans D. Voices of students with intellectual disabilities: experiences of transition in “inclusive schools” in Indonesia. British J Learn Disabil. 2021;49:316-28.,2222. Vänskä N, Sipari S, Haataja L. What makes participation meaningful? Using photo-elicitation to interview children with disabilities. Phys Occup Ther Pediatr. 2020;40(6):595-609.,3131. Walker AF, Johnson C, Schatz DA, Silverstein JH, Lyles S, Rohrs HJ. Using photography as a method to explore adolescent challenges and resilience in type 1 diabetes. Diabetes Spectr. 2015;28(2):92-8.)
Desafios no uso dessas técnicas
Apesar dos benefícios de ambas as técnicas, foram identificados alguns desafios para sua utilização. Assim, recomenda-se fazer a escolha cuidadosa do tema de pesquisa e observar as características dos participantes. Fatores específicos devem ser considerados no planejamento e na condução das entrevistas. As técnicas exigem tempo e dedicação do pesquisador, de modo que são necessários dois encontros, no mínimo.(1616. Mott R, Tummons J, Simonsen J, Vandermau R. Photo elicitation: useful supplemental tool for qualitative interviews with youths. J Extension. 2021;58(1):4.) Aplicá-las também requer tempo para o processamento das imagens e para falar sobre elas.(2626. Ford K, Bray L, Water T, Dickinson A, Arnott J, Carter B. Auto-driven photo elicitation interviews in research with children: ethical and practical considerations. Comprehensive Child Adol Nurs. 2017;40(2):111-25.)
As idades e estágios de desenvolvimento dos participantes são relevantes. Por exemplo, adolescentes são capazes de ter pensamentos abstratos e, por isso, são excelentes candidatos ao uso das técnicas. Crianças mais novas não têm a capacidade de articular seus pensamentos com a mesma profundidade e, como suas habilidades linguísticas ainda estão sendo refinadas, podem não ser capazes de elaborar frases mais longas e complexas, produzindo respostas breves.(1515. Ebrahimpour F, Mirlashari J, Hosseini AS, Zarani F, Thorne S. Symbols of hope on pediatric oncology ward: children’s perspective using photovoice. J Pediatr Oncol Nurs. 2021;38(6):385-98.,1616. Mott R, Tummons J, Simonsen J, Vandermau R. Photo elicitation: useful supplemental tool for qualitative interviews with youths. J Extension. 2021;58(1):4.,3333. Whiting LS. Reflecting on the use of photo elicitation with children. Nurse Res. 2015;22(3):13-7.)
As fotografias podem limitar os tópicos da entrevista, pois os próprios participantes guiam a discussão. Isso pode resultar em falta de informações sobre determinados pontos que poderiam ser relevantes para o aprofundamento do tema pesquisado.(2424. Poku BA, Caress A-L, Kirk S. The opportunities and challenges of using photo elicitation in child-centered constructivist grounded theory research. Inter J Qualitative Methods. 2019;18.) Outros pesquisadores identificaram como limitação a possibilidade de as entrevistas seguirem caminhos diferentes para cada participante, por serem ativos durante o processo, e destacaram ser necessário que o entrevistador tenha a capacidade de criar interações e ser criativo na abordagem, além de estimular a comunicação verbal e adequar a linguagem à idade.(1111. Alvarenga WA, Leite AC, Menochelli AA, Ortiz La Banca R, De Bortoli PS, Neris RR, et al. How to talk to children and adolescents with cancer about spirituality? establishing a conversation model. J Pediatr Oncol Nurs. 2021;38(2):116-30.,1212. Alvarenga WA, Machado JR, Leite AC, Caldeira S, Vieira M, Rocha SS, et al. spiritual needs of brazilian children and adolescents with chronic illnesses: a thematic analysis. J Pediatr Nurs. 2021;60:e39-45.) A inclusão de outros tipos de imagens, para além da fotografia, como os desenhos, foi uma sugestão para deixar o método mais flexível e inclusivo, especialmente em pesquisas com poucos recursos.(2424. Poku BA, Caress A-L, Kirk S. The opportunities and challenges of using photo elicitation in child-centered constructivist grounded theory research. Inter J Qualitative Methods. 2019;18.)
Alguns estudos revelaram que os pais influenciaram a criança na decisão do que fotografar, visto que, no momento da entrevista, quando indagada sobre o significado da fotografia, demonstrava dificuldade e afirmava ter sido um dos pais o responsável pela foto. Nesses casos, os pesquisadores encorajavam aos pais que lembrassem à criança e aos adolescentes sobre a tarefa, mas que não tirassem as fotos por eles.(1616. Mott R, Tummons J, Simonsen J, Vandermau R. Photo elicitation: useful supplemental tool for qualitative interviews with youths. J Extension. 2021;58(1):4.,2626. Ford K, Bray L, Water T, Dickinson A, Arnott J, Carter B. Auto-driven photo elicitation interviews in research with children: ethical and practical considerations. Comprehensive Child Adol Nurs. 2017;40(2):111-25.,3333. Whiting LS. Reflecting on the use of photo elicitation with children. Nurse Res. 2015;22(3):13-7.) Cabe ressaltar a importância da orientação aos pais ou responsáveis.
Em um dos estudos, as fotografias compartilhadas foram tiradas ou dirigidas pelos familiares. Algumas apresentaram atividades encenadas, capturadas por outras pessoas e direcionadas pela criança. Por exemplo, algumas crianças encenaram suas estratégias de autogestão relacionadas à fadiga, como dormir, e pediam a outras pessoas que capturassem esses momentos. As crianças queriam que suas fotografias fossem realistas e, portanto, preferiram que os outros as fotografassem em vez de tirar selfies.(2424. Poku BA, Caress A-L, Kirk S. The opportunities and challenges of using photo elicitation in child-centered constructivist grounded theory research. Inter J Qualitative Methods. 2019;18.) Em outro estudo, participantes não se lembraram de fotografar ou referiram dificuldade para decidir o que fotografar.(2828. King MC, Williams E, Gleeson K. Using photographs to explore self-understanding in adolescent boys with an autism spectrum condition. J Intellectual Devel Disability. 2017;44(2).)
Um ponto importante sobre o uso dessas técnicas se refere ao cuidado ético, visto que envolve imagens. Alguns familiares recusaram a participação pelo receio de exposição, embora tenha sido garantida a proteção das imagens.(3333. Whiting LS. Reflecting on the use of photo elicitation with children. Nurse Res. 2015;22(3):13-7.) Houve preocupação com as imagens que seriam captadas pelas crianças e adolescentes, para que não as expusessem ou fossem inapropriadas.(2626. Ford K, Bray L, Water T, Dickinson A, Arnott J, Carter B. Auto-driven photo elicitation interviews in research with children: ethical and practical considerations. Comprehensive Child Adol Nurs. 2017;40(2):111-25.) Pesquisadores consideram que estudos feitos com crianças e adolescentes hospitalizados que utilizam fotografias tiradas pelos próprios participantes podem apresentar dificuldades éticas por não ser fácil gerir sua produção. Em alguns casos, é possível usar imagens previamente selecionadas pelo pesquisador e levadas para auxiliar neste momento da entrevista.(1111. Alvarenga WA, Leite AC, Menochelli AA, Ortiz La Banca R, De Bortoli PS, Neris RR, et al. How to talk to children and adolescents with cancer about spirituality? establishing a conversation model. J Pediatr Oncol Nurs. 2021;38(2):116-30.,1212. Alvarenga WA, Machado JR, Leite AC, Caldeira S, Vieira M, Rocha SS, et al. spiritual needs of brazilian children and adolescents with chronic illnesses: a thematic analysis. J Pediatr Nurs. 2021;60:e39-45.)
Discussão
Com relação a caraterização dos estudos, notou-se um incremento no quantitativo de estudos ao longo dos anos, com aumento exponencial de publicações no ano de 2021.(1111. Alvarenga WA, Leite AC, Menochelli AA, Ortiz La Banca R, De Bortoli PS, Neris RR, et al. How to talk to children and adolescents with cancer about spirituality? establishing a conversation model. J Pediatr Oncol Nurs. 2021;38(2):116-30.
12. Alvarenga WA, Machado JR, Leite AC, Caldeira S, Vieira M, Rocha SS, et al. spiritual needs of brazilian children and adolescents with chronic illnesses: a thematic analysis. J Pediatr Nurs. 2021;60:e39-45.
13. Andriana E, Evans D. Voices of students with intellectual disabilities: experiences of transition in “inclusive schools” in Indonesia. British J Learn Disabil. 2021;49:316-28.
14. Bagnall CL, Fox CL, Skipper Y. What emotional‐centred challenges do children attending special schools face over primary–secondary school transition? J Research Special Educational Needs. 2021;21(2):1-11.
15. Ebrahimpour F, Mirlashari J, Hosseini AS, Zarani F, Thorne S. Symbols of hope on pediatric oncology ward: children’s perspective using photovoice. J Pediatr Oncol Nurs. 2021;38(6):385-98.
16. Mott R, Tummons J, Simonsen J, Vandermau R. Photo elicitation: useful supplemental tool for qualitative interviews with youths. J Extension. 2021;58(1):4.
17. Netherton J, Horton J, Stock NM, Shaw R, Noons P, Evans MJ. Psychological adjustment in apert syndrome: parent and young person perspectives. Cleft Palate Craniofac J. 2023;60(4):461-73.
18. Pals RA, Hviid P, Cleal B, Grabowski D. Demanding devices - Living with diabetes devices as a pre-teen. Soc Sci Med. 2021;286:114279.-1919. Ramalho JA, El Husseini M, Bloc L, Bucher-Maluschke JS, Moro MR, Lachal J. The role of food in the family relationships of adolescents with anorexia nervosa and bulimia in northeastern Brazil: a qualitative study using photo elicitation. Front Psychiatry. 2021;12:623136.) Este dado revela que recentemente as metodologias que utilizam fotografias como técnica de coleta de dados com crianças tornaram-se mais empregadas, podendo ter uma relação com o caráter destas técnicas, visto que se trata de um elemento facilitador na comunicação com a população infantil e que privilegia a expressão de sentimentos e ideias.
Nos países desenvolvidos há um maior investimento em pesquisas avançadas em comparação com aqueles em desenvolvimento, como os países da América Latina, a exemplo do Brasil. Portanto, encontrar um número maior de publicações em países como Reino Unido(1414. Bagnall CL, Fox CL, Skipper Y. What emotional‐centred challenges do children attending special schools face over primary–secondary school transition? J Research Special Educational Needs. 2021;21(2):1-11.,1717. Netherton J, Horton J, Stock NM, Shaw R, Noons P, Evans MJ. Psychological adjustment in apert syndrome: parent and young person perspectives. Cleft Palate Craniofac J. 2023;60(4):461-73.,2121. Powrie B, Copley J, Turpin M, Ziviani J, Kolehmainen N. The meaning of leisure to children and young people with significant physical disabilities: Implications for optimising participation. British J Occupational Therapy. 2020;83(2):67-77.,2525. Cooper VL. Lost in translation: exploring childhood identity using photo-elicitation. Children’s Geographies. 2017;15(6):625-37.,2828. King MC, Williams E, Gleeson K. Using photographs to explore self-understanding in adolescent boys with an autism spectrum condition. J Intellectual Devel Disability. 2017;44(2).,3838. Wells F, Ritchie D, McPherson AC. ‘It is life threatening but I don’t mind’. A qualitative study using photo elicitation interviews to explore adolescents’ experiences of renal replacement therapies. Child Care Health Dev. 2013;39(4):602-12.) e Estados Unidos(1616. Mott R, Tummons J, Simonsen J, Vandermau R. Photo elicitation: useful supplemental tool for qualitative interviews with youths. J Extension. 2021;58(1):4.,3131. Walker AF, Johnson C, Schatz DA, Silverstein JH, Lyles S, Rohrs HJ. Using photography as a method to explore adolescent challenges and resilience in type 1 diabetes. Diabetes Spectr. 2015;28(2):92-8.,3636. Desai PP, Sutton LJ, Staley MD, Hannon DW. A qualitative study exploring the psychosocial value of weekend camping experiences for children and adolescents with complex heart defects. Child Care Health Dev. 2014;40(4):553-61.,3737. Stegenga K, Burks LM. Using photovoice to explore the unique life perspectives of youth with sickle cell disease: a pilot study. J Pediatr Oncol Nurs. 2013;30(5):269-74.)pode ser considerado um achado esperado.
No que tange às áreas de conhecimento, a área da enfermagem(1111. Alvarenga WA, Leite AC, Menochelli AA, Ortiz La Banca R, De Bortoli PS, Neris RR, et al. How to talk to children and adolescents with cancer about spirituality? establishing a conversation model. J Pediatr Oncol Nurs. 2021;38(2):116-30.,1212. Alvarenga WA, Machado JR, Leite AC, Caldeira S, Vieira M, Rocha SS, et al. spiritual needs of brazilian children and adolescents with chronic illnesses: a thematic analysis. J Pediatr Nurs. 2021;60:e39-45.,1515. Ebrahimpour F, Mirlashari J, Hosseini AS, Zarani F, Thorne S. Symbols of hope on pediatric oncology ward: children’s perspective using photovoice. J Pediatr Oncol Nurs. 2021;38(6):385-98.,2424. Poku BA, Caress A-L, Kirk S. The opportunities and challenges of using photo elicitation in child-centered constructivist grounded theory research. Inter J Qualitative Methods. 2019;18.,2626. Ford K, Bray L, Water T, Dickinson A, Arnott J, Carter B. Auto-driven photo elicitation interviews in research with children: ethical and practical considerations. Comprehensive Child Adol Nurs. 2017;40(2):111-25.,3030. Pereira VR, Coimbra VC, Cardoso CS, Oliveira NA, Vieira AC, Nobre MO, et al. Metodologias participativas em pesquisa com crianças: abordagens criativas e inovadoras. Rev Gaúcha Enfermagem. 2016;37(Spe):e67908.,3333. Whiting LS. Reflecting on the use of photo elicitation with children. Nurse Res. 2015;22(3):13-7.,3434. Fournier B, Bridge A, Kennedy AP, Alibhal A, Konde-Lule J. A photovoice project with children who are orphaned and living with HIV in a Ugandan group home. Children Youth Serv Review. 2014;45:55-63.,3737. Stegenga K, Burks LM. Using photovoice to explore the unique life perspectives of youth with sickle cell disease: a pilot study. J Pediatr Oncol Nurs. 2013;30(5):269-74.,3838. Wells F, Ritchie D, McPherson AC. ‘It is life threatening but I don’t mind’. A qualitative study using photo elicitation interviews to explore adolescents’ experiences of renal replacement therapies. Child Care Health Dev. 2013;39(4):602-12.)foi prevalente no número de publicações, o que pode se justificar pelo caráter qualitativo das pesquisas, considerando que a área tem se preocupado em investigar os fenômenos vividos pelos participantes.
Tal como identificado nesta revisão, estudos com outras populações infantojuvenis salientaram que as fotos e narrativas advindas deste perfil de participantes delineiam o rumo das perguntas, fornecendo elementos a serem explorados. Adicionalmente, potencializam o envolvimento e a participação nas entrevistas, pois permitem extrair dados que possivelmente não seriam revelados somente com uma conversa.(3939. Marcello FA, Soares GR. Sobre o uso de imagens na pesquisa com crianças: foto-elicitação e outras metodologias no panorama investigativo brasileiro. Práxis Educativa. 2021;16:e2118030.) Dessa forma, possibilitam que os participantes mostrem sua realidade de diferentes maneiras;(4040. Ramos V. Children’s experiences of food poverty in Portugal: Findings from a mixed‐method case study approach. Children Society. 2020;34(6):507-20.) favorecem insights que promovem a expressão do participante e do seu contexto;(4141. Caswell MS, Hanning RM. Adolescent perspectives of the recreational ice hockey food environment and influences on eating behaviour revealed through photovoice. Public Health Nutr. 2018;21(7):1255-65.) e os encorajam a utilizar sua voz tendo a imagem como base para o ajuste de suas palavras.(4242. Ali-Khan C, Siry C. Sharing seeing: exploring photo-elicitation with children in two different cultural contexts. Teaching Teacher Education. 2014;37:194-207.) Além disso, estudos destacam o interesse pelo método, a curiosidade em relação aos resultados das fotos e a reflexão sobre a forma de fotografar, fazendo com que as crianças apreciem a sua participação e relacionem os objetos aos conceitos abstratos.(4343. McCloy L, White S, Bunting KL, Forwell S. PhotoElicitation Interviewing to Capture Children's Perspectives on Family Routines. J Occup Science. 2016;23(1):82-95.)
Como fatores limitantes, a literatura corrobora os desafios éticos que envolvem o uso das fotografias, destacando-se o medo da divulgação das imagens indevidamente e a não garantia de privacidade(4444. Alves KY, Rodrigues CC, Salvador PT, Fernandes SD. Uso da fotografia nas pesquisas qualitativas da área da saúde: revisão de escopo. Cien Saude Coletiva. 2021;26(2):521-9.) e anonimato das pessoas presentes nas imagens. Por isso, ressalta-se a importância da obtenção do consentimento por escrito pelos responsáveis e do termo de assentimento dos menores, além da exclusão de fotos potencialmente comprometedoras.(4545. Torre D, Murphy JF. A different lens: using photo-elicitation interviews in education research. Educ Policy Analysis Arch. 2015;23:1-23.)
A influência dos pais na decisão do que fotografar também foi identificada na literatura como um possível entrave. Segundos os autores, uma abordagem colaborativa, em que os pais garantam o protagonismo da criança e cumpram as diretrizes no processo, sem assumir o controle, parece gerar maior satisfação ao participante.(4343. McCloy L, White S, Bunting KL, Forwell S. PhotoElicitation Interviewing to Capture Children's Perspectives on Family Routines. J Occup Science. 2016;23(1):82-95.) Além da influência dos pais, outro desafio encontrado referiu-se à dificuldade das crianças em se lembrarem de fotografar, visto que algumas se distraíam facilmente e não conseguiam compreender a tarefa, exigindo do pesquisador flexibilidade na realização das entrevistas para obtenção dos dados, além do estabelecimento de uma rotina de lembretes aos participantes.(11. Shaw AP. Photo-elicitation and photo-voice: using visual methodological tools to engage with younger children’s voices about inclusion in education. Inter J Res Method Education. 2021;44(4):337-51.)
Embora as técnicas de Foto-Elicitação e Photovoice enriqueçam e potencializem a coleta de dados com crianças e adolescentes em geral, incluindo aqueles com condições crônicas, vale ressaltar que ela precisa ser adequada à faixa etária, ao estágio de desenvolvimento e às especificidades demandadas por cada condição crônica apresentada por cada um dos participantes.(4646. Woolhouse C. Conducting photo methodologies with children: framing ethical concerns relating to representation, voice and data analysis when exploring educational inclusion with children. Inter J Res Method Educ. 2017;42:18-33.) Quatro estudos incluídos nesta revisão com adolescentes com transtornos psiquiátricos destacaram a necessidade de adaptações para contemplar as condições dos sujeitos.(2727. Sibeoni J, Costa-Drolon E, Poulmarc’h L, Colin S, Valentin M, Pradère J, et al. Photo-elicitation with adolescents in qualitative research: an example of its use in exploring family interactions in adolescent psychiatry. Child Adolesc Psychiatry Ment Health. 2017;11:49.
28. King MC, Williams E, Gleeson K. Using photographs to explore self-understanding in adolescent boys with an autism spectrum condition. J Intellectual Devel Disability. 2017;44(2).-2929. Ha VS, Whittaker A. ‘Closer to my world’: Children with autism spectrum disorder tell their stories through photovoice. Glob Public Health. 2016;11(5-6):546-63.,3535. Lamb P, Firbank D, Aldous D. Capturing the world of physical education through the eyes of children with autism spectrum disorders. Sport Education Society. 2014;21(5):1-25.) Estes mesmos quatro estudos referiram a particularidade quanto ao uso da técnica especificamente com crianças e adolescentes com condições crônicas.(2727. Sibeoni J, Costa-Drolon E, Poulmarc’h L, Colin S, Valentin M, Pradère J, et al. Photo-elicitation with adolescents in qualitative research: an example of its use in exploring family interactions in adolescent psychiatry. Child Adolesc Psychiatry Ment Health. 2017;11:49.
28. King MC, Williams E, Gleeson K. Using photographs to explore self-understanding in adolescent boys with an autism spectrum condition. J Intellectual Devel Disability. 2017;44(2).-2929. Ha VS, Whittaker A. ‘Closer to my world’: Children with autism spectrum disorder tell their stories through photovoice. Glob Public Health. 2016;11(5-6):546-63.,3535. Lamb P, Firbank D, Aldous D. Capturing the world of physical education through the eyes of children with autism spectrum disorders. Sport Education Society. 2014;21(5):1-25.)
Esse fato destaca a necessidade de inserção das adequações necessárias para o uso das estratégias em pesquisas futuras com uso dessas técnicas, além da necessidade de também avaliar o tipo de condição crônica, que pode agregar outros desafios à sua implementação.
Para crianças com deficiências físicas ou neurológicas complexas, por exemplo, faz-se necessário reconhecer que algumas atividades, como desenhar, fotografar ou escrever, podem ser difíceis e, portanto, exigem adaptações que permitam o acesso a esses recursos. As metodologias participativas para crianças e adolescentes com desabilidades reforçam a importância da seleção de técnicas que possibilitem a expressão dos participantes.(4747. Stafford L. “What about my voice”: emancipating the voices of children with disabilities through participant-centred methods. Children’s Geographies. 2017;15(5):600–13.)
Vale ressaltar que, apesar dos participantes guiarem o processo de coleta de dados através de suas fotos, o pesquisador não está isento de responsabilidade na condução das entrevistas, pois deve assegurar que haja participação ativa, levando em consideração as especificidades de cada participante, sem perder de vista os objetivos do estudo.(3939. Marcello FA, Soares GR. Sobre o uso de imagens na pesquisa com crianças: foto-elicitação e outras metodologias no panorama investigativo brasileiro. Práxis Educativa. 2021;16:e2118030.)
Conclusão
Os resultados desta revisão permitem-nos identificar que a Foto-Elicitação e o Photovoice são considerados técnicas facilitadoras na comunicação das experiências de crianças e adolescentes com condições crônicas, até mesmo com transtornos psiquiátricos, deficiências físicas ou neurológicas complexas. O uso dessas técnicas exige organização, boa definição do percurso metodológico e adaptações para sua implementação em algumas situações. A inclusão de metodologias participativas, como as técnicas de Foto-Elicitação e Photovoice, para a coleta de dados, mostra-se um movimento inovador, com potencial para revelar informações profundas sobre diversos temas de pesquisa pertinentes à população infantojuvenil. Contudo, reconhece-se o fato de poucos estudos terem utilizado fotografias como estratégia de coleta de dados com esse público nas bases pesquisadas, abrindo espaço para novas descobertas, pesquisas futuras primárias e, inclusive, a utilização de outros métodos de síntese de evidências, como a revisão de escopo, a qual prevê a inclusão e análise de outras fontes de dados.
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Editado por
Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
18 Ago 2023 -
Data do Fascículo
2023
Histórico
-
Recebido
23 Set 2022 -
Aceito
31 Maio 2023