Resumos
Neste artigo, fazemos um levantamento das atividades de divulgação científica desenvolvidas no Rio de Janeiro, na década de 1920, e discutimos as principais características das mesmas. No período, houve engajamento significativo de cientistas e acadêmicos nessas atividades. Como fio condutor, buscamos responder algumas questões básicas: Quais as principais características da divulgação científica feita na época? Quais os principais atores desse processo de divulgação científica? Como eles se organizaram? Quais os meios e instrumentos que utilizaram? Fizemos também uma análise geral das motivações, dos interesses e das perspectivas filosóficas e políticas da ciência naquela época, que se refletiram no tipo de divulgação científica produzida.
divulgação científica; década de1920; história da ciência no Brasil
In this article, we collate data about the activities aimed at the diffusion of scientific knowledge, which were developed in Rio de Janeiro in the 20s, and we discuss their main characteristics. We also point out the significant involvement of members of the scientific and academic communities in such activities. The main research questions guiding the investigation are concerned with the identification of the main characteristics of scientific diffusion at the time, the main actors in such a process, their form of organization, the research means and instruments used. We also provide a general analysis of the motivations, interests, and the philosophical and political perspectives of science in the 20s, as reflected in the type of scientific diffusion produced at the time.
scientific diffusion; the twenties; history of science in Brazil
A divulgação científica no Rio de Janeiro: algumas reflexões sobre a década de 1920
Scientific diffusion in Rio de Janeiro: some considerations about the 20s
Ildeu de Castro Moreira
Físico, professor e pesquisador do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Luisa Massarani
Jornalista, doutoranda do Departamento
de Bioquímica Médica da UFRJ
MOREIRA, I. de C. e MASSARANI, L.: 'A divulgação científica no Rio de Janeiro: algumas reflexões sobre a década de 1920'. História, Ciências, Saúde Manguinhos, vol. VII(3): 627-651, nov. 2000-fev. 2001.
Neste artigo, fazemos um levantamento das atividades de divulgação científica desenvolvidas no Rio de Janeiro, na década de 1920, e discutimos as principais características das mesmas. No período, houve engajamento significativo de cientistas e acadêmicos nessas atividades. Como fio condutor, buscamos responder algumas questões básicas: Quais as principais características da divulgação científica feita na época? Quais os principais atores desse processo de divulgação científica? Como eles se organizaram? Quais os meios e instrumentos que utilizaram? Fizemos também uma análise geral das motivações, dos interesses e das perspectivas filosóficas e políticas da ciência naquela época, que se refletiram no tipo de divulgação científica produzida.
PALAVRAS-CHAVE: divulgação científica, década de1920, história da ciência no Brasil.
MOREIRA, I. de C. e MASSARANI, L.: 'Scientific diffusion in Rio de Janeiro: some considerations about the 20s'. História, Ciências, Saúde Manguinhos, vol. VII(3): 627-651, Nov. 2000-Feb. 2001.
In this article, we collate data about the activities aimed at the diffusion of scientific knowledge, which were developed in Rio de Janeiro in the 20s, and we discuss their main characteristics. We also point out the significant involvement of members of the scientific and academic communities in such activities. The main research questions guiding the investigation are concerned with the identification of the main characteristics of scientific diffusion at the time, the main actors in such a process, their form of organization, the research means and instruments used. We also provide a general analysis of the motivations, interests, and the philosophical and political perspectives of science in the 20s, as reflected in the type of scientific diffusion produced at the time.
KEYWORDS: scientific diffusion, the twenties, history of science in Brazil.
1 Na década de 1920, usava-se a expressão 'vulgarização científica' para se referir ao que denominamos hoje 'divulgação científica'.
2 Reeditado pela Editora UFRJ em 1994.
3 Para a elaboração da biografia de Amoroso Costa, foram usadas as seguintes fontes: Acervo Amoroso Costa/Mast (s. d.), (Roquete-Pinto (s. d.), Amoroso Costa (1981); Moreira (1995).
4 Reeditado pela Editora da UFRJ em 1995.
5 Reeditado pela terceira vez em 1981 pela Edusp.
6 Para a elaboração da biografia de Morize foram usadas como fontes, além das citadas ao longo do texto: Acervo Morize/Mas (s. d.); Roquete-Pinto (s. d.); Videira, (1997); Annaes (1930); Mourão (1987).
7 Fontes usadas na elaboração da biografia de Roquete-Pinto, além das citadas no texto: Lins (1956); Gouvêa Filho (1955); Matheus (1984).
8 Para a elaboração da biografia de Miguel Osório de Almeida, foram usadas as seguintes fontes, além das citadas ao longo do texto: Martins (1995); Roquete-Pinto (s. d.).
9 Oswaldo Cruz seria um dos vice-presidentes, mas morreu naquele ano.
10 Alocução proferida no 'Círculo de professores' (Acervo Morize/Mast, s. d.).
11 Discurso proferido por ocasião do início da construção dos novos edifícios do Observatório Nacional, em 28 de setembro de 1913 (Acervo Morize/Mast, s. d.).
12 Alguns documentos da Rádio Sociedade podem ser localizados no acervo de Morize/Mast e da própria Rádio Sociedade. Esse último, considerado perdido durante décadas, foi reencontrado recentemente. Infelizmente, por falta de verba, foi novamente abandonado em um galpão no subúrbio do Rio de Janeiro.
13 Os redatores de Sciencia e Educação não especificaram em que data foi elaborado o documento da ABC.
14 Há referência explícita que tais conferências tinham propósito de divulgação científica. Exemplo disso é o discurso feito por Carlos Américo Barbosa de Oliveira, na ocasião em que transmitiu o cargo de presidente da ABE, em 22 de abril de 1927.
15 Várias edições de Electron trazem a programação da Rádio Sociedade.
Ao iniciarmos a pesquisa que resultou neste artigo, procuramos estudos que tivessem abordado aspectos históricos da divulgação científica no Brasil. Quase nada encontramos. No entanto, pesquisando arquivos, localizamos um número relativamente grande de publicações e registros de outras atividades relacionadas à divulgação científica produzidas nos dois últimos séculos.
A década de 1920: por uma ciência acessível
Um marco determinante na abertura do período, que se caracterizou pela retomada das iniciativas de divulgação científica no Rio de Janeiro, foi a criação, em 1916, da Sociedade Brasileira de Ciências (SBC), que se transformaria depois na Academia Brasileira de Ciências (ABC).
Em 1923, foi criada a primeira rádio brasileira, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro. Significativamente não foi fundada pelo governo ou por alguma empresa privada, mas sim por um movimento de cientistas e intelectuais do Rio de Janeiro. Tinha propósitos educativos e de difusão científica, como atestam suas atas iniciais. A rádio era mantida por associação que congregava grande número de pessoas.
A Associação Brasileira de Educação (ABE), que desempenhou, durante muitos anos, importante papel em defesa da educação pública no Brasil, foi criada em 1924. Ao longo da década, promoveu periodica-mente cursos e conferências de divulgação, feitas por professores e pesquisadores brasileiros e estrangeiros. Esses eventos recebiam boa afluência de público, sendo anunciados em jornais cariocas.
Livros, vários deles traduzidos, e até coleções de divulgação, também foram publicados nesse período, além de muitos artigos em jornais e revistas. As visitas de alguns importantes cientistas estrangeiros, como Jacques Hadamard, Émile Borel, Paul Langevin, Marie Curie e, principalmente, Albert Einstein, despertaram interesse na imprensa, contagiaram a pequena comunidade acadêmica e atingiram um público mais amplo e diversificado. No terreno filosófico, na esteira de Otto de Alencar, promovia-se crítica intensa ao positivismo comtiano (principalmente por parte de Amoroso Costa), que exercia profunda influência nas escolas profissionais e na vida educacional e política brasileira.
Sem dúvida, a década de 1920 foi um dos períodos mais férteis do ponto de vista da divulgação científica no Brasil. Para Miguel Osório de Almeida (1931, pp. 236, 235), "a divulgação da cultura científica traria como resultado a familiaridade de todos com as coisas da ciência e sobretudo uma consciência esclarecida dos serviços que estas podem prestar" . Dizia ele: "A vida moderna está cada vez mais dependente da ciência e cada vez mais impregnada dela."
Os registros deixados em livros e artigos por esse grupo de cientistas e intelectuais, participantes ativos na divulgação científica naquela década, exibem algumas crenças e expectativas, quanto aos resultados dessa atividade, semelhantes, em muitos aspectos, às que se observam hoje. Em particular, uma atitude muito otimista, por parte de vários de seus proponentes, em relação ao potencial da divulgação e da educação científica por meio das novas tecnologias na época, o rádio similares ao que presenciamos atualmente com a Internet e, anos atrás, com a televisão. Acreditava-se, como muitos hoje, que as novas tecno-logias permitiriam uma disseminação barata, rápida e fácil dos conhecimentos, até os lugares mais remotos do Brasil. Essas iniciativas se coadjuvavam também com um espírito renovador, que refletia um aspecto cultural mais amplo e uma ânsia grande quanto à definição de brasilidade, existente também nas artes, como exemplificado na realização da Semana de Arte Moderna.
Atores do processo
O crescimento das atividades de divulgação científica no Rio de Janeiro na década de 1920 está ligado ao surgimento de um pequeno grupo de pessoas entre as quais Manoel Amoroso Costa, Henrique Morize, os irmãos Osório de Almeida, Juliano Moreira, Edgar Roquete-Pinto, Roberto Marinho de Azevedo, Lélio Gama e Teodoro Ramos , que participaram intensamente de várias atividades que começaram a traçar um caminho para o desenvolvimento da pesquisa básica e para a difusão mais ampla da ciência no Brasil. São professores, cientistas, engenheiros, médicos e outros profissionais liberais, ligados em geral às principais instituições científicas e educacionais do Rio de Janeiro, e que tinham como estratégia o desenvolvimento da pesquisa científica. Buscavam ainda a construção da identidade de um novo tipo de intelectual no Brasil: o cientista puro (Ferreira, 1993).
Embora tenham sido várias as pessoas atuantes nesse processo, muitas das quais terão seus nomes citados neste artigo, concentramos nossos esforços em conhecer as atividades realizadas por quatro cientistas: Amoroso Costa, Henrique Morize, Edgar Roquete-Pinto e Miguel Osório de Almeida. Nossos critérios de seleção foram a inegável contribuição para a divulgação científica da época, além da diversificação das áreas de conhecimento em que trabalhavam (respectivamente, matemática, astronomia e física, ciências biológicas e antropologia). Faremos, a seguir, um esboço biográfico sucinto de cada um deles.
Um movimento organizado
a) Academia Brasileira de Ciências
Formava-se, na década de 1920, o embrião da comunidade científica brasileira que, em um movimento organizado, tentava criar condições para a institucionalização da pesquisa no país. "Os homens de ciência adquiriram uma fisionomia à parte", avaliava Miguel Osório de Almeida (1925, p. 122) naquele momento.
A Academia, da qual talvez o leitor nunca tenha ouvido falar, foi fundada há sete anos por alguns amigos da ciência, que uma vez por mês se reúnem, trocam idéias, expõem os seus próprios estudos e pesquisas. Nesse curto período de tempo, mais de duzentas notas e memórias têm sido apresentadas nessas reuniões, e em não poucas se encontram resultados novos e interessantes. Lutando contra toda sorte de dificuldades materiais, e também contra a indiferença geral, a Academia publica esses trabalhos em uma revista, que evidentemente não é leitura amena, mas que tem recebido elogios das sociedades estrangeiras às quais é remetida. Seria injusto negar o mérito desse esforço paciente e obscuro, que pouca gente conhece.
Defensor da ciência pura, Amoroso Costa afirmava que o valor supremo da ciência não é seu valor de utilidade prática, nem mesmo o seu valor de verdade, é o seu valor de beleza (Osório de Almeida, 1925, p. 128).
A crítica ao positivismo, pelo menos na versão hegemônica difundida no Brasil, que ainda exercia grande influência nas escolas profissionais, foi também um denominador comum entre alguns cientistas da década de 1920, em particular entre os vários fundadores da ABC.
c) A luta por uma faculdade de ciências
As instituições científicas no Rio de Janeiro que apresentavam maior tradição de pesquisa eram o Instituto Oswaldo Cruz (IOC) e o Museu Nacional, ambos nas áreas biológicas e de ciências naturais (Azevedo, 1995). No domínio das ciências exatas, havia ausência quase completa de pesquisa científica. Uma pequena exceção no domínio das ciências exatas era a astronomia, na qual, desde o século XIX, mas com muitos altos e baixos, criara-se uma tradição significativa de pesquisa experimental, em torno do Observatório Nacional. Havia pequeno número de instituições de nível superior, sendo que as poucas escolas de engenharia voltavam-se basicamente para a formação profissional e, freqüentemente, eram dotadas de um ensino dogmático e atrasado.
Para os irmãos Osório e vários outros, a solução do problema seria a criação de uma faculdade de ciências com ênfase na ciência pura, que aproveitasse homens de ciência brasileiros e estrangeiros. Embora apoiasse essa idéia, Amoroso Costa (1981, p. 152), em 1923, era ainda bastante pessimista quanto às possibilidades de concretizá-las:
A dificuldade não vem ... de alguém que conteste à ciência a sua soberana utilidade. O mundo moderno, com o seu fanatismo do progresso material, não desconhece o que deve ao trabalho dos homens de ciência. Nos países novos esse fanatismo é levado ao auge, e muitas pessoas muito instruídas ignoram por completo que exista um ideal científico superior ao do homem que fabrica mil automóveis por dia, ou do que opera uma apendicite em dez minutos. Daí a opinião quase unanimente admitida entre nós: a ciência é útil, porque dela precisam os engenheiros, os médicos, os industriais, os militares; mas não vale a pena fazê-la no Brasil, porque é mais cômodo e mais barato importá-la da Europa, na quantidade que for estritamente suficiente para o nosso consumo. Tal a mentalidade dominante entre aqueles que nos educam e, por mais forte, entre aqueles que nos governam. Não admira que assim seja; é a mentalidade de que só hoje, no fastígio da riqueza e da força, se começam a libertar os Estados Unidos.
Em 1927, Amoroso Costa presidiu várias reuniões da ABE nas quais se discutiu a importância de criar uma faculdade de ciências. No mesmo ano, por ocasião da Primeira Conferência Nacional de Educação, Amoroso afirmou: "A fundação das faculdades de Letras e de Ciências, sem as quais uma universidade está longe de merecer esse nome, representa hoje uma necessidade inadiável, se quisermos criar a verdadeira cultura superior" (Acervo Amoroso Costa/Mast).
Meios e instrumentos de divulgação
Entre as várias publicações que se dedicavam à divulgação científica, podemos citar Radio Revista de divulgação científica geral especialmente consagrada à radiocultura. Publicação bimensal, era órgão oficial da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro e, posteriormente, da Rádio Clube de Pernambuco, da Rádio Clube Cearense e da Rádio Sociedade da Bahia. Lançada em outubro de 1923, era dirigida por Roquete-Pinto e administrada por Carlos Sussekind de Mendonça.
Em fevereiro de 1926, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro começou a publicar outra revista bimensal de radiocultura, Electron, sob direção de Roquete-Pinto e distribuída a seus sócios. Com tiragem de cerca de três mil exemplares, a publicação abordava assuntos de interesse dos associados, como programação da Rádio Sociedade, resumo de cursos e palestras, balanço das atividades, temas técnicos de radiotelefonia, notas sobre artistas e criação de novas rádios etc. Trazia ainda alguns artigos de interesse da comunidade científica, como é o caso da home-nagem feita a Marie Curie na ABC, em 1926.
A revista Sciencia e Educação surgiu em fevereiro de 1929, sob direção de Adalberto Menezes de Oliveira e com redação de Eduardo de Brito e Cunha. Segundo o editorial do primeiro número, o objetivo da revista era a divulgação científica articulada com a questão educacional.
Alguns boletins e revistas de caráter científico ou técnico também deram espaço para a divulgação científica, como o Boletim da ABE, iniciado em 1925. O mesmo ocorreu com a Revista da Sociedade Brasileira de Ciências, de 1917, e outras publicações da ABC.
Eu sei tudo, que se apresenta como um resumo das principais revistas do mundo, é um exemplo de revista de variedades que contém notícias relacionadas à ciência, possuindo até mesmo seções especificamente orientadas para o assunto, como 'A ciência ao alcance de todos' e 'Tudo se explica'. Era mensal e foi criada, em 1917, pela Editora Americana.
Ao longo de toda década, jornais diários, em maior ou menor grau, mas sem cobertura sistemática, abriram espaço para notícias relacionadas à ciência. Eventos marcantes, como a visita de cientistas estrangeiros, catalisavam esse interesse esporádico. Por exemplo, a visita que Einstein fez ao Brasil, de 4 a 12 de maio de 1925, foi amplamente divulgada pela jornais cariocas, entre eles O Jornal, Jornal do Brasil, O Imparcial, A Noite, Jornal do Commercio e Gazeta das Notícias (Videira et alii, 1995; Moreira, 1995). De forma mais discreta, a imprensa relatou também a visita de Marie Curie ao Brasil, em 1926.
Na década de 1920, publicaram-se também vários livros voltados para a divulgação da ciência, entre eles O neo-relativismo einsteiniano, de Carlos Penna Botto, Introdução à teoria da relatividade e As idéias fundamentais da matemática, de Amoroso Costa, A vulgarização do saber, Homens e coisas da ciência e A mentalidade científica no Brasil, de Miguel Osório de Almeida, Conceito atual de vida e Seixos rolados, de Roquete-Pinto. Entre os livros traduzidos, destacamos os de Henri Poincaré, como O valor da ciência. Foram criadas ainda algumas coleções científicas, como a Biblioteca de Filosofia Científica, dirigida por Pontes de Miranda, da Livraria Garnier, na qual se publicou O valor da sciencia. Outro exemplo é a Coleção Cultura Contemporânea, dirigida por Afrânio Peixoto, da Livraria Científica Brasileira.
Miguel Osório de Almeida era um defensor de que fossem produzidos livros brasileiros relacionados à ciência, em particular para serem usados nos estabelecimentos de ensino brasileiros. Em 1925 (op. cit., pp. 179-80), ele dizia: "há de se tomar em consideração as tendências de espírito que são peculiares a cada povo. Muitas dificuldades que são encontradas pelo estudante brasileiro na leitura dos livros europeus provêm dos hábitos próprios de raciocínio, das características de mentalidade que são diferentes e mesmo da própria organização dos estudos que é diversa. "Ele defendia ainda que, "ao lado da literatura didática, poderia ser colocada a literatura de vulgarização, também praticamente não existente entre nós", enfatizando que "as vantagens de compor uma série de livros que despertem o interesse geral para as coisas científicas são evidentes".
Características da divulgação
Comparando-se as atividades de divulgação científica na década de 1920 com as realizadas no final do século anterior, por exemplo, percebe-se que aquelas estavam voltadas mais para a difusão de conceitos e conhecimentos da ciência pura e menos para a exposição e a disseminação dos resultados das aplicações técnicas dela resultantes. Na década de 1920, a motivação principal para a atividade era criar condições para o desenvolvimento da pesquisa básica no país. Tomemos como exemplo a série de conferências realizada nos dois momentos históricos: cerca de 2/3 dos eventos promovidos pela ABE referem-se a domínios de ciência pura, enquanto que essa proporção cai para menos de 15% nas Conferências Populares da Glória. A divulgação científica do período imperial carregava as marcas da visão de ciência predominante, enfatizando-se os aspectos aplicados.
Outra característica distintiva das ações de divulgação científica na década de 1920 é que elas começaram a ser mais organizadas e passaram a ter a participação de destacados cientistas e acadêmicos do Rio de Janeiro, o que reflete a importância que eles lhes atribuíam. O sentimento de nacionalidade também marcou bastante o conteúdo dessas atividades, em particular no que se refere a Roquete-Pinto, que buscava valorizar o homem brasileiro. No entanto, o caráter da divulgação realizada na referida época era ainda fragmentado e lacunar, reflexo direto da situação ainda muito frágil do meio científico de então. Como os conteúdos veiculados diziam respeito, em geral, à especialidade do cientista, que era o agente do processo de comunicação, muitas áreas do conhecimento ficaram a descoberto, por causa do número reduzido de pessoas atuantes.
No que se refere aos quatro personagens destacados neste artigo, o conteúdo transmitido em seus artigos, livros e conferências era de boa qualidade científica e bastante atualizado. Em particular no caso dos escritos de Amoroso Costa, era, em geral, de apreensão mais difícil. Aparentemente, destinava-se prioritariamente a um grupo de pessoas ilustradas e bem situadas socialmente. O material veiculado pela Rádio Sociedade constituía exceção a isso, já que, pelo menos na intenção, direcionava-se a todas as camadas sociais, até mesmo os analfabetos. Apesar desses bons propósitos, é provável que o êxito de alguns cursos radiofônicos, como o de física e o de química, tenha sido bastante limitado. Destaque-se que não foi possível mensurar o impacto e a repercussão dessas atividades de divulgação científica. Essas conseqüên-cias poderiam ser avaliadas, por exemplo, se dispuséssemos de maiores informações sobre a influência exercida na opinião pública ilustrada e sobre a arregimentação de novos discípulos para as hostes da ciência.
Estudos comparativos
No Brasil, as pesquisas dedicadas aos aspectos históricos da difusão da ciência são ainda muito limitadas. Raras exceções são, além das teses já mencionadas (Massarani, 1998; Oliveira, 1998), os trabalhos realizados sobre artigos publicados em jornais paulistas: Dantes (1998) analisou o final do século XIX; Figueirôa e Lopes (1997) investigaram o período entre 1890 e 1930.
No entanto, em nível internacional, os estudos históricos compa-rativos da difusão científica em países e culturas diversas têm despertado bastante interesse em anos recentes, constituindo linha de investigação promissora para os estudos na área. Em particular, eles permitem abordar global e relativamente a trajetória das atividades de divulgação científica. Embora não tenhamos produzido um estudo comparativo minucioso, vamos expor, no que se segue, o resultado recolhido em fontes que se referem a aspectos históricos da divulgação científica na França e no Canadá. Um ponto marcante, que decorre dessas análises, é a constatação do crescente caráter globalizante da ciência e das ações de divulgação, especialmente a partir da segunda metade do século XIX.
Raichvarg e Jacques (1991) apontam a existência de ciclos de atividades mais intensas de divulgação científica na França na segunda metade do século XIX e na década de 1920, coincidindo aproxima-damente com os ciclos que relatamos para o Brasil. Do mesmo modo que aqui, na segunda metade do século XIX, as atividades de divulgação enfatizavam assuntos relacionados à ciência aplicada. Na França, no entanto, começou a surgir naquele período a figura dos divulgadores especializados, o que não ocorreu no Brasil. Também a ficção científica, tendo Júlio Verne como paradigma, atingiu ali dimensões relevantes.
O movimento pela ciência pura também teve papel de destaque naquele país a partir do final da Primeira Guerra Mundial. Cientistas como Marie Curie e Langevin, que estiveram no Brasil na década de 1920, perceberam a importância da educação e da divulgação científicas para a institucionalização da pesquisa básica. Deve-se enfatizar ainda as atividades de divulgação do físico Jean Perrin, iniciadas na década de 1910 e que se estenderam por longo período, tendo sido ele o criador do Palais de la Découverte no final da década de 1930, um dos primeiros museus de ciência com características interativas. No mesmo ano em que a Rádio Sociedade foi criada, expandia-se na França o uso do rádio na educação e divulgação científicas. No que se refere à utilização do audiovisual na popularização da ciência, seu principal estimulador foi Jean Painlevé, filho do matemático Paul Painlevé. Ele foi o fundador do Institut de Cinématographie Scientifique, em 1930, seis anos antes do similar brasileiro. A influência cultural francesa no Brasil, intensa até a Segunda Guerra Mundial, certamente terá contribuído para esse sincronismo entre os dois países.
Estudo feito por Carle e Guédon (1988) mostra que o Canadá, embora tivesse cenário bastante peculiar, apresentou algumas similaridades com o Brasil. Também naquele país as atividades intensificaram-se na segunda metade do século XIX, envolvendo publicações e ciclos de conferências. Segundo os autores, tais atividades reduziram-se consideravelmente ao final do século, retomando sua intensidade mais elevada na década de 1920.
Como nosso trabalho se limitou a um estudo no Rio de Janeiro, é evidente que uma extensão posterior deveria levar em conta, dentro da mesma perspectiva histórica, as atividades desenvolvidas em outros estados brasileiros, em particular no estado de São Paulo, que começava sua caminhada para a industrialização e para a hegemonia econômica no país.
Conclusão
Como pudemos ver, a divulgação científica no Brasil tem quase dois séculos de história. Além disso, a exemplo do que ocorreu em outros países, a atividade brasileira apresentou fases distintas, com finalidades e características peculiares que refletem o contexto e os interesses da época. Já registramos que os surtos de atividades de divulgação científica no Brasil acompanharam, com intensidades e repercussões diversificadas, movimentos congêneres e mais ou menos contemporâneos em países da Europa e das Américas. Isso mostra que as características globalizadoras da ciência e da técnica, em sua inserção capitalista, estão presentes todo tempo e se refletem nos acontecimentos locais.
Em particular, analisamos o surto de divulgação científica ocorrido na década de 1920 no Rio de Janeiro, que havia sido antecedido por período de atividades menos intensas. Na tentativa de entender o porquê do movimento expressivo de divulgação científica que surgiu naquele momento, levantamos as seguintes conjeturas:
a) A situação internacional era favorável a esse tipo de atividade. Após o final da Primeira Guerra Mundial, que exibiu na prática o poderio emanado da ciência e da técnica, cresceu o interesse geral pela ciência, atestado, por exemplo, pela enorme repercussão que a figura de um cientista, Einstein, adquiriu. Graças ao prestígio conquistado, ele ganhou as páginas dos jornais de todo mundo e suas opiniões científicas, filosóficas, éticas e políticas passaram a ter grande repercussão junto ao público. Na busca de paz em uma Europa esgotada pela guerra, os cientistas, como o próprio Einstein e Marie Curie, desempenhavam papel importante. O interesse pela ciência nos países avançados contribuía indutivamente para atitude similar no Brasil, com uma intelectualidade particularmente influenciada pela cultura francesa.
b) A elite intelectual carioca ligada à ciência adquiriu, na época, a consciência da importância de se criar ambiente favorável junto à opinião pública para permitir o desenvolvimento da ciência pura. Nesse sentido, aumentaram as preocupações quanto à formação de pessoal capacitado, à criação de instituições relacionadas à pesquisa e à educação superior e à consolidação das instituições já existentes.
Dentro desse panorama geral, a divulgação científica passou a ter papel significativo na difusão das idéias de seus protagonistas sobre a ciência e sua importância para o desenvolvimento do país. Na época, a divulgação científica foi ainda uma maneira de buscar influenciar indiretamente os órgãos governamentais, ao atingir um público ilustrado. O objetivo era sensibilizar o poder público, o que propiciaria a criação e a manutenção de instituições ligadas à ciência, além de maior valorização social da atividade de pesquisa.
Esses cientistas e profissionais liberais conscientizaram-se também de que era preciso uma renovação educacional mais ampla no país, que permitisse resgatá-lo do analfabetismo generalizado, condição necessária para que viesse a acompanhar os ritmos da modernidade européia e norte-americana. Isso levou a que muitos deles se empenhassem profundamente nas campanhas pelo ensino público.
c) Começaram a se delinear as necessidades próprias da nova figura de um profissional que aflora no cenário da cidade: o cientista. Aqueles que se voltavam profissionalmente para as ciências desenvolveram o sentimento claro da necessidade de sua afirmação própria como cientistas. Dentro desse propósito, era também essencial a criação de espaços de reflexão e atuação como corpo, como a ABC e a ABE, que contribuíssem para a integração dos profissionais das várias áreas, aumentando-lhes o potencial de influência política.
Destaque-se que a década de 1920 é um dos raros momentos no país em que as lideranças da comunidade científica dedicaram-se, mesmo que parcialmente, a esse tipo de atividade. A participação ativa de membros da própria ABC, até mesmo na direção da Rádio Sociedade, ilustra bem isso.
Na busca de encontrar razões para o fato desse surto de divulgação científica da década de 1920 ter perdido impulso e refluído a partir da década de 1930, destacamos as seguintes possibilidades:
a) Com a criação das primeiras faculdades de filosofia, ciências e letras, os cientistas e professores interessados em ciência se voltaram para o ensino universitário formal. O fato de que várias das reivindicações dos cientistas tenham sido resolvidas, pelo menos em parte, fez com que eles se voltassem predominantemente para as atividades intra-institucionais.
b) A partir da década de 1930 e com a implantação do Estado Novo, as questões educacionais passaram a ser gerenciadas e controladas mais diretamente pelo governo. Ampliaram-se as escolas públicas, criaram-se programas de estímulo ao cinema educativo e o governo assumiu a Rádio Sociedade. Ou seja, essas e outras atividades, que até então eram desenvolvidas de forma autônoma, passaram a estar sob a égide governamental. Se isso teve aspectos progressistas, em um processo que foi estimulado pelos educadores e cientistas na década anterior, significou também um controle estatal mais rígido, até mesmo repressivo em muitas ocasiões, e que certamente teve papel inibidor de iniciativas mais ousadas.
c) A impressão inicial do rádio (e posteriormente do cinema) como uma panacéia educativa começou a se diluir quando as dificuldades e os limites do processo de difusão e absorção dos conteúdos veiculados começaram a ficar mais claros.
d) O esgotamento da geração que iniciou o processo: as novas gerações surgiram em contexto diverso, em que já existiam, embora em número limitado, faculdades de ciência; estavam, portanto, imersas em novas necessidades e expectativas profissionais. Além do desa-parecimento de alguns dos principais personagens, como Amoroso Costa e Morize, alguns deles se envolveram, no período getulista, em atividades governamentais, como é o caso de Roquete-Pinto, que criou e dirigiu o Instituto Nacional do Cinema Educativo.
e) Internacionalmente, houve refluxo similar, o que teve repercussão desmobilizadora em nossa realidade.
Um ponto importante para o qual nosso trabalho chamou atenção refere-se à existência dos surtos de atividades científicas mais intensas no Brasil (Moreira et al., 1999). Percebemos um crescimento de tais atividades com a vinda da corte portuguesa e com a criação da imprensa no Brasil. Esse crescimento teria dependido bastante, por conseguinte, do fato político singular que foi a mudança no status colonial que o país sofreu com esse episódio. Na segunda metade do século XIX, novo surto de atividades emergiu, com a criação de muitas revistas voltadas para os aspectos científicos e com as Conferências Populares da Glória. Podemos, com boa dose de aproximação, situar esse período de maior intensidade divulgadora entre 1860 e 1885. A década de 1920 apresentou, como vimos, um novo patamar de atividades intensas.
Para entender melhor as razões do comportamento cíclico é importante que sejam examinadas algumas razões internas ao país, como já fizemos. Uma linha de abordagem complementar é a análise histórica comparativa, tocada tangencialmente neste artigo que considera a trajetória das atividades de divulgação científica de vários países. Estudo recente que reforça o nosso ponto de vista da existência de uma forte correlação entre os diversos surtos de atividades científicas ocorridas em vários países com algumas possíveis diferenças de intensidade e defasagens temporais, ligadas a fatores internos específicos de cada país foi realizado por Bauer (1998). O autor defende a idéia de que a divulgação científica é um processo cultural que ocorre por meio de ciclos de expansão e contração. Para fundamentar essa afirmação, recolheu informações provenientes de vários estudos sobre as atividades de divulgação científica em países da Europa e nos Estados Unidos. Os dados citados por ele se referem principalmente ao cômputo de artigos em jornais e ao número de livros publicados, embora os dados em que se baseia sejam ainda esparsos e obtidos a partir de pesquisas de diferentes autores produzidas com perspectivas diversas. A própria definição dos períodos citados não é muito precisa e sobre isso existem alguns dados conflitantes. Mas, para o nosso propósito, é importante registrar, de maneira geral, que o trabalho de Bauer confirma a hipótese que vínhamos elaborando no que diz respeito à existência de surtos similares ocorridos no Brasil, embora possa ser registrada alguma defasagem temporal.
As razões para a existência desses surtos devem estar ligadas a fatores externos, de natureza sócio-econômica, que podem até mesmo exibir diferenças locais, mas também a fatores internos à ciência e aos mecanismos de difusão. Bauer menciona um possível fator interno, relacionado a uma (não muito clara) instabilidade intrínseca da atividade divulgadora. Do ponto de vista dos fatores externos, ele busca corre-lacionar os ciclos de divulgação da ciência com ciclos econômicos do capitalismo em nível mundial, cuja existência é defendida por vários economistas.
A discussão dessas conjeturas e de suas fundamentações, por mais interessantes que nos pareçam, foge ao escopo imediato de nosso trabalho. Podemos apontar, no entanto, que mereciam ser explorados fatores internos à ciência, como a existência de verdadeiras revoluções científicas ou tecnológicas nas proximidades dos períodos de surtos intensos de divulgação da ciência. A título de exemplo, mencione-se o surgimento da teoria da seleção natural de Darwin-Wallace e das leis do eletromagnetismo (com suas inúmeras aplicações industriais), por volta de 1860, e o surgimento da relatividade geral e das idéias iniciais da física quântica nos anos que antecedem à década de 1920.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Amoroso Costa, Manoel 11.6.1928 Discurso pronunciado em sessão do Conselho Diretor da ABE, Acervo Amoroso Costa/Mast.
FONTES
Acervo Amoroso Costa/MAST, Museu de Astronomia e Ciências Afins/CNPq, Rio de Janeiro.
Acervo Morize/MAST, Museu de Astronomia e Ciências Afins/CNPq, Rio de Janeiro.
'À memória de Henrique Morize, presidente e fundador da Academia'. Annaes da Academia Brasileira de Sciencias, tomo II, no 2, pp. 58-73, 1930.
Boletim da ABE, ano II, p. 5. jul. 1926
Electron, nº 16, pp. 1, 4, 5, set.-1926.
Electron, ano I, nº 14, p. 10, ago.-1926.
Livros das Atas da Seção de Ensino Técnico e Superior da ABE, 04.8.1927-24.11.1927. Acervo ABE.
'Resumo da acta da fundação da Sociedade Brasileira de Sciencias a 3 de maio de 1917'. Revista da Sociedade Brasileira de Sciencias, ano I, no 1, 1917
Revista da Academia Brasileira de Sciencias, ano VI, no 1, p. 125, 1926.
'Universidade do Rio de Janeiro e a creação da Faculdade de Sciencias'. Sciencia e Educação, no 2, pp. 3-4, 1929.
Recebido para publicação em setembro de 1999.
Aprovado para publicação em maio de 2000.
Referências bibliográficas
- Amoroso Costa, Manoel 23.8.1928 O Jornal, p. 3.
- Amoroso Costa, Manoel 1981 As idéias fundamentais da matemática e outros ensaios 3a ed., Săo Paulo, Convívio/EDUSP.
- Amoroso Costa, Manoel 1995 Introduçăo ŕ teoria da relatividade 2a ed., Rio de Janeiro, Editora da UFRJ.
- Antonacci, Maria Antonieta 1993 'Trabalho, cultura, educaçăo: nova escola e cinema educativo nos anos 1920-1930'. Projeto História PUC/SP, no 10, pp. 147-65.
- Azevedo, Fernando (org.) 1995 As cięncias no Brasil Rio de Janeiro, Editora da UFRJ, 2 vols.
- Bauer, Martin 1998 'La longue durée of popular science, 1830 present.' Em D. Devčze-Bethet (org.), La promotion de la culture scientifique: ses acteurs e leurs logiques. Paris, Publications de l'Université/Paris 7/Denis Diderot, pp. 75-92.
- Bodstein, Regina 1984 'O rádio no Brasil: Roquete-Pinto, o pioneiro do rádio'. Comunicaçăo, no 33, pp. 7-11.
- Cafarelli, Roberto Vergara 1995 'Einstein no Brasil'. Em Moreira et al., pp. 101-36.
- Carle, Paul e Guédon, Jean-Claude 1988 'Vulgarization et développement des sciences et de techniques les cas du Québec (1850-1950)'. Em Jacobi et al
- Collichio, Terezinha Alves Ferreira 1988 Miranda Azevedo e o darwinismo no Brasil Săo Paulo, Itatiaia/Editora da USP.
- Correia, conselheiro Manoel Francisco(org.) 1876 Conferęncias Populares Rio de Janeiro, Typ. Imp. e Const. de J. Villeneuve & C.
- Couty, Louis 1879 'Os estudos experimentais no Brasil'. Revista Brazileira, tomo II, pp. 215-39.
- Dantes, Maria Amélia 1998 'As cięncias em um jornal republicano paulista do final do século XIX'. V Congresso Latino-Americano de História da Cięncia e da Tecnologia, Rio de Janeiro.
- Fávero, Maria de Lourdes de Albuquerque 1996 'Universidade do Distrito Federal (1935-39): uma utopia vetada?'. Cięncia Hoje, vol. 21, no 125, pp. 69-73.
- Ferreira, Luiz Otávio 1993 'As origens da Academia Brasileira de Cięncias'. Cięncia Hoje, vol. 16, no 96, pp. 32-6.
- Figueirôa, Silvia F. de M. e Lopes, Maria Margaret 1997 'A difusăo da cięncia através da imprensa e dos periódicos especializados (1890-1930)'. VI Seminário Nacional de História da Cięncia e da Tecnologia, Rio de Janeiro.
- Fróes da Fonseca, Maria Raquel nov. 1995-fev. 1996 'As Conferęncias Populares da Glória: a divulgaçăo do saber científico'. História, Cięncias, Saúde Manguinhos, vol. II, no 3, pp. 135-66.
- Gouvęa Filho, Pedro 1955 E. Roquete-Pinto: o antropólogo e educador Rio de Janeiro, Ministério da Educaçăo e Cultura.
- Jacobi, Daniel e Schiele, Bernard (orgs.) 1988 Vulgariser la science le procčs de l'ignorance Seyssel, Éditions Champ Vallon.
- Lins, Alvaro 1956 Discurso de posse na Academia Brasileira (estudo sobre Roquete-Pinto). Rio de Janeiro, Serviço de Documentaçăo do MEC.
- Lopes, Maria Margaret 1997 O Brasil descobre a pesquisa científica os museus e as cięncias naturais no século XIX Săo Paulo, Hucitec.
- Massarani, Luisa 1998 A divulgaçăo científica no Rio de Janeiro: algumas reflexőes sobre a década de 20 Dissertaçăo de mestrado, Rio de Janeiro, IBCT-ECO/UFRJ.
- Massarani, Luisa; Moreira, Ildeu de Castro e Prado, Geraldo 1998 'Aspectos históricos da divulgaçăo científica no Brasil: a década de 20'. V Congresso Latino-Americano de História da Cięncia e da Tecnologia, Rio de Janeiro.
- Mathes, Roberto Ruiz de Rosa 1984 Edgar Roquete-Pinto aspectos marcantes de sua vida e obra Brasília, Ministério da Educaçăo e Cultura.
- Moreira, Ildeu de Castro e Massarani, Luisa 1999 'A divulgaçăo científica e seus ciclos'. VI Reuniăo da Rede de Popularizaçăo da Cięncia e da Tecnologia RED-POP, Rio de Janeiro.
- Moreira, Ildeu de Castro e Videira, Antonio Augusto Passos 1998 'Henrique Morize e a física experimental no Brasil'. V Congresso Latino-Americano de História da Cięncia e da Tecnologia, Rio de Janeiro.
- Moreira, Ildeu de Castro e Videira, Antonio Augusto Passos (orgs.) 1995 Einstein e o Brasil Rio de Janeiro, Editora UFRJ.
- Morize, Henrique 1987 Observatório Astronômico um século de história (1827-1927). Rio de Janeiro, Mast/Salamandra.
- Morize, Henrique 1898 'Sur un nouveau procédé de determination de la position de corps étrangers par la radiographie'. Comptes Rendus de l'Académie de Sciences de Paris, vol. CXXVI.
- Oliveira, José Carlos 1998 Cultura científica no paço de d. Joăo o adorador do deus das cięncias (1808-1821) Tese de doutoramento, Săo Paulo, USP.
- Osório de Almeida, Alvaro 1950 Valor da cięncia dificuldades e lutas de minha carreira científica Săo Paulo, Sociedade Brasileira para o Progresso da Cięncia.
- Osório de Almeida, Miguel 1931 A vulgarizaçăo do saber Rio de Janeiro, Ariel Editora Ltda.
- Osório de Almeida, Miguel 1925 Homens e coisas de cięncia. Săo Paulo, Editora Monteiro Lobato.
- Osório de Almeida, Miguel 1922 A mentalidade científica no Brasil. Rio de Janeiro, Livraria Científica Brasileira.
- Poincaré, Henri 1924 O valor da sciencia Rio de Janeiro, Livraria Garnier. Biblioteca de Philosofia Scientifica.
- Raichvarg, Daniel e Jacques, Jean 1991 Savants et ignorants: une histoire de la vulgarization des sciences. Paris, Seuil.
- Roquete-Pinto, Edgar 1975 Rondônia. 6a ed., Săo Paulo, Companhia Editora Nacional.
- Roquete-Pinto, Edgar 1944 'O cinema educativo no Brasil', Revista da Academia Brasileira de Letras, vol. 68, ano 43, pp. 278-81.
- Roquete-Pinto, Edgar 1927 Seixos rolados Rio de Janeiro, Ediçăo de Sussekind & Mendonça, Machado & Cia.
- Roquete-Pinto, Edgar 1922 Conceito atual da vida Rio de Janeiro, Livraria Scientifica Brasileira.
- Roquete-Pinto, Edgar s. d. Ensaios brasilianos. Săo Paulo, Companhia Editora Nacional.
- Sá, Magali Romero e Domingues, Heloisa Maria Bertol 1996 'O Museu Nacional e o ensino de cięncias naturais no Brasil no século XIX'. Revista da Sociedade Brasileira de História da Cięncia, no 15, pp. 79-87.
- Salgado, Alvaro 1946 A radiodifusăo educativa no Brasil. Rio de Janeiro, Ministério da Educaçăo e Saúde, Serviço de Documentaçăo.
- Serrano, Jonathas e Venancio Filho, Francisco 1930 Cinema e educaçăo. Săo Paulo, Comp. Melhoramentos de Săo Paulo.
- Schwartzman, Simon 1979 Formaçăo da comunidade científica no Brasil Săo Paulo, Editora Nacional.
- Videira, Antonio Augusto Passos 1997 Henrique Morize e o Observatório Nacional. Rio de Janeiro, Observatório Nacional.
- Videira, Antonio Augusto Passos; Moreira, Ildeu de Castro e Massarani, Luisa 1995 Einstein no Brasil: o relato da visita pela imprensa da época Rio de Janeiro, Observatório Nacional.
Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
19 Maio 2006 -
Data do Fascículo
Fev 2001
Histórico
-
Aceito
Maio 2000 -
Recebido
Set 1999