Contribuição ao conhecimento dos moluscos da Ilha Fernando de Noronha - Brasil
H. de Souza LopesI; Moacir AlvarengaII
IInstituto Oswaldo Cruz, D.F
IISociedade Brasileira de Entomologia
Em maio de 1954 e em agôsto de 1954, um de nós (M.A. ) fez duas viagens aéreas a Fernando Noronha onde colecionou Moluscos marinhos e terrestres. Em dezembro de 1954 o sr. Adeny Vaz nos enviou também um bom material da mesma ilha. Desejamos consignar nossos agradeci mentos a este amigo pela sua valiosa colaboração.
Há duas referências importantes aos Moluscos desta ilha brasileira que está situada ao largo do cabo de São Boque, Estado do Rio Grande do Norte (32º 25' 30" W e 3º 50' 10" S). A primeira se refere aos resultados de Watson e. E.Smith (1885) dos estudos de material colhido na viagem do H.M. S. Qiallenger em 1873. A segunda é a contribuição de E. Snith publicada em 1890, baseada em material colhido por H. N. Ridley e G.A.Ramage em 1887.
A maior parte das espécies encontradas na Ilha pertence à fauna Antilhana que se estende pela costa brasileira. Neste caso estão espécies comuns no continente como: - Dioaora cajenensis Lam. , Fissurella rosea Gn., Calliostona jujubinwn Gm., Littorina angulifera Lam., Cerithium atratum Born, Hipponyx antiquatus L., Capulus incurvatus Gn., Laria cinérea Gn., Trivia pediculus L. , Cymatium martinianum d'Orb., Columbella mercatoria L. , Pisania pusio L., Engina turbmella Kien., Leucozonia nassa Gn., Leucozonia ocellata Gm., Olivella nivea Gm. , Oliva sayana Raven. , Conus regius Gm. , Arca umbonata Lam., Arcopsis adamsi E.Smith, Spondylus americanas Herm., Codakia orbiculata Mont,, Chama sinuosa Brod., Chione cancellata L., Chione paphia L. , e Semeie profícua Pult. Outras Tachycardium magnum L. e Trigonocardia médium L. Algumas espécies, como Calliostoma gemmosum Reeve, Astrea olfersi Phil., Latirus spadiceus Reeve, Persicula sagittata Hinds e Siphonaria hispida Smith, só foram referidas na costa brasileira eem Fernando Noronha. Certas espécies, como Opalia ponilio Morch, Tritonalia alveata Kien., Mitra barbadensis Gn., Lyria guildingi (Sow. ), Conus daucus Hwass, e Glycymeris pectmata Gm. , só foram referidas nas Antilhas e em Fernando Noronha. Estas últimas, dado o reduzido conhecimento que temos da fauna brasileira de Moluscos, podem ser ainda encontradas na costa. Thais haematos toma L. se encontra em distribuição mais extensa atingindo o Mediterrâneo e Sta.Helena. As espécies de Janthina e Lima lima L. se encontram nos mares tropicais. Nerita ascensionis Gm. e Thais nodosa ascensioms Blainv. São referidas apenas de Fernando Noronha e Ascensão. Nodilittorina tuberculata helenae Meli. foi referida apenas em Fernando Noronha e em Sta. Helena, nestas duas ilhas foi também encontrada Hipponyx grayanus Menke, espécie do Oceano Pacífico. Finalmente, Acmaea noronhensis Smith, Cymatium ridley Smith, Nassa capillaris Watson, Cylichna noronhensis Smith, e Ervilia subcancellata Smith só foram encontradas em Fernando Noronha. Destas espécies só examinamos Acmaea noronhensis Smith, muito comum na ilha, e que parece ser diferente da Acmaea da costa brasileira (A. sabrugosa d'Orb. ). O estudo da fauna de Moluscos marinhos de Fernando Noronha permite concluirmos que a ilha está incluída na subregião antilhana, apresentando invasão de fauna proveniente das ilhas de Sta.Helena e Ascensão. Devemos admitir que a Corrente Sul Equatorial proveniente do Golfo de Guiné e que se dirige para o cabo de S. Roque, no Brasil, é responsável pela introdução das espécies provenientes de Sta.Helena e Ascensão. No caso de Nodilittorina tuberculata helenae Mell. o deslocamento se explica facilmente porque as posturas da espécie devem ter desenvolvimento pelágico.
O material estudado se acha depositado nas coleções do Instituto Oswaldo Cruz.
Desejamos assinalar os nossos agradecimentos ao Dr. R.T.Abbott pela sua valiosa colaboração determinando Nodilittorina tuberculata kelenae (Mell.) e Lyria (Enaeta) guildingi (Sow.).
GASTEROPODA
Fam. FISSURELLIDAE
Lucapina sowerbii (Sowerby, 1835)
Foraminella sowerbii Sowerby, 1835, p. 4, pl. 72, fig. 29.
Fissurella cancellata E.Smith, 1890, p. 494.
Lucapina sowerbii Farfante, 1843, p. 14, pl . 4, fig . 1-3.
Não encontramos a espécie.
Diodora cajenensis (Lamarek, 1822)
Fissurella cajenensis Lamarck, 1822, p. 22.
Fissurella alternata E.Smith, 1890, p. 494.
Diodora cajenensis Farfante, 1843, p. 3, pl. 2, fig. 1-6.
Examinamos duas conchas da praia de Sueste (col. I.O.C. 3200), maio de 1954 e uma da praia Atalaia, 9-VIII-1954 (col. I.O.C. 3915).
Fissurella ? barbadensis (Gmelin, 1791)
Patella barbadensis Gmelin, 1791, p. 3729.
Fissurella ? barbadensis E.Smith, 1890, p. 495.
Não encontramos F. barbadensis Gn. entre o material de Fissurella, apesar de examinarmos 98 exemplares. Alguns deles têm costelas radiais muito elevadas, assemelhando-se aos desta espécie. Entretanto, o orifício apical é sempre alongado, nunca aproximadamente circular como na espécie referida por E.Smith (figs. 5 a 7). É provável que E.Smith tenha considerado exemplares semelhantes como F. barbadensis. Êstes exemplares de costelas elevadas parecem ser variações de F.rósea Gn. Fissurella barbadensis (figs. 15 a 17) apresenta o orifício apical bastante diferente.
Fissurella rósea (Cmelin. 1791)
Examinamos 74 conchas encontradas na praia do Atalaia em 19-VIII-55 (col. I.O.C. 3917 )e 26 conchas na mesma praia a XII-1954 (col. I.O.C. 3916), além de uma concha da praia da Conceição (col. I.O.C. 3201) e outra da praia do Sueste (col. I.O.C. 3202). As costelas radiais destes exemplares (Figs. 1 a 7 e 10) são quase sempre fortes como em F.nubecula L. (Fig. 14); em alguns dêles há costelas elevadas (Figs. 5 a 7) dando-lhes um aspecto de F. barbaaensis Gm. (Figs. 15 a 17). Comparando-se os exemplares de Fernando Noronha com os da costa brasileira, como os das figuras 11 e 12 (Salvador, Bahia), 9 (Guarapari, Espirito Santo) e 13 (Ilha Guaíba, Estado do Rio), verifica-se que alguns deles (Figs. 3 e 10) são muito semelhantes. Comparando-se o exemplar da figura 8 (Guarapari, Espirito Santo) com os exemplares das figuras 6 e 7 de Fernando Noronha pode-se verificar a semelhança na formação de grandes e pouco numerosas costelas radiais. Observando-se a forma do orifício conclue-se que os exemplares de Fernando Noronha e os da costa brasileira possuem orifício elíptico, algumas vezes pouco acentuado (Fig. 3) mas nunca aproximadamente circular como em F. barbadensis (Figs. 15 a 17). Raramente o orifício é elíptico alongado como nos 5 exemplares que examinamos, pertencentes a F.nubecula L., capturados no Senegal pelo Dr. Dalcy de Albuquerque, um dos quais está representado na figura 14.
Não nos é possível tirar uma conclusão definitiva após o exame dos exemplares referidos mas não podemos afastar a hipótese da identidade de F.rósea Gm. a F.nubecula L. ; neste caso, E.Smith teria razão ao referir seus exemplares à espécie de Linné, comum na costa africana. É evidente que os exemplares de Fernando Noronha são perfeitamente semelhantes aos da costa brasileira e devem ser identificados a F. rósea Gm. Somente um apurado exame de abundante material, conservado com as partes moles, poderá admitir melhor conclusão.
Fam. ACMAEIDAE
Acmaea noronhensis (E. Smith, 1890)
A cmaea sp. Watson, 1885, p. 697.
A cmaea noronhensis E . Smith, 1890, p. 495, pl. 30, fig. 3, 3a.
E.Smith estabelece esta espécie, dando como diferenças de A.rugosa d'Orbigny, espécie do continente, a superfície externa mais lisa e, como as estrias radiais são mais finas, a margem interna geralmente não crenulada ou com crenulações muito fracas. Assinala também que a concha é pouco elevada e que a superfície interna, limitada pela impressão muscular é quase preta, formando contraste com a faixa clara que existe entre esta região e a margem que também é preta. E.Smith não refere quantos exemplares examinou, mas evidentemente viu poucos exemplares. As diferenças e os caracteres que assinala não são absolutamente constantes. Comparamos 82 exemplares de Fernando Noronha (muitos deles com as partes moles) com material proveniente da costa brasileira (Bahia, Estado do Bio e Santa Catarina), pertencentes a A.subrugoza d'Orbigny e com um lote de exemplares da ilha brasileira de Trindade. Há exemplares de Fernando Noronha com as estrias radiais tão fortes quanto os exemplares do continente e estes apresentam a margem interna crenulaua. Há exemplares muito pouco elevados (18mm de comprimento por 5mm CIE altura) havendo também exemplares extraordinariamente altos (18mm de comprimento por 14mm de altura), mais altos do que todos que examinamos, do continente. A superfície interna é, algumas vezes, como descreveu E.Smith; a região delimitada pela impressão muscular é escura, negra ou, mais frequentemente, plúmbea. Há, todavia, exemplares onde esta região É absolutamente branca. A margem interna pode apresentar uma faixa estreita preta ou ser constitui-se por partes claras e escuras alternadas. Há, entretanto, um caráter que apesar de não ser constante, nunca observamos em exemplares do continente: -a superfície externa escura ou quase negra apresentando faixas radiais brancas e muito contrastadas que podem terminar na margem ou muito antes dela. Há também uma série de exemplares de Fernando Noronha que apresentam estrias radiais altas e finas, marcadas de preto emuito nítidas. Devido a estes últimos caracteres consideramos a espécie de Fernando Noronha diferente de A.subrugosa d'Orb., apesar de alguns de seus exemplares se parecerem muito com os desta espécie encontrados no continente e em Trindade. Esperamos poder, em breve, fazer um estudo comparativo das partes moles de todo o material para melhor conclusão.
Examinamos 4 exemplares da praia do Sueste (col. I.O.C 3203), V-1954; 34 exemplares da praia Atalaia (col. I.O.C.3340), XII-1954; 43 exemplares desta última praia, colhidos em 19-VIII-1955, dos quais muitos foram obtidos com as partes moles.
Fam. TROCHIDAE
Gena nigra (Quoy & Gaimard. 1834)
Stamatella nigra Quoy & Gaimard, 1834, p. 307, pl. 66, fig. 10-12.
Stomatella (Geria) nigra Watson, 1885, p. 112.
Watson assinala, com dúvida, esta espécie em Fernando Noronha. No mesmo trabalho se refere a exemplares de Sydney, Austrália e admite que tenha havido troca de rótulo no material supostamente brasileiro.
Calliostoma jujubinum (GMELIN, 1791)
Trochus jujubinus Gmelin, 1791, p. 3570.
Trochus (Eutrochus) jujubinus E.Smith, 1890, p. 493.
Não encontramos exemplares desta espécie da qual E.Smith examinou dois exemplares. Temos observado exemplares de Itapoan, Salvador, Bahia.
Calliostoma gemmosum (Reeve, 1842)
Trochus gemmosum Reeve, 1842, p. 184;
Reeve, 1842, p. 165, pi. 218, fig. 40.
Zisyphinus gemmosus Reeve, 1863, pi. 4, fig. 23.
Calliostoma gemmosum Piisbry, 1889, p. 357, pl. 15, fig. 40.
Trochus (Eutrochus) gemmosus E.Smith, 1890, p. 494.
E.Smith encontrou a espécie em Fernando Noronha referindo-se a ela do seguinte modo: "This I believe, as in the case of the preceding species (refere-se a C.jujubiniim Gn., assinalado por Lamarck e Reeve em Mauricius e Swan River) is another instance of a wrong locality (Philippine Islands) assigned by Reeve. Two specimens from Fernando Noronha agree in every minute detail with the types in the British Museum, and, as the sculpture and lineations are so remarkable, the identity is beyond doubt". Não encontramos esta espécie em Fernando Noronha mas comparamos dois exemplares apanhados em Itapoan, Salvador, Bahia em maio de 1955 (col. I.O.C. 3923) com a figura e descrição de Reeve. Não encontramos nenhuma diferença, um dos exemplares, muito bem conservado, está representado nas fotografias 18 e 19. O ápice da concha é cinzento azulado como está representado na figura de Reeve, há três linhas castanho-avermelhadas paralelas nas espiras; na última volta aparece mais uma linha junto à sutura além das duas linhas que são vistas inferiormente. A concha é amarela com manchas irregulares mais escuras e grânulos brancos e grandes que são intercalados de grânulos menores e amarelos, sempre formando linhas espirais. As faixas lineares castanho-avermelhadas se dispõem sempre em intervalos das linhas de grânulos.
Fam. TURBINIDAE
Trícolia sp.
Phastanella sp. Watson, 1935, p. 697.
Não encontramos nenhuma espécie de Phasianella, tão comuns no litoral brasileiro.
Astrea olfersi (Philippi, 1846)
Trochus olfersi Philippi, 1846, p. 126, pl. 22, fig. 1.
Turbo calcar olfersi E.Smith, 1890, p. 493.
Encontramos 12 exemplares na praia de Sueste, todos muito rolados.
Fam. NERITIDAE
Nerita ascensiones (Gmelin, 1791)
Nerita ascensionis Gmelin, 1791, p. 3683;
E.Smith, 1881, p. 431;
Watson, 1385, p. 132;
E.Smith, 1890, p. 493.
E.Smith assinalou a presença desta espécie na ilha brasileira de Trindade (1881) e Watson e Smith encontraram-na em Fernando Noronha. Esta espécie, descrita da ilha de Ascensão, é muito abundante na ilha de Fernando Noronha; examinamos 12 exemplares da praia do Sueste (col. I.O.C. 3172) egrande quantidade de exemplares, todos capturados vivos, da praia do Atalaia (col. I.O.C. 3339). A única espécie de Nerita da costa brasileira é N.fulgurans Gmelin de que examinamos exemplares provenientes de S.Luiz, Estado do Maranhão, Dr. P.Vanzolini col. (col. I.O.C. 3834) e da praia de Camocim, Estado do Ceará, Dr. A.Sátiro col. (col. I.O.C. 3832). Nerita ascensionis Gm. tem costelas fortes, espirais, como N.fulgurans Gn. mas os dentes da abertura são inteiramente diferentes. Examinamos também material de N.ascensionis Gm. apanhado na ilha de Trindade, Dr. G.Jansen col. (col. I.O.C. 475).
Fam. LITTORINIDAE
Nodilittorina tuberculata helenae Melliss in Smith, 1890
Littorina (Hamis) nodulosa Watson, 1885, p.577, nec Pfeiffer, 1339.
Littorina trochiformis var. E. Smith, 1890, pl. 30, fig. 2.
Littorina helenae Melliss in Smith, 1890, p. 283, pl. 21, fig. 19.
A espécie tem concha muito variável, havendo exemplares quase sem nódulos, lisa externamente. Enviamos exemplares a S.T.Abbott que muito amavelmente nos escreveu a respeito:- "Your Nodilittorina from Fernando Noronha do not match anything I know in the literature, except the figure published by E.A.Smith (1890, Jour. Linn. Soc. Vol. 20, p. 491, pl. 30, fig. 2) and referred to by Smith as "Littorina trochi forms var." Your specimens may possibly be a new subspecies of die West Indian Nodilittorina tuberculata Menke, 1828, or a more strongly and more sparsely nodulated subspecies of miliaris Quoy & Gaimard. I have two cotypes of L.helenae Melliss in Smith, 1890 before me. Ihey are quite close to your specimens, but are too worn for me to be certain. In the absence of more specimens from St.Helena, Ascencion and Fernando Noronha, I would be inclined to call your specimens Nod. tuberculata subspecies helenae E.A.Snith. Ihey do not appear to be very close to true miliaris." Agradecemos muito ao Dr. R.T.Abbott. Devemos assinalar que E.A.Smith no mesmo ano (1890 publicou a descrição de N.helenae Melliss e descreveu exemplares de Fernando Noronha. Parece-me difícil admitir que Smith não tenha notado a semelhança entre os exemplares de St.Helena e de Fernando Noronha, denominando esta última L.nodifornis var.
A espécie é também muito comum em Trindade. Examinamos 28 exemplares capturados vivos, sobre as pedras na praia do Atalaia em V-1954 (col. I.O.C.3922); 48 exemplares em XII-1954(col.I.O.C. 3921) e 42 exemplares em 19-VIII-55, todos no mesmo ambiente.
Littorina angulifera (Lamarck, 1822)
Phasianella angulifera Lamarck, 1822, p.54.
Littorina angulifera E. Smith, 1890, p.491.
Bequaert, 1943, p. 23, pl. 7, figs. 1-7.
Smith examinou um único exemplar da ilha de Fernando Noronha. Não a encontramos. A espécie é extraordinariamente comum em toda a costa brasileira.
Fam. RISSOIDAE
Rissoa sp.
Rissoa sp. Watson, 1885, p. 697.
Não encontramos nenhuma espécie da família.
Fam. ARCHITECTONIDAE
Architectônica sp.
Solarium sp. Watson, 1885, p. 697.
Não encontramos exemplar da família. Não se pode excluir a hipótese de ser o exemplar referido por Watson idêntico ao referido por E.Smith como Torinia aethiops.
Torinia aethiops (Menke, 1830)
Solarium aethiops Menke, 1830, p. 142.
Torinia aethiops E.Smith, 1890, p. 491.
Fam. VERMETIDAE
Vermetus (Petaloconchus) varians d'Obigny, 1841
VermetuS varians d'Orbigny, 1841, p. 456, pl. 54, figa. 7-10.
Encontramos 9 fragmentos de conchas desta espécie na praia do Atalaia em V-1954 e 19-VTII-1955 (col. I.O.C. 3924).
Fam. CERITHIIDAE
Cerithium atratum (Born., 1780)
Murex atratum Born, 1780, p. 329.
Cerithium atratum E.Smith, 1890, p. 492.
Não encontramos esta espécie que é tão comum em toda a costa brasileira.
Fam. CERITHIOPSIDAE
Não encontramos nenhum exemplar da família a que Watson (1885, p. 697) refere como Cerithiopsis sp.
Fam. EPITONIIDAE
Opalia (Nodiscala) pumilio (Morch. 1874)
Scala subvaricosa pumilo Morch, 1374, p. 263.
Scalaria (Cirsotrema) hellenica Watson, 1885, p. 143.
Opalia (Nodiscala) pumilio Clench & Turner, 1950, p. 237.
Examinamos dois exemplares desta espécie que concordam com as descrições e figuras de Clench & Turner, encontradas na praia do Atalaia em V-1955 (col. I.O.C. 3223). Autores antigos consideravam frequentemente pumilio Morch como variedade de hellenica Forbes, espécie do Mediterrâneo e é evidente que o material examinado por Watson pertence a pumilio Morch. Clench é Turner (1950) admitem que é muito provável que pumilio e hellenica sejam a mesma espécie, mas não consideram a sinonímia por falta de material mais abundante do Mediterrâneo e do Atlântico ocidental; pumilio está assinalada desde o cabo Hatteras até o golfo do México e na Ilha de Fernando Noronha, não encontramos a espécie na costa brasileira.
Fam. JANTHINIDAE
Janthina janthina (Linné, 1767)
Helix janthina Linné, 1767, p. 772.
Janthina fragilis Lamarck, 1791, p. 75;
E.Smith, 1890, p. 492.
Examinamos numerosos exemplares desta espécie que também é extraordinariamente comum na costa brasileira, capturados recentemente mortos, na praia do Sueste em V-1955 e em 19-VTII-1955 (col. I.O.C. 3928).
Janthina globosa Swainson, 1822
Janthina globosa Swainson, 1822, pl. 85, 3 f igs.
Examinamos dois exemplares encontrados na praia do Sueste em V-1955 (col. I.O.C. 3199).
Fam. HIPPONICIDAE
Cheilea equestris (Linné, 1758)
Patella equestris Linné, 1758, p. 780.
Mitrularia ? uncinata Watson, 1885, p. 461.
Mitrularia alveolata E.Smith, 1890, p. 492.
Não encontramos exemplares desta espécie que nos parece rara na costa brasileira. O único exemplar que vimos até agora foi capturado em Amaralina, Salvador, Bahia.
Hipponyx antiquatus (Linné, 1767)
Patella antiquata Linné, 1767, p. 1259.
Hipponyx antiquatus E.Smith, 1890, p. 492.
Esta espécie, assinalada por E.Smith em Fernando Noronha e Trindade, Ascensão e Santa Helena, é comum na costa brasileira. Examinamos cinco exemplares da praia do Atalaia colhidos em V-1954, XII-1954 e 19-YTII-1955 (col. I.O.C. 3192, 3929, 3930), dois exemplares da praia do Sueste (col. I.O.C. 3190) e um exemplar da praia da Conceição (col. I.O.C. 3191). Comparamos este material com exemplares de Alagoas (P. Sá Cardoso), Salvador-Bahia e Dakar, Senegal (Dalcy de Albuquerque).
Hipponyx grayanus Menke, 1853
Hipponyx grayanus Menke, 1853, p. 115;
E.Smith, 1890, p. 493.
Esta espécie, assinalada em Fernando Noronha por E.Smith, tem larga distribuição geográfica:- Costa americana do Pacífico, Galápagos, Hawaii e Sta.Helena. Êste autor admitiu que:- "two specimens from Fernando Noronha, agree in all respects with this species except in the more excentric position of the apex, which gives them a more capuliform appearance". Quatro exemplares que encontramos na praia do Sueste (col. I.O.C. 3194) e na praia do Atalaia, V-1954 (col. I.O.C. 3193) e XII-1954 (col. I.O.C. 3931) concordam com o material que examinamos de Galapagos (I. Baltra), B.Hoffstatter col. Dois dos exemplares têm um aspecto capuliforme e as estrias radiais não são tão fortes, mas os outros dois concordam inteiramente com o material do Pacífico. Não afastamos a hipótese de se tratarem de duas espécies. Melhor critério poderá ser obtido à vista de mais abundante material.
Fam. FOSSARIDAE
Fossarus ambiguus (Linné, 1767)
Helix ambiguus Linné, 1767, p. 1251.
Fossarus ambiguus Watson, 1885, p. 581.
Watson encontrou esta espécie, já conhecida do Mediterrâneo e do Atlântico oriental, em Pernambuco e Fernando Noronha.
Fam. CAPULIDAE
Capulus incurvatus (Gmelin, 1791)
Patella incurvata Gmelin, 1791, p. 3715.
Capulus incurvatus Abbott, 1954, p. 168.
Abbott acredita ser Capulus intortus Lamarck apenas uma variação de C. incurvatus Gmelin. Examinamos 9 exemplares desta espécie, todos provenientes da praia do Atalaia, V-1954 (col. I.O.C. 3189), XII-1954 (col. I.O.C.3934); 19-V-1955 (col. I.O.C.3935). Exemplares de Maceió, Alagoas, P.S.Cardoso col. e de Itapoan e Amaralina, Salvador, Bahia são perfeitamente semelhantes.
Fam. XENOPHORIDAE
Xenophora corrugata (Reeve, 1842)
Phorus Corrugatus Reeve, 1842, p. 163.
Xenophora corrugata Watson, 1885, p. 463.
Watson assinala, em Fernando Noronha, esta espécie do Oceano Índico e Japão. É muito provável que o material de Watson seja de alguma das espécies do Atlântico ocidental, especialmente Xenophora conchy liophora Born.
Fam. CYPRAEIDAE
E.Smith se refere a Luria cinerea Gmelin e Trivia pediculus Linné. Não encontramos estas espécies em Fernando Noronha apesar de examinarmos muitos exemplares de Salvador, Bahia.
Fam. CYMATIIDAE
Cymatium ridleyi (E. Smith, 1890)
Triton Ridleyi E.Smith, 1890, p. 489, pl. 30, fig. 1.
Não encontramos esta espécie, descrita por E.Smith de um exemplar jovem.
Cymatium (Lampusia) martinianum d'Orbigny
Triton martinianum d'Orbigny
Triton pilearis E.Smith, 1890, p. 490.
Cymatium (Lampusia) martinianum Abbott, 1954, p. 195, pl. 9, fig.L.
Não encontramos esta espécie, que é extraordinariamente comum em Salvador, Bahia (Itapagipe e Itaparica).
Fam. MURICIDAE
Thais (Stramonita) haematostoma (Linné, 1767)
Buccinum haematostoma Linné, 1767, p. 1202.
Purpura haemastostoma E.Smith, 1890, p. 486.
Thais haematostoma Clench, 1947, p. 73, pl. 36, figs. 1-6.
Examinamos 7 exemplares de Thais do sub-gênero Stramonita, capturados na praia do Atalaia em V-1954 (col. I.O.C. 3936), um deles encontrado vivo. Este último concorda, em todos os caracteres da concha com exemplares colecionados no Rio de Janeiro e que correspondem a T.haematostoma L. foitre os demais há 4 exemplares com menos de 30mm de comprimento, de concha muito espessa, com a margem externa engrossada e que se assemelham a alguns exemplares de T. rústica Laimarck, comuns na Bahia. Pelo exame de todo material que tivemos oportunidade de ver, proveniente da costa brasileira, desde o Maranhão até o Rio Grande do Sul, notamos que, na maior parte dos lotes há exemplares grandes (maiores que 50mm) cuja abertura é amarela ou avermelhada. Quando os exemplares medem menos que 50mm a margem externa da abertura tem parede delgada e há fortes costelas internas. Em Salvador, Bahia, de onde examinamos muitos exemplares, em várias praias de dentro da baía de Salvador (Itapagipe, Monte Serrat, Itaparica) ou fora da baía (Barra, Itapoan, Mar Grande) encontramos sempre exemplares pequenos (menores que 40mm) com a abertura branca e que já apresentam a margem externa com parede espessa,. Examinamos ainda 2 exemplares semelhantes aos da Bahia, colecionados na praia Comprida, Vitoria, Estado do Espirito Santo, com 40mm de comprimento, abertura branca mas de parede externa muito delgada. Um exemplar da Ilha de Trindade mede também 40mm, tem a abertura branca mas a margem externa tem paredes espessas e a columela é muito arqueada. Quando se consideram os exemplares que correspondem perfeitamente a T.haematostoma L. verifica-se que a espécie é a mais variável de todos os Gasterópodos brasileiros, mesmo quando se tem em vista apenas a forma da concha. É possível que, pelo exame das partes moles, se possa diferençar T. rústica Lam. de T.haematostoma L. , mas, pela concha apenas a coloração da abertura e o tamanho permitem separá-las. Nestas condições, nos referimos aos exemplares de Fernando Noronha como a T.haematostoma L. sem afastar a hipótese que, entre eles, haja algum exemplar de T. rústica Lam., admitindo esta espécie como válida.
Thais (s. str.) nodosa ascensionis (Blainville, 1832)
(Fig. 24)
Purpura ascensionis Blainville, 1832, p. 242;
Quoy & Gaimard, 1832, pl. 37, figs. 20-23;
Kiener, 1835, p. 86, pl. 22, fig. 63;
E.Smith, 1890, p. 318.
Thais nodosa ascensionis Clench, 1947, p. 313.
Esta espécie é, pela primeira vez, assinalada em Fernando Noronha. Examinamos três exemplares (col. 1.0.C. 7402) capturados vivos, sobre pedras, na praia do Atalaia a 19-VIII-1955, medindo 56 a 64mm de comprimento. Externamente as conchas se apresentam cobertas de um depósito calcáreo muito irregular, a abertura é branca, a margem columelar é fortemente arqueada e tem 2 a 3 manchas arredondadas de coloração castanho-escura, de tamanho variável, a margem externa da abertura é fortemente crenulada. Não se notam nódulos externos como em T.nodosa. A fotografia que ilustra o trabalho é de um exemplar do qual foram removidas, mecanicamente, as incrustações calcéreas. Examinamos ainda um exemplar muito rolado, apanhado na praia do Sueste, em V-1954. Na ilha de Trindade se encontra também uma espécie de Thais de grande porte que é Thais (Mancinella) deltoidea Lam., comum na Bahia, nas praias muito batidas pelo mar (Barra, Itapoan). Esta última não foi encontrada em Fernando Noronha.
Tritonalia alveata (Kiener, 1843)
Murex alveatus Kiener, 1843, p. 94, pl. 42, fig. 2.
Murex (Ocinebra) alveatus E.Smith, 1890, p. 486.
Não encontramos a espécie, que está também assinalada nas Antilhas.
Fam. COLUMBELLIDAE
Columbella mercatoria (Linné, 1758)
Voluta mercatoria Linné, 1758, p. 357.
Columbella mercatoria E.Smith, 1390, p. 436
Encontramos 14 exemplares desta espécie, tão comum na costa brasileira, na praia do Atalaia, V-1954 (col. I.O.C. 3195), XII-1954 (col. I.O.C. 3938), 19-VIII-1955 (col. I.O.C. 3937).
Fam. BUCCINIDAE
Pisania pusio (Linné, 1758)
Murex pusio Linné, 1753, p. 754.
Pisania pusio E.Smith, 1890, p. 486.
Espécie encontrada nas Antilhas, na costa brasileira e na Ilha de Ascensão. Examinamos 21 exemplares da praia do Atalaia (col. I.O.C. 3939), os maiores com 32mm. E.Smith assegura que os exemplares de Fernando Noronha são pequenos e têm estriação diferente dos das Antilhas. Os exemplares que examinamos são muito semelhantes aos da costa brasileira onde se encontram exemplares de 35mm (Bahia) e de 43mm (Rio de Janeiro). Abbott (1954) se refere a exemplares de 38mm.
Engina turbinella (Kiener, 1835)
Purpura turbinella Kiener, 1835, p. 29, pl. 9, fig. 25.
Espécie assinalada nas Antilhas e nos Abrolhos. Encontramos 5 exemplares na praia do Atalaia, V-1954 (col. I.O.C. 3170) que nos parecem muito semelhantes a material proveniente da praia do Meireles, Fortaleza, Ceará, colecionados pelo Dr. E.Sátiro (col. I.O.C. 2736).
Colubraria testacea Mörch, 1850
Colubraria testacea Morch, 1850.
Triton (Epidromus) testaceus E.Smith, 1890, p. 490.
Não encontramos esta espécie em Fernando Noronha. Os únicos exemplares que examinamos foram apanhados em Itapoan, Salvador, Bahia, em precário estado de conservação.
Fam. NASSIDAE
Nassa capillaris Watson, 1885, p. 186, pl. 11, fig. 7.
Não examinamos esta espécie.
Fam. FASCIOLARIIDAE
Leucozonia nassa (Gmelin, 1791)
Volluta nassa Gmelin, 1791, p. 3464.
Pleutotma cingulifera Lamarck, 1822, p. 94.
Leucozonia cingulifera E.Smith, 1890, p.487.
Leucozonia nassa Abbott, 1954, p.240, pl. 11, fig. D
E.Smith admite que esta espécie, comum nas Antilhas e na costa brasileira exista também na Africa ocidental. Nickles (1950) não refere a espécie na Africa. E.Smith assinala, nos exemplares de Fernando Noronha, fortes costelas arredondadas, uma zona branca na espira terminal e a abertura alaranjada. Examinamos 10 exemplares da praia do Atalaia, V-1954 (col. I.O.C. 3167) e 19-VIII-1955 (col. I.O.C. 3943), um exemplar apenas, medindo 45mm, está em perfeitas condições. Neste exemplar se verificam os caracteres assinalados por E.Smith, além disto, a coloração geral é alaranjada e as espiras são muito mais curtas e engrossadas do que na maioria dos exemplares da costa brasileira, onde é uma das espécies mais comuns de Gasteropoda.
Leucozonia ocellata (Gmelin, 1791)
Voluta ocellata Gmelin, 1791, p. 3455.
Leucosonia ocellata E.Smith, 1890, p. 483.
Examinamos 16 exemplares desta espécie, apanhados na praia do Atalaia, 19-VIII-1955 (col. I.O.C. 3944) que concordam perfeitamente com os exemplares da costa brasileira (Alagoas, Bahia e E. do Rio). É de notar, entretanto que, como na espécie anterior, os exemplares do continente são mais alongados.
Latirus spadiceus (Reeve, 1847)
Turbinella spadicea Reeve, 1847, fig. 44.
Latirus spadiceus E.Smith, 1890, p. 488.
E.Smith refere com dúvida, um exemplar jovem a esta espécie. Encontramos um exemplar relativamente bem conservado na praia do Atalaia em V-1954 (col. I.O.C. 3946) e mais 5 exemplares jovens, em más condições, na mesma praia em 19-VIII-1955 (col. I.O.C. 3947). Estes exemplares concordam com a figura de Reeve, diferindo apenas pela cor que é amarelo-clara. Entretanto colecionamos dois exempiares desta espécie em Itapoan, Salvador, Bahia, em V-1955 (col. I.O.C. 3948), cuja coloração é castanho-escura como a da figura de Reeve. Apesar destes exemplares serem mais alongados do que o de Fernando Noronha, pensamos tratar-se da mesma espécie.
Fam. MARGINELLIDAE
Persicula sagittata (Hinds, 1844)
Margnella (persicula) sagiattata Watson, 1885, p. 270.
Margnella sagittata Hands, 1844, p.76.
E.Smith, 1890, p. 489.
Encontramos 19 exemplares desta espécie, alguns muito perfeitos, na praia do Atalaia, V-1954 (col. I.O.C. 3171). A ornamentação desta espécie é muito semelhante à de P.catenata Montagu, 1803 e é possível que se trate de uma única espécie. Ambas estão assinaladas nas Antilhas e no Brasil. Há 3 a 4 dobras inferiores fortes na columela, no material de Fernando Noronha, sendo as superiores muito fracas em exemplares de 7mm de comprimento. Abbott (1954, p. 257, fig. 56 J) assinala maior número de dobras para P.catenata deste mesmo tamanho. Examinamos ainda 10 exemplares da Praia do Meireles, Fortaleza, Ceará, Dr. E.Sátiro (col. I.O.C. 2738), com 12mm de comprimento e columela pregueada em toda a extensão. Estes últimos exemplares referimos com dúvida a P. sagittata, apesar das marcas serem exatamente da mesma forma que nesta espécie.
Fam. OLIVIDAE
Olivella nivea (Gmelin, 1791)
Voluta nivea Gmelin, 1791, p. 3442.
Oliva (Clivella) fulgida Watson, 1885 (nec Reeve), p. 224. (apud E.Smith)
Oliva (Olivella) puhchela Watson, 1885 (nec Reeve), p.225. (apud E.Smith)
Oliva (Olivella) nivea E.Smith, 1890, p. 487.
Apenas dois exemplares foram apanhados na praia de Atalaia em V-1955 (col. 1.0.C. 3197). A espécie é comum em toda a costa brasileira. E.Smith examinou o material de Watson e concluiu pela sua identidade a Olivella nívea.
Oliva sayana Ravenel, 1834
Oliva sayana Ravenel, 1834, p. 19.
Oliva litterata E.Smith, 1890, p. 487.
Não encontramos esta espécie cuja distribuição geográfica atinge as Antilhas e é comum em toda a costa brasileira.
Fam. MITRIDAE
Mitra barbadensis (Gmelin, 1791)
Voluta barbadensis Gmelin, 1791, p. 3455.
Mitra barbadensis E.Smith, 1390, p. 438.
Não foi encontrada esta espécie das Antilhas.
Mitra ansulata Sowerby, 1874
Mitra ansulata Sowerby, 1874, p. 26, pl. 373, fig. 474.
Mitra (Pusia) ansulata E.Smith, 1890, p. 433.
Não encontramos esta especie que, apesar de ter sido descrita da Polinesia, é considerada por E. Smith como existente ñas Antilhas e em Fernando Noronha.
Fam. VOLUTIDAE
Lyria (Enaeta) guildingi (Sowerby, 1844)
Voluta guildingi Sowerby, 1844, p. 151;
Sowerby, 1847, p. 214, pl. 55, fig. 110.
Encontramos apenas dois exemplares desta espécie, ambos na praia de Atalaia; um dêles foi colecionado em V-1954 (col. I.O.C. 3942) e o outro em 19-VIII-1955. Este último foi enviado, para determinação ao Dr. R.T.Abbott e se encontra na coleção da "Academy of Natural Sciences of Philadelphia". Agradecemos ao Dr. Abbott a gentileza de sua colaboração. A espécie era conhecida somente de St.Vicent, Antilhas.
Fam. CONIDAE
Conus regius Gmelin, 1791
Conus nebulosus E.Smith, 1890 (neo Gmelin), p. 484.
Conus regius Gmelin, 1791, p. 3379;
Clench, 1942, p. 3, pl. 3, figs. 1-4.
Examinamos 22 exemplares, todos capturados na praia de Sueste, vários com cerca de 60mm, tamanho frequentemente assinalado para a espécie, nas Antilhas. Na costa brasileira, os maiores exemplares que conseguimos têm 40mm (Bahia) havendo um único do Rio Grande do Norte com 55mm.
Conus daucus Hwass, 1792
Conus daucus Hwass, 1792 in Bruguiére, p. 651;
E.Smith, 1890, p. 485;
Clenoh, 1942, p. 21, pl. 9, fig. 4-5.
Não achamos esta espécie.
Fam. TURRIDAE
Crassispira fuscescens (Gray in REEVE, 1843)
Pleurotoma fuscescens Gray in Reeve, 1843, fig- 125.
Pleurotoma (Crassispira) fuscescens E.Smith, 1890, p. 485.
Não encontramos a espécie em Fernando Noronha. Temos exemplares de Crassispira ostrearum Stearms, 1872, provenientes de Itapoan, Salvador, Bahia, que apresentam concha mais alongada do que a fig. de Reeve para fuscescens. Será necessário compararmos material de Fernando Noronha com estes exemplares do continente para concluirmos se se trata de uma ou duas espécies de Crassispira. C. fuscescens Gray foi descrita de material de procedência ignorada mas a determinação de E.Smith deve estar certa.
Monilispira albonodata (REEVE, 1846)
Pleurotoma albonodata Reeve, 1846, pi. 38, fig. 350.
Encontramos um único exemplar na praia do Atalaia em V-1955 e é assinalada em Fernando Noronha pela primeira vez. Examinamos vários exemplares desta espécie provenientes da praia do Meireles, Fortaleza, Ceará, colecionados pelo Dr. E.Sátiro.
Fam. RETUSIDAE
Retusa canaliculata (Say, 1827)
Volvaria canaliculata Say, 1827, p. 211.
Utriculus (Tornatina) canaliculatus Watson, 1886, p. 655.
Os únicos exemplares desta espécie que examinamos, provenientes da costa brasileira, foram colecionados por J.P. Carvalho em S.Sebastião, São Paulo. Não a encontramos em F.Noronha.
Fam. SCAPHANDRIDAE
Cylichna noronhensiis Watson, 1886
Cylichna noronhensis Watson, 1886, p. 666, pl. 50, fig. 1.
Não encontramos a espécie.
Fam. APLYSIIDAE
E.Smith (1890, p. 497) se refere a uma espécie de Aplysia com cerca de uma polegada de comprimento. Não encontramos a espécie.
Fam. DORADIDAE
Não encontramos nenhum exemplar da família. E.Smith assinala um único exemplar (1890, p. 497).
Fam. SIPHONARIIDAE
Siphonaria hispida Smith, 1890
Siphonaria picta var. et S. hispida Smith, 1890 (nec picta d'Orbigny), p. 497, pl. 30, figa. 4-4b.
Siphonaria hispida Hubendiok, 1946, p. 64, pl . 5, figs . 38-34.
E.Smith denominou a espécie de Siphonaria de Fernando Noronha como Siphonaria picta var. afirmando a seguir que S.hispida Gould deve ser amesma espécie. Hubendick acredita que Smith quiz referir-se a lépida Gould quando empregou o nome hispida, pela primeira vez, caracterizando-o por 3 boas figuras. Considera então, com muita razão, o nome hispida E.Smith para a espécie de Fernando Noronha, descrevendo-a como a mesma espécie da costa brasileira da qual dá figuras de exemplar proveniente da Bahia. Examinamos apenas 4 exemplares da praia do Atalaia (col. I.O.C. 3918) que concordam perfeitamente com as figuras de Smith. Comparando-se estes exemplares com material colhido em Bahia, Guarapari (Espirito Santo), Cabo Frio e Niterói pode-se admitir, pela concha, que pertençam à mesma espécie. Entretanto, os exemplares de Fernando Noronha têm as costelas radiais mais finas e mais numerosas que os do continente, com exceção feita a alguns exemplares de Niterói que têm as costelas radiais finas. Hubendick considera S.lépida Gould, descrita do Rio de Janeiro, exemplares capturados no México que apresentam costelas radiais muito finas e muito numerosas, mas nunca encontramos, na costa brasileira, conchas semelhantes.
Fam. PLANORBIDAE
Pianorbis noronhensis E. Smith, 1890
Planorbis noronhensis E.Smith, 1890, p. 502, pl. 30, fig. 11, 11a.
Não encontramos nenhuma espécie de água doce em Fernando Noronha.
Fam. VERTIGINIDAE
Gastrocopta solitária (E. Smith, 1890)
Pupa solitaria E.Smith, 1890, p. 501, pl. 30, fig. 9.
Não encontramos a espécie.
Fam. SUBULINIDAE
Opeas micra (d'Orbigny, 1835)
Helix micra d'Orbigny, 1835, p. 9.
Bulimos micra d'Orbigny, 1837, p. 262, pl. 41, fig. 18-19.
Stenogyra (Opeas) octonoides E.Smith, 1890, p. 502.
Stenogyra (Opeas) subula E.Smith, 1890, p. 502.
Opeas micra Pilsbry, 1906, p. 193, pl. 27, figs. 49, 56, 57.
Examinamos 8 exemplares desta variável espécie colhidos em Fernando Noronha, XII-1954 (col. I.O.C. 3950). E.Smith refere-se que "they are more strongly costulate than the Brazilian specimens", mas os nossos exemplares têm costelas pouco desenvolvidas.
Fam. ENTODONTIDAE
Ridleya quinquelirata (E. Smith, 1890)
Helix (Ophiogyra?) quinquelirata E.Smith, 1890, p. 500, pl.30, figs.7-7c.
Examinamos 20 conchas capturadas em V-1954 (col. I.O.C. 3182), e mais 22 em XJI-1954 (col. I.O.C. 3951). Apesar de algumas conchas estarem em muito bom estado, nenhum exemplar foi colecionado vivo.
Fam. BULIMULIDAE
Hyperaulax (s. str.) ridleyi (E. Smith. 1890)
Bulimus (Bulimulus) Ridleyi E.Smith, 1890, p. 501, pl. 30, fig. 9.
Examinamos 32 exemplares apanhados em V-1954 (col. I.O.C. 3181) e 87 exemplares em XII-1954 (col. I.O.C. 3952), muitos dos quais recentemente mortos.
Hyperaulax (Bonnanius) ramagei (E. Smith, 1890)
Bulimus (Tomigerus) Ramagei E.Smith, 1890, p. 500, pi. 30, fig. 8.
Não encontramos a espécie.
SCAPHOPODA
Cadulus (Polyschides) tetraschistus Watson, 1879 foi descrito de Fernando Noronha, mas não foi por nós encontrado.
AMPHINEURA
Nenhuma espécie foi encontrada.
LAMELLIBRANCHIA
Fam. ARCIDAE
Arca umbonata Lamarck, 1819
Área umbonata Lamarok, 1319, p. 37.
Arca imbricata E.Smith, 1335, p. 259;
E.Smith, 1890, p. 499.
Encontramos uma única valva desta espécie que é abundante no litoral brasileiro.
Arcopsis adamsi (E. Smith, 1890)
Arca (Acar) Adamsi E.Smith, 1390, p. 499, pl. 30, fig. 6, 6a.
Não encontramos esta espécie, descrita da ilha de Fernando Noronha e muito abundante na costa brasileira e nas Antilhas.
Fam. GLYCYMERIDAE
Glycymeris pectinata (Gmelin, 1891)
Arca pectinata Gmelin, 1791, p. 3313.
Pectunculus pectinatus E.Smith, 1885, p. 250.
Não encontramos a espécie em Fernando Noronha. Algumas valvas de Glycymeris que encontramos na Bahia, exemplares muito rolados, parecem pertencer a G.longior Sowerby, espécie comum no sul, e não a G.pectinata Gm.
Fam. MYTILIDAE
Brachyodontes exustus (Linné, 1758)
Mytilus exustus Linné, 1758, p. 705;
E .Smith, 1885, p. 272.
Mytilus exustus E .Smith, 1890, p. 499.
Examinamos muitas valvas da praia da Conceição e do Atalaia. Encontramos muitos exemplares vivos na Piscina do Americano, recobertos por abundante incrustação calcárea, em V-1954.
Fam. PECTINTDAE
Chlamys noronhensis (E. Smith, 1885)
Pecten noronhensis E .Smith, 1885, p. 296, pl. 21, figs. 4-4b.
Esta espécie, pelas figuras de E.Smith, é extraordinariamente semelhante a Chlamys tehuelchus (d'Orbigny, 1846) que é encontrada em tôda a costa brasileira de Cabo Frio para o sul. Não a encontramos em Fernando Noronha.
Fam. SPONDYLIDAE
Spondylus americanus Herman, 1781
Spondylus americanus Herman, 1781, p. 51.
Spondylus sp. E .Smith, 1390, p. 500.
Examinamos 10grandes valvas (até 12cm) muito roladas, apanhadas na praia do Sancho e na Piscina do Americano. E.Smith refere-se também a material mal conservado.
Fam. LIMIDAE
Lima lima (Linné, 1758)
Ostrea lima Linné, 1758, p. 699.
Lima squamosa E.Smith, 1890, p. 499.
Encontramos 4 valvas na praia da Conceição.
Fam. LUCINIDAE
Codackia (Ctena) orbiculata (Montagu, 1808)
Venus orbiculata Montagu, 1808, p. 42.
Lucina (Codakia) pecten E.Smith, 1885 (nec Lamarck), p. 179.
Só examinamos material desta espécie da Bahia e de Alagoas, P.S.Cardoso col.
Fam. CHAMIDAE
Chama sinuosa Broderip, 1835
Chama sinuosa Broderip, 1835, p. 303, pl. 38, fig. 6.
Chama sp. E.Smith, 1890, p. 493.
Encontramos 3 valvas desta espécie na praia do Sueste, a maior delas medindo 7cm.
Fam. CARDIIDAE
Tachycardûim (Acrosterigma) magnum (Linné, 1758)
Cardium Magnum Liné, 1758, p.680.
Cardium subelongatum E. Smith, 1890, p.497.
Tachicardium (Acrosterigma) magnum Clench & Smith, 1944, p.5, pl.4, fig. 1-2.
Não encontramos esta espécie; também não a conhecemos de exemplares provenientes da costa brasileira.
Trigonocardia (Americardia) médium (Linné, 1758)
Cardium medium Linné, 1758, p. 678.
Cardium (fragum) medium E.Smith, 1885, p.163.
Trigonocardia (Americardia) medium Clench & Smith, 1944, p. 21, pl. 11, figs. 1-2.
Encontramos 6 valvas na praia da Conceição, em maio de 1954.
Fam. VENERIDAE
Chione (s. str.) cancellata (Linné, 1767)
Vénus cancellata Linné, 1767, p. 1130.
Encontramos muitas valvas isoladas e 3 exemplares inteiros, na praia do Sueste.
Chione (Lirophora) paphia (Linné, 1767)
Venus paphia Linné, 1767, p. 1129.
Vénus (Anailis) paphia E.Smith, 1890, p. 497.
Não encontramos esta espécie que é muito comum em tôda a costa brasileira.
Fam. SEMELIDAE
Semele profícua (Pultney, 1799)
Tellina profícua Pultney, 1799, p. 29, pl. 5, fig. 4.
Semele cordiformis E.Smith, 1890, p. 493.
Semele profícua Lamy, 1913, p. 332.
Não encontramos esta espécie que é comum em toaa a costa brasileira e nas Antilhas; segundo E.Smith, existe em Ascensão e Santa Helena.
Fam. MESODESMIDAE
Ervilia subcancellata E. Smith, 1885
Ervilia subcancellata E. Smith, 1885, p. 80, pl. 6, fig. 2-2b.
Não encontramos esta espécie, assinalada até agora, sòmente em Fernando Noronha.
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(Recebido 21/XI/55)
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Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
15 Jun 2012 -
Data do Fascículo
1955