Open-access Possibilidades e limites do Pré-natal do Homem em um município do Nordeste brasileiro

Resumo

O Pré-natal do Homem é uma estratégia para ampliar e promover a saúde dessas pessoas. Avaliou-se como as equipes de Saúde da Família (eSF) conduzem este artifício como estratégia de cuidado à população masculina em Recife-PE. Estudo avaliativo, transversal, qualitativo, envolvendo enfermeiros, médicos, cirurgiões-dentistas, técnicos de enfermagem e agentes comunitários de saúde. Aplicou-se um questionário semiestruturado seguido da realização de seis grupos focais com as eSF com maior número de respondentes na primeira etapa para aprofundar o desenvolvimento da estratégia. Foi realizada análise temática de conteúdo proposta por Bardin. A matriz de avaliação desenvolvida permitiu identificar as principais potencialidades e dificuldades encontradas na estrutura, processo de trabalho e resultados da estratégia. Observou-se que embora aceito como excelente estratégia, encontra-se resistência que perpassa desde questões estruturais às culturais, dificultando a proposta de ampliar o acesso às ações e aos serviços para promoção da saúde masculina, permanecendo o modelo biomédico. O cuidado se refere ao desdobramento da assistência já prestada às gestantes, mas encontra percalços limitantes para sua sustentabilidade.

Palavras-chave: Política Nacional de Saúde do Homem; Pré-Natal; Atenção Básica; Integralidade

Abstract

Men’s Prenatal Care is a strategy to expand and promote the health of these people. We evaluated how the Family Health teams (eSF) conduct this artifice as a care strategy for the male population in Recife-PE, Brazil. This evaluative, cross-sectional, qualitative study involved nurses, doctors, dentists, nursing technicians, and community health workers. We applied a semi-structured questionnaire, followed by six focus groups with the eSF with the largest number of respondents in the first stage to deepen the development of the strategy. The thematic content analysis proposed by Bardin was performed. The evaluation matrix developed identified the main strengths and difficulties in the strategy’s structure, work process, and results. We observed that, while accepted as an excellent strategy, we identified a resistance that permeates from structural to cultural issues, hindering the proposal to expand access to actions and services to promote men’s health, preserving the biomedical model. Care refers to the unfolding of care already provided to pregnant women but faces limiting obstacles for its sustainability.

Key words: National Men’s Health Policy; Prenatal Care; Primary Care; Comprehensiveness

Introdução

Apesar dos altos índices de morbimortalidade e alta incidência de enfermidades crônicas, os homens pouco usam os serviços de saúde, resultando no aumento da vulnerabilidade ao adoecimento e complicações. Esse fato tem sido objeto de discussão em estudos, principalmente no âmbito da Atenção Básica (AB)1-4.

Considerando a integralidade das ações, o Pré-Natal do Parceiro (PNP) foi apresentado como estratégia para ampliação da promoção do cuidado à saúde dos homens em 20155. Este cuidado foi implementado pela Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH), cabendo aos municípios coordenar, implementar, acompanhar e avaliar a política do seu território, priorizando a AB como porta de entrada6.

O homem estar inserido na rotina de pré-natal oferece possibilidade para promoção e cuidado da sua saúde, além de fortalecer vínculos por meio da inserção no trinômio mãe-pai-filho7. Porém, mesmo quando estimulada pelos trabalhadores da saúde, é comum a participação do homem no PNP limitada ao amparo econômico e afetivo da gestante, com comparecimento às Unidades de Saúde da Família (USF) geralmente relacionado à prevenção e tratamento de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST)8.

Um dos principais motivos para o distanciamento do envolvimento do homem no pré-natal é o horário de funcionamento das USF comum às atividades laborais. O PNP geralmente transcorre de maneira pontual e associado a outros programas do Ministério da Saúde, como consequência da cultura masculina patriarcal e hegemônica, envolvendo assim questões econômicas, culturais e familiares8,9.

Dados referentes a quantidade de consultas realizadas no SUS de PNP e da gestante no Brasil, revelou que o número de consultas de PNP (44.233) ainda é muito baixo quando comparado ao pré-natal feminino (29.158.779), demonstrando necessidade de maior reflexão e investimento para ampliar adesão à estratégia10.

Observa-se que ainda há limites para adesão masculina aos aspectos que envolvem promoção da saúde na AB, e sua efetividade parece depender de um conjunto de fatores que envolvem questões de gênero, capacitação de profissionais, readequação do espaço físico e principalmente, do processo de trabalho11,12.

No município de Recife, o PNP nominado como Pré-natal do Homem (PNH) foi instituído em 2015, com objetivo de ser uma das principais portas de entrada para os homens nos serviços de saúde através da Estratégia Saúde da Família (ESF)13. Após sete anos, não se encontrou avaliação publicizada com reflexão crítica quanto à sua relevância no cuidado aos homens no município.

Nesse cenário, fortalecer a estratégia permite construir a trilha do cuidado integral para promoção e atenção à saúde masculina no SUS. Assim, o estudo buscou avaliar como as equipes de Saúde da Família (eSF) conduzem o PNH, como estratégia de cuidado à população masculina no município de Recife, visando contribuir para a melhoria da prática profissional.

Métodos

Estudo avaliativo, transversal, qualitativo, descritivo e exploratório. Foi realizado no município de Recife, capital de Pernambuco, Brasil, quarta concentração urbana do país, com população estimada de 1.633.697 habitantes14. Está dividido em 94 bairros, aglutinados em 6 Regiões Político-Administrativas e em 8 Distritos Sanitários (DS). A pesquisa foi desenvolvida em dois momentos, sendo no primeiro, convidados todos os trabalhadores da ESF dos 7 DS que aceitaram sua realização.

No primeiro momento, de novembro/2021 a março/2022, a coleta de dados foi realizada com aplicação de questionário semiestruturado, divulgado em grupos de WhatsApp de trabalho e e-mails via Google Forms, incluindo uma amostra aleatória simples de trabalhadores das equipes que aceitaram participar da pesquisa, considerando ter no mínimo 1 ano de trabalho na atual equipe. Participaram da coleta 14 médicos, 50 enfermeiros, 13 cirurgiões-dentistas, 5 técnicos de enfermagem e 20 Agentes Comunitários de Saúde (ACS).

Aplicou-se o instrumento para coleta das informações que incluiu questões relacionadas aos dados sociodemográficos e de trabalho, práticas do pré-natal feminino e do parceiro realizadas na USF do trabalhador.

Partindo das respostas obtidas no questionário, as eSF que tinham maior número de respondentes na 1ª etapa foram convidadas para participar de Grupos Focais (GF), a fim de aprofundar questões ligadas às potencialidades e dificuldades no PNH. Optou-se pela técnica de GF por ter a intenção de obter informações de natureza descritiva, vindas da interação entre seus participantes, em debate sobre assunto comum a todos15.

Realizou-se 6 GF, de março a abril/2022, com representatividade de 5 DS do município. A discussão se deu de forma presencial na USF das eSF, com data e hora pré-agendadas. Cada GF envolveu cerca de 10 trabalhadores, incluindo médicos, enfermeiros, cirurgiões-dentistas, técnicos de enfermagem e ACS.

O roteiro do GF norteou-se por questões envolvendo conhecimento e prática da estratégia; integralidade das ações recomendadas entre a Rede Cegonha e o PNP; acesso ampliado aos serviços de saúde por meio da paternidade, levando em consideração a pandemia da COVID-19; e possibilidades e limites encontrados.

Após apresentações, esclarecimentos sobre o objetivo e a condução do GF, iniciaram-se as discussões guiadas pelo roteiro previamente elaborado, seguido pela pesquisadora, com tempo médio de 40 minutos a 1 hora, até atingir a saturação. No término de cada encontro, apresentou-se síntese da discussão com validação coletiva das falas, onde os participantes tinham a oportunidade de ajustar alguma ideia apresentada. Notas de campo também foram elaboradas após a realização dos GF, que contribuíram na análise dos dados.

A cada sessão, moderadora e observadora se reuniam para avaliar a operacionalização dos GF, compartilhar percepções e identificar possíveis necessidades de ajustes para qualificar a condução dos encontros seguintes. O material coletado foi registrado em áudio e todo conteúdo foi transcrito utilizando nomes fictícios que remetem apenas à categoria profissional.

No estudo, também foram utilizados dados do Plano Municipal de Saúde 2018-202216, a fim de obter informações referentes à cobertura populacional do município pela ESF.

Os dados qualitativos foram obtidos por meio das transcrições dos GF, de onde foi realizada análise temática de conteúdo proposta por Bardin17, por meio da pré-análise, exploração do material e tratamento dos resultados, inferência e interpretação.

Adotou-se como abordagem teórica o modelo para Avaliação de Políticas de Saúde proposto por Donabedian18 de estrutura-processo-resultado, com objetivo de perceber os fatores pertinentes à qualidade da atenção ofertada a partir do PNH, como descrito no Quadro 1.

Chart 1
Men Prenatal Care practice analysis matrix, ESF - Recife-PE, 2022.

O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro de Ciências Médicas da Universidade Federal da Paraíba, sob parecer de n° 5.012.792/2021, e seguiu os preceitos da Resolução nº 466/2012 do CNS/MS que rege os princípios éticos da pesquisa envolvendo seres humanos19.

Resultados

Dos 102 participantes da pesquisa, a maioria são mulheres (87,2%), com média de 46 anos e variando entre 30 à 60 anos, casadas ou numa união estável (77,5%), branca ou parda (84,3%), com pós-graduação completa (76,5%), principalmente em nível de especialização (65,7%), demonstrando ser satisfatoriamente qualificadas.

A maioria dos respondentes atuam no DS V, sendo 97,1% estatutárias, com média de 13 anos de atuação na ESF em Recife, onde 33,3% trabalham entre 11 e 15 anos na atual USF, garantindo assim oportunidade de vínculo entre a equipe e a comunidade.

Quando questionados sobre a prática da estratégia PNH, aproximadamente 60% afirmam ser atuantes. A seguir, serão apresentados os resultados de acordo com as dimensões propostas.

Dimensão Estrutura

Na dimensão estrutura do Quadro 2, em relação aos recursos humanos, observa-se uma convergência da fala apresentada com o dado de que 60,8% dos participantes do estudo não tem equipe completa, sendo a maior parte da carência referente ao profissional ACS (47,1%). Em 2017, a cobertura populacional estimada pela AB no município foi de 73%, sendo 58% por eSF e 14,5% por equipes de ACS14. Isso é apontado pelos trabalhadores como uma dificuldade para inserção do homem no pré-natal.

Chart 2
Structure, Work Process, and Impact of the Men’s Prenatal Care Strategy, ESF - Recife-PE, 2022.

Para os 61 participantes do estudo que afirmaram ser atuantes na estratégia PNH, grande parte da utilização dos recursos materiais se dá na disponibilidade de imunobiológicos (47,5%) e realização de exames de rotina (59%). A maioria (88,5%) refere dificuldade na disponibilização de material educativo para os profissionais e para comunidade, dificultando a divulgação e formação para o cuidado.

Dimensão Processo

Na dimensão processo, quanto a gestão, planejamento e desenvolvimento da inserção do homem na rotina do pré-natal, percebe-se nas falas apontadas no Quadro 2, a variação entre os profissionais que sempre solicitam a presença dos homens no acompanhamento do pré-natal e os que afirmam não lembrar com frequência do convite, apontando para uma estratégia que ainda não está incluída no fluxo do cuidado pré-natal das USF. É comum a busca dos parceiros apenas em caso de alteração em exames que revelam presença de IST nas gestantes, em ações pontuais, ou por iniciativa da comunidade, sugerindo ser importante o perfil do trabalhador e o estímulo envolvido no processo.

É comum a fala do primeiro contato associado a presença do homem no pré-natal feminino e a partir de então são realizados os agendamentos para consultas ou procedimentos necessários. É frequente também o relato da ida masculina não ser contínua em todo pré-natal, limitando sua presença apenas para realização de procedimentos, havendo inclusive relato de companheiros que não retornam para sua realização, e dos que enviam resultados de exames pelas gestantes para serem avaliados pelo profissional médico, perpetuando a ideia do cuidado centrado no profissional.

Os trabalhadores afirmam que a sociedade recebe com estranheza um cuidado pré-natal voltado para quem não tem função biológica de gestar, explicitando a carência de informações sobre a estratégia. Apenas um profissional referiu realizar discussão de sala de situação com a comunidade, trazendo dados referentes à saúde do homem:

Eu acho que a pessoa que pensou, que planejou essa estratégia, foi muito infeliz na escolha desse nome! Isso é um dificultador enorme!...Como é que faz isso? Vivemos numa sociedade machista! É estranho pra nós, imagina na comunidade? (Cirurgião-dentista E).

Dentre os participantes do estudo, a adesão e comprometimento de toda eSF são relevantes para o desenvolvimento das ações. Em relação ao apoio da gestão municipal, trouxeram a importância da responsabilidade partilhada entre trabalhadores e gestão no quesito de maior divulgação e formação para o cuidado. A fala apresentada no Quadro 2, sugere um certo distanciamento da gestão no sentido de fortalecer a estratégia ao longo do tempo.

Em relação à utilização de protocolos clínicos e técnicos, um pouco mais da metade dos participantes afirmou conhecer o Guia de PNP para profissionais da saúde, embora 64% referir nunca ter participado de alguma formação relacionada à PNAISH. Já 69% dos participantes não conhecem o Guia para ACS. As falas nos GF reiteram as afirmações de profissionais que não receberam qualquer tipo de formação para atuar na estratégia PNH. Os que referiram ter participado de alguma formação, pensam ter sido realizada no período de implantação da estratégia no município.

Ao responder sobre as práticas recomendadas no Guia de PNP, instrutivo que apresenta um protocolo técnico para profissionais da saúde, percebe-se que suas instruções têm sido observadas, como mostra a Tabela 1, mesmo que 50% dos respondentes tenham referido não o conhecer.

Tabela 1
Distribuição das práticas recomendadas no guia do PNP realizadas nas USF em que trabalham os profissionais respondentes da ESF - Recife-PE, 2022.

Quando questionados sobre alguma prática relacionada ao PNH ter sido modificada devido à pandemia da COVID-19, pouco mais da metade dos trabalhadores responderam que não (53%), como destaca a fala no Quadro 2, incluindo nesse percentual os que já não eram atuantes na estratégia. Dentre os que afirmaram ter havido modificações, a restrição aos acompanhantes nas USF foi a principal alteração e a que mais teve influência no seguimento do programa (19,4%), seguida igualmente pela redução no quantitativo de consultas e realização de exames, e atividades em grupo (6,12%), partilhando com a opinião de alguns trabalhadores nos GF de que a estratégia foi preterida na ocasião.

Dimensão Resultado

Na dimensão resultado, em relação ao acesso dos homens nas USF para serem cuidados, um número considerável (69%) dos respondentes afirmou que os homens participam de algumas atividades referentes ao pré-natal de suas parceiras, mas com pouca frequência (72,5%). A maioria refere dificuldade relacionada às atividades laborais (52,6%) e 31% às questões culturais, dificultando a acessibilidade pela não compreensão da sociedade sobre o papel do homem gestar, como observado nas falas do GF no Quadro 2.

Quanto às questões trabalhistas, foram pontuadas também nos GF, possibilidades para facilitar o acesso masculino às atividades das USF, como descrito:

Um tempo atrás, tinha uma história de um atendimento à noite para o homem. E isso melhorou muito a vinda deles. Aproximou mais eles da equipe. Quando tinha o atendimento noturno, a demanda era grande e eles ficavam felizes! (Médico D).

Em relação a disponibilidade da estratégia, as equipes referem acolher bem os homens que comparecem às USF em companhia de suas parceiras. Porém, foi observado que algumas vezes eles não são percebidos por todos os profissionais e até mesmo pela sociedade, sendo enfatizada a importância de aumentar a visibilidade da política.

Para maioria dos trabalhadores que participaram do estudo, a estratégia instituída no município em 2015 precisa ser mais divulgada entre os profissionais e a sociedade para que tenha a disponibilidade e o alcance necessário. Algumas sugestões são apontadas para melhorar a implementação e fortalecimento do PNP, incluindo a necessidade de ser campanha do governo federal, sendo construído um programa mais atuante, com envolvimento da gestão e trabalhadores na realização de ações de inclusão do homem nesse cuidado.

Na categoria relação terapêutica, observa-se nas falas, que a partir do pré-natal feminino alguns homens têm se aproximado das USF, estabelecendo vínculo com a eSF, proporcionando continuidade do cuidado e colaborando com a melhoria da qualidade nas relações familiares.

Em relação a resolutividade da estratégia PNH, é observada dificuldade na adesão desse público no cuidado da sua saúde, seja pelo estranhamento do nome Pré-natal e dissociação da relevância do envolvimento do homem na gestação, muitas vezes resultante do machismo com forte influência na sociedade, ou até mesmo pelas dificuldades dos profissionais.

Alguns relatos apontaram que a eSF acaba focando mais na gestante, deixando de lado esse envolvimento do parceiro. Isso mostra a dificuldade de efetivar a política, sendo destacado no Quadro 2 que quando os homens são envolvidos, os resultados são muito bons, além de apoiar a chegada da criança na família, também são cuidados e incluídos nas atividades de promoção, prevenção, diagnóstico e tratamento.

Quando questionados quanto ao que facilitaria o desenvolvimento das práticas do PNH, cerca de 22% dos participantes da pesquisa afirmam que a maior influência para a adesão masculina está relacionada à compreensão do cuidado por parte dos parceiros e da sociedade. Há também uma tensão entre saber orientar a comunidade sobre um cuidado desconhecido, que depende além da vontade masculina, de variáveis relacionadas ao sustento financeiro da família e às questões culturais.

A Matriz de Avaliação desenvolvida pelo estudo, permitiu identificar as principais potencialidades e dificuldades citadas pelos trabalhadores sobre a estratégia (Quadro 3).

Quadro 3
Principais potencialidades e dificuldades da estratégia PNH, ESF - Recife-PE, 2022.

Discussão

Achados do estudo mostram que o PNH em Recife, embora aceito como excelente estratégia pelos trabalhadores, encontra resistência que perpassa questões estruturais e culturais, dificultando a proposta de oportunizar facilitação ao acesso às ações e serviços de assistência integral à saúde masculina. Em outros locais do Brasil, também é uma estratégia pouco consolidada, onde os profissionais possuem algum conhecimento sobre o PNP, reconhecem seus benefícios, entretanto encontram dificuldades para efetivá-lo20.

As dificuldades mais apontadas para condução da estratégia pelas eSF foram: falta de material informativo (instrutivo e para divulgação); processo de trabalho descontínuo, ferindo a sustentabilidade do cuidado; e falta de ações intra e intersetoriais capazes de ampliar na sociedade a relevância do cuidado proposto. Isso faz com que o PNH não permita uma maior relação entre as PNAISH com a da Mulher, onde as ações de pré-natal não dialogam naturalmente com ações para promoção da saúde masculina, desvirtuando a noção de integralidade21.

Outro dificultador observado para ampliação das ações relacionadas ao cuidado, é a cobertura insuficiente da ESF no município. A adequação do número de eSF completas por habitante remete um componente estrutural indispensável e está fortemente atrelada ao melhor desempenho da clínica ampliada e à corresponsabilização dos trabalhadores pelos usuários22.

Quanto aos recursos materiais, seja educativo ou assistencial, disponibilizá-los é de responsabilidade da gestão municipal. Isso foi uma dificuldade pontuada, que implica na não consolidação da estratégia, pois a fragilidade da infraestrutura e insumos, além de comprometer o desenvolvimento e a qualidade das ações na AB, levam a insatisfação dos profissionais e limitam as potencialidades de ampliar as ações na perspectiva da reorganização das práticas e do modelo de atenção à saúde23.

Problemas observados na dimensão estrutural da estratégia do PNP estão relacionadas às recentes mudanças nas políticas federais para a AB, envolvendo desmonte das equipes da AB e NASF, com prioridades voltadas para demanda espontânea, cobertura e financiamento atrelados ao cadastramento, enfoque no cuidado individual e consequente enfraquecimento do olhar territorial comunitário24. Essas políticas de contrarreforma25 na AB, impactam diretamente na avaliação do PNH, visto que o cuidado com foco da universalidade, na perspectiva comunitária e da atenção territorializada passa a não ser mais prioridade das eSF, e o que se observa é o fortalecimento da clínica biomédica, pautada em indicadores do financiamento (que não incluem Saúde do Homem), distante da promoção da saúde.

As falhas encontradas na estrutura comprometem o processo de trabalho quando não existem trabalhadores suficientes e qualificados para seu bom desenvolvimento. Sendo assim, o estudo mostra que a maioria dos homens são inseridos no programa quando há presença ou iminência de IST, reproduzindo o olhar pautado na doença, com uma perspectiva curativista, focada na saúde da mãe e da criança26.

O machismo estrutural foi um aspecto muito abordado nos GF como limitante para inserção masculina no pré-natal. Levanta-se aqui a questão de que o pensamento do casal gestar, pode não estar intrínseco no entendimento dos profissionais, refletindo essa construção para comunidade27. Revela-se assim, a necessidade de educação permanente atuante, com a finalidade de qualificar as práticas profissionais e a própria organização do trabalho, voltada para o cuidado integral dos homens28.

Para tanto, é preciso que os trabalhadores conheçam profundamente a estratégia e assim incorporem a proposta em seu rol de ações. Cabe aqui elencar a necessidade de ampliar o olhar para as necessidades masculinas desde a formação profissional27. É importante que toda equipe seja estimulada, conhecedora e praticante do protocolo técnico estabelecido no Guia de PNP, e esteja engajada no processo, para que a presença dos homens não se reduza a ser apenas ouvinte da assistência prestada à mulher29.

A melhor fluidez do desenvolvimento da estratégia associada ao comprometimento de toda equipe na construção do cuidado integral está diretamente relacionada ao clima de equipe e satisfação no trabalho30. Haverá maior contentamento no trabalho, com o ambiente físico e com as relações hierárquicas, quanto melhor for o clima referente aos objetivos da equipe e orientação para as tarefas. Daí a importância de uma gestão mobilizadora, que acompanhe e divulgue indicadores de monitoramento como instrumento técnico útil, factível e de fácil entendimento, possibilitando compreensão dos marcadores ideológicos da política e assim, avaliação do seu avanço ou retrocesso31.

Se tratando do enfrentamento à pandemia da COVID-19, a AB se organizou norteada por 4 eixos: vigilância em saúde nos territórios; atenção aos usuários com COVID-19; suporte social a grupos vulneráveis; e continuidade das ações próprias da AB. Os trabalhadores precisaram se reinventar e lançar mão de artifícios tecnológicos para assistência de modo remoto, visando reduzir a circulação das pessoas nas USF32. Mesmo no contexto da pandemia, o pré-natal feminino foi mantido de modo presencial no município, porém foi recomendado a restrição ao acompanhante nas USF33, o que dificultaria ainda mais a adesão masculina às ações do PNH.

Considerando a intenção do PNP ser uma estratégia para ampliação da promoção do cuidado à saúde dos homens5, as características da prática observada neste estudo revelam alcance limitado diante do esperado pelo cuidado. A dimensão resultado apresenta uma estratégia com pouca resolutividade, principalmente pela dificuldade de acesso por questões trabalhistas, sendo o horário de funcionamento das USF comum às atividades laborais masculinas. O medo de se ausentar do trabalho pela vulnerabilidade da perda do emprego e instabilidade financeira é um achado comum em outros países34,35.

Com a intenção de ampliar o acesso, desde 2013, Recife vem implementando um modelo nominado como “Upinha 24 horas” que associa as atividades da AB a um horário estendido para consultas e situações de urgências (turno noturno) em algumas USF, podendo ser utilizado como artifício para o cuidado. No entanto, não foi relatado aumento da demanda dos parceiros por este motivo na USF com essa característica. No turno diurno, as horas que excedem das USF tradicionais não são suficientes para acolher as pessoas que trabalham em turno convencional devido aos problemas de mobilidade da cidade, e a longitudinalidade do cuidado fica comprometida por ter nos plantões noturnos e fins de semana uma escala com plantonistas que não são necessariamente da sua eSF36.

As questões culturais, onde o homem forte e provedor só se permite buscar o serviço de saúde por motivo de doença, são apontadas como barreiras no acesso aos serviços. Esse modelo de masculinidade contribui para o não interesse no autocuidado e no cuidado para com o outro37. A frase com entonação própria: “Oxe, e eu tô grávido é?” representa bem esse contexto de desmotivação pelo cuidar, além de demonstrar total desconhecimento da estratégia. Esse envolvimento do homem com o período pré-natal é um estímulo à mudança dessa perspectiva38, sendo que no Brasil ainda é encontrado barreiras culturais e institucionais que impedem os homens de efetivar seu direito, ao passo que em países mais desenvolvidos, a maioria dos parceiros tem essa ciência e estão presentes no pré-natal39.

Sendo assim, é extremamente necessário um trabalho conjunto entre gestão municipal/nacional, trabalhadores da saúde e sociedade organizada no sentido de romper paradigmas que dificultam a adesão masculina às ações e serviços voltados para promoção e atenção à sua saúde, tornando a estratégia mais disponível para a sociedade. Como exemplo, tem-se a própria legislação que permite ausência de apenas 2 dias no trabalho sem prejuízo do salário, para acompanhar consultas médicas e exames no período de gravidez da companheira40.

Observa-se neste estudo, situações na ESF que corroboram com Moreira et al.41, tais como a habilidade do vínculo ser um elemento promotor ou de cuidado à saúde, e trazer a saúde sexual e reprodutiva e a promoção da paternidade responsável como linhas para ações de saúde, ainda que limitada a um ckeck up ou a alguma intervenção para quebra da transmissão de ISTs. É importante que, por meio da transversalidade das políticas e integralidade das ações, haja fortalecimento de práticas efetivas para promoção da saúde e não mero cumprimento de agenda da política, sem consolidação.

Pontua-se como limitações do estudo: dificuldade para avaliar estrutura e alguns processos pelo método proposto devido a necessidade de coleta de mais dados; a não permissão para entrevistar os trabalhadores em um dos oito DS do município; parte da coleta restrita ao modo remoto devido a situação de pandemia da COVID-19; e o estudo ter sido realizado apenas com trabalhadores da equipe mínima da ESF, considerando ser importante representatividade da gestão municipal e dos usuários dos serviços.

Apesar das limitações apontadas, foi possível reconhecer que mesmo a estratégia Pré-Natal do Homem sendo o desdobramento da assistência já prestada às gestantes, encontra percalços limitantes para sua sustentabilidade, principalmente por grande dificuldade em ações intra e intersetoriais que levam à equidade e autonomia. No cotidiano das equipes, segundo os participantes do estudo, identifica-se que para ter uma estratégia mais resolutiva é necessário intensificar ações voltadas para educação em saúde, permanente, revisão de rotinas e fluxos com vistas à integralidade do cuidado. Para isso, é importante que as políticas de desmonte da AB sejam revistas, que seja fortalecido seu caráter voltado para promoção e prevenção da saúde construído sob responsabilização entre a comunidade e uma equipe multiprofissional capaz de efetivar a clínica ampliada.

As contribuições deste trabalho incluem proporcionar maior visibilidade para uma estratégia potente que oportuniza cuidado e promoção da saúde para parte da população masculina que não chega na USF por estar adoecida, e apontar possíveis caminhos para aprimoramento da estratégia.

Agradecimentos

Agradecemos à Secretaria de Saúde de Recife por permitir a realização do estudo em seu território, à Coordenação de Saúde do Homem pelo intenso apoio no desenvolvimento de todo o estudo e aos participantes da pesquisa pela colaboração na coleta dos dados.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    31 Jul 2023
  • Data do Fascículo
    Ago 2023

Histórico

  • Recebido
    30 Out 2022
  • Aceito
    17 Abr 2023
  • Publicado
    03 Maio 2023
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