Open-access Associação entre Temperamento e o Uso de Práticas da Medicina Alternativa e Complementar

Association between temperament and the use of Complementary and Alternative medicine practices

Asociación entre temperamento y uso de prácticas de Medicina Alternativa y Complementaria

Resumo

Trata-se de um estudo brasileiro, transversal, mediado pela Internet com o objetivo de descrever como diferenças temperamentais associam-se ao uso de oito práticas de medicina alternativa e complementar (MAC): ioga, meditação, reiki, acupuntura, massagem, tai chi chuan, homeopatia e floral. A amostra foi composta por 22.415 indivíduos, sendo 69,5% mulheres, com idade média de 28,8 anos (DP = 9,1). As práticas mais utilizadas foram massagem e ioga e as variáveis sexo, idade, renda e diagnóstico psicopatológico ao longo da vida associaram-se a todas as práticas, exceto com tai chi chuan. Análise inferencial se baseou em modelo de regressão logística e os resultados foram calculados com base na razão de chances com intervalo de confiança de 95%. Observou-se que manifestações adaptativas de traços e de tipos psicológicos, associaram-se a maiores chances de praticar MAC. Resultados sugerem que perfis com maior regulação emocional tendem a utilizar mais frequentemente MAC e, possivelmente, obter benefícios.

Palavras-chave: terapias complementares; práticas integrativas e complementares; medicina complementar; diferenças individuais; temperamento

Abstract

The present study is a cross-sectional web-based survey conducted in Brazil aiming to describe how individual differences in temperament traits and types could predict the use of the following eight categories of complementary and alternative medicine (CAM): yoga, meditation, reiki, acupuncture, massage, tai chi chuan, homeopathy, and flower remedies. The sample consisted of 22,415 individuals, 69.5% of whom were women, with a mean age of 28.8 years (SD= 9.1). The most commonly used practices were massage and yoga and the variables sex, age, income, and psychopathological diagnosis throughout life were associated with all practices, except tai chi chuan. The inferential analysis relied on logistic regressions and results were calculated based on the odd ratios with 95% confidence intervals. Adaptive manifestations of psychological traits and types were associated with greater use of complementary and alternative medicine practices. Results suggested that profiles with greater emotional regulation tend to use CAM more frequently and possibly obtain benefits.

Keywords: complementary therapies; complementary and integrative practice; complementary medicine; individual differences; temperament

Resumen

Se trata de un estudio brasileño, transversal, mediado por Internet, con el objetivo de describir cómo las diferencias temperamentales se asocian con el uso de ocho prácticas de medicina alternativa y complementaria (MAC): yoga, meditación, reiki, acupuntura, masaje, tai chi chuan, homeopatía y floral. La muestra estuvo compuesta por 22.415 individuos, de los cuales 69,5 % eran mujeres, con una edad media de 28,8 años (DS= 9,1). Las prácticas más utilizadas fueron el masaje y el yoga, y las variables sexo, edad, renta y diagnóstico psicopatológico a lo largo de la vida se asociaron a todas las prácticas, excepto al tai chi chuan. El análisis inferencial se basó en un modelo de regresión logística y los resultados se calcularon con base en la odds ratio con un intervalo de confianza del 95 %. Se observó que las manifestaciones adaptativas de rasgos y tipos psicológicos se asociaron con mayores posibilidades de practicar MAC. Los resultados sugieren que los perfiles con mayor regulación emocional tienden a usar MAC con mayor frecuencia y, posiblemente, obtienen beneficios.

Palabras clave: Terapias Complementarias; Prácticas Integradoras y Complementarias; Medicina Complementaria; Diferencias Individuales; Temperamento

Introdução

Medicina Alternativa e Complementar (MAC) ou terapias não alopáticas podem ser definidas como práticas, técnicas e produtos que visam a prevenção de doenças e a promoção de bem-estar por meio da aplicação de saberes ancestrais e/ou tribais que fazem uso de recursos individuais, comunitários, culturais e espirituais de enfrentamento (Caldwell et al., 2016; Votto & Carvalho, 2019; World Health Organization [WHO], 2013). Além disso, essas terapêuticas, frequentemente, agenciam aproximações holísticas sobre o corpo humano e sobre a dinâmica saúde-adoecimento (Brasil, 2015).

O termo “MAC” está associado a duas formas pelas quais suas práticas podem ser abordadas: terapias alternativas ou complementares (Nahin, Dahlhamer, & Stussman, 2010; WHO, 2013). A primeira ocorre quando se substitui tratamentos alopáticos por uma ou mais abordagens alternativas. A segunda sucede sempre que uma ou mais terapias são utilizadas de modo complementar às terapias convencionais. No sistema público de saúde brasileiro, a MAC é enfatizada como complementar e objetiva promover saúde e bem-estar (Brasil, 2015).

A utilização de MAC em políticas públicas de saúde é baseada em três argumentos. O primeiro está relacionado a evidências de eficácia e efetividade no tratamento de determinadas condições de saúde (Balasubramaniam, Telles, & Doraiswamy, 2013; Caldwell et al., 2016; Kamali, Panahi, Ebrahimi, & Abbasi, 2014; Kligler et al., 2018) e em melhorar indicadores de adesão ao tratamento principal (Sharma, Barrett, Cucchiara, Gooneratne, & Thase, 2017). O segundo associa-se ao excelente custo-benefício de implementação dessas práticas, além de que são normalmente aceitas pelas pessoas da comunidade (Chaves et al., 2017; Kooreman & Baars, 2012). O terceiro é por serem amplamente utilizadas ao redor do mundo, possibilitando sistemas de monitoramento em nível mundial e assim aperfeiçoar políticas públicas com base em evidências (Bishop & Lewith, 2010; Brasil, 2015; Leach, Canaway, & Hunter, 2018; Nahin et al., 2010; Sarris, Goncalves, Robins Wahlin, & Byrne, 2011; Sirois & Purc-Stephenson, 2008; Thomson, Jones, Browne, & Leslie, 2014; World Health Organization [WHO], 2019).

Diferenças individuais de temperamento podem desempenhar um papel fulcral na aceitação e na adesão em relação a MAC. Nesse sentido, evidências indicam que diferenças de temperamento tem se mostrado relevantes em diferentes âmbitos da experiência humana, em particular no que tange à dinâmica entre o bem-estar e o adoecimento (Bock et al., 2020; Ferreira, Ignachewski, & Carvalho, 2016).

Temperamento pode ser definido como um número limitado de dimensões psicobiológicas das diferenças individuais que explicam a base emocional do humor, da motivação, da cognição e da conduta, além de funcionarem como um eixo elucidativo da relação entre personalidade e psicopatologia (Clark, 2005; Lara, Bisol, et al., 2012; Lara, Ottoni, Bisol, & Carvalho, 2015). Pesquisas apontam que variáveis de temperamento são construtos relevantes na predição de padrões gerais de adaptabilidade psicossocial (Carvalho et al., 2015; Gracia, Lara, Ottoni, & Araújo, 2020; Lara, Bisol et al., 2012). Portanto, é presumível que variáveis de temperamento também possam estar associadas ao uso de práticas da MAC, contudo, essa interação é incipientemente investigada.

Para avaliar a relação entre uso de MAC e variáveis de temperamento, utilizou-se do Modelo de Temperamento Afetivo e Emocional (AFECT). Esse é um modelo psicométrico que integra traços (temperamentos emocionais) a tipos globais (temperamentos afetivos). Os traços do modelo AFECT se organizam em nove dimensões: vontade (energia e emoções positivas), desejo (motivação apetitiva), raiva (intensidade e agressividade), inibição (medo e cautela), ansiedade (ansiedade e estresse), controle (autorregulação e atenção), coping (resiliência emocional), sensibilidade (reatividade ao estresse) e estabilidade (tendências a flutuações de humor). Diferentes composições das manifestações desses traços resultam em doze categorias de temperamento afetivo que são organizadas em quatro grupos: tipos estáveis - eutímico, hipertímico e obsessivo; tipos instáveis - volátil, disfórico e ciclotímico; tipos internalizados - depressivo, apático e ansioso; e tipos externalizados - eufórico, desinibido e irritável (Lara, Bisol et al., 2012; Lara et al., 2015).

Escala de Temperamento Afetivo e Emocional (Affective and Emotional Composite Temperament Scale - AFECTS) operacionaliza o modelo AFECT, é autoaplicável e composta por 62 itens ao total. Esses são divididos em duas sessões, uma emocional com 48 itens e a outra afetiva com 12 itens. Além destes, há mais dois itens que avaliam como o indivíduo percebe as vantagens e problemas do temperamento. Os escores obtidos por meio da aplicação da AFECTS apresentaram excelentes graus de validade e confiabilidade em amostras erigidas a partir da população geral e coletadas por intermédio da Internet (Lara et al., 2012), de entrevistas face a face (Carvalho et al., 2020), assim como em amostras com pacientes ambulatoriais e hospitalizados (Romo-Nava et al., 2015; Castro, Baroni, Martins, Palmini, & Bisol, 2018).

Essa investigação buscou avaliar como as diferenças temperamentais se associam com a utilização de oito tipos de MAC: meditação, ioga, tai chi chuan, acupuntura, massagem, reiki, homeopatia e florais. Com base em achados prévios (Honda & Jacobson, 2005; Sarris et al., 2011; Sirois & Purc-Stephenson, 2008), as relações entre temperamento e o uso de MAC devem ser controladas por variáveis demográficas e clínicas.

Uma hipótese foi erigida: práticas de MAC que requerem engajamento proativo e perseverança (meditação, ioga e tai chi chuan) apresentariam níveis mais elevados de autorregulação e tolerância à frustração (identificadas por escores mais altos em vontade, controle e coping, mais baixos em raiva e inibição e mais prevalência de temperamentos eutímico e hipertímico). O mesmo racional não seria aplicável a práticas em que pessoas têm uma posição mais receptiva (florais, massagem e reiki). Assim, o presente manuscrito visa a entender as associações entre variáveis de temperamento e MAC de modo específico por tipo de prática e em geral.

Método

Procedimento e Amostra

Trata-se de um estudo transversal, mediado pela Internet, cujos dados derivam de uma investigação mais ampla denominada de Brazilian Internet Study on Temperament and Psychopathology (BRAINSTEP) (Lara et al., 2012). O BRAINSTEP tem como objetivo avaliar as relações entre construtos psicossociais, psiquiátricos e biológicos por meio de um sistema online de coleta de dados e é composto por uma seção psicológica e outra psiquiátrica. A primeira compila dados sociodemográficos, de temperamento (AFECTS), experiências traumáticas, uso de substâncias psicoativas, hábitos e crenças. A segunda avalia a presença de sintomas psicopatológicos, o histórico de uso de terapêuticas e variáveis biológicas relacionados a desfechos de saúde (Lara et al., 2012). A participação foi motivada pela oferta de um perfil temperamental e de humor com dicas de estratégias de enfrentamento imediatamente após a conclusão de cada sessão do sistema e o protocolo da pesquisa amplamente divulgado em mídias locais e nacionais.

A amostra final foi composta por 22.415 indivíduos que completaram a fase psicológica, responderam corretamente aos itens que avaliavam viés atencional e de honestidade e com idade a variar entre os 18 e os 60 anos (média = 28,8 anos, DP = 9,1). A Tabela 1 detalha características da amostra e a frequência de usuários e não usuários de MAC em cada prática avaliada.

Tabela 1
Características Demográficas da Amostra

Aspetos Éticos

O protocolo do BRAINSTEP foi aprovado pelo Comitê de Ética do Hospital São Lucas (nº 24907813.10000.5336). O termo eletrônico de consentimento livre e esclarecido foi elaborado com base nos requisitos do Conselho Nacional de Saúde do Brasil (Resolução 196/1996) e o Código de Ética da Associação Médica Mundial foi cumprido. A participação foi anônima e voluntária, sendo possível o cancelamento a qualquer momento. Os dados de identificação foram enviados por uma conexão segura e criptografada e seu armazenamento protegido. O endereço de e-mail foi codificado para garantir o anonimato, impossibilitando qualquer identificação.

Instrumentos

Dados sociodemográficos foram coletados por meio de um questionário com perguntas sobre idade, sexo, etnia, nível de escolaridade e renda.

Temperamento foi avaliado por meio da versão eletrônica da AFECTS (Lara et al., 2012). Trata-se de um inventário de autopreenchimento organizado em duas sessões, denominadas de seção emocional e afetiva. A seção emocional é constituída por nove subescalas dimensionais (vontade, desejo, raiva, inibição, ansiedade, controle, estabilidade, sensibilidade e coping) com 68 itens ao total, cujas respostas são mensuradas em uma escala bipolar com 7 pontos. Nesse estudo, os escores da AFECTS foram codificados em cinco categorias: muito baixo, baixo, médio, alto e muito alto. A sessão afetiva consiste em doze itens de escolha que oferecem uma breve descrição de doze temperamentos afetivos globais ou tipos psicológicos (depressivo, ansioso, apático, irritável, desinibido, eufórico, ciclotímico, disfórico, volátil, eutímico, obsessivo e hipertímico). O participante deve assinalar a descrição que mais se aproxima do próprio estilo de temperamento.

O Inventário de Comportamento e Estilo (Lara et al., 2012) é um questionário para investigar hábitos e preferências do indivíduo. Este incluí questões sobre a frequência de utilização das seguintes práticas de MAC: meditação, ioga, tai chi chuan, massagem, reiki, acupuntura, homeopatia e floral. As respostas foram medidas em uma escala ordinal com quatro possibilidades: nunca fiz, fiz algumas vezes, faço com certa regularidade e faço regularmente. Todavia, para fins de análise dos dados, recodificou-se em duas categorias, colapsando “nunca fiz” com “fiz algumas vezes” e “faço com certa regularidade” com “faço regularmente”.

Análise Estatística

A análise dos dados foi realizada no software Stata, versão 13.1 (Stata Corp., College Station, Estados Unidos). Análises univariadas de frequência (absolutas e relativas) foram computadas para descrever as variáveis de interesse desse estudo (Tabela 1 e 2). Análises inferenciais basearam-se em modelos de regressão logística, cujos resultados foram expressos em termos de razão de chances e intervalo de confiança 95% (Figuras 1, 2 e 3). Nos modelos inferenciais, as categorias fixadas como base de referência foram os escores “muito baixo” para temperamentos emocionais e o tipo eutímico, para temperamentos afetivos. Essas escolhas se justificaram pelas seguintes razões: a menor expressão do traço permitiria comparações diretas com expressões mais elevadas, facilitando a interpretação dos dados e o tipo eutímico é a variável temperamental prototípica do conceito de saúde/bem-estar, possibilitando a comparação com manifestações menos adaptativas.

Tabela 2
Usuários de MAC e Características Demográficas
Figura 1
Temperamento emocional e práticas complementares.

Os dados são apresentados com IC 95%.

Nota. MB = muito baixo; B = baixo; M = moderado; A = alto; MA = muito alto. (A) = Vontade; (B) = Desejo; (C) = Raiva; (D) = Inibição; (E) = Ansiedade.


Figura 2
Temperamento emocional e práticas complementares.

Os dados são apresentados com IC 95%.

Nota. MB = muito baixo; B = baixo; M = moderado; A = alto; MA = muito alto. (F) = Controle; (G) = Estabilidade; (H) = Sensibilidade; (I) = Coping.


Figura 3
Temperamento afetivo e práticas complementares.

Os dados são apresentados com IC 95%. Temperamento eutímico é a base de referência.

Nota. (A) Tipos estáveis; (B) Tipos instáveis; (C) Tipos internalizados; (D) Tipos externalizados.


Foram consideradas diferenças significantes aquelas em que os intervalos de confiança não se sobrepuseram e com valor de p ≤ 0,05.

Resultados

Uso de MAC e Dados Sociodemográficos

Análises exploratórias revelaram que as categorias idade, sexo, renda e diagnóstico psiquiátrico estavam associadas (p < 0,05) às práticas de ioga, meditação, acupuntura, reiki, massagem, homeopatia e florais, mas não com a prática de tai chi chuan (p = 0,102). Na comparação entre as características sociodemográficas de usuários e não usuários de MAC, percebe-se uma tendência de maior utilização por indivíduos que se identificavam como mulheres, a partir de 48 anos de idade, com uma renda mensal acima de R$10.000,00 e com alto risco para transtorno mental (Tabela 2).

Temperamento Emocional e Práticas de MAC

Os escore de vontade (Figura 1A) mostraram associações que, quanto mais elevado o escore, maior a chance de envolvimento com qualquer uma das práticas avaliadas (p < 0,001). A exceção foi com a prática de tai chi chuan, cuja relação se mostrou não linear: sujeitos com escores médios de vontade não apresentaram associações com a prática, porém os indivíduos com níveis baixos, altos e muitos altos, sim.

Os escores de desejo (Figura 1B) apontaram associações com relação ao uso de massagem: fazer massagem se mostrou positivamente relacionado aos diferentes graus de expressão de desejo. E indivíduos com escores médios de desejo têm chance reduzida de utilizar homeopatia (p = 0,004).

Os participantes com escores de raiva (Figura 1C) muito altos, têm reduzidas chances de utilização de ioga (p < 0,001), reiki (p = 0,003) e homeopatia (p < 0,001). Já os indivíduos com escores médios, altos e muito altos têm menos chances de envolvimento com meditação (p < 0,001) e tai chi chuan (p = 0,013).

Os escores de inibição (Figura 1D) mostraram associações negativas com o uso de massagem (p < 0,001), ioga (p < 0,001), acupuntura (p = 0,001) e tai chi chuan (p = 0,001), com maior tamanho de efeito em relação a expressões alta e muito alta de inibição. A massagem se mostrou menos provável conforme o crescimento dos escores da escala de inibição, a meditação se mostrou menos provável a partir de escores médios até muito altos. Os sujeitos com escores altos e/ou muito altos de inibição também reduziam as chances de envolvimento com reiki, acupuntura e tai chi chuan.

Indivíduos com escores muito altos na escala de ansiedade (Figura 1E) apresentaram associação negativa com ioga, reiki e homeopatia (p < 0,001). Escores médios a muito altos também se mostram negativamente associados ao uso de massagem e meditação (p < 0,001) e escores altos e muito altos com menores chances de uso de tai chi chuan (p < 0,01).

Os escores de controle (Figura 2F) exibiram associações positivas com uso de meditação (p = 0,005) e massagem (p < 0,001) de maneira quase linear. Associações positivas também foram encontradas entre participantes com altos escores de controle e com uso de reiki e florais (p = 0,01).

Os escores de estabilidade (Figura 2G) associaram-se positivamente ao uso de meditação (p < 0,001), massagem (p < 0,001) e homeopatia (p < 0,001). Indivíduos com escores baixos, médios e altos na escala de estabilidade também se mostraram associados ao uso de florais (p < 0,001) e reiki (p = 0,005).

Os escores de sensibilidade (Figura 2H) associaram-se negativamente em relação à massagem (p < 0,001) em pontuações que variavam entre escores médios a muito altos. Indivíduos com escores altos e muito altos (p < 0,001) e muito altos (p < 0,01) reduziram as chances de envolvimento com meditação e tai chi chuan, respectivamente.

Os escores de coping (Figura 2I) apresentaram associações significativas com todos os tipos de MAC (p < 0.001). Entre os praticantes de ioga (p = 0,005) e tai chi chuan (p = 0,003), as associações foram significativas apenas para os sujeitos com escores altos e muito altos, respectivamente.

Temperamento Afetivo e MAC

Tendo em conta que o perfil afetivo eutímico foi a base de referência, nota-se que este apresentou maiores chances de envolvimento com as práticas de MAC em, pelo menos, uma das modalidades avaliadas quando comparada aos outros tipos de temperamento (p < 0,05), com exceção dos perfis eufórico e desinibido (Figura 3).

Indivíduos com temperamento obsessivo tiveram uma tendência maior a se envolver mais com florais e menos com massagem, enquanto os participantes com temperamento hipertímico apontaram uma tendência a se envolver mais com massagem. Já os sujeitos com temperamento volátil propenderam a um menor uso de meditação, reiki, acupuntura, massagem e homeopatia. Os participantes com temperamento disfórico apresentaram um menor uso de reiki e massagem. E os com temperamento ciclotímico tenderam a um menor uso de meditação, reiki, acupuntura, massagem, tai chi chuan e homeopatia.

Os sujeitos com temperamento depressivo apresentaram uma tendência ao uso menos frequente de MAC em geral, com exceção do uso de florais. Indivíduos com temperamento apático associaram-se negativamente à meditação e a massagem. E os com temperamento ansioso mostraram uma tendência a menor utilização de meditação, tai chi chuan, acupuntura, massagem e homeopatia. Por fim, os indivíduos com temperamento irritável tendem a usar menos todos os tipos de MAC, mas mais homeopatia e florais.

Discussão

O presente estudo objetivou investigar as associações entre variáveis de temperamento e o envolvimento com oito práticas de MAC. Os resultados indicaram que pessoas com graus mais elevados de autorregulação, emocionalidade positiva e tolerância à frustração apresentaram maior probabilidade de envolvimento regular com as práticas. Ainda, esses achados são coerentes com os de outras pesquisas (Friedman & Kern, 2014; Menezes et al., 2012; Thomson, Jones, Browne, & Leslie, 2014; Votto & Carvalho, 2019) ao indicar que práticas de MAC estão associadas a bem-estar e regulação emocional.

Os resultados também apontaram que a manifestação de temperamento se manteve semelhante para cada uma das práticas avaliadas. Ou seja, o uso de MAC converge para perfis de temperamento com traços parecidos. Segundo a literatura existente, pode-se considerar que as MAC estariam associadas a uma atitude de curiosidade, abertura a novas experiências de forma geral (Honda & Jacobson, 2005; Metin, Karadas, & Ozdemir, 2019; Sarris et al., 2011; Sirois & Purc-Stephenson, 2008). Além disso, esses achados sustentam a possibilidade de - em futuras pesquisas - utilizar práticas de MAC como um fator geral, e não a partir de práticas específicas.

Massagem, meditação e homeopatia foram as práticas mais utilizadas e tai chi chuan, a com menos praticantes. Esses dados são coerentes com os encontrados por Neto, Faria e Figueiredo (2009) que também as identificou dentre as mais frequentes em uma amostra brasileira. Devido ao baixo número de usuários de tai chi chuan, os dados referentes a essa prática devem ser considerados com cautela. Outra limitação foi não ter avaliado práticas que independem de custos ou de mediação profissional - como benzeção ou chás - que são os mais frequentes na população (Neto, Faria, & Figueiredo, 2009).

Em concordância com outras pesquisas, mulheres se mostraram mais propensas a utilizar a MAC do que homens (Honda & Jacobson, 2005; Neto et al., 2009; Thomson et al., 2014). Esses dados corroboram o fato de que mulheres tendem a buscar com mais frequência e diversidade em modalidades de assistência à saúde (Bishop & Lewith, 2010) e, que gênero, é uma categoria relevante no que tange à saúde coletiva (Botton, Cúnico, & Strey, 2017).

Os dados indicaram que ter mais idade (48 anos ou mais) e renda aumentaram a probabilidade de utilização de MAC. Outros dados brasileiros não encontraram relação entre o uso de MAC e idade (Neto et al., 2009). Em países desenvolvidos (Sarris et al., 2011), o uso de MAC tende a ser mais frequente a partir dos 30 anos. Todavia, as práticas ora avaliadas podem envolver gasto e, portanto, é esperado que pessoas com mais renda as utilizem com maior frequência.

Participantes com alto risco de transtorno mental apresentaram maior frequência de uso de MAC, com exceção de tai chi chuan. Esse achado é coeso com dados que indicam que a utilização de práticas de MAC pode representar meios de enfrentamento ao adoecimento físico e psicológico (Honda & Jacobson, 2005) e de produção de bem-estar (Votto & Carvalho, 2019).

As associações entre os escores de vontade e coping e o uso de MAC se destacaram: associações significantes e ascendentes foram encontradas em relação a todas as práticas avaliadas, com exceção de tai chi chuan. Outros traços adaptativos do temperamento - controle e estabilidade - também mostraram relações significantes e positivas, porém com menor tamanho de efeito e em relação a práticas específicas.

Expressões mais elevadas de vontade e coping descrevem uma experiência subjetiva mais atravessada por afetos positivos e aprendizagem ativa, elementos constitutivos do bem-estar e da resiliência emocional. Escores mais elevados em controle e estabilidade estão mais associados à autorregulação, princípio envolvido em meditação e ioga, por exemplo (Lara, Bisol et al., 2012).

Traços cuja expressão tende a estabelecer relações mal adaptativas e caracterizadas por estados subjetivos desagradáveis - desejo, raiva, inibição, ansiedade e sensibilidade - mostraram-se inversamente associados ao envolvimento com MAC. Tais traços aumentam a probabilidade de experimentar o cotidiano atravessado por emoções de medo, angústia e maior percepção de riscos (Lara, Bisol et al., 2012). Tipos afetivos estáveis, principalmente os tipos eutímico e hipertímico, apresentaram a maior tendência ao uso de MAC e o tipo depressivo, a menor.

Tomadas em conjunto, as referidas associações indicam uma situação possivelmente circular: pessoas com tendências emocionais mais caracterizadas por emocionalidade positiva, bem-estar e autorregulação tendem a se envolver mais com práticas de MAC, cujos benefícios são sentidos com a prática constante (Votto & Carvalho, 2019) e, assim, podem reforçar e até ampliar repertórios emocionais e comportamentais mais protetivos. O oposto também se mostra plausível: expressões associadas a desadaptações psicossociais reduziram a chance de envolvimento constante com MAC, isto é: as pessoas que mais se beneficiariam dessas terapêuticas são as que menos as acessam.

Esses achados ainda corroboram os de outras investigações que mostram que práticas de MAC estão mais associadas à saúde e ao bem-estar do que à patologia (Thomson et al., 2014) e que traços emocionais desempenham um papel importante na saúde e no bem-estar do indivíduo de diferentes maneiras, inclusive pela busca ativa por atividades que ampliam os processos de resiliência (Friedman & Kern, 2014).

O presente estudo tem virtudes relevantes no âmbito da MAC. A amostra é ampla e heterogênea, o que mostra a robustez dos resultados. Estes podem ser relevantes para pensar políticas de acesso à saúde integral em contextos públicos e privados, pois mostra que perfis específicos de temperamento podem ser particularmente propensos a se envolver e, possivelmente, se beneficiar com práticas de MAC.

Esse estudo tem algumas limitações. O desenho transversal não permite inferências do tipo causa-efeito. Há, em pesquisas mediadas pela Internet, uma tendência de hiperamostrar pessoas com renda mais alta e que se identificam como mulheres (Lara et al., 2012). Dessa forma, sugere-se cautela ao generalizar os achados para a população geral.

Nomeadamente, os dados mostraram que expressões de temperamento consideradas mais adaptativas, sobretudo aquelas associadas à emocionalidade positiva e autorregulação (vontade e coping), foram preditores de maior envolvimento com práticas de MAC. Isso indica que o temperamento desempenha um papel importante no que tange à aproximação com MAC e que, portanto, devem ser consideradas no planejamento de políticas de saúde coletiva.

Por fim, salienta-se a relevância desses achados no âmbito da saúde, tendo em vista o conhecimento incipiente sobre a temática. A PNPIC aponta para a prevenção de doenças, a promoção de saúde e o cuidado integral e humanizado do indivíduo (Brasil, 2015) e entender as associações de uso dessas práticas com as diferenças temperamentais é fulcral para delinear estratégias de ação eficazes e fortalecer as MAC no sistema de saúde brasileiro público e privado.

Referências

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Sobre os autores:

  • 1
    Juliana C. Hertzberg é psicóloga pela Universidade Federal de Pelotas, porta o título de mestrado em Educação Especial com ênfase em Intervenção Precoce pela Universidade do Minho, Portugal. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-6785-7592 E-mail: juhertzberg@hotmail.com
  • 2
    Henry B. Antunes é acadêmico do curso de Psicologia pela Universidade Federal de Pelotas. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-0650-4352 E-mail: henryyantunes@gmail.com
  • 3
    Tiago N. Munhoz é psicólogo, especialista em terapia cognitivo-comportamental e atenção psicossocial, porta títulos de mestre em Ciências Sociais, mestre e doutor em Epidemiologia pela Universidade Federal de Pelotas. Atualmente, é professor adjunto no curso de Psicologia da UFPel e dos programas de pós-graduação em Epidemiologia da UFPel e Psicologia da FURG. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-1281-9542 E-mail: tyagomunhoz@hotmail.com
  • 4
    Diogo R. Lara é médico psiquiatra pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e doutor em Ciências Biológicas pela mesma universidade. Foi professor titular da PUCRS no Instituto de Biociências e atualmente é co-fundador do aplicativo de autoconhecimento e terapia guiada Cíngulo. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-6690-9490 E-mail: diogorlara@gmail.com
  • 5
    Hudson W. de Carvalho é psicólogo e mestre em Psicologia do Desenvolvimento pela UFMG e doutor em Psiquiatria e Psicologia Médica pela UNIFESP. Professor adjunto do curso de psicologia da Universidade Federal de Pelotas. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-8360-5053 E-mail: hudson-carvalho@ufpel.edu.br

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    06 Jan 2023
  • Data do Fascículo
    Oct-Dec 2022

Histórico

  • Recebido
    24 Set 2020
  • Revisado
    30 Mar 2021
  • Aceito
    14 Jun 2021
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