RESUMO:
A exposição a ruídos no lazer de adolescentes e jovens adultos tem chamado atenção, dada a repercussão da perda auditiva nessa população. Esse estudo propôs estimar a prevalência de perda auditiva dessa população decorrentes de exposição a ruídos sociais. Foram identificados 17 artigos para análise que atenderam aos critérios de seleção, sobre os quais se observaram informações de: delineamento, faixa etária, localização, modo de avaliação e a prevalência de perda auditiva. Nos estudos autorreferidos, a prevalência foi inferior a 2%, enquanto aqueles que realizam audiometria foi de 11,5 e de 15,8%. Concluiu-se uma heterogeneidade entre a prevalência de perda auditiva autorreferida e a mensurada por exames audiométricos na população pesquisada.
DESCRITORES: Perda Auditiva; Prevalência; Adolescente; Adulto Jovem
ABSTRACT:
Leisure noise exposure in adolescents and young adults has drawn attention, due to the impact of hearing loss in this population. This study aimed to estimate the prevalence of hearing loss in this group as a result of social noise exposure. Seventeen articles that met the selection criteria were analyzed and some pieces of information about them were observed, such as delineation, age, location, assessment mode, and prevalence of hearing loss. The prevalence in the self-reported studies was less than 2%, while those carrying out audiometry ranged from 11.5 to 15.8%. It is concluded that there is heterogeneity between the prevalence of self-reported hearing loss and the one measured by audiometric tests in the studied population.
KEYWORDS: Hearing Loss; Prevalence; Adolescent; Young Adult
Introdução
Um dos grandes problemas de saúde pública na atualidade é a poluição sonora e seus efeitos sobre a saúde, inclusive sobre a audição que, por isso, tem sido amplamente investigada1),(2. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 5% da população do mundo - 360 milhões de pessoas - têm surdez incapacitante (328 milhões de adultos e 32 milhões de crianças), sendo estimado que a maioria dessas pessoas vivem em países em desenvolvimento ou subdesenvolvidos3. Dentre as causas mais comuns de perda auditiva estão a infecção por rubéola durante a gravidez, as infecções de ouvido e a exposição prolongada a ruído intenso que se destaca como uma das principais causas de perda irreversível 4),(5.
Há um aumento na deficiência auditiva em crianças e adolescentes relacionada à exposição ao ruído de lazer1. Muitos jovens se expõem voluntariamente a níveis elevados de intensidade de ruído pelo hábito de ouvir música em bares, casas noturnas, festas, academias e principalmente utilizando fones de inserção dos Ipods, MP3, MP4, celulares, entre outros, sem preocupar-se com o tempo e a intensidade dessa exposição6)-(8. A OMS estima que 1,1 bilhão de pessoas jovens, em todo o mundo, podem estar em risco de perda de audição devido à exposição indiscriminada de ruídos de alta intensidade. Em países de média e alta renda, quase metade, de todos os adolescentes e adultos jovens (12-35 anos de idade) estão expostos a níveis inseguros de som a partir do uso de dispositivos de estéreo pessoal, sendo que, 40% desses estão expostos a som potencialmente prejudicial.
Nesse contexto, evidências apontam que a extensão e o grau do dano auditivo mantém relação direta não só com o nível da pressão sonora, sua frequência e duração, mas também com a suscetibilidade individual7. A perda auditiva afetará a linguagem e a comunicação desses adolescentes e adultos jovens, comprometendo o seu desenvolvimento acadêmico/cognitivo, cultural, social e profissional9)-(12.
O objetivo desse trabalho foi descrever a prevalência de perda auditiva decorrentes de exposição a ruído social em adolescentes e adultos jovens (de 10 a 25 anos de idade) a partir de uma revisão da literatura e listar os procedimentos de avaliação dos estudos autorreferidos e dos mensurados.
Métodos
Estratégia de busca e critério de seleção
Revisão sistemática da literatura, com os descritores DeCS (Health Sciences Descriptors - BIREME) e MeSH (Medical Subject Headings, PubMed), tendo sido utilizados de forma irrestrita: prevalence(s) AND(hearing disorder(s) OR dysacusis OR hypoac$ OR hearing impairment OR bilateral deafness OR hearing loss, complete OR acquired deafness OR hearing loss, extreme) AND (adolescent(s) OR teen(s) OR teenager(s) OR teenager youth OR youths adolescence OR adult(s), young). Dada as diferenças dos mecanismos de busca e unitermos reconhecidos por cada base de dados, foi necessário ajustar o uso dos descritores, tendo sido incluido prevalence na busca pela Web of Science. Foram realizadas buscas de forma eletrônica nas bases MEDLINE via PubMed, LILACS, WEB OF SCIENCE, SCOPUS e SCIELO.
Os critérios de inclusão foram artigos publicados entre janeiro de 2000 e julho de 2013, com resumo disponível, e com acesso gratuito ou mediante pagamento. A busca foi realizada sem qualquer restrição de idioma, embora posteriormente na fase de seleção tenham sido incluídos apenas estudos publicados em português, inglês e espanhol, que avaliaram a prevalência da perda auditiva em adolescentes e adultos jovens. A classificação etária seguiu o critério da Organização Mundial da Saúde que compreende o período da adolescência entre os 10 e 19 anos, enquanto a juventude corresponda a faixa etária entre 15 e 24 anos. Usa-se também o termo jovem adulto para sujeitos entre 20 e 25 anos de idade13.
Elegibilidade dos estudos
Foi realizada uma triagem dos estudos localizados, seguindo as etapas metodológicas propostas pelo Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses - PRISMA14, com o objetivo de selecionar os textos que relatavam a prevalência de perda auditiva decorrentes de exposição a ruído em adolescentes e adultos jovens. Duas autoras (A1 e A2) procederam de forma independente e padronizada à seleção dos artigos identificados nas bases de dados, sendo elegíveis aqueles que, pela leitura do título e/ou do resumo, continham dados de prevalência de perda auditiva na faixa etária de interesse (10 a 25 anos). As divergências encontradas foram sanadas por consenso, sendo estabelecida a seleção de artigos para leitura na íntegra.
O protocolo de leitura teve como critério de exclusão artigos cujos dados de perda auditiva estavam associadas a doenças preexistentes, alterações genéticas, implante coclear, deficiências múltiplas, síndromes, neuropatia auditiva e/ou patologias de orelha média.
Coletados dados
A leitura dos artigos selecionados foi realizada por duas pesquisadoras por meio de um checklist para a avaliação dos estudos e um formulário padrão que contemplou a coleta das seguintes informações: autores, ano de publicação, país e população de estudo, delineamento, tamanho e descrição da amostra, faixa etária dos participantes, modo de avaliação auditiva, prevalência de perda auditiva na faixa etária de interesse.
Análise e avaliação do escore dos estudos
Os dados extraídos foram comparados por país de origem, tipo de estudo, tamanho da amostra, grupo etário dos participantes, tipo de avaliação auditiva e principais resultados observados.
Para a avaliação dos escores dos estudos foram considerados os fatores que pudessem ser potenciais fontes de erros como tamanho da amostra e método de avaliação da perda auditiva (autorrelato ou mensurado por instrumento).
Os estudos receberam uma pontuação, considerando os seguintes critérios estabelecidos pelos autores: avaliação audiométrica completa, incompleta (as que apresentavam somente via aérea) ou autorrelato; população de estudo (populacional ou grupo específico); idade (faixa etária ou uma idade específica); protocolo (WHO ou outros); e tamanho amostral (pequeno, médio ou grande). A partir da pontuação de cada estudo, foi estabelecido um escore por quartis, elevado (acima do terceiro quartil), moderado (entre o primeiro e o terceiro) e baixo (abaixo do primeiro quartil).
Análise estatística
Foi realizada uma meta-análise com aqueles estudos que apresentaram a prevalência da perda auditiva na faixa etária determinada. A heterogeneidade dos estudos foi avaliada pela inconsistência (I²) que descreve a variação percentual a eles atribuída além do acaso. Foram considerados os seguintes pontos de corte: 25% baixa; 50% moderada e 75% alta heterogeneidade, com valor de p<0,05. Em virtude da grande variabilidade dos dados, foi adotado modelo de efeito aleatório. Inicialmente as prevalências foram transformadas na função logit para o cálculo de sua média. Em seguida foram ponderadas pelo inverso de sua variância. Foi utilizado o gráfico Forest na apresentação dos resultados da meta-análise e comparação dos estudos. As análises foram realizadas na biblioteca "meta" do pacote estatístico R.
Revisão da literatura
A busca eletrônica nas bases de dados resultou na identificação de 438 artigos. Foram excluídos doze (12) estudos por duplicidade, permanecendo 426 artigos. Desses, 354 foram excluídos por não contemplarem os critérios de inclusão após avaliação de títulos e resumos. Entre os 72 selecionados para leitura integral, 17 artigos atendiam aos critérios de inclusão (Figura 1).
A Tabela 1 apresenta os 17 estudos, organizados segundo autor, informando ano de publicação, país de origem, delineamento, população alvo e tamanho da amostra. A prevalência, a faixa etária da população estudada e o critério de definição de perda auditiva são apresentados na Tabela 2. Ao todo, os estudos foram realizados com uma população de 367.330 (trezentos e sessenta e sete mil e trezentos e trinta) adolescentes e adultos jovens, sendo que 42.651(quarenta e dois mil e seiscentos e cinquenta e um) foram descritos com algum nível de perda auditiva. Quase todos os artigos contemplaram homens e mulheres, exceto os de rastreamento para serviço militar que informaram resultados apenas dos rapazes. Três estudos apontaram maior prevalência de perda auditiva no sexo masculino.
Estudos incluídos segundo autor, ano de publicação, país, tipo de estudo, população alvo e tamanho amostral
Os escores, realizados a partir de critérios estabelecidos, revelaram três estudos considerados como elevados15)-(17, 13 deles como moderados10),(18)-(29) e um estudo como baixo30) (Tabela 1).
Quanto ao delineamento do estudo, foram identificados nove inquéritos populacionais, um inquérito em escolares, outro em usuários de serviços de saúde. Foram selecionados cinco trabalhos de rastreamento, sendo três na avaliação para o serviço militar, um de exame de admissão em emprego na indústria e o último em estudantes de universidade de música (Tabela 1).
Observou-se falta de uniformidade nas faixas etárias informadas nos artigos. Embora todos os estudos incluíssem jovens, houve grande variedade entre eles: a idade mínima variou de 10 a 19 anos e a máxima de 15 a 24 anos (Tabela 1). Não é fácil estimar a contribuição dessa variabilidade, uma vez que não há uma clara relação, nos estudos selecionados, entre os grupos etários e a prevalência de perda auditiva.
Quando se comparam indivíduos de diversas faixas etárias, há de se considerar os adolescentes como o grupo etário suscetível a perda auditiva induzida ao ruído não ocupacional e aos efeitos extra-auditivos, em decorrência de suas atividades de lazer com uso de tecnologias quase sempre sob exposição contínua e acentuada de ruídos. Atualmente é comum os jovens utilizarem fones de inserção de modernos aparelhos eletrônicos, sem preocupação com duração ou nível de exposição. Sabe-se que seu uso intensivo pode afetar a audição e, consequentemente, a linguagem e a comunicação, levando a comprometimento do desenvolvimento cognitivo, cultural, social e profissional. Nesse contexto, é importante realizar estudos que identifiquem as mudanças temporárias no limiar auditivo, com vistas à prevenção de lesões permanentes.
Com relação aos países de origem de realização das pesquisas, seis (35,3%) foram nos EUA, cinco (29,4%) em países europeus, dois (11,8%) no Brasil e quatro (23,6%) em outras partes do mundo (Tabela 1). Os estudos realizados nos Estados Unidos da América apresentaram prevalência média de 14,7% (IC95% 13,5-16,0; I²: 66,7%; valor de p=0,01). A prevalência média daqueles realizados na Europa foi de 5% (IC95% 1,6-13,5) e os desenvolvidos em outros países foi de 10,2% (IC95% 5,0-17,0), sendo observada alta heterogeneidade nesses dois últimos grupos de estudos, com I²: 99% e valor de p<0,001.
Cabe notar que os dois estudos realizados no Brasil foram inquéritos domiciliares bastante distintos. Béria e colaboradores18 fizeram uma avaliação audiológica em maiores de quatro anos, em uma amostra da população de Canoas, RS, em 2003. Pesquisaram frequências de 0,5 a 8 kHz e classificaram como perda auditiva leve a partir de 26 dB, tendo detectado uma prevalência de 7,1% na faixa etária de 10 a 19 anos de idade. Cruz e colaboradores10) estimaram a perda auditiva por meio de entrevista em que o participante respondia se tinha um conjunto fechado de deficiências, inclusive auditiva. O estudo foi desenvolvido em seis áreas urbanas do estado de São Paulo, de 2001 a 2002. No grupo de 12 a 19 anos de idade, a prevalência de perda auditiva autorreferida foi de 2,0% (IC 95%: 1,3-3,1).
Os procedimentos para a avaliação da perda auditiva nos estudos dessa revisão podem ser enquadrados em três grupos. No primeiro, estão quatro estudos (23,5%) que utilizaram o WHO Ear and Hearing Disorders Survey Protocol for a Population-Based Survey of Prevalence and Causes of Deafness and Hearing Impairment and Other Ear Diseases, os quais propõem duas etapas de avaliação, contemplando mensuração de ruído ambiente, aplicação de questionário, otoscopia, audiometria tonal (maiores de 4 anos de idade) e impedanciometria. No segundo grupo encontram-se nove inquéritos (52,9%) que utilizavam protocolo próprio para a avaliação da perda auditiva. Por fim, no terceiro grupo (23,6%), três estudos foram autorreferidos e um com avaliação por diapasão (Tabela 2).
Os quatro estudos que avaliaram a perda auditiva pelo protocolo da Organização Mundial da Saúde apresentaram prevalência média de 12,2% (IC95% 6,0-20,0) e considerável heterogeneidade I²: 99,1%, valor de p<0,001. Valor similar ao observado naqueles oito que utilizaram protocolos próprios: 11,6% (IC95% 9,0-14,1; I²: 97,6% e valor de p<0,001).
Cinco trabalhos consideraram médias tonais de altas frequências, classificando perda auditiva leve a partir de 16dB e observaram prevalências próximas a 15%24)-(29. Quatro estudos consideraram média tritonal em 500Hz, 1Khz e 2Khz e estabeleceram a perda auditiva leve a partir de 26dB15),(16),(18),(24. Os trabalhos que utilizaram o ponto de corte para perda auditiva de grau leve a partir de 26dB apresentaram maior variabilidade na prevalência da perda auditiva: de 7,1 a 23,8%
Os estudos que tiveram a avaliação autorreferida da perda auditiva apresentaram baixa prevalência em relação aos que realizaram alguma forma de mensuração. Esta menor prevalência pode ser explicada pelo fato das perdas auditivas em frequências agudas serem pouco perceptíveis, uma vez que não trazem repercussões ou sinais evidentes que comprometam as atividades de vida diária31. Tal procedimento subestima a perda auditiva e pode ser uma fonte de viés na interpretação dos resultados.
As diferenças encontradas nos resultados podem ser explicadas, pelo menos parcialmente, por aspectos metodológicos, especialmente aqueles relacionados com os critérios de definição de perda auditiva. O estudo de Abdel-Hamid e colaboradores15) utilizou teste acumétrico/diapasão como procedimento clínico para determinar a presença de perda auditiva, enquanto outros utilizaram audiometria tonal, exame usualmente indicado para determinação dos limiares auditivos (Tabela 2). Outra potencial fonte de variabilidade da prevalência da perda auditiva é a subjetividade da audiometria tonal, o que pode subestimar ou superestimar a real prevalência, conferindo a possibilidade de falsos positivos32.
A realização da otoscopia como procedimento para inspeção cuidadosa do meato acústico externo e visualização da membrana timpânica é essencial para controlar possíveis vieses para o resultado da audiometria. Apesar de não ter objetivo diagnóstico, o exame pode oferecer informações que indiquem a inviabilidade da realização do exame de audiometria tonal. Desta forma, a ausência dos dados otoscópicos pode sugerir fragilidade nos resultados audiométricos frente à possibilidade de presença de corpos estranhos e de rolha de cerume que impediriam uma obtenção correta dos limiares tonais33),(34. Os trabalhos que elegeram a realização de otoscopia, aliada à realização da audiometria tonal e resultados timpanométricos certamente trazem um conjunto de informações clínicas capazes de fornecer dados precisos dos limiares auditivos. As observações complementares do procedimento de inspeção, somadas às reveladas pelos exames, seguramente revelarão a condição audiológica de forma mais precisa34),(35.
Uma limitação do presente estudo foi a carência de trabalhos na faixa etária estabelecida (15 a 24 anos). Ainda assim, foi possível identificar estudos que, mesmo abrangendo faixas mais amplas, explicitavam a prevalência por estratos de idade. Outra questão digna de nota é a variabilidade na prevalência de perda auditiva em adolescentes e adultos jovens. Tal fato pode ser atribuído, entre outros aspectos, aos diferentes modelos de identificação da perda auditiva utilizados nos estudos, bem como aos critérios quanto à classificação do grau da perda, além da diversidade da faixa etária neles incluída.
Em síntese, na presente meta-análise, foi possível observar uma prevalência média (meta-prevalence) de 12,0%, (IC95% 0,8-15) (Figura 2). Vale destacar a forte influência dos dois estudos auto-referidos cujas prevalências foram 0,9% e 2,0%, enquanto nos estudos que mensuraram a audição variaram de 7,1% a 23,8%.
Conclusão
A leitura dos trabalhos identificou uma heterogeneidade importante entre a prevalência da perda auditiva autorreferida e a mensurada por critérios objetivos. Enquanto na autoavaliação menos de 2,0% dos jovens referiram ter algum déficit, os estudos que realizaram audiometria apresentaram prevalências superiores entre 11,5 e 15,8%.
Atualmente é comum o uso de fones de ouvidos sem preocupação com duração ou nível da exposição. É importante realizar estudos que identifiquem as mudanças temporárias no limiar auditivo, com vistas à prevenção de lesões permanentes.
Destaca-se a necessidade de pesquisas voltadas para a população de adolescentes e adultos jovens, uma vez que representam uma parcela da população suscetível a perda auditiva irreversível decorrente da exposição indiscriminada de ruídos e a níveis elevados de intensidade não ocupacional.
Agradecimentos
Agradecemos pela contribuição na estratégia de busca de Gizele da Rocha Ribeiro, bibliotecária da Biblioteca de Saúde Pública - ENSP.
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Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
Nov-Dec 2015
Histórico
-
Recebido
26 Jan 2015 -
Aceito
19 Ago 2015