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ESTUDO SOROLÓGICO PARA LEPTOSPIROSE EM POPULAÇÕES DE DIFERENTES GRUPOS GENÉTICOS DE JAVALIS (SUS SCROFA SCROFA, LINNAEUS, 1758) DOS ESTADOS DE SÃO PAULO E PARANÁ* * Projeto de Pesquisa Financiado - FAPESP

LEPTOSPIROSIS SEROLOGICAL STUDY IN POPULATIONS OF DIFFERENT GENETIC GROUPS OF WILD BOARS (SUS SCROFA SCROFA, LINNAEUS, 1758) FROM THE STATES OF SÃO PAULO AND PARANÁ

RESUMO

O trabalho teve por objetivo estudar, por meio da técnica de soroaglutinação microscópica, a ocorrência de anticorpos para leptospira em populações de javalis, de diferentes cariótipos (2n=36, 2n=37 e 2n=38), criados em sistema semiconfinado. Foram analisadas 203 amostras de plasma sangüíneo de javalis (46 machos, 156 fêmeas e 1 intersexo) de seis municípios do Estado de São Paulo e dois do Estado do Paraná. Dessas amostras examinadas, 132 apresentaram cariótipo 2n=36, 44, 2n=37, 17, 2n=38 e 10 não foram cariotipadas, sendo uma delas de animal intersexo. Do total de animais, 43 (21,2%) foram reagentes e 160 (78,8%) não reagentes. Das 43 amostras reagentes, 25 reagiram contra o sorovar patoc, 13 contra o sorovar icterohaemorrhagiae e 5 contra o sorovar hardjo. Com relação ao sexo, 10 (21,7%) dos javalis machos e 32 (20,5%) das javalis fêmeas foram reagentes; o intersexo foi reagente. A relação entre reagentes e cariótipos mostrou que, dos 132 javalis com cariótipo 2n=36, 19 (14,4%) foram reagentes, nove (6,8%) reagiram contra o sorovar patoc, sete (5,3%) contra o icterohaemorrhagiae e três (2,3%) contra o sorovar hardjo. Dos 44 animais examinados com cariótipo 2n=37, 14 (31,8%) foram reagentes, sendo nove (20,4%) contra o sorovar patoc, quatro (9,1%) contra o icterohaemorrhagiae e um (2,3%) contra o sorovar hardjo. Das 17 amostras examinadas de javalis com cariótipo 2n=38, seis (35,3%) foram reagentes, sendo que cinco (29,4%) apresentaram anticorpos para o sorovar patoc e uma (5,9%) para o sorovar icterohaemorrhagiae. Já das 10 amostras não cariotipadas, quatro (40%) foram reagentes, sendo que duas (20%) reagiram para o sorovar patoc, uma (10%) para o sorovar icterohaemorrhagiae e uma (10%) para o sorovar hardjo. Os dados do presente trabalho não permitem associar os grupos genéticos com a susceptibilidade à infecção por leptospira, uma vez que as proporções de reagentes observadas podem estar associadas às diferenças de condições sanitárias entre os rebanhos estudados.

PALAVRAS-CHAVE:
Leptospirose; javalis; cariótipos.

ABSTRACT

This research aimed to investigate, by the microscopic agglutination test, the occurrence of antibodies to leptospira in wild boar populations, with different karyotypes (2n=36, 2n=37 and 2n=38), raised in semiconfined system. Two hundred and three blood plasma samples from wild boars (46 males, 156 females and 1 intersex) from 6 municipalities of the State of São Paulo and 2 from the State of Paraná were analysed. From these samples, 132 had karyotype 2n=36, 44 had karyotype 2n=37, 17 had karyotype 2n=38 and 10 were not karyotyped (one of them was an intersex). From the animals studied, 43 (21.2%) were reactors, 25 reacted to the serovar patoc, 13 to the serovar icterohaemorrhagiae and 5 to the serovar hardjo. With regard to the sex, 10 (21.7%) of the males and 32 (20.5%) of the females were reactors; the intersex was a reactor. The relationship between serological reaction and karyotype showed that from the 132 wild boars with karyotype 2n=36, 19 (14.4%) were reactors; from the 44 animals with karyotype 2n=37, 14 (31.8%) were reactors;

from the 17 samples of wild boars with karyotype 2n=38, 6 (35.3%) were reactors, and from the 10 non-karyotyped samples, 4 (40.0%). The results of this study did not allow to associate genetic groups with susceptibility to leptospira infection, since the reactor rates observed may be related to the differences in sanitary contitions among the herds.

KEY WORDS:
Leptospirosis; wild boar; kariyotype.

INTRODUÇÃO

A criação de javalis começa destacar-se no cenário do agrobusiness nacional, como uma espécie exótica que possui carne com características marcantes como a coloração escura, magra (5% de gordura), com alto teor de proteína e sabor forte (NOGUEIRA FILHO, 1998NOGUEIRA FILHO, S.L.G. Criação de javali. Viçosa: Centro de Produções Técnicas, 1998. 66p.), com menor teor de colesterol do que as carnes de frango, bovino e suínos. De acordo com Almeida*, o rebanho nacional está estimado em torno de 40.000 cabeças e 450 criadores, sendo 10.000 no Estado de São Paulo, com 130 criadores, e 1.000 no Estado do Paraná, distribuídos em 11 criatórios, credenciados e legalizados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (IBAMA).

Uma das grandes dificuldades das criações de javalis é saber se os animais são puros, pois na maioria das vezes eles são adquiridos de origem desconhecida, em função do cruzamento com o suíno doméstico (Sus scrofa domestica), gerando animais híbridos férteis (SYSA et al., 1984SYSA, P.S.; SLAWOMIRSKI, J.; GROMADZKA, J. The cytogenetics of hybrids of the wild pig (Sus scrofa ferus) with the domestic pig (Sus scrofa domestica). Pol. Arch. Weter., v.24, p.89-95, 1984.; TANCHEV & KATSAROV, 1993TANCHER, S. & KATSAROV, V. Karyotype characterization of hybrids between domestic and wild swine. Genet. Sci., v.26, p.241-243, 1993.; NOGUEIRA FILHO, 1998NOGUEIRA FILHO, S.L.G. Criação de javali. Viçosa: Centro de Produções Técnicas, 1998. 66p.). Estudos efetuados por RATIANI (1990)RATIANI, D.P. On the problem of remote hybridization of wild boar and domestic pigs. Soobshc. Akad. Nauk. Gruz. SSR, v.138, p.377-380, 1990. mostraram que cruzamento do javali com outros suínos pode causar um aumento acima da normalidade (2n=36) do número de cromossomos e, conseqüentemente, pode alterar as características da carne, podendo lesar o consumidor com produtos de qualidade inferior.

O cruzamento do suíno doméstico (2n=38) com os javalis europeus (2n=36) promove uma variação entre 36 e 38 cromossomos no cariótipo das células diplóides desses animais (MCFEE et al., 1966MCFEE, F.A. & BANNER, M.W.; RARY, J.M. Variation in chromossome number among European pigs. Cytogenetics, v. 5, p. 75-81, 1966.; MCFEE & BANNER, 1969MCFEE, F.A. & BANNER, M.W. Inheritance of chromossome number amoung European wild pigs. J. Reprod. Fert., v. 18, p. 9-14, 1969.; TIKHONOV & TROSHINA, 1975TIKHONOV, V.N. & TROSHINA, A. Chromossome translocations in the karyotypes of wild boars Sus scrofa L. of the European and Asian areas of URSS. Theor Appl. Genet., v.45, p.304-308, 1975.; SYSA et al., 1984SYSA, P.S.; SLAWOMIRSKI, J.; GROMADZKA, J. The cytogenetics of hybrids of the wild pig (Sus scrofa ferus) with the domestic pig (Sus scrofa domestica). Pol. Arch. Weter., v.24, p.89-95, 1984.; BOSMA et al., 1991BOSMA, A.A; HAAN, N.A; MACDONALD, A.A. The current status of cytogenetics of the Suidae: a review. Bongo, v.18, p.258-272, 1991.).

O polimorfismo do número diplóide é o resultado da translocação robertsoniana (MCFEE et al., 1966MCFEE, F.A. & BANNER, M.W.; RARY, J.M. Variation in chromossome number among European pigs. Cytogenetics, v. 5, p. 75-81, 1966.), podendo ocorrer de duas maneiras: envolvendo os cromossomos 16 e 17 ou os cromossomos 15 e 17 (BOSMA et al., 1991BOSMA, A.A; HAAN, N.A; MACDONALD, A.A. The current status of cytogenetics of the Suidae: a review. Bongo, v.18, p.258-272, 1991.).

No Brasil, LUI (2000)LUI, J.F. Estudo citogenético de javalis puros (Sus scrofa scrofa) e híbridos nas regiões sudeste e sul do Brasil. Rev. Educ. Contin., v.3, p.43-48, 2000. examinou citogeneticamente 1.137 javalis das regiões do Sul e Sudeste e encontrou três diferentes cariótipos nas proporções de 52% para o 2n=36, 35% para o 2n=37 e 13% para o 2n=38.

Além desses aspectos levantados, vale destacar que as doenças infecciosas podem interferir na produção de um rebanho, principalmente, as que causam transtornos reprodutivos entre elas a leptospirose.

Sorologicamente, as leptospiras são classificadas em dois grandes grupos: patogênicas, que podem infectar o homem e os animais, divididas nas espécies Leptospira interrogans, L. borgpetersenii, L. inadai, L. kirschnneri, L. noguchii, L. weillii e L. santarosai; e nas espécies de vida livre, que são saprófitas, L. biflexa, L. wolbachii e L. hollandia, encontradas principalmente, em água doce e, ocasionalmente, na água do mar com raros registros de infecções no homem e nos animais (FAINE et al., 1999FAINE, S.; ALDER, B.; BOLIN, C.; PEROLAT, P. Leptospira and Leptospirosis. Boca Raton: CRC Press, 1999. 272p.; KMETY & DIKKEN, 2001KMETY, E. & DIKKEN, H. Classification of species of Leptospira interrogans and history of serovars. Disponível em: <http://www.net.bg.ac.yu/ils/lepto/classif/serolis.html>. Acesso em 18 set. 2001.
http://www.net.bg.ac.yu/ils/lepto/classi...
).

Em condições naturais os animais podem infectar-se com sorovares saprófitas de leptospiras, podendo estimular a produção de anticorpos (YANAGUITA et al., 1982YANAGUITA, R.M.; SANTA ROSA, C.A.; ROSA, R.R.; GIOMETTI, J. Prevalência de aglutininas anti-leptospiras em eqüinos mantidos para produção de soros terapêuticos. Rev. Microbiol., v.13, p.22-25, 1982.) e, às vezes, causar patologias (MYERS, 1976MYERS, D.M. Serological studies and isolation of serotype hardjo and Leptospira biflexa strains from horses of Argentina. J. Clin. Microbiol., v.3, p.548-555. 1976.; YASUDA, 1986YASUDA, P.H. Leptospira biflexa sorotipo ranarum isolado de feto abortado de eqüino. Rev. Microbiol., v.17, p.25-27, 1986.). GIRIO & MATHIAS (1988)GIRIO, R.J.S. & MATHIAS, L.A. Use of saprophytic leptospira strains in the serodiagnosis of experimental leptospirosis in guinea-pigs (Cavia sp.). Rev. Inst. Med. Trop., v.30, p.91-94, 1988. não encontraram reações cruzadas entre antígenos dos sorovares buenos aires, patoc, rufino e sao paulo e os sorovares patogênicos em cobaios. Já VASCONCELLOS et al. (1989)VASCONCELLOS, S.A.; OHTSUBO, I.; MORETTI, A.S., ITO, F.H.; PASSOS, E.C.; CÔRTES, J.A. Ausência de resposta imunológica humoral em suínos que receberam água de beber contaminada com Leptospira biflexa estirpe buenos aires. Rev. Microbiol., v.20, p.56-61, 1989. não verificaram resposta imune contra o sorovar buenos aires, em leitões recém-desmamados que receberem água contaminada com esse sorovar durante três dias consecutivos.

Em suínos, LARSSON et al. (1984)LARSSON, C.E.; YASUDA, P.H.; SANTA ROSA, C.A.; COSTA, N.O. Leptospirose suína. Inquérito sorológico e bacteriológico em municípios dos estados de São Paulo, do Paraná e de Santa Catarina. Rev. Fac. Med. Vet. Zootec. Univ. São Paulo, v.21, p.43-50, 1984. não verificaram diferença estatística quanto ao sexo entre os animais reagentes. GIRIO et al. (1998)GIRIO, R.J.S.; DIAS, H.L.T.; MATHIAS, L.A.; SANTANA, A.E.; ALESSI, A.C. Alterações reprodutivas, hematológicas e anatomopatológicas em fêmeas suínas com títulos de anticorpos contra Leptospira interrogans sorotipo icterohaemorrhagiae. Rev. Bras. Cienc. Vet., v.5, p.99-103, 1998. detectaram que, de 158 matrizes descartadas por problemas reprodutivos, 70,9% foram reagentes para Leptospira sp., e destas, 94,6% para o sorovar icterohaemorrhagiae. Pelo histórico e histopatológico, esses animais apresentavam sintomatologia e patologia coerentes com um quadro de leptospirose. FAVERO (2000)FAVERO, A.C.M. Estudo retrospectivo dos exames soroló-gicos de leptospirose realizados pelo Laboratório de Zoonoses Bacterianas da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo, no período de 1984 a 1997. São Paulo: 2000. 116p. [Dissertação (mestrado) Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia/Universidade de São Paulo]. encontrou, em 8.578 amostras de soros sangüíneos de suínos, de diversos estados brasileiros, 24,4% reagentes para leptospira, sendo o sorovar icterohaemorrhagiae o mais freqüente nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná. Neste último estado 11,1% das amostras foram reagentes para o sorovar patoc.

São poucos os dados referentes à leptospirose em javalis, sendo, na maioria, de animais selvagens que foram abatidos por caçadores.

Na Califórnia, EUA, CLARK et al. (1983)CLARK, R.K.; JESSUP, D.A.; HIRD, D.W.; RUPPANNER, R.; MEYER, M.E. Serologic survey of California wild hogs for antibodies against selected zoonotic disease agents. J. Am. Vet. Med. Assoc., v.183, p.1248-1251, 1983. encontraram 86,8% de javalis regentes para leptospira, e o sorovar hardjo foi o mais freqüente. No Texas, CORN et al. (1986)CORN, J.L.; SWIDEREK, P.K.; BLACKBURN, B.O.; ERICKSON, G.A., THIERMANM, A.B.; NETTLES, V.F. Survey of selected diseases in wild swine in Texas. J. Am. Vet. Med. Assoc., v.189, p.1029-1032, 1986. verificaram 43% de suínos silvestres reagentes, sendo 21% para o sorovar icterohaemorrhagiae.

Na Alemanha, WITT et al. (1986)WITT, W.; FRIEDEL, U.; WINTER, E. Prevalence of leptospira antibodies in wild boar. Monatsh. Veterinaermed., v.41, p 153-155, 1986. verificaram, em 3.236 javalis selvagens, que 9,8% foram reagentes, e os sorovares mais importantes foram: grippotyphosa, javanica, copenhageni e bratislava. SCHÖNBERG et al. (1999)SCHÖNBERG, A.; WALBURGA, L.; ULRIKE, K. Investigation of serum samples of wild boar (Sus scrofa L. 1758) for leptospirosis. Zeitschrift. Jagdwiss., v.45, p.262-265, 1999. encontraram 20% de javalis com títulos sorológicos na prova da aglutinação microscópica (SAM) variando entre 1:100 e 1:800 para os sorovares bratislava, copenhageni, tarassovi e grippotyphosa.

Como a leptospirose encontra-se disseminada nas granjas suinícolas, trazendo graves prejuízos, principalmente, reprodutivo, o presente trabalho pretende verificar a situação e a importância dessa doença nos rebanhos de javalis criados em sistema semiconfinado, segundo seu grau de cruzamento com os suínos domésticos, verificando a prevalência de sororeagentes nas diferentes populações de javalis, quanto aos rebanhos, ao sexo, aos cariótipos e aos sorovares mais freqüentes.

MATERIAL E MÉTODOS

População estudada

No estudo foram utilizadas 203 amostras de sangue de javalis (Sus scrofa scrofa), sendo 156 fêmeas, 46 machos e 1 intersexo, de diferentes grupos genéticos (2n=36, 2n=37 e 2n=38), que pertenciam a 6 rebanhos criados em sistema de semiconfinamento do Estado de São Paulo (Altinópolis, Jarinu, Joanópolis, Monte Alegre do Sul, Olímpia e Serra Azul) e dois rebanhos do Estado do Paraná (Londrina e Luziana). Das 203 amostras, 19 foram de Altinópolis (SP), 29 de Jarinu (SP), 5 de Joanópolis (SP), 8 de Londrina (PR), 5 de Luziana (PR), 24 de Monte Alegre do Sul (SP), 48 de Olímpia (SP) e 65 de Serra Azul (SP), os municípios que apresentaram maior número de amostras foram de Serra Azul (SP) e Olímpia (SP) com 65 e 48 análises respectivamente. Vale ressaltar que uma foi de javali intersexo, encontrado no Município de Jarinu (SP).

Obtenção do sangue, plasma sangüíneo e leucócitos

Os javalis foram contidos com cabo de aço tipo "cachimbo" e cordas, e foram colhidos aproximadamente 10 mL de sangue por meio de punção venosa da jugular após rigorosa assepsia, em seringas plásticas contendo duas gotas de heparina sódica*. As amostras foram centrifugadas a 3.000 rpm durante cinco minutos. Sete a nove gotas do anel leucocitário foram retiradas, com o auxílio de pipetas de Pasteur e, em seguida, colocadas em meio de cultura apropriado para cariotipagem.

Parte do plasma sangüíneo foi separado em tubos tipo eppendorf de 1,5 mL e congelados a 20 °C negativos, para a realização de exames para pesquisa de anticorpos contra Leptospira sp.

Cultura de leucócitos e obtenção de cariótipos

Para a cultura de leucócitos foram utilizadas as técnicas de MOORHEAD et al. (1960)MOORHEAD, P.S.; NOWELL, P.C.; MELLMAN, W.J.; BATTIPS, D.M.; HUNGERFORD, D.A. Chromossomes preparations leucocytes cultured from human peripheral blood. Exp. Cell. Res., v.20, p.613-616, 1960., modificadas por LONG (1990)LONG, S.E. Chromossome methodology. Adv. Vet. Sci. Comp. Med., v.34, p.19-40, 1990..

Do material genético obtido foram preparadas lâminas histológicas, coradas pelo método de Giemsa, de acordo com as sugestões de MIRANDA (2000)MIRANDA, L.L. Citogenética e alguns parâmetros biométricos do javali (Sus scrofa scrofa L.) em criatórios comerciais das regiões sul e sudeste do Brasil, Jaboticabal: 2000. 94p. [Dissertação (mestrado) Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Universidade Estadual Paulista]..

Quando não houve sucesso no crescimento de leucócitos, as amostras não foram cariotipadas e foram identificadas com a letra X.

Preparo dos antígenos de Leptospira

Os sorovares de Leptospira sp. utilizados como antígenos foram provenientes de matrizes replicadas semanalmente em meio de cultura EMJH (Difco) acrescido de 10% de Leptospira enrichment EMJH (Difco) e mantidos em estufa bacteriológica a 28 °C. Todos os antígenos foram utilizados ao redor do sexto dia de incubação e padronizados de acordo com as orientações de SULZER & JONES (1980)SULZER, C.R. & JONES, W.L. Leptospirosis: method in laboratory diagnosis, Atlanta: Center For Diseases Control, U.S., Dept Health Education and Welfare. 1980. 40p..

Pesquisa de anticorpos

Os plasmas sangüíneos foram testados pela prova de SAM com 22 sorovares diferentes de Leptospira: australis, bratislava, autmnalis, butembo, castellonis, canicola, whitcombi, cynopteri, grippotyphosa, hebdomadis, copenhageni, icterohaemorrhagiae, javanica, panama, pomona, pyrogenes, hardjo, wolffi, shermani, andamana, patoc e sensot, cedidos pelo Prof. Dr. Silvio Arruda Vasconcellos, FMVZ/USP. Estes foram diluídos em solução tamponada de Sorënsen segundo SANTA ROSA (1970)SANTA ROSA, C.A. Diagnóstico laboratorial das leptospiroses. Rev. Microbiol., v.1, p.97-109, 1970..

Análise estatística

As freqüências de reagentes por município, cariótipo, sexo e sorovar foram comparadas por meio do teste do qui-quadrado (BERQUÓ et al., 1980BERQUÓ, E.S.; SOUZA, J.M.P.; GOLTLIEB, S.L.D. Bioestatística, São Paulo: Editora Pedagógica e Universitária, 1980. 325p.).

RESULTADOS

Pelos resultados da prova de SAM contra 22 sorovares de leptospiras, das 203 amostras examinadas, 43 (21,2%) foram reagentes e 160 (78,8%) não reagentes. Os municípios que tiveram maior proporção de animais reagentes foram Londrina, PR, Jarinu e Altinópolis, SP com 62,5%, 58,6% e 42,1%, respectivamente. Nas amostras examinadas dos municípios de Joanópolis, SP e de Luziana, PR todas foram consideradas não reagentes. A análise estatística revelou diferença significativa (P < 0,01) entre as proporções de reagentes nos municípios estudados.

Das amostras examinadas, 25 (12,3%) foram reagentes contra o sorovar patoc, 13 (6,4%) contra o sorovar icterohaemorrhagiae e 5 (2,5%) contra o sorovar hardjo. Jarinu, SP, apresentou maior número de amostras reagentes: 10 para o sorovar patoc e quatro para o hardjo, enquanto que Serra Azul, SP, apresentou o maior número de amostras (quatro) reagentes contra o sorovar icterohaemorrhagiae.

Quarenta e seis amostras analisadas (22,7%) foram de javalis machos, 156 (76,8%) de fêmeas e uma amostra de um javali intersexo (0,5%), Destas, 21,7% e 20,5% foram reagentes, respectivamente, para machos e fêmeas e o javali intersexo também foi reagente. A análise estatística demonstrou, com 95% de probabilidade, a independência na distribuição das freqüências das amostras reagentes contra os sorovares de Leptospira sp., em relação ao sexo (P > 0,05).

A grande maioria das amostras de javalis foram de cariótipo de 2n=36 (65%), seguido de javalis com cariótipo de 2n=37 (21,7%) e de javalis com cariótipos 2n=38 (8,4%). Somente 4,9% das amostras não foram cariotipadas, dentre elas o intersexo. A diferença entre o número de animais 2n=36 e 2n=37 foi significativa (P < 0,05).

Dos oitos municípios estudados, somente nos de Monte Alegre do Sul, SP, e Altinópolis, SP, foi possível encontrar javalis com todos os cariótipos (2n=36, 2n=37 e 2n=38). Nos municípios de Londrina, PR, e de Olímpia, SP, não foi constatado javali com cariótipos 2n=36 e 2n=38, respectivamente. Já no Município de Serra Azul, SP, não se observou javali com cariótipos 2n=37 e 2n=38. No Município de Altinópolis, SP, observaram javalis reagentes com os três cariótipos (2n=36, 2n=37 e 2n=38).

Do total de javalis examinados com o cariótipo 2n=36, 19 (14,4%) foram reagentes. Com o cariótipo 2n=37, 14 (31,8%) foram reagentes, com o cariótipo 2n=38, seis amostras (35,3%) e das amostras não cariotipadas, quatro (40,0%) foram reagentes, incluindo o intersexo.

A prova de SAM, com os 22 antígenos de leptospiras, mostrou reação somente contra três sorovares, a grande maioria contra o sorovar patoc (58,1%), seguido pelo sorovar icterohaemorrhagiae (30,2%) e pelo sorovar hardjo (11,6%). A comparação dos resultados obtidos entre os sorovares patoc e hardjo revelou diferença significativa (P < 0,01), e esta não foi observada quando se compararam esses sorovares com o icterohaemorrhagiae.

Na Tabela 1 encontra-se a relação das amostras examinadas e os dados de cariótipos, porcentagens de reagentes e sorovares de Leptospira. A comparação dos resultados obtidos entre os cariótipos e as amostras reagentes revelou que não houve diferença significativa (P < 0,01).

Tabela 1
Número e porcentagem de amostras reagentes contra os sorovares de Leptospira sp., de acordo com os diferentes grupos genéticos de javalis, provenientes dos municípios dos Estados de São Paulo e Paraná, 2000.

Os títulos de anticorpos encontrados variaram entre 1:100 e 1:400; 34 amostras apresentaram título de 1:100, sendo 22 para o sorovar patoc, nove para o sorovar icterohaemorrhagiae e três para o sorovar hardjo. Sete com títulos de 1:200, sendo dois, três e dois, respectivamente, para esses sorovares, e apenas duas amostras tiveram títulos de 1:400, sendo uma para o sorovar patoc e outra para o sorovar icterohaemorrhagiae.

DISCUSSÃO

A diferença no número de amostras obtidas nos diferentes municípios dos dois Estados (SP e PR) representou, segundo Almeida*, 1,9% da população do Estado de São Paulo e 1,3% do Estado do Paraná, e com relação aos criadores, 4,6% e 18,2%, respectivamente. Portanto, essas porcentagens representaram amostras colhidas de seis criadores de um total de 130 no Estado de São Paulo e de dois criadores de um total de onze no Estado do Paraná; essa diferença pode ser explicada pelo fato de no segundo estado a criação de javali estar começando a despertar interesse.

Pelos dados encontrados na literatura sobre a ocorrência da leptospirose em javalis, observaram-se apenas estudos sorológicos em animais de vida selvagem. Neste trabalho, as maiores porcentagens de animais reagentes foram, respectivamente, encontradas em Londrina, PR, em Jarinu e em Altinópolis, SP. Freqüências acima de 40% de reagentes também já foram observadas em suínos silvestres no Texas, EUA (CORN et al., 1986CORN, J.L.; SWIDEREK, P.K.; BLACKBURN, B.O.; ERICKSON, G.A., THIERMANM, A.B.; NETTLES, V.F. Survey of selected diseases in wild swine in Texas. J. Am. Vet. Med. Assoc., v.189, p.1029-1032, 1986.) e até superiores em javalis (86,8%) na Califórnia (CLARK et al., 1983CLARK, R.K.; JESSUP, D.A.; HIRD, D.W.; RUPPANNER, R.; MEYER, M.E. Serologic survey of California wild hogs for antibodies against selected zoonotic disease agents. J. Am. Vet. Med. Assoc., v.183, p.1248-1251, 1983.).

Com relação aos sorovares de leptospiras encontrados nos javalis, hardjo, icterohaemorrhagiae e patoc, verifica-se na literatura que o sorovar hardjo já foi descrito por CLARK et al. (1983)CLARK, R.K.; JESSUP, D.A.; HIRD, D.W.; RUPPANNER, R.; MEYER, M.E. Serologic survey of California wild hogs for antibodies against selected zoonotic disease agents. J. Am. Vet. Med. Assoc., v.183, p.1248-1251, 1983. nos EUA. O sorovar icterohaemorrhagiae ainda não foi mencionado em estudos científicos, mas WITT et al. (1986)WITT, W.; FRIEDEL, U.; WINTER, E. Prevalence of leptospira antibodies in wild boar. Monatsh. Veterinaermed., v.41, p 153-155, 1986. e SCHÖNBERG et al. (1999)SCHÖNBERG, A.; WALBURGA, L.; ULRIKE, K. Investigation of serum samples of wild boar (Sus scrofa L. 1758) for leptospirosis. Zeitschrift. Jagdwiss., v.45, p.262-265, 1999. relataram a ocorrência do sorovar copenhageni na Alemanha. Quanto ao sexo, os resultados demonstraram concordância com os observados por LARSSON et al. (1984)LARSSON, C.E.; YASUDA, P.H.; SANTA ROSA, C.A.; COSTA, N.O. Leptospirose suína. Inquérito sorológico e bacteriológico em municípios dos estados de São Paulo, do Paraná e de Santa Catarina. Rev. Fac. Med. Vet. Zootec. Univ. São Paulo, v.21, p.43-50, 1984. em suínos, os quais não observaram dependência entre o sexo dos animais e a porcentagem de reagentes. A diferença de amostragem observada entre fêmeas e machos é justificável pelo fato dos criadores selecionarem mais fêmeas como matrizes, e os machos excedentes serem destinados ao abate.

Os resultados dos estudos dos cariótipos dos animais demonstraram que houve predominância de javalis com 2n=36; tal verificação também foi feita por LUI (2000)LUI, J.F. Estudo citogenético de javalis puros (Sus scrofa scrofa) e híbridos nas regiões sudeste e sul do Brasil. Rev. Educ. Contin., v.3, p.43-48, 2000. nas regiões Sul e Sudeste do Brasil. A constatação da existência de cariótipos 2n=36, 2n=37 e 2n=38 em javalis confirma os resultados de autores como MCFEE et al. (1966)MCFEE, F.A. & BANNER, M.W.; RARY, J.M. Variation in chromossome number among European pigs. Cytogenetics, v. 5, p. 75-81, 1966., MCFEE & BANNER (1969)MCFEE, F.A. & BANNER, M.W. Inheritance of chromossome number amoung European wild pigs. J. Reprod. Fert., v. 18, p. 9-14, 1969., BOSMA et al. (1991)BOSMA, A.A; HAAN, N.A; MACDONALD, A.A. The current status of cytogenetics of the Suidae: a review. Bongo, v.18, p.258-272, 1991. e LUI (2000)LUI, J.F. Estudo citogenético de javalis puros (Sus scrofa scrofa) e híbridos nas regiões sudeste e sul do Brasil. Rev. Educ. Contin., v.3, p.43-48, 2000..

As amostras de Serra Azul, SP, foram praticamente todas provenientes de javalis com cariótipo 2n=36, com exceção de uma amostra que não foi cariotipada, pela ausência de crescimento na cultura de leucócitos. Ressalte-se que nessa propriedade os animais eram selecionados através do seu cariótipo, com o intuito de tornar o rebanho de alta qualidade genética. Contrariamente, nas demais propriedades a seleção não se baseava na cariotipagem, criando com isso animais híbridos.

A presença de rebanhos com três cariótipos diferentes em dois municípios e, ainda, a presença de animais com 38 cromossomos em outros municípios caracterizam alto grau de parentesco com o suíno doméstico. Provavelmente, a falta de uma legislação e de fiscalização por parte dos órgãos governamentais e mesmo a ausência de conhecimento da procedência dos animais adquiridos contribuem para a perda de qualidade da carne de javali, observações essas já descritas por NOGUEIRA FILHO (1998)NOGUEIRA FILHO, S.L.G. Criação de javali. Viçosa: Centro de Produções Técnicas, 1998. 66p. e RATIANI (1990)RATIANI, D.P. On the problem of remote hybridization of wild boar and domestic pigs. Soobshc. Akad. Nauk. Gruz. SSR, v.138, p.377-380, 1990..

Do total de amostras reagentes, as de javalis 2n=36, provenientes dos vários municípios, tiveram maior proporção (44,2%) do que as amostras de javalis com outros cariótipos, 2n=37 (32,6%) e 2n=38 (13,9%). É provável que essa diferença esteja associada à contaminação ambiental e ao contato entre animais portadores e sãos.

No entanto, a freqüência de reagentes em relação ao total de amostras examinadas foi de 14,4% entre os javalis com cariótipo 2n=36, 31,8% entre os 2n=37, 35,3% entre os 2n=38 e 40% entre os não cariotipados. Nota-se que a freqüência de animais com título sorológico contra leptospira aumenta conforme afasta-se do javali puro e aproxima-se do suíno doméstico. Entretanto, isso não permite afirmar que os animais cruzados são mais susceptíveis do que os puros. É imprescindível considerar também a eventual diferença entre as condições sanitárias a que podem estar submetidos os diferentes rebanhos examinados.

O sorovar patoc foi o mais freqüente nas amostras reagentes na prova de SAM. Por ser considerado um sorovar apatogênico, teoricamente, não ocasionaria lesão no hospedeiro, porém alguns autores já mencionaram casos patogênicos causados por leptospiras apatogênicas (MYERS, 1976MYERS, D.M. Serological studies and isolation of serotype hardjo and Leptospira biflexa strains from horses of Argentina. J. Clin. Microbiol., v.3, p.548-555. 1976.; YASUDA, 1986YASUDA, P.H. Leptospira biflexa sorotipo ranarum isolado de feto abortado de eqüino. Rev. Microbiol., v.17, p.25-27, 1986.).

Ainda, em relação à proporção de javalis reagentes (58,1%) para o sorovar patoc, verifica-se que foi maior do que a observada por FAVERO (2000)FAVERO, A.C.M. Estudo retrospectivo dos exames soroló-gicos de leptospirose realizados pelo Laboratório de Zoonoses Bacterianas da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo, no período de 1984 a 1997. São Paulo: 2000. 116p. [Dissertação (mestrado) Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia/Universidade de São Paulo]. em suínos domésticos do Estado do Paraná (11,1%). Tal discrepância poderia estar relacionada ao tipo de sistema de criação, uma vez que nas propriedades do presente estudo os animais eram criados em sistema semiconfinado, predispondo com isso o animal a um contato mais amplo com o ambiente. A possibilidade de reação cruzada entre o sorovar patoc e outros sorovares patogênicos não foi observada em javalis, o que confirma os resultados já verificados em outras espécies de animais (GIRIO & MATHIAS, 1988GIRIO, R.J.S. & MATHIAS, L.A. Use of saprophytic leptospira strains in the serodiagnosis of experimental leptospirosis in guinea-pigs (Cavia sp.). Rev. Inst. Med. Trop., v.30, p.91-94, 1988.).

Os sorovares icterohaemorrhagiae e hardjo pertencem a sorogrupos patogênicos, e o primeiro é considerado um dos maiores causadores de problemas reprodutivos em suínos e responsável por altas taxas de mortalidade em leitões (GIRIO et al., 1998GIRIO, R.J.S.; DIAS, H.L.T.; MATHIAS, L.A.; SANTANA, A.E.; ALESSI, A.C. Alterações reprodutivas, hematológicas e anatomopatológicas em fêmeas suínas com títulos de anticorpos contra Leptospira interrogans sorotipo icterohaemorrhagiae. Rev. Bras. Cienc. Vet., v.5, p.99-103, 1998.). A condição de portador não pode ser descartada, uma vez que os criadores não notaram problemas reprodutivos nos javalis.

Todavia, o sorovar hardjo, importante agente etiológico para a espécie bovina, foi descrito como o mais prevalente dos sorovares patogênicos encontrados em javalis selvagens (CLARK et al., 1983CLARK, R.K.; JESSUP, D.A.; HIRD, D.W.; RUPPANNER, R.; MEYER, M.E. Serologic survey of California wild hogs for antibodies against selected zoonotic disease agents. J. Am. Vet. Med. Assoc., v.183, p.1248-1251, 1983.). No entanto, no presente estudo, somente cinco amostras (2,5%) foram reagentes contra esse sorovar.

Os resultados revelados sobre a reatividade para cada grupo genético dos javalis contra os sorovares de leptospira são inéditos no estudo da leptospirose, porém, estatisticamente, as diferenças encontradas entre as variáveis (cariótipo e sorovares) não foram significantes; portanto, não se pode afirmar, com base nos dados deste trabalho, que houve relação entre o cariótipo e a susceptibilidade dos javalis frente à infecção por leptospirose.

Os títulos sorológicos verificados nas amostras variaram de 1:100 a 1:400. Esses resultados são similares aos de SCHÖNBERG et al. (1999)SCHÖNBERG, A.; WALBURGA, L.; ULRIKE, K. Investigation of serum samples of wild boar (Sus scrofa L. 1758) for leptospirosis. Zeitschrift. Jagdwiss., v.45, p.262-265, 1999., que encontraram amostras de javalis com títulos entre 1:100 e 1:800. A interpretação desses títulos sorológicos pode ser considerada como uma infecção passageira ou uma imunidade de memória ou ainda um estágio inicial da doença. Pode-se também considerar até uma infecção crônica, como observado por GIRIO et al. (1998)GIRIO, R.J.S.; DIAS, H.L.T.; MATHIAS, L.A.; SANTANA, A.E.; ALESSI, A.C. Alterações reprodutivas, hematológicas e anatomopatológicas em fêmeas suínas com títulos de anticorpos contra Leptospira interrogans sorotipo icterohaemorrhagiae. Rev. Bras. Cienc. Vet., v.5, p.99-103, 1998. em suínos naturalmente infectados.

Pelos resultados obtidos, observa-se uma freqüência de 21,2% de javalis semiconfinados, reagentes para leptospira, sendo 12,2% para o sorovar patoc, 6,4% para o sorovar icterohaemorrhagiae e 2,5% para o sorovar hardjo. Não houve influência do sexo na proporção de reagentes à leptospira.

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    Almeida, S.- Presidente da Federação Nacional dos Criadores de Javalis. Comunicação pessoal, 2000.
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    Liquemine - Heparina Sódica, 25.000 UI/5mL - F. Hoffmann - La, Roche Ltda.
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    Almeida, S. - Presidente da Federação Nacional dos Criadores de Javalis (2000). Comunicação pessoal, 2000.)
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    Projeto de Pesquisa Financiado - FAPESP

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    16 Set 2024
  • Data do Fascículo
    Jul-Sep 2002

Histórico

  • Recebido
    11 Mar 2002
  • Aceito
    22 Maio 2002
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