Open-access BURNOUT, AUTOEFICÁCIA E EDUCAÇÃO FÍSICA: A PRODUÇÃO ACADÊMICA DE 2008 A 20221

BURNOUT, SELF-EFFICACY AND PHYSICAL EDUCATION: ACADEMIC PRODUCTION FROM 2008 TO 2022

BURNOUT, AUTOEFECTIVIDAD Y EDUCACIÓN FÍSICA: LA PRODUCCIÓN ACADÉMICA DE 2008 A 2022

Resumo

O presente trabalho teve como objetivo realizar um levantamento dos estudos sobre a síndrome de burnout e autoeficácia publicados entre 2008 e 2022 com professores de Educação Física (EF). É uma pesquisa de cunho bibliométrico, pautada numa abordagem quanti-qualitativa. As buscas foram feitas nas bases de dados da Capes, SciELO, LILACS e ERIC. Foram analisadas 56 publicações. Constatou-se que a maioria (69,6%, n = 39) foi publicada nos últimos cinco anos. Brasil, China e Turquia são os países com maior número de publicações sobre o tema. Apenas três artigos abordaram as categorias especificamente com professores de EF. Como resultado, conclui-se que há necessidade de se expandir os estudos sobre burnout e autoeficácia no Brasil e no mundo, especialmente com professores de EF, uma vez que os estudos são escassos, considerando os critérios de inclusão aplicados neste estudo.

Palavras-chave: Esgotamento profissional; Autoeficácia; Educação Física.

Abstract

The present work aimed to carry out a survey of studies on Burnout Syndrome and self-efficacy published between 2008 and 2022 with Physical Education teachers. It is a bibliometric research, based on a quantitative-qualitative approach. The searches were carried out in the CAPES, SciELO, LILACS and ERIC databases. Fifty-six publications were analyzed. It was found that the majority (69.6%, n = 39) were published in the last five years. Brazil, China and Turkey are the countries with the highest number of publications on the subject and only three articles addressed the subject specifically with Physical Education teachers. As a result, it is concluded that there is a need to expand studies on Burnout and self-efficacy in Brazil and in the world, especially with Physical Education teachers, since studies are scarce, considering the inclusion criteria applied in this study.

Keywords: Burnout; Self Efficacy; Physical Education.

Resumen

El presente trabajo tuvo como objetivo realizar un relevamiento de estudios sobre Síndrome de Burnout y autoeficacia publicados entre 2008 y 2022 con profesores de Educación Física. Se trata de una investigación bibliométrica, basada en un enfoque cuantitativo-cualitativo. Las búsquedas se realizaron en las bases de datos Capes, SciELO, LILACS y ERIC. Se analizaron 56 publicaciones. Se encontró que la mayoría (69,6%, n = 39) fueron publicados en los últimos cinco años. Brasil, China y Turquía son los países con mayor número de publicaciones sobre el tema y solo tres artículos abordaron el tema específicamente con profesores de Educación Física. Como resultado, se concluye que existe la necesidad de ampliar los estudios sobre Burnout y autoeficacia en Brasil y en el mundo, especialmente con profesores de Educación Física, ya que los estudios son escasos, considerando los criterios de inclusión aplicados en este estudio.

Palabras clave: Agotamiento profesional; Autoeficacia; Educación Física.

1 INTRODUÇÃO

As características do mundo do trabalho mudaram de forma acentuada no decorrer da história. Essas transformações repercutiram diretamente no modo de vida do ser humano, levando-o a distanciar-se da concepção do trabalho como fonte de realização e prazer, onde não apenas supre as suas necessidades, mas também cresce física, social e intelectualmente. Esse distanciamento tem convertido o trabalho, em muitos casos, em uma atividade realizada à custa de sofrimento, sacrifício e dor, desencadeadora até mesmo de doenças (FERREIRA; AZZI, 2011; SINOTT, 2013; PÊGO; PÊGO, 2016). Sendo que estas surgem não apenas pelo trabalho em si, mas por diferentes fatores, como as características da atividade laboral, as condições de trabalho, as altas exigências, as relações interpessoais no contexto profissional e a própria personalidade, por exemplo (BAI, 2014; BRASIL, 2001, 2019; SOUZA et al., 2015; CASTILLO et al., 2017). A síndrome de burnout é um dos agravos mentais que têm acometido trabalhadores nos últimos anos (PÊGO; PÊGO, 2016; BRASIL; 2001).

O burnout afeta, em sua maior parte, profissionais ligados ao cuidado direto e excessivo com pessoas, como médicos, enfermeiros, psicólogos, policiais, bombeiros, professores etc. Estudos reiteram que as cobranças e expectativas da sociedade em relação ao papel do professor, na maioria das vezes, não vêm acompanhadas da preocupação no sentido de dar as condições necessárias para que a educação se desenvolva com qualidade, tampouco que se valorize esse profissional como ser humano que tem necessidade de satisfação e realização não apenas na vida pessoal, mas também no seu ambiente de trabalho, pois é ali que a maioria passa grande parte da sua vida (EVANGELISTA; TRICHES, 2015; MARQUES et al., 2015).

Nesse contexto escolar está o professor de Educação Física (EF), que além de lidar com problemas comuns a todos os professores, sofre de maneira singular - devido à especificidade dos conhecimentos e práticas da sua área - com a falta de espaços ou precarização destes para ministração das aulas, insuficiência ou inexistência de recursos materiais, desmotivação dos alunos para participar nas aulas, limitado suporte do corpo administrativo da escola, desvalorização do componente curricular de EF por parte dos alunos, dos pais e dos próprios colegas de trabalho (IAOCHITE et al., 2011; DARIDO et al., 2006); fatores estes que, expostos continuamente aos professores de EF, podem contribuir para o seu adoecimento em virtude da diversidade de fatores estressores relacionados ao trabalho.

Apesar disso, é possível verificar que muitos professores, mesmo diante de adversidades latentes - como as condições de trabalho precárias, os baixos salários, desvalorização, violência, indisciplina -, são capazes de formular estratégias para enfrentar os problemas vivenciados e, assim, melhorar o trabalho e alcançar os objetivos educacionais de aprendizagem do aluno. Evidenciando assim, que, embora as condições de trabalho possam influenciar no adoecimento dos professores, características individuais também podem ser importantes no enfrentamento de fatores estressores relacionados ao trabalho. Essa disposição de enfrentamento por parte dos professores está relacionada ao construto de autoeficácia, que é um dos pilares centrais da Teoria Social Cognitiva (TSC), desenvolvida pelo psicólogo Albert Bandura (1986).

Diante disso, este estudo tem como objetivo realizar um levantamento dos estudos sobre a síndrome de burnout e autoeficácia de 2008 a 2022, uma vez que é imprescindível averiguar o que tem sido investigado sobre a temática tanto cenário nacional quanto internacional, com o propósito de construir um panorama da literatura referente ao assunto. Além disso, visa identificar as pesquisas que tiveram como alvo de análise os professores de EF, visto que apresentam características próprias em seu trabalho e que podem contribuir para o seu adoecimento.

1.1 A SÍNDROME DO BURNOUT

A síndrome de burnout é um dos agravos mentais que têm acometido trabalhadores nos últimos anos (BRASIL, 2001; PÊGO; PÊGO, 2016). Silva (2006) caracteriza o burnout “como uma síndrome da desistência relacionada à dor do profissional que perde sua energia no trabalho, por se ver entre o que poderia fazer e o que efetivamente consegue fazer”. Santos e Nascimento Sobrinho (2011, p. 302) descrevem burnout como o sentimento de ter chegado “ao seu limite com grande prejuízo” ou deixou de funcionar por total falta de energia.

Recentemente a síndrome de burnout ganhou destaque na imprensa internacional após a 72ª Assembleia Mundial da Organização Mundial de Saúde (OMS), que ocorreu em Genebra, na Suíça, em maio de 2019. A OMS reiterou que a síndrome de burnout não é uma doença, mas está inserida na 11ª Revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID-11) como um fenômeno ocupacional (OPAS, 2019). De acordo com a Organização Pan-americana de Saúde (OPAS, 2019), a síndrome de burnout é conceituada na CID -11 “como resultante do estresse crônico no local de trabalho que não foi gerenciado com sucesso”. Além disso, a OMS enfatiza que este é um fenômeno associado apenas ao ambiente de trabalho e que, portanto, não pode ser generalizado a outros aspectos da vida dos indivíduos.

Somado a isso, de acordo com Souza et al. (2015), a partir de uma visão psicossocial, o burnout pode ser compreendido como um processo no qual as características pessoais, tal como a autoeficácia, e as avaliações emocionais e cognitivas no contexto de trabalho colaboram para o desenvolvimento da síndrome entre os profissionais das mais diversas áreas de atuação. Estudos têm mostrado, porém, que nas últimas décadas essa síndrome tem sido destaque entre os profissionais da educação, entre os quais os professores que estão sendo acometidos mais frequentemente (CARLOTTO, 2002; DIEHL; MARIN, 2016; SILVA 2014).

A maioria dos autores conceitua a síndrome de burnout a partir da perspectiva social psicológica de Maslach e Jackson (1981) e Maslach, Shaufeli e Leiter (2001), que a descrevem como uma resposta ao estresse emocional crônico e interpessoal no ambiente laboral, caracterizada por exaustão emocional, despersonalização e redução da realização pessoal (FERREIRA; AZZI, 2010; PÊGO; PÊGO, 2016; PIRES; MONTEIRO; ALENCAR, 2012; SANTINI; MOLINA NETO, 2005; SILVA, 2006; SINOTT, 2013). Além disso, o burnout afeta, em sua maior parte, profissionais ligados ao cuidado direto e excessivo com pessoas, como médicos, enfermeiros, psicólogos, policiais, bombeiros, professores etc.

Pesquisas mostram que a categoria docente vem sendo apontada como uma das mais propensas ao estresse e ao burnout (PIRES; MONTEIRO; ALENCAR, 2012; SANTINI; MOLINA NETO, 2005; SILVA, 2006). Isso acontece em razão das particularidades da docência, que é considerada uma atividade penosa e desgastante física e psicologicamente. Segundo Diehl e Marin (2016) é requisitado que os docentes tenham, além das habilidades e competências relacionadas ao ensino, habilidades sociais e emocionais para lidar com as demandas do cotidiano de trabalho. É nesse cenário, marcado por conhecimentos e práticas peculiares ao componente curricular, associado a precarização e a condições de trabalho inadequadas, que atua o professor de Educação Física (DARIDO et al., 2006; IAOCHITE et al., 2011).

De acordo com pesquisas, a discrepância entre as expectativas para o desenvolvimento do trabalho docente e a realidade experimentada pelos professores nas escolas é um dos principais fatores para o surgimento do burnout. Devido a isso, as características do trabalho dos professores de EF parecem ser os principais elementos que favorecem o desenvolvimento da síndrome de burnout nesses profissionais (PIRES; MONTEIRO; ALENCAR, 2012; SINOTT, 2013).

Ao investigar a prevalência da síndrome de burnout em 118 professores de EF da Rede Municipal de Pelotas/RS, Sinott (2013) verificou que 60,6% dos investigados apresentaram alta Exaustão Emocional (EE), 22,3% com alta Despersonalização (DE) e 34% dos docentes apresentaram baixa Realização Profissional (RP). O estudo revelou que 27,7% dos investigados manifestam situação de vulnerabilidade ou no limiar de burnout e 8,5% dos docentes apresentaram concomitantemente alta EE, alta DE e baixa RP, sinalizando a presença da síndrome nesses professores.

Contudo, faz-se necessária uma investigação mais completa a respeito do que já se tem produzido sobre a Síndrome de burnout entre os professores de EF, a fim de compreender os fatores que influenciam a ocorrência da síndrome entre esses docentes. De acordo com Sinott (2013) há uma carência de pesquisa sobre o burnout em professores de EF, sendo necessária uma investigação no contexto dessa disciplina na escola; cujo cenário é historicamente marcado por sua falta de “status” em relação aos demais componentes curriculares, falta de recursos materiais, espaços inadequados para as aulas, exposição excessiva na quadra, professor reconhecido pelo “fazer” e não pelo ensinar, entre outros (DARIDO et al., 2006).

No entanto, embora haja inúmeros problemas associados ao trabalho docente que podem influenciar no adoecimento desses profissionais, verifica-se que muitos professores conseguem elaborar planos de ação a fim de contornar as adversidades experimentadas e obter resultados positivos no desenvolvimento das atividades educativas. Tal comportamento tem sido associado às crenças de autoeficácia, construto psicológico conceituado pela Teoria Social Cognitiva.

1.2 A AUTOEFICÁCIA NA TEORIA SOCIAL COGNITIVA

O princípio básico que fundamenta a TSC é a perspectiva da agência. Para Bandura (2008, p. 15), “ser agente significa influenciar o próprio funcionamento e as circunstâncias de vida de modo intencional”. De acordo com essa visão, o indivíduo tem a possibilidade assumir o controle das situações à sua volta e não apenas reagir diante delas, sendo, portanto, sujeitos proativos, autorregulados e autorreflexivos.

A autoeficácia é a crença que os indivíduos têm em suas capacidades de desempenharem atividades que os levem a atingir os resultados esperados (FERREIRA; AZZI, 2010), ou seja, a crença de que, mesmo diante de circunstâncias desafiadoras, ele é capaz de formular estratégias de superação dos obstáculos enfrentados, para alcançar os objetivos pretendidos. Ao se mensurar a autoeficácia obtém-se quanto esforço um indivíduo é capaz de fazer em situações difíceis (NURI et al., 2017). De acordo com Bandura (1994), a autoeficácia auxilia o sujeito a lidar com uma realidade social que demanda um enfrentamento contínuo com adversidades e obstáculos.

Iaochite et al. (2011) desenvolveram um estudo com 220 professores de EF de escolas privadas e públicas da região de Campinas e Vale do Paraíba, em São Paulo. A pesquisa teve a finalidade de identificar e analisar a autoeficácia docente destes profissionais relacionando-a com o nível de satisfação pessoal e com a disposição de continuar a trabalhar na atividade docente. Utilizaram para isto uma escala de autoeficácia docente e um questionário de caracterização. Os resultados mostraram que de modo geral a autoeficácia docente foi elevada, entretanto os professores que tinham menores índices de satisfação e menor disposição para continuar na profissão eram aqueles que também apresentavam a eficácia no manejo de classe em níveis significativamente mais baixos. Os autores observaram ser importante a promoção da autoeficácia dos professores, principalmente quando se relaciona à prevenção e intervenção na saúde docente.

Apesar dessa constatação, quando se estabelece a relação entre a autoeficácia docente e a síndrome de burnout os estudos ainda são poucos, por se tratar de uma linha de investigação relativamente contemporânea que vem se delineando nos últimos anos (FERREIRA; AZZI, 2010). Segundo Souza et al. (2015), estudos recentes têm evidenciado o papel de elementos da personalidade, como a autoeficácia, como antecedentes latentes para o desenvolvimento da síndrome de burnout. Ao especificar a temática da autoeficácia em professores de EF, os estudos em evidência também são recentes no Brasil e têm como principal referencial o Professor Dr. Roberto Tadeu Iaochite, da Universidade Estadual Paulista (UNESP), em Rio Claro. Iaochite tem investigado o construto da autoeficácia no desenvolvimento da carreira docente, na formação inicial em diferentes contextos relacionados à EF (IAOCHITE, 2007; IAOCHITE et al., 2011; IAOCHITE; AZZI, 2012; IAOCHITE, 2018). Entretanto, estes estudos não estabelecem nenhuma ligação entre autoeficácia, síndrome de burnout e os professores de EF.

2 MÉTODO

Com o intuito de alcançar os objetivos propostos, foi realizado um levantamento bibliográfico, para realização de estudo bibliométrico, nas bases de dados da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), SciELO (Scientific Eletronic Library Online), LILACS (Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências da Saúde) e ERIC (Education Resources Information Center). A bibliometria consiste na utilização de métodos matemáticos e estatísticos com o objetivo de mapear informações, a partir de documentos bibliográficos como, por exemplo, livros, periódicos e artigos (SANTOS; KOBASHI, 2009).

Para a formulação da questão central deste estudo, utilizou-se a técnica PVO - usada em revisões sistemáticas da literatura como as de Couto (2018) e Ferreira (2018), em que P refere-se aos participantes, V corresponde às variáveis do estudo e O diz respeito ao desfecho ou resultado esperado (COUTO, 2018). Esta técnica foi adaptada por Ramos (2015) e permite organizar os componentes de uma pesquisa e auxiliar na elaboração da pergunta-problema. Neste caso, os participantes são os professores de EF, as variáveis são burnout e autoeficácia e o resultado que se espera é a construção do panorama dos estudos sobre o tema investigado. Sendo assim, buscou-se responder o seguinte questionamento central: “Como se caracterizam as pesquisas sobre a síndrome de burnout e autoeficácia?”. Além disso, questiona “Quais os estudos sobre burnout e autoeficácia realizados com professores de Educação Física?”.

A fim de localizar e selecionar os estudos foram elencados descritores para realização das buscas nas bases de dados elegidas. Os descritores foram especificados com base nas categorias prévias já descritas na técnica PVO e com adição de termos com mesmo significado. Definiram-se assim, os seguintes termos de busca: Burnout; Síndrome de Esgotamento Profissional; Autoeficácia (self- efficacy); Crenças de Autoeficácia (Self-efficacy beliefs); Crenças de Eficácia (efficacy beliefs) e Professores de Educação Física (Physical Education Teachers). O Quadro 1 apresenta os cruzamentos realizados nas buscas em cada uma das bases de dados.

Quadro 1
Descritores para busca dos artigos sobre síndrome de burnout e autoeficácia nas bases de dados Capes, SciELO, LILACS e ERIC, publicados no período de 2008 a 2018

Como critérios para refinamento, inclusão e exclusão dos trabalhos foram considerados: a) somente artigos; b) que tenham sido publicados nos últimos dez anos; c) em português ou inglês; d) artigos disponíveis na íntegra; e) descritores no título ou palavras-chave; f) disponíveis gratuitamente; g) revisado por pares e h) pautados na Teoria Social Cognitiva. Foram coletadas dos artigos as informações referentes às palavras-chave, autores e coautores, ano de publicação, periódico de publicação, país de origem, participantes das pesquisas e metodologia empregada.

A análise dos artigos foi subdividida em duas etapas. Na primeira etapa foi feito o levantamento nas quatro bases de dados, aplicando-se os critérios pré-elaborados para inclusão dos estudos. Na segunda etapa, realizou-se uma caracterização descritiva dos artigos com base no ano de publicação, país de origem das pesquisas, participantes, metodologia e Qualis dos periódicos.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 LEVANTAMENTO E REFINAMENTO

As buscas pelos artigos nos bancos de dados foram realizadas no primeiro semestre de 2018 e atualizadas em junho de 2022. Na Tabela 1, podem-se observar os números iniciais do levantamento, somados os resultados de todos os cruzamentos, além da quantidade de artigos encontrados em cada um dos diretórios de busca.

Tabela 1
Quantidade de artigos sobre burnout e autoeficácia, publicados nas plataformas Capes, SciELO, LILACS e ERIC, no período de 2008 a 2022, de acordo com os critérios de refinamento.

Fonte: Elaborado pelos autores (2019)

Após levantamento inicial e excluídos os que não se encaixavam nos critérios e os trabalhos duplicados, foram selecionados 56 artigos para análise. Destaca-se que o banco de dados da Capes foi o que forneceu o maior número de artigos (n = 47). Apesar de 49 artigos terem chegado ao critério final no Portal de periódicos Capes, ao se encaixarem na Teoria Social Cognitiva, dois deles foram excluídos porque, apesar de terem passado no filtro de trabalho completo, um era uma carta ao editor do periódico e o outro não apresentava todos os dados da pesquisa. Nas plataformas SciELO, LILACS E ERIC a redução da quantidade de publicações do número total ocorreu devido à repetição dos artigos; por isso, foram excluídos. Em segundo lugar ficou a plataforma ERIC, com cinco (n = 5) artigos. Em seguida, o diretório SciELO com quatro (n =4). Após essa primeira fase de levantamento e refinamento, deu-se início à caracterização dos artigos selecionados, por ano de publicação, país de origem dos trabalhos, participantes das pesquisas, metodologia e Qualis das revistas.

3.2 CARACTERIZAÇÃO DOS ARTIGOS

3.2.1 Ano de publicação

No Gráfico 1, apresentam-se primeiramente os dados descritivos referentes ao ano de publicação das produções acadêmicas de 2008 a 2022 sobre a síndrome de burnout e a autoeficácia selecionados para este estudo.

Gráfico 1
Quantidade de artigos publicados por ano nas plataformas Capes, SciELO, LILACS e ERIC sobre síndrome de burnout e autoeficácia, no período de 2008 a 2022.

Com base no Gráfico 1, percebe-se que a maioria dos artigos (n = 39) sobre a temática foi publicada nos últimos cinco anos, ou seja, no período de 2018 a 2022, o que representa 69,6% do total de trabalhos publicados sobre o tema e analisados nesta revisão. Observa-se ainda que houve quase dez vezes mais publicações (n = 39) nesta época, quando comparado aos cinco primeiros anos (2008 a 2012) do período investigado (n = 4), o que demonstra a contemporaneidade do assunto e a relevância de se ampliar os estudos nessa área. Além disso, o ano de 2022 foi o que teve a maior quantidade de estudos publicados (n = 10), seguido pelos anos de 2019, 2020 e 2021, que tiveram oito publicações em cada ano, e o ano de 2018 com cinco artigos publicados.

Não foram encontrados estudos referentes ao tema nos anos de 2009 e 2010 que estivessem dentro dos critérios de inclusão deste estudo. Este resultado demonstra que o estudo sobre a relação entre burnout e autoeficácia, apesar de se ter publicações mais antigas como as de Arata (2008) e Gil-Monte, Garcia-Juesas e Hernandéz (2008), ainda é extremamente recente, o que corrobora as afirmativas de Ferreira e Azzi (2010) que reiteram ser esta uma linha de investigação contemporânea.

3.2.2 País de origem dos artigos

O segundo ponto a ser observado é a origem de produção dos artigos. A Tabela 2 apresenta os dados coletados referentes aos países com estudos publicados sobre a temática em questão.

Tabela 2
País de origem e quantidade dos artigos publicados sobre burnout e autoeficácia, no período de 2008 a 2022.

Observou-se primeiramente que dez estudos são nacionais, enquanto 46 são internacionais. Verificou-se ainda que os países com maior número de artigos sobre o tema são o Brasil (n =10), China (n = 8) e a Turquia (n = 8). Outros países que se destacaram nos estudos sobre a relação entre autoeficácia e burnout foram o Irã (n = 6), Polônia (n = 5), Coreia do Sul (n = 4) e Espanha (n = 3). Além destes, foram encontradas pesquisas realizadas no México, China, Países Baixos, Irã e Chipre, com um artigo cada um. Três estudos foram desenvolvidos com participantes de diferentes países, como nos Estados Unidos e países europeus (HALL; LEE; RAHIMI, 2019), Austrália e Estados Unidos (BALLANTYNE; RETELL, 2020) e Turquia e Estados Unidos (ORÇAN, 2013), simultaneamente.

É importante notar que as pesquisas nacionais que tratam da temática investigada foram, em grande parte, produzidas na Região Sul do Brasil, destacando-se os estudos realizados no Rio Grande do Sul (n = 3) (CARLOTTO et al., 2015; FREITAS et al., 2016; RODRIGUEZ, CARLOTTO; CÂMARA, 2017) e um no Paraná (LOPES; NIHEI, 2020). Três pesquisas foram realizadas na Região Norte, sendo duas no estado do Pará (PEREIRA; RAMOS; RAMOS, 2020, 2022) e uma no Acre (LOIOLA; MARTINS, 2019). Um artigo, de cunho bibliográfico, foi realizado em São Paulo (FERREIRA; AZZI, 2010). Apenas um estudo foi feito na Região Nordeste, no estado da Paraíba (SOUZA et al., 2015). Embora o Brasil seja o país com o maior número de trabalhos selecionados, esses dados revelam a necessidade de se ampliar os estudos sobre a temática no âmbito nacional, uma vez que se faz necessário que sejam feitas investigações em todas as regiões do país e com maior número de participantes de diferentes campos de atuação profissional. Além disso, é importante buscar compreender melhor esta relação dentro do contexto docente, visto que apenas quatro estudos sobre burnout e autoeficácia foram realizados com docentes no país, com base nos critérios de seleção dos estudos.

3.2.3 Participantes e metodologia das pesquisas

No que diz respeito aos participantes das pesquisas, constata-se que quase a metade delas (n = 26) investigou o burnout e a autoeficácia em professores. Porém, apenas três pesquisas abordaram esta relação especificamente com os docentes de EF (PEREIRA; RAMOS; RAMOS, 2020, 2022; YILDIRIM, 2015).

Na Turquia, estudo realizado por Yildirim (2015) teve como objetivo examinar a correlação entre o comprometimento organizacional e o burnout ocupacional entre os professores de EF e determinar o papel mediador de suas percepções de autoeficácia nesse status relacional. O autor identificou que havia uma correlação negativa entre as percepções de autoeficácia dos professores e seu esgotamento profissional, ou seja, os docentes com maior autoeficácia apresentavam menores índices de burnout. Além disso, constatou que havia uma correlação positiva entre a autoeficácia e os compromissos organizacionais entre os professores de EF que participaram do estudo (YILDIRIM, 2015).

Os outros dois estudos foram realizados no Brasil, desenvolvidos pelo mesmo grupo de autores, com professores de EF, no município de Belém/PA (PEREIRA; RAMOS; RAMOS, 2020, 2022). O primeiro estudo teve como objetivo verificar a prevalência das dimensões da síndrome de burnout e os níveis de autoeficácia em professores de EF. Para tanto, os pesquisadores realizaram uma pesquisa de campo com 63 docentes de EF, do município de Belém e região metropolitana, que atuavam em escolas publicas e privadas da educação Básica. Aplicaram uma Escala de Autoeficácia de professor de EF e o Maslach Burnout Inventory. Os resultados demonstraram que aproximadamente 70% dos docentes apresentaram alta exaustão emocional, 44% elevados índices de despersonalização e 41% tiveram baixa realização no trabalho. Os níveis de autoeficácia foram moderados para 55% da amostra, enquanto 3,1% dos professores tiveram baixa autoeficácia e 41% alta autoeficácia. Tais dados revelam a necessidade de intervenções para o tratamento e prevenção de burnout, bem como atividades que promovam o desenvolvimento das crenças de autoeficácia entre os professores de EF (PEREIRA; RAMOS; RAMOS, 2022).

O segundo estudo foi desenvolvido com a mesma amostra de professores e os mesmos instrumentos de coleta de dados, porém com o objetivo de analisar a associação entre os níveis de burnout e autoeficácia dos docentes de EF. A análise de dados foi realizada a partir do SPSS (Statistical Package for the Social Sciences). Além disso, a fim de realizar a associação entre as variáveis autoeficácia e burnout, utilizaram-se as técnicas de Análise Fatorial (AF) e Análise de Correspondência (AC). O resultado da AC mostrou que docentes de EF com alta exaustão emocional, alta despersonalização e baixa realização pessoal apresentaram baixos níveis de autoeficácia, enquanto professores com alta autoeficácia estiveram associados à média despersonalização, média e alta realização pessoal e a média exaustão emocional. Os fatores da AF explicaram 73,75% da variância total das respostas dos participantes à Escala de Autoeficácia (PEREIRA; RAMOS; RAMOS, 2020).

Embora escassos, os estudos iniciais realizados com professores de EF no Brasil (PEREIRA; RAMOS; RAMOS, 2020, 2022) e na Turquia (YILDIRIM, 2015), selecionados neste levantamento, e que analisaram as variáveis burnout e autoeficácia, demonstram de modo geral uma associação negativa entre ambas, ou seja, quanto maior a prevalência das dimensões da síndrome de burnout, menores são os níveis de autoeficácia entre estes profissionais. Nesse sentido, a literatura tem demonstrado que a autoeficácia pode explicar, pelo menos em parte, o surgimento de burnout em distintos contextos de atuação, inclusive na docência (CARLOTTO, et al., 2015; FERREIRA; AZZI, 2010; PEREIRA; RAMOS; RAMOS, 2020, 2022; YILDIRIM, 2015).

Mesmo experimentando desafios semelhantes aos vivenciados por docentes de outras disciplinas escolares, como más condições de trabalho, cansaço físico, falta de tempo para si, problemas familiares e sociais dos alunos, baixos salários, entre outros, professores de EF lidam com particularidades próprias da área que podem contribuir para sua exaustão emocional, despersonalização, bem como para baixa realização pessoal. Exemplo disso são os espaços externos para aulas, muitas vezes em péssimas condições; trabalhar sob constante variação climática, com excesso de ruídos externos ou trânsito de pessoas que não são os alunos no espaço da aula, falta de material didático, entre outros. Além disso, não se sentir capaz de lidar com as demandas impostas para o exercício da docência está diretamente associado a baixos índices de autoeficácia e maior predisposição ao burnout em professores de EF (PEREIRA; RAMOS; RAMOS, 2020).

Pesquisas com docentes de diferentes áreas ratificam os achados nos estudos com professores de EF. Estudo realizado por Savas, Bozgeyik e Eser (2014), também na Turquia, teve como objetivo examinar a relação entre a síndrome de burnout e a autoeficácia docente. Realizaram uma pesquisa com 163 professores, de escolas públicas primárias e secundárias, que foram escolhidos aleatoriamente. Utilizaram como instrumento de coleta de dados o Maslach Burnout Inventory e a Teacher Sense of Efficacy Scale. Os resultados da análise de regressão múltipla hierárquica indicaram que a autoeficácia do professor predissesse o burnout de forma negativa. Os professores com baixos níveis de autoeficácia experimentaram mais burnout que os seus colegas com níveis mais elevados.

Estudo realizado por Ali e Mehdi (2020), com 80 professores iranianos de língua estrangeira, teve como um dos objetivos investigar a relação entre o grau de autoeficácia percebida e o nível de burnout. Os participantes responderam ao Maslach Burnout Inventory (MBI) e a uma versão modificada da Teacher Sense of Efficacy Scale (TSES). A análise de dados correlacionais e de teste t mostrou que havia uma forte correlação significativa entre a autoeficácia percebida dos participantes e seu nível de burnout em uma direção negativa.

Os demais estudos foram realizados com grupos de estudantes (n = 10), seguidos pelas pesquisas com profissionais da enfermagem (n = 5), trabalhadores da área da saúde (n = 3); policiais, cadetes e bombeiros (n = 3); psicólogos (n = 1), tripulantes de cabina (n = 1), conselheiros escolares (n = 1), controladores de tráfego aéreo (n = 1), parteiras (n = 1), profissionais variados (n = 1) e tripulantes de cabina (n = 1). Outros três estudos foram de cunho bibliográfico. Isso mostra que o adoecimento no trabalho é um tema de interesse multidisciplinar e que necessita de análises nas mais variadas áreas de atuação profissional, a fim de que os sujeitos possam desempenhar suas atividades laborais não apenas como meio de suprir suas necessidades básicas, mas também que por meio do trabalho desenvolvam-se plenamente e tenham realização pessoal, assim como qualidade de vida e saúde.

No que diz respeito às metodologias empregadas nos artigos selecionados, observou-se que a maioria dos estudos foram empíricos (n = 53). Apenas três (n = 3) trabalhos foram de cunho teórico. Entre os estudos empíricos, vinte (n = 50) utilizaram abordagem quantitativa, com aplicação de questionários padronizados, quatro (n = 4) foram qualitativos e dois (n = 2) utilizaram abordagem mista (quantitativa e qualitativa). Este dado indica a importância de que novos estudos com outras metodologias sejam realizados, principalmente estudos qualitativos e de abordagem mista (FERNANDEZ, 2015; RAMOS, 2015).

3.2.4 Qualis dos Periódicos

O Qualis-periódicos é um processo utilizado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) para classificar tanto os meios de divulgação das pesquisas científicas como também a qualidade da produção acadêmica dos docentes e discentes dos Programas de Pós-graduação, sendo esta sua função exclusiva. Infere-se que a qualidade dos artigos publicados está relacionada à qualidade dos periódicos científicos de acordo com a estratificação Qualis.

Embora nos últimos anos a Capes esteja trabalhando para atualizar a classificação do Qualis, até o momento da atualização deste estudo (29 de junho de 2022), sua última classificação divulgada oficialmente no portal da Plataforma Sucupira, referente ao quadriênio 2013-2016, está dividida em oito categorias, a saber: A1, A2, B1, B2, B3, B4, B5 e C. A categoria A1 é a de valor mais alto, ou seja, de maior qualidade e maior fator de impacto (superior a 3,800) de acordo com o Institute for Scientific Information (ISI) e C é a de menor valor, com peso zero. Segundo a Capes, a próxima classificação da Qualis (2017-2020), os periódicos poderão ser classificados nos estratos A1, mais elevado; A2; A3; A4; B1; B2; B3; B5; C.

As 56 pesquisas deste estudo foram publicadas em 47 periódicos diferentes. As áreas de avaliação selecionadas foram Educação e Interdisciplinar. Dos 47 periódicos analisados, 29 têm avaliação nas áreas de Educação e/ou Interdisciplinar; quatro são avaliados em outras áreas. Um total de 21 periódicos não estavam cadastrados no sistema Qualis, o que é dado expressivo, visto que estes somavam o número de 23 artigos publicados, ou seja, 41% dos estudos selecionados neste levantamento não tem uma avaliação quanto à sua qualidade, podendo ser questionados quanto a sua relevância. No Gráfico 2, observa-se, por sua vez, a classificação dos periódicos de acordo com a estratificação Qualis (A1 até C) nas áreas da Educação e na Interdisciplinar.

Gráfico 2
Quantidade de artigos publicados por estrato Qualis sobre o tema síndrome de burnout e autoeficácia, nas áreas de avaliação Educação e Interdisciplinar, no período de 2008 a 2022.

Contabilizaram-se 23 artigos com avaliação na área da Educação, e a maioria deles estava classificada, respectivamente, nos estratos B1 (n = 12), A1 (n = 5) e A1 (n = 4), que possuem fator de impacto na área. Já na área Interdisciplinar a maioria dos periódicos estava na classificação A2 (n = 8). É importante observar que dos dez artigos de origem nacional, seis deles estão classificados nos estratos A1 e A2, entre os quais se encontra o estudo com professores de EF desenvolvido por Autor1 (ANO), o que evidencia que a produção nacional sobre o tema da autoeficácia e da síndrome de burnout, apesar de ainda ser reduzida, é de alta qualidade e apresenta relevância no cenário acadêmico.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo teve como objetivo principal caracterizar os estudos sobre burnout e autoeficácia do período de 2008 a 2022, com o propósito de construir um panorama da literatura referente ao assunto. Além disso, procurou identificar qual tem sido a produção acadêmica sobre a temática que teve como alvo de análise os professores de EF.

Constatou-se que, embora o construto da autoeficácia seja relativamente antigo, pois é elemento base da Teoria Social Cognitiva desde sua gênese, na década de 1980, foi nos últimos cinco anos (2018 a 2022) que a relação entre burnout e autoeficácia teve o maior número de produções publicadas. Demonstra ser uma área de interesse recente, e que necessita de aprofundamento e maiores análises nos diferentes campos de estudo, mas especialmente entre os professores de EF, uma vez que foram encontrados apenas três estudos voltados para este campo de atuação profissional.

Tanto o estudo turco quanto os estudos nacionais realizados com professores de Educação física constataram que docentes com maior autoeficácia apresentam maior comprometimento organizacional e menores chances de desenvolver a síndrome de burnout. A expansão das pesquisas no país pode auxiliar na compreensão do desenvolvimento do burnout entre os professores de Educação Física a partir das suas particularidades na prática pedagógica, assim como nos fatores individuais, como personalidade, motivação e autoeficácia. Também pode contribuir para elaboração de propostas que visem à prevenção, tratamento da síndrome e políticas públicas que garantam melhores condições de trabalho aos professores.

As limitações deste estudo, tais como os critérios de inclusão e a especificação das bases de dados, podem ter restringido o acesso a outros estudos que, por esta razão, talvez não tenham sido incluídos na presente análise. Ainda assim, os resultados mostram-se relevantes academicamente, pois apresentam uma nova área de pesquisa que pode auxiliar no preenchimento de uma lacuna no que se refere aos estudos sobre síndrome de burnout e autoeficácia.

  • FINANCIAMENTO
    O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001.
  • ÉTICA DE PESQUISA
    A pesquisa seguiu os protocolos vigentes nas Resoluções 466/12 e 510/2016 do Conselho Nacional de Saúde do Brasil e foi aprovado pelo Comitê de Ética de Pesquisa (CEP) da Universidade Federal do Pará. Parecer: Consubstanciado N° 3.026.005.

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Editado por

  • RESPONSABILIDADE EDITORIAL
    Alex Branco Fraga *, Elisandro Schultz Wittizorecki *, Mauro Myskiw *, Raquel da Silveira *
    * Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Escola de Educação Física, Fisioterapia e Dança, Porto Alegre, RS, Brasil.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    02 Dez 2022
  • Data do Fascículo
    2022

Histórico

  • Recebido
    01 Fev 2022
  • Aceito
    19 Jul 2022
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