Open-access ASPECTOS CONTROVERSOS DE UMA INTERPRETAÇÃO DO GIRO LINGUÍSTICO SOBRE A ONTOLOGIA DE LUKÁCS COMO REFERÊNCIA CRÍTICA NA EDUCAÇÃO FÍSICA

ASPECTOS CONTROVERTIDOS DE UNA INTERPRETACIÓN DEL GIRO LINGÜÍSTICO SOBRE LA ONTOLOGÍA DE LUKÁCS COMO REFERENCIA CRÍTICA EN LA EDUCACIÓN FÍSICA

Resumo

O presente artigo se justifica pela identificação de limites e reducionismos encontrados na interpretação e descrição, oferecidas pela crítica dos giros linguísticos, sobre o que chamam de:“atividade epistemológica em Educação Física” por uma denominada “reação ontológica”. O objetivo não é apenas se contrapor, mas demonstrar na discussão ora apresentada os possíveis equívocos em relação à crítica ontológica realizada ao filósofo György Lukács no campo da Educação Física. Para tanto, buscamos os artigos envolvidos no debate, destacando nossa investigação e análise em relação ao estudo de Almeida e Vaz(2010), intitulado: “Do giro linguístico ao giro ontológico na atividade epistemológica em Educação Física”.

Palavras-chave: Educação Física; Epistemologia; Ontologia.

Resumen

Este artículo se justifica por la identificación de límites y reduccionismos encontrados en la interpretación y descripción ofrecidas por la crítica de los giros lingüísticos sobre lo que denominan: “actividad epistemológica en Educación Física” por una llamada “reacción ontológica”. El objetivo no es solo contraponerse, sino demostrar en la discusión aquí presentada los posibles malentendidos en relación a la crítica ontológica realizada al filósofo György Lukács en el campo de la Educación Física. Para ello, buscamos los artículos involucrados en el debate, destacando nuestra investigación y análisis en relación al estudio de Almeida y Vaz (2010), titulado: “Del giro lingüístico al giro ontológico en la actividad epistemológica en Educación Física”.

Palabras clave: Educación Física; Epistemología; Ontología.

Abstract

This article is justified by the identification of limits and reductionisms found in the interpretation and description, offered by the critique of linguistic turns, about what they call: “epistemological activity in Physical Education” by a so-called “ontological reaction”. The objective is not only to oppose, but to demonstrate in the discussion presented here the possible misunderstandings in relation to the ontological critique made to the philosopher György Lukács in the field of Physical Education. Therefore, we searched the articles involved in the debate, highlighting our investigation and analysis in relation to the study by Almeida and Vaz (2010), titled: “From the linguistic turn to the ontological turn in the epistemological activity in Physical Education”.

Keywords: Physical Education; Epistemology; Ontology.

1 INTRODUÇÃO

O debate no campo da Educação Física sobre a atividade epistemológica apresenta variados aspectos e cenários de confronto. Sabemos que esse é o terreno da ciência: a busca das evidências, suas comprovações e avanços sobre debates. Neste estudo, partimos de um diálogo crítico e imergimos sobre a interpretação oferecida no artigo publicado na revista Movimento da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), de autoria de Almeida e Vaz (2010), intitulado: “Do giro linguístico ao giro ontológico na atividade epistemológica em Educação Física”. Esses autores apresentam argumentos que se contrapõem aos estudos ditos “de uma certa tradição marxista”, e os realiza sob uma crítica advinda da chamada virada linguística no âmbito da atividade epistemológica.

Nosso objetivo, portanto, é somar às críticas da crítica do giro linguístico e/ou epistemológico (MORSCHBACHER, 2015; SACARDO; SILVA, 2017), e demonstrar os limites de tais argumentos sobre o entendimento acerca desse problema, tendo em vista que essas descrições e implicações relacionadas ao tema da ontologia do ser social não refletem os pressupostos científicos, teóricos e filosóficos que fundamentam a ontologia materialista histórico-dialética de György Lukács (1885-1971).

A posição ontológica com a qual pautamos nossa discussão é referente às elaborações teórico-filosóficas do húngaro Lukács, que buscou desenvolver uma renovação, aprofundamento e desenvolvimento do legado teórico de Karl Marx (1818-1883), Friedrich Engels (1820-1895) e Lênin (1870-1924). Sempre em constante preocupação com a restauração do sentido original do pensamento marxiano, Lukács demonstra que há uma autêntica Teoria Social nas elaborações teórico-científicas de Marx, por meio de sua obra Para uma Ontologia do Ser Social. Nela o filósofo húngaro ressalta que: “[...] ninguém se ocupou tão extensamente quanto Marx da ontologia do ser social” (LUKÁCS, 2012, p. 25).

Neste sentido, é importante advertir a respeito de uma ontologia materialista que traz consigo os equívocos de uma certa tradição marxista enviesada por problemas característicos do seu tempo, marcada pela rigidez do dogmatismo, identificada nos limites positivistas e produzida por uma parte dos teóricos presentes na organização da Segunda Internacional, assim como anos depois por inúmeros teóricos que deram ênfase ao suposto tom idealista e metafísico implícito na discussão ontológica resultante do stalinismo, além de toda uma construção filosófica demarcada pelas reflexões lógico-epistemológicas que vêm dominando o cenário da filosofia desde o século XVII (FORTES, 2013).

Por consequência, apontamos uma hipótese de que as descrições e interpretações operadas no artigo apresentado por Almeida e Vaz (2010) não contemplam as reais referências aos estudos da ontologia do ser social desenvolvidas por Lukács na sua maturidade intelectual. Para este autor, a ontologia não é uma teoria do conhecimento sobre o ser social, mas a apreensão das determinações ontológicas que o constituem permanentemente (LUKÁCS, 2012, 2013).

Para tanto, elegemos três momentos que se configuram como problemáticas de fundo para uma efetiva análise ontológica: 1º) o trabalho, como fundante do ser social; 2º) a relação entre sujeito e objeto, para o entendimento da realidade; e 3º) a linguagem, como um complexo social.

E a partir de um fluxo investigativo, nos seja possível encontrar os possíveis equívocos dos alicerces teóricos de Almeida e Vaz (2010), quando apontam no debate uma reivindicação contemporânea da representação da realidade, em que tal exposição parece estar associada a uma correspondência superficial com a verdade, empobrecida de determinações que a possam validar.

Para Almeida e Vaz (2010), o problema por eles chamado de “giros ontológicos” promove as seguintes implicações ao desenvolvimento da Educação Física: a) o problema do giro linguístico ao giro ontológico estaria associado a apenas uma questão terminológica (epistemologia e ontologia); b) a fundamentação teórica ontológica, para esses autores, bloqueia a qualidade provisória e dinâmica inerente aos processos de linguagem, discursividade e pluralidade, próprios da Educação Física; e c) o giro ontológico estaria apoiado num referencial teórico que expressa uma reinstauração de uma razão monológica, um caminho investigativo único, inflexível e arbitrário.

Destarte, nos limites de um artigo científico, nos é possível, apenas, uma breve síntese acerca de nossos pressupostos. Mas ressaltamos que, para uma conveniente técnica de análise imanente do texto, é necessário desvelar não somente o aporte filosófico, mas, também, buscar identificar a origem e a função social desse mesmo aporte. Cabe ressaltar que Lukács (2020) nos adverte na sua obra A destruição da razão - controversa obra da qual os autores Almeida e Vaz (2010) se basearam para redigir suas críticas a ontologia - de que “não há filosofia inocente”.

2 O USO DE UMA REFERÊNCIA CONTROVERSA PARA O DEBATE

Um aspecto crucial que precisamos apontar desde o início deste diálogo são as referências utilizadas pelos autores Almeida e Vaz (2010) para tratar de uma crítica sobre a ontologia de Lukács. Eles baseiam-se em fontes secundárias (ORTIGARA, 2002; SÁNCHEZ GAMBOA, 2007; AVILA, 2008) e em obras de Lukács (1976, 1978) que ainda não tinham um desenvolvimento teórico amadurecido pelo autor a respeito da ontologia do ser social e sua fundamentação na teoria social de Marx.

Acreditamos que a utilização da obra A destruição da razão - publicada em 1954, mas com sua escrita iniciada durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) - como referência para elaborar uma descrição, interpretação e análise da chamada “reação ontológica” foi um equívoco, ao esvaziar o sentido real que Lukács (2012, 2013) desenvolveu na obra Para uma ontologia do ser social no final dos anos de 1960 e publicada originalmente apenas em 19841.

A obra A destruição da razão apresenta duas frentes às suas críticas ao irracionalismo. A primeira é pautada na esfera ideológica geral - não se restringindo a uma crítica contra o nazismo e o fascismo - e a segunda no complexo da filosofia - continua o embate minucioso com ênfase em Hegel e Kant -, a qual, em nossa avaliação, não é a obra mais adequada para se avaliar criticamente os giros linguísticos e os giros ontológicos no campo da Educação Física em relação à ontologia do ser social. Apesar disso, ainda assim ela é capaz de demonstrar as fragilidades, imprecisões e falhas dos fundamentos contidos no dito “movimento pós-moderno”, com o qual os autores Almeida e Vaz (2010) se reconhecem.

Por uma questão de fidelidade ao método materialista histórico-dialético,

[...] o verdadeiro ponto de partida é a própria realidade, que sua decomposição abstrativa conduz a categorias de espelhamento, cuja construção sintética representa um caminho para conhecer a realidade, mas não o caminho da própria realidade, embora seja óbvio que as categorias e conexões que surgem nesse processo possuem - enquanto reproduções ideais da realidade - caráter ontológico e não lógico (LUKÁCS, 2012, p. 243).

Em conformidade com o que indica Lukács (2012), o nosso ponto de partida para se chegar à verdade parte da seguinte crítica de Almeida e Vaz (2010):

[…] é difícil aceitar, como Lukács (1976) anunciou e alguns entre nós acabam reproduzindo, que aquelas perspectivas que abrem mão de alcançar a objetividade nos termos de uma correspondência com o real ou que não operam com um conceito correspondentista de verdade são irracionalistas (ALMEIDA; VAZ, 2010, p. 25).

Interpretar a ontologia como uma crítica ao que se supõe ser um antirrealismo advindo de um giro linguístico coloca a crítica em uma condição simplista de contraposição dualista. É preciso considerar que a chamada reação ontológica se refere ao ser e não se resume às antinomias: irracional e racional; ou idealismo e realismo. O tecido social do real se ampara em uma teia de determinações que se configura em objetividades, nas quais carregam em si a unidade contraditória do que é: da aparência; e da essência.

Neste sentido, não haveria simplesmente um reflexo homogêneo da realidade a ser conhecida, mas uma totalidade social imbuída de complexos de complexos2, em que a consciência humana tem a possibilidade de elaborar conceitos e sínteses que podem, ou não, ter eficiência para compreensão e explicação das contradições da realidade. Assim, as causalidades dadas na realidade objetiva e suas legalidades nos diversos graus do ser apresentam propriedades diversas que viabilizam conceitos e imagens que serão fundamentais para as objetivações de fato - a práxis social. Portanto, uma crítica ao irracionalismo passa longe de ser considerada como algo no nível gnosiológico, no terreno do que se pode ou não conhecer pela finitude subjetiva, mas trata-se de um irracionalismo configurado pela negação da própria existência, isto é, negação do ontológico.

Em A destruição da razão”, Lukács (2020) trazia, a partir de Hegel, avanços sobre a relação teoria e prática, no qual só terá seu ápice argumentativo anos depois em Para uma ontologia do ser social (LUKÁCS, 2012, 2013), onde encontrou no legado teórico deixado por Marx, Engels e Lênin substância para o desenvolvimento de uma vigorosa teoria do ser social, com totais condições objetivas de demonstrar o modo de produção material da vida social. O filósofo húngaro reafirma também estar nas mãos do ser social a possibilidade de evolução ou de barbárie.

Por isto, ressaltamos que a obra A destruição da razão, a qual Almeida e Vaz (2010) tiveram acesso e utilizaram como base para a escrita do referido artigo, mesmo que esta obra seja um material maduro em confronto ao irracionalismo e enfrentamento das questões sociais, ainda se mostra em estágio embrionário quando relacionada com a obra Para uma ontologia do ser social, o que nos demonstra ser um anacronismo a sua utilização para uma adequada crítica ontológica na atualidade.

3 O TRABALHO COMO FUNDANTE DO SER SOCIAL

Para além da obra A destruição da razão, Almeida e Vaz (2010) buscaram compreender a ontologia de Lukács por meio de terceiros. Desta forma, julgamos necessário demonstrar, mesmo nos limites deste estudo, uma brevíssima síntese dos fundamentos utilizados pelos autores, confrontando-os à luz das categorias de análise expressas por Lukács (2012, 2013) em Para uma ontologia do ser social.

O trabalho é uma categoria fundante do ser social e isso é complementado no sentido de que também funda todas as suas determinações. Isso significa dizer que o ser humano precisa ser compreendido dentro do fluxo histórico do seu desenvolvimento, não linear e com saltos ontológicos, considerando o pressuposto de que a vida nada mais é do que o resultado da evolução da própria matéria, ou seja, uma forma superior do resultado da organização da matéria.

O destaque da categoria trabalho se dá pela mediação entre o agir humano na natureza para a criação do novo. Essa mediação é crucial para a satisfação das necessidades de manutenção e reprodução da vida, bem como de outras necessidades sociais que vão surgindo de acordo com o processo de criação de novos produtos pelo trabalho. Neste processo, o ser humano, ao se deparar com uma barreira natural, precisa, primeiramente, responder com um plano mínimo a fim de alcançar a sua superação. Esse planejamento provocado pelo mundo objetivo acarreta a formação de uma consciência que confronta, interroga e modifica o mundo externo, buscando, assim, garantir a sobrevivência e a reprodução do ser social, o que se distingue dos outros animais.

Se o ser humano não apresentasse as imagens do mundo em sua consciência, seria incapaz de refletir e decidir sobre as leis naturais, em seus mais diversos níveis, para o adequado atendimento de suas necessidades e objetivações. Isto posto, é na práxis que a humanidade se torna cada vez mais humana. Em referência a Marx, Lukács (2013, p. 64) evidencia que “[…] a realidade do pensamento, o caráter não mais epifenomênico da consciência só pode ser encontrado e demonstrado na práxis”.

3.1 A RELAÇÃO SUJEITO E OBJETO NA ONTOLOGIA DE LUKÁCS

O “processo de trabalho” nos apresenta uma relação fundamental que vai caracterizar a constituição do mundo social e que trataremos por meio das categorias: teleologia; e causalidade. É preciso reconhecer que sem a consciência do mundo objetivo o sujeito não seria capaz de produzir humanidade no ser.

O ser humano em sua dimensão social desenvolve uma consciência durante o ato do processo de trabalho. Essa ação é orientada por uma intencionalidade, um fator ativo e produtivo deste novo ser, que em toda sua dinâmica - planejamento, execução e produto - vai transformar as causalidades dadas pela natureza em causalidades postas socialmente. Desta maneira, a consciência não pode deixar de ser compreendida como social, ela não surge acabada, vai se constituindo em um processo evolutivo junto à categoria do trabalho e a outros complexos surgidos desse processo, mediados por relações sociais postas historicamente. Todo esse movimento configura a totalidade social, na qual o ser social é um complexo de complexos, de igual forma o trabalho também o é (LUKÁCS, 2013).

Mas o que fica evidente aqui é o ato de o trabalho possibilitar dois momentos ontológicos distintos: o próprio ser; e o reflexo do ser na consciência. É por essas categorias que o processo de trabalho e a reprodução social acontece dentro de uma totalidade. Como não existe relação cindida, fragmentária, identitária entre ser social e natureza, temos de fato, então, a possibilidade ontológica do ser social de poder elaborar conceitos a partir do reflexo do mundo objetivo para o êxito das finalidades almejadas e demandadas por suas necessidades, em que, para uma adequada realização do trabalho, o ser social vai, cada vez mais, se afastando dos limites das causalidades dadas pela natureza (LUKÁCS, 2013).

A imagem da realidade objetiva, refletida na consciência dos humanos, não é idêntica ao real. A elaboração que ocorre a partir desse reflexo possibilita ao sujeito espelhar, conceituar e transformar esta ideia do real sem, necessariamente, estar diante dele, e sem jamais reproduzi-lo em sua integralidade. O que não ocorre quando um animal dependente da consciência epifenomênica se confronta com as causalidades naturais.

Por haver esse necessário distanciamento entre o real e o pensamento, se faz preciso que ocorram elaborações na consciência, para que esse reflexo evite os erros de adequação. Em vista disso, esse movimento traz, a reboque, o desenvolvimento da linguagem e o conceito. Não nos cabe aqui relacionar o termo representação, no entanto, Lukács chega a nos alertar que “[...] depois de formado, o mundo conceitual retroage sobre a intuição e a representação” (LUKÁCS, 2013, p. 65).

O que temos desse processo são objetividades da consciência que precisam adquirir formas externas. Por essa razão, uma teleologia precisa ser socialmente posta no mundo, já que, afastada da consciência, será apenas, como nos ensinava Aristóteles (1973), uma potência, uma vontade, um desejo. O produto desta consciência, sua objetivação, é algo distinto do sujeito, é algo na natureza.

Neste sentido, a menção que Almeida e Vaz (2010) fazem sobre as determinações produzidas na relação entre sujeito e objeto carece de esclarecimentos, na medida em que suas assertivas não dialogam, de modo algum, com as categorias ontológicas do ser social desenvolvidas por Lukács.

A relação dialética entre teleologia e causalidade nos possibilita demarcar dualidades fundamentais para compreensão do real. Os problemas do sujeito-objeto, aparência-essência, objetividade-subjetividade elevam-se como categorias fundamentais para se fazer ciência com base na crítica ontológica materialista.

3.2 A LINGUAGEM COMO UM COMPLEXO SOCIAL

Mediante o exposto, é possível constatar que a linguagem surge com o trabalho, simultaneamente, ela é uma mediação necessária para a reprodução do ser social. Entretanto, se faz importante ratificar a categoria do trabalho como tendo prioridade neste processo e, deste modo, a linguagem acaba por ser fundada pelo trabalho, pelas necessidades humanas (ENGELS, 2020). A sua função não é apenas auxiliar o trabalho, mas possibilitar a colaboração entre os indivíduos para além da divisão social do trabalho.

A categoria da linguagem contribui para a formação do pensamento, do tipo conceitual, na consciência dos humanos. A produção dessa função psicológica superior é fundamental para a compreensão do necessário distanciamento na relação do sujeito com o objeto. É por meio da linguagem que se concretiza na consciência o reflexo do mundo material a ser apreendido. Ela permite aos seres humanos intitular, classificar e nomear, justamente, pela capacidade cognitiva de viabilizar a realização dos processos de análise e sínteses que estão vinculados na relação entre teoria e práxis (LUKÁCS, 2013).

A linguagem possibilita ao ser social refletir sobre o real, em que, de acordo com Lukács (2013), ao objetivarmos algo novo, a linguagem vai se colocar como um pôr teleológico “secundário”, isto é, um pôr teleológico que atua em outras consciências e ganha importância nas relações sociais. Todavia, esse potencial amplo que a linguagem confere não pode jamais excluir o trabalho como seu elemento fundante, nos demonstrando que o ser social tem na linguagem uma autonomia relativa, jamais desvinculada inteiramente do processo de trabalho que possibilita a existência social e suas relações.

Os complexos categoriais que surgem no seio da reprodução social vão se constituindo e se movimentando de maneira autônoma. Queremos dizer com isso que nem tudo é trabalho, mas por terem esses complexos sua origem nas necessidades de garantir a sobrevivência da espécie - atuando como mediadores do processo de trabalho -, complexificam-se com a finalidade de servirem para a resolução dos problemas a serem enfrentados.

4 ANÁLISES E CONSIDERAÇÕES SOBRE AS REFERIDAS IMPLICAÇÕES DA ONTOLOGIA PARA A ATIVIDADE EPISTEMOLÓGICA

Oferecidos tais pressupostos e reconhecidas as categorias fundamentais para uma análise imanente do texto em questão, nos é possível, agora, apontar contradições no que Almeida e Vaz (2010) chamam de implicações da atividade epistemológica na inflexão ontológica na Educação Física.

Vejamos tais interpretações:

Temos, inicialmente, uma questão terminológica, pois o que se coloca, no quadro exposto, não é somente o retorno da ontologia, mas a necessidade da reflexão ontológica como precedente à epistemológica [...]. Somente assim se evitaria a falácia epistêmica e suas consequências. Nessas condições, ao invés de atividade epistemológica [...], deveríamos talvez falar em atividade ontológica da educação física (ALMEIDA; VAZ, 2010, p. 20).

Este debate não deve se localizar em um jogo de discursos, pois é justamente no artifício dessa lógica epistêmica que a pós-modernidade se pauta para reagir à modernidade. Neste sentido, ontologia não se refere a um método, não incorpora uma atividade inerente, mas, sobretudo, busca fundamentar como a práxis humana se desenvolve e se complexifica, fundamentalmente apreendendo as determinações ontológicas que efetivamente constituem o ser social. A ciência, a educação, a política, o direito e a arte são complexos que ascenderam das necessidades de reprodução do ser social. Por conseguinte, assumem em determinados momentos históricos, ou seja, diante do nível de desenvolvimento social dado em cada época, as determinações do modo de produzir e organizar a vida em suas particularidades expressivas (LUKÁCS, 2012, 2013).

Consequentemente, não há uma questão terminológica aqui, não há um a priori cognitivo de categorias deslocadas da materialidade. A questão ontológica não se investe de expressões ou conceitos predefinidos e elaborações ideais. Para Marx (2008), as categorias do ser social são determinações da existência, formas de ser, deste modo, a partir da teoria marxiana em sua ontologia, Lukács (2012, 2013) consegue constatar que as categorias são propriedades ou atributos inerentes ao próprio ser. Por isso, as categorias não podem ser reduzidas a meios conceituais advindos da interpretação do pesquisador para ordenar a realidade, mas são dadas pela própria realidade e na consciência.

Por advir da realidade, não significa que as categorias sejam eternas, pois o movimento do real não permite postular o estancamento das possibilidades do ser, ou seja, ser é vir a ser. Conforme já exposto, o ser social se distingue por seu caráter de prover o novo, de resultar em valores para a reprodução humana.

A unidade contraditória entre teleologia com as circunstâncias postas no mundo - fundamentalmente humana e social -, bem como as propriedades e legalidades da natureza e das próprias reações humanas aos pores teleológicos, impede que Almeida e Vaz (2010) cogitem a possibilidade de se falar em uma ontologia da Educação Física.

Uma proposta desse tipo solaparia, segundo nossa descrição, os recentes avanços alcançados pelo campo em sua discussão de caráter epistemológico, na medida em que a noção de uma atividade conserva aquilo que a noção de ontologia, tal como defendida pelos autores que descrevemos, parece dispensar, ou seja, nosso sendo, o caráter sempre provisório e processual, nos dizeres de Fensterseifer (2006), que acompanha o que está vivo, que se repõe sempre que novas discursividades se colocam no âmbito de nossa área. Na medida em que alcançamos o verdadeiro modo como o mundo é em si, sua ontologia, qual o sentido deste sendo? (ALMEIDA; VAZ, 2010, p. 20).

A partir da reflexão e da discussão alcançadas no interior de uma ontologia materialista, não é possível considerar que a processualidade histórica de nossa vida se altere por discursividades, mas pela legalidade posta no real. Nesta perspectiva, as categorias podem deixar de ser.

O surgimento do novo variavelmente lança causalidades necessárias de conhecimento ininterrupto. O valor do resultado de suas finalidades expressa o sentido da relação com o que está posto na realidade. Lukács nos lembra de que:

[...] a partir da tendência intrínseca de autonomização da investigação dos meios, durante a preparação e execução do processo de trabalho, que se desenvolve o pensamento cientificamente orientado e que mais tarde se originam as diferentes ciências naturais (LUKÁCS, 2013, p. 60).

Sinalizamos neste estudo, muito brevemente, essa questão em que as formas de conhecer surgem de uma relação dos entes existentes naturalmente e socialmente postos, assim sendo, não se resume a termos, mas a distintas formas de existir.

A epistemologia como teoria do conhecimento não se anula quando nos antecipamos por uma ontologia, ao contrário, as formas de como conhecer serviram para o grande desenvolvimento social da humanidade. Não obstante, as investidas nos saberes e na produção do conhecimento podem estar deslocadas da produção material da vida social, na medida em que, ao não se reconhecer que a ciência é um complexo que parte da práxis humana - do trabalho -, sua execução fica nos limites do utilitarismo, do senso comum ou explicitamente da especulação (LUKÁCS, 2013).

Considerar uma precedência ontológica é reconhecer o ser, considerar sua origem, como se desenvolve, se consolida e se coloca em crise, em contradições no próprio processo histórico que não se encerra, mas que não tem uma teleologia aprontada por um sujeito metafísico ou teológico, definida para um último fim. A totalidade social que vai se constituindo é resultado da relação do ser humano com a natureza, e a mediação pelo trabalho confere um mundo produzido pela humanidade, na qual a materialidade social não só reflete o resultado tangível das objetivações humanas, mas se apresenta com o que Lukács (2013) denomina de pores teleológicos secundários, referindo-se às intencionalidades entre os humanos, como as ideologias.

Em vista disso, as relações sociais podem se manifestar por formas de reprodução que resultem em um mascaramento da realidade, evidenciando uma aparência que, não necessariamente, represente a essência dos fenômenos. Mas isto não quer dizer que as aparências não sejam parte do fenômeno, pois, diferentemente do entendimento de Almeida e Vaz (2010), que atribuem à crítica ontológica uma dualidade entre aparência e essência, entendemos que esse aspecto da realidade demanda uma necessária abordagem dialética. É por esta discussão que os autores atrelam questões da Educação Física à crítica ontológica.

A adoção dessa nova equação implicaria a retomada de questões que, já há algum tempo, temos evitado em nossa atividade epistemológica. Por exemplo, qual educação física seria ‘mais verdadeira’, ‘mais científica’ ou, então, qual proposta poderia resolver de uma vez por todas nossa crise de identidade? Qual das propostas pedagógicas é mais crítica ou está mais perto dos reais interesses humanos? (ALMEIDA; VAZ, 2010, p. 21).

Mas as questões que eles trazem não seriam enfrentadas pela ontologia da forma que é apresentada em seu texto.

O parâmetro para decidir sobre essas questões, claro, seria o afastamento ou a aproximação do real, pois somente nessas condições o conhecimento não se limitaria ‘[...] a expressar as aparências ou determinar formulações que abrangem somente o imediato do objeto, o que, a nosso ver, pode redundar numa visão distorcida do real ou apenas lacunar, portanto, retirando qualquer perspectiva de generalização’ (AVILA; ORTIGARA, 2007, p. 304)3 (ALMEIDA; VAZ, 2010, p. 21).

Almeida e Vaz (2010) ainda recorrem a uma citação em tom crítico ontológico de um filósofo pragmático, estabelecendo relações metafísicas sobre a ontologia de Lukács.

Com a ajuda do filósofo Rorty (1999, 2006), sugerimos ver o afã realista presente na inflexão ontológica como a versão iluminista do ímpeto religioso de se curvar perante um poder não humano (desse modo, como uma herança do monoteísmo). Afinal, para aquele filósofo, a expressão ‘a realidade como ela é em si mesma’ ou, como disse Lukács (1978), a realidade do real, é apenas outro dos subservientes nomes de deus, uma atualização da reivindicação dos sacerdotes de que eles estão ‘mais próximos’ ao olho de deus do que a laicidade (ALMEIDA; VAZ, 2010, p. 22).

Para nós, uma relação de tal tipo parece afirmar uma necessidade clara de se assentar em algum tipo de mediação ontológica, logo, não se permitem reconhecer o alcance da ciência como produção humana e resultado da necessidade de garantir a própria reprodução da espécie quando refletida na totalidade social dada por um complexo de complexos advindos das finalidades humanas.

Almeida e Vaz insistem na crítica e dizem:

Acreditar que a ontologia tem esse poder é o mesmo que acreditar na existência de algo que seja a realidade por trás das aparências, a única descrição verdadeira do que está acontecendo, o segredo final. Assim, apelar à ontologia não proporcionaria esse conforto metafísico, ou seja, a possibilidade de comensurabilidade universal em um vocabulário final? (ALMEIDA; VAZ, 2010, p. 22).

Os autores, ao não se debruçarem imanentemente na obra Para uma ontologia do ser social, de Lukács (2012, 2013), fixando-se nos limites da leitura de A destruição da razão (LUKÁCS, 2020), conferem o título monoteísta sobre uma hipótese que se constitui de análise profunda e histórica de toda filosofia ocidental, na medida em que o desenvolvimento da ciência se dispõe a constatar o caráter de existência das categorias do ser social. Assim, se não houvesse distinção entre aparência e essência, quais justificativas teríamos para os recursos da ciência?

Destarte, não há espaço para um vocabulário final que imponha uma determinação metafísica ou teológica. A questão ontológica não se refere a uma mera contraposição contra imposição epistemológica ou do fardo hegemônico do debate gnosiológico, nem, tampouco, se reporta a um ser dado, acabado em sua irredutibilidade, uma vez que o próprio ser se mostra em desenvolvimento. A questão ontológica em Lukács (2012, 2013) não é algo antes da história, mas é própria nas formas de existência, na realidade que vivemos, na história que os homens fazem se confrontando com as circunstâncias presentes.

De acordo com Fortes,

[…] confundiram a questão do ser com a questão de como se dá o ser, focando o ponto de partida da reflexão no sujeito, fato que torna de antemão a questão da autonomia e independência do ser face à consciência dos homens totalmente irrelevante, ignorando por completo o problema da forma de conhecer e de comportar do sujeito. Estes aspectos são para Lukács os sinais mais evidentes da crise filosófica de sua época, reflexo da crise social posta pelas formas contemporâneas do capital. O abandono das questões ontológicas - pelo menos daquelas questões por ele identificadas como autenticamente ontológicas -, assim como o predomínio dos problemas lógico-epistemológicos indicam em linhas gerais a perda do projeto de autoconstrução humana, o completo rechaço da questão do ser e do destino do homem (FORTES, 2013, p. 14).

Por não se tratar de uma questão epistemológica, não cabe colocar para o que eles chamam de reação ontológica em Educação Física uma fundamentação para sua prática. Mas Almeida e Vaz insistem nessas conclusões de que

[…] a pretendida reação ontológica em educação física pode ser lida como expressão de uma inexorável busca por Critérios, Fundamentos para nossas práticas, um Vocabulário que nos livre de qualquer dúvida, incerteza e que, ao invés disso, aponte na direção certa (no sentido de Verdadeira) em meio a tantas sendas a escolher (ALMEIDA; VAZ, 2010, p. 23).

Como abordado anteriormente, a práxis é o único critério apropriado para avaliar o alcance das finalidades humanas. A linguagem é um medium que viabiliza o momento material. Quando as necessidades se constituem como determinações históricas, as respostas se colocam em acordo de como os seres humanos se organizam e se reproduzem mediante a forma histórica específica. No capitalismo, as escolhas entre várias possibilidades são limitadas pelas condições postas pelas relações de produção. O acesso aos meios para a eficácia das objetivações humanas é negado pela própria forma de reprodução dessa totalidade, neste sentido, não há vocabulário algum que se coloque à frente do que fundamenta o ser social.

Isto nos deixa afirmar que se é possível uma ontologia da linguagem, como Almeida e Vaz (2010, p. 25) indicam nessa citação: “[...] ser que pode ser compreendido é linguagem”, para nós, essa “ontologia” não é mais do que uma projeção no objeto das configurações formais descobertas na análise do intelecto subjetivo. Portanto, as verdades postuladas no conjunto de sistemas simbólicos ou de formas de comunicação seriam justificadas em uma semiologia geral que justificaria o “mundo da vida” como deslocado e autônomo do mundo material. Porém, como demonstrado em nosso estudo, fundamentado pelo trabalho como protoforma do ser social, as implicações levantadas pelos autores em lide são carregadas de incompreensões sobre as categorias ontológicas de Lukács. Incompreensões essas que não são ingênuas, mas se refletem no espelho da sociabilidade tardo-burguesa e não são resultantes diretas e imediatas, mas próprias do espírito do tempo do capitalismo tardio, tida por nós como uma ideologia pós-moderna (NETTO, 2010).

O estatuto ontológico que demonstra o ser social indica a totalidade na qual estamos inseridos e que sua infinitude mostra a necessidade primordial da ciência, mas por uma crítica ontológica capaz de reconhecer que a forma de ser que somos hoje subjaz ao modo que nos organizamos e nos reproduzimos como sociedade burguesa em um capitalismo em expressão manipulatória e financeira.

No que concerne às questões da Educação Física reportadas por Almeida e Vaz, e derivadas de uma equação ontológica, entendemos que as propostas pedagógicas não precisam ser evitadas, como eles apregoam, não por estarem ou não próximas do real, dadas as suas interpretações e os parâmetros interpretados, entretanto, deveriam ser mais bem formuladas com bases em uma verdadeira crítica ontológica, isto é, de como as categorias envolvidas possam chegar a serem outras, como do que é crise de identidade ou indeterminação singular.

Podemos indicar, levando em consideração uma postulação ontológica, que o problema de sua legitimidade e especificidade, por exemplo, não encontrará esclarecimentos no entorno da própria Educação Física, mas em suas determinações enquanto complexo originário no contexto das necessidades da sociedade capitalista (MELLO, 2014).

Esta impossibilidade histórica vai contradizer toda uma construção desencadeada pela negação ontológica, na qual se preza o fardo gnosiológico que os autores aqui criticados carregam.

  • 1
    A publicação da obra completa em português no Brasil somente veio a público pela editora Boitempo no ano de 2012 a primeira parte e em 2013 a segunda parte.
  • 2
    A posteriori, quando tratarmos sobre o trabalho como categoria fundante do ser social, será exposto mais claramente que os complexos sociais possuem autonomia relativa em relação ao trabalho.
  • 3
    ÁVILA, Astrid Baecker; ORTIGARA, Vidalcir. Conhecimento, sociedade e educação de professores: crítica consistente ou conservadorismo político? Perspectiva, v. 25, n. 2, 289-313, jul./dez. 2007.
  • FINANCIAMENTO
    O presente trabalho foi realizado sem o apoio de fontes financiadoras.

ÉTICA DE PESQUISA

A pesquisa seguiu os protocolos vigentes nas Resoluções 466/12 e 510/2016 do Conselho Nacional de Saúde do Brasil.

RESPONSABILIDADE EDITORIAL

Alex Branco Fraga *, Elisandro Schultz Wittizorecki *, Mauro Myskiw *, Raquel da Silveira *

* Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Escola de Educação Física, Fisioterapia e Dança, Porto Alegre, RS, Brasil.

REFERÊNCIAS

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    » https://seer.ufrgs.br/Movimento/article/view/12485
  • ARISTÓTELES. Poética São Paulo: Abril Cultural, 1973.
  • AVILA, Astrid Baecker. A pós-graduação em educação física e as tendências na produção de conhecimento: o debate entre realismo e antirrealismo. 2008. 221 f. Tese (Doutorado em Educação) - Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2008.
  • ENGELS, Friedrich. Dialética da natureza São Paulo: Boitempo, 2020.
  • FORTES, Ronaldo Vielmi. As novas vias da ontologia em György Lukács: as bases ontológicas do conhecimento. Chisinau:Novas Edições Acadêmicas, 2013.
  • LUKÁCS, György. A autocrítica do marxismo. Temas de Ciências Humanas, n. 9, p. 19-25, 1978.
  • LUKÁCS, György. A destruição da razão São Paulo: Instituto Lukács, 2020.
  • LUKÁCS, György. El Assalto a la razón: la trayectoria del irracionalismo desde Schelling hasta Hitler. Barcelona: Grijalbo, 1976.
  • LUKÁCS, György. Para uma ontologia do ser social I São Paulo: Boitempo, 2012.
  • LUKÁCS, György. Para uma ontologia do ser social II São Paulo: Boitempo, 2013.
  • MARX, Karl. Contribuições à crítica da economia política 2. ed. São Paulo: Expressão Popular, 2008.
  • MELLO, Rosângela Aparecida. A necessidade histórica da Educação Física na escola: os impasses atuais. São Paulo: Instituto Lukács, 2014.
  • MORSCHBACHER, Márcia. O debate epistemológico na área da Educação Física: crítica aos “giros epistemológicos” a partir da ontologia e da gnosiologia. In: EPISTED, 5 - SEMINÁRIO DE EPISTEMOLOGIA E TEORIAS DA EDUCAÇÃO, 2015, Campinas. Anais eletrônico Campinas: UFBA/LEPEL; Unicamp, 2015. p. 1-19. Disponível em: https://www.fe.unicamp.br/eventos/episted/anais/pdf/750-2891-1-pb.pdf Acesso em: 6 set. 2021.
    » https://www.fe.unicamp.br/eventos/episted/anais/pdf/750-2891-1-pb.pdf
  • NETTO, José Paulo. Posfácio. In: COUTINHO, Carlos Nelson. O estruturalismo e a miséria da razão 2. ed. São Paulo: Expressão Popular, 2010.
  • ORTIGARA, Vidalcir. Ausência sentida nos estudos em educação física: a determinação ontológica do ser social. 2002. 219 f. Tese (Doutorado em Educação) - Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2002.
  • SACARDO, Michele; SILVA, Régis Henrique dos Reis. A crítica crítica dos giros epistemológicos e/ou linguísticos no debate político-epistemológico da área da Educação Física. Germinal: Marxismo e Educação em Debate, v. 9, n. 2, p. 26-39, 2017. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/revistagerminal/article/view/15883 Acesso em: 6 set. 2021.
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  • SÁNCHEZ GAMBOA, Sílvio. Reações ao giro linguístico: o resgate da ontologia ou do real, independente da consciência e da linguagem. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS DO ESPORTE, 15., 2007, Recife. Anais.. Recife: CBCE, 2007.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    11 Nov 2022
  • Data do Fascículo
    2022

Histórico

  • Recebido
    13 Abr 2022
  • Aceito
    22 Abr 2022
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