Resumos
Neste trabalho, apresentamos uma investigação baseada em corpora acerca da extensão do uso de estrangeirismos de origem inglesa no português do Brasil. Para tanto, utilizamos o corpus Banco de Português, do projeto DIRECT (LAEL, PUCSP), com mais de 230 milhões de palavras, de fontes orais e escritas, e o British National Corpus, com cerca de 100 milhões de palavras, também provenientes da escrita e fala. A investigação motiva-se (1) pela necessidade do envolvimento dos lingüistas e lingüistas aplicados em debates acerca de políticas públicas, (2) por ser esse um tema caro ao prof. John Robert Schmitz, e (3) pela escassez de trabalhos sobre estrangeirismos que utilizem corpora eletrônicos. Os resultados indicam que (1) há muitos anglicismos em vigor no português brasileiro, (2) a freqüência deles é baixa e (3) eles parecem adquirir sentidos e usos diferentes da língua de origem.
In this paper, we report a corpus-based investigation on the spread of use of English words in Brazilian Portuguese. For this purpose, we employed the Bank of Portuguese, a corpus created by the DIRECT Project (LAEL, PUC/SP), with over 230 million words, from spoken and written sources, and the British National Corpus, with 100 million words, from writing and speech as well. Our research is motivated by the following points: (1) the need for the engagement of linguists and applied linguists in debates over public policies, (2) the fact that this is a theme pursued by John Robert Schmitz, and (3) the lack of studies on foreign word borrowings based on electronic corpora. Results suggest that (1) a large number of English words are in use in Brazilian Portuguese, (2) their frequency is low, and (3) these words take on new different meanings from English
Freqüência e uso de estrangeirismos ingleses no português brasileiro: Um estudo baseado em corpus
Tony Berber Sardinha; Leila Barbara
PUC SP
RESUMO
Neste trabalho, apresentamos uma investigação baseada em corpora acerca da extensão do uso de estrangeirismos de origem inglesa no português do Brasil. Para tanto, utilizamos o corpus Banco de Português, do projeto DIRECT (LAEL, PUCSP), com mais de 230 milhões de palavras, de fontes orais e escritas, e o British National Corpus, com cerca de 100 milhões de palavras, também provenientes da escrita e fala. A investigação motiva-se (1) pela necessidade do envolvimento dos lingüistas e lingüistas aplicados em debates acerca de políticas públicas, (2) por ser esse um tema caro ao prof. John Robert Schmitz, e (3) pela escassez de trabalhos sobre estrangeirismos que utilizem corpora eletrônicos. Os resultados indicam que (1) há muitos anglicismos em vigor no português brasileiro, (2) a freqüência deles é baixa e (3) eles parecem adquirir sentidos e usos diferentes da língua de origem.
ABSTRACT
In this paper, we report a corpus-based investigation on the spread of use of English words in Brazilian Portuguese. For this purpose, we employed the Bank of Portuguese, a corpus created by the DIRECT Project (LAEL, PUC/SP), with over 230 million words, from spoken and written sources, and the British National Corpus, with 100 million words, from writing and speech as well. Our research is motivated by the following points: (1) the need for the engagement of linguists and applied linguists in debates over public policies, (2) the fact that this is a theme pursued by John Robert Schmitz, and (3) the lack of studies on foreign word borrowings based on electronic corpora. Results suggest that (1) a large number of English words are in use in Brazilian Portuguese, (2) their frequency is low, and (3) these words take on new different meanings from English.
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Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
28 Jan 2013 -
Data do Fascículo
2005