Resumo
Trata-se da comunicação de resultados de investigação sobre a presença da temática da inovação educacional em três periódicos brasileiros da área de História da Educação publicados entre 1997 e 2022, a saber: Revista História da Educação, criada pela Asphe, em 1997; Revista Brasileira de História da Educação, criada pela SBHE, em 2001; Cadernos de História da Educação, criada pelo Nephe/UFU, em 2002. A busca partiu dos termos Escola Nova, Renovação e Inovação. As informações coletadas foram classificadas nas seguintes categorias: ano de publicação; autorias, vínculos institucionais e países; títulos, temáticas, países e períodos abordados. Os resultados demonstraram que a produção na temática da inovação educacional foi contínua e significativa, com a publicação de 149 artigos pelos três periódicos, nos quais houve predominância de autorias, instituições e objetos de estudo relacionados ao espaço luso-brasileiro, com privilegiamento temporal da década de 1930.
Palavras-chave:
História; Educação; Periódicos; Escola Nova; Renovação; Inovação
Resumen
Se trata de la comunicación de resultados de investigación sobre la presencia de la temática de la innovación educativa en tres periódicos brasileros del área de la Historia de la Educación publicados entre 1997 y 2022, a saber: Revista Historia de la Educación, creada por la Asphe, en 1997; Revista Brasilera de História de la Educación, creada por la SBHE, en 2001; Cuadernos de Historia de la Educación, creada por el Nephe/UFU, en 2002. La búsqueda inició con los términos Escuela Nueva, Renovación e Innovación. Las informaciones recolectadas fueron clasificadas en las siguientes categorías: año de publicación, autorías, vínculos institucionales y países, títulos, temáticas, países y períodos abordados. Los resultados demostraron que la producción en la temática de la innovación educativa fue continúa y significativa, con la publicación de 149 artículos por los tres periodos, en los cuales hubo predominancia de autorías, instituciones y objetivos de estudio relacionados al espacio luso-brasilero, con relevancia temporal en la década de 1930.
Palabras-clave:
Historia; Educación; Periódicos; Escuela Nueva; Renovación; Innovación
Abstract
This paper presents the results of investigation regarding the presence of the theme of educational innovation in three Brazilian periodicals in the area of History of Education published from 1997 to 2022, namely, the Revista História da Educação, created by Asphe in 1997; the Revista Brasileira de História da Educação, created by SBHE in 2001; and the Cadernos de História da Educação, created by Nephe/UFU in 2002. The search was based on the terms New School, Renovation, and Innovation. The information collected was classified in the following categories: year of publication; authorships, institutional affiliations, and countries; titles, topics, countries, and periods discussed. Results showed that production on the topic of educational innovation was continuous and significant, with publication of 149 articles by the three periodicals. There was predominance of authorships, institutions, and objects of study related to the Luso-Brazilian sphere, with a special emphasis on the 1930s.
Keywords:
History; Education; Periodicals; New School; Renovation; Innovation
Résumé
Il s'agit de la communication des résultats de la recherche sur la présence du thème de l'innovation éducative dans trois périodiques brésiliens du domaine de l'histoire de l'éducation publiés entre 1997 et 2022, à savoir: Revista História da Educação, créée par Asphe, en 1997; Revista Brasileira de História da Educação, créée par SBHE, en 2001; Cadernos de História da Educação, créée par Nephe/UFU, en 2002. La recherche était basée sur les termes: Nouvelle école, Rénovation et Innovation. Les informations recueillies ont été classées dans les catégories suivantes: année de publication; auteurs, liens institutionnels et pays; titres, thèmes, pays et périodes couvertes. Les résultats ont montré que la production sur le thème de l'innovation éducative était continue et significative, avec la publication de 149 articles par les trois périodiques, dans lesquels il y avait une prédominance d'auteurs, d'institutions et d'objets d'étude liés à l'espace luso-brésilien, avec un privilège temporel des années 1930.
Mots-clés:
Histoire; Éducation; Périodiques; Nouvelle école; Rénovation; Innovation
A produção em História da Educação no Brasil VIDAL, Diana Gonçalves; FARIA FILHO, Luciano Mendes de. História da Educação no Brasil: a constituição histórica do campo (1880-1970). Revista Brasileira de História, São Paulo, v.23, n.45, p.37-70, 2003.foi veiculada desde a partida sob a forma de livros, capítulos de livros, teses, dissertações, trabalhos completos em anais de congressos e artigos em periódicos científicos, notadamente, das áreas de Educação e de História.1 1 Trabalho que comunica resultados de pesquisa relacionadas ao projeto “Connecting History of Education. International networks, scientific production and global dissemination”, com sede na Universidad de Valencia, Espanha, com apoio da Agencia Estatal de Investigación do Ministerio de Ciencia e Innovación da Espanha, sob o número PID2019-105328GB-I00.
Todavia, desde 1993, começaram a existir periódicos específicos em História da Educação no país. A primeira iniciativa, embora não tenha tido continuidade, foi a criação, no âmbito da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, do periódico Cadernos de História e Filosofia da Educação, que perdurou de 1993 até 2002.
Em 1997, por iniciativa da Associação Sul-Rio-Grandense de Pesquisadores em História da Educação (Asphe)BASTOS, Maria Helena Camara; QUADROS, Claudemir; STEPHANOU, Maria. Revista 'História da Educação' da ASPHE/RS (Brasil): compartilhando estudos e pesquisas desde 1997. History of Education & Children's Literature, v.1, p.57-63, 2015., teve início a publicação do periódico Revista História da Educação (RHE), com continuidade até o presente momento.
No ano 2000, o Grupo de Estudos e Pesquisas "História, Sociedade e Educação no Brasil (Histedbr) criou a “Revista Histedbr On-line”, que tem conjugado a publicação de artigos nas áreas de História da Educação e de Política Educacional.
A Sociedade Brasileira de História da Educação SAVIANI, Dermeval; CARVALHO, Marta Maria Chagas de; VIDAL, Diana Gonçalves; ALVES, Claudia; GONCALVES NETO, Wenceslau. Sociedade Brasileira de História da Educação: constituição, organização e realizações. Revista Brasileira de História da Educação, v.11, p.13-45, 2011.(SBHE) surgiu em 1999 e, por iniciativa de seus integrantes, em 2001, teve início a publicação da Revista Brasileira de História da Educação (RBHE), que também perdura até o presente momento.
No ano seguinte, em 2002, teve início a publicação do periódico Cadernos de História da EducaçãoGATTI JR, Décio; ARAUJO, José Carlos Souza; GONÇALVES NETO, Wenceslau; CARVALHO, Carlos Henrique de; INÁCIO FILHO, Geraldo. Edição científica e estímulo à pesquisa no campo da educação: o percurso do periódico Cadernos de História da Educação (2002-2021). Cadernos de História da Educação, v.20, e059, 2021.(CHE), por iniciativa do Grupo de Estudos e Pesquisas em História e Historiografia da Educação do Programa de Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Uberlândia.
Após um intervalo de mais de uma década, no ano de 2015, surgiram dois periódicos que guardavam proximidade com a História da Educação, apesar de suas especificidades temáticas, a Revista de História da Educação Matemática (Histemat) e a Revista Iberoamericana do Patrimônio Histórico-Educativo (Ridphe_R).
Dois anos depois, em 2017, teve início a publicação da Revista de História e Historiografia da Educação (RHHE), vinculada ao Grupo de Trabalho em História da Educação da Associação Nacional de História (Anpuh).
Por fim, em 2018, foi criada o periódico History of Education in Latin America, vinculado ao Grupo de Pesquisa História da Educação, Literatura e Gênero do Centro de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
Neste artigo, que objetiva comunicar os resultados de pesquisa sobre a presença da temática da inovação educacional em periódicos brasileiros vinculados diretamente à área de História da Educação, o que se coaduna a um esforço internacional de pesquisa no âmbito do projeto Connecting History of Education. International networks, scientific production and global disseminationHUERTA, José Luis Hernández; CAGNOLATI, Antonella; PAYÀ RICO, Andrés (Orgs.). Connecting History of Education. Redes globales de comunicación y colaboración científicas. Valencia/Espanha: Tirant Humanidades, 2022., conforme mencionado anteriormente, houve necessidade de selecionar o âmbito da busca a um conjunto de periódicos que estivesse focado na divulgação da pesquisa em História da Educação especificamente, dado que existem periódicos que, apesar de publicarem artigos na temática da História da Educação, não o fazem de modo predominante, bem como, que fossem periódicos com alguma longevidade, o que levou a seleção de três, a saber: RHE (criado em 1997), RBHE (criado em 2001) e CHE (criado em 2002).
Estes periódicos mantiveram sua publicação sem interrupções desde a criação até o presente momento, em um período próximo no tempo, com a vantagem de o material publicado estar disponível em meio eletrônico e, sobretudo, com metadados completos, o que permitiu uma busca mais precisa, com abrangência da totalidade dos volumes publicados ao longo do tempo.
Em termos metodológicos, a busca de informações nos periódicos selecionados partiu de três termos em comum, a saber: “Escola Nova”, “Renovação” e “Inovação”, os quais foram considerados fortes para a obtenção do maior número de artigos relacionados com a temática da inovação educacional.
Após a obtenção das informações, procedeu-se a seguinte classificação para cada um dos artigos encontrados, no que se refere aos três periódicos analisados: 1) ano de publicação; 2) autorias, vínculos institucionais e países; 3) títulos, temáticas, países e períodos abordados. Munidos destes dados foi realizada, primeiramente, a análise separadamente de cada um dos periódicos e, depois, a análise comparada, com a finalidade do estabelecimento dos elementos comuns e diferenciados da presença da temática da inovação educacional ao longo do tempo nos periódicos RHE, RBHE e CHE.
Deste modo, este artigo está dividido em três partes, sendo que em cada uma delas estão apresentados os resultados depreendidos da análise de cada periódico em particular, pela ordem, RHE, RBHE e CHE. Ao final, consta uma análise comparada sobre a presença da temática da inovação educacional nos três periódicos.
A TEMÁTICA DA INOVAÇÃO EDUCACIONAL NA REVISTA HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO (RHE)
No que se refere à temática da inovação educacional presente na RHE no período compreendido entre 1997 e 2022 foi possível localizar: 48 materiais publicados relacionados ao termo “Escola Nova”, 23 ao termo “Renovação” e 9 ao termo “Inovação”, o que totalizou 80 incidências. Todavia, feita a análise minuciosa dos dados encontrados restaram 44 artigos publicados em torno da temática da inovação educacional, o que se deveu: a presença de resenhas e de entrevistas que não foram consideradas; ao fato de que alguns dos artigos encontrados, apesar de serem portadores dos referidos termos, não se mostrarem suficientemente vinculados à temática da inovação educacional; a repetição de um mesmo artigo em mais de uma oportunidade.
Os 44 artigos na temática da inovação educacional encontrados em RHE foram publicados entre 2002 e 2022. Neste período, foi publicado ao menos um artigo na temática em 16 volumes e ela esteve ausente em apenas 5 volumes. Portanto, trata-se de uma temática que apresenta frequência de abordagem em RHE.
Depreende-se dos dados apresentados na Tabela 1 que a maior frequência de artigos publicados na temática da inovação educacional esteve concentrada nos anos de 2016 (13,6%) e de 2018 (13,6%), com a publicação de 06 artigos em cada um dos anos. Em seguida, aparecem: o ano de 2013, com cinco artigos publicados (11,5%); o ano de 2015, com quatro artigos (9,1%); o ano de 2017, com três artigos publicados (7,1%).
Nessa direção, é interessante observar que houve publicação de dois dossiês próximos da temática da inovação educacional em RHE, a saber, “Lugares de poder, produção e circulação de saberes pedagógicos”, organizado por Daniel Revah (Unifesp) e Maria Rita de Almeida Toledo (Unifesp), em 2013, e “A educação nos Estados Unidos: do século 19 ao século 20”, organizado por Mirian Jorge Warde (Unifesp), em 2016, o que colaborou para o alcance de números mais expressivos de artigos na temática da inovação educacional.
Estes dados demonstram que o período de 2013 a 2018 foi o mais significativo em termos de publicação de artigos na temática da inovação educacional em RHE. Nos demais anos que constam da Tabela 1 a frequência de publicação de artigos na temática da inovação educacional foi menor, alcançando entre um e dois artigos.
Quanto a autoria, no que se refere aos 44 artigos publicados em RHE na temática da inovação educacional, foi possível alcançar um total de 67 nomes, todavia, houve repetições, o que reduziu para um total de 56 nomes, sendo 34 mulheres (60,7%) e 22 homens (39,3%). Ainda no que se refere à autoria, a maior parte publicou apenas uma vez na temática referida em RHE, mas alguns poucos publicaram mais de um artigo. Nessa direção, Jaime Caiceo Escudero, foi o autor que publicou mais vezes, com 04 artigos na temática. Na sequência, publicaram 02 artigos, em ordem alfabética: Gladys Mary Ghizoni Teive, Joaquim Pintassilgo, José Luis Hernández Huerta, Libânia Nacif Xavier, Manuel Henrique Figueira, Marcus Vinicius da Cunha, Myriam Southwell e Norberto Dallabrida.
No que se refere aos vínculos institucionais das autorias dos 44 artigos publicados em RHE, retiradas as repetições, foram percebidas 35 diferentes instituições. A maior parte de autorias constou apenas uma vez, mas, algumas instituições destacaram-se na proveniência de autoria dos artigos. Nessa direção, as autorias provenientes da Universidade de Lisboa constaram 08 vezes (11,9%), da Universidade de São Paulo, 06 (8,9%) e da Universidade do Estado de Santa Catarina, 05 (7,5%). Os dados completos podem ser observados detalhadamente na Tabela 2.
Fica evidenciado na Tabela 2 que compareceram com 03 autorias 08 diferentes instituições, o que representou 4,5 % para cada uma delas. Em seguida, com 02 autorias, 06 instituições (3% cada) e, por fim, com 01 autoria, 21 instituições (1,5% cada).
Quanto aos países nos quais as autorias encontravam-se na época da publicação dos artigos sobre inovação educacional em RHE, foram 07 os países. Em primeiro lugar constam as autorias vinculadas a instituições no Brasil, com 38 (56,7%). Depois, Portugal, com 16 (23,9%). Em seguida, constam: Espanha, com 05 (7,4%); Chile, com 04 (6%); Argentina, com 02 (3%); França, com 01 (1,5%); Colômbia, com uma autoria (1,5%), conforme apresentado na Tabela 3.
Deste modo, no que se refere à temática da inovação educacional, predominam autorias localizadas no espaço luso-brasileiro, que agregam 54 nomes, o que perfaz 80,6% do total de autorias na temática referida entre 2002 e 2022. Com alguma distância constam Espanha, Chile, Argentina, Chile e Colômbia, o que compreende o espaço ibero-americano e, por fim, foi percebida uma autoria francesa.
Quanto às temáticas de estudos, no que se refere aos intelectuais e educadores vinculados à temática da inovação educacional, foram mencionados de modo mais intenso Dewey (07 menções) e Freinet (04). Moderadamente, Froëbel (03) e Anísio Teixeira (02). Por fim, houve dispersão, com apenas uma menção, em ordem alfabética, de António Sérgio, Artur Soriano, Carleton Washburne, Cecília Meireles, Hernán Vera Lamperein, Lourenço Filho, Luis Contier, Makarenko, Montessori e Petrus Ramus. Estes dados constam expostos na Tabela 4 a seguir.
Ainda no que se refere às temáticas de estudos nos artigos sobre inovação educacional, sobre os conteúdos, foi possível perceber a concentração na temática sobre a Escola Nova, com 40 menções, sob designações variadas. Com alguma distância, também foi notada a utilização da locução Renovação Pedagógica, com 25 menções, com diferentes designações. Além disso, a locução Ensino Secundário foi mencionada 08 vezes, seguida por Educação Católica, mencionada 04 vezes e, pelo Associativismo, também mencionado 04 vezes. As demais menções ficaram entre três e uma vez, conforme pode ser examinado na Tabela 5.
Quanto aos países de estudo nos artigos sob inovação educacional, houve predomínio do Brasil, com 18 artigos. Em segundo lugar, Portugal, com 07 artigos. Textos de natureza teórica ou de alcance espacial geral alcançaram 04 artigos. O Chile foi objeto também de 04 artigos, seguido da Espanha, com 03 artigos. Com dois artigos cada, Estados Unidos e Argentina. Com apenas um artigo cada França e Colômbia. Por fim, também com um artigo cada, estudos comparados, a saber: Brasil/Portugal e Estados Unidos/Brasil, conforme pode ser examinado na Tabela 6 a seguir.
Depreende-se dos dados apresentados na Tabela 6 a predominância de artigos sobre inovação educacional no Brasil. Portugal aparece em segundo lugar, o que permite caracterizar uma abrangência luso-brasileira no estudo da temática referida. Com algum alargamento para o ibero e o latino americano na prevalência de estudos que também incluem Chile, Espanha, Argentina e Colômbia.
Por fim, quanto aos períodos históricos estudados nos artigos sobre inovação educacional publicados em RHE, houve predomínio da primeira metade do Século XX, destacadamente, acerca da década de 1930, conforme pode ser observado na Tabela 7 a seguir.
A TEMÁTICA DA INOVAÇÃO EDUCACIONAL NA REVISTA BRASILEIRA DE HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO (RBHE)
Quanto à temática da inovação educacional veiculada na RBHE, entre 2001 e 2022, foi possível localizar 216 materiais relacionados ao termo “Escola Nova”, 15 ao termo “Renovação” e 5 ao termo “Inovação”, o que totalizou 236 incidências. Mas, após análise minuciosa dos dados encontrados, restaram 62 artigos publicados em torno da temática da inovação educacional, o que foi motivado: pela presença de resenhas e de entrevistas que não foram consideradas; pelo fato de que alguns dos artigos encontrados, apesar de serem portadores dos referidos termos não se mostraram suficientemente vinculados à temática referida; a repetição de alguns artigos.
Os 62 artigos na temática da inovação educacional encontrados em RBHE foram publicados entre 2001 e 2022. Neste período, foi publicado ao menos um artigo na temática em 20 volumes e ela esteve ausente em apenas 2 volumes. Portanto, também se trata de uma temática frequente em termos de abordagem em RBHE.
Depreende-se dos dados da Tabela 8 que a maior frequência de artigos publicados na temática da inovação educacional esteve concentrada nos anos de 2016 (14,5%) e de 2013 (11,3%), com a publicação, respectivamente de 09 e 07 artigos. Em seguida, aparecem, pela ordem: os anos de 2009 e 2012, com 05 artigos publicados (16,4%); o ano de 2008, com 04 artigos (6,6%); os anos de 2006, 2007, 2014, 2017, 2018 e 2022, com 03 artigos publicados (28,8%).
Em 2013, colaborou para o alcance do número de artigos na temática da inovação educacional a publicação do dossiê nomeado “Palavras viajeiras: circulação do conhecimento pedagógico em manuais escolares (Brasil/Portugal, de meados do século XIX a meados do século XX”, organizado por Vera Teresa Valdemarin (Unesp) e Vera Lúcia Gaspar da Silva (Udesc).
Quanto a autoria, no que se refere aos 62 artigos publicados em RBHE na temática da inovação educacional, foi possível alcançar um total de 89 nomes, todavia, houve repetições, o que reduziu para 79 nomes diferentes, sendo 51 autoras (64,6%) e 28 autores (35,4%). A maior parte publicou apenas uma vez na temática referida em RBHE, mas alguns poucos publicaram mais de um artigo.
Nessa direção, publicaram 03 artigos cada na temática da inovação educacional, Carlos Manique da Silva, Rosa Fátima de Souza e Sônia de Castro Lopes. Compareceram com 02 artigos cada, Ana Maria Bandeira de Mello Magaldi, André Luiz Paulilo, Maria Cristina Soares de Gouvea e Miriam Waidenfeld Chaves.
No que se refere aos vínculos institucionais da autoria dos 62 artigos publicados em RBHE na temática da inovação educacional, retiradas as repetições, foram percebidas 31 diferentes instituições, com predominância da UFMG (17 autorias, 19,1%). Em seguida, com alguma distância, constam UERJ (08 autorias, 9%), UNIFESP (07 autorias, 7,9%). Com 05 autorias cada, constam UNESP (5,6%) e USP (5,6%). Com 04 autorias cada, constam U. LISBOA, UNICAMP e UFRJ. Os dados completos podem ser observados detalhadamente conforme disposto na Tabela 9 a seguir.
Quanto aos países nos quais as autorias encontravam-se na época da publicação dos artigos sobre inovação educacional em RBHE, foram 07 os países. Em primeiro lugar, de modo predominante, constam autorias vinculadas a instituições no Brasil, com 79 (88,8%). Depois, Portugal, com 04 (4,5%). Em seguida, consta a Espanha, com 02 (2,3%). Por fim, com 01 autoria, constam Argentina (1,1%), Estados Unidos (1,1%), Suécia (1,1%) e Suíça (1,1%), conforme pode ser examinado na Tabela 10 a seguir.
Quanto às temáticas de estudos, no que se refere aos intelectuais e educadores mencionados nos artigos sobre inovação educacional na RBHE, constam 23 personagens, com algum destaque para quatro, a saber: Anísio Teixeira, Helena Antipoff, John Dewey e Lourenço Filho. Os dados completos constam expostos na Tabela 11 a seguir.
Sobre os conteúdos relacionados a inovação educacional, foi possível perceber a concentração no subtema Escola Nova, com 27 menções (17,5%), sob variadas designações. Depois apareceu o subtema Formação de Professores, com 15 menções (9,7%). Proximamente, com 13 menções, o subtema Inovação Educacional propriamente (8,5%). Os dados completos podem ser vistos na Tabela 12 a seguir.
Quanto aos países de estudo nos artigos sob inovação educacional na RBHE, houve predomínio do Brasil, com 42 artigos (67,8%). Em segundo lugar, Portugal, com 05 artigos (8,1%). Estudos comparados sobre Brasil/Portugal alcançaram 04 artigos (6,5%). Foram 03 artigos de natureza teórica ou de alcance espacial geral (4,8%). Com um artigo publicado, constam como objeto seis países e/ou combinação de países. Os dados completos podem ser examinados na Tabela 13 a seguir.
Por fim, quanto aos períodos históricos estudados nos artigos sobre inovação educação publicados em RBHE, também houve predomínio da primeira metade do Século XX, com destaque também para a década de 1930, conforme pode ser observado na Tabela 14 a seguir.
A TEMÁTICA DA INOVAÇÃO EDUCACIONAL NOS CADERNOS DE HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO (CHE)
Quanto à temática da inovação educacional veiculada por meio de CHE, entre 2002 e 2022, foi possível localizar 39 materiais publicados relacionados ao termo “Escola Nova”, 23 ao termo “Renovação” e 11 ao termo “Inovação”, o que totalizou 73 incidências. Mas, após análise minuciosa, restaram 43 artigos publicados em torno da temática geral da inovação educacional, o que se deveu: a presença de resenhas e de entrevistas; ao fato de que alguns dos artigos encontrados não se mostraram suficientemente vinculados à temática da inovação educacional; a repetição de alguns artigos.
Os 43 artigos na temática da inovação educacional encontrados em CHE foram publicados entre 2003 e 2022. Neste período, foi publicado ao menos um artigo na temática em 18 volumes e ela esteve ausente em apenas 4 volumes. Portanto, também se trata de uma temática que apresenta frequência em CHE.
Depreende-se dos dados apresentados na Tabela 15 que em 2022 houve a maior frequência de artigos publicados na temática da inovação educacional, com 10 artigos (23,3%). Em 2016, foram publicados 06 artigos (13,9%). Com três artigos, constam os anos de 2009, 2015, 2017, 2018 e 2019. Em 2008 e 2012 constaram dois artigos cada. Por fim, com um artigo publicado constam 2003, 2004, 2006, 2007, 2013, 2014, 2020 e 2021. Nos anos de 2002, 2005, 2010 e 2011 não constaram artigos publicados na temática.
Em 2022, colaborou para o alcance do número de artigos na temática da inovação educacional, a publicação de dois dossiês, a saber, “Museus Pedagógicos: diálogos ibero-americanos”, organizado por Vera Lucia Gaspar da Silva (Udesc) e “A pedagogia personalizada e comunitária no espaço ibero-americano (1950-1970)”, organizado por Norberto Dallabrida (Udesc) e Laurent Gutierrez (U. Paris Nanterre). Em 2016, a colaboração partiu do dossiê nomeado “Experimentalismo no Ensino Secundário nos anos 1950 e 1960”, organizador por Norberto Dallabrida (Udesc) e Daniel Ferraz Chiozzini (PUC-SP).
Quanto a autoria, no que se refere aos 43 artigos publicados foi possível alcançar 62 nomes, mas, retiradas as repetições, chegou-se a 56, sendo 33 mulheres (58,9%) e 23 homens (41,1%). Publicaram duas vezes na referida temática em CHE: Geisa Magela Veloso, Gladys Mary Ghizoni Teive, Joaquim Pintassilgo, Marco Aurélio Gomes de Oliveira, Maria João Mogarro e Ticiane Bombassaro.
No que se refere aos vínculos institucionais, retiradas as repetições, foram percebidas 35 instituições. Nesta direção, destacaram-se as autorias provenientes da Universidade de Lisboa (06 autorias, 9,6%), PUC-SP (05 autorias, 8,1%), UFU (04 autorias, 6,45%), UNESP (04 autorias, 6,45%). Os dados completos podem ser observados na Tabela 16.
Conforme os dados apresentados na Tabela 16, as instituições com 03 autorias perfazem cada uma 4,83% dos artigos sobre inovação educacional publicados em CHE. As instituições com 02 autorias perfazem 3,23% e as com 01 autoria perfazem cada uma 1,61%.
Quanto aos países nos quais as autorias encontravam-se na época da publicação dos artigos sobre inovação educacional em CHE, foram 06 países. Em primeiro lugar constam as autorias vinculadas às instituições no Brasil, com 46 (74,2%). Depois, Portugal, com 09 (14,5%). Em seguida, constam: Espanha, com 03 (4,9%); Chile, com 02 (3,2%); Argentina, com 01 (1,6%); Uruguai, com 01 (1,6%), conforme apresentado na Tabela 17.
Deste modo, no que se refere à temática da inovação educacional, novamente, predominam autorias localizadas no espaço luso-brasileiro, que agregaram 55 autorias, o que perfaz 88,7% do total de autorias na temática referida entre os anos de 2002 a 2022 em CHE. Com alguma distância constam Espanha, Chile, Argentina e Uruguai, o que amplia para o espaço ibero e latino americano.
Quanto às temáticas de estudos, no que se refere aos intelectuais e educadores vinculados à temática da inovação educacional, foram mencionados de modo mais intenso Anísio Teixeira (06 menções) e, moderadamente, John Dewey (04), Lourenço Filho (03) e Helena Antipoff (2). Por fim, houve dispersão, com apenas uma menção, em ordem alfabética, de Adolfo Lima, Alda Lodi, Binet & Simon, Cecília Meireles, Claparède, Faria de Vasconcelos, Fernando de Azevedo, Calkins, Orestes Guimarães, Padre Alberto Hurtado, Pièron, Pierre Faure, Sánchez Sarto, Yvon Lafrance. Estes dados constam expostos na Tabela 18 a seguir.
Ainda no que se refere às temáticas de estudos nos artigos sobre inovação educacional, sobre os conteúdos, foi possível perceber a concentração na temática sobre a Escola Nova, com 34 menções (32,4%), sob designações variadas. Com alguma distância, também foi notada a utilização da locução Renovação Pedagógica, com 25 menções (23,8%), também mediante diferentes designações. Método de Ensino e designações correlatas foram mencionadas 12 vezes (11,4%). Reforma educacional e correlatos foram mencionados 08 vezes (7,6%). Modernização foi mencionada 06 vezes (5,7%). Houve 05 menções para cada uma das locuções Ensino Primário (4,8%) e Ensino Secundário (4,8%). Catolicismo e correlato foram mencionados 04 vezes (3,8%). As demais menções ficaram entre três e uma vez, conforme pode ser examinado na Tabela 19.
Quanto aos países e/ou conjunto de países estudados os artigos sob inovação educacional em CHE, houve predomínio do Brasil, com 28 artigos (65,2%). Em segundo lugar, Portugal, com 06 artigos (14%). O Chile foi objeto de 02 artigos (4,7%). Com apenas um artigo constaram: Argentina, Brasil/Canadá, Espanha, Espanha/América Latina, Portugal/Brasil, Rússia e Uruguai. Os dados completos podem ser examinados na Tabela 20 a seguir.
Depreende-se dos dados apresentados na Tabela 20 a predominância da publicação de artigos na temática sobre inovação educacional que se referem ao Brasil (65,2%), com Portugal em segundo lugar, com 14%, o que permite caracterizar a abrangência espacial luso-brasileira no estudo desta temática, mediante alguma ampliação para o espaço ibero e latino americano por meio de artigos que abordam Chile, Argentina, Espanha e Uruguai.
Por fim, quanto aos períodos históricos estudados nos artigos sobre inovação educação publicados em CHE, houve predominância do período compreendido entre o final do Século XIX e a primeira metade do Século XX, destacadamente, no que se refere a década de 1930, conforme pode ser observado na Tabela 21 a seguir.
Conclusão
Entre 1997, época da criação da RHE, e 2022, época na qual, além da RHE estar ativa, assim também se encontravam RBHE e CHE, foi possível alcançar nos três periódicos analisados o número de 149 artigos publicados na temática sobre inovação educacional, o que revela a importância que as revistas científicas adquiriram no âmbito da pesquisa em História da Educação desde o final da década de 1990.
A RBHE publicou 62 artigos, enquanto RHE e CHE ficaram próximos no número de artigos publicados, respectivamente, 44 e 43. O ano de 2016 revelou-se o mais profícuo em publicações na temática da inovação educacional, quanto houve publicação de 21 artigos, 14% do total publicado no período analisado. Destes, 09 foram publicados em RBHE, 06 em RHE e 06 em CHE.
Na publicação destes 149 artigos foram constatadas 218 autorias, que, mediante a retirada de nomes repetidos, alcançou 191 autorias, o que demonstra a existência de uma comunidade significativa de pesquisadores que se dedicam ao tema da inovação educacional.
É interessante observar que nos estudos e pesquisas sobre inovação educacional predominam autorias femininas, que somaram 118 (61,8%), com as autorias masculinas que somaram 73 (38,2%). Uma diferença da ordem de 45 autorias, que representam 22,8%.
Como era de se esperar, as autorias provenientes de instituições brasileiras predominaram, com alcance de 73,2%, em um universo de 218 autorias (com repetição de alguns nomes), o que foi mais forte na RBHE (88,8%), seguido de CHE (74,2%) e, com alguma distância, pela RHE (56,7%). Em segundo lugar, com afastamento considerável, constam as autorias provenientes de instituições de Portugal, com alcance de 14,5% do total, o que foi mais significativo em RHE (23,9%), seguido de CHE (14,5%) e, com distância, pela RBHE (4,5%).
Deste modo, ao somarmos os percentuais de autorias vinculadas ao Brasil e à Portugal na temática da inovação educacional alcançamos o expressivo percentual de 87,7% das autorias, o que demonstra, em termos de internacionalização dos periódicos, que o espaço luso-brasileiro foi privilegiado do início das publicações até 2022, o que foi mais significativo em RHE e CHE, sendo que a RBHE concentrou sua publicação em autorias nacionais.
No que se refere às instituições, houve proximidade nos resultados, constando representadas: 35 instituições em RHE; 31 em RBHE; 35 em CHE. Retiradas as repetições, temos 70 instituições. Evidentemente, houve predomínio de autorias vinculadas a instituições brasileiras nos artigos publicados sobre inovação educacional, conforme pode ser percebido nas instituições que tiveram 04 ou mais ocorrências, a saber: RHE (USP e UDESC); RBHE (UFMG, UERJ, UNIFESP, UNESP, USP, UNICAMP e UFRJ); CHE (PUC-SP, UFU e UNESP). Se prosseguirmos para um número de ocorrências menores a variedade aumentará a cada nível.
Em termos de instituições de vínculo das autorias internacionais, confirmou-se o caráter luso-brasileiro na temática da inovação educacional nos periódicos analisados, sendo que autorias vinculadas a Universidade de Lisboa predominaram nos três periódicos, com gradação de intensidade, da maior para a menor: RHE, CHE e RBHE.
Na análise de personagens mais mencionados nos títulos, resumos e palavras-chave dos artigos publicados sobre inovação educacional dos três periódicos analisados, foi possível perceber a predominância de menções a Dewey, com mais que o dobro dos demais, a saber, pela ordem: Anísio Teixeira, Lourenço Filho e Helena Antipoff. Houve menções que não se repetiram nos três periódicos, com destaque para RHE, na qual constaram Freinet e Froëbel.
No que se refere aos subtemas relacionados a inovação educacional, o mais mencionado nos três periódicos foi Escola Nova, com suas designações correlatas, o que atingiu 30,5%, também com gradação de intensidade, da maior para a menor, a saber: RHE (41,7%); CHE (32,4%); RBHE (17,5%).
Em segundo lugar, compareceu o subtema Renovação Pedagógica, com um total de 19,5% das menções. É interessante notar que o subtema formação de professores compareceu de modo significativo na RBHE (9,7%). Por fim, quanto aos subtemas, foi possível perceber a variedade existente, o que demonstra o caráter duplamente incontornável destes periódicos, de um lado na divulgação do conhecimento científico sobre o histórico da inovação educacional e, de outro, na realização da revisão da literatura com vistas à pesquisa futura.
Também é importante registrar nos estudos e pesquisas sobre inovação educacional divulgados nos periódicos analisados nesta oportunidade dois últimos aspectos: os países e/ou conjunto de países examinados e os períodos históricos abordados.
Sobre o primeiro, países e/ou conjunto de países abordados, é possível reiterar a percepção de um privilegiamento do espaço luso-brasileiro, pois foi alcançada a média de 58% dos artigos publicados pelos três periódicos com a eleição do Brasil para exame, sendo que, em segundo lugar, nos mesmos três periódicos, constou Portugal, com uma média mais modesta, que somou 12,7% dos artigos publicados. Deste modo, o exame do fenômeno da inovação educacional acerca do espaço luso-brasileiro atingiu o expressivo percentual 70,7% dos artigos publicados nos três periódicos.
Outros países foram abordados nos artigos sobre inovação educacional publicados nos periódicos analisados, destacadamente, Chile, Espanha, Argentina e Estados Unidos, mas, também, com menor frequência, Colômbia, França, Suécia, Suíça e Uruguai.
Também houve estudos comparados, notadamente, Portugal/Brasil e Estados Unidos/Brasil. Por fim, houve a publicação de estudos de natureza teórica e também abordagens mais gerais, mundiais.
Em termos dos períodos históricos presentes nos artigos publicados sobre inovação educacional nos três periódicos analisados, foi possível perceber a prevalência de abordagem da primeira metade do Século XX, notadamente da década de 1930, que sozinha, constou em 40 dos 149 artigos publicados, o que perfaz 26,8% do total.
Finaliza-se este artigo com a percepção da importância dos periódicos científicos da área de História da Educação para a veiculação de resultados de investigações promovidas na área, neste caso, daqueles relacionados à temática da inovação educacional, o que, possivelmente, possa encontrar correspondência no que se refere à outras temáticas de relevo no âmbito da pesquisa histórico-educacional. Além disso, para além da divulgação científica é marcante a relevância dos periódicos para realização das necessárias revisões da literatura concernentes aos estudos e às pesquisas que se pretendam realizar, com vistas ao aprofundamento e à renovação dos conhecimentos em torno de temáticas de interesse.
Referências
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- SAVIANI, Dermeval; CARVALHO, Marta Maria Chagas de; VIDAL, Diana Gonçalves; ALVES, Claudia; GONCALVES NETO, Wenceslau. Sociedade Brasileira de História da Educação: constituição, organização e realizações. Revista Brasileira de História da Educação, v.11, p.13-45, 2011.
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Trabalho que comunica resultados de pesquisa relacionadas ao projeto “Connecting History of Education. International networks, scientific production and global dissemination”, com sede na Universidad de Valencia, Espanha, com apoio da Agencia Estatal de Investigación do Ministerio de Ciencia e Innovación da Espanha, sob o número PID2019-105328GB-I00.
Editado por
Editora Responsável:
Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
11 Mar 2024 -
Data do Fascículo
2024
Histórico
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Recebido
15 Maio 2023 -
Aceito
30 Out 2023
