Resumos
Com este trabalho, objetivou-se investigar as espécies pertencentes às famílias Desmidiaceae, Gonatozygaceae e Mesotaeniaceae na comunidade perifítica de um reservatório, localizado no Sul do Brasil. As amostras foram coletadas durante os períodos de verão e inverno em distintas regiões ao longo do eixo rio-barragem do reservatório. Os substratos, coletados sempre na região litorânea, foram pecíolos de vegetação aquática. Foram identificados 45 táxons, distribuídos nos gêneros Actinotaenium (1 espécie), Cosmarium (17), Cylindrocystis (1), Euastrum (3), Gonatozygon (1),Hyalotheca (1), Micrasterias (7), Netrium (1), Pleurotaenium (1), Spondylosium (1), Staurastrum (9) e Staurodesmus (2). Maior riqueza de espécies ocorreu na região de transição para ambos os períodos de coleta. Euastrum denticulatum Gay e Hyalotheca dissiliens (Smith) Brébisson ex Ralfs apresentaram 100% de ocorrência, enquanto Cosmarium abbreviatum Raciborski var. minus (West & West) Krieger & Gerloff e Pleurotaenium ehrenbergii (Brébisson) De Bary ocorreram em 83% das amostras.
algas perifíticas; distribuição longitudinal; Zygnemaphyceae
The aim of this work was to inventory the species of the families Desmidiaceae, Gonatozygaceae and Mesotaeniaceae from the periphytic community of a reservoir, located in south Brazil. The samples were collected during summer and winter in the distinct regions along the river-dam bed. The substrata collected, always in the littoral region, were petioles of aquatic vegetation. In the results 45 taxa were registered, belonging to the genera Actinotaenium (1 species), Cosmarium (17), Cylindrocystis (1), Euastrum (3), Gonatozygon (1), Hyalotheca (1), Micrasterias (7), Netrium (1), Pleurotaenium (1), Spondylosium (1), Staurastrum (9), and Staurodesmus (2). Higher species richness occurred in the transition region. Euastrum denticulatum Gay and Hyalotheca dissiliens (Smith) Brébisson ex Ralfs showed 100% of occurrence, while Cosmarium abbreviatum Raciborski var. minus (West & West) Krieger & Gerloff and Pleurotaenium ehrenbergii (Brébisson) De Bary occurred in 83% of the samples.
longitudinal distribution; Periphytic algae; Zygnemaphyceae
Desmidiaceae, Gonatozygaceae e Mesotaeniaceae na comunidade perifítica do reservatório de Salto do Vau (Bacia do rio Iguaçu, PR)
Desmidiaceae, Gonatozygaceae and Mesotaeniaceae from the periphytic community in "Salto do Vau" Reservoir (Iguaçu river basin, Paraná state)
Sirlene Aparecida FelisbertoI; Liliana RodriguesII,* * Autor para correspondência: lrodrigues@nupelia.uem.br
IUniversidade Federal de Goiás, Campus Samambaia (Campus II), Prédio da Reitoria, Caixa Postal 131, 74001-970 Goiânia, GO, Brasil
IIUniversidade Estadual de Maringá, Programa de Pós-graduação em Ecologia de Ambientes Aquáticos Continentais-PEA -NUPÉLIA, Bloco G-90, Av. Colombo 5790, 87020-900 Maringá, PR, Brasil
RESUMO
Com este trabalho, objetivou-se investigar as espécies pertencentes às famílias Desmidiaceae, Gonatozygaceae e Mesotaeniaceae na comunidade perifítica de um reservatório, localizado no Sul do Brasil. As amostras foram coletadas durante os períodos de verão e inverno em distintas regiões ao longo do eixo rio-barragem do reservatório. Os substratos, coletados sempre na região litorânea, foram pecíolos de vegetação aquática. Foram identificados 45 táxons, distribuídos nos gêneros Actinotaenium (1 espécie), Cosmarium (17), Cylindrocystis (1), Euastrum (3), Gonatozygon (1),Hyalotheca (1), Micrasterias (7), Netrium (1), Pleurotaenium (1), Spondylosium (1), Staurastrum (9) e Staurodesmus (2). Maior riqueza de espécies ocorreu na região de transição para ambos os períodos de coleta. Euastrum denticulatum Gay e Hyalotheca dissiliens (Smith) Brébisson ex Ralfs apresentaram 100% de ocorrência, enquanto Cosmarium abbreviatum Raciborski var. minus (West & West) Krieger & Gerloff e Pleurotaenium ehrenbergii (Brébisson) De Bary ocorreram em 83% das amostras.
Palavras-chave: algas perifíticas, distribuição longitudinal, Zygnemaphyceae
ABSTRACT
The aim of this work was to inventory the species of the families Desmidiaceae, Gonatozygaceae and Mesotaeniaceae from the periphytic community of a reservoir, located in south Brazil. The samples were collected during summer and winter in the distinct regions along the river-dam bed. The substrata collected, always in the littoral region, were petioles of aquatic vegetation. In the results 45 taxa were registered, belonging to the genera Actinotaenium (1 species), Cosmarium (17), Cylindrocystis (1), Euastrum (3), Gonatozygon (1), Hyalotheca (1), Micrasterias (7), Netrium (1), Pleurotaenium (1), Spondylosium (1), Staurastrum (9), and Staurodesmus (2). Higher species richness occurred in the transition region. Euastrum denticulatum Gay and Hyalotheca dissiliens (Smith) Brébisson ex Ralfs showed 100% of occurrence, while Cosmarium abbreviatum Raciborski var. minus (West & West) Krieger & Gerloff and Pleurotaenium ehrenbergii (Brébisson) De Bary occurred in 83% of the samples.
Key words: longitudinal distribution, Periphytic algae, Zygnemaphyceae
Introdução
As desmídias são algas verdes microscópicas, que ocorrem em todos os ambientes aquáticos e quase exclusivamente em água doce, compondo a parte maior da classe Zygnemaphyceae. A primeira notícia sobre a ocorrência de desmídias no território brasileiro está em Ehrenberg (1843). De acordo com Bicudo & Menezes (2006) e Araújo & Bicudo (2006) um dos gêneros mais antigos das Desmidiaceae e de todas as algas verdes é Cosmarium, com 1.500 espécies já descritas.
Características dos gêneros e espécies representam uma grande diversidade morfológica das células que fazem das desmídias organismos extraordinariamente fascinantes. Segundo Parra & Bicudo (1995), as diferenças entre gêneros e espécies são baseadas na forma, ornamentação da membrana e estrutura das células vegetativas, examinadas de frente, de lado e de cima. Nas desmídias sacodermes, da família Mesotaeniaceae, os representantes são constituídos por células cilíndricas curtas, cujas paredes celulares não possuem poros e nem linha mediana, enquanto nas desmídias placodermes, da família Desmidiaceae, cada célula consiste em duas porções com uma parede celular muito mais complexa e perfurada por sistema de poros (Brook 1981). Até algum tempo atrás os gêneros Gonatozygon e Genicularia estiveram subordinados à família das desmídias sacodermes (Mesotaeniaceae) por causa da parede celular com estrutura simples e modo de divisão; mas após estudos detalhados em microscopia eletrônica foi constatado que a parede celular ao contrário do que se pensava, é composta por um sistema delicado de poros, apresentando assim uma parede esculturada (Brook 1981). Assim, ambos os gêneros deveriam ser incluídos na família Closteriaceae (Bourrelly 1966) ou, como sugerido por Mix (1972), colocados em uma família separada, Gonatozygaceae (Brook 1981). Dados baseados em seqüências de rbcL realizados por McCourt et al. (2000) suportam o sistema de classificação de Mix (1973) para o reconhecimento das famílias Closteriaceae, Gonatozygaceae, Peniaceae e Desmidiaceae das placodermes.
Com este trabalho objetivou-se o estudo taxonômico das espécies pertencentes às famílias Desmidiaceae, Gonatozygaceae e Mesotaeniaceae, provenientes de três regiões distintas do reservatório de Salto do Vau (Bacia do rio Iguaçu), ao longo de um gradiente longitudinal em dois períodos do ano (verão e inverno).
Material e métodos
O reservatório da Usina Hidrelétrica de Salto do Vau (26º02'12"S e 51º11'14"W), considerado como oligotrófico (Pagioro et al. 2005) localiza-se na margem esquerda do rio Palmital, município de União da Vitória, no Estado do Paraná, divisa com Porto União, Estado de Santa Catarina (figura 1). A usina foi inaugurada em 1959 e apresenta uma potência de 0,9 MW, com 8,2 km de extensão em seu reservatório. Seu substrato é composto por rochas sedimentares. A UHE de Salto do Vau foi construída numa região de vale, possuindo grande área de floresta nativa e preservada.
Para a amostragem qualitativa da comunidade de algas perifíticas foram realizadas duas coletas no ano de 2002, nos períodos de verão e inverno, nas regiões: superior, intermediária e lacustre do reservatório de Salto do Vau (bacia do rio Iguaçu).
Os substratos (pecíolos de vegetação aquática) foram coletados sempre na região litorânea de todos os pontos de coleta. Independentemente da espécie, a coleta de parte do vegetal sempre foi realizada em estágio adulto.
O perifíton coletado (epifíton) foi removido do substrato com lâmina de barbear e jatos de água destilada, transferido para frascos de 150 mL, fixado e preservado com solução de Transeau. O estudo taxonômico das desmídias foi realizado pela análise de aproximadamente 13 lâminas temporárias ou até não mais serem registradas novas espécies. Esse procedimento, assim como as ilustrações, foram realizadas em microscópio binocular, acoplado com ocular micrometrada e câmara clara (marca Nikon), em objetivas de 40 e 100 ×.
A identificação dos táxons foi baseada em literatura clássica (Růžička 1977, Prescott et al. 1981, Förster 1982, Croasdale & Flint 1986), regionais e específicas. O enquadramento taxonômico adotado foi o proposto por Mix (1972). A organização das espécies dentro de cada família foi feita por ordem alfabética.
Para os gêneros com mais de uma espécie foi apresentada chave dicotômica para identificação dos táxons. As amostras que serviram de base para este trabalho estão depositadas no Herbário da Universidade Estadual de Maringá (HUEM) sob números de registro 11412 a 11417.
As medidas (em µm) estão representadas pelos seguintes símbolos: compr. = comprimento; larg. = largura. As estações de coleta foram representadas pelos símbolos S = superior; I = intermediária e L = lacustre.
Resultados e Discussão
Foram identificados 45 táxons (tabela 1), distribuídos nos gêneros Actinotaenium (1), Cosmarium (17), Cylindrocystis (1), Euastrum (3), Gonatozygon(1), Hyalotheca (1), Micrasterias (7), Netrium (1), Pleurotaenium (1), Spondylosium (1), Staurastrum (9) e Staurodesmus (2).
Todos os 12 gêneros, identificados para o reservatório de Salto do Vau foram classificados como segue.
MESOTAENIACEAE
Cylindrocystis Menegh. ex De Bary
Cylindrocystis brebissonii
Meneghini
ex
De Bary, Unt. Fam. Conjugat. 35, 7: 1. 1858.
Célula 3,4-5 vezes mais longa que larga, cilíndrica, com as extremidades arredondadas; parede celular lisa; cloroplasto com um pirenóide. Compr.: 47,3-71 µm, larg.: 14-14,4 µm.
Material examinado: BRASIL. Paraná: União da Vitória, Reservatório de Salto do Vau, região lacustre, 2-IV-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11414); idem, região intermediária, 6-IX-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11416).
Netrium (Nägeli) Itzigsohn & Rothe
Netrium digitus
(Ehrenberg) Itzigsohn & Rothe
in
Rabenhorst, Alg. Sachsen 508. 1856 ≡
Closterium digitus
Ehrenberg, Abh. Akad. Berlin: 68. 1832.
Célula 3,8 vezes mais longa que larga, elíptica, atenuando gradualmente até o ápice truncado arredondado; margens laterais convexas; parede celular lisa; cloroplastos 2, axiais, com projeções longitudinais denticuladas, proeminentes. Compr.: 133-146 µm, larg.: 35-38 µm.
Material examinado: BRASIL. Paraná: União da Vitória, Reservatório de Salto do Vau, região lacustre, 2-IV-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11414).
GONATOZYGACEAE
Gonatozygon De Bary
Gonatozygon monotaenium
De Bary
ex
Rab., Alg. Sachsen: 539. 1856.
Célula 8,8-17 vezes mais longa que larga, cilíndrica, alongada; ápices levemente dilatados, truncados; ângulos apicais espessados, levemente arredondados; parede celular recoberta por grânulos até as extremidades; cloroplasto axial, 7-12 pirenóides. Compr.: 104-136 µm, larg.: 7-12 µm.
Material examinado: BRASIL. Paraná: União da Vitória, Reservatório de Salto do Vau, região intermediária, 2-IV-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11413); idem, região lacustre, 2-IV-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11414); idem, região superior, 6-IX-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11415); idem, região intermediária, 6-IX-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11416).
DESMIDIACEAE
Actinotaenium (Nägeli) Teiling
Actinotaenium globosum
(Bulnh.) Förster, Amazoniana 2:43. 1969 ≡
Cosmarium globosum
Bulheim, Hedwigia 2(9): 52. 1861.
Célula 1,6 vez mais longa que larga, cilíndrica; constrição mediana rasa; margens laterais com ápices arredondados; vista apical circular; parede celular pontuada; cloroplasto em cristas com um pirenóide por semicélula. Compr.: 28,3-30 µm, larg.: 17,6-18 µm.
Material examinado: BRASIL. Paraná: União da Vitória, Reservatório de Salto do Vau, região intermediária, 2-IV-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11413); região lacustre, 2-IV-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11414).
Cosmarium Corda
µm ................................................................ C. laeve
granulações ................................... C. subspeciosum
granulações ................... C. subspeciosum var. validius
Cosmarium abbreviatum
Raciborski var.
minus
(West & West) Krieger & Gerloff, Gattung
Cosmarium
3-4: 242. 1965 ≡
Cosmarium abbreviatum
Raciborski f.
minor
West & West, Trans. Yorkshire Nat. Union 5(23): 92. 1900.
Célula tão larga quanto longa ou 1,09-1,2 vez mais larga que longa; constrição mediana profunda, seno fechado; semicélula subtrapeziforme, ângulos basais arredondados, margens laterais levemente retusas na região mediana; ápices truncados; parede celular lisa; cloroplasto com 1 pirenóide em cada semicélula; vista lateral da semicélula circular, vista apical elíptica. Compr.: 9-12,5 µm, larg.: 9-13,8 µm,istmo: 2,8-4,7 µm.
Material examinado: BRASIL. Paraná: União da Vitória, Reservatório de Salto do Vau, região superior,2-IV-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11412); idem, região intermediária, 2-IV-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11413); idem, região lacustre, 2-IV-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11414); idem, região superior, 6-IX-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11415); idem, região intermediária, 6-IX-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11416).
Esta variedade difere da típica da espécie por apresentar tamanho menor, ângulos laterais menos arredondados e não proeminentes. C. abbreviatum var. minus foi identificado conforme Bicudo (1988, 1996), que propõem uma lista de sinonímia devido ao grande polimorfismo encontrado, sendo o mesmo observado no reservatório da Usina Hidrelétrica de Salto do Vau no presente estudo. Felisberto & Rodrigues (2004) também reportaram tal polimorfismo no reservatório de Corumbá, Goiás.
Cosmarium amoenum
Brébisson var.
constrictum
Scott & Grönblad, Acta Soc. Sci. Fennicae II, B, 2(8): 15. 1957.
Célula 1,4-1,6 vez mais longa que larga; constrição mediana profunda, seno fechado; semicélula semicircular, levemente truncada no ápice, margens onduladas; ornamentações em toda a célula; parede celular granulada; cloroplasto com 2 pirenóides em cada semicélula; vista apical não observada. Compr.: 38-40,8 µm, larg.: 23-26,5 µm, istmo: 9-10 µm.
Material examinado: BRASIL. Paraná: União da Vitória, Reservatório de Salto do Vau, região superior, 2-IV-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11412); idem, região lacustre, 2-IV-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11414).
Cosmarium bioculatum
Brébisson
in
Ralfs, Brit. Desm. 95. 1848.
Célula tão larga quanto longa; constrição mediana profunda, seno levemente fechado na região próxima ao istmo e aberto distalmente; semicélula hexagonal, oblonga (transversalmente subretangular); parede celular finamente pontuada; cloroplasto axial, 1 pirenóide; vista lateral da semicélula circular, vista apical elíptica. Compr.: 16,7-18,3 µm, larg.: 17-17,5 µm, istmo: 4,2-5,2 µm.
Material examinado: BRASIL. Paraná: União da Vitória, Reservatório de Salto do Vau, região intermediária, 2-IV-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11413).
Cosmarium comissurale
(Brébisson) Ralfs var.
crassum
Nordstedt, Vidensk. Medd. Naturh. Foren. Kjobenhavn. 1869 (14-15): 213. 1870.
Célula uma vez mais larga que longa; constrição mediana profunda, seno aberto; semicélula sub-reniforme, parede celular granulosa, pontuada entre os grânulos; cloroplasto com 2 pirenóides, vista apical da célula elíptica, margens laterais intumescidas na porção mediana, constrita próximo dos ápices amplamente arredondados, inflados. Compr.: 30,8 µm, larg.: 30-33,1 µm, istmo: 10,5 µm.
Material examinado: BRASIL. Paraná: União da Vitória, Reservatório de Salto do Vau, região intermediária, 2-IV-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11413).
Cosmarium contractum
Kirchner
in
West & G.S. West, Monogr. Brit. Desm. 2: 170. 1878.
Célula 1,3 vez mais longa que larga; constrição mediana profunda, seno aberto, acutangular; semicélula oblonga (subcircular), margens convexas; ápice levemente convexo; parede celular finamente pontuada; cloroplasto axial, furcóide, 1 pirenóide por semicélula; vista lateral da semicélula circular, vista apical elíptica. Compr.: 16-21 µm, larg.: 14,5-17,7 µm, istmo: 5-6 µm.
Material examinado: BRASIL. Paraná: União da Vitória, Reservatório de Salto do Vau, região lacustre, 2-IV-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11414); idem, região intermediária, 6-IX-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11416).
Cosmarium laeve
Rabenhorst, Flor. Europ. Alg. 3: 161. 1868.
Célula 1,4-1,6 vez mais longa que larga; constrição mediana profunda, seno fechado; semicélula semielíptica a subpiramidal, margens laterais convexas; ápice estreito, truncado; parede celular lisa; cloroplasto com 1 pirenóide em cada semicélula; vista lateral da semicélula semicircular, vista apical oval-elíptica. Compr.: 17,5-25 µm, larg.: 11,3-15 µm, istmo: 3,8-5 µm.
Material examinado: BRASIL. Paraná: União da Vitória, Reservatório de Salto do Vau, região intermediária, 2-IV-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11413); idem, região lacustre, 2-IV-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11414); idem, região superior, 6-IX-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11415).
Cosmarium minimum
West & G.S. West var.
subrotundatum
West & G.S. West, Trans. Linn. Soc. London, Bot. II, 5(2): 59. 1895.
Célula 1,2-1,3 vez mais longa que larga; constrição mediana profunda, seno fechado; semicélula retangular a oblonga, ângulos arredondados; parede celular lisa; cloroplasto com 1 pirenóide em cada semicélula; vista lateral da semicélula circular, vista apical elíptica. Compr.: 12-13 µm, larg.: 9-12 µm, istmo: 2,4-3,4 µm.
Material examinado: BRASIL. Paraná: União da Vitória, Reservatório de Salto do Vau, região intermediária, 2-IV-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11413).
Cosmarium pseudoconnatum
Nordstedt, Vidensk. Medd.Naturh.Foren.Kjöbenhavn1869(14-15):214. 1870 ≡
Calocylindrus pseudoconnatus
Nordstedt
in
Wolle, Bull. Torr. Club 8(11): 39. 1881.
Célula 1-1,3 vez mais longa que larga; constrição mediana rasa, seno amplamente aberto; semicélula semicircular; parede celular pontuada; cloroplastídio axial, 4-radiado, pirenóides 4, 1 para cada projeção; vista lateral da semicélula igual à frontal, vista apical circular. Compr.: 45-55,2 µm, larg.: 35-43,2 µm, istmo: 32,5-39 µm.
Material examinado: BRASIL. Paraná: União da Vitória, Reservatório de Salto do Vau, região superior, 2-IV-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11412); idem, região intermediária, 2-IV-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11413); idem, região lacustre, 2-IV-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11414).
Cosmarium punctulatum
Brébisson, Liste Desm.: 129. 1856.
Célula 1,1 vez mais longa que larga, às vezes tão longa quanto larga; constrição mediana profunda, seno mediano fechado; semicélula oblonga a trapeziforme, margens levemente onduladas, ângulos basais e apicais arredondados; cloroplasto com 1 pirenóide em cada semicélula; vista lateral da semicélula semicircular, vista apical elíptica, com uma leve intumescência mediana. Compr.: 24-27 µm, larg.: 22-25 µm, istmo: 11 µm.
Material examinado: BRASIL. Paraná: União da Vitória, Reservatório de Salto do Vau, região intermediária, 2-IV-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11413); idem, região lacustre, 2-IV-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11414); idem, região lacustre, 6-IX-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11417).
Cosmarium regnellii
Wille, Bih. Kongl. Svenska Vet.-Akad. Handl. 8(18): 16. 1884.
Célula 1,1-1,2 vez mais longa que larga; constrição mediana profunda, seno fechado; semicélula retangular, margens laterais lisas com uma projeção em cada margem; margens convergindo abruptamente para o ápice; ângulos basais e apicais arredondados e ápice amplamente truncado; parede celular lisa; cloroplasto com 1 pirenóide em cada semicélula; vista lateral da semicélula subcircular, vista apical oblonga. Compr.: 13-15 µm, larg.: 12 µm, istmo: 3,2-4 µm.
Material examinado: BRASIL. Paraná: União da Vitória, Reservatório de Salto do Vau, região intermediária, 2-IV-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11413); idem, região superior, 6-IX-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11415).
Cosmarium regnesii
Reinsch, Act. Soc. Senckenberg 6: 116. 1867.
Célula tão longa quanto larga; constrição mediana profunda, seno amplamente aberto em forma de U; semicélula subretangular, margens apical e laterais denteadas; parede celular lisa; cloroplasto axial, pirenóide 1 em cada semicélula; vista apical da célula elíptica, 2 dentes apicais, 3 protuberâncias de cada lado. Compr.: 12-13 µm, larg.: 12-13 µm, istmo: 4-5 µm.
Material examinado: BRASIL. Paraná: União da Vitória, Reservatório de Salto do Vau, região intermediária, 2-IV-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11413).
Cosmarium reniforme
(Ralfs) Archer, Jour. Bot. 12: 92. 1874 ≡
Cosmarium margaritiferum
Meneghini var.
reniformis
Ralfs, Brit. Desm. 1848: 100. 1848.
Célula 1,0-1,2 vez mais longa que larga; constrição mediana profunda, seno levemente aberto a fechado; semicélula reniforme, margens onduladas; ornamentações em toda a célula; parede celular granulada; cloroplasto com 2 pirenóides em cada semicélula; vista lateral da semicélula circular, vista apical oblonga. Compr.: 43,4-44 µm, larg.: 36-41 µm, istmo: 12-16 µm.
Material examinado: BRASIL. Paraná: União da Vitória, Reservatório de Salto do Vau, região intermediária, 2-IV-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11413); idem, região superior, 6-IX-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11415); idem, região intermediária, 6-IX-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11416); idem, região lacustre, 6-IX-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11417).
Cosmarium subspeciosum
Nordstedt var.
subspeciosum
Öfv., Kongl. Vet.-Akad. Förhandl. 22: 13. 1875.
Célula 1,3-1,4 vez mais longa que larga; constrição mediana profunda, seno fechado; semicélula semicircular a piramidal, margens laterais com 5 a 7 crenulações bigranuladas, apical com 4; parede celular granulosa com pares de grânulos em séries radiais, 1 protuberância na região central da semicélula; cloroplasto com 2 pirenóides em cada semicélula; vista lateral da semicélula oblonga, pólo apical arredondado, margens laterais infladas, vista apical oblonga. Compr.: 43,7-51 µm, larg.: 33,4-37,2 µm,istmo: 12,5-13 µm.
Material examinado: BRASIL. Paraná: União da Vitória, Reservatório de Salto do Vau, região superior, 2-IV-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11412); idem, região intermediária, 2-IV-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11413); idem, região lacustre, 2-IV-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11414).
Cosmarium subspeciosum
Nordstedt var.
validius
Nordstedt, Kongl. Svenska Vet.-Akad. Handl., 22(8): 49. 1888.
Célula 1,3-1,4 mais longa que larga; constrição mediana profunda, seno levemente aberto a fechado; semicélula semicircular a piramidal, truncada; ângulos basais arredondados, margens com 22 bicrenulações; parede celular granulada, par de grânulos em séries radiais; uma série de grânulos acima do istmo; cloroplasto com 2 pirenóides em cada semicélula; vista lateral da semicélula oblonga, pólo apical arredondado, margens laterais infladas, vista apical oblonga. Compr.: 77-98,4 µm, larg.: 61,9-69,6 µm,istmo: 18-22 µm.
Material examinado: BRASIL. Paraná: União da Vitória, Reservatório de Salto do Vau, região intermediária, 2-IV-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11413); idem, região lacustre, 2-IV-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11414); idem, região intermediária, 6-IX-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11416).
A variedade validius difere da típica por apresentar dimensões celulares maiores.
Cosmarium subtumidum
Nordstedt
in
Wittrock & Nordstedt, Alg. Exsicc. 172(21): 44. 1889.
Célula 1,2-1,4 vez mais longa que larga; constrição mediana profunda, seno fechado; semicélula semicircular em vista frontal (aparência subpiramidal) com ângulos arredondados a levemente truncado nos ápices; parede celular lisa; cloroplasto com 1 pirenóide em cada semicélula; vista lateral da semicélula elíptica, vista apical oval. Compr.: 24-28 µm, larg.: 20-23 µm, istmo: 4-8 µm.
Material examinado: BRASIL. Paraná: União da Vitória, Reservatório de Salto do Vau, região intermediária, 2-IV-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11413).
Cosmarium vexatum
West, Jour. Roy. Microsc. Soc. 1892: 33. 1892a.
Célula 1,1 vez mais longa que larga; constrição mediana profunda, seno fechado; semicélula piramidal, margens onduladas e ápice truncado; parede celular pontuada; cloroplasto com 2 pirenóides em cada semicélula; vista lateral da semicélula semicircular, vista apical oval, com uma leve proeminência na região mediana. Compr.: 32 µm, larg.: 24-28 µm, istmo: 10 µm.
Material examinado: BRASIL. PARANÁ: União da Vitória, Reservatório de Salto do Vau, região intermediária, 2-IV-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11413); idem, região lacustre, 2-IV-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11414); idem, região lacustre, 6-IX-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11417).
Cosmarium
sp.
Célula 1-1,2 vez mais longa que larga; constrição mediana profunda, seno fechado; semicélula semicircular a piramidal, margens onduladas, ângulos basais e apicais arredondados; parede celular granulada; cloroplasto com 1 pirenóide; vista lateral da semicélula semicircular. Compr.: 24-28 µm, larg.: 22-23,8 µm, istmo: 8-9 µm.
Material examinado: BRASIL. Paraná: União da Vitória, Reservatório de Salto do Vau, região lacustre, 2-IV-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11414).
Cosmarium sp. assemelha-se muito a C. punctulatum e C. vexatum, porém difere do primeiro por possuir semicélula com contorno mais piramidal, enquanto em C. punctulatum é mais trapeziforme. Cosmarium sp. difere de C. vexatum quanto ao número de pirenóides, que neste último são dois por semicélula. A investigação deste táxon foi baseada em análise populacional, sendo assim preferiu-se identifica-lo como Cosmarium sp.
Euastrum Ehrenberg
Euastrum denticulatum
Gay, Bull. Soc. Fr. 31: 335. 1884.
Célula 1,1-1,3 vez mais longa que larga; constrição mediana profunda, seno fechado; semicélula subtrapeziforme, margens laterais onduladas, lobos basais retangulares, incisão mediana apical profunda, espinho curto nos ângulos apicais; parede celular ornada com grânulos; cloroplasto com um pirenóide por semicélula; vista lateral da semicélula oval, vista apical elíptica. Compr.: 24-28,8 µm, larg.: 19-22,8 µm, istmo: 4,8-6 µm.
Material examinado: BRASIL. Paraná: União da Vitória, Reservatório de Salto do Vau, região superior, 2-IV-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11412); idem, região intermediária, 2-IV-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11413); idem, região lacustre, 2-IV-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11414); idem, região superior, 6-IX-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11415); idem, região intermediária, 6-IX-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11416); idem, região lacustre, 6-IX-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11417).
Euastrum gemmatum
(Brébisson) Ralfs, Brit. Desm. 87(14): 4. 1848 ≡
Cosmarium gemmatum
Brébisson
in
Meneghini, Synop. Desm. 1840: 221. 1840.
Célula 1,2-1 ,3 vez mais longa que larga; constrição mediana profunda, seno fechado; semicélula subtrapeziforme, 3-lobada; parede celular esparsamente granulosa, 3 séries de grânulos, sendo o central mais evidente; lobo apical subcuneiforme inteiro, com incisão mediana rasa; lobos basais bilobulados, lóbulos levemente voltados para cima; vista lateral da semicélula oval-truncada; vista apical oblonga. Compr.: 60-64 µm, larg.: 48-50 µm, istmo: 12-14 µm.
Material examinado: BRASIL. PARANÁ: União da Vitória, Reservatório de Salto do Vau, região intermediária, 2-IV-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11413); idem, região lacustre, 2-IV-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11414).
Euastrum insulare
(Wittr.) Roy, Monogr. Scott. Nat. 1877: 68. 1877 ≡
Euastrum binale
(Turp.) Ehrenberg
ex
Ralfs var.
insulare
Wittr., Bih. Kongl. Vet.-Akad. Handl. 1: 49. 1872.
Célula 1,3 vez mais longa que larga; constrição mediana profunda, seno fechado; semicélula trapeziforme, margens laterais levemente onduladas, lobos basais retangulares, incisão mediana apical profunda; parede celular lisa; cloroplasto com um pirenóide por semicélula; vista lateral da semicélula oval, margens laterais com 1 mamilo mediano; vista apical elíptica. Compr.: 24-25,8 µm, larg.: 17,5-19 µm, istmo: 3,7-4,5 µm.
Material examinado: BRASIL. PARANÁ: União da Vitória, Reservatório de Salto do Vau, região intermediária, 2-IV-2002, S. A. Felisberto s.n. (HUM11413).
Hyalotheca Ehrenberg
Hyalotheca dissiliens
(Smith) Brébisson
ex
Ralfs, Brit. Desm. 51. 1848 ≡
Conferva dissiliens
Smith, Bot. Brit. Plants 35: 2464. 1812.
Célula 1,1-1,7 vez mais larga que longa; constrição mediana rasa; semicélula retangular, margens laterais convexas; células unidas por seus ápices formando filamentos constritos nas junções; parede celular lisa; cloroplasto com um pirenóide. Compr.: 12-16,8 µm, larg.: 18,3-28 µm.
Material examinado: BRASIL. PARANÁ: União da Vitória, Reservatório de Salto do Vau, região superior, 2-IV-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11412); idem, região intermediária, 2-IV-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11413); idem, região lacustre, 2-IV-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11414); idem, região superior, 6-IX-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11415); idem, região intermediária, 6-IX-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11416); idem, região lacustre, 6-IX-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11417).
Micrasterias Agardh
espinhos .................................................... M. radiosa var. elegantior
ao longodas incisões ....................................... M. mahabuleshwarensis
Micrasterias excavata
(Nordstedt) Bicudo & Sormus var.
excavata
, Biblioth. Phycol. 57: 35. 1982.
Célula 1,3 vez mais longa que larga; constrição mediana profunda, seno fechado na parte proximal, aberto na distal; semicélula 5-lobada, incisões interlobares abertas; lobo apical subretangular, projetado além das laterais, margens laterais subparalelas ou levemente divergentes para o ápice, margem apical reta ou pouco convexa ou com uma suave depressão mediana, extremidades (1)2-denticuladas; lobos laterais e basais de tamanhos aproximadamente iguais, cada qual subdividido por uma incisão rasa, geralmente arredondada em 2 lóbulos 2-denticulados; parede celular pontuada. Compr.: 166 µm, larg.: 124 µm, istmo: 22 µm.
Material examinado: BRASIL. Paraná: União da Vitória, Reservatório de Salto do Vau, região lacustre, 2-IV-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11414).
Micrasterias laticeps
Nordstedt var.
laticeps
, Vidensk. Medd. Naturh. Foren. 1869 (14-15): 220. 1870.
Célula 1,2-1,3 vezes mais larga que longa; constrição mediana profunda, seno aberto; semicélula de contorno semicircular, 3-lobada, incisões interlobares profundas, abertas, lobo apical transversalmente fusiforme, margem apical convexa, às vezes retusa no meio, ângulos acuminados, lobos basais semifusiformes, dispostos horizontalmente, 2-denticulados; parede celular finamente pontuada. Compr.: 112,5-127,4 µm, larg.: 147,5-151,2 µm, istmo: 19,2-22,5 µm.
Material examinado: BRASIL. Paraná: União da Vitória, Reservatório de Salto do Vau, região superior, 6-IX-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11415); idem, região intermediária, 6-IX-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11416).
Em alguns indivíduos observou-se variabilidade morfológica quanto aos lobos basais, com um deles apresentando extremidades bifurcadas, enquanto no outro lado estas não se apresentaram bifurcadas.
Micrasterias mahabuleshwarensis
Hobson, Quart. Jour. Microsc. Sci. 1836: 169. 1863.
Célula 1,2 vez mais longa que larga; constrição mediana profunda, seno aberto; semicélula de contorno semielíptico, 5-lobada, incisões interlobares profundas, abertas, lobo apical subcilíndrico, ápice retuso, ângulos projetados em processos divergentes, 3-denticulados, 1 par de processos acessórios, assimétricos, 3-denticulados, lobos laterais e basais cônico-truncados, inteiros, extremidades 3-denticulada; parede celular granulosa. Compr.: 152 µm, larg.: 134 µm, istmo: 24 µm.
Material examinado: BRASIL. Paraná: União da Vitória, Reservatório de Salto do Vau, região lacustre, 2-IV-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11414).
Micrasterias radiosa
Ralfs var.
radiosa
, Brit. Desm.: 72. 1848.
Célula tão longa quanto larga, constrição mediana profunda, seno aberto nas extremidades; semicélula 5-lobada, incisões interlobares profundas, geralmente abertas; lobo apical aproximadamente cuneiforme, alongado, não projetado além dos lobos laterais, margens laterais subparalelas, divergentes para o ápice, margem apical ligeiramente côncava, com incisão mediana arredondada, (1)2 dentículos de cada lado, extremidades com (2)3 dentículos cada; lobos laterais e basais de tamanhos aproximadamente iguais, cada qual subdividido por 7 incisões estreitas (1 mais profunda, 2 de profundidade média e 4 pouco profundas) em 8 lóbulos (2-)3-4(-5) denticulado; parede celular lisa. Compr.: 128,5 µm, larg.: 128,5 µm, istmo: 12,8 µm.
Material examinado: BRASIL. Paraná: União da Vitória, Reservatório de Salto do Vau, região intermediária, 2-IV-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11413).
Micrasterias radiosa
Ralfs var.
elegantior
(G.S. West) Croasdale, Syn. N. A. Desm. 132: 2. 1977 ≡
Micrasterias sol
var.
ornata
f.
elegantior
G.S. West, Mém. Soc. Sci. nature. Neuchatel 5: 1031. 1914.
Célula 1-1,1 vezes mais longa que larga; constrição mediana profunda, seno levemente fechado, às vezes, aberto nas extremidades; semicélula 5-lobada, incisões interlobares profundas, geralmente abertas; lobo apical aproximadamente cuneiforme, alongado, não projetado além dos lobos laterais, margens laterais subparalelas, divergentes para o ápice, margem apical ligeiramente côncava, com incisão mediana arredondada, (1)2 dentículos de cada lado, extremidades (2)3 dentículos cada; lobos laterais e basais de tamanhos aproximadamente iguais, cada qual subdividido por 7 incisões estreitas (1 mais profunda, 2 de profundidade média e 4 pouco profundas) em 8 lóbulos (2)3-4(5) denticulados; parede celular pontuada, com espinhos parecendo faltar. Compr.: 140-264,6 µm, larg.: 138-237,6 µm,istmo: 14,4-28,8 µm.
Material examinado: BRASIL. Paraná: União da Vitória, Reservatório de Salto do Vau, região intermediária, 6-IX-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11416).
Micrasterias rotata
(Greville) Ralfs
ex
Ralfs, Ann. Mag. nat. Hist. 14: 259. 1844. ≡
Echinella rotata
Greville
in
Hooker, Brit. Flora 2: 398. 1833.
Célula 1-1,2 vezes mais longa que larga; constrição mediana profunda, seno fechado; semicélula de contorno semicircular, 5-lobada, incisões interlobares profundas, semiabertas; lobo apical subcilíndrico, projetado além dos laterais; ápice retuso-chanfrado; ângulos projetados formando processos cônicos, 2-denticulados; lobos laterais subdivididos até 3ª ordem, ambos com extremidades 2-denticulada; parede celular finamente pontuada. Compr.: 246-264 µm, larg.: 215,6-245 µm, istmo: 33,6-36 µm.
Material examinado: BRASIL. Paraná: União da Vitória, Reservatório de Salto do Vau, região lacustre, 2-IV-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11414); idem, região intermediária, 6-IX-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11416).
Observou-se variabilidade quanto aos lobos basais, que em apenas um lado apresentaram-se arredondados como na variedade japonica, mas como este fato ocorreu apenas em um dos indivíduos analisados optou-se por identificá-lo como pertencendo à variedade típica.
Micrasterias truncata
(Corda) Brébisson
ex
Ralfs var.
pusilla
G.S. West, Mém. Soc. Neuchât. Sci. Nat. 5: 1035. 1914.
Célula 1,1 vez mais larga que longa, às vezes tão larga quanto longa; constrição mediana profunda, seno aberto; semicélula semicircular a retangular, 5-lobada, incisões interlobares abertas entre os lobos laterais, profundamente abertas entre os lobos laterais e o apical; lobo lateral bilobado com incisão rasa, aberta entre os lóbulos, bidenticulado; dentículos de tamanhos iguais ou levemente diferentes; lobo apical subfusiforme, levemente cuneado, ápice truncado ou levemente convexo, às vezes com uma depressão mediana, suave, ângulos acuminados; parede celular pontuada; um cloroplasto por semicélula. Compr.: 5256,2 µm, larg.: 60,4-63,6 µm, istmo 10,8-11,5 µm.
Material examinado: BRASIL. Paraná: União da Vitória, Reservatório de Salto do Vau, região lacustre, 2-IV-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11414).
Micrasterias truncata var. pusilla difere da variedade típica da espécie por possuir medidas menores.
Pleurotaenium Nägeli
Pleurotaenium ehrenbergii
(Brébisson) De Bary, Unt. Fam. Conjug. 75. 1858.
Célula 12,6-15,5 vezes mais longa que larga, cilíndrica; constrição mediana rasa, seno linear; margens laterais onduladas próximo à região mediana e retilíneas em direção às extremidades; pólos amplamente truncados, ornados com grânulos; parede celular lisa; cloroplasto com vários pirenóides. Compr.: 280,6-627,2 µm, larg.: 25,5-41,5 µm, istmo: 22,4-30 µm.
Material examinado: BRASIL. Paraná: União da Vitória, Reservatório de Salto do Vau, região superior, 2-IV-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11412); idem, região intermediária, 2-IV-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11413); idem, região lacustre, 2-IV-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11414); idem, região superior, 6-IX-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11415); idem, região intermediária, 6-IX-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11416).
Spondylosium Brébisson
Spondylosium planum
(Wolle) West & G.S. West, J. Linn. Soc., sér. Bot., 40: 430. 1912 ≡
Sphaerozosma pulchrum
Bailey var.
planum
Wolle, Desm. U.S.: 29. 1884.
Célula 1,0-1,2 vez mais longa que larga ou quadrática; filamento não torcido, sem bainha de mucilagem; constrição mediana profunda, seno aberto; semicélula oblonga, margens laterais arredondadas, margem superior reta; células unidas pela justaposição das margens superiores; parede celular lisa; cloroplasto com um pirenóide por semicélula. Compr.: 9-12 µm, larg.: 9-11 µm, istmo: 4-6 µm.
Material examinado: BRASIL. Paraná: União da Vitória, Reservatório de Salto do Vau, região intermediária, 6-IX-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11416).
Staurastrum Meyen
processos ................................................................ S. hantzschii
ápice ...................................................... S. orbiculare var. orbiculare
longitudinalmente .................................... S. orbiculare var. depressum
Staurastrum alternans
Brébisson, Brit. Desm. 132. 1848.
Célula 1,1 vez mais longa que larga; constrição mediana profunda, seno aberto; semicélula elíptica com lobos alternando; margens serreadas; parede celular ornamentada com grânulos; cloroplasto com um pirenóide por semicélula; vista apical de semicélula triangular. Compr.: 24-28 µm, larg.: 21,6¬ 28 µm, istmo: 7-10 µm.
Material examinado: BRASIL. PARANÁ : União da Vitória, Reservatório de Salto do Vau, região intermediária, 2-IV-2002, S. A. Felisberto s.n. (HUM11413); região superior, 6-IX-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11415); idem, região intermediária, 6-IX-2002, S. A. Felisberto s.n. (HUM11416); idem, região lacustre, 6-IX-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11417).
Staurastrum claviferum
West & G.S. West, Trans. Linn. Soc. London, Bot. II, 5(2): 259. 1896.
Célula longa longa quanto larga; constrição mediana profunda, seno aberto; semicélula elíptica, margens laterais arredondadas, margem superior convexa; espinhos curtos em todas as margens, mais desenvolvidos nos ângulos; parede celular lisa; cloroplasto com um pirenóide por semicélula; vista apical da semicélula triangular, com espinhos em fileira, ângulos arredondados, com três ou quatro espinhos um pouco mais largos que os espinhos marginais. Compr.: 37,3 um, larg.: 34-36 um (com espinhos), istmo: 11,6 um, esp.: 1,3 um.
Material examinado: BRASIL. PARANÁ: União da Vitória, Reservatório de Salto do Vau, região superior, 2-IV-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11412); idem, região intermediária, 6-IX-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11416).
Staurastrum disputatum
West & G.S. West, Monogr. Brit. Desm. 126: 16. 1912.
Célula 1,1 vez mais longa que larga ou as vezes tão longa quanto larga; constrição mediana profunda, seno aberto; semicélula obtrapeziforme com extremidades arredondadas; margens serreadas; parede celular ornamentada com grânulos; cloroplasto com um pirenóide por semicélula; vista apical da semicélula quadrangular. Compr.: 30,8-33,4 µm, larg.: 30-31 µm, istmo: 9-10 µm.
Material examinado: BRASIL. Paraná: União da Vitória, Reservatório de Salto do Vau, região intermediária, 2-IV-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11413).
Staurastrum hantzschii
Reinsch, Act. Soc. Senckenberg 6: 129. 1867.
Célula 1,3 vez mais longa que larga, sem incluir os processos; constrição mediana rasa, seno aberto; semicélula elíptica, margens laterais convexas, com processos curtos, denticulados, margens côncavas entre os processos; parede celular lisa; cloroplasto com um pirenóide por semicélula; vista apical de semicélula circular, com nove processos denticulados, margens côncavas entre os processos. Compr.: 30,8-40 µm, larg.: 23-30 µm (sem processos), istmo: 12,9-20,6 µm, proc.: 7,7-12 µm.
Material examinado: BRASIL. Paraná: União da Vitória, Reservatório de Salto do Vau, região superior, 2-IV-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11412); idem, região intermediária, 2-IV-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11413); idem, região lacustre, 2-IV-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11414); idem, região superior, 6-IX-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11415).
Staurastrum margaritaceum
(Ehrenberg) Ralfs, Brit. Desm.: 134. 1848 ≡
Pentasterias margaritacea
Ehrenberg, Infus.: 144. 1838.
Célula tão longa quanto larga ou 1,1-1,3 vez mais larga que longa, sem incluir os processos; constrição mediana profunda, seno aberto; semicélula obtrapeziforme a transversalmente elíptica, 6 processos robustos, truncados, com extremidades lisas ou 3-denticuladas, 4-5 grânulos; margens serreadas, margem superior convexa, truncada; parede celular lisa; cloroplasto com um pirenóide por semicélula; vista apical da semicélula hexagonal. Compr.: 26,130 µm, larg.: 33,9 µm (sem processos), istmo: 10,4 µm, proc.: 5,7 µm.
Material examinado: BRASIL. Paraná: União da Vitória, Reservatório de Salto do Vau, região lacustre, 2-IV-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11414); idem, região intermediária, 6-IX-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11416).
Staurastrum orbiculare
(Ehrenberg) Ralfs, Brit. Desm.: 125. 1848 ≡
Desmidium orbiculare
Ehrenberg, Phys. Abh. Akad. Wiss. 1833: 22. 1834.
Célula 1-1,2 vez mais longa que larga; constrição mediana profunda, seno fechado; semicélula semicircular a truncada no ápice;parede celular finamente pontuada; vista apical da semicélula triangular, margens laterais retas, às vezes levemente retusas. Compr.: 31-35,2 µm, larg.: 30-31 µm, istmo: 9-10,3 µm.
Material examinado: BRASIL. Paraná: União da Vitória, Reservatório de Salto do Vau, região intermediária, 6-IX-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11416).
Staurastrum orbiculare
(Ehrenberg) Ralfs var.
depressum
Roy & Bisset, J. Bot. 24: 237. 1886.
Célula 1,2 vez mais longa que larga; constrição mediana profunda, seno fechado; semicélula semicircular-achatada; parede celular finamente pontuada; ápice e ângulos arredondados; vista apical triangular. Compr.: 30 µm, larg.: 26 µm, istmo: 6 µm.
Material examinado: BRASIL. PARANÁ: União da Vitória, Reservatório de Salto do Vau, região intermediária, 2-IV-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11413); idem, região lacustre, 2-IV-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11414).
A variedade depressum difere da variedade típica por apresentar-se achatada longitudinalmente, ápice e ângulos arredondados.
Staurastrum setigerum
Cleve, Monogr. Brit. Desm. 136: 13. 1923.
Célula 1,1-1,2 vez mais longa que larga, sem incluir os espinhos; constrição mediana profunda, seno aberto, istmo em forma de V; semicélula elíptica a oblonga, margens ornadas com espinhos longos, ângulos arredondados; cloroplasto com um pirenóide por semicélula; parede celular lisa; vista apical da semicélula triangular, ângulos arredondados, espinhos longos. Compr.: 38-45 µm, larg.: 33-40 µm, istmo: 14-16 µm, esp.: 7,8-10 µm.
Material examinado: BRASIL. Paraná: União da Vitória, Reservatório de Salto do Vau, região intermediária, 2-IV-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11413); idem, região lacustre, 2-IV-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11414).
Staurastrum trifidum
Nordstedt var.
inflexum
West & G.S. West, Trans. Linn. Soc. Lond. Bot., sér. 2, 5(6): 258. 1896.
Célula 1,1 vez mais larga que longa ou tão longa quanto larga, incluindo os espinhos; constrição mediana profunda, seno aberto; semicélula subcuneiforme, margens laterais convexas, espinhos maiores nas margens laterais, inclinados em direção à semicélula oposta, margem superior convexa; cloroplasto com 1 pirenóide por semicélula; parede celular lisa; vista apical da semicélula triangular, margens levemente côncavas, lobos truncados, com três espinhos. Compr.: 30,8 µm, larg.: 33,4 µm, istmo: 12,8 µm, esp.: 5,2 µm.
Material examinado: BRASIL. Paraná: União da Vitória, Reservatório de Salto do Vau, região intermediária, 2-IV-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11413).
Staurodesmus Teiling
Chave para os táxons de Staurodesmus do reservatório de Salto do Vau
1. Espinhos divergentes, inseridos no terço superior da semicélula ..................... S. dejectus var. apiculatus
1. Espinhos convergentes, inseridos noterço mediano da semicélula .............................................. S. dickiei
Staurodesmus dejectus (Bréb.) Teiling var. apiculatus(Bréb.) Teiling, Ark. Bot. 9:6. 1967.
Célula tão longa quanto larga; constrição mediana profunda, seno aberto, com istmo levemente alongado; semicélula triangular invertida, margens laterais com espinhos retos e divergentes, inseridos no terço superior da semicélula, voltados para cima; cloroplasto com 1 pirenóide por semicélula; parede celular lisa; vista apical da semicélula triangular, margens convexas, espinhos curtos nos lobos. Compr.: 20 µm, larg.: 20,5 µm (com espinhos), istmo: 6 µm,esp.: 2 µm.
Material examinado: BRASIL. Paraná: União da Vitória, Reservatório de Salto do Vau, região lacustre, 2-IV-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11414).
Staurodesmus dickiei
(Ralfs) Lillieroth,Acta Limnol. 3: 264. 1950 ≡
Staurastrum dickiei
Ralfs, Brit. Desm.: 123. 1848.
Célula tão larga quanto longa; constrição mediana profunda, seno aberto, semicélula elíptica, margens laterais divergindo para o ápice, ângulos com espinho curto e convergente, inseridos no terço mediano da semicélula; cloroplasto com um pirenóide por semicélula; parede celular lisa; vista apical da semicélula triangular, margens retusas entre os ângulos, espinho curto. Compr.: 26 µm, larg.: 26,4 µm (incluindo espinhos), istmo: 7 µm, esp.: 2 µm.
Material examinado: BRASIL. Paraná: União da Vitória, Reservatório de Salto do Vau, região intermediária, 2-IV-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11413); região superior, 6-IX-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11415); idem, região intermediária, 6-IX-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11416); idem, região lacustre, 6-IX-2002, S.A. Felisberto s.n. (HUM11417).
Agradecimentos
Aos biólogos e técnicos do Núcleo de Pesquisa em Limnologia, Ictiologia e Aqüicultura (Nupélia). À Companhia Paranaense de Energia (Copel) pelo suporte logístico e ao CNPq pela concessão da bolsa de mestrado para S. A. Felisberto e bolsa de produtividade em pesquisa para L. Rodrigues.
Literatura citada
Recebido: 18.10.2007; aceito: 30.05.2008
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Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
13 Maio 2013 -
Data do Fascículo
Jun 2008
Histórico
-
Aceito
30 Maio 2008 -
Recebido
18 Out 2007