RESUMO
Com esse estudo, tivemos como objetivo identificar as plantas utilizadas por comunidades residentes na Área de Proteção Ambiental (APA) Delta do Parnaíba e suas contribuições materiais e não materiais. Os dados foram coletados a partir de artigos científicos indexados nas bases de dados Web of Science, Scopus, SciELO e Google Acadêmico. Foram utilizadas as combinações de palavras: Ethnobotany ‘OR’ Knowledge ‘OR’ traditional AND “Delta do Parnaíba”. Atenderam aos critérios de inclusão 17 artigos científicos, produzidos a partir de estudos realizados em 13 comunidades locais da APA. Nas publicações, foram identificadas 130 espécies de plantas citadas pelos povos locais. As espécies relatadas contribuem na medicina tradicional, alimentação, artesanato e madeira, além de usos como mágico-religiosa, inspiração, experiências físicas e psicológicas. Sugerimos que os serviços prestados pelas plantas da APA sejam melhor avaliados para que populações residentes nessa Unidade de Conservação continuem a receber, de modo sustentável, os benefícios que as plantas locais podem proporcionar.
Palavras-chave: botânica econômica; contribuições da natureza; flora
ABSTRACT
With this study, we aimed to identify the plants used by communities residing in the Delta do Parnaíba Environmental Protection Area (APA) and their material and non-material contributions. Data were collected from scientific articles indexed in the Web of Science, Scopus, SciELO and Google Scholar databases. The following word combinations were used: Ethnobotany ‘OR’ Knowledge ‘OR’ traditional AND “Delta do Parnaíba”. Seventeen scientific articles met the inclusion criteria, produced from studies carried out in 13 local APA communities. In the publications, 130 plant species cited by local people were identified. The species reported contributing to traditional medicine, food, crafts, and wood and use as religious magic, inspiration, and physical and psychological experiences. We suggest that the services provided by APA plants be better evaluated so that populations residing in this Conservation Unit continue to receive, in a sustainable manner, the benefits that local plants can provide.
Keywords: contributions from nature; economic botany; flora
Introdução
Diferentes estudos têm investigado a importância das Contribuições da Natureza para as Pessoas (traduzido de Nature´s Contributions to People - NCP) (Cardinale et al. 2012, Pascual et al. 2017, Chaplin-Kramer et al. 2019). Seu conceito é definido como contribuições positivas (benefícios) ou negativos (perdas, prejuízos) que as pessoas obtêm da natureza (Brondizio 2019, Ruckelshaus et al. 2020). A NCP reflete o uso do termo original serviços ecossistêmicos, desempenhando funções indispensáveis à vida da biodiversidade (alimentos, abrigo, manutenção de habitat, regulação climática etc.), além de subsidiar na qualidade de vida das pessoas.
Especificamente para os vegetais, sabe-se que esses têm um papel fundamental na manutenção da vida na Terra. As plantas sempre estiveram presentes nas vivências humanas, apresentando uma diversidade de utilidades na alimentação, com fins medicinais, na construção, na ornamentação, em atividades culturais, entre outros (Albuquerque & Andrade 2002, Almeida & Bandeira 2010, Santos et al. 2020, Bezerra & Santos-Filho 2021, Silva et al. 2021). É evidente a importância das plantas sob vários aspectos, entretanto, poucos estudos buscaram agrupá-los de forma detalhada em uma perspectiva generalizante da NCP, como apontada por Díaz et al. (2018). Os estudos que mais se assemelham a essa proposta são aqueles sobre os conhecimentos etnobotânicos que apontam categorias de usos das plantas por comunidades locais ou tradicionais.
A abordagem NCP tem potencial para explicar como aspectos da dimensão social podem influenciar características da dimensão ecológica e vice-versa (Pascual et al. 2017, Díaz et al. 2018). Além disso, possibilita a identificação de como as contribuições regulatórias, materiais e imateriais, podem estar associadas às atividades econômicas globais ou locais (Chaplin-Kramer et al. 2019). Nesta perspectiva, áreas costeiras são potencialmente favoráveis para estudos acerca da NCP, pois o ecossistema costeiro é considerado um relevante gerador de bens e serviços para a população em geral (Ansong et al. 2017, Santos et al. 2021). Desta forma, obter informações de como os povos residentes nessas áreas interagem com a natureza pode auxiliar no conhecimento das espécies mais exploradas e seus eventuais usos. Assim, é possível incentivar práticas de conservação voltadas à realidade local.
Uma importante área costeira no Brasil é a Área de Proteção Ambiental (APA) Delta do Parnaíba. A diversidade de espécies encontradas na região favorece o desenvolvimento econômico e social (Nascimento & Sassi 2007, Garcia & Furtado 2016). Nessa APA residem comunidades locais e tradicionais que utilizam o extrativismo (vegetal e animal) como fonte de renda e sustento de suas famílias. Estudos têm apontado que diferentes espécies vegetais fazem parte da cultura local e são usadas na alimentação, na medicina tradicional, no artesanato, na construção e outros fins (Vieira & Loiola 2014, Souza & Crespo 2015, Meireles et al. 2018, Vieira-Filho et al. 2018, Farias et al. 2020).
Até o momento de realização desse estudo, não foram identificadas publicações abordando uma compilação dos usos e das possíveis contribuições da natureza para as pessoas que se encontram na APA Delta do Parnaíba, em termos de espécies vegetais. Nesse contexto, tivemos como objetivo identificar as plantas utilizadas por comunidades residentes na Área de Proteção Ambiental Delta do Parnaíba e suas contribuições materiais e não materiais, com base na NCP. Buscamos responder os seguintes questionamentos: que espécies de plantas são utilizadas pelas comunidades do Delta do Parnaíba? Quais as contribuições materiais e não materiais das plantas para essas comunidades? De que forma essas contribuições estão relacionadas com aspectos socioeconômicos e culturais da região? Com essas informações identificaremos as contribuições das plantas da APA Delta do Parnaíba para as comunidades locais e tradicionais, além de como seus produtos ou subprodutos estão associados às atividades econômicas e culturais da região, visto que a NCP engloba as múltiplas relações entre diversidade biológica, práticas cotidianas e bem-estar humano.
Material e métodos
Área de estudo - A Área de Proteção Ambiental Delta do Parnaíba está situado na macrorregião Norte do Estado do Piauí, no Nordeste do Brasil (figura 1). Essa Unidade de Conservação foi criada pelo Decreto s/nº de 28 de agosto de 1996 (Brasil 1996). Abrange aproximadamente 3.117 km2, distribuídos em quatro municípios do Maranhão (Água Doce do Maranhão, Araioses, Paulino Neves e Tutóia), quatro do Piauí (Cajueiro da Praia, Ilha Grande, Luís Correia e Parnaíba) e dois do Ceará (Barroquinha e Chaval) (Brasil 2020).
Mapa de localização da Área de Proteção Ambiental Delta do Parnaíba, Brasil.
Figure 1
Location map of the Delta of Parnaíba Environmental Protection Area, Brazil.
Na APA encontram-se mais de 75 ilhas, com destaque para Ilha Grande e Ilha das Canárias que são as maiores em termos de dimensão (IBGE 2010). Nessas ilhas existem diversas comunidades locais (agricultores familiares) e tradicionais (artesãos, extrativistas e pescadores artesanais) cujo sustento provém de atividades como o agroextrativismo, agricultura familiar, pesca artesanal, extrativismo da carnaúba (Copernicia prunifera (Mill.) H.E.Moore), caju (Anacardium occidentale L.), murici (Byrsonima crassifolia (L.) Kunth) e outros vegetais, além do extrativismo de caranguejos, camarões e demais mariscos (Meireles et al. 2018, Brasil 2020).
Coleta e análise de dados - A pesquisa foi realizada nas bases de dados Web of Science, Scopus, SciELO e Google Acadêmico, incluindo todos os anos de publicações disponíveis. Utilizamos a combinação das seguintes palavras: “Delta do Parnaíba” AND Ethnobotany ‘OR’ Knowledge ‘OR’ traditional. Além do inglês, os termos foram analisados também no idioma português e espanhol. A revisão foi realizada com base nos itens do Relatório para Revisões Sistemáticas e Meta-Análises - a declaração PRISMA (Moher et al. 2015, Nakagawa et al. 2017). A busca sistemática de artigos científicos ocorreu pela última vez em 08 de outubro de 2022 em títulos, resumos e palavras-chave em todas as bases de dados.
Como critérios de inclusão, foram selecionados apenas artigos científicos com investigações realizadas nos limites da APA Delta do Parnaíba, Brasil e que abordavam espécies de plantas conhecidas e utilizadas pelas comunidades residentes nessa área. Os estudos realizados com comunidades que não residiam na APA foram excluídos, assim como as teses, dissertações, capítulos de livro, resumos expandidos e simples publicados em anais de eventos científicos. Excluímos aqueles que não apresentaram, no título ou resumo, indicativos sobre o Delta do Parnaíba, botânica ou conhecimento e usos de plantas. Os resultados da pesquisa podem ser verificados no fluxograma da figura 2.
Fluxograma do número de artigos encontrados e selecionados após aplicação dos critérios de inclusão e exclusão.
Figure 2
Flowchart of the number of articles found and selected after applying the inclusion and exclusion criteria.
Os artigos que atenderam aos critérios de inclusão foram analisados levando-se em consideração o local de realização da pesquisa (Estado, município, ilha e comunidade), espécies de plantas e suas relações com a economia e cultura local. As informações obtidas sobre as plantas conhecidas e cultivadas pelas comunidades foram agrupadas na perspectiva generalizante “Nature’s Contribution to People” (NCP) (Díaz et al. 2018). A estrutura do NCP abrange 18 categorias, em três grupos principais de contribuições: regulatórias, materiais e não materiais (Díaz et al. 2018). Aqui, são descritas seis dessas categorias: comida e ração, remédio, artesanato (utensílios), madeira, mágico-religiosa e contribuições não materiais.
As espécies citadas foram organizadas em uma lista florística seguindo a classificação proposta por APG IV (The Angiosperm Phylogeny Group et al.2016). Nomes científicos, sinônimos e autoria estão conforme a Flora e Funga do Brasil (2023).
Resultados
O total de 17 artigos científicos atendeu aos critérios de inclusão, ou seja, foram realizados em comunidades na APA Delta do Parnaíba e abordavam sobre as interações entre seres humanos e plantas. Foram produzidos a partir de pesquisas realizadas em 13 comunidades nos limites da APA. A população investigada nesses estudos foi composta por residentes com idades entre 18 e 79 anos. As comunidades situavam-se em três municípios do Estado do Piauí (Parnaíba, Ilha Grande e Cajueiro da Praia) e dois do Maranhão (Araioses e Tutóia). O maior número de pesquisas ocorreu nas comunidades Canárias, Fazendinha e Barrinha. No Piauí foram efetuados 11 estudos, com destaque para os municípios Cajueiro da Praia e Parnaíba que apresentaram as maiores concentrações desses (figura 3).
Quantitativo de estudos selecionados por Estado, município e comunidades residentes na Área de Proteção Ambiental (APA) Delta do Parnaíba, Brasil.
Figure 3
Number of studies selected by State, municipality and communities residing in the Environmental Protection Area (APA) Delta do Parnaíba, Brazil.
O total de 130 espécies de plantas foram citadas pelas comunidades pesquisadas. A partir dessas, identificamos sete contribuições para as comunidades. No geral, forneceram importantes benefícios materiais (alimentação, medicina tradicional e madeira). Os dados sobre as demais contribuições das plantas, a quantidade de pesquisas e espécies se encontram na tabela 1. Destacamos que essas NCP estão relacionadas, direta ou indiretamente, com a economia local, desde produtos alimentícios e medicinais ao ecoturismo.
Número de publicações selecionadas e o número de espécies relatadas para “Contribuição da Natureza para as Pessoas” com base em Díaz et al. (2018).
Table 1
Number of publications selected, and the number of species reported for “Nature’s Contribution to People” based on Díaz et al. (2018).
Contribuições materiais - Entende-se como os elementos materiais da natureza que sustentam, diretamente, a existência humana (Díaz et al. 2018). Os seres humanos usam plantas com diferentes finalidades para suprir suas necessidades básicas ou a de animais de estimação e trabalho, visto que fornecem apoio no desenvolvimento de atividades econômicas no Brasil e em diferentes países do mundo (Marinho et al. 2016, Polesi et al. 2017, Molino et al. 2018). Nesse grupo foram incluídas as plantas que forneceram alimentos, remédios, ornamentos e madeira para os moradores das comunidades do Delta do Parnaíba.
(a) Comida e ração - Trata da produção de alimentos a partir de organismos silvestres (Díaz et al. 2018), particularmente plantas. Constatamos que 57 espécies, reportadas em sete estudos, são utilizadas na alimentação humana ou animal (tabela 2). As plantas forrageiras corresponderam a dez espécies e foram mencionadas em apenas uma das publicações (Meireles et al. 2018). Dentre essas, podemos citar sabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth.), junco (Cyperus esculentus L.), amendoim-do-mato (Pterogyne nitens Tul.) e gameleira (Ficus adhatodifolia Schott ex Spreng.).
Espécies, suas contribuições para comunidades da Área de Proteção Ambiental Delta do Parnaíba, Brasil, e as publicações nas quais foram citadas.
As plantas alimentícias corresponderam a grãos e frutas, provavelmente porque são provenientes da agricultura de subsistência e apresentam potencial econômico. Como exemplo tem-se: feijão (Phaseolus vulgaris L.), arroz (Oryza sativa L.), milho (Zea mays L.), laranja (Citrus x aurantium L.), limão (Citrus limon (L.) Osbeck), jatobá (Hymenaea courbaril L.) e goiaba (Psidium guajava L.). Espécies economicamente importantes na região como cajuí (Anacardium occidentale L.), murici-da-praia (Byrsonima crassifolia (L.) Kunth) e murici-pitanga (Byrsonima ligustrifolia A.Juss.) foram citadas pelo menos uma vez.
(b) Remédio - Tem-se a produção de materiais derivados de organismos para fins medicinais, veterinários e farmacológicos (Díaz et al. 2018). Ao menos 69 espécies, com propriedades medicinais, foram relatadas em quatro estudos (tabela 2). Espécies como mastruz (Dysphania ambrosioides (L.) Mosyakin e Clemants), quebra-pedra (Phyllanthus niruri L.), hortelã (Mentha x villosa Huds), vick (Mentha arvensis L.), eucalipto (Eucalyptus globulus Labill) e capim-limão (Cymbopogon citratus (DC.) Stapf) constaram em três pesquisas cada. Em contrapartida, a carnaúba (Copernicia prunifera (Mill.) H.E. Moore), a chanana (Turnera subulata Sm.) e o alecrim (Rosmarinus officinalis L.) estiveram em somente uma.
As comunidades utilizavam diferentes órgãos das plantas (folhas, raízes, frutos, caules e cascas) para o preparo de chás, sucos e infusões para o tratamento de enfermidades (Souza & Crespo 2015, Vieira et al. 2016, Vieira-Filho et al. 2018). Dentre essas, tem-se como exemplos a gripe, o derrame cerebral, a febre, o colesterol, as cicatrizações e as inflamações (Vieira-Filho et al. 2018). Além de uso no tratamento humano, certas espécies eram utilizadas para tratar enfermidades em animais. A comunidade de Canárias, por exemplo, relatou a utilização de melão-são-caetano (Momordica charantia L.) como carrapaticida. De modo geral, o uso das espécies como fitoterápicos estava diretamente associado à disponibilidade local, aos hábitos de vida e às condições sanitárias das comunidades residentes na APA Delta do Parnaíba.
(c) Artesanato (utensílios) - Tem-se a produção de materiais derivados de organismos cultivados ou silvestres para fins ornamentais (fibras, ceras, resinas e ramos de coral). Incluem-se os organismos vivos usados diretamente para decoração (plantas ornamentais) (Díaz et al. 2018). Desse modo, verificamos que a maior representatividade de estudos ocorreu nessa categoria. Foram encontrados 11 estudos abordando, aproximadamente, dez espécies, com destaque para Copernicia prunifera, que foi reportada em todos eles (tabela 2). Espécies como tucum (Astrocaryum vulgare Mart.) e buriti (Mauritia flexuosa L.f.) também estiveram presentes nas publicações.
De acordo com as comunidades pesquisadas, materiais extraídos das plantas (fibras de folhas e estruturas dos frutos, por exemplo) eram utilizados na confecção de cestos, quadros, bijuterias, vestimentas, bolsas, tapetes, brinquedos, instrumentos de pesca e outros. O artesanato produzido possuía diferentes finalidades, como o uso doméstico, para venda, ou ambos. Em municípios como Tutóia, aproximadamente 60% do artesanato era destinado aos turistas (Viera et al. 2019). Além da importância econômica para a região, essas práticas agregaram valor social e cultural.
(d) Madeira - Estão incluídos os materiais derivados de organismos utilizados para a construção (Díaz et al. 2018), neste caso as plantas. Foram encontradas 18 espécies em quatros dos estudos (tabela 2). Dentre essas, carnaúba (Copernicia prunifera), sabiá (Mimosa caesalpiniifolia), jatobá (Hymenaea courbaril L.), mangue-siriba/mangue-canoé (Avicennia germinans (L.) L.), mangue-botão (Conocarpus erectus L.), mangue-vermelho (Rhizophora mangle L.) e podói (Copaifera langsdorffii Desf.) foram reportadas em três pesquisas.
Essas plantas eram utilizadas como matéria-prima para a construção de instrumentos de pesca (jequi, landuá/banzuar, curral, puçá, arpão, jiqui e outros), na confecção de caibros, linhas, ripas, portões, pontes improvisadas e cercas. Órgãos da planta como folhas, cascas e caules foram usadas na construção do telhado das casas (Vieira & Loiola 2014, Vieira et al. 2016, Meireles et al. 2018). Comunidades no município de Ilha Grande relataram o uso das espécies Byrsonima crassifolia e Byrsonima ligustrifolia para a produção de carvão vegetal (Souza & Crespo 2015, Meireles et al. 2018). Outras nos municípios de Cajueiro da Praia e Ilha Grande utilizavam espécies do manguezal na construção artesanal de canoas (Meireles et al. 2018, Nascimento et al. 2020).
Contribuições não materiais - Entende-se como os efeitos da natureza sobre aspectos subjetivos ou psicológicos que sustentam a qualidade de vida das pessoas, tanto individual quanto coletivamente (Díaz et al. 2018). As plantas fornecem muitos desses benefícios, pois são espiritualmente e esteticamente valorizadas em muitas regiões do Brasil e do mundo (Lacy & Shackleton 2017, Million et al. 2020). No entanto, o valor desses serviços não é facilmente quantificável, pois as atitudes culturais variam amplamente entre indivíduos e comunidades (Paes & Pasa 2014). Nesse grupo foram incluídas espécies de plantas com algumas dessas contribuições não materiais.
(a) Mágico-religiosa - Considerando a categoria NCP, os organismos são a base para experiências religiosas, espirituais e de coesão social. Propiciam oportunidades para as pessoas desenvolverem um senso de lugar, de pertencimento, de enraizamento ou de conexão, associados com diferentes entidades (Díaz et al. 2018). Foi identificado um estudo, com o total de seis plantas utilizadas em rituais místicos e religiosos (ver Meireles et al. 2018). As espécies foram pião-roxo (Jatropha gossypiifolia L.), carnaúba (Copernicia prunifera), junco (Cyperus esculentus), mucuña (Macropsychanthus grandiflorus (Mart. ex Benth.) L.P.Queiroz & Snak), sabiá (Mimosa caesalpiniifolia) e tucum (Astrocaryum vulgare). Tiveram uso, principalmente, para mau olhado e energias ruins. Uma pesquisa com comunidades no entorno da APA, em Parnaíba, também relatou a utilização de plantas em rituais religiosos e na proteção do lar contra os males espirituais (ver Santos et al. 2020).
(b) Outras contribuições não materiais - Diferentes espécies de plantas apresentam oportunidades para o desenvolvimento de habilidades que permitem aos humanos o bem-estar, a inspiração, a recreação, as atividades físicas e psicologicamente benéficas (Díaz et al. 2018). Por exemplo, espécies como Copernicia prunifera, Hymenaea courbaril, Astrocaryum vulgare e Copaifera langsdorffii, presentes na APA Delta do Parnaíba, são utilizadas como materiais complementares na construção de estabelecimentos turísticos, muitas vezes para conferir-lhes um aspecto “natural” (Macêdo & Ramos 2012, Machado-Junior & Macedo 2016). Plantas são usadas como ornamentais e atraem os turistas em hotéis, mercados, centros históricos e de entretenimento local (por exemplo, Macropsychanthus violaceus (Mart. ex Benth.) L.P.Queiroz & Snak e Macropsychanthus grandiflorus).
Experiências físicas e psicológicas podem ser propiciadas pelas viagens de campo guiadas, atrações naturais como igarapés e manguezais encontrados na APA Delta do Parnaíba. Além dessas particularidades, ressaltamos que as plantas encontradas na APA são espiritualmente valiosas e inspiraram muitas expressões artísticas, místicas, religiosas, documentários, campanhas de marketing e outros usos (por exemplo, Alves & Querol 2018, Vieira et al. 2019, Farias et al. 2020).
Discussão
Esta revisão de literatura identificou algumas das contribuições materiais e não materiais das plantas utilizadas por comunidades locais e tradicionais residentes na Área de Proteção Delta do Parnaíba. Foi evidenciada uma variedade de espécies e benefícios, com destaque para a carnaúba (Copernicia prunifera), conhecida como “árvore da vida”, por oferecer inúmeras utilidades: (i) as raízes para uso medicinal; (ii) o caule para edificação de casas; (iii) as folhas na cobertura de casas, extração do pó (que gera a cera) e artesanato; (iv) os frutos para extração de óleo, produção de doce e biscoito; e (v) as sementes para a fabricação de bijuterias (Souza & Melo, Oliveira 2014, Souza & Crespo 2015, Garcia & Furtado 2016, Viera-Filho et al. 2018). A Copernicia prunifera também foi relatada como mágico-religiosa e por contribuir em atividades físicas, de inspiração e psicologicamente benéfica para as comunidades pesquisadas (ver Alves & Querol 2018, Meireles et al. 2018).
Muitas plantas integraram a dieta local, representando fonte de fibras e vitaminas de baixo custo. De acordo com Souza & Crespo (2015), o desmatamento de pequenas áreas de manguezal dentro da APA é comum, principalmente para o plantio de grãos, raízes e frutos. Além da agricultura de subsistência, comunidades nos municípios de Parnaíba, Luís Correia e Cajueiro da Praia, por exemplo, realizam o extrativismo vegetal como fonte de renda (Souza & Crespo 2015, Garcia & Furtado 2016). Certos moradores também obtêm renda com a criação de bovinos, caprinos e ovinos em pastagens. Assim, verificamos que espécies de plantas forneceram importantes suportes forrageiros devido às suas folhas, frutos ou inflorescências, essencialmente em épocas de seca (Sbrissia et al. 2007, Silva et al. 2019).
Apesar da possibilidade de acesso aos medicamentos industrializados, as plantas medicinais foram frequentemente utilizadas pelas comunidades, provavelmente por seu baixo custo, fácil acesso e por serem tradicionalmente cultivadas no local (ver Santos et al. 2016, Vieira-Filho et al. 2018). É válido destacar que no Brasil, a medicina tradicional ainda é a principal forma de cobrir as necessidades de saúde primária e, às vezes, a única fonte de cuidado para muitos povos (Alves & Alves 2011), além de ser uma possível fonte de renda. Um estudo realizado no município de Parnaíba, por exemplo, relatou a comercialização de plantas medicinais por comunidades locais, com renda variando entre R$ 500 ou mais (Santos et al. 2019). Além de tratar enfermidades humanas, faziam usos de plantas medicinais no tratamento e na prevenção das afecções que acometem animais (Meireles et al. 2018).
Povos locais e tradicionais também utilizam comumente plantas para fins artesanais e para a construção de casas ou edificações. No caso da construção, autores sugerem ser uma alternativa para o dispendioso transporte desses materiais, quando adquiridos em regiões vizinhas (Nascimento & Sassi 2007; Meireles et al. 2018). Vieira & Loiola (2014) destacaram que a utilização das folhas de carnaúba na cobertura das casas nas comunidades Fazendinha, Vazantinha e Pedra do Sal são escolhas pautadas na tradição e na cultura local, reduzindo os custos econômicos durante a construção. Outro exemplo de valorização cultural está associado ao artesanato nos munícipios de Parnaíba, Ilha Grande e Araioses (Sousa et al. 2014, Vieira et al. 2016, Alves & Querol 2018).
Demais contribuições das plantas presentes na APA estavam relacionadas à utilização mágico-religiosa. Zank & Hanazaki (2016) afirmam que essa prática não possui explicação biológica, apresentando respostas nas forças sobrenaturais baseadas na fé. Inclusive, podem ser usadas para o cuidado e o tratamento de doenças espirituais, sociais e físicas (Sharma & Pegu 2011, Coutinho et al. 2018). Espécies como Allium cepa L. (cebola), Pimpinella anisum L. (erva-doce) e Ocimum basilicum L. (manjericão) - encontradas nessa revisão - possuem propriedades para a cura da alma, do corpo e do ambiente, além de ser utilizadas para retirar energias ruins e fazer simpatias (Santos et al. 2020b). A comercialização dessas plantas ocorreu no município de Parnaíba, contribuindo com a renda de muitas famílias no entorno da APA Delta do Parnaíba Santos et al. (2020b).
Apesar de a maioria das plantas reportadas nos estudos apresentarem contribuições materiais e não materiais benéficos para as comunidades residentes na APA Delta do Parnaíba, muitas delas podem desempenhar desserviços ambientais (isto é, efeitos que são prejudiciais ao bem-estar humano). Espécies invasoras, como chumbinho (Lantana camara L.), capim-açú (Digitaria insularis (L.) Fedde), serralhinha (Emilia sonchifolia (L.) DC) e outras, afetam o rendimento e a produtividade agrícola. Causam ação conjunta de competição e alelopatia, aumento do custo de produção, dificuldade de colheita, além da hospedagem de espécies indesejadas e doenças (Brighenti & Oliveira 2011). Certas espécies alimentícias e medicinais exóticas ameaçam a biodiversidade local. Ressalta-se, portanto, a importância de conhecer, cultivar e propagar espécies da flora nativa em detrimento daquelas cultivadas e naturalizadas.
Embora muitas espécies de plantas complementem a renda de diversas famílias nos municípios litorâneos da APA, existem moradores que desconhecem a importância de palmeiras, como Copernicia prunifera e Mauritia flexuosa (Viera et al. 2016). Esse desconhecimento tem levado à desvalorização das plantas em relação ao seu impacto na economia, cultura, sustentabilidade ambiental e saúde pública (Krosnick et al. 2018). Adicionalmente, favorece para que espécies sejam incluídas na lista de espécies ameaçadas de extinção da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), visto que serão extraídas da natureza para diversos fins, de modo insustentável.
Em síntese, as espécies de plantas levantadas nessa revisão de literatura forneceram vários produtos e subprodutos para as comunidades residentes na Área de Proteção Ambiental Delta do Parnaíba. Assim, sugerimos que os serviços prestados pelas plantas da APA sejam mais estudados e avaliados para melhor entender os benefícios e até mesmo prejuízos que as plantas do local podem proporcionar às comunidades residentes. Ressaltamos que essas pesquisas devem levar em consideração os contextos econômicos e culturais, dado que a importância e utilização das espécies variaram entre as comunidades pesquisadas nos estudos.
Destacamos que pesquisas para entender o valor econômico das plantas podem subsidiar práticas de gestão e políticas públicas na APA. Isso porque viabilizam ligações entre o bem-estar humano (principalmente das comunidades que se beneficiam diretamente desses serviços) e esforços de conservação da diversidade florística local. Desse modo, torna-se relevante avaliar quantitativamente de que forma as plantas podem contribuir com a economia local, seja por meio do extrativismo vegetal, medicina tradicional, artesanato e turismo ecológico, por exemplo. Por fim, sugerimos que mais pesquisas devem ser realizadas acerca das contribuições não materiais das plantas na APA, suas habilidades de inspiração, recreação e benefícios psicológicos para as pessoas.
Agradecimentos
À Universidade Federal do Piauí (UFPI). Ao Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente em Rede (PRODEMA/UFPI). À Universidade Federal do Delta do Parnaíba (UFDPar) pelo apoio técnico/logístico.
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Editado por
-
Editora Associada: Renata Sebastiani
Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
13 Maio 2024 -
Data do Fascículo
2024
Histórico
-
Recebido
26 Maio 2022 -
Aceito
27 Nov 2023