Open-access Repertório ocupacional na literatura nacional

Resumo

Introdução  Conceitos e constructos são fundamentais à teoria e prática de qualquer profissão. Na terapia ocupacional, por mais que alguns conceitos e constructos como o Repertório Ocupacional estejam presentes e/ou em ascensão nos referenciais teóricos-metodológicos, ainda não foram extensivamente e sistematicamente investigados, definidos e debatidos na produção de conhecimento nacional.

Objetivo  Objetivou-se analisar o uso do constructo Repertório Ocupacional na literatura nacional da terapia ocupacional.

Método  Realizou-se uma revisão de escopo nos principais periódicos nacionais da área e na plataforma Google Acadêmico publicados entre 1990 e 2020. Utilizou-se como estratégia a busca booleana, na qual os descritores (repertório ocupacional) e (repertório de ocupações) foram combinados com o operador OR. Dessa forma, em todos os periódicos manteve-se a seguinte sentença: (repertório ocupacional OR repertório de ocupações). A amostra foi composta por 20 publicações.

Resultados  Das 20 publicações que compuseram a amostra analisada, sete foram publicadas na Revista Interinstitucional Brasileira de Terapia Ocupacional, cinco nos Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, uma na Revista de Terapia Ocupacional da USP e sete no Google Acadêmico compondo a literatura cinzenta (4 TCC, 1 artigo, 1 resumo e 1 dissertação). O ano de publicação variou de 2016 a 2020. Das 20 publicações que compuseram a amostra, apenas os materiais encontrados na literatura cinzenta tiveram como objeto de estudo o repertório ocupacional. Nas demais publicações, o repertório ocupacional aparece, seja na introdução, nos resultados, na discussão e/ou nas considerações finais, como um complemento/elemento secundário ao objetivo das publicações.

Conclusão  Apesar do constructo “repertório ocupacional” corroborar a prática e a discussão teórica de terapeutas ocupacionais no contexto internacional, no Brasil ainda é incipiente a literatura sobre esse constructo. Portanto, destaca-se a importância de serem desenvolvidas pesquisas futuras sobre o tema, proporcionando um diálogo entre os profissionais, além de favorecer o reconhecimento e constituição da profissão.

Palavras-chave:  Terapia Ocupacional; Formação de Conceito; Terminologia

Abstract

Introduction  Concepts and constructs are fundamental to the theory and practice of any profession. In occupational therapy, although some concepts and constructs, such as the Occupational Repertoire, are present and/or on the rise in theoretical-methodological frameworks, they have not yet been extensively and systematically investigated, defined, and debated in the production of national knowledge.

Objective  The objective was to analyze the use of the Occupational Repertoire construct in the national occupational therapy literature.

Method  A scoping review was carried out in the main national journals in the area and the Google Scholar platform published between 1990 and 2020. The Boolean search strategy was used, in which the descriptors (occupational repertoire) and (occupation repertoire) were combined with the OR operator. Thus, in all journals, the following sentence was maintained: (occupational repertoire OR repertoire of occupations). The sample consisted of 20 publications.

Results  Of the 20 publications that made up the analyzed sample, 7 were published in the Brazilian Interinstitutional Journal of Occupational Therapy, 5 in the Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, 1 in the Revista de Terapia Ocupacional da USP and 7 in Google Scholar composing the gray literature (4 TCC, 1 paper, 1 abstract and 1 dissertation). The year of publication ranged from 2016 to 2020. Of the 20 publications that made up the sample, only the materials found in the gray literature had the occupational repertoire as their object of study, in the other publications, the occupational repertoire appears either in the introduction, in the results, in the discussion and/or final considerations as a complement/secondary element to the purpose of the publications.

Conclusion  Although the “occupational repertoire” construct corroborates the practice and theoretical discussion of occupational therapists in the international context, in Brazil, the literature on this construct is still incipient. Therefore, the importance of developing future research on the subject is highlighted, providing a dialogue between professionals, in addition to favoring the recognition and constitution of the profession.

Keywords:  Occupational Therapy; Concept Formation; Terminology

Introdução

A institucionalização da terapia ocupacional no Brasil, enquanto profissão e campo de conhecimento/saber, ocorreu por meio de processos distintos, mas interligados. A década de 1950 determinou o início da criação de programas de formação profissional em terapia ocupacional nos países da América Latina, incluindo o Brasil (Monzeli et al., 2021). Tais programas constituíram-se por meio de cursos de formação, fundação de associações e conselhos para mobilização e gestão política da profissão, promulgação de legislação específica, aprovação do Código de Ética Profissional e pela detenção de um conjunto de métodos e técnicas para a prática profissional (Folha, 2019; Soares, 2007).

O processo de criação desses programas esteve vinculado a fatores internos e contextuais de cada país e também a fatores internacionais (Monzeli et al., 2021). A institucionalização acadêmica iniciou seu processo com o aumento do número de cursos de graduação e a consequente necessidade de capacitação docente nas universidades (Emmel & Lancman, 2003; Barros & Oliver, 2003; Emmel & Lancman, 1998). Seu avanço tem se dado com a formação pós-graduada stricto sensu de terapeutas ocupacionais, surgimento de programas de pós-graduação stricto sensu em Terapia Ocupacional, qualificação e reconhecimento dos periódicos específicos da área, aumento do desenvolvimento de pesquisas e respectiva produção de conhecimento que contribuíram para o avanço cientifico da profissão (Folha, 2019; Folha et al., 2018; Oliver et al., 2011; Lopes et al., 2010; Barros & Oliver, 2003).

Com isso, diversos conceitos e constructos têm sido investigados e discutidos pelos terapeutas ocupacionais no âmbito acadêmico brasileiro, buscando definir terminologias, conceituar a teoria, reduzir possíveis confusões conceituais, favorecer a consolidação da identidade interna e o reconhecimento externo da profissão. Dentre esses conceitos e constructos, alguns são centrais enquanto campo profissional e do saber como ocupação humana e atividades humanas (Poellnitz et al., 2020; Figueiredo et al., 2020; Salles & Matsukura, 2016; Lima et al., 2013; Benetton, 2008) e cotidiano (Salles & Matsukura, 2013; Galheigo, 2003; Benetton et al., 2003).

Entretanto, outros conceitos e constructos, apesar de já estarem presentes ou em ascensão nas discussões internacionais, como o engajamento (Black et al., 2019; Kennedy & Davis, 2017) e o repertório ocupacional (Njelesani et al., 2019; Pontes et al., 2018; Njelesani et al., 2017; Mandich & Rodger, 2006; Davis & Polatajko, 2006; Persson et al., 2001), ainda não foram extensivamente e sistematicamente investigados, definidos e debatidos na produção de conhecimento nacional da terapia ocupacional.

Persson et al. (2001) apresentaram uma estrutura inicial e provisória para descrever as ocupações das pessoas a partir de uma análise tanto panorâmica, ou seja, a concretização de ocupações pelas pessoas ao longo da vida, como focal, ou seja, por meio das experiências imediatas vividas pela pessoa ao exercer uma única ocupação. O termo “repertório ocupacional” é apresentado pelos autores logo na introdução da publicação ao discorrem sobre o termo partindo do princípio de que, até então, a estrutura teórica sobre “ocupação” discutida nos países nórdicos não incluía aspectos como o valor de uma experiência e o seu significado.

Com isso, os autores apresentam algumas formas de categorizar as ocupações adotadas por diferentes pesquisadores e associações de terapeutas ocupacionais como Christiansen, Reilly, Reed, Sanderson, Mosey, Kielhofner, American Occupational Therapy Association (AOTA) e Canadian Association of Occupational Therapists (CAOT) (Persson et al., 2001). Os princípios para tais formas de categorizar as ocupações variaram, sendo agrupadas a partir do lugar onde eram realizadas (por ex. ocupações domésticas) e/ou pelo contexto em que eram realizadas (por ex. ocupações de lazer), mas nenhuma categorização foi feita a partir de diferentes propósitos e valores das ocupações (Persson et al., 2001).

Assim, a estrutura apresentada por Persson et al. (2001) quantifica o valor de uma ocupação a partir de três dimensões, a saber: valor concreto, simbólico e de auto recompensa. A finalidade das ocupações é descrita por meio de três perspectivas diferentes, mas em interação, sendo elas macro, meso e micro perspectivas. O repertório ocupacional e o valor das dimensões ocupacionais formam a perspectiva macro, na qual as ocupações são categorizadas. Já na mesoperspectiva, o repertório ocupacional é descrito a partir de um período limitado e específico na vida. Por sua vez, os componentes da microperspectiva definem cada ocupação desse repertório.

A definição para o “repertório ocupacional” que fomentou a utilizada atualmente, foi apresentada por Persson et al. (2001) ao especificar a perspectiva macro da dimensão ocupacional: “A interação entre o sujeito, tarefa e ambiente é o centro de todo o desempenho ocupacional e consequentemente produz um repertório ocupacional único e pessoal, alterando-se de forma dinâmica ao longo da vida” (Persson et al., 2001, p. 11).

Nessa direção, Davis & Polatajko (2006) em conformidade com Persson et al. (2001), também afirmam que o repertório ocupacional de uma pessoa não é estático, ou seja, muda ao longo da vida. As autoras, pautadas na consideração da centralidade da ocupação na vida humana postulada pelo Canadian Model of Occupational Performance and Engagement CMOP-E, observam que o repertório ocupacional corresponde ao conjunto de ocupações desempenhadas em um período específico de tempo, modificando-se constantemente a partir da interação entre a pessoa, a ocupação e o ambiente no qual está inserida. Segundo as autoras, é habitual que terapeutas ocupacionais se preocupem com as habilidades e capacidades das pessoas, em vez de focar no próprio repertório ocupacional apresentado por elas (Davis & Polatajko, 2010).

Dessa forma, a composição do repertório ocupacional depende das várias características da pessoa, da ocupação e do ambiente, dentre elas a idade, o sexo, as habilidades de desempenho, a religião, as incapacidades, o nível de engajamento e de participação, as características do ambiente físico, social, cultural, institucional e as oportunidades provenientes destes (Pontes et al., 2016).

Entender quando e como uma pessoa desenvolve seu repertório ocupacional implica em explorar o desempenho das tarefas, atividades e ocupações que o compõem. Essa compreensão é fundamental na prática do terapeuta ocupacional, pois contribui para a identificação dos possíveis problemas do desenvolvimento ocupacional e implementação de intervenções centradas na pessoa e baseadas em ocupações (Njelesani et al., 2019).

Por fim, em virtude de o repertório ocupacional compor a literatura da terapia ocupacional no contexto internacional, ainda não se sabe a dimensão e extensão em que o mesmo é definido, analisado e discutido na literatura brasileira. Nesse sentido, o presente estudo teve por objetivo analisar a produção científica nacional da área, apresentando os estudos que incorporaram o constructo em seu escopo bem como a forma que este foi definido e sob qual perspectiva teórica.

Metodologia

Método

Trata-se de uma revisão de escopo, que é compreendida como um método que visa sintetizar evidências de uma variedade de estudos, sendo capaz de examinar a extensão, alcance e natureza da atividade de pesquisa, além de resumir e disseminar descobertas ou identificar lacunas na literatura existente (Arksey & O’Malley, 2005).

Este método tem como princípio mapear conceitos-chave que oferecem sustento a uma determinada área de conhecimento bem como as principais fontes e tipos de evidência disponíveis, sendo utilizado com maior frequência nas pesquisas em saúde (O’Brien et al., 2016), mais precisamente em áreas complexas e não pesquisadas em estudos anteriores.

Com base nos critérios propostos por Arksey & O’Malley (2005), o presente estudo foi fundamentado em 5 etapas:

  • 1 - Elaboração das perguntas de pesquisa.

  • 2 - Acesso a diferentes fontes para busca dos estudos.

  • 3 - Composição da amostra com base nos critérios de busca e inclusão.

  • 4 - Extração das informações relativas às perguntas de pesquisa.

  • 5 - Apresentação dos resultados obtidos e analisados de forma numérica e temática/conceitual com respectiva discussão.

As perguntas que guiaram o estudo foram as seguintes: Qual a definição para o repertório ocupacional/repertório de ocupações nos estudos brasileiros? Há algum referencial teórico que fundamenta os estudos ou a definição do constructo? Quais populações foram alvo dos estudos sobre repertório ocupacional? Os trabalhos em questão apresentam algum foco? (intervenção/ descrição).

Procedimentos de coleta e análise dos dados

A coleta de dados foi realizada nos principais periódicos nacionais da área, a saber: Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, Revista de Terapia Ocupacional da USP, Revista Baiana de Terapia Ocupacional e Revista Interinstitucional Brasileira de Terapia Ocupacional publicados entre 1990 e 2020. Além disso, a busca também foi realizada na plataforma Google Acadêmico, pois esta oferece acesso à literatura cinzenta dos estudos da terapia ocupacional, entre eles, trabalhos de conclusão de curso (TCC), dissertações, teses, resumos, entre outros.

Foi adotada como estratégia a busca booleana, na qual os descritores são utilizados com os operadores AND, OR e NOT na combinação de palavras-chave para adição, alternância ou negação entre os termos. No presente estudo, foram utilizados os descritores (repertório ocupacional) e (repertório de ocupações) combinados com o operador OR. Dessa forma, em todos os periódicos, manteve-se a seguinte sentença: ((repertório ocupacional) OR repertório de ocupações).

Os critérios para inclusão foram estabelecidos levando em consideração as publicações disponíveis online no período e nos periódicos acima citados, elaborados por terapeutas ocupacionais, escritos em português e, que continham o termo “repertório ocupacional” ou “repertório de ocupações” independente do objetivo, metodologia e população alvo das publicações. O período de 1990 a 2020 se justifica porque conforme informações disponíveis em seus respectivos sites, os Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional da UFSCar tiveram início em 1990, a Revista de Terapia Ocupacional da USP a partir de 2002, a Revista Baiana de Terapia Ocupacional possui alguns volumes em 2004, 2005, 2007, 2012 e 2013 e a Revista Interinstitucional Brasileira de Terapia Ocupacional tem início de números publicados em 2017.

Assim, foram excluídas as publicações que apareceram na busca, mas não continham os descritores no texto ou apesar de conterem os descritores, esses não foram produzidos por terapeutas ocupacionais e/ou não tratavam sobre o repertório ocupacional e/ou repertório de ocupações de forma a responder as perguntas que guiaram este estudo.

A busca nos periódicos da área e na plataforma Google Acadêmico foi realizada por uma pesquisadora em um período de três meses, de agosto a outubro de 2020, em que todas as publicações encontradas foram lidas na íntegra e aquelas que continham o constructo “repertório ocupacional” ou “repertório de ocupações” em seu escopo foram analisadas. Utilizou-se um formulário para registro das informações, composto pelos itens: título do artigo, autor, ano de publicação, tipo de publicação, conceito/definição de repertório de ocupações/ocupacional, referencial teórico que fundamenta o estudo, público alvo e objetivo do estudo.

Resultados

Foram identificadas 64 publicações na Revista Interinstitucional Brasileira de Terapia Ocupacional, 36 nos Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional da UFSCar, 12 na Revista de Terapia Ocupacional da USP, 1 na Revista Baiana de Terapia Ocupacional e 10 trabalhos na plataforma Google Acadêmico.

Verificou-se que das 64 publicações da Revista Interinstitucional Brasileira de Terapia Ocupacional, 9 publicações se referiam a eixos de dois Anais de Evento, sendo que dentro de cada volume desses anais havia vários resumos. Ao realizarmos a busca pelos termos, nessas 9 publicações, encontrou-se 17 resumos sendo que 7 deles continham o termo exato “repertório ocupacional”, enquanto os outros 10 apresentavam apenas “repertório” de forma isolada ou associada a uma palavra distinta. Com isso, o número de publicações consideradas na Revista Interinstitucional Brasileira de Terapia Ocupacional foi de 7 publicações.

Das 36 publicações na Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional da UFSCar, 5 continham o termo exato “repertório ocupacional”, 2 apresentavam apenas “repertório” de forma isolada ou associada a uma palavra distinta e as outras 29 publicações não continham o termo buscado.

Das 12 publicações na Revista de Terapia Ocupacional da USP, apenas 1 continha o termo exato “repertório ocupacional”, enquanto os outros 11 não o apresentavam.

A única publicação encontrada da Revista Baiana de Terapia Ocupacional não continha, de fato, os termos de busca.

Todas as 10 publicações encontradas na plataforma Google Acadêmico continham o constructo em seu escopo, porém 3 eram duplicadas e foram excluídas da amostra, totalizando 7 publicações na plataforma, entre elas 4 TCCs, 1 artigo, 1 resumo e 1 dissertação.

Dessa forma, 100 publicações foram excluídas por não corresponderem aos critérios do presente estudo, sendo que 87 publicações não continham no texto o termo “repertório de ocupações” e/ou “repertório ocupacional”, 8 continham o termo “repertório” associado às outras palavras (repertório de atividades, repertório criativo, repertório clínico, repertório individual, repertório social, repertório terapêutico, repertório de habilidades sociais e repertório funcional), 5 apresentavam em sua estrutura a palavra “repertório”, referindo-se ao sentido figurado da palavra que, segundo o Dicionário Aurélio, diz respeito a um conjunto de conhecimentos (Ferreira, 2020) e 3 delas foram excluídas por serem duplicadas.

Portanto, a amostra foi composta por 20 publicações como exposto na Figura 1, que ilustram o quantitativo de materiais encontrados em cada periódico e o referido processo de exclusão por não correspondência aos critérios de inclusão.

Figura 1
Fluxograma da composição da amostra. Fonte: Elaborada pela própria autora.

Das 20 publicações que compuseram a amostra analisada, 7 foram resumos publicados na Revista Interinstitucional Brasileira de Terapia Ocupacional, 5 foram artigos nos Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, 1 artigo na Revista de Terapia Ocupacional da USP, enquanto na plataforma Google Acadêmico foram contabilizados 4 TCC, 1 artigo, 1 resumo, e 1 dissertação.

O ano de publicação variou de 2016 a 2020, sendo 3 publicações ocorridas em 2016 (Almeida, 2016; Canon et al., 2016; Silva, 2016), 2 em 2017 (Klein, 2017; Xavier et al., 2017), 9 em 2018 (Feijó et al., 2018a, 2018b; Lima et al., 2018; Macedo et al., 2018; Morais et al., 2018; Santos, 2018; Sena et al., 2018; Souza, 2018; Ventura et al., 2018), 1 em 2019 (Pinho et al., 2019) e 5 em 2020 (Bernardo et al., 2020; Cardoso et al., 2020; Folha & Della Barba, 2020; Maia et al., 2020; Tima, 2020).

Sobre o tipo de publicação, 6 eram artigos originais de pesquisa (Canon et al., 2016; Xavier et al., 2017; Pinho et al., 2019; Bernardo et al., 2020; Folha & Della Barba, 2020; Maia et al., 2020), 3 eram trabalhos de conclusão de curso (Silva, 2016; Santos, 2018; Souza, 2018), 1 era dissertação de mestrado (Tima, 2020), enquanto os outros 9 eram resumos publicados em Anais, dos quais 4 eram relatos de experiência (Macedo et al., 2018; Morais et al., 2018; Sena et al., 2018; Ventura et al., 2018) e 5 resumos de pesquisas originais (Cardoso et al., 2020; Feijó et al., 2018a, 2018b; Klein, 2017; Lima et al., 2018). O design metodológico das publicações derivadas de pesquisas originais variou, sendo que 7 eram estudos qualitativos com abordagem descritiva (Xavier et al., 2017; Klein, 2017; Lima et al., 2018; Santos, 2018; Pinho et al., 2019; Cardoso et al., 2020; Maia et al., 2020), 7 eram descritivos transversal (Almeida, 2016; Silva, 2016; Feijó et al., 2018a, 2018b; Bernardo et al., 2020; Souza, 2018; Tima, 2020), 1 era estudo de revisão da literatura do tipo estado da arte (Folha & Della Barba, 2020) e 1 era relativo ao desenvolvimento de um instrumento de avaliação (Canon et al., 2016).

Ressalta-se que dos artigos e resumos que compuseram a amostra nenhum teve como objeto de estudo o repertório ocupacional, sendo que esse aparece seja na introdução, nos resultados, na discussão e/ou nas considerações finais como um complemento/elemento secundário ao objetivo das publicações. Por sua vez, 2 dos TCCs e a dissertação tiveram como objeto de estudo o repertório ocupacional.

Na Tabela 1 estão detalhadas as informações registradas sobre as publicações que compuseram a amostra.

Tabela 1
Descrição das publicações analisadas.

Almeida (2016), em seu trabalho de conclusão de curso, objetivou verificar as diferenças e similaridades no repertório ocupacional de crianças entre 6 e 12 anos de idade que residiam no Brasil e no Canadá, identificando os fatores que poderiam influenciar esse repertório. A autora adota a concepção de que as ocupações, na infância e na adolescência, favorecem o desenvolvimento físico, cognitivo e social, sendo que o conjunto de ocupações que se apresentam em uma dada etapa da vida, são atividades específicas dessa faixa etária, o que culmina no repertório de ocupações. Almeida (2016) comprovou que os contextos de vida apresentam grande influência no repertório de ocupações das crianças. Ainda que o padrão do repertório ocupacional apresentado tenha sido semelhante entre as crianças dos dois países, houve diferenças significativas em atividades específicas de algumas categorias ocupacionais (Almeida, 2016).

Canon et al. (2016) tiveram como objetivo elaborar e verificar a validade de conteúdo da versão longa da Escala de Avaliação de Incapacidade na Demência (DADL-Br), de forma que esta avaliasse todas as ocupações e atividades previstas pela Associação Americana de Terapia Ocupacional (AOTA). O repertório ocupacional é referido uma vez na ocasião em que as autoras descrevem os domínios e itens que compõem a escala, sendo que cinco itens são “considerados de observação, nos quais são mapeadas informações relevantes para um plano de intervenção adequado ao repertório ocupacional do sujeito” (Canon et al., 2016, p. 329).

Com o objetivo de traduzir a avaliação Paediatric Activity Card Sort (PACS) para o português brasileiro, mesmo que não definindo o constructo “repertório ocupacional”, Silva (2016), em seu trabalho de conclusão de curso, aponta que “a PACS é uma avaliação muito útil para a criação do plano de intervenção do terapeuta ocupacional, já que esse é um recurso que traz um repertório ocupacional amplo de crianças e adolescentes, facilitando a identificação de ocupações relevantes, interessantes e prazerosas para o cliente e o porquê destas estarem ou não contidas no cotidiano dele” (Silva, 2016, p. 6).

Klein (2017), devido à escassez de ferramentas de avaliação do desempenho ocupacional infantil, propôs-se a verificar a validade de conteúdo dos itens que compõem a Avaliação de Desenvolvimento do Repertório Ocupacional (ADRO-P) segundo a perspectiva de pais e cuidadores de crianças entre 2 e 12 anos de idade. O estudo identificou que as atividades relacionadas ao cuidado pessoal mostraram maior relevância entre os pais, ao contrário das atividades relacionadas às tarefas domésticas e atividades físicas (Klein, 2017).

Xavier et al. (2017) buscaram, a partir da percepção de aposentados, compreender como as ocupações realizadas ao longo da vida atuam na reorganização ocupacional no momento da aposentadoria. O repertório ocupacional é mencionado pelas autoras uma vez, quando estas indicam que “Na fase adulta, dentre as ocupações que compõem o repertório ocupacional humano, o trabalho merece especial atenção, podendo ser considerado um dos principais organizadores da vida e estruturador do dia a dia das pessoas” (Xavier et al., 2017, p. 215).

Lima et al. (2018), diante do crescente número de doenças respiratórias crônicas e suas consequências para a pessoa e sua vida ocupacional, realizaram um estudo voltado para compreensão do sentido das ocupações para as pessoas com tais doenças. Segundo as autoras, o adoecimento influenciou nos sentidos das ocupações para essas pessoas, sendo que conseguir realizar determinadas ocupações, mesmo mediante limitações, gerou satisfação e bem-estar. Tais limitações foram apontadas enquanto geradoras de modificações no repertório ocupacional e nos sentidos das ocupações, seja alterando ou potencializando tais sentidos para a pessoa (Lima et al., 2018, p. 137).

Dentre os resumos contidos nos Anais de Evento, o trabalho de Feijó et al. (2018a) investigou como as pessoas em situação de rua usam o próprio tempo. A categorização das ocupações embasa-se na Estrutura da Prática da Terapia Ocupacional: Domínio e Processo. As autoras relatam que “a situação de vulnerabilidade e rompimento de laços sociais e familiares dos participantes parece somar ao perfil de um repertório ocupacional empobrecido, que dificulta ainda mais o retorno dessas pessoas ao convívio sócio familiar e vida produtiva formal” (Feijó et al., 2018a, p. 302). Com isso, concluem que há um desequilíbrio ocupacional, em virtude do predomínio de ocupações relacionadas à automanutenção e cuidado, sendo que o repertório ocupacional deficitário reforça a vulnerabilidade social dessas pessoas, principalmente em relação aos aspectos de significância e desempenho.

Feijó et al. (2018b), em um segundo resumo, voltado agora para a caracterização da ocupação trabalho em um grupo de pessoas em situação de rua, apontam que sobreviver à vida nas ruas torna o repertório ocupacional dessas pessoas diferenciado (Feijó et al., 2018b, p. 310).

O resumo de Morais et al. (2018) sobre intervenção terapêutica ocupacional do idoso institucionalizado com sequelas de acidente vascular encefálico (AVE), indica que os comprometimentos gerados pelo AVE podem ser agravados pela institucionalização, intensificando perdas de autonomia e independência para realizar as ocupações. Por isso, a atuação terapêutica ocupacional é necessária, já que tem como objetivo aumentar o repertório ocupacional, promover a manutenção das capacidades residuais e estimular a participação e interação social (Morais et al., 2018, p.129).

Ainda sobre o impacto da intervenção terapêutica ocupacional, Macedo et al. (2018) ponderam que a institucionalização, apesar de necessária, pode limitar a autonomia de um idoso ao fazer escolhas, causando redução no repertório ocupacional, o que por sua vez justifica a necessidade de intervenção terapêutica ocupacional. A conclusão do estudo é que a intervenção proposta pela terapia ocupacional na ILP “ampliou o repertório ocupacional do idoso promovendo autonomia, independência e, construção da idade ocupacional” (Macedo et al., 2018, p. 135).

Diante das mudanças que acompanham a maternidade, Santos (2018), em seu trabalho de conclusão de curso, buscou conhecer e compreender as percepções de mulheres mães sobre o papel ocupacional materno e sua relação com o repertório ocupacional e perdas de papéis ocupacionais associadas ao processo da maternidade. De acordo com o discurso das mulheres da amostra, a autora identificou 4 categorias analíticas: “Ser mãe é um dom!”; “Ser mãe é uma responsabilidade da mulher!”; “Ser mãe é padecer no paraíso!”; e “Perdas ocupacionais”, sendo que houve modificação do repertório ocupacional dessas mulheres após a maternidade (Santos, 2018).

Sena et al. (2018) relatam em seu resumo a experiência de intervenções realizadas junto a um grupo de imigrantes sul-americanos no Brasil, as quais tiveram como objetivo trabalhar a atividade instrumental da vida diária de gerenciamento financeiro, entre outras com foco no desenvolvimento de meios de geração de renda por parte dessas pessoas. As autoras conduziram as intervenções “a partir do repertório ocupacional e das habilidades desta população” (Sena et al., 2018, p. 311), de modo que o repertório ocupacional desses imigrantes constituiu um ponto de partida para o planejamento e concretização das intervenções terapêuticas ocupacionais.

Em seu trabalho de conclusão de curso, Souza (2018) participou de um estudo multicêntrico, mais especificamente da fase três da elaboração da Avaliação do Desenvolvimento do Repertório de Ocupações de crianças de 2 a 12 anos. Ao todo, 101 pais de crianças foram entrevistados. A avaliação visou mensurar o repertório ocupacional de cada criança. De forma geral, comprovou-se que alguns itens da avaliação obtiveram a frequência de 100,0% de realização em todas as idades, já a categoria “afazeres domésticos” não obteve nenhum item realizado por todas as crianças. De acordo com Souza (2018) “o conhecimento sobre o repertório ocupacional de crianças brasileiras pode contribuir para uma adequada avaliação e consequente efetiva intervenção em crianças com diferentes condições de saúde” (Souza, 2018, p. 21).

Ventura et al. (2018), também sobre o tema intervenção da terapia ocupacional para idosos institucionalizados, relatam, em resumo, os efeitos dos atendimentos grupais para essa população. De acordo com as autoras: “Durante os encontros, foi possível estimular a memória, oportunizar fala e escuta, promover o pertencimento social e a autovalorização pessoal, facilitar a auto expressão e promover engajamento ocupacional e aumentar o repertório ocupacional” (Ventura et al., 2018, p. 174).

Pinho et al. (2019), em estudo voltado para compreender a forma das ocupações de cuidadores principais de pessoas em cuidados paliativos oncológicos, mencionam o repertório ocupacional apenas no resumo do artigo, ao concluírem que o papel de cuidador primário de pessoas em cuidados paliativos gera implicações no repertório ocupacional e na maneira como a ocupação é desenvolvida (Pinho et al., 2019).

Bernardo et al. (2020) descreveram o processo de adaptação transcultural e a validade de conteúdo, para o português do Brasil, de um instrumento voltado para avaliar a participação e o engajamento em atividades. Os autores afirmam que o repertório ocupacional é composto pelas “ocupações nas quais as pessoas se engajam em um momento específico” (Bernardo et al., 2020, p. 1165). Eles explicam que a composição do repertório ocupacional é dinâmica, ou seja, está em constante transformação ao longo da vida de cada pessoa, sendo com isso influenciado pelos fatores ligados à pessoa, ao(s) ambiente(s) em que ela vive e pelas características e funções de suas ocupações. Por fim, concluem que a adaptação transcultural e a validade de conteúdo de uma ferramenta que capture o repertório ocupacional da população brasileira podem melhorar as intervenções da terapia ocupacional no contexto nacional. Intervenções essas que podem ser centradas no cliente e baseadas em ocupações na medida em que a ferramenta possibilite aos profissionais verificarem o conjunto de ocupações em que as pessoas participam e/ou se engajam ou não, mas que desejam ou precisam (Bernardo et al., 2020).

O trabalho de Cardoso et al. (2020) revelou que o ocupar-se do idoso, em uma universidade da terceira idade, possibilitou o “empoderamento ocupacional, destacando a experiência como um importante espaço para a saúde, para a cidadania e para o sentimento de pertencimento dos idosos, bem como a redução do isolamento e da solidão que proporcionam lócus de interação com outras pessoas, com o meio ambiente e atividades, favorecendo a justiça ocupacional” (Cardoso et al., 2020, p. 380). Os autores mencionam o repertório ocupacional na discussão do trabalho, alegando a possibilidade de reestruturação do repertório ocupacional por meio da interação social e atividades significativas (Cardoso et al., 2020).

Folha & Della Barba (2020), ao tratarem as ocupações infantis, afirmam que o repertório ocupacional é resultante do comportamento ocupacional da criança que ocorre de forma dinâmica e interativa entre criança-ambiente-ocupação. As autoras também indicam que conforme as crianças se envolvem em ocupações junto aos familiares, amigos, entre outros, tais ocupações passam a “constituir o repertório ocupacional que permitirá desenvolverem seus papéis enquanto criança que brinca, que estuda, que se se relaciona com outras pessoas e que cuida de si mesma” (Folha & Della Barba, 2020, p. 228).

No trabalho de Maia et al. (2020), que investigou as ocupações de pessoas em pós-operatório de cirurgia cardíaca, verificou-se que em virtude das alterações e condições subsequentes tanto ao adoecimento cardíaco como à cirurgia, “as pessoas no pós-operatório cardíaco vivenciam repercussões, incluindo modificações, no repertório ocupacional, o que pode influenciar diretamente a forma, o propósito e o significado dessas ocupações” (Maia et al., 2020, p. 857). Além disso, os autores afirmam que os participantes do estudo que relataram estar escolhendo desempenhar as próprias ocupações, consideravam isso algo positivo e relacionado a uma satisfação com o processo de recuperação que possibilita a retomada da autonomia e do repertório ocupacional (Maia et al., 2020).

Tima (2020), em sua dissertação de mestrado, discute sobre crianças que apresentam dificuldades na aquisição das habilidades correspondentes à faixa etária na qual estão, ou seja, discute sobre atrasos no desenvolvimento. Segundo a autora, as crianças com atraso no desenvolvimento podem ter limitações e/ou dificuldades para a concretização de suas ocupações. Seus resultados indicam que apesar do atraso do desenvolvimento ter sido identificado em algumas crianças da amostra, o repertório ocupacional destas apresenta muitas similitudes em relação às atividades que realizam e as categorias nas quais apresentam maior desempenho (Tima, 2020).

Discussão

A produção de conhecimento nacional da terapia ocupacional sobre o repertório ocupacional mostrou-se incipiente e as respostas para as perguntas da presente pesquisa devem ser consideradas sob a perspectiva do número reduzido de publicações.

A respeito do número reduzido de publicações encontradas que continham o termo “repertório ocupacional” no texto, infere-se que isso estaria ligado a própria história da terapia ocupacional brasileira em relação ao uso/desuso de alguns conceitos e constructos. Figueiredo et al. (2020) indicam que ocupação e atividade humana ainda estão sendo debatidas e são adotadas conforme a diversidade e especificidade das áreas e campos em que a terapia ocupacional brasileira realiza suas ações (Figueiredo et al., 2020). Salles & Matsukura (2016) e Magalhães (2013) também apresentam subsídios para compreender a utilização diversa dos conceitos ocupação e atividade ao longo da história da terapia ocupacional no Brasil (Salles & Matsukura, 2016). Pontes & Polatajko (2016) afirmam que o debate e o uso da prática baseada na ocupação iniciaram apenas nos anos 2000, com alguns autores brasileiros pautados na literatura anglofônica para fundamentar seus estudos (Pontes & Polatajko, 2016).

Portanto, não havendo um uso consensual relativo à “ocupação” e a prática baseada na ocupação datar dos últimos 20 anos, considera-se natural que haja uma utilização restrita do “repertório ocupacional” na literatura brasileira da terapia ocupacional, uma vez que para se falar em repertório ocupacional, é preciso antes falar sobre a ocupação/as ocupações.

Em relação à forma como o repertório ocupacional é definido nos trabalhos brasileiros da terapia ocupacional (Bernardo et al., 2020; Folha & Della Barba, 2020; Tima, 2020; Souza, 2018; Almeida, 2016), verificou-se que 5 estudos apresentam uma definição, enquanto os demais (n=15) inserem o “repertório ocupacional” no texto sem defini-lo. As definições contidas nos trabalhos nacionais corroboram as utilizadas no contexto internacional pelos autores que publicam sobre o tema e inclusive fazem referência a esses autores, como Persson et al. (2001), Davis & Polatajko (2006) e Njelesani et al. (2019). Ainda que o trabalho de Persson et al. (2001) tenha apresentado uma estrutura ampla para a compreensão do repertório ocupacional e tenha influenciado a compreensão do constructo na atualidade, os próprios autores concordaram na ocasião da publicação que consistia em uma estrutura provisória. A menção a esse trabalho de Persson et al. (2001) é importante para o conhecimento da origem do repertório ocupacional na literatura da terapia ocupacional, tendo sido atualizado por outras terapeutas ocupacionais como Janet Njelesani, Tatiana Pontes, Jane Davis e Helene Polatajko (Njelesani et al., 2017, 2019; Pontes et al., 2018; Davis & Polatajko, 2006).

Desse modo, a definição de “repertório ocupacional” utilizada nas publicações está atrelada à consideração da ocupação humana enquanto objeto de estudo e intervenção da terapia ocupacional, à luz de autores referência no contexto internacional. Nessa direção, Figueiredo et al. (2020), Poellnitz et al. (2020) e Salles & Matsukura (2016) verificaram que nas duas últimas décadas, “ocupação” esteve mais presente nas publicações, o que é resultado da produção nacional de conhecimento em programas de pós-graduação na área em diálogo com o conhecimento e discursos produzidos internacionalmente.

Os referenciais teóricos mencionados pelas publicações que definem o repertório ocupacional são provenientes da Ciência Ocupacional com o documento da Associação Canadense de Terapia Ocupacional. No contexto internacional, as publicações com foco no repertório ocupacional, como de Davis & Polatajko (2006), Njelesani et al. (2017), Pontes et al. (2018) e Njelesani et al. (2019), são também embasadas teoricamente pelos referenciais providos pela Associação Canadense de Terapia Ocupacional e o respectivo Modelo Canadense de Desempenho Ocupacional e Engajamento.

Dentre as publicações analisadas nesta pesquisa, a maioria (n=6) teve a população idosa como alvo. Já em relação a população infantil, 3 estudos tiveram as crianças como sua amostra direta, enquanto outros 2, ainda que se dedicando ao estudo do repertório ocupacional infantil, tiveram sua amostra formada pelos pais ou cuidadores primários de crianças. Os estudos internacionais que estudam o repertório ocupacional têm enfocado na população infantil, seja no desenvolvimento (Davis & Polatajko, 2006, 2010; Davis et al., 2002) ou na mensuração do repertório ocupacional (Njelesani et al., 2017, 2019; Pontes et al., 2018).

A maioria das publicações teve foco principal na apresentação de uma intervenção terapêutica ocupacional, na descrição do sujeito alvo da intervenção ou ainda na validação de instrumento de avaliação, sendo o repertório ocupacional referenciado apenas enquanto parte da introdução ou das considerações finais. Dos 5 estudos que se dedicaram à descrição do repertório ocupacional da população alvo da investigação (Bernardo et al., 2020; Folha & Della Barba, 2020; Tima, 2020; Souza, 2018; Almeida, 2016), apenas 2 foram trabalhos publicados em formato de artigo (Bernardo et al., 2020; Folha & Della Barba, 2020), os outros 3 fazem parte da literatura cinzenta da terapia ocupacional, sendo que desses, 2 são TCC orientados pela mesma pesquisadora, Tatiana Pontes, que tem como área de interesse o repertório ocupacional (Souza, 2018; Almeida, 2016), e o outro trabalho é uma dissertação de mestrado, a qual teve essa mesma pesquisadora como banca avaliadora (Tima, 2020).

Tal fato não ocorre na literatura estrangeira, pois quando esta se destina ao repertório ocupacional, o mesmo é definido, descrito e explica-se como se dá o seu desenvolvimento (Pontes et al., 2020; Davis & Polatajko, 2006, 2010; Davis et al., 2002; Persson et al., 2001). Assim, são tidos como instrumentos capazes de mensurar o desenvolvimento do repertório ocupacional (Njelesani et al., 2017, 2019; Pontes et al., 2018).

Em 2010, Davis e Polatajko relataram que havia algumas ferramentas capazes de obter dados indicativos sobre o repertório ocupacional da pessoa, apesar de não serem específicas, por exemplo, o Canadian Occupational Performance Measure (COPM) (Law et al., 1990), o Activity Card Sort (Acs) (Baum & Edwards, 2008), o Paediatric Activity Card Sort (Pacs) (Mandich et al., 2004) e o Occupational Performance History Interview Ii (Ophi-Ii) (Kielhofner et al., 2004).

Atualmente, dois instrumentos foram elaborados e publicados com foco específico no repertório ocupacional, são eles: Occupational Repertoire Development Measure - Parent (ORDM-P) (Njelesani et al., 2017, 2019) e Occupational Repertoire Development Measure - Children (ORDM-C) (Pontes et al., 2018). A ORDM-P foi desenvolvida para mensurar a amplitude do desenvolvimento do repertório ocupacional de uma criança, avaliando o que ela pode fazer e/ou faz (o repertório de suas ocupações) e o desenvolvimento dessas ocupações (a capacidade de se engajar e desempenhá-las), incluindo competência nas ações, tarefas e atividades que as compõem (Njelesani et al., 2019). Já a versão a ser respondida pela própria criança é intitulada Occupational Repertoire Development Measure - Children (ORDM-C) e foi desenvolvida em formato eletrônico, com animações e de fácil uso em tablet, computador ou celular com o objetivo de mensurar o desenvolvimento do repertório ocupacional de crianças entre 4 e 12 anos de idade (Pontes et al., 2018).

A possibilidade de avaliar e mensurar o repertório ocupacional permite que este seja considerado um constructo, uma vez que segundo Kaplan:

[...]constructos constituem elaborações ideativas (intencionais), criadas ou adotadas com determinada finalidade científica [...]. Referem-se a sistemas teóricos e se relacionam, de diversas formas com outros constructos (menos ou mais abstratos), e intentam definições e especificações que permitam sua observação e mensuração (Kaplan, 1969 citado por, Freitas, 1994, pp. 57-59).

Por fim, ressalta-se que, apesar do repertório ocupacional ser um assunto em ascensão na literatura internacional da terapia ocupacional, ainda é incipiente no Brasil trabalhos que se dediquem a investigá-lo e a debatê-lo.

Considerações Finais

A presente pesquisa identificou que apesar do constructo “repertório ocupacional” corroborar com a prática e a discussão teórica de terapeutas ocupacionais no contexto internacional, no Brasil ainda é recente e incipiente a literatura sobre tal constructo.

Nos estudos analisados, o repertório ocupacional apareceu em publicações de 2016 a 2020 sendo definido em apenas 5 das 20 publicações. Nas demais, o foco estava nas ocupações desempenhadas em um período específico da vida da pessoa ou população alvo da intervenção, sendo por isso feita a menção ao repertório ocupacional. Muitas publicações não deixam claro sob qual referencial teórico o estudo se fundamentou.

Dessa forma, considera-se necessário que pesquisas futuras sobre o tema claramente definam o repertório ocupacional e apresentem os referenciais teóricos que fundamentam o constructo.

Esta revisão de escopo por ter sido realizada nos principais periódicos nacionais da área e na plataforma Google Acadêmico, possui limitações e seus resultados são circunscritos a estas.

Conclui-se, assim, que a presente pesquisa contribui para a produção de conhecimento em terapia ocupacional, pois trata-se da primeira sistematização sobre o tema repertório ocupacional, trazendo um pouco da história do constructo, autores de referência, formas de mensuração do repertório ocupacional em contexto clínico e de pesquisa.

  • Como citar: Faustino, G., & Figueiredo, M. O. (2022). Repertório ocupacional na literatura nacional. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, 30, e3276. https://doi.org/10.1590/2526-8910.ctoAR250332761
  • Fonte de Financiamento
    Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) - Código 001.

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Editado por

  • Editora de seção
    Profa. Dra. Marta Carvalho de Almeida

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    12 Dez 2022
  • Data do Fascículo
    2022

Histórico

  • Recebido
    15 Fev 2022
  • Revisado
    19 Fev 2022
  • Revisado
    13 Jun 2022
  • Aceito
    22 Set 2022
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