Acessibilidade / Reportar erro

Exposição a gases anestésicos residuais: os riscos vão além da sala de operação

Cara Editora,

O artigo recente que descreve os riscos da exposição ocupacional aos gases anestésicos residuais por Lucio et al.11 Lucio LMC, Braz MG, Do Nascimento Junior P, et al. Occupational hazards. DNA damage, and oxidative stress on exposure to waste anesthetic gases. Rev Bras Anestesiol. 2018;68:33-41. forneceu uma revisão detalhada das atuais considerações sobre eles. Em particular, descreveram como a poluição ambiental que ocorre em sala de operação pode ocasionar dano ao DNA e contribuir para o estresse oxidativo. Por mais importante que seja essa área, existem cada vez mais outros locais fora da sala de operação nos quais a exposição ocupacional a anestésicos pode resultar em riscos excepcionais de exposição ambiental. Por exemplo, as salas de recuperação pós-anestesia também são áreas que muitas vezes são alvo de investigação do risco de exposição ocupacional a gases anestésicos.22 Kim S, Ozelsel T, Tsui BC. Monitoring waste anesthetic gas in the pediatric postanesthesia care unit. Can J Anaesth. 2016;63:1301-2.,33 Cheung SK, Ozelsel T, Rashiq S, et al. Postoperative environmental anesthetic vapour concentrations following removal of the airway device in the operating room versus the postanesthesia care unit. Can J Anaesth. 2016;63:1016-21. Além disso, a deposição de anestésicos também foi relatada em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) onde agentes voláteis foram usados para sedação.44 Wong K, Wasowicz M, Grewal D, et al. Efficacy of a simple scavenging system for long-term critical care sedation using volatile agent-based anesthesia. Can J Anaesth. 2016;63:630-2. Esse uso em UTI é particularmente problemático por tratar-se de ambiente no qual a eliminação pode não ser necessariamente a mesma que em sala de operação. De fato, o uso de agentes voláteis em UTI e a necessidade de sistemas de remoção dos gases foram abordados com o uso de exaustores hospitalares, mas isso também foi identificado como um modo potencialmente arriscado e não comprovado de eliminar gases anestésicos.55 Dain SL. Anesthesia scavenging in critical care areas: beware of possible hazards and questionable efficacy. Can J Anaesth. 2017;64:96-7.,66 Jerath A, Wasowicz M. In reply: anesthesia scavenging in critical care areas: beware of possible hazards and questionable efficacy. Can J Anaesth. 2017;64:98-9.

Portanto, os riscos ocupacionais da exposição a gases anestésicos residuais provavelmente vão muito além do ambiente de sala de operação que Lucio et al. destacaram, o que aumenta ainda mais a possibilidade de causar danos ao DNA e o estresse oxidativo sobreposto nas pessoas expostas.

References

  • 1
    Lucio LMC, Braz MG, Do Nascimento Junior P, et al. Occupational hazards. DNA damage, and oxidative stress on exposure to waste anesthetic gases. Rev Bras Anestesiol. 2018;68:33-41.
  • 2
    Kim S, Ozelsel T, Tsui BC. Monitoring waste anesthetic gas in the pediatric postanesthesia care unit. Can J Anaesth. 2016;63:1301-2.
  • 3
    Cheung SK, Ozelsel T, Rashiq S, et al. Postoperative environmental anesthetic vapour concentrations following removal of the airway device in the operating room versus the postanesthesia care unit. Can J Anaesth. 2016;63:1016-21.
  • 4
    Wong K, Wasowicz M, Grewal D, et al. Efficacy of a simple scavenging system for long-term critical care sedation using volatile agent-based anesthesia. Can J Anaesth. 2016;63:630-2.
  • 5
    Dain SL. Anesthesia scavenging in critical care areas: beware of possible hazards and questionable efficacy. Can J Anaesth. 2017;64:96-7.
  • 6
    Jerath A, Wasowicz M. In reply: anesthesia scavenging in critical care areas: beware of possible hazards and questionable efficacy. Can J Anaesth. 2017;64:98-9.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jul-Aug 2018
Sociedade Brasileira de Anestesiologia R. Professor Alfredo Gomes, 36, 22251-080 Botafogo RJ Brasil, Tel: +55 21 2537-8100, Fax: +55 21 2537-8188 - Campinas - SP - Brazil
E-mail: bjan@sbahq.org