RESUMO DE TESE
Avaliação da prevalência de síndrome metabólica, microalbuminúria e risco cardiovascular em mulheres com síndrome dos ovários policísticos
Prevalence of metabolic syndrome, microalbuminuria and cardiovascular risk in women with polycystic ovary syndrome
Autor: Elvira Maria Mafaldo Soares
Orientadora: Profa. Dra. Técia Maria de Oliveira Maranhão
Co-orientador: Prof. Dr. George Dantas de Azevedo
Tese apresentada ao Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, para obtenção do título de Doutor, em 17 de maio de 2007.
OBJETIVO: avaliar risco cardiovascular em mulheres com síndrome dos ovários policísticos (SOP), através da determinação da prevalência de síndrome metabólica (SM) e pesquisa de microalbuminúria como marcador de possível dano renal precoce.
METODOLOGIA: estudo transversal envolvendo 102 mulheres (idade 20-34 anos) com diagnóstico de SOP de acordo com o Consenso Rotterdam. Para diagnóstico de SM foram adotados critérios do National Cholesterol Education Programs Adult Treatment Panel III (NCEP-ATP III). Para avaliação da microalbuminúria foi utilizada a relação albumina/creatinina (A/C), a partir dos níveis de albumina e creatinina em amostra isolada de urina. Análise estatística: teste t de Student, qui-quadrado e análises de correlação, adotando-se nível de significância 5%.
RESULTADOS: a prevalência de SM foi de 28,4%, estando associada ao aumento do índice de massa corporal. Quanto aos componentes individuais da SM, evidenciou-se: HDL-colesterol <50 mg/dl em 69,6%, circunferência da cintura>88 cm em 57,9%, triglicerídeos >50 mg/dl em 31,7%, pressão arterial >130/85 mmHg em 18,6% e glicemia de jejum >110 mg/dl em 2,9%. Pelos limites convencionais para a relação A/C (3,5-35 mg/mmol), a microalbuminúria esteve presente em três pacientes (3,3%). Entretanto, considerando diferentes pontos de corte estabelecidos em recentes estudos que demonstraram aumento do risco cardiovascular associado a níveis muito baixos da relação A/C, a prevalência em mulheres com SOP foi alta, variando de 17,7 a 43,3% (A/C > 0,58 e > 0,37 mg/mmol, respectivamente). Mulheres com intolerância à glicose apresentaram relação A/C significativamente mais elevada, quando comparadas às mulheres normoglicêmicas.
CONCLUSÃO: os dados evidenciam alta prevalência da SM e seus componentes em mulheres brasileiras com SOP. Adicionalmente, observou-se elevado percentual de mulheres com níveis de excreção urinária de albumina em faixas significativamente associadas com aumento do risco para eventos cardiovasculares. Em conjunto, esses dados alertam para a necessidade da abordagem interdisciplinar e multidisciplinar das pacientes com SOP, visando à instituição de medidas voltadas para a prevenção primária cardiovascular.
Palavras-chave: Síndrome dos ovários policísticos, Síndrome metabólica, Doença cardiovascular, Microalbuminúria
Datas de Publicação
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Publicação nesta coleção
01 Nov 2007 -
Data do Fascículo
Ago 2007