Resumos
Utilizaram-se dados de 292 pluviômetros da rede oficial do Estado de São Paulo para o cálculo do fator R da equação universal de perdas de solo, segundo modelo disponível na literatura. O objetivo deste trabalho foi usar a geoestatística para estudar a variabilidade espacial do potencial de erosão das chuvas e construir mapas de isolinhas com precisão. Calculou-se a dependência espacial através do semivariograma para os períodos das secas (abril a setembro), das águas (outubro a março) e para a erosividade média anual. Os alcances dos semivariogramas variaram de 50 a 70 km, porém a autovalidação das estimativas mostrou que o número de vizinhos utilizados em uma estimativa não deve ultrapassar 16 para que as hipóteses a respeito dos dados não sejam invalidadas. Estimou-se um total de 2.460 valores para todo o Estado, com uma separação de 20 km entre pontos para boa precisão na construção dos mapas de isolinhas. Os mapas de isolinhas mostraram que, no período das secas, existe aumento de erosividade na direção sul do Estado; no período das águas, dá-se o inverso: o aumento da erosividade é na direção norte.
erosividade; mapeamento; krigagem; conservação do solo
Rainfall data from 292 raingauges operated by the State of São Paulo were used to calculate the rainfall erosivity factor from the Universal Soil Loss Equation using a model available from the literature. The objective of this work was to use geostatistics to study the spatial variability of the rainfall erosivity and to construct isoline maps with high precision. Spatial autocorrelation was calculated with semivariograms for the rainy (October to March) and dry seasons (April to September), and for the yearly average. The range of the semivariograms were within 50 and 70 kilometers, however, the jack-knifing technique showed that only the 16 nearest neighbors should be used in order to stay within distances where stationarity existed. A total of 2,460 values were estimated on a 20 kilometers grid to allow for a good precision of contour maps. The contour maps showed that during the dry season the erosivity increases southward. During the rainy season, this trend inverts itself, with the erosivity increasing northward.
erosivity; mapping; kriging; soil conservation
VIII. FÍSICA E CONSERVAÇÃO DO SOLO
Variabilidade espacial do potencial de erosão das chuvas do Estado de São Paulo
Spatial variability of rainfall erosivity for the State of São Paulo, Brazil
Sidney Rosa VieiraI, II; Francisco Lombardi NetoI
ISeção de Conservação do Solo, Instituto Agronômico (IAC), Caixa Postal 28, 13001-970 Campinas (SP)
IICom bolsa de pesquisa do CNPq
RESUMO
Utilizaram-se dados de 292 pluviômetros da rede oficial do Estado de São Paulo para o cálculo do fator R da equação universal de perdas de solo, segundo modelo disponível na literatura. O objetivo deste trabalho foi usar a geoestatística para estudar a variabilidade espacial do potencial de erosão das chuvas e construir mapas de isolinhas com precisão. Calculou-se a dependência espacial através do semivariograma para os períodos das secas (abril a setembro), das águas (outubro a março) e para a erosividade média anual. Os alcances dos semivariogramas variaram de 50 a 70 km, porém a autovalidação das estimativas mostrou que o número de vizinhos utilizados em uma estimativa não deve ultrapassar 16 para que as hipóteses a respeito dos dados não sejam invalidadas. Estimou-se um total de 2.460 valores para todo o Estado, com uma separação de 20 km entre pontos para boa precisão na construção dos mapas de isolinhas. Os mapas de isolinhas mostraram que, no período das secas, existe aumento de erosividade na direção sul do Estado; no período das águas, dá-se o inverso: o aumento da erosividade é na direção norte.
Termos de indexação: erosividade, mapeamento, krigagem, conservação do solo.
ABSTRACT
Rainfall data from 292 raingauges operated by the State of São Paulo were used to calculate the rainfall erosivity factor from the Universal Soil Loss Equation using a model available from the literature. The objective of this work was to use geostatistics to study the spatial variability of the rainfall erosivity and to construct isoline maps with high precision. Spatial autocorrelation was calculated with semivariograms for the rainy (October to March) and dry seasons (April to September), and for the yearly average. The range of the semivariograms were within 50 and 70 kilometers, however, the jack-knifing technique showed that only the 16 nearest neighbors should be used in order to stay within distances where stationarity existed. A total of 2,460 values were estimated on a 20 kilometers grid to allow for a good precision of contour maps. The contour maps showed that during the dry season the erosivity increases southward. During the rainy season, this trend inverts itself, with the erosivity increasing northward.
Index terms: erosivity, mapping, kriging, soil conservation.
Texto completo disponível apenas em PDF.
Full text available only in PDF format.
Recebido para publicação em 11 de agosto de 1994 e aceito em 31 de agosto de 1995
- BERTONI, J. & LOMBARDI NETO, F. Conservação do solo. ícone, São Paulo, 1990. 355p.
- BURGESS, T.M. & WEBSTER, R. Optimal interpolation and isarithmic mapping of soil properties. I. The semivariogram and punctual kriging. The Journal Soil Science, Oxford, 31:315-331, 1980.
- FLANAGAN, D.C., ed. WEPP version 91.5. Water erosion prediction project - Hillslope profile model: documentation, corrections and additions. West Lafayette, USDA-ARS National Soil Erosion Research Laboratory, 1991. 40 p. (NSERL Report, 6)
- HAJRASULIHA, S.; BANIABASSI, H.; METTHEY, J. & NIELSEN, D.R. Spatial variability of soil sampling for salinity studies in southwest Iran. Irrigation Science, Berlin, 11:197-208, 1980.
- KNISEL, W.G., ed. CREAMS: a field-scale model for chemicals, runoff and erosion for agricultural management systems. Washington, United States Department of Agriculture, 1980. 640p. (Conservation Research Report, 26)
- LOMBARDI NETO, F. & MOLDENHAUER, W.C. Erosividade da chuva: sua distribuição e relação com as perdas de solo em Campinas (SP). Bragantia, Campinas, 51(2):189-196, 1992.
- SÃO PAULO. Secretaria dos Serviços e Obras Públicas. Departamento de Águas e Energia Elétrica. São Paulo, 1973. 235p. (Boletim pluviométrico, 78)
- VIEIRA, S.R.; DE MARIA, I.C.; LOMBARDI NETO, F.; DECHEN, S.C.F. & CASTRO, O.M. Caracterização da variabilidade espacial de propriedades físicas. In: LOMBARDI NETO, F. & CAMARGO, O.A. de, coords. Microbacia do Córrego São Joaquim (Município de Pirassununga, SP). Campinas, Instituto Agronômico. 1992. p.41-51. (Documentos IAC. 29)
- VIEIRA, S.R.; HATFIELD, J.L.; NIELSEN, D.R. & BIGGAR, J.W. Geostatistical theory and application to variability of some agronomical properties. Hilgardia, Berkeley, 51(3):1-75, 1983.
- VIEIRA, S.R.; LOMBARDI NETO, F. & BURROWS, I. Mapeamento das precipitações máximas prováveis para o Estado de São Paulo. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Campinas, 15(1):93-98, 1991.
- VIEIRA, S.R.; NIELSEN, D.R. & BIGGAR, J.W. Spatial variability of field measured infiltration rate. Soil Science Society of America Journal, Madison, 45: 1040-1048, 1981.
- WISCHMEIER, W.H. & SMITH, D.D. Predicting raifall erosion losses: a guide to conservation planning. Washington, D.C., United States Department of Agriculture, 1978. 58p. (Agriculture Handbook, 537)
- WISCHMEIER, W.H. & SMITH, D.D. Rainfall energy and its relationship to soil loss. American Geophysical Union Transactions, Washington, D.C., 39: 285-291, 1958.
Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
16 Out 2007 -
Data do Fascículo
1995
Histórico
-
Recebido
11 Ago 1994 -
Aceito
31 Ago 1995