Resumos
A baixa produtividade de figos no Brasil geralmente está relacionada com as deficiências hídrica e nutricional. Este trabalho teve como objetivo avaliar o efeito da fertirrigação com doses de nitrogênio e potássio sobre a produtividade e qualidade dos figos do cultivar Roxo de Valinhos durante o armazenamento refrigerado. O experimento de campo foi realizado durante dois anos, e que no último ano os frutos foram armazenados na temperatura de 0,5 °C por 15 dias. Os tratamentos consistiram da combinação das doses de 150, 250, 350 e 450 kg ha-1 de nitrogênio (N) e 150, 250 e 350 kg ha¹ de potássio (K) fornecidas via fertirrigação. Segundo os resultados, doses de até 250 kg ha-1 de N e K na fertirrigação elevam a produtividade de figos Roxo de Valinhos, e estas doses conduzem a maior produtividade entre os tratamentos avaliados. A fertirrigação aumentou em 96,7% a produtividade de figos verdes e 49% a de figos maduros em comparação ao tratamento padrão. Os níveis de N, K e a forma de aplicação não influenciam a qualidade dos frutos durante o armazenamento refrigerado.
Ficus carica L.; nutrição mineral; armazenamento; qualidade
The low productivity of figs in Brazil is usually associated with water and nutrition deficiency. The aim of this work was evaluate the effect of fertigation with doses of nitrogen and potassium on yield and quality of the 'Roxo de Valinhos' figs during cold storage. The field experiment was conducted during two years, and in the last year, the fruits were stored at 0.5° C for fifteen days. The treatments were a combination of doses of of nitrogen (150, 250, 350 and 450 kg ha-1) and potassium (150, 250 and 350 kg ha-1) applied by fertigation. The results showed that doses up to 250 kg ha¹ of N and K in fertigation increased the yield of 'Roxo de Valinhos' figs, and these doses increased the yield among the treatments. Fertigation increased yield of green figs by by 96.7% and ripe figs by 49% compared with the control. The rates of N and K and the application form did not affect the fruit quality during cold storage.
Ficus carica L.; mineral nutrition; quality; storage
PRODUÇÃO VEGETAL
Produtividade e qualidade de figos Roxo de Valinhos submetidos à fertirrigação e ao armazenamento refrigerado
Effect of fertigation and cold storage on yield and quality of 'Roxo de Valinhos' figs
Diniz FronzaI; Auri BrackmannII; Reimar CarlessoIII; Rogério de Oliveira AneseIV; Vanderlei BothV; Elizandra Pivotto PavanelloV; Jonas HamannVI
IEngenheiro Agrônomo, Doutor. Departamento de Fruticultura, Colégio Politécnico da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Av. Roraima, Bairro Camobi, no 1000, prédio 70, 97105-900, Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brasil. dinizfronza@yahoo.com.br
IIEngenheiro Agrônomo, Doutor. Departamento de Fitotecnia, Universidade Federal de Santa Maria, Av. Roraima, Bairro Camobi, no 1000, 97105-900, Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brasil. auribrackmann@gmail.com
IIIEngenheiro Agrônomo, Doutor. Departamento de Engenharia Rural, Universidade Federal de Santa Maria, Av. Roraima, Bairro Camobi, no 1000, 97105-900, Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brasil. E-mail: carlesso@ccr.ufsm.br
IVTécnico Agrícola, Acadêmico de Agronomia. Departamento de Fitotecnia, Universidade Federal de Santa Maria, Av. Roraima, Bairro Camobi, no 1000, 97105-900, Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brasil. rogerio_anese@yahoo.com.br
VAcadêmico de Agronomia. Departamento de Fitotecnia, Universidade Federal de Santa Maria, Av. Roraima, Bairro Camobi, no 1000, 97105-900, Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brasil. vanderleiboth@yahoo.com.br, elizandra_pavanello@yahoo.com.br
VITécnico Agrícola, Aluno do Curso de Agroindústria do Colégio Politécnico da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Av. Roraima, Bairro Camobi, no 1000, prédio 70, 97105-900, Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brasil. jonas.agroindustria@yahoo.com.br
RESUMO
A baixa produtividade de figos no Brasil geralmente está relacionada com as deficiências hídrica e nutricional. Este trabalho teve como objetivo avaliar o efeito da fertirrigação com doses de nitrogênio e potássio sobre a produtividade e qualidade dos figos do cultivar Roxo de Valinhos durante o armazenamento refrigerado. O experimento de campo foi realizado durante dois anos, e que no último ano os frutos foram armazenados na temperatura de 0,5 °C por 15 dias. Os tratamentos consistiram da combinação das doses de 150, 250, 350 e 450 kg ha-1 de nitrogênio (N) e 150, 250 e 350 kg ha1 de potássio (K) fornecidas via fertirrigação. Segundo os resultados, doses de até 250 kg ha-1 de N e K na fertirrigação elevam a produtividade de figos Roxo de Valinhos, e estas doses conduzem a maior produtividade entre os tratamentos avaliados. A fertirrigação aumentou em 96,7% a produtividade de figos verdes e 49% a de figos maduros em comparação ao tratamento padrão. Os níveis de N, K e a forma de aplicação não influenciam a qualidade dos frutos durante o armazenamento refrigerado.
Palavras-chave: Ficus carica L., nutrição mineral, armazenamento, qualidade.
ABSTRACT
The low productivity of figs in Brazil is usually associated with water and nutrition deficiency. The aim of this work was evaluate the effect of fertigation with doses of nitrogen and potassium on yield and quality of the 'Roxo de Valinhos' figs during cold storage. The field experiment was conducted during two years, and in the last year, the fruits were stored at 0.5° C for fifteen days. The treatments were a combination of doses of of nitrogen (150, 250, 350 and 450 kg ha-1) and potassium (150, 250 and 350 kg ha-1) applied by fertigation. The results showed that doses up to 250 kg ha1 of N and K in fertigation increased the yield of 'Roxo de Valinhos' figs, and these doses increased the yield among the treatments. Fertigation increased yield of green figs by by 96.7% and ripe figs by 49% compared with the control. The rates of N and K and the application form did not affect the fruit quality during cold storage.
Key words: Ficus carica L., mineral nutrition, quality, storage.
INTRODUÇÃO
A figueira (Ficus carica L.), originária do Oriente Médio, apresenta boa adaptação aos climas subtropical úmido e temperado, o que possibilita seu cultivo em diversas regiões, como é o caso do Sudeste do Brasil. Seus frutos possuem excelente sabor para o consumo in natura, porém sua vida pós-colheita é curta, mesmo quando armazenados sob refrigeração (Neves et al., 2002). A produção nacional em 2007 ultrapassou 26.000 toneladas, no entanto, a produtividade média é baixa, ficando em torno de oito toneladas por hectare (Corrêa et al., 2008). Uma técnica capaz de maximizar a produtividade é a fertirrigação, já que ela está diretamente associada ao fornecimento de água e nutrientes (Almeida & Silveira, 1997). A fertirrigação é um sistema de cultivo que se caracteriza pelo fornecimento de nutrientes às plantas através da água da irrigação (Villas Bôas, 2001). No que diz respeito à nutrição mineral da figueira, alguns elementos são requeridos em maior quantidade por essa frutífera, como é o caso do potássio (K) e do nitrogênio (N), os quais estão presentes em maior concentração nos figos (Hiroce et al., 1979).
O potássio é um elemento de extrema importância para o funcionamento celular, pois na planta é responsável por funções como mudanças de turgor nas células-guarda durante o movimento estomático, ativador de bombas de prótons (ATPases) nas membranas, cofator de mais de 40 enzimas, dentre outras (Marschner, 1995). Além disso, esse elemento apresenta interferência na absorção de outros elementos, como é o caso do fósforo, que, conforme Barros (1982) e Brizola et al. (2005), com aumento do nível de potássio fornecido à planta também aumentam os teores de fósforo em folhas e pecíolos da figueira.
Outro elemento de suma importância é o nitrogênio, requerido em maiores quantidades, sendo a sua disponibilidade limitante do crescimento das plantas. Esse elemento faz parte de um grande número de moléculas, como aminoácidos, ácidos nucleicos (DNA e RNA) e clorofilas (Marschner, 1995). O seu fornecimento via fertirrigação maximiza o efeito da aplicação, eliminando uma das for-mas de perda de N para a atmosfera, a volatilização por amônia (NH3+), pois o nitrogênio já está solubilizado. A perda por NH3+ ocorre devido ao baixo teor de umidade no solo no momento da aplicação do fertilizante, já que a água libera prótons para a transformação da amônia em amônio (NH4+), que apresenta baixa mobilidade no perfil do solo e é facilmente absorvido pela planta (Bissani et al., 2004).
Para a cultura de figueira, informações referentes à nutrição mineral na literatura são escassas (Leonel & Junior, 2008), principalmente nas condições brasileiras de figos Roxo de Valinhos. No entanto, alguns avanços foram obtidos com outros cultivares, tendo a maioria das pesquisas comparado a fertilização com o estado nutricional da figueira e poucas estudaram a relação da nutrição com o rendimento e a qualidade dos frutos (Aksoy et al., 1987, citado por Irget et al.,2008; Anaç et al., 1992, citado por Irget et al., 2008). Irget et al. (1999), aplicando potássio via foliar, concluíram que esse elemento afetou positivamente o tamanho, a firmeza e coloração dos frutos. Aksoy et al. (1987), citados por Irget et al. (2008) e Anaç et al. (1992), citados por Irget et al. (2008), reportam que o aumento da aplicação de potássio resultou em melhoria da coloração e do sabor dos figos. Irget et al. (2008) relatam que na Turquia a nutrição de figueira apresenta problemas de deficiências de N, K, Ca e B.
O armazenamento refrigerado é uma forma de prolongar o período pós-colheita de muitos frutos pela redução de suas atividades metabólicas, como respiração e produção de etileno (Chitarra & Chitarra, 2005). Em frutos como maçã, caqui e pêssego, o armazenamento refrigerado possibilita o aumento da vida pós-colheita em até quatro meses para maçã e dois para caqui e pêssego (Brackmann et al., 2003, 2008; Sestari et al., 2008). Com isso, possibilita o transporte de frutos a longa distância (Paula et al., 2007), além de maior período de tempo para a comercialização, que, para figos, pode alcançar em torno de 10 dias (Neves, et al., 2002). Para figos maduros, as temperaturas entre - 0,5 e 1,0 °C apresentam-se como adequadas para manutenção da qualidade de figos (Neves, et al. 2002; Chitarra & Chitarra, 2005; Lima et al., 2005; Paula et al., 2007).
O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito da fertirrigação com doses de nitrogênio e potássio sobre a produtividade e a qualidade de figos cultivar Roxo de Valinhos durante o armazenamento refrigerado de figos.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido no pomar da área experimental o Setor de Fruticultura do Colégio Politécnico da Universidade Federal de Santa Maria - RS (latitude: 29º 43'S, longitude: 53º 43'W, altitude: 96 m). O clima da região, segundo a classificação de KÖPPEN, classifica-se como subtropical úmido (Cfa), com verões quentes (Moreno 1961). De acordo com Streck et al. (2008), o solo da área é classificado como Argissolo Amarelo distrófico, típico de textura franca.
O período de condução do trabalho foi de setembro de 2005 a junho de 2007, num pomar de figueira cv. Roxo de Valinhos no terceiro ano de produção, instalado com espaçamento de 2,0 x 2,5 m e conduzido com 16 ramos produtivos. Na área onde está instalado o pomar utilizou-se cobertura morta de aveia cultivada no inverno anterior e para o controle de plantas daninhas empregou-se o herbicida Glifosato. A área do pomar recebeu aplicação de fosfato natural como fonte de fósforo. Utilizou-se uma fileira de plantas de figueira ao redor do pomar como bordadura. As unidades experimentais foram separadas por uma lona plástica enterrada na profundidade de 0,50 m, distanciadas 1,0 m do tronco da planta na linha e 1,25 m nas fileiras. O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados (DBC).
O solo da área do pomar apresentava as seguintes características químicas, no momento da instalação do experimento: pH= 5,5, CTC= 9,1 Cmoldm-1, Al =água efet c 0%; Bases = 67%; SMP = 6,0; MO = 2,9%; Argila = 20%; P-Mehlich = 59,4 mg dm-3; CTC pH7,0 = 13,5; K = 90,0 mg dm-3; Cu = 4,8 mg dm-3; Zn = 5,7 mg dm-3; e B = 0,5mg dm-3.
Os tratamentos correspondentes a doses de nitrogênio (N) e potássio (K) foram obtidos pela mistura de 30% de ureia e 70% de nitrato de cálcio para N, e para K utilizou-se o cloreto de potássio. Esses compostos foram diluídos na água e posteriormente fornecidos às plantas via irrigação por gotejamento. Os tratamentos avaliados neste experimento consistiram de irrigação com adubação básica, sem irrigação e fertirrigação com doses de N e K, os quais estão apresentados a seguir, sendo kg de N ha-1 e kg de K ha-1, respectivamente: [1] 150 + 150; [2] 250 + 150; [3] 350 + 150; [4] 450 + 150; [5] 150 + 250; [6] 250 + 250; [7] 350 + 250; [8] 450 + 250; [9] 150 + 350; [10] 250 + 350; [11] 350 + 350; [12] 450 + 350; [13] 250 + 250 (aplicados na base com irrigação); e [14] 250 + 250 (padrão - aplicados na base sem irrigação).
As doses estabelecidas em cada tratamento foram divididas em 10 partes iguais, sendo solubilizadas e fornecidas às plantas via irrigação por gotejamento durante o ciclo produtivo.
As variáveis analisadas no experimento a campo foram: comprimento de ramo, obtido pela medida do comprimento do ramo do ano desde a inserção com o tronco até sua extremidade; peso médio de frutos verdes para indústria, por meio da pesagem de uma amostra de 100 frutos, os quais foram colhidos no ponto adequado para a industrialização, ou seja, fruto inchado, com coloração de casca verde intensa e partes internas com coloração branca; produtividade de frutos verdes, obtida pela multiplicação do número de frutos verdes colhidos por planta com o número total de planta por hectare; frutos por planta, obtidos pela contagem do número total de frutos colhidos por planta; diâmetro de frutos maduros, com auxílio de um paquímetro, medido na região equatorial do fruto; e produtividade de frutos maduros, obtida pela multiplicação do número de frutos maduros colhidos por planta com o número total de plantas por hectare.
Os frutos colhidos no segundo ano de realização do experimento foram levados até o Núcleo de Pesquisa em Pós-colheita da Universidade Federal de Santa Maria para serem armazenados. Eles foram armazenados em minicâmaras experimentais de 0,233 m3, as quais estavam dentro de uma câmara frigorífica de 45 m3, que permaneceu na temperatura de 0,5 °C (± 0,1) durante todo o período de armazenagem. A temperatura foi controlada por um termostato eletrônico, sendo diariamente acompanhada por um termômetro de bulbo de mercúrio inserido na pol-pa de um fruto.
Após 15 dias de armazenamento refrigerado, e mais dois de exposição a 20 °C, foram realizadas as seguintes análises: sólidos solúveis totais (SST), determinados com o auxílio de um refratômetro, sendo os resultados expressos em °Brix; acidez titulável, por meio da titulação com NaOH (0,01N) de 1,0 mL de suco diluído em 100 mL de água, sendo os resultados expressos em meq 100 mL-1; incidência de podridões, obtida pela contagem de frutos que apresentavam sinais de ataque de patógenos causadores de podridões, sendo os resultados expressos em percentagem de frutos podres; rachadura, pela contagem de frutos que apresentavam rachaduras na casca, sendo os resultados expressos em percentagem; e coloração da epiderme, medida por uma escala de cor de 0 a 3, em que índice 0: até 25% de coloração roxa; 1: de 25 a 50%, 2: de 50 a 75%; e 3: maior que 75% de coloração roxa, sendo os resultados expressos pela escala de cor obtida pela fórmula = [(nº frutos x 0) + (nº frutos x 1) + (nº frutos x 2) + (nº frutos x 3)]/nº total de frutos da amostra.
Para cada variável avaliada efetuou-se análise de variância, sendo as médias comparadas pelo teste de Scottknott a 5% de probabilidade de erro. As variáveis expressas em percentagem, devido a não apresentarem distribuição normal, foram transformadas pela fórmula arc.sen
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para a variável comprimento de ramos, não houve diferença estatística para as condições analisadas (dados não apresentados).
Com base nos resultados para a produtividade de figos verdes para industrialização, obtidos no primeiro ano de avaliação do experimento, a dose de 250 kg ha-1 de N associado a 250 kg ha-1 de K apresentou rendimento de 14,6 toneladas por hectare, sendo 96,7% superior ao tratamento padrão (Tabela 1). Essa produtividade pode ser considerada alta, pois está acima das obtidas na maioria dos pomares de figos brasileiros. Esse resultado esta de acordo com Pereira (1981), o qual afirma que para obtenção de uma melhor produtividade de figos deve-se aplicar em torno de 200 a 300kg ha-1 de N e 200 a 500 kg ha-1 de K.
Já para a produtividade de figos maduros, realizada no segundo ano do experimento, a dose de 250 kg ha-1 de N associado a 150 kg ha-1 de K foi a que apresentou a maior produtividade, porém não teve diferença estatística da maioria das outras condições de fertirrigação para essa variável (Tabela 1). Com essas dosagens de nutrientes, conseguiu-se produtividade de 32,4 t ha-1, sendo 49% superior ao tratamento-padrão, estando acima da média brasileira, que, segundo Corrêa et al. (2008), fica em torno de 8 t ha-1. Certamente, esses resultados são decorrentes da aplicação de N e K solubilizados na água de irrigação, os quais são absorvidos em maior quantidade pelas raízes por estarem na forma iônica.
O número de frutos por planta não foi influenciado pelas diferentes doses de N e K fornecidas via fertirrigação (Tabela 1). O tratamento que recebeu adubação com N e K no solo e posterior irrigação apresentou o menor número de frutos por planta. Provavelmente, houve maior lixiviação de NO-3 e/ou volatilização da NH+3 e escorrimento superficial do K, diminuindo assim a absorção e o aproveitamento da adubação fornecida. Assim, o conhecimento de alguns aspectos nutricionais e hídricos é informação crucial para o sucesso na atividade da ficicultura (Leonel & Tecchio, 2008).
Para o diâmetro de frutos, a fertirrigação com as doses de 250 kg ha-1 de K associado a 150, 250 e 450 kg ha-1 de N foi superior ao tratamento sem irrigação; no entanto, não apresentou diferença estatística (Tabela 1). O nitrogênio afeta o crescimento e/ou tamanho dos frutos, alterando tanto o calibre quanto o número de frutos produzidos (Dolinski, et al., 2005), já o potássio, além de seu efeito direto na planta, é responsável também pela potencialização da resposta do nitrogênio (Marschner, 1995). O peso médio de frutos verdes apresentou-se maior nas doses com 450 kg ha-1 de N mais 350 kg ha-1 de K; no entanto, não diferiu estatisticamente do tratamento-padrão, com N e K aplicados na base sem irrigação (Tabela 1).
Após o período de armazenamento não houve diferença estatística entre os tratamentos nas características de qualidade dos frutos (Tabela 2). Pode-se observar que o tratamento somente com irrigação e N e K no solo apresentou menor incidência de podridões e rachaduras, no entanto não diferiu estatisticamente das demais condições. Provavelmente, as diferentes doses de N e K fornecidas às plantas não provocaram grandes alterações no metabolismo do fruto e, por isso, demonstraram comportamento semelhante durante o armazenamento.
CONCLUSÃO
Para as condições em que foi desenvolvido o experimento, a fertirrigação com doses de até 250 kg ha-1 de N e K aumenta em 96,7% a produtividade de figos verdes e 49% a de figos maduros em relação ao tratamento padrão. Os níveis de N, K e a forma de aplicação não influenciam a qualidade dos frutos durante o armazenamento refrigerado.
Recebido para publicação em novembro de 2009 e aprovado em junho de 2010
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Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
13 Mar 2012 -
Data do Fascículo
Ago 2010
Histórico
-
Recebido
Nov 2009 -
Aceito
Jun 2010