Mulheres; Doenças Cardiovasculares
As doenças cardiovasculares (DCVs) são a principal causa de carga de doença no mundo. Dados recentes do projeto Global Burden of Disease (GBD) de 2021 apresentaram valores de 3568,0 DALYs por 100 mil habitantes ( disability-adjusted life years , ou anos de vida ajustados por incapacidade; um DALY representa a perda equivalente a um ano de vida saudável) e 162,2 mortes por 100 mil habitantes, com uma prevalência de 6905,6 por 100 mil habitantes no Brasil.11. Lindstrom M, DeCleene N, Dorsey H, Fuster V, Johnson CO, LeGrand KE, et al. Global Burden of Cardiovascular Diseases and Risks Collaboration, 1990-2021. J Am Coll Cardiol. 2022;80(25):2372-425. doi: 10.1016/j.jacc.2022.11.001. Enquanto progressos consideráveis foram feitos na redução de mortes por DCVs no Brasil de 1980 ao início da década 2020, houve um aumento preocupante na mortalidade bruta e nos DALYs nos últimos anos, principalmente entre as mulheres, devido a infarto do miocárdio, entre outras causas.22. Oliveira GMM, Brant LCC, Polanczyk CA, Malta DC, Biolo A, Nascimento BR, et al. Cardiovascular Statistics - Brazil 2021. Arq Bras Cardiol. 2022;118(1):115-373. doi: 10.36660/abc.20211012. Assim, novas estratégias são necessárias para melhorar a saúde cardiovascular.22. Oliveira GMM, Brant LCC, Polanczyk CA, Malta DC, Biolo A, Nascimento BR, et al. Cardiovascular Statistics - Brazil 2021. Arq Bras Cardiol. 2022;118(1):115-373. doi: 10.36660/abc.20211012. , 33. Vogel B, Acevedo M, Appelman Y, Bairey Merz CN, Chieffo A, Figtree GA, et al. The Lancet Women and Cardiovascular Disease Commission: Reducing the Global Burden by 2030. Lancet. 2021;397(10292):2385-438. doi: 10.1016/S0140-6736(21)00684-X.
O Brasil é um país continental com muitas desigualdades apesar de um sistema de saúde com cobertura universal. O sistema baseia-se, entre outros, no Programa Saúde da Família presente em 5568 cidades de todas as regiões do país. De 1990 a 2019, houve um número maior de mortes e DALYs por acidente vascular cerebral nas mulheres em comparação aos homens em todas as regiões, principalmente Norte e Nordeste, enquanto o número de mortes e DALYs por doença cardíaca isquêmica foi pouco diferente entre os sexos nas regiões.22. Oliveira GMM, Brant LCC, Polanczyk CA, Malta DC, Biolo A, Nascimento BR, et al. Cardiovascular Statistics - Brazil 2021. Arq Bras Cardiol. 2022;118(1):115-373. doi: 10.36660/abc.20211012. A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD) lançou recentemente um relatório sobre atenção primária à saúde no Brasil, que não fez menção à DCV nas mulheres, mas apenas sugestões para a abordagem do câncer de mama e câncer de ovário. No entanto, as DCVs causam duas vezes mais mortes que todas as neoplasias combinadas nas mulheres brasileiras.44. Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico. Estudo da OCDE da Atenção Primária à Saúde no Brasil. Paris: OECD; 2021.
De 1990 a 2019, aproximadamente 80% das mortes por DCV no Brasil foram atribuídas aos fatores de risco (FRs). Nesse período, houve uma redução no tabagismo e nos FRs ambientais, mas um aumento nos FRs metabólicos. Pressão arterial elevada e hábitos alimentares não saudáveis são os principais FRs para mortalidade por DCV e DALYs no Brasil.55. Brant LCC, Nascimento BR, Veloso GA, Gomes CS, Polanczyk C, Oliveira GMM, et al. Burden of Cardiovascular Diseases Attributable to Risk Factors in Brazil: Data from the “Global Burden of Disease 2019” Study. Rev Soc Bras Med Trop. 2022;55(suppl 1):e0263. doi: 10.1590/0037-8682-0263-2021. Enquanto houve uma diminuição na taxa de mortalidade padronizada para a idade atribuída aos FRs avaliados, as taxas brutas de mortalidade aumentaram ou se mantiveram estáveis, exceto em relação ao tabagismo, em ambos os sexos.55. Brant LCC, Nascimento BR, Veloso GA, Gomes CS, Polanczyk C, Oliveira GMM, et al. Burden of Cardiovascular Diseases Attributable to Risk Factors in Brazil: Data from the “Global Burden of Disease 2019” Study. Rev Soc Bras Med Trop. 2022;55(suppl 1):e0263. doi: 10.1590/0037-8682-0263-2021. Vale ressaltar o risco aumentado de morte atribuída a índice de massa corporal elevado e diabetes nas mulheres.22. Oliveira GMM, Brant LCC, Polanczyk CA, Malta DC, Biolo A, Nascimento BR, et al. Cardiovascular Statistics - Brazil 2021. Arq Bras Cardiol. 2022;118(1):115-373. doi: 10.36660/abc.20211012.
No estudo Vigitel 2021, uma pesquisa sobre a vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas, baseada em entrevistas telefônicas conduzidas em 27 estados do Brasil, a frequência de mulheres obesas foi 22,6%; a frequência da obesidade aumentou até a idade de 64 anos e diminuiu com o aumento da escolaridade, atingindo os valores mais baixos entre as mulheres com 12 ou mais anos de estudo. Ainda, a frequência de atividade física, incluindo tempo de lazer e o tempo equivalente a 150 minutos de exercício moderado, foi maior entre homens (43,1%) que mulheres (31,3%). A atividade física diminuiu com o avanço da idade, e aumentou enormemente com o incremento do nível educacional. Importante ressaltar a frequência dos diagnósticos de diabetes (9,6%) e de depressão (14,7%), ambos mais elevados entre as mulheres.66. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise em Saúde e Vigilância de Doenças Não Transmissíveis. Vigitel Brasil 2021: Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico. Brasília: Ministério da Saúde; 2021. É fundamental corrigir os hábitos alimentares melhorando o consumo de frutas, verduras, grãos integrais, leite, fibras, cálcio e ácidos graxos poli-insaturados, os quais fazem parte da dieta dos brasileiros, e reduzir o consumo de carne vermelha, carnes processadas, bebidas açucaradas, ácidos graxos trans e sódio, mais consumidos atualmente no Brasil. Ainda, é essencial melhorar os níveis de atividade física neste país continental rico em áreas verdes.77. Oliveira GMM, Almeida MCC, Marques-Santos C, Costa MENC, Carvalho RCM, Freire CMV, et al. Position Statement on Women’s Cardiovascular Health - 2022. Arq Bras Cardiol. 2022;119(5):815-82. doi: 10.36660/abc.20220734.
Os FRs específicos do sexo feminino são fundamentais, pois afetam a ocorrência de DCV ao longo da vida de uma mulher. Pré-eclâmpsia, diabetes gestacional, hipertensão induzida por gravidez, parto pré-termo, e fetos pequenos para idade gestacional são indicadores precoces de risco cardiovascular materno.77. Oliveira GMM, Almeida MCC, Marques-Santos C, Costa MENC, Carvalho RCM, Freire CMV, et al. Position Statement on Women’s Cardiovascular Health - 2022. Arq Bras Cardiol. 2022;119(5):815-82. doi: 10.36660/abc.20220734. De acordo com dados do estudo GBD 2019, doenças hipertensivas na gravidez foram a segunda causa de mortalidade e DALYs em mulheres brasileiras em idade reprodutiva.88. Global Burden of Disease Study 2019 (GBD 2019) Results. Global Health Data Exchange Website [Internet]. Seattle, WA: Institute for Health Metrics and Evaluation (IHME); 2019 [cited 2023 March 31]. Available from: http:// ghdx.hea.
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Dados do estudo CHAP mostraram que o tratamento de hipertensão crônica na gravidez com um alvo de pressão arterial < 140/90 mmHg melhorou os desfechos relacionados com o nascimento do bebê e reduziu a taxa de pré-eclâmpsia com quadros graves.99. Tita AT, Szychowski JM, Boggess K, Dugoff L, Sibai B, Lawrence K, et al. Treatment for Mild Chronic Hypertension during Pregnancy. N Engl J Med. 2022;386(19):1781-92. doi: 10.1056/NEJMoa2201295. Interessante mencionar que um estudo que utilizou dados do UK Biobank enfatizou que mulheres com histórico de hipertensão gestacional apresentaram um risco 80% maior de doença coronariana incidente, 70% maior de insuficiência cardíaca incidente, e riscos aumentados de estenose aórtica e regurgitação mitral. Os riscos foram ainda maiores em mulheres que apresentaram hipertensão recorrente durante as gestações. A hipótese dos autores foi que a hipertensão na gestação pode acelerar o envelhecimento cardiovascular nessa população.1010. Honigberg MC, Zekavat SM, Aragam K, Finneran P, Klarin D, Bhatt DL, et al. Association of Premature Natural and Surgical Menopause with Incident Cardiovascular Disease. JAMA. 2019;322(24):2411-21. doi: 10.1001/jama.2019.19191. Assim, uma história médica detalhada sobre o período da gestação faz-se necessária para melhorar a estratificação dos FRs. Deve ser adicionado os FRs específicos do sexo feminino, que não fazem parte das calculadoras tradicionais de risco cardiovascular, aos FRs tradicionais. Portanto, a gravidez pode ser uma janela para a saúde cardiovascular futura da mulher, e uma parceria com obstetras e ginecologistas torna-se crucial para otimizar a prevenção e o tratamento clínico.1111. O’Kelly AC, Michos ED, Shufelt CL, Vermunt JV, Minissian MB, Quesada O, et al. Pregnancy and Reproductive Risk Factors for Cardiovascular Disease in Women. Circ Res. 2022;130(4):652-72. doi: 10.1161/CIRCRESAHA.121.319895. , 1212. Wenger NK, Lloyd-Jones DM, Elkind MSV, Fonarow GC, Warner JJ, Alger HM, et al. Call to Action for Cardiovascular Disease in Women: Epidemiology, Awareness, Access, and Delivery of Equitable Health Care: A Presidential Advisory from the American Heart Association. Circulation. 2022;145(23):e1059-e1071. doi: 10.1161/CIR.0000000000001071.
Existe uma íntima relação entre o Índice Sociodemográfico (SDI) e diminuição de mortes por DCV em mulheres brasileiras. O SDI no Brasil é semelhante ao SDI dos países de alta renda. No entanto, as desigualdades sociais observadas no Brasil são impulsionadores essenciais para DALYs padronizados por idade atribuível a FRs metabólicos e comportamentais de DCV.22. Oliveira GMM, Brant LCC, Polanczyk CA, Malta DC, Biolo A, Nascimento BR, et al. Cardiovascular Statistics - Brazil 2021. Arq Bras Cardiol. 2022;118(1):115-373. doi: 10.36660/abc.20211012. , 55. Brant LCC, Nascimento BR, Veloso GA, Gomes CS, Polanczyk C, Oliveira GMM, et al. Burden of Cardiovascular Diseases Attributable to Risk Factors in Brazil: Data from the “Global Burden of Disease 2019” Study. Rev Soc Bras Med Trop. 2022;55(suppl 1):e0263. doi: 10.1590/0037-8682-0263-2021. , 77. Oliveira GMM, Almeida MCC, Marques-Santos C, Costa MENC, Carvalho RCM, Freire CMV, et al. Position Statement on Women’s Cardiovascular Health - 2022. Arq Bras Cardiol. 2022;119(5):815-82. doi: 10.36660/abc.20220734. , 88. Global Burden of Disease Study 2019 (GBD 2019) Results. Global Health Data Exchange Website [Internet]. Seattle, WA: Institute for Health Metrics and Evaluation (IHME); 2019 [cited 2023 March 31]. Available from: http:// ghdx.hea.
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Resolver essas desigualdades e os piores resultados associados ao cuidado da saúde cardiovascular das mulheres exigirão investimento em ciência direcionada para o sexo feminino e advocacia para políticas de saúde, bem como incorporar a conscientização do impacto dessas barreiras na prestação de cuidados de saúde para as mulheres.1313. Lindley KJ, Aggarwal NR, Briller JE, Davis MB, Douglass P, Epps KC, et al. Socioeconomic Determinants of Health and Cardiovascular Outcomes in Women: JACC Review Topic of the Week. J Am Coll Cardiol. 2021;78(19):1919-29. doi: 10.1016/j.jacc.2021.09.011. Assim, são fundamentais as iniciativas para aumentar o conhecimento da importância da saúde cardiovascular no curso de vida das mulheres. Ainda, é essencial melhorar o entendimento da saúde cardiovascular das mulheres em diferentes regiões para serem definidas as políticas públicas e a atenção à saúde específicas, reduzir a desigualdade entre os sexos, e promover a igualdade de gêneros na assistência à saúde das brasileiras.
As sociedades médicas e seus parceiros, tais como organizações não governamentais, são agentes fundamentais para mudar paradigmas e agregar stakeholders no manejo das DCVs em mulheres. A cardiologia personalizada, baseada em dados, e centrada no paciente será o futuro da pesquisa clínica. Adicionalmente, esses agentes podem promover a educação médica com base em diretrizes das DCVs e elaborar políticas comunitárias para melhorar a educação pública e traduzir o conhecimento para a prática clínica em benefício das mulheres com DCVs. A incapacidade causada por DCV não diminuiu nos últimos anos, diferentemente do que se observou com a taxa de mortalidade por DCVs. Tal fato é um desafio global importante devido às consequências econômicas e sociais, tais como mortalidade precoce e gastos diretos com saúde. Uma chamada para ação liderada por todos as partes interessadas poderia reduzir a carga global das DCVs, melhorando tanto os FRs modificáveis e os Determinantes Sociais da Saúde (DSS).77. Oliveira GMM, Almeida MCC, Marques-Santos C, Costa MENC, Carvalho RCM, Freire CMV, et al. Position Statement on Women’s Cardiovascular Health - 2022. Arq Bras Cardiol. 2022;119(5):815-82. doi: 10.36660/abc.20220734. Ainda, é necessária uma educação dos profissionais da saúde que seja culturalmente sensível e com a participação da comunidade para prevenção de DCVs nas mulheres. Acesso igualitário à assistência de saúde cardiovascular preventiva baseada em evidências e guiada por diretrizes deveria ser disponível e direcionada a todas as mulheres. Infelizmente, essas diretrizes não são igualmente incorporadas na prática, destacando a necessidade de uma chamadas para ação.1414. Mehta LS, Velarde GP, Lewey J, Sharma G, Bond RM, Navas-Acien A, et al. Cardiovascular Disease Risk Factors in Women: The Impact of Race and Ethnicity: A Scientific Statement from the American Heart Association. Circulation. 2023. doi: 10.1161/CIR.0000000000001139.
Foram iniciados projetos envolvendo stakeholders para melhorar a saúde cardiovascular de mulheres brasileiras. Inicialmente, em 2019, o “Women’s Letter” deliberou ações concretas para reduzir a morbidade e a mortalidade por DCV entre as mulheres. Algumas dessas ações foram: trabalhar coletivamente para a defesa de objetivos globais para prevenir e controlar doenças crônicas não transmissíveis, principalmente DCV no Brasil; estabelecer campanhas de prevenção de DCVs, promover esforços consistentes para alcançar uma meta de redução de 30% na mortalidade por DCVs até 2030; elaborar e sugerir políticas governamentais para fomentar meios favoráveis para reduzir a exposição ao risco, facilitando a adoção de hábitos saudáveis na escola, no trabalho, e ambientes de lazer para combater as DCVs nas mulheres, além de incorporar tecnologias de alto custo efetividade para reduzir morbimortalidade por DCVs nas mulheres.1515. Oliveira GMM, Negri FEFO, Clausell NO, Moreira MDCV, Souza OF, Macedo AVS, et al. Brazilian Society of Cardiology - The Women’s Letter. Arq Bras Cardiol. 2019;112(6):713-4. doi: 10.5935/abc.20190111.
Desde 2020, e com base nos dados do GBD, vários pesquisadores produziram dados epidemiológicos sobre DCV no Brasil para elucidar disparidades locais e analisar custos associados a internações hospitalares.22. Oliveira GMM, Brant LCC, Polanczyk CA, Malta DC, Biolo A, Nascimento BR, et al. Cardiovascular Statistics - Brazil 2021. Arq Bras Cardiol. 2022;118(1):115-373. doi: 10.36660/abc.20211012. No ano passado, foi aprovado o projeto de lei para se comemorar o “Dia Nacional de Conscientização das Doenças Cardiovasculares na Mulher” para enfatizar a necessidade de se assegurar igualdade essencial entre homens e mulheres, particularmente quanto à conscientização sobre as DCVs nas mulheres, doenças negligenciadas no Brasil. Além disso, nós atuamos com a comunidade, a mídia e o governo para aumentar a sensibilização da importância da DCV em geral, principalmente para mulheres. Ainda, por meio do Departamento de Cardiologia da Mulher da Sociedade Brasileira de Cardiologia, foram realizados fóruns com ginecologistas e obstetras para expandir a assistência cardiovascular entre as mulheres e elaborar posicionamentos sobre a saúde cardiovascular das mulheres.77. Oliveira GMM, Almeida MCC, Marques-Santos C, Costa MENC, Carvalho RCM, Freire CMV, et al. Position Statement on Women’s Cardiovascular Health - 2022. Arq Bras Cardiol. 2022;119(5):815-82. doi: 10.36660/abc.20220734.
Superar disparidades que afetem a saúde cardiovascular das mulheres inclui mudanças nas políticas, educação e treinamento, inovações na assistência à saúde, e diversificação da força de trabalho em cardiologia.1313. Lindley KJ, Aggarwal NR, Briller JE, Davis MB, Douglass P, Epps KC, et al. Socioeconomic Determinants of Health and Cardiovascular Outcomes in Women: JACC Review Topic of the Week. J Am Coll Cardiol. 2021;78(19):1919-29. doi: 10.1016/j.jacc.2021.09.011. A chamada para ação do American Heart Association “ Call to Action for Cardiovascular Disease in Women ” lista uma série de ações para reduzir tais lacunas, entre as quais, destacam-se: otimizar a prevenção e o atendimento médico, promover colaboração interdisciplinar entre cardiologistas, neurologistas, cirurgiões vasculares, angiologistas, médicos de atenção primária, ginecologistas, obstetras e outros profissionais de saúde; promover campanhas de conscientização culturalmente sensível com tradução para as audiências adequadas; engajar comunidades para otimizar a saúde cardiovascular ao longo da vida; direcionar políticas públicas e intervenções legislativas aos DSS, incluindo acesso a alimentos saudáveis e segurança alimentar, espaços seguros para atividade física, ar limpo (ambientes fechados e abertos), e acesso à prevenção e ao tratamento de qualidade.1212. Wenger NK, Lloyd-Jones DM, Elkind MSV, Fonarow GC, Warner JJ, Alger HM, et al. Call to Action for Cardiovascular Disease in Women: Epidemiology, Awareness, Access, and Delivery of Equitable Health Care: A Presidential Advisory from the American Heart Association. Circulation. 2022;145(23):e1059-e1071. doi: 10.1161/CIR.0000000000001071. Assim, o manejo das DCVs das mulheres é trabalho para todos ( Figura 1 ).
Referências
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1Lindstrom M, DeCleene N, Dorsey H, Fuster V, Johnson CO, LeGrand KE, et al. Global Burden of Cardiovascular Diseases and Risks Collaboration, 1990-2021. J Am Coll Cardiol. 2022;80(25):2372-425. doi: 10.1016/j.jacc.2022.11.001.
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2Oliveira GMM, Brant LCC, Polanczyk CA, Malta DC, Biolo A, Nascimento BR, et al. Cardiovascular Statistics - Brazil 2021. Arq Bras Cardiol. 2022;118(1):115-373. doi: 10.36660/abc.20211012.
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3Vogel B, Acevedo M, Appelman Y, Bairey Merz CN, Chieffo A, Figtree GA, et al. The Lancet Women and Cardiovascular Disease Commission: Reducing the Global Burden by 2030. Lancet. 2021;397(10292):2385-438. doi: 10.1016/S0140-6736(21)00684-X.
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4Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico. Estudo da OCDE da Atenção Primária à Saúde no Brasil. Paris: OECD; 2021.
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5Brant LCC, Nascimento BR, Veloso GA, Gomes CS, Polanczyk C, Oliveira GMM, et al. Burden of Cardiovascular Diseases Attributable to Risk Factors in Brazil: Data from the “Global Burden of Disease 2019” Study. Rev Soc Bras Med Trop. 2022;55(suppl 1):e0263. doi: 10.1590/0037-8682-0263-2021.
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6Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise em Saúde e Vigilância de Doenças Não Transmissíveis. Vigitel Brasil 2021: Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico. Brasília: Ministério da Saúde; 2021.
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7Oliveira GMM, Almeida MCC, Marques-Santos C, Costa MENC, Carvalho RCM, Freire CMV, et al. Position Statement on Women’s Cardiovascular Health - 2022. Arq Bras Cardiol. 2022;119(5):815-82. doi: 10.36660/abc.20220734.
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8Global Burden of Disease Study 2019 (GBD 2019) Results. Global Health Data Exchange Website [Internet]. Seattle, WA: Institute for Health Metrics and Evaluation (IHME); 2019 [cited 2023 March 31]. Available from: http:// ghdx.hea
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9Tita AT, Szychowski JM, Boggess K, Dugoff L, Sibai B, Lawrence K, et al. Treatment for Mild Chronic Hypertension during Pregnancy. N Engl J Med. 2022;386(19):1781-92. doi: 10.1056/NEJMoa2201295.
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10Honigberg MC, Zekavat SM, Aragam K, Finneran P, Klarin D, Bhatt DL, et al. Association of Premature Natural and Surgical Menopause with Incident Cardiovascular Disease. JAMA. 2019;322(24):2411-21. doi: 10.1001/jama.2019.19191.
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11O’Kelly AC, Michos ED, Shufelt CL, Vermunt JV, Minissian MB, Quesada O, et al. Pregnancy and Reproductive Risk Factors for Cardiovascular Disease in Women. Circ Res. 2022;130(4):652-72. doi: 10.1161/CIRCRESAHA.121.319895.
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12Wenger NK, Lloyd-Jones DM, Elkind MSV, Fonarow GC, Warner JJ, Alger HM, et al. Call to Action for Cardiovascular Disease in Women: Epidemiology, Awareness, Access, and Delivery of Equitable Health Care: A Presidential Advisory from the American Heart Association. Circulation. 2022;145(23):e1059-e1071. doi: 10.1161/CIR.0000000000001071.
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13Lindley KJ, Aggarwal NR, Briller JE, Davis MB, Douglass P, Epps KC, et al. Socioeconomic Determinants of Health and Cardiovascular Outcomes in Women: JACC Review Topic of the Week. J Am Coll Cardiol. 2021;78(19):1919-29. doi: 10.1016/j.jacc.2021.09.011.
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14Mehta LS, Velarde GP, Lewey J, Sharma G, Bond RM, Navas-Acien A, et al. Cardiovascular Disease Risk Factors in Women: The Impact of Race and Ethnicity: A Scientific Statement from the American Heart Association. Circulation. 2023. doi: 10.1161/CIR.0000000000001139.
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15Oliveira GMM, Negri FEFO, Clausell NO, Moreira MDCV, Souza OF, Macedo AVS, et al. Brazilian Society of Cardiology - The Women’s Letter. Arq Bras Cardiol. 2019;112(6):713-4. doi: 10.5935/abc.20190111.
Datas de Publicação
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Publicação nesta coleção
16 Jun 2023 -
Data do Fascículo
Maio 2023