Resumos
Duas espécies novas de Tomosvaryella Aczél são descritas para a Argentina, Tomosvaryella lobata sp. nov. e Tomosvaryella platypoda sp. nov.; uma chave de identificação para as espécies sul-americanas de Tomosvaryella é apresentada e são fornecidos registros novos de espécies de Tomosvaryella para o Brasil e Argentina.
Chave; descrição; distribuição; espécies novas
Two new species of Tomosvaryella are described from Argentina, Tomosvaryella lobata sp. nov. and Tomosvaryella platypoda sp. nov.; an identification key is presented for the South American species of Tomosvaryella and new records of Tomosvaryella species to Brazil and Argentina are provided.
Description; distribution; key; new species
Espécies novas de Tomosvaryella Aczél (Diptera, Pipunculidae) da Argentina e chave para as espécies Sul-americanas
New species of Tomosvaryella Aczél (Diptera, Pipunculidae) from Argentina and key to the South American species
Rosaly Ale-RochaI; Bruna Barbosa de SouzaI,II
ICoordenação de Pesquisas em Entomologia, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Caixa Postal 478, 69011970 Manaus-AM, Brasil
IIBolsista de Iniciação Científica FAPEAM. bruna_fpf@hotmail.com
RESUMO
Duas espécies novas de Tomosvaryella Aczél são descritas para a Argentina, Tomosvaryella lobata sp. nov. e Tomosvaryella platypoda sp. nov.; uma chave de identificação para as espécies sul-americanas de Tomosvaryella é apresentada e são fornecidos registros novos de espécies de Tomosvaryella para o Brasil e Argentina.
Palavras-chave: Chave; descrição; distribuição; espécies novas.
ABSTRACT
Two new species of Tomosvaryella are described from Argentina, Tomosvaryella lobata sp. nov. and Tomosvaryella platypoda sp. nov.; an identification key is presented for the South American species of Tomosvaryella and new records of Tomosvaryella species to Brazil and Argentina are provided.
Keywords: Description; distribution; key; new species.
O gênero Tomosvaryella é cosmopolita, engloba cerca de 280 espécies muito semelhantes entre si, a maioria separada apenas por caracteres da terminália e trocanter posterior dos machos. Os espécimes podem ocorrer em grande número em ambientes com vegetação predominante de gramíneas onde os hospedeiros são mais freqüentes. O relacionamento das espécies de Tomosvaryella com o hospedeiro ainda não é satisfatoriamente conhecido, mas, até o momento, os dados evidenciam uma associação exclusiva com Cicadellidae, Deltocephalinae (Hemiptera) (De Meyer 1989).
As espécies incluídas em Tomosvaryella são caracterizadas pela ausência de cerdas propleurais, pterostigma e veia M2 e deslocamento da veia r-m para o meio ou próximo ao meio da seção superior da célula dm. Formam um grupo distintamente monofilético (Rafael & De Meyer 1992).
As espécies neotropicais foram revisadas por Ale-Rocha (1992a, b, 1993, 1996) e Ale-Rocha & Rafael (1995). Uma chave de identificação para as espécies do México, América Central e Antilhas está disponível em Ale-Rocha & Rafael (1995). Atualmente, 30 espécies são conhecidas para a Região Neotropical (De Meyer 1996; De Meyer & Skevington 2000).
Neste trabalho são descritas duas espécies novas de Tomosvaryella para a Argentina, elevando para 13 o número de espécies conhecidas para o país (sendo sete endêmicas); são registradas novas ocorrências para a América do Sul e é apresentada uma chave de identificação para as espécies deste continente.
MATERIAL E MÉTODOS
O material estudado faz parte do acervo da Coleção de Invertebrados do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia INPA, Manaus, Brasil; e do Planta Piloto de Procesos Industriales Microbiológicos PROIMI, San Miguel de Tucumán, Argentina. Os espécimes estão conservados a seco e montados em triângulo de papel.
Para estudo da terminália masculina, o abdômen foi cortado na altura do terceiro segmento e a parte destacada foi tratada com ácido lático 80% a quente por cerca de 15 minutos. Posteriormente, o material foi guardado em microtubos de plástico contendo glicerina e fixado junto ao espécime correspondente. A terminologia utilizada nas descrições segue McAlpine (1981) e Skevington & Yeates (2001).
As informações apresentadas entre colchetes em Material Examinado são dados complementares ausentes nas etiquetas. Estados/províncias e países assinalados com asterisco representam novos registros de distribuição geográfica.
As figuras das espécies já descritas que ilustram a chave de identificação (Figs. 198) foram retiradas de diferentes publicações e tiveram seu tamanho alterado para se adequarem ao tamanho da prancha desta revista. Devido ao grande número de figuras em cada prancha, a repetição da escala de cada figura individualmente resultaria em uma prancha visualmente muito confusa. Portanto, optamos por suprimir essas escalas que podem ser obtidas nos trabalhos originais citados nas legendas.
RESULTADOS
Tomosvaryella amazonensis
De Meyer & Skevington, 2000
Tomosvaryella amazonensis De Meyer & Skevington, 2000: 8.
Tomosvaryella pulchra Ale-Rocha, 1992a: 347 (pré-ocupado Kozánek 1992).
Diagnose. Tarsômeros castanhos; trocanter posterior com duas protuberâncias espiniformes ventrais (Figs. 1, 2); tarso posterior levemente dilatado; sintergoesternito 8 com duas protuberâncias ventrais (Fig. 35); surstilos subsimétricos com protuberância dorso-basal (Fig. 34).
Material examinado: ARGENT[ina], Salta, Tacuil, 0115.ix.1969, Terán, Willink & Stange, Malaise, 9 machos (3 INPA, 6 PROIMI); Tawil, 0115.viii.1969, 1 macho (PROIMI); Yacochuia, 0115.i.1969, 2 machos (PROIMI); 1631.iii.1969, 1 macho (PROIMI); 0115.xii.1970, 1 macho (PROIMI); Catamarca, L. Nacimiento, Malaise, 1528.ii.1968, Terán, Willink & Stange, 11 machos (4 INPA, 7 PROIMI); 0115.iii.1968, 14 machos (4 INPA, 10 PROIMI); 1530.xi.1968, 18 machos (3 INPA, 15 PROIMI); 0115.iv.1969, 2 machos (PROIMI); Tucumán, Tapia, Malaise, 0115.ii.1993, Cuezzo & Fidalgo, 7 machos (2 INPA, 5 PROIMI); Belen, 1631.x.1968, 3 machos (PROIMI).
Distribuição geográfica: Brasil, Chile, Paraguai e Argentina (Santiago Del Estero, Salta*, Catamarca*, Tucumán*).
Tomosvaryella aurata Ale-Rocha, 1996
Tomosvaryella aurata Ale-Rocha, 1996: 166, figs. 18; De Meyer & Skevington, 2000: 8 (catálogo).
Diagnose. Laterotergito com pruinosidade dourada; abdome largo com manchas laterais de pruinosidade cinza-prateada; trocanter posterior com espinho longo e delgado (Fig. 4); 5º tarsômero anterior com projeção basal na face ventral (Fig. 3); surstilos subsimétricos (Figs. 36, 37); ápice do guia fálico e ramificações do edeago curtas; bulbo do apódema ejaculador com tubérculos.
Material examinado: BRASIL, Amazonas, Rio Jaú, Meriti, Mun[icípio] Novo Airão, 1 macho (INPA).
Distribuição geográfica: Argentina, Brasil* (Amazonas)
Tomosvaryella bissulca Ale-Rocha, 1996
(Figs. 6, 3942)
Tomosvaryella bissulca Ale-Rocha, 1996: 167, figs. 915; De Meyer & Skevington, 2000: 8 (catálogo).
Diagnose. Tórax com cerdas desenvolvidas; fêmur posterior com cerdas alongadas na face posterior; trocanter posterior com protuberância ventral achatada (Fig. 6); tarsos variando do castanho dorsalmente com a face ventral amarela (espécimes do Chile) ou amarelos com o último tarsômero marrom (espécimes da Argentina); sintergoesternito 8 alongado (Figs. 40, 42); surstilos longos e robustos com ápices curvados para dentro (Fig. 41); guia fálico com espinho dorsal bifurcado apicalmente (Fig. 39); bulbo do apódema ejaculador longo e estreito.
Material examinado: ARGENT[ina], Salta, Tacuil, 0115.ix.1969, Terán, Willink & Stange, Malaise, 3 machos (1 INPA, 2 PROIMI); Catamarca, L. Nacimiento, 1528.ii.1968, 3 machos (1 INPA, 2 PROIMI); 1530.xi.1968, 7 machos (3 INPA, 4 PROIMI).
Distribuição geográfica: Chile, Argentina* (Salta, Catamarca).
Tomosvaryella crinita Ale-Rocha, 1996
Tomosvaryella crinita Ale-Rocha, 1996: 169, figs. 2532; De Meyer & Skevington, 2000: 8 (catálogo).
Diagnose. Tarsos amarelos; trocanter posterior com protuberância ventral arredondada (Fig. 9); tarsos posteriores alargados com franja de cerdas longas na face dorsal (Fig. 8); surstilos subsimétricos, longos (Figs. 46, 47); bulbo do apódema ejaculador alongado.
Material examinado: ARGENT[ina], Salta, Tacuil, 1631.i.1969, Téran, Willink & Stange, Malaise, 1 macho (PROIMI); Catamarca, L. Nacimiento, 0115.iii.1968, Téran, Willink & Stange, Malaise, 1 macho (PROIMI); 1530.xi.1968, 1 macho (INPA); 0115.iv.1969, 1 macho (INPA).
Distribuição geográfica: Argentina (Santiago Del Estero, Salta*, Catamarca*).
Tomosvaryella curta Ale-Rocha, 1996
(Figs. 4849)
Tomosvaryella curta Ale-Rocha, 1996: 170, figs. 3340; De Meyer & Skevington, 2000: 8 (catálogo).
Diagnose. Tórax com cerdas desenvolvidas; fêmur posterior com cerdas alongadas na face posterior; surstilos curtos e assimétricos, o esquerdo com ápice truncado (Figs. 48, 49); cercos alongados; guia fálico com ápice longo.
Material examinado: ARGENT[ina], [Buenos Aires], Canuela, Trampa, Malaise, ix.1994-v.1995, Terán Willink & Stange, 1 macho (PROIMI).
Distribuição geográfica: Chile, Argentina* (Buenos Aires).
Tomosvaryella diffusa Ale-Rocha, 1996
Tomosvaryella diffusa Ale-Rocha, 1996: 169, figs. 4149; De Meyer & Skevington, 2000: 8 (catálogo).
Diagnose. Tarsos posteriores alargados (Fig. 11); trocanter posterior com protuberância grande ventral (Fig. 10); surstilos alongados, assimétricos, arqueados em vista lateral (Figs. 50, 51); ápice do guia fálico curto.
Material examinado: BRASIL, D[istrito] F[ederal], Brasília, Res[erva] Biol[ógica], IBGE, 15º55'58"S 47º51'02"W, 0916.x.1981, A. B. F. Dias et al, 2 machos (INPA); 25.xi.1982, 1 macho (INPA); ARGENT[ina] Salta, Yacochuia, Malaise, 0115.x.1968, Terán Willink & Stange, 2 machos (1 INPA, 1 PROIMI); 0115xii.1968, 2 machos (PROIMI); 0115.xii.1970, 1 macho (INPA).
Distribuição geográfica: Guiana, Brasil (Distrito Federal*), Argentina (Santiago Del Estero, Salta*).
Tomosvaryella lobata sp. nov.
Diagnose. Trocanter posterior com protuberância ventral pré-apical grande, longa e curvada para a base; surstilos subsimétricos, com as faces internas voltadas para o dorso na metade distal; guia fálico com ápice alongado; tarsos delgados, 1º tarsômero posterior densamente piloso ventralmente.
Descrição. Holótipo macho. Corpo: 3,5 mm Asa: 2,8 mm. Cabeça: pós-crânio marrom-escuro a preto com pruinosidade cinza; triângulo ocelar marrom a preto; ocelos marrons; olhos unidos na fronte por distância equivalente a 78 facetas; triângulo frontal largo com pruinosidade cinza-prateada; escapo marrom-escuro; pedicelo marrom-escuro com pequenas cerdas pretas no ápice; flagelo amarelo com ápice filiforme quase tão longo quanto a sua base; face marrom-escura a preta com pruinosidade cinza-prateada, visível a certa luz. Tórax: escuto marrom-escuro a preto com faixa basal de pruína cinza mais densa; cerdas castanho-claras, conspícuas, discretamente alongadas na região pré-sutural; lobo pós-pronotal amarelo-pálido com cerdas amarelas; calo pós-alar marrom-escuro a preto com pruinosidade cinza; mesopleura castanho-clara. Pernas: coxas marrons, anterior com ápice amarelo; coxa média com cerdas castanhas no ápice; trocanter anterior amarelo; trocanteres médio e posterior marrons com ápice amarelo; trocanter posterior com protuberância alargada, longa e curvada para base (Fig. 103), 1º tarsômero posterior densamente piloso ventralmente (Fig. 104); fêmures marrom-escuros com ápices amarelos; cerdas ventrais presentes na base do fêmur mediano; ctenídios ventrais curtos presentes na metade distal dos fêmures anterior e médio; fêmur posterior com cerdas longas, delgadas, amarelas e esparsas na metade distal; tíbias marrons com 1/3 basal e ápice amarelos; tarsos amarelos com cerdas amarelas brilhantes; 1º tarsômero anterior e médio duas vezes mais longo que o 2º; tarsos posteriores pouco alargados. Abdômen: oval, alongado; tergitos marrom-escuros a pretos com cerdas castanhas dispersas; tergito 1 com tufo de cerdas amarelas nas laterais, marrom-claro na base e com uma faixa estreita mediana de pruína cinza; manchas de pruinosidade cinza mais fracas nas laterais dos segmentos 25. Asa: hialina; 3ª seção costal do mesmo comprimento da 4ª; lobo anal largo; base da asa com tufo de cerdas amarelas; halter amarelo-pálido. Terminália: sintergoesternito 8 menor que o tergito 5 e área membranosa curta na face ventral (Fig. 99); surstilos curtos, amarelos, subsimétricos, as faces internas voltadas para o dorso na metade distal (Figs. 99, 101); guia fálico com ápice alongado (Fig. 102).
Fêmea. Desconhecida.
Material examinado: Holótipo Macho (PROIMI), ARGENT[INA], Salta, Tacuil, 0115.ix.1969, Terán, Willink & Stange, Malaise. Parátipos: ARGENT[INA], Salta, Tacuil, 0115.ix.1969, Terán, Willink & Stange. Malaise, 2 machos (1 INPA, 1 PROIMI).
Distribuição geográfica: Argentina (Salta).
Etimologia. Do latim lobus = projeção alongada, protuberância. Refere-se à grande projeção ventral no trocanter posterior do macho.
Tomosvaryella longiseta Ale-Rocha, 1996
Tomosvaryella longiseta Ale-Rocha, 1996: 169, figs. 6675; De Meyer & Skevington, 2000: 8 (catálogo).
Diagnose. Sintergoesternito 8 com área membranosa larga estendendo-se do ápice à base (Fig. 61); trocanter posterior com protuberância curta, achatada, semitransversa (Fig. 16); fêmur posterior dilatado com franja de cerdas longas na face posterior (Fig. 15); surstilos cerdosos, assimétricos (Figs. 59, 60); ápice do guia fálico alongado; bulbo do apódema ejaculador com tubérculos.
Material examinado: ARGENT[ina], Catamarca, L. Nacimiento, 1530.xi.1968, Terán, Willink & Stange, Malaise, 1 macho (PROIMI); Tucumán, Tafi Del Vale, 18.iv.1994, E. Virla, Malaise, 1 macho (INPA); 03.x.1996, c/red, D. Kuscheli, 1 macho (PROIMI).
Distribuição geográfica: Argentina (Buenos Aires, Santiago Del Estero, Salta, Catamarca*) e Paraguai.
Tomosvaryella lynchi (Shannon, 1927)
Pipunculus lynchi Shannon, 1927: 38.
Tomosvaryella lynchi; Aczél, 1948: 25 (dist.); 1952: 248 (catálogo); Hardy, 1953: 300, figs. 14 (redescrição); 1966: 8 (catálogo); Ale-Rocha & Rafael, 1995: 409, 413, figs. 1420 (chave, revisão); De Meyer, 1996: 89 (catálogo).
Diagnose. Protuberância ventral do trocanter posterior com ápice afilado ou arredondado (Fig. 17), surstilos alargados apicalmente (Figs. 62, 63); ápice do guia fálico curto (Fig. 64).
Material examinado: ARGENT[ina], Salta, Yacochuia, Malaise, 0115.x.1968, Terán, Willink & Stange, 1 macho (PROIMI); 0115.xii.1970, 1 macho (INPA).
Distribuição geográfica: E.U.A., México, Costa Rica, Brasil e Argentina (Missiones, Tucumán, Salta*).
Tomosvaryella pectinalis Ale-Rocha, 1996
(Figs. 22, 7173)
Tomosvaryella pectinalis Ale-Rocha, 1996: 177178, figs. 100107; De Meyer & Skevington, 2000: 8 (catálogo).
Diagnose. Cerdas torácicas alongadas; cerdas alongadas na face posterior do fêmur posterior; trocanter posterior com protuberância ventral curta e arredondada (Fig. 22); surstilos robustos, arredondados apicalmente (Figs. 71, 72); guia fálico com espinho dorsal subapical; ramo dorsal do edeago com pente de espinhos desenvolvidos (Fig. 73).
Material examinado: ARGENT[ina], Catamarca, L. Nacimiento, Malaise, 1528.ii.1968, Terán, Willink & Stange, 1 macho (PROIMI).
Distribuição geográfica: Chile e Argentina* (Catamarca).
Tomosvaryella perissosceles Hardy, 1965
(Figs. 23, 74, 75)
Tomosvaryella perissosceles Hardy, 1965: 238, figs. 16bf; 1966: 8 (catálogo); Ale-Rocha, 1996: 179, figs. 108114 (revisão); De Meyer, 1996: 61 (catálogo).
Diagnose. Tórax com cerdas inconspícuas; trocanter posterior com protuberância espiniforme ventral longa; tíbia posterior arqueada; tarso posterior achatado, 1º tarsômero mais largo que a tíbia (Fig. 23); surstilos delgados, subsimétricos (Figs. 74, 75).
Material examinado: ARGENT[ina], Catamarca, Belen, Malaise, 0115.iii.1971, Terán, Willimk & Stange, 1 macho (PROIMI); 0115.i.1996, 1 macho (INPA); Tucumán, Taf. Del Vale, 30.vi.1995, c/red., E. Virla, 2 machos (PROIMI); 12.v.1995, Malaise, 6 machos (PROIMI); 01.viii.1995, 3 machos (INPA), 01.vi.1996, 5 machos (INPA).
Distribuição geográfica: Argentina (Jujuy, Catamarca*, Tucumán*).
Tomosvaryella platypoda sp. nov.
Diagnose. Trocanter posterior com protuberância ventral mediana, curto com ápice truncado, tarsômeros posteriores alargados; surstilos simétricos e estreitados distalmente.
Descrição. Holótipo macho. Corpo: 3,2 mm. Asa: 3,4 mm. Cabeça: pós-crânio largo, marrom-escuro a preto com pruinosidade cinza; triângulo ocelar marrom-escuro; ocelos marrons; olhos unidos na fronte por distância equivalente a 45 facetas; triângulo frontal marrom-escuro a preto, largo, com pruinosidade cinza-prateada; escapo marrom-escuro; pedicelo marrom-escuro com duas cerdas apicais pretas, pequenas; flagelo marrom-claro, mais claro em direção ao ápice, ápice filiforme e curto; face marrom-escura a preta com pruinosidade cinza-prateada, visível a certa luz. Tórax: escuto marrom-escuro a preto com pruinosidade cinza esparsa, mais densa na margem anterior; cerdas amarelas, esparsas, delgadas e curtas; lobo pós-pronotal amarelo com cerdas amarelas; calo pós-alar com uma cerda amarela; escutelo e sub-escutelo marrom-escuros a pretos, pruinosidade cinza no escutelo e cinza-prateada densa no sub-escutelo. Pernas: coxas marrom-escuras a pretas, com ápices amarelos e pruinosidade cinza esparsa; coxa média com cerdas castanhas longas, conspícuas no ápice; trocanteres marrons, o posterior mais claro no ápice e com protuberância ventral curta com ápice truncado (Fig. 108); fêmur anterior e médio marrons com ápice amarelo e ctenídios ventrais presentes na metade distal do fêmur médio; fêmur posterior marrom com ápice e base amarelos; tíbias marrons com 1/4 basal e ápice amarelos, posterior mais robusta que as demais; tarsos amarelos com o 5º tarsômero marrom; tarsos anterior e médio delgados com o 1º tarsômero duas vezes mais longo que o segundo; tarso posterior (Fig. 109) alargado. Asa: hialina com iridescência dourada; 3ª seção costal metade do comprimento da 4ª, lobo anal largo, 1 cerda fraca na base da asa; halter amarelo pálido. Abdômen: ovalado, marrom-escuro com pruinosidade cinza esparsa; tergito 1 com cerdas laterais castanhas e longas, com pruinosidade dourada na base e uma faixa estreita mediana de pruína cinza, visíveis a certa luz; manchas dorso-laterais de pruinosidade cinza-prateada nos segmentos 25. Terminália: sintergoesternito 8, em vista dorsal, pouco mais curto que o tergito 5; surstilos subsimétricos com base larga e ápice mais estreito, curvados internamente, tão longos quanto o epândrio (Figs. 105, 106); ramos do edeago discretamente alongados, o dorsal com um espinho robusto (Fig. 107). Guia fálico não visível.
Fêmea. Desconhecida.
Material examinado: Holótipo macho (PROIMI), ARGENT[INA], Catamarca, L., Belen, Malaise, 1530.xi.1968, Terám Willik & Strange. Parátipos: ARGENT[INA], Catamarca, Belen, 1631.x.1968, 6 machos (2 INPA, 4 PROIMI); 1530.xi.1968, 14 machos (4 INPA, 10 PROIMI); 1531.xii.1968, 3 machos (1 INPA, 2 PROIMI); 0115.ix.1969, 2 machos (PROIMI).
Distribuição geográfica: Argentina.
Etimologia: Do grego platys = largo, achatado; podos = pé. Refere-se aos tarsos posteriores achatados.
Tomosvaryella scopulata Hardy, 1963
(Figs. 27, 86)
Tomosvaryella scopulata Hardy, 1963:262; 1966: 8 (catálogo); Ale-Rocha & Rafael, 1995: 409 (revisão); De Meyer, 1996: 93 (catálogo).
Diagnose. Corpo preto, tórax com cerdas curtas e pruinosidade dorsal marrom, mais pálida na região pré-sutural; trocanter posterior com protuberância ventral curta e triangular (Fig. 27); face posterior do fêmur posterior com cerdas delgadas e alongadas; terminália estreita, surstilos robustos com projeção dorsal longitudinal cerdosa e truncados apicalmente (Fig. 86), guia fálico simples, ramificações do edeago curtas, bulbo do apódema ejaculador alargado no ápice.
Material examinado: ARGENT[ina], Tucumán, Malaise, 02.iv.1994, c/red., E. Virla, 1 macho (PROIMI).
Distribuição geográfica: México, Cuba, Dominica, Colômbia, Argentina* (Tucumán).
Tomosvaryella spangleri Scarbrough & Knutson, 1989
(Figs. 28, 87, 88)
Tomosvaryella spangleri Scarbrough & Knutson, 1989: 526, 530, figs. 610; De Meyer, 1996:94 (catálogo).
Diagnose. Escuto e escutelo com pruinosidade marrom-avermelhada; trocanter posterior com protuberância ventral curta, afilada e pilosa apicalmente (Fig. 28); surstilos angulosos na base, estreitados medialmente e com os ápices em pinça (Fig. 88); ápice do parâmero longo com espinho dorsal curto; edeago com ramificações médias (Fig. 87).
Material examinado: ARGENTINA, Tucumán, Malaise, 02.iv.1994, c/red., E. Virla, 1 macho (PROIMI).
Distribuição geográfica: Dominica, Porto Rico, Argentina* (Tucumán).
Tomosvaryella virlai Ale-Rocha, 1996
Tomosvaryella virlai Ale-Rocha, 1996: 169, figs. 152158; De Meyer & Skevington, 2000: 8 (catálogo).
Diagnose. Quarto tarsômero anterior com projeção lobular na face ventral (Fig. 33); troncanter posterior com protuberância ventral cônica (Fig. 32); surstilos subsimétricos, angulosos na base e estreitados medialmente (Figs. 97, 98); ramo dorsal do edeago com série de espinhos delgados, ápice do guia fálico curto e simples.
Material examinado: ARGENTINA, Canuela, Trampa, Malaise, ix.1994-v.1995, Terán, Willink & Stange, 1 macho (INPA).
Distribuição geográfica: Argentina (Buenos Aires, Missiones).
Chave de identificação para as espécies sul-americanas de Tomosvaryella (machos)
(cosmopolita) ............................................................ T. subvirescens (Loew)
caracteres ............................................................................................. 2
(Chile) .......................................................................... T. mediocris (Collin)
25) ....................................................................................................... 4
18) ...................................................................................................... 12
5) ......................................................................................................... 5
23, 25) .................................................................................................. 6
(Brasil, Chile, Paraguai, Argentina) ........... T. amazonensis De Meyer & Skevington
(Argentina) ................................................................. T. platypoda sp. nov.
(Brasil) ...................................................................... T. ornatitarsalis Hardy
(Colômbia) ....................................................................... T. prostata Hardy
(Argentina) .................................................................... T. crinita Ale-Rocha
(Guiana, Brasil, Argentina) ................................................ T. diffusa Ale-Rocha
(Argentina) ................................................................ T. platensis Ale-Rocha
(Chile, Argentina) ............................................................. T. curta Ale-Rocha
(Chile) ....................................................................... T. chilensis Ale-Rocha
(Venezuela) ........................................................... T. venezuelana Ale-Rocha
Argentina) ...................................................................... T. scopulata Hardy
(Dominica, Porto Rico, Argentina) .................................. T. spangleri Scarbrough & Knutson
AGRADECIMENTOS
Ao Dr. Eduardo G. Virla do PROIMI, Tucumán, Argentina, pelo empréstimo de grande parte do material utilizado no estudo. Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico CNPq e Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado do Amazonas FAPEAM, pelas bolsas concedidas.
Recebido 22/6/2010; aceito 5/4/2011
Editor: Silvio Shigueo Nihei
- Aczél, M. 1948. Grundlagen einer Monographie der Dorilaiden (Diptera). Dorilaiden Studien VI. Acta Zoologica Lilloana 6: 5168.
- Aczél, M. 1952. Catalogo de la família Dorilaidae (Pipunculidae) de la Región Neotropical. Revista de la Sociedad Entomológica Argentina 15: 237251.
- Ale-Rocha, R. 1992a. Descrição de Tomosvaryella pulchra sp. nom. nov. (Diptera, Pipunculidae). Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, série Zoologia 8 (2): 315318.
- Ale-Rocha, R. 1992b. Redescrição de Tomosvaryella galapagensis (Curran, 1934) (Diptera, Pipunculidae). Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, série Zoologia 8: 319321.
- Ale-Rocha, R. 1993. Redescrição e considerações sobre a distribuição geográfica de Tomosvaryella lepidipes Hardey, 1943 e descrição de Tomosvaryella venezuelana sp. nov. (Diptera, Pipunculidae). Revista Brasileira de Entomologia 37: 263266.
- Ale-Rocha, R. 1996. Revisão das espécies de Tomosvaryella Aczél da América do Sul (Diptera, Pipunculidae). Revista Brasileira de Entomologia 40: 165187.
- Ale-Rocha, R. & J. A. Rafael. 1995. Tomosvaryella Aczél do México, América Central e Antilhas (Diptera, Pipunculidae). Revista Brasileira de Zoologia 12: 407427.
- De Meyer, M. 1989. Taxonomische, systematische en zoogeografische revisie van de genus groep Cephalops Fallén (Diptera, Pipunculidae). Tese de Doutorado, Universit Antwerpen, 230 p.
- De Meyer, M. 1996. World catalogue of Pipunculidae (Diptera). Institut royal des Sciences naturelles de Belgique, Documents de Travail 86: 1127.
- De Meyer, M. & J. H. Skevington. 2000. First addition to the World Catalogue of Pipunculidae (Diptera). Bulletin de l'Institut Royal des Sciences Naturelles de Belgique, Entomologie 70: 511.
- Hardy, D. E. 1953. Notes on the Shannon Types of Dorilaidae from Argentina (Pipunculidae-Diptera). Acta Zoologica Lilloana 10: 299306.
- Hardy, D. E. 1963. Studies in Pipunculidae (Diptera) of Colombia. Proceedings of the Hawaiian Entomological Society 18: 259266.
- Hardy, D. E. 1965. The Pipunculidae of Argentina. Acta Zoologica Lilloana 19: 187241.
- Hardy, D. E. 1966. Family Pipunculidae (Dorialidae), p. 115. In: N. Papavero (ed.). A catalogue of the Diptera of the Americas South of the United States. 45. São Paulo, Museu de Zoologia, Universidade de São Paulo.
- Kozánek, M. 1992. Contribution to the pipunculid fauna of Mongolia (Diptera: Pipunculidae). Akitu (Kyoto Entomological Society), New Series 131: 116.
- McAlpine, J. F. 1981. Morphology and terminology: adults, p.963. In: J. F. McAlpine et al. (eds.). Manual of Nearctic Diptera. Ottawa, Research Branch, Agriculture Canada, Monograph nş 27, vol. 1, vi+457 p.
- Rafael, J. A. & M. De Meyer. 1992. Generic classification of the family Pipunculidae (Diptera): a cladistic analysis. Journal of Natural History 26: 637658.
- Scarbrough, A. G. & L. V. Knutson, 1989. Asilidae, Bombyliidae, Conopidae, and Pipunculidae (Diptera) of Dominica, West Indies. Florida Entomologist 72: 219537.
- Shannon, R. C. 1927. Some new Diptera from Argentina. Revista de la Sociedad Entomológica Argentina 1: 3142.
- Skevington, J. H. & D. K. Yeates 2001. Phylogenetic classification of Eudorylini (Diptera: Pipunculidae). Systematic Entomology 26: 421452.
Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
09 Set 2011 -
Data do Fascículo
Set 2011
Histórico
-
Aceito
05 Abr 2011 -
Recebido
22 Jun 2010