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Avaliação da reação de genótipos de soja ao oídio em diferentes condições

Evaluation of the reaction of soybean genotypes to powdery mildew in different conditions

NOTAS CIENTÍFICAS

Avaliação da reação de genótipos de soja ao oídio em diferentes condições* * Parte do trabalho de graduação da primeira autora.

Evaluation of the reaction of soybean genotypes to powdery mildew in different conditions

Elaine Cristine Piffer GonçalvesI,1 1 Autora Correspondente: Elaine Cristine Piffer Gonçalves ; Maria Aparecida Pessoa Cruz CenturionII; Antonio Orlando Di MauroII

IPesquisadora Científica APTA - Alta Mogiana. Avenida Rui Barbosa, s/n. Caixa Postal 35, Colina, SP, Brasil, e-mail: elainegoncalves@sp.gov.br

IIProfessor - UNESP - Campus de Jaboticabal. Via de Acesso Prof. Paulo Donato Castellane, Km 5, 14870-000 Jaboticabal, SP, Brasil

RESUMO

O presente trabalho teve como objetivo avaliar a reação de infectada. Após as avaliações, atribuiu-se a cada genótipo as reações genótipos de soja ao oídio em diferentes condições: casa-de-correspondentes, sendo que notas de 0 a 2,0 correspondem à reação vegetação, campo e laboratório. Foram testados genótipos de resistência; 2,1 a 3,0 de moderada resistência; 3,1 a 4,0 de pertencentes ao programa de Melhoramento do Departamento de suscetibilidade; e 4,1 a 5,0 de alta suscetibilidade. Os resultados Produção Vegetal da FCAV/UNESP. Foram feitas avaliações da obtidos evidenciaram que os genótipos, JB95 50028, JB94 0210 e severidade do oídio, de acordo com escala de notas de 0 a 5, em JB93 54320 apresentaram os menores índices de severidade da que: 0 = folha sem sintomas e 5 = mais de 75% de área foliar doença, em todas as condições testadas.

Palavras-chave adicionais: Glycine max, cultivo da folha destacada, Erysiphe diffusa

ABSTRACT

The objetive of this work was to evaluate the reaction of infected. After evaluations, to each genotype was attributed the soybean genotypes to powdery mildew in different conditions: corresponding reactions as follow: 0 to 2.0 - resistant reaction; greenhouse, field and laboratory. The studies were carried out at 2.1 to 3.0 - moderate resistant; 3.1 to 4.0 - susceptible; and 4.1 UNESP - Campus of Jaboticabal. For the three studied conditions to 5.0 - high susceptibility. The result showed that genotypes evaluations were performed according to 0-5 scores being: 0 = JB95 50028, JB94 0210 and JB93 54320 had the lower rates for leaves without symptoms and 5 = more than 75% of leaf area severity at all tested conditions.

Keywords: Glycine max, culture of the detached leaf, Erysiphe diffusa.

A soja é uma importante leguminosa no Brasil, que se destaca no cenário mundial como o segundo maior produtor e exportador de grãos (1). Entre os fatores que limitam a obtenção de maiores rendimentos na cultura, destaca-se o grande número de doenças (5). A partir da safra de 1996/97, a doença conhecida como oídio tornou-se alvo de estudos, uma vez que provocou quedas de até 40% na produção, favorecida por clima chuvoso e temperaturas amenas. O oídio, causado por Erysiphe diffusa é facilmente reconhecido por formar colônias esbranquiçadas sobre a superfície dos órgãos da planta de soja (4). Sob condições de infecção severa, além do dano direto ao tecido da planta provocado pelo parasitismo, todos os órgãos da planta ficam recobertos pelas estruturas (micélio e frutificação) do fungo, o que prejudica a fotossíntese. Em conseqüência, folhas secam e caem prematuramente, dando à lavoura uma coloração variável de castanhoacinzentada a bronzeada, com aparência de soja dessecada por herbicida (4, 6). Considerando que o método de controle mais eficiente das doenças é o emprego de variedades resistentes, os programas de melhoramento passaram a incluir em suas avaliações a reação dos genótipos de soja ao oídio, visando selecionar materiais resistentes à doença. Nessas condições, o presente estudo teve como objetivo avaliar a reação de genótipos de soja ao oídio, em diferentes condições: casade-vegetação, campo e laboratório, utilizando-se a técnica da folha destacada.

Os experimentos em casa-de-vegetação e laboratório foram realizados no Departamento de Produção Vegetal, e os de campo foram conduzidos na área experimental da Fazenda de Ensino e Pesquisa, da UNESP - Câmpus de Jaboticabal. Os genótipos estudados fazem parte do programa de melhoramento que vem sendo desenvolvido no Departamento de Produção Vegetal.

No ensaio de campo (outubro-fevereiro), utilizou-se espaçamento de 50 cm entrelinhas, deixando-se, após o desbaste, 20 plantas por metro. Cada parcela constituiu-se de duas linhas de quatro metros de comprimento. Entre cada parcela foi semeada uma linha da cultivar IAC - Foscarim - 31, que é classificada como altamente suscetível ao oídio, segundo Yorinori (6). O delineamento experimental empregado foi de blocos ao acaso, com três repetições. Foram efetuadas três avaliações da severidade do oídio, sendo a primeira, quando as plantas se encontravam no estádio R1 (2), a segunda, nos estádios R2, R3 ou R4, em função do ciclo do genótipo, e a terceira, nos estádios R5, R6 ou R7.

Em casa-de-vegetação, o delineamento utilizado foi em blocos ao acaso, com quatro repetições, sendo cada parcela constituída por um vaso contendo cinco plantas.

Os mesmos genótipos usados no teste em vasos foram semeados em folhas destacadas, assim como as cultivares utilizadas como padrão de resistência e suscetibilidade MG/BR 46 (Conquista) e FT - Estrela, respectivamente. Entre os vasos dos genótipos testados foram distribuídos vasos com a cultivar altamente suscetível IAC-Foscarim 31, apresentando sintomas de oídio, para que a infecção natural ocorresse de forma rápida e uniforme. Foram incluídas neste ensaio, como padrão de resistência e suscetibilidade, as cultivares MG/BR 46 (Conquista) e FT-Estrela, resistente e suscetível, respectivamente.

Para o ensaio de laboratório, folhas utilizadas para os testes, foram destacadas das plantas de soja cultivadas em casa-de-vegetação, de acordo com metodologia descrita por Gonçalves (3). As folhas foram inoculadas utilizando-se o método da exposição da folha destacada ao inóculo descrito por Gonçalves (3). A incubação das folhas destacadas inoculadas foi feita em câmara de germinação, na temperatura de aproximadamente 22ºC, e fotoperíodo de 12 horas. O delineamento utilizado foi inteiramente casualizado, com quatro repetições, sendo cada parcela representada por uma placa de Petri contendo duas folhas destacadas de soja. Para cada tratamento, incluiuse uma testemunha não inoculada.

A avaliação da severidade da doença, foi realizada por meio de uma escala de notas de 0 a 5, sendo que: 0 = folha sem sintomas, 1 = traços a 10% da superfície foliar inoculada com sintomas, 2 = 11 a 25% da superfície foliar inoculada com sintomas, 3 = 26 a 50% da superfície foliar inoculada com sintomas, 4 = 51 - 75% da superfície foliar inoculada com sintomas, 5 = mais de 75% da superfície foliar inoculada com sintomas.

Pode-se observar na Tabela 1 que os genótipos que apresentaram os melhores resultados, em condições de campo, foram JB 95- 50028, JB 94- 030224, JB 94- 0210 e JB 93- 54320, sendo classificados como resistentes ao oídio, de acordo com os níveis de infecção e reações propostas por Yorinori (6). Os genótipos JB 95- 20029 e JB 95130021 foram classificados como moderadamente resistentes. Por outro lado, em condições de casa-de-vegetação, os genótipos que apresentaram maior nível de resistência foram JB 95- 50028, JB 940210, com reação moderadamente resistente e JB 93- 54320, que apresentou reação de resistência ao oídio. Já nas avaliações de folhas destacadas, os genótipos que apresentaram os melhores resultados foram JB 95- 50028, JB 94- 030224, JB 94- 0210, JB 93- 54320, JB 95- 20029, JB 95- 20023 e a cultivar MG/BR-46 (Conquista), sendo classificados como moderadamente resistentes.

As variações que ocorreram nos níveis de infecção e reações dos genótipos nas diferentes condições testadas (folha destacada, casa-de-vegetação e campo), podem ser explicadas por várias causas, dentre elas, podem-se citar: as diferentes épocas de instalação dos experimentos, sendo a época de condução dos experimentos em condições de casa de vegetação (julho a outubro), considerada mais propícia para o desenvolvimento do oídio do que a época em que o ensaio foi conduzido a campo. No ensaio de folha destacada, a temperatura constante de 22ºC, é também uma condição mais favorável do que as altas temperaturas que ocorrem em condições de campo, na época convencional de cultivo de soja.

Data de chegada: 01/02/2007.

Aceito para publicação em: 01/12/2008.

** Trabalho financiado pela FAPESP.

  • 1
    Soja Agrianual 2006: Anuário da Agricultura Brasileira, São Paulo, p.433-468, 2005.
  • 2. Fehr, W.R.; Caviness, J.A. Stages of soybean development Ammes, Yowa: Yowa State University, Cooperative Extension Service, 1977. 11p. (Special Report, 80).
  • 3. Gonçalves, E.C.P. Genética da resistência da soja ao oídio (Microsphaera diffusa) e correlação entre duas metodologias de avaliação 56f. 2002. Dissertação Mestrado em Genética e Melhoramento de Plantas - Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Jaboticabal.
  • 4. Sartorato, A.; Yorinori, J. T. Oídios de Leguminosas: Feijoeiro e Soja. In: Stadnik, M.J.; Rivera, M. C. Oídios Jaguariúna: Embrapa Meio Ambiente, 2001. 484p.
  • 5. Yorinori, J.T. Cancro da haste da Soja:epidemiologia e controle. Londrina: Embrapa, CNPSo, 1996. 75p. (Circular Técnica, 14).
  • 6. Yorinori, J.T. Oídio da Soja Londrina:Embrapa Soja. 1997. 13p. (Documentos, 13).
  • *
    Parte do trabalho de graduação da primeira autora.
  • 1
    Autora Correspondente: Elaine Cristine Piffer Gonçalves
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      04 Ago 2009
    • Data do Fascículo
      Jun 2009
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