Resumo
Introdução
O Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (Sinasc) é essencial para o cálculo dos indicadores de saúde, devendo fornecer informação de qualidade.
Objetivo
Avaliar a influência do contexto organizacional na implantação do Sinasc.
Método
Estudo avaliativo de casos múltiplos desenvolvido em nove municípios, mediante análise de implantação a partir do modelo lógico e matriz de indicadores. Para apreciação do contexto, foram adotadas as categorias Projeto de Governo, Capacidade de Governo e Governabilidade do Sistema (Triângulo de Matus), e para o grau de implantação, os indicadores de estrutura e processo relacionados à: Gestão; Distribuição e Controle; Emissão e Preenchimento; Coleta; Processamento; e Análise e Divulgação. Os resultados foram imbricados segundo o referencial teórico.
Resultados
Dos nove municípios, o contexto organizacional mostrou-se “Favorável” em seis e “Desfavorável” em três. Quanto ao grau, um foi classificado como Implantado (82,8%); cinco, Parcialmente implantados (variando de 79,3 a 62,6%); e três, Incipientes (variando de 57% a 46,1%).
Conclusão
Contextos políticos organizacionais favoráveis relacionaram-se à melhor implantação do Sinasc, influenciando um ao outro e interagindo entre si. Foram identificados desafios a serem superados, a exemplo de Projeto de Governo que priorize o sistema e investimentos na capacidade e autonomia técnica, essenciais para se dispor de informações adequadas e oportunas.
Palavras-chave:
avaliação em saúde; Sistemas de Informação; nascimento vivo; estatísticas vitais
Abstract
Background
The information system on live births (Sinasc, in Portuguese) is essential for the calculation of health indicators and should provide quality information.
Objective
Evaluate the influence of the organizational context on the implementation of Sinasc.
Method
Evaluative study of multiple cases in nine municipalities through implementation analysis based on the logical model and indicator matrix. In order to appreciate the context, we adopted the categories government project, governance capacity and governance (Matus Triangle); and to measure the degree of: implementation; structure and process indicators related to management; distribution and control; emission and filling; collection; processing; and analysis and disclosure. The results were intertwined accord to theoretical references.
Results
Of the nine municipalities, the organizational context was favorable in six and unfavorable in three. Regarding the degree, one was classified as implanted (82.8%); five partially implemented (ranging from 79.3 to 62.6%); and three incipients (57.0% to 46.1%).
Conclusion
Organizational political contexts favored the better implementation of Sinasc, influencing and interacting among themselves. A few challenges were identified and need to be addressed; including a government project that prioritizes the system and investments in the technical capacity and autonomy, all essential to obtain adequate and timely information.
Keywords:
Health Evaluation; Information Systems; live birth; vital statistics
INTRODUÇÃO
Os sistemas de informações vitais são importantes para proposição de políticas públicas ao possibilitar o conhecimento do perfil dos nascidos vivos, dos óbitos e das mudanças demográficas, permitindo a análise da situação de saúde. Adicionalmente, contribuem para o fortalecimento dos direitos legais e a ampliação do acesso aos serviços11 AbouZahr C, de Savigny D, Mikkelsen L, Setel PW, Lozano R, Nichols E, et al. Civil registration and vital statistics: progress in the data revolution for counting and accountability. Counting births and deaths 1. Series. Lancet. 2015;386(10001):1373-85. http://dx.doi.org/10.1016/S0140-6736(15)60173-8.
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.
O pacto das Nações Unidas sobre os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM)11 AbouZahr C, de Savigny D, Mikkelsen L, Setel PW, Lozano R, Nichols E, et al. Civil registration and vital statistics: progress in the data revolution for counting and accountability. Counting births and deaths 1. Series. Lancet. 2015;386(10001):1373-85. http://dx.doi.org/10.1016/S0140-6736(15)60173-8.
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,22 Barros FC, Matijasevich A, Requejo JH, Giugliani E, Maranhão AG, Monteiro CA, et al. Recent trends in maternal, newborn, and child health in Brazil: progress toward Millennium Development Goals 4 and 5. Am J Public Health. 2010;100(10):1877-89. http://dx.doi.org/10.2105/AJPH.2010.196816. PMid:20724669.
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fez emergir um novo impulso para a melhoria do registro civil e estatísticas vitais, diante da necessidade de prestação de contas e de resultados em saúde11 AbouZahr C, de Savigny D, Mikkelsen L, Setel PW, Lozano R, Nichols E, et al. Civil registration and vital statistics: progress in the data revolution for counting and accountability. Counting births and deaths 1. Series. Lancet. 2015;386(10001):1373-85. http://dx.doi.org/10.1016/S0140-6736(15)60173-8.
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. No Brasil, apesar da disponibilidade do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc), as coberturas parciais e a qualidade dos dados desiguais entre as regiões limitam seu uso pleno33 Frias PG, Szwarcwald CL, Lira PIC. Avaliação dos sistemas de informações sobre nascidos vivos e óbitos no Brasil na década de 2000. Cad Saude Publica. 2014;30(10):2068-280. http://dx.doi.org/10.1590/0102-311X00196113. PMid:25388310.
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Com quase 25 anos de criação, o Sinasc encontra-se descentralizado em três instâncias de gestão do Sistema Único de Saúde (SUS)33 Frias PG, Szwarcwald CL, Lira PIC. Avaliação dos sistemas de informações sobre nascidos vivos e óbitos no Brasil na década de 2000. Cad Saude Publica. 2014;30(10):2068-280. http://dx.doi.org/10.1590/0102-311X00196113. PMid:25388310.
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. O âmbito nacional é responsável pela coordenação, normatização, atualização do sistema (software), produção e distribuição das Declarações de Nascidos Vivos (DN). Ao estado compete a gestão e a coordenação nos municípios, os quais são responsáveis pela operacionalização das atividades, coleta das DN, codificação, processamento, digitação e consolidação dos dados das unidades notificantes, transferência dos dados, retroalimentação, análise, avaliação e divulgação44 Almeida MF, Alencar GP, Schoeps D. Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos – Sinasc: uma avaliação de sua trajetória. In: Brasil. Ministério da Saúde. A experiência brasileira em sistemas de informação em saúde. Brasília: Editora do Ministério da Saúde; 2009. p. 11-38. (Série B. Textos Básicos de Saúde)..
Apesar dos avanços incontestáveis ao longo de sua trajetória, é necessário ampliar o nível de adequação do Sinasc, em especial, nos municípios brasileiros do Nordeste e da Amazônia Legal, que ainda apresentam informações precárias33 Frias PG, Szwarcwald CL, Lira PIC. Avaliação dos sistemas de informações sobre nascidos vivos e óbitos no Brasil na década de 2000. Cad Saude Publica. 2014;30(10):2068-280. http://dx.doi.org/10.1590/0102-311X00196113. PMid:25388310.
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,44 Almeida MF, Alencar GP, Schoeps D. Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos – Sinasc: uma avaliação de sua trajetória. In: Brasil. Ministério da Saúde. A experiência brasileira em sistemas de informação em saúde. Brasília: Editora do Ministério da Saúde; 2009. p. 11-38. (Série B. Textos Básicos de Saúde)..
Diante da diversidade de atividades desenvolvidas no âmbito municipal, é preciso analisar o Sinasc ao ampliar as dimensões mais frequentemente avaliadas55 Pereira CCB, Vidal SA, Carvalho PI, Frias PG. Avaliação da implantação do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos em Pernambuco. Rev. Bras. Saúde Matern. Infant. 2013;13(1):39-49., verificadas em dois estudos de revisão sobre a qualidade dos dados desse sistema66 Lima CR, Schramm JM, Coeli CM, Silva ME. Revisão das dimensões de qualidade dos dados e métodos aplicados na avaliação dos sistemas de informação em saúde. Cad Saude Publica. 2009;25(10):2095-109. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-311X2009001000002. PMid:19851611.
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,77 Pedraza DF. Qualidade do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos: análise crítica da literatura. Ciênc. saúde coletiva. 2012;10(17):2729-37.. O primeiro investigou nove dimensões: acessibilidade, clareza metodológica, oportunidade, validade, não duplicidade, consistência, confiabilidade, cobertura e completitude66 Lima CR, Schramm JM, Coeli CM, Silva ME. Revisão das dimensões de qualidade dos dados e métodos aplicados na avaliação dos sistemas de informação em saúde. Cad Saude Publica. 2009;25(10):2095-109. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-311X2009001000002. PMid:19851611.
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; o segundo destacou essas três últimas dimensões77 Pedraza DF. Qualidade do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos: análise crítica da literatura. Ciênc. saúde coletiva. 2012;10(17):2729-37.. Posteriormente, outros trabalhos analisaram os atributos dos sistemas de vigilância de saúde do Centers for Disease Control and Prevention88 Oliveira MM, Andrade SSCA, Dimech GS, Oliveira JCG, Malta DC, Rabello DL No, et al. Avaliação do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos. Brasil, 2006 a 2010. Epidemiol. Serv. Saúde. 2015;24(4):629-49.,99 Silva LP, Moreira CMM, Amorim MHC, Castro DS, Zandonade E. Avaliação da qualidade dos dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos e do Sistema de Informações sobre Mortalidade no período neonatal, Espírito Santo, Brasil, de 2007 a 2009. Ciênc Saúde Coletiva. 2015;19(7):2011-20. https://dx.doi.org/10.1590/1413-81232014197.08922013.
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Estudos que abordem todo o processo de geração dos dados, desde a notificação à análise e divulgação, são escassos, a exemplo dos que avaliaram a cadeia de produção da informação do Sinasc em dois estados brasileiros55 Pereira CCB, Vidal SA, Carvalho PI, Frias PG. Avaliação da implantação do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos em Pernambuco. Rev. Bras. Saúde Matern. Infant. 2013;13(1):39-49.,1010 Guimarães EAA, Hartz ZMA, Loyola AI Fo, Meira AJ, Luz ZMP. Avaliação da implantação do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos em municípios de Minas Gerais, Brasil. Cad Saude Publica. 2013;29(10):2105-18. http://dx.doi.org/10.1590/0102-311X00116312. PMid:24127104.
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: um investigou o sistema no âmbito estadual e relacionou o grau de implantação com os resultados55 Pereira CCB, Vidal SA, Carvalho PI, Frias PG. Avaliação da implantação do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos em Pernambuco. Rev. Bras. Saúde Matern. Infant. 2013;13(1):39-49., e o outro, a influência do contexto externo sobre o grau de implantação1010 Guimarães EAA, Hartz ZMA, Loyola AI Fo, Meira AJ, Luz ZMP. Avaliação da implantação do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos em municípios de Minas Gerais, Brasil. Cad Saude Publica. 2013;29(10):2105-18. http://dx.doi.org/10.1590/0102-311X00116312. PMid:24127104.
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As pesquisas que identificam estrangulamentos em qualquer etapa desse processo contribuem para o desenvolvimento de estratégias que favorecem a melhoria da cobertura, regularidade e qualidade das informações55 Pereira CCB, Vidal SA, Carvalho PI, Frias PG. Avaliação da implantação do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos em Pernambuco. Rev. Bras. Saúde Matern. Infant. 2013;13(1):39-49.,1010 Guimarães EAA, Hartz ZMA, Loyola AI Fo, Meira AJ, Luz ZMP. Avaliação da implantação do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos em municípios de Minas Gerais, Brasil. Cad Saude Publica. 2013;29(10):2105-18. http://dx.doi.org/10.1590/0102-311X00116312. PMid:24127104.
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, enquanto as que tratam de dimensões específicas restringem a utilidade da avaliação1111 Patton MQ. Utilization-focused evaluation: process and premises. In: Patton MQ, organizador. Utilization focused evaluation: the News Century Text. 3rd ed. California: Sage Publications; 1997. p. 250-91.. O uso desses métodos e técnicas permite conhecer os sistemas de informações vitais de forma ampla e profunda, incorporando aspectos do contexto organizacional, da estrutura, das atividades e procedimentos, para obter maior adequação das informações11 AbouZahr C, de Savigny D, Mikkelsen L, Setel PW, Lozano R, Nichols E, et al. Civil registration and vital statistics: progress in the data revolution for counting and accountability. Counting births and deaths 1. Series. Lancet. 2015;386(10001):1373-85. http://dx.doi.org/10.1016/S0140-6736(15)60173-8.
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,55 Pereira CCB, Vidal SA, Carvalho PI, Frias PG. Avaliação da implantação do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos em Pernambuco. Rev. Bras. Saúde Matern. Infant. 2013;13(1):39-49.,1212 Figueirôa BQ, Frias PG, Vanderlei LCM, Vidal SA, Carvalho PI, Pereira CCB, et al. Avaliação da implantação do Sistema de Informações sobre Mortalidade no estado de Pernambuco em 2012. Epidemiol Serv Saude. 2019;28(1):e2018384. http://dx.doi.org/10.5123/S1679-49742019000100013. PMid:30916242.
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Os sistemas de informações vitais são intervenções de saúde pública complexas e contexto dependente, que demandam uma abordagem sistêmica para lidar com tal complexidade. A vinculação entre a conjuntura organizacional e a intervenção requer a distinção entre o que é atribuível à intervenção e pode ser transferido para outras situações, e o que é contexto dependente. O grau de implantação da intervenção e, consequentemente, seus efeitos são mediados, atenuados ou amplificados pelo contexto em que está implementado1313 Minary L, Alla F, Cambon L, Kivits J, Potvin L. Addressing complexity in population health intervention research: the context/intervention interface. J Epidemiol Community Health. 2018;72(4):319-23. http://dx.doi.org/10.1136/jech-2017-209921. PMid:29321174.
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O presente manuscrito tem como objetivo avaliar o contexto organizacional e sua influência sobre o grau de implantação do Sinasc em municípios do estado de Pernambuco.
MÉTODO
Foi realizada uma pesquisa avaliativa do tipo análise de implantação que pondera a influência do contexto organizacional sobre o grau de implantação1414 Champagne F, Brousselle A, Hartz ZMA, Contandriopoulos AP, Denis JL. A análise de implantação. In: Brousselle A, Champagne F, Contandriopoulos AP, Hartz ZMA. Avaliação conceitos e métodos. Rio de Janeiro: Ed. Fiocruz; 2011. p. 217-238., no período de março de 2012 a setembro de 2013, no estado de Pernambuco.
A estratégia metodológica foi o estudo de casos múltiplos. Os municípios-caso foram selecionados a partir de indicadores usados para identificar municípios com diferentes níveis de adequação da informação vital para o triênio 2009-2011 e comparar distintos contextos e sua relação com o grau de implantação. Esses indicadores foram: a Razão entre Nascidos Vivos informados e esperados, que expressa a cobertura do Sinasc, e o Desvio Médio Relativo da Taxa de Natalidade, que representa a regularidade das informações33 Frias PG, Szwarcwald CL, Lira PIC. Avaliação dos sistemas de informações sobre nascidos vivos e óbitos no Brasil na década de 2000. Cad Saude Publica. 2014;30(10):2068-280. http://dx.doi.org/10.1590/0102-311X00196113. PMid:25388310.
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,1515 Almeida WDS, Szwarcwald CL, Frias PG, Souza PRB, Lima RB, Rabello DL, et al. Captação de óbitos não informados ao Ministério da Saúde: pesquisa de busca ativa de óbitos em municípios brasileiros. Rev Bras Epidemiol. 2017;20(2):200-11. http://dx.doi.org/10.1590/1980-5497201700020002. PMid:28832844.
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Os municípios-caso foram aqueles com Razão entre Nascidos Vivos informados/esperados satisfatória e Desvio Médio (regularidade) insatisfatório. Foram encontrados três municípios com essa condição, dois na Macrorregião do Sertão Pernambucano e um na Macrorregião Metropolitana. Para cada caso, foram identificados dois municípios para comparação nas mesmas macrorregiões, mas com os dois indicadores satisfatórios, respeitando-se o porte populacional. A amostra final foi composta de seis municípios localizados na Macrorregião do Sertão Pernambucano, nomeados por símbolos para manter o anonimato, M1 (caso), M2, M3, M4 (caso), M5 e M6; e três na Macrorregião Metropolitana, M7 (caso), M8 e M9.
Para explicitar o funcionamento do Sinasc, foi desenvolvido um modelo lógico para o âmbito municipal adaptado da versão existente para o nível estadual, 5-mantendo-se os componentes: Gestão; Distribuição e Controle; Emissão e Preenchimento; Coleta; Processamento; e Análise e Divulgação (Tabela 1).
A partir do modelo, foi elaborada uma matriz de indicadores para análise do contexto organizacional municipal (Tabela 2). Foi realizada a análise mediante revisão documental e entrevistas com o secretário de saúde municipal e com o gerente da vigilância em saúde ou o operador do Sinasc, utilizando-se de um questionário semiestruturado contendo perguntas abertas e fechadas, elaborado especificamente para o estudo. As questões estão agrupadas em três categorias, seguindo o referencial do Triângulo de Governo de Matus: Projeto de Governo, Capacidade de Governo e Governabilidade do Sistema1616 Matus C. Política, planejamento e governo. 3. ed. Tomo I. Brasília: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada; 1997..
A categoria Projeto de Governo se refere às proposições da gestão contidas no Plano Municipal de Saúde e as informadas pelos gestores; na Capacidade de Governo, são observadas as condições para implementação do Projeto de Governo, o conhecimento técnico e as habilidades operacionais; e na Governabilidade do Sistema, constam a autonomia e as relações interpessoais e institucionais dos atores envolvidos.
As respostas foram interpretadas pelos avaliadores seguindo as definições das categorias, critérios iniciais e descrição da situação ideal (Tabela 2). Foi classificado o contexto organizacional em “Favorável”, “Favorável com fragilidade” e “Desfavorável” para cada categoria, com base nas entrevistas e na análise do Plano Municipal de Saúde.
Ainda com base no modelo, foi construída a matriz de indicadores para definir o grau de implantação (Tabela 3). Foi feita uma avaliação normativa confrontando as normas do Sinasc relacionadas às dimensões de estrutura e processo com a realidade captada por meio de observação direta e da entrevista estruturada com o gerente da vigilância em saúde ou o operador do Sinasc de cada município. Então, foi feita a adaptação do questionário, elaborado previamente para o âmbito estadual55 Pereira CCB, Vidal SA, Carvalho PI, Frias PG. Avaliação da implantação do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos em Pernambuco. Rev. Bras. Saúde Matern. Infant. 2013;13(1):39-49., ao modelo lógico e à matriz de indicadores municipal.
O grau de implantação foi mensurado somando-se a pontuação dos indicadores de cada componente do modelo e calculado o percentual de conformidade às normas. A partir da média aritmética dos seis componentes, o município foi classificado segundo os percentuais alcançados em: Implantado (80-100%), Parcialmente implantado (60-79%), Incipiente (40-59%) e Não implantado (<40%).
Para analisar a influência do contexto organizacional, foi imbricado o resultado da análise do Projeto de Governo, Capacidade de Governo e Governabilidade do Sistema com os indicadores da avaliação normativa em cada município, tomando como base o referencial teórico da análise de implantação1414 Champagne F, Brousselle A, Hartz ZMA, Contandriopoulos AP, Denis JL. A análise de implantação. In: Brousselle A, Champagne F, Contandriopoulos AP, Hartz ZMA. Avaliação conceitos e métodos. Rio de Janeiro: Ed. Fiocruz; 2011. p. 217-238..
O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira, sob Parecer n° 3.597, de 12/06/2013, Certificado de Apresentação para Apreciação Ética n° 12724613.2.0000.5201.
RESULTADOS
A análise do contexto organizacional revelou que os municípios se distribuíram nos três grupos de resultados: “Favorável”, para cinco municípios (M1-caso, M2, M4-caso, M6 e M7-caso), predominando esse status para as categorias Capacidade de Governo e Governabilidade do Sistema; “Favorável com fragilidade”, para um município (M9), com melhores avaliações nessas mesmas categorias; e, “Desfavorável”, em três municípios (M3, M5 e M8), principalmente pelo Projeto de Governo (Tabela 4).
Síntese dos resultados da análise do contexto e do grau de implantação do Sinasc por municípios
No tocante ao grau de implantação, um município (M1-caso) foi classificado como Implantado (82,2%); cinco (M3, M4-caso, M6, M7-caso e M9), como Parcialmente implantados (62,6%; 79,3%; 62,6%; 64,1%; 65,2%, respectivamente); e três (M2, M5 e M8), como Incipientes, variando de 57% a 46,1% (Tabela 4). Ao analisar os seis componentes do modelo lógico, foi observada maior conformidade às normas na Emissão e Preenchimento, pela existência de profissionais para resgate de variáveis e de profissionais treinados para o preenchimento de DN; na sequência, apareceram as normas do Processamento, com destaque para a estrutura (digitador e codificador).
De modo geral, a dimensão estrutura apresentou melhor grau de implantação que a dimensão processo, exceto em um município (M4-caso estrutura: 78,6%; processo: 80%). Na dimensão processo, os componentes Gestão (M2: 35,3%; M7-caso: 36,7%; e M9: 33,3%) e Análise e Divulgação (M5 e M8 não pontuaram) apresentaram as piores adequações, decorrentes da ausência de reuniões de avaliação com as áreas técnicas e as regionais de saúde, além da falta de planejamento para distribuição das DN.
Ao imbricar os resultados da análise de contexto com o grau de implantação, foi verificado que os municípios com contexto “Favorável” ou “Favorável com fragilidade” revelaram coerência com o grau de implantação final, sendo Implantado e Parcialmente implantado. Apenas um (M2) apresentou incoerência no contexto “Favorável”, com grau de implantação final Incipiente (Tabelas 4 e 5). Os componentes que contribuíram negativamente foram Gestão e Coleta, especialmente por não realizarem monitoramento de indicadores; visitas de apoio técnico aos estabelecimentos; e profissionais sem treinamento para análise de indicadores e indisponibilidade de normas e rotinas do sistema (Tabela 4).
Relação entre a síntese do contexto organizacional e o grau de implantação final do Sinasc por municípios analisados.
Dos três municípios (M3, M5 e M8) com contexto “Desfavorável”, o grau de implantação final foi coerente em dois (M5 e M8), classificados como Incipientes, nos dois componentes, Análise e Divulgação e Distribuição e Controle, que obtiveram as piores pontuações. No M3, o grau de implantação final Parcialmente implantado foi incoerente pela melhor implantação dos componentes Emissão e Preenchimento, Coleta e Processamento, enquanto Gestão e Análise e Divulgação estavam Incipientes, portanto coerentes com a análise de contexto organizacional (Tabelas 4 e 5).
DISCUSSÃO
O contexto organizacional dos municípios influenciou o grau de implantação do Sinasc; assim, em geral, quanto mais favorável, maior o grau de implantação, e vice-versa, o que está em consonância com as teorias1313 Minary L, Alla F, Cambon L, Kivits J, Potvin L. Addressing complexity in population health intervention research: the context/intervention interface. J Epidemiol Community Health. 2018;72(4):319-23. http://dx.doi.org/10.1136/jech-2017-209921. PMid:29321174.
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,1717 Shoveller J, Viehbeck S, Di Ruggiero E, Greyson D, Thomson K, Knight R. A criticalexaminationofrepresentationsofcontextwithinresearchonpopulationhealthinterventions. Crit Public Health. 2016;26(5):487-500. http://dx.doi.org/10.1080/09581596.2015.1117577.
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A seleção dos municípios não pretendeu representar o estado, mas avaliar o pressuposto de que a intervenção é adaptável ao contexto e condiciona o nível de implantação. Uma revisão sistemática conduzida com objetivo de avaliar o estado da arte desses dois conceitos mostrou que eles são altamente entrelaçados, ambos influenciam um ao outro e interagem entre si, como visto no presente estudo1818 Pfadenhauer LM, Mozygemba K, Gerhardus A, Hofmann B, Booth A, Lysdahl KB, et al. Context and implementation: a concept analysis towards conceptual maturity. Z. Evid. Fortbild. Qual. Gesundh. wesen (ZEFQ). 2015;109(2):103-14. http://dx.doi.org/10.1016/j.zefq.2015.01.004.
http://dx.doi.org/10.1016/j.zefq.2015.01...
. Estudos com essas características não se propõem a generalizar os resultados, e sim os conceitos e modelos, enquanto as medidas operacionais podem ser ajustadas aos diferentes contextos1313 Minary L, Alla F, Cambon L, Kivits J, Potvin L. Addressing complexity in population health intervention research: the context/intervention interface. J Epidemiol Community Health. 2018;72(4):319-23. http://dx.doi.org/10.1136/jech-2017-209921. PMid:29321174.
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,1414 Champagne F, Brousselle A, Hartz ZMA, Contandriopoulos AP, Denis JL. A análise de implantação. In: Brousselle A, Champagne F, Contandriopoulos AP, Hartz ZMA. Avaliação conceitos e métodos. Rio de Janeiro: Ed. Fiocruz; 2011. p. 217-238..
No Brasil, o Sinasc tem avançado na cobertura, regularidade e qualidade da informação em decorrência da gestão interfederativa coordenada pelo Ministério da Saúde33 Frias PG, Szwarcwald CL, Lira PIC. Avaliação dos sistemas de informações sobre nascidos vivos e óbitos no Brasil na década de 2000. Cad Saude Publica. 2014;30(10):2068-280. http://dx.doi.org/10.1590/0102-311X00196113. PMid:25388310.
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,1515 Almeida WDS, Szwarcwald CL, Frias PG, Souza PRB, Lima RB, Rabello DL, et al. Captação de óbitos não informados ao Ministério da Saúde: pesquisa de busca ativa de óbitos em municípios brasileiros. Rev Bras Epidemiol. 2017;20(2):200-11. http://dx.doi.org/10.1590/1980-5497201700020002. PMid:28832844.
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. Entretanto, a gestão municipal dos sistemas de informação nem sempre acompanhou as normativas federais e estaduais, como identificado no presente estudo. Esses fatos têm sido frequentemente relacionados à carência e à rotatividade dos profissionais capacitados, ao desconhecimento dos gerentes quanto às suas atribuições no nível municipal para definição de estratégias que visem à resolução de problemas de saúde e, em última instância, por não se considerarem responsáveis pela gestão do Sinasc1919 Campos D, Hadad SC, Abreu DMX, Cherchiglia ML, França E. Sistema de Informações sobre Mortalidade em municípios de pequeno porte de Minas Gerais: concepções dos profissionais de saúde. Ciênc. saúde coletiva. 2013;18(5):1473-82.,2020 Jamison DT, Summers LH, Alleyne G, Arrow KJ, Berkley S, Binagwaho A, et al. Global Health 2035: a world converging within a generation. Lancet. 2013;382(9908):1898-955. http://dx.doi.org/10.1016/S0140-6736(13)62105-4. PMid:24309475.
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.
Para apreender o contexto organizacional, a teoria de Matus1616 Matus C. Política, planejamento e governo. 3. ed. Tomo I. Brasília: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada; 1997. mostrou-se adequada, apontando a decisão política, representada pelo Projeto de Governo, como indutora à priorização do sistema, além da Governabilidade do Sistema, refletida na autonomia dos operadores, contributiva no fortalecimento das normas e rotinas, além da capacidade de articulação dos interessados nas informações sobre nascimentos, influenciando as categorias anteriores.
Em oposição, a baixa autonomia e a alta rotatividade dos profissionais, aliadas à insatisfação da equipe, foram condições comuns nos municípios com piores resultados. Os achados mostram que, nos contextos organizacionais em que o Projeto de Governo não prioriza a intervenção, o grau de implantação não alcança o nível desejável. Nenhum dos quatro municípios com Projeto de Governo “Desfavorável” foi classificado como Implantado, e, de forma geral, a Governabilidade do Sistema, limitada pela pouca autonomia dos operadores, aliada ao Projeto de Governo “Desfavorável”, influenciou negativamente o processo
Com base nessa teoria1616 Matus C. Política, planejamento e governo. 3. ed. Tomo I. Brasília: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada; 1997., a garantia de produção de dados confiáveis depende de financiamento para viabilizar a estrutura adequada, de investimentos na formação de gestores, profissionais de saúde e de tecnologia da informação, que valorize a autonomia e a corresponsabilização, além da articulação interfederativa e interinstitucional44 Almeida MF, Alencar GP, Schoeps D. Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos – Sinasc: uma avaliação de sua trajetória. In: Brasil. Ministério da Saúde. A experiência brasileira em sistemas de informação em saúde. Brasília: Editora do Ministério da Saúde; 2009. p. 11-38. (Série B. Textos Básicos de Saúde).,.
Estudos sobre a avaliação da implantação de outras intervenções abalizam a relevância do contexto organizacional quanto à conformidade de programas, projetos e serviços, reafirmando a pertinência da teoria1313 Minary L, Alla F, Cambon L, Kivits J, Potvin L. Addressing complexity in population health intervention research: the context/intervention interface. J Epidemiol Community Health. 2018;72(4):319-23. http://dx.doi.org/10.1136/jech-2017-209921. PMid:29321174.
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,1717 Shoveller J, Viehbeck S, Di Ruggiero E, Greyson D, Thomson K, Knight R. A criticalexaminationofrepresentationsofcontextwithinresearchonpopulationhealthinterventions. Crit Public Health. 2016;26(5):487-500. http://dx.doi.org/10.1080/09581596.2015.1117577.
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,1818 Pfadenhauer LM, Mozygemba K, Gerhardus A, Hofmann B, Booth A, Lysdahl KB, et al. Context and implementation: a concept analysis towards conceptual maturity. Z. Evid. Fortbild. Qual. Gesundh. wesen (ZEFQ). 2015;109(2):103-14. http://dx.doi.org/10.1016/j.zefq.2015.01.004.
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,2121 Vasconcelos CS, Frias PG. Avaliação da Vigilância da Síndrome Gripal: estudo de casos em unidade sentinela. Saúde debate. 2017;41(N. esp):259-74.. Entretanto, uma avaliação da implantação do Sinasc, que utilizou o porte populacional e a condição de habilitação da gestão representando o contexto externo, não mostrou influência desses indicadores no grau de implantação1010 Guimarães EAA, Hartz ZMA, Loyola AI Fo, Meira AJ, Luz ZMP. Avaliação da implantação do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos em municípios de Minas Gerais, Brasil. Cad Saude Publica. 2013;29(10):2105-18. http://dx.doi.org/10.1590/0102-311X00116312. PMid:24127104.
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. Provavelmente categorias mais específicas e próximas ao objeto tenham maior poder de captação das vinculações entre a decisão política e a contingência na implantação. Potvin et al. nomeiam de contexto exógeno as categorias distais, por terem conexões de menor densidade e não estarem diretamente conectadas com o contexto endógeno1313 Minary L, Alla F, Cambon L, Kivits J, Potvin L. Addressing complexity in population health intervention research: the context/intervention interface. J Epidemiol Community Health. 2018;72(4):319-23. http://dx.doi.org/10.1136/jech-2017-209921. PMid:29321174.
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A conformidade às normas do Sinasc é essencial para a classificação do grau de implantação. No entanto, apesar de os indicadores de estrutura mostrarem-se adequados neste e em outro estudo1010 Guimarães EAA, Hartz ZMA, Loyola AI Fo, Meira AJ, Luz ZMP. Avaliação da implantação do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos em municípios de Minas Gerais, Brasil. Cad Saude Publica. 2013;29(10):2105-18. http://dx.doi.org/10.1590/0102-311X00116312. PMid:24127104.
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, esse fato nem sempre é observado, sendo comum deficiências em tecnologia de informação e comunicação2121 Vasconcelos CS, Frias PG. Avaliação da Vigilância da Síndrome Gripal: estudo de casos em unidade sentinela. Saúde debate. 2017;41(N. esp):259-74.,2222 Frias PG, Pereira PMH, Andrade CLT, Szwarcwald CL. Sistema de Informações sobre Mortalidade: estudo de caso em municípios com precariedade dos dados. Cad Saude Publica. 2008;24(10):2257-66. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-311X2008001000007. PMid:18949228.
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Em relação aos indicadores de processo de trabalho, foi verificada a necessidade de mecanismos administrativos gerenciais automatizados que garantam a qualidade do fluxo e das informações do sistema, sem dependência da capacidade de liderança do gestor2323 Viacava F. Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (Sinasc). In: Brasil. Ministério da Saúde. A experiência brasileira em sistemas de informação em saúde. Brasília: Editora do Ministério da Saúde; 2009. p. 27-39. (Série B. Textos Básicos de Saúde).. Sobre a cadeia de produção de informação em municípios com precariedade dos dados, um estudo mostrou a diversidade de problemas relacionados a cada etapa, da notificação à análise e divulgação, independentemente do sistema2222 Frias PG, Pereira PMH, Andrade CLT, Szwarcwald CL. Sistema de Informações sobre Mortalidade: estudo de caso em municípios com precariedade dos dados. Cad Saude Publica. 2008;24(10):2257-66. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-311X2008001000007. PMid:18949228.
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. É possível que os gestores não observem o sistema na sua integralidade, dificultando a melhoria e, consequentemente, seu uso, sobretudo em municípios de pequeno porte1515 Almeida WDS, Szwarcwald CL, Frias PG, Souza PRB, Lima RB, Rabello DL, et al. Captação de óbitos não informados ao Ministério da Saúde: pesquisa de busca ativa de óbitos em municípios brasileiros. Rev Bras Epidemiol. 2017;20(2):200-11. http://dx.doi.org/10.1590/1980-5497201700020002. PMid:28832844.
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,1919 Campos D, Hadad SC, Abreu DMX, Cherchiglia ML, França E. Sistema de Informações sobre Mortalidade em municípios de pequeno porte de Minas Gerais: concepções dos profissionais de saúde. Ciênc. saúde coletiva. 2013;18(5):1473-82.,2222 Frias PG, Pereira PMH, Andrade CLT, Szwarcwald CL. Sistema de Informações sobre Mortalidade: estudo de caso em municípios com precariedade dos dados. Cad Saude Publica. 2008;24(10):2257-66. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-311X2008001000007. PMid:18949228.
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,2323 Viacava F. Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (Sinasc). In: Brasil. Ministério da Saúde. A experiência brasileira em sistemas de informação em saúde. Brasília: Editora do Ministério da Saúde; 2009. p. 27-39. (Série B. Textos Básicos de Saúde)..
Diante das novas necessidades de informação no âmbito local para análise da situação de saúde, prestação de contas e de resultados das intervenções11 AbouZahr C, de Savigny D, Mikkelsen L, Setel PW, Lozano R, Nichols E, et al. Civil registration and vital statistics: progress in the data revolution for counting and accountability. Counting births and deaths 1. Series. Lancet. 2015;386(10001):1373-85. http://dx.doi.org/10.1016/S0140-6736(15)60173-8.
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, e daquelas decorrentes da política de descentralização do SUS, a construção de um sistema confiável, ágil e oportuno requer investimentos municipais2323 Viacava F. Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (Sinasc). In: Brasil. Ministério da Saúde. A experiência brasileira em sistemas de informação em saúde. Brasília: Editora do Ministério da Saúde; 2009. p. 27-39. (Série B. Textos Básicos de Saúde).,2424 Szwarcwald CL, Frias PG, Souza PRB Jr, Almeida WS, Morais OL No. Correction of vital statistics based on a proactive search of deaths and live births: evidence from a study of the North and Northeast regions of Brazil. Popul Health Metr. 2014;12(1):16. http://dx.doi.org/10.1186/1478-7954-12-16. PMid:24966804.
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. Desigualdades nos níveis de cobertura e integralidade dos sistemas de informação também expressam iniquidades no acesso aos serviços de saúde. Para que haja desenvolvimento da saúde no país, o reforço dos sistemas de informações vitais é uma condição imperativa e uma meta importante para sociedade1212 Figueirôa BQ, Frias PG, Vanderlei LCM, Vidal SA, Carvalho PI, Pereira CCB, et al. Avaliação da implantação do Sistema de Informações sobre Mortalidade no estado de Pernambuco em 2012. Epidemiol Serv Saude. 2019;28(1):e2018384. http://dx.doi.org/10.5123/S1679-49742019000100013. PMid:30916242.
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,1515 Almeida WDS, Szwarcwald CL, Frias PG, Souza PRB, Lima RB, Rabello DL, et al. Captação de óbitos não informados ao Ministério da Saúde: pesquisa de busca ativa de óbitos em municípios brasileiros. Rev Bras Epidemiol. 2017;20(2):200-11. http://dx.doi.org/10.1590/1980-5497201700020002. PMid:28832844.
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,2424 Szwarcwald CL, Frias PG, Souza PRB Jr, Almeida WS, Morais OL No. Correction of vital statistics based on a proactive search of deaths and live births: evidence from a study of the North and Northeast regions of Brazil. Popul Health Metr. 2014;12(1):16. http://dx.doi.org/10.1186/1478-7954-12-16. PMid:24966804.
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,2525 Phillips DE, AbouZahr C, Lopez AD, Mikkelsen L, de Savigny D, Lozano R, et al. Are well functioning civil registration and vital statistics systems associated with better health outcomes? Counting births and deaths 2. Series. Lancet. 2015;386(10001):1386-94. http://dx.doi.org/10.1016/S0140-6736(15)60172-6.
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.
No âmbito internacional, o avanço na qualidade das estatísticas vitais tem sido lento, especialmente, em países da África e Ásia, exatamente onde predominam os baixos índices de desenvolvimento humano11 AbouZahr C, de Savigny D, Mikkelsen L, Setel PW, Lozano R, Nichols E, et al. Civil registration and vital statistics: progress in the data revolution for counting and accountability. Counting births and deaths 1. Series. Lancet. 2015;386(10001):1373-85. http://dx.doi.org/10.1016/S0140-6736(15)60173-8.
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,2626 Mikkelsen L, Phillips DE, AbouZahr C, Setel PW, de Savigny D, Lozano R, et al. A global assessment of civil registration and vital statistics systems: monitoring data quality and progress. Counting births and deaths 3. Series. Lancet. 2015;386(10001):1395-406. http://dx.doi.org/10.1016/S0140-6736(15)60171-4.
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. Entretanto, há evidências de que, para alguns países, o progresso pode ser rápido e sustentado para o alcance do registro completo22 Barros FC, Matijasevich A, Requejo JH, Giugliani E, Maranhão AG, Monteiro CA, et al. Recent trends in maternal, newborn, and child health in Brazil: progress toward Millennium Development Goals 4 and 5. Am J Public Health. 2010;100(10):1877-89. http://dx.doi.org/10.2105/AJPH.2010.196816. PMid:20724669.
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,33 Frias PG, Szwarcwald CL, Lira PIC. Avaliação dos sistemas de informações sobre nascidos vivos e óbitos no Brasil na década de 2000. Cad Saude Publica. 2014;30(10):2068-280. http://dx.doi.org/10.1590/0102-311X00196113. PMid:25388310.
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,2323 Viacava F. Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (Sinasc). In: Brasil. Ministério da Saúde. A experiência brasileira em sistemas de informação em saúde. Brasília: Editora do Ministério da Saúde; 2009. p. 27-39. (Série B. Textos Básicos de Saúde).,2727 Frias PG, Szwarcwald CL, Morais OL No, Leal MC, Cortez-Escalante JJ, Souza Jr PRB, et al. Utilização das informações vitais para a estimação de indicadores de mortalidade no Brasil: da busca ativa de eventos ao desenvolvimento de métodos. Cadernos de Saúde Pública. 33(3):e00206015. https://dx.doi.org/10.1590/0102-311x00206015.
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. Contudo, é preciso que haja esforços adicionais, como uma agenda global coordenada para ampliação e melhoria dos sistemas de informações vitais. A ausência dessa coordenação pode justificar a pouca ênfase nesses sistemas com repercussão sobre a disponibilidade de registros vitais completos e fidedignos11 AbouZahr C, de Savigny D, Mikkelsen L, Setel PW, Lozano R, Nichols E, et al. Civil registration and vital statistics: progress in the data revolution for counting and accountability. Counting births and deaths 1. Series. Lancet. 2015;386(10001):1373-85. http://dx.doi.org/10.1016/S0140-6736(15)60173-8.
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,2626 Mikkelsen L, Phillips DE, AbouZahr C, Setel PW, de Savigny D, Lozano R, et al. A global assessment of civil registration and vital statistics systems: monitoring data quality and progress. Counting births and deaths 3. Series. Lancet. 2015;386(10001):1395-406. http://dx.doi.org/10.1016/S0140-6736(15)60171-4.
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,2727 Frias PG, Szwarcwald CL, Morais OL No, Leal MC, Cortez-Escalante JJ, Souza Jr PRB, et al. Utilização das informações vitais para a estimação de indicadores de mortalidade no Brasil: da busca ativa de eventos ao desenvolvimento de métodos. Cadernos de Saúde Pública. 33(3):e00206015. https://dx.doi.org/10.1590/0102-311x00206015.
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.
O impacto deste estudo relaciona-se à compreensão do contexto da organização como decisivo para que o Sinasc funcione nacionalmente, sendo necessário que a informação seja produzida no âmbito local, em consonância com as normas. Para isso, o contexto organizacional precisa ser favorável com projetos de governo consistentes, tendo os sistemas de informações como prioridade, para que se invista na capacidade e autonomia técnicas, tornando-as adequadas a fim de garantir a governabilidade, condição essencial para se dispor de informações adequadas e oportunas.
Para o aprimoramento do Sinasc, são recomendados ainda investimentos na reorganização dos serviços, principalmente no monitoramento das atividades normatizadas e na institucionalização da avaliação, com pesquisas que aprofundem o conhecimento quanto à fragilidade do sistema e planejamento de estratégias de correção para que as informações possam ser utilizadas sem restrições.
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Como citar: Barreto IC, Vidal SA, Vanderlei LCM, Carvalho PI, Frias PG. Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos: análise e influência do contexto da organização de saúde municipal na implantação, 2012-2013. Cad Saúde Colet, 2020 Ahead of Print. https://doi.org/10.1590/1414-462X202028040088
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Trabalho realizado na Secretaria Estadual de Saúde – Recife (PE), Brasil.
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Fonte de financiamento: nenhuma
REFERÊNCIAS
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1AbouZahr C, de Savigny D, Mikkelsen L, Setel PW, Lozano R, Nichols E, et al. Civil registration and vital statistics: progress in the data revolution for counting and accountability. Counting births and deaths 1. Series. Lancet. 2015;386(10001):1373-85. http://dx.doi.org/10.1016/S0140-6736(15)60173-8
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2Barros FC, Matijasevich A, Requejo JH, Giugliani E, Maranhão AG, Monteiro CA, et al. Recent trends in maternal, newborn, and child health in Brazil: progress toward Millennium Development Goals 4 and 5. Am J Public Health. 2010;100(10):1877-89. http://dx.doi.org/10.2105/AJPH.2010.196816 PMid:20724669.
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3Frias PG, Szwarcwald CL, Lira PIC. Avaliação dos sistemas de informações sobre nascidos vivos e óbitos no Brasil na década de 2000. Cad Saude Publica. 2014;30(10):2068-280. http://dx.doi.org/10.1590/0102-311X00196113 PMid:25388310.
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4Almeida MF, Alencar GP, Schoeps D. Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos – Sinasc: uma avaliação de sua trajetória. In: Brasil. Ministério da Saúde. A experiência brasileira em sistemas de informação em saúde. Brasília: Editora do Ministério da Saúde; 2009. p. 11-38. (Série B. Textos Básicos de Saúde).
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Datas de Publicação
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Publicação nesta coleção
16 Dez 2020 -
Data do Fascículo
Oct-Dec 2020
Histórico
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Recebido
28 Fev 2019 -
Aceito
12 Nov 2019