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A dinâmica do mercado de frutas tropicais no estado do Pará: uma abordagem econométrica

A dinâmica do mercado de frutas tropicais no estado do Pará: uma abordagem econométrica

Lindaura Arouck Falesi

Tese de Doutorado, Programa de Pós-Graduação em Ciências Agrárias, Universidade Federal Rural da Amazônia, Belém (PA) 2009, E-mail: lindaura@ufpa.br

A fruticultura no estado do Pará e na mesorregião Nordeste Paraense, no período de 1985 a 2005, é analisada em relação à fruticultura brasileira e regional, indicando o nível de contribuição como atividade econômica. Os resultados, com base no modelo econométrico, apontaram importante participação estadual na produção frutícola brasileira, com significativos resultados para os índices de crescimento estadual e mesorregional. O desempenho da mesorregião Nordeste Paraense foi importante, justificando a posição de pólo de referência para a fruticultura no Pará. A análise do mercado de frutas frescas estadual, com base no comportamento da dinâmica do mercado, indicou ser a fruticultura uma atividade econômica promissora como oportunidade de negócio em franca expansão. A produção gerada ainda direciona-se em grande parte para o abastecimento do mercado paraense, deixando uma demanda insatisfeita em nível regional e nacional. À exceção de algumas frutíferas, como açaí, abacaxi, banana, maracujá e cupuaçu, que se destacam no mercado nacional, as demais são cultivadas em quintais, em pequenas áreas ou extraídas diretamente da floresta nativa. A dinâmica do mercado de frutas foi estudada com base no modelo dinâmico de equações simultâneas, estimado pelo Método dos Momentos Generalizados – MMG. Estes resultados evidenciaram a demanda de frutas no estado do Pará como inelástica a preço. A mesorregião Nordeste Paraense, com elevado índice de concentração de frutas frescas, é suporte para o abastecimento das agroindústrias de beneficiamento de polpas de frutas, com participação média em torno de 60% da produção estadual. Os efeitos das variáveis estudadas, no modelo, e as respostas das elasticidades-preços, da demanda e oferta, foi de comportamento inelástico a preço. As elasticidades renda e cruzada da oferta e da demanda de frutas, na mesorregião Nordeste Paraense, em relação a outras lavouras, apresentaram oferta inelástica a preço, incluindo ambas as lavouras permanentes e temporárias. A oferta foi negativamente relacionada a incrementos no salário rural e a preço de outras lavouras. Assim, a oferta de frutas poderá se expandir com a incorporação de tecnologia direcionada, ou se retrair com o aumento da mão-de-obra empregada. O extrativismo de frutas, representado pelo açaí e pela castanha-do-pará, indicou o comportamento da demanda e da oferta defasada, inelásticas a preço. O crescimento da fruticultura no estado do Pará, superando as dificuldades, como barreiras fitossanitárias e cambiais, consolida-se como grande vetor de desenvolvimento econômico, sendo ponto favorável de crescimento a diversidade de frutas na sua base agrária. O mercado de frutas é promissor, porém há desequilíbrio entre a oferta e a demanda de frutas, caracterizado pela escassez de oferta. O incentivo à produção, bem como a melhoria na qualidade de vida da sociedade, nas últimas décadas, contribuiu para a valorização das frutas como fonte de energia e saúde. O desenvolvimento sustentável da economia frutícola, no estado do Pará, dependerá da consolidação de pólos agroindustriais integrados à atividade.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    31 Ago 2010
  • Data do Fascículo
    Dez 2009
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