Resumo
O objetivo deste estudo foi analisar as concessões de bolsas e a produção científica dos bolsistas de produtividade do CNPq, na área de Educação Física, no período de 2010-2020. A busca dos pesquisadores com bolsa de produtividade na área da Educação Física ocorreu na página eletrônica do CNPq. A contabilização dos dados registrados nos currículos dos bolsistas ocorreu com auxílio do software scriptLattes v8.10. Verificou-se que: a) a publicação de artigos se elevou no decorrer do período analisado; b) os artigos de estrato elevado no Qualis (A1, A2 e JCR) mantiveram um crescimento constante; c) a produção de itens não contabilizados pelos critérios de concessão de bolsa permaneceu estável; d) houve renovação parcial dos pesquisadores bolsistas de produtividade. Concluiu-se que os bolsistas de produtividade têm ampliado sua produção e fortalecendo suas métricas. No entanto, é necessária a constante revisão dos critérios de concessão a fim de minimizar o produtivismo acadêmico.
Palavras-chave
Bolsa de Estudo; Educação Física; Indicadores de produção científica
Abstract
The study aims to analyze the concession of grants and the scientific production of grant holders of the National Council for Scientific and Technological Development (CNPq), in the Physical Education area, in the period of 2017-2020. The search for grant holders in the Physical Education area was obtained through the CNPq website. It accounted for the data of curriculum Lattes through software scriptLattes v8.10. We found that: a) the publication of papers increased during the analyzed period; b) high-level papers (A1, A2, and JCR) had steady growth; c) production of items not accounted for grant guidelines were static; d) there is partial renovation of grant holders. We concluded that grant holders have expanded their production and strengthened their metrics. However, it is necessary to constantly revise grant guidelines to minimize academic productivism.
Keywords
Fellowships and Scholarships; Physical Education; Scientific Publication Indicators
Resumen
El objetivo de este estudio fue analizar la concesión de bacas y la producción científica de los becarios de productividad del CNPq, en el campo de la Educación Física, en el período 2010-2020. La búsqueda de investigadores con beca de productividad en el área de Educación Física se realizó en el sitio web del CNPq. La contabilización de los datos registrados en los currículos de los becarios se realizó a través del software scriptLattes v8.10. Se encontró que: a) la publicación de artículos aumentó durante el periodo analizado; b) los artículos de alto nivel (A1, A2 y JCR) mantuvieron un crecimiento constante; c) la producción de elementos no contabilizados por los criterios de concesión de bacas se mantuvo estable; d) hay renovación parcial de los investigadores becarios de productividad. Se concluye que los becarios de productividad han ampliado su producción y fortalecido sus métricas. Sin embargo, es necesario revisar constantemente los criterios de concesión para minimizar el productivismo académico.
Palabras clave
Becas; Educación Física; Indicadores de Producción Científica
1 INTRODUÇÃO1 1 O artigo é um desdobramento da tese de doutorado de PINTO (2021).
O campo científico, que se caracteriza como um espaço de lutas, apresenta propriedades universais similares a de outros campos e, também, específicas relacionadas às suas características próprias (BOURDIEU, 2003BOURDIEU, Pierre. Os usos sociais da ciência: por uma sociologia crítica do campo científico. São Paulo: Editora UNESP, 2003.; THIRY-CHERQUES, 2006THIRY-CHERQUES, Hermano Roberto. Pierre Bourdieu: the theory in pratice. Revista de Administração Pública, v. 40, n. 1, p. 27-55, jan./fev. 2006. DOI: https://doi.org/10.1590/S0034-76122006000100003
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; ALVES; OLIVEIRA, 2018ALVES, Bruno Henrique; OLIVEIRA, Ely Francina Tannuri. Alguns conceitos da sociologia de Pierre Bourdieu relacionados com a análise de rede social. Informação e Sociedade: estudos, v. 28, n. 3, p. 135-148, 2018. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/index.php/ies/article/view/40892. Acesso em: 31 ago. 2020.
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). Tais propriedades, para além do Habitus específico existente dentro deste espaço, compõem as leis que orientam os embates por sua dominação (THIRY-CHERQUES, 2006THIRY-CHERQUES, Hermano Roberto. Pierre Bourdieu: the theory in pratice. Revista de Administração Pública, v. 40, n. 1, p. 27-55, jan./fev. 2006. DOI: https://doi.org/10.1590/S0034-76122006000100003
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).
Neste sentido, o campo científico tem sua estrutura determinada pelo capital científico distribuído em determinado momento aos agentes. Estes dão vida a este espaço por meio dos conflitos entre os que se apoderam do capital específico e os demais (BOURDIEU, 2003BOURDIEU, Pierre. Os usos sociais da ciência: por uma sociologia crítica do campo científico. São Paulo: Editora UNESP, 2003.; THIRY-CHERQUES, 2006THIRY-CHERQUES, Hermano Roberto. Pierre Bourdieu: the theory in pratice. Revista de Administração Pública, v. 40, n. 1, p. 27-55, jan./fev. 2006. DOI: https://doi.org/10.1590/S0034-76122006000100003
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).
Os supracitados conflitos direcionam-se ao acúmulo do capital científico puro e do capital científico da instituição. O capital científico puro tem em sua composição a política, relacionada às posições de destaque dentro das instituições, e o prestígio, que envolve o reconhecimento obtido ante seus pares. Por sua vez, o capital científico da instituição é acumulado ao longo do tempo através da adoção de estratégias específicas (BOURDIEU, 2003BOURDIEU, Pierre. Os usos sociais da ciência: por uma sociologia crítica do campo científico. São Paulo: Editora UNESP, 2003.). Sob esta lógica de busca pelo acúmulo de tais capitais existe o campo dos bolsistas de produtividade.
As bolsas de produtividade (BP), que outorgam status de excelência aos pesquisadores (PICININ et al., 2013PICININ, Claudia Tania et al. >Critérios gerais para a concessão de bolsa produtividade no Brasil: um estudo na Engenharia de Produção. Interciencia, >v. 38, n. 11, p. 785-792, 2013. Disponível em: https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=33929483005>. Acesso em: 17 fev. 2021.
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; WAINER; VIEIRA, 2013WAINER, Jacques; VIEIRA, Paula. Avaliação de bolsas de produtividade em pesquisa do CNPq e medidas bibliométricas: correlações para todas as grandes áreas. Perspectivas em ciência da informação, v. 18, n. 2, p. 60-78, abr./jun. 2013. DOI: https://doi.org/10.1590/S1413-99362013000200005
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; SACCO et al., 2016SACCO, Airi Macias et al. Perfil dos bolsistas de produtividade em pesquisa do CNPq atuantes em psicologia no triênio 2012-2014. Psicologia: Ciência e Profissão, v. 36, n. 2, p. 292-303, 2016. DOI: https://doi.org/10.1590/1982-3703002702015
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; KLEPA; PEDROSO, 2019KLEPA, Thaís Carolina; PEDROSO, Bruno. Análise da produção técnico-científica de bolsistas de produtividade do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) na área da Pediatria. Revista Einsten, v. 18, p. eAO5043, 2019. Disponível em: https://www.scielo.br/j/eins/a/WBRyd6LRz6RV9ZHsQmDsJLN/?lang=pt . Acesso em: 23 abr. 2022.
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), são concedidas nas modalidades de BP em pesquisa (PQ) e BP em desenvolvimento tecnológico e extensão inovadora (DT). Nestes moldes, dividem-se em categoria 1, cujos níveis são 1A, 1B, 1C e 1D, e categoria 2, que não apresenta divisão em níveis. Destaca-se ainda a modalidade sênior, direcionada a pesquisadores com renovações sucessivas de bolsa e notável destaque em sua área do conhecimento (CNPQ, 2015CNPq - CONSELHO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO. Bolsas individuais no país. RN-28/2015. 2015. Disponível em: http://www.cnpq.br/web/guest/view//journal_content/56_INSTANCE_0oED/10157/2958271. Acesso em: 03 jul. 2020.
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).
Para a obtenção de tais bolsas, os pesquisadores buscam comprovar seu mérito científico de acordo com os critérios estabelecidos pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) (CNPq, 2010CNPq - CONSELHO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO. Comitê de Assessoramento de Educação Física, Fonoaudiologia, Fisioterapia e Terapia Ocupacional. CAMS, 2010., 2013CNPq - CONSELHO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO. Chamada CNPq Nº 12/2013 - Bolsas de Produtividade em Pesquisa - PQ. 2013. Disponível em: http://memoria2.cnpq.br/web/guest/chamadas-publicas?p_p_id=resultadosportlet_WAR_resultadoscnpqportlet_INSTANCE_0ZaM&filtro=encerradas/. Acesso em: 27 nov. 2020.
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, 2017CNPq - CONSELHO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO. Chamada CNPq Nº 12/2017 - Bolsas de Produtividade em Pesquisa - PQ. 2017. Disponível em: https://pesquisapos.ufs.br/uploads/content_attach/path/20718/Chamada_CNPq_N___12_2017___Bolsas_de_Produtividade_em_Pesquisa.pdf. Acesso em: 27 nov. 2020.
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). A partir destas leis que regem o campo tem-se os embates entre os agentes que definem os pesquisadores que conquistarão ou não a BP.
Na área da Educação Física, os estudos acerca dos bolsistas de produtividade demonstraram que a produção destes pesquisadores ocorreu nos estratos mais elevados do Qualis e com JCR, refutaram o não cumprimento dos critérios de concessão de bolsa por parte deste grupo, e evidenciaram um perfil dominante dos bolsistas de produtividade composto por pesquisadores da região sul e sudeste, do sexo masculino e que pesquisam as temáticas fisiologia do exercício, atividade física e saúde e treinamento desportivo (PEDROSO et al., 2017PEDROSO, Bruno et al. Análise da produção técnico-científica dos bolsistas de produtividade do CNPq da área de Educação Física no triênio 2010-2012. Pensar a Prática, v. 20, n. 4, p. 719-733, out./dez. 2017. DOI: https://doi.org/10.5216/rpp.v20i4.42682
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; PINTO et al., 2021PINTO, Guilherme Moreira Caetano. Fonte-par-g--padr-o1Análise da produção técnico-científica de bolsistas de produtividade do CNPq na área do conhecimento de Educação Física entre 2010 e 2020.Fonte-par-g--padr-o1 2021. 278 f. Tese (Doutorado em Ciências Sociais Aplicadas) - Programa de Ciências Sociais Aplicadas, Universidade Estadual de Ponta Grossa, Ponta Grossa, 2021.).
No entanto, é importante identificar se, para além do perfil dominante, os indivíduos com BP se perpetuam dentro do campo. Ademais, torna-se interessante investigar o comportamento dos bolsistas de produtividade para manutenção do capital científico exigido pelo CNPq. A resolução de tais lacunas contribui para as discussões acerca dos critérios de concessão de bolsa, seu papel no comportamento do pesquisador para manutenção da bolsa e traz um panorama acerca da renovação do quadro de pesquisadores.
Neste sentido, o objetivo do presente estudo é analisar as concessões de bolsa e a produção científica dos bolsistas de produtividade do CNPq, na área de Educação Física, no período de 2010-2020, com base em avaliações realizadas nos períodos de 2010-2012, 2013-2016 e 2017-2020.
2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Para efetuar o levantamento dos pesquisadores com BP na área da Educação Física realizou-se uma consulta à página eletrônica do CNPq, na aba "Bolsas e auxílios vigentes". Tais consultas ocorreram em 2013 para o período 2010-2012, 2017 para 2013-2016 e 2021 para 2017-2020.
De posse do nome dos bolsistas de produtividade em cada período obteve-se seus respectivos currículos Lattes na Plataforma Lattes do CNPq e, posteriormente, levantou-se as informações lá disponibilizadas através de um software que contabiliza informações de maneira automática denominado scriptLattes v8.10 (MENA-CHALCO; CESAR JÚNIOR, 2009MENA-CHALCO, Jesús Pascual; CESAR JUNIOR, Roberto Marcondes. ScriptLattes: an open-source knowledge extraction system from the Lattes platform. Journal of the Brazilian Computer Society, v. 15, n. 4, p. 31-39, mar., 2009. DOI: https://doi.org/10.1007/BF03194511
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). Foram considerados os currículos de todos os pesquisadores com BP disponibilizados na página eletrônica do CNPq.
Nos três períodos analisados foram contabilizados os seguintes indicadores: Artigos em Periódicos, Artigos completos em congressos; Resumo, Coletâneas, Livros; Capítulos de livro; Produção Técnica, Orientações de Pós-Doutorado (Pós-Doc), Orientações de Doutorado; Orientações de Mestrado; Orientações de especialização lato sensu, Orientações de trabalhos de conclusão de curso de graduação (TCC); Orientações de iniciação científica.
No tocante aos artigos publicados em periódicos utilizou-se os indicadores Qualis e Journal Citation Reports (JCR) (sendo este não utilizado no período de 2010-2012), porém vigente de forma oficial em cada período de análise para mensurar a qualidade dos trabalhos. Nas análises acerca da produção científica, por categoria/nível de bolsa, os estratos do Qualis foram divididos da seguinte forma: os periódicos com classificação no Qualis A1 e A2 formaram o grupo 1; os periódicos de Qualis B1 e B2 compuseram o grupo 2; os periódicos de Qualis B3, B4 e B5 foram agrupados no Grupo 3; por fim, os periódicos de Qualis C ou não cadastrados (N/C) formaram o Grupo 4.
Para a análise dos dados foram empregados os seguintes testes: estatística descritiva; teste de Kolmogorov-Smirnov (n>30) e Shapiro-Wilk (n<30) para atestar a normalidade dos dados; tendo em vista dados não normais (p<0,05), foi efetuado o teste de Mann Whitney para comparações de médias de grupos distintos e Wilcoxon para as análises do grupo de bolsistas que manteve a bolsa de produtividade por todo o período analisado (Bolsistas 2010-2020); adicionalmente, a fim de identificar a razão de chances de um indivíduo perder a BP estando em uma rede de colaboração foi efetuada a fórmula de Odds Ratio. Tais análises foram alicerçadas em Dancey e Reidy (2006)DANCEY, Christine; REIDY, John. Estatística sem matemática para psicologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2006..
Para verificar a posição individual de cada bolsista de produtividade foi elaborado um ranqueamento da produção científica com base na publicação de artigos do Grupo 1. Esta opção ocorreu por não ter sido possível coletar dados de artigos com JCR no período de 2010-2012. No referido ranqueamento foram contabilizados os artigos de forma que a primeira colocação fosse ocupada pelo pesquisador com maior número de publicações e, a partir deste, fossem distribuídas as posições subsequentes. Não foi estabelecido um critério de desempate, e os pesquisadores empatados dividiram a colocação. A fim de não ferir a legislação vigente e manter o anonimato dos bolsistas de produtividade, o presente estudo adotou o termo "Pesquisador(a)" e mais um número de identificação definido através de sorteio.
Os cálculos estatísticos supracitados foram efetuados com auxílio do software o Statistical Package for the Social Sciences - IBM SPSS Statistics for Windows, versão 23.0.
3 RESULTADOS
Em todo o período de 2010-2020 houve concessão de BP a 139 pesquisadores diferentes, sendo 88 bolsistas em 2010-2012, 91 em 2013-2016 e, por fim, 95 entre 2017 e 2020. O único registro de bolsistas de produtividade DT ocorreu em 2017-2020, no qual dois pesquisadores foram contemplados.
Os artigos em periódico científico, critério para concessão de BP nos períodos de 2010-2012, 2013-2016 e 2017-2020 (CNPq, 2010, 2013, 2017), são o tipo de produção mais recorrente em bolsistas de produtividade no período de 2010-2020, como mostra a tabela 1.
Produção Científica de Bolsistas de Produtividade da área da Educação Física nos períodos 2010-2012, 2013-2016 e 2017-2020.
À exceção das produções técnicas, nos itens que não compõem um critério de concessão de bolsa, tais como Resumo, Capítulo de Livro, Artigo em Congresso, Resumo Expandido, Livro e Coletânea, houve certa estabilidade no número de publicações no período de 2010-2020.
Nos artigos publicados em periódicos, as menores frequências foram observadas no período de 2010-2012 (24,54). Posteriormente, em 2013-2016 (67,02) houve uma acentuada elevação e, em 2017-2020 (45,47), os valores reduziram em comparação a 2013-2016, mas permaneceram bastante superiores a 2010-2012.
A qualidade dos artigos também encontrou tendência de elevação. A tabela 2 apresenta o número de publicação de artigos por grupo Qualis e JCR de cada período investigado. É prudente mencionar que foi utilizado o Qualis oficial vigente em cada período analisado.
Artigos publicados em periódicos por grupo Qualis e JCR dos bolsistas de produtividade nos períodos 2010-2012, 2013-2016 e 2017-2020.
Os artigos do grupo 1 (A1 e A2) aumentaram constantemente sua frequência (2010-2012 - 13,96; 2013-2016 - 26,79; 2017-2020 - 27,23). Em medida semelhante, as publicações com JCR foram superiores em 2017-2020 (32,87) quando comparado a 2013-2016 (27,76 – aumento de 5,11). Por outro lado, os artigos dos grupos 2 (B1 e B2), 3 (B3, B4 e B5) e 4 (C e N/C) apresentaram as menores médias em 2010-2012, um aumento em 2013-2016 e uma queda em 2017-2020. Tais resultados indicam que a publicação de artigos nos estratos mais elevados do Qualis e com JCR se elevou ao longo do tempo, mesmo com certa estagnação na comparação entre 2013-2016 e 2017-2020.
A tabela 3 apresenta a comparação da publicação dos demais tipos de produção científica dos 48 bolsistas de produtividade que mantiveram a bolsa em todo o período 2010-2020. Os dados foram considerados não normais (p<0,05) e, portanto, utilizou-se o teste de Wilcoxon.
Comparação da publicação dos demais tipos de produção científica dos 48 bolsistas de produtividade por período
Nos itens Coletânea, Livro, Artigo em Congresso, Resumo Expandido e Produção Artística não houve retorno de diferença significativa entre os períodos (p>0,05). A publicação de capítulo de livro, resumo e produção técnica em 2017-2020 (Capítulo de livro - 2,35, Resumo – 12,50, Produção Técnica – 1,72) foi significativamente inferior a 2010-2012 (Capítulo de livro - 4,20, Resumo - 20,02, Produção Técnica – 9,60) e 2013-2016 (Capítulo de livro 4,95, Resumo – 21,52, Produção Técnica – 9,08) (p<0,05).
Tais resultados indicam que, com o passar do tempo, os 48 pesquisadores com BP por todo o período analisado reduziram o número de publicações não relacionadas aos critérios de concessão de bolsa. Neste sentido, reforça-se a evidência de que os pesquisadores alteram seu comportamento e ampliam as produções em itens que constam nos critérios de concessão de bolsa.
A tabela 4 apresenta a comparação da produção científica dos 48 bolsistas de produtividade com bolsa entre 2010-2020 (bolsistas 2010-2020) por período de análise conforme o Qualis vigente à época de cada recorte. Os dados foram considerados não normais (p<0,05) e, portanto, utilizou-se o teste de Wilcoxon.
Comparação da publicação de artigos conforme o Qualis dos 49 bolsistas de produtividade por período
Os artigos de estrato A1 apresentaram maior média de artigos publicados no período de 2013-2016 (14,33), seguido do período 2017-2020 (12,72) e 2010-2012 (6,85). O período de 2010-2012 (6,85) teve média significativamente inferior a 2013-2016 (14,33) e 2017-2020 (12,72). Nos artigos A2 as maiores médias foram em 2013-2016 (9,20), seguido de 2017-2020 (7,97) e 2010-2012 (5,83). Destaca-se que em 2010-2012 a média foi significativamente inferior aos demais períodos (p<0,05).
Quanto à renovação entre os bolsistas de produtividade ao longo do tempo, a tabela 5 apresenta a frequência de pesquisadores que ganharam ou perderam a bolsa ao longo do período 2010-2020.
Frequência de pesquisadores que subiram ou desceram de categoria/nível de bolsa de produtividade entre os períodos 2010-2012, 2013-2016 e 2017-2020.
Na comparação entre 2010-2012 para 2013-2016 evidencia-se que de 88 bolsistas em 2010-2012, 69 pesquisadores permaneceram com a BP para 2013-2016. Constata-se ainda que 19 pesquisadores perderam a bolsa e houve 22 novas concessões, resultando em um aumento no número de bolsistas de 88 para 91. Face a tais resultados, infere-se que 78,83% das bolsas distribuídas em 2013-2016 foram ocupadas por pesquisadores já bolsistas em 2010-2012, bem como 78,40% dos 88 pesquisadores com BP em 2010-2012 conseguiram sua manutenção.
Entre 2013-2016 para 2017-2020, 71,42 % dos pesquisadores mantiveram a BP (65). Além disso, foram concedidas 32 novas BP, resultando no aumento do número de bolsistas para 97 (95 PQ e 2 DT). Neste sentido, a renovação do quadro de bolsistas de produtividade entre os períodos de avaliação foi maior a partir de 2017-2020.
A tabela 6, a fim de verificar se a produção científica dos pesquisadores que ganharam BP em 2013-2016 (GB 2013-2016), com base na produção de 2013-2016, é superior à dos bolsistas que perderam a bolsa em 2013-2016 (PB 2013-2016), com base em sua produção em 2010-2012, apresenta o teste de Mann Whitney (dados não normais – p<0,05).
Comparação da publicação de artigos dos bolsistas que ganharam e perderam bolsa em 2013-2016
A publicação de artigos A1 e A2 dos pesquisadores GB 2013-2016 (A1 = 12,81, A2 = 7,13) foi significativamente superior à dos bolsistas PB 2013-2016 (A1 = 3,26, A2 = 2,89) (p<0,05). Tal cenário se replicou em artigos B3 (GB – 2,45 e GP – 0,52) e B4 (GB = 2,22 e PB = 0,42) (p<0,05). Em artigos não classificados no Qualis, os bolsistas PB 2013-2016 (6,10) obtiveram média significativamente superior aos bolsistas GB 2013-2016 (3,00). Ainda assim, considerando artigos de estrato A1 e A2, há evidências de que os bolsistas que ganharam a BP, com base na produção de 2013-2016, apresentaram uma publicação de artigos de superior aos bolsistas que perderam a bolsa.
A tabela 7, a fim de verificar se a produção científica dos pesquisadores que ganharam a BP em 2017-2020 (GB 2017-2020), com base na produção de 2017-2020, é superior à dos bolsistas que perderam a bolsa em 2017-2020 (PB 2017-2020), com base na produção de 2013-2016, apresenta o teste de Mann Whitney (dados não normais – p<0,05).
Comparação da publicação de artigos dos bolsistas que ganharam e perderam bolsa em 2017-2020.
As médias dos bolsistas GB 2017-2020 foram significativamente superior aos PB 2017-2020 nos artigos A1 (GB – 18,74, PB – 8,51) e JCR (GB - 33,64, PB – 17,38) (p<0,05). O cenário se replicou em artigos não classificados no Qualis (GB 5,67 e PB 3,14) (p<0,05). Em artigos B4, o grupo PB 2017-2020 (2,70) apresentou média significativamente superior aos bolsistas GB 2017-2020 (0,64) (p<0,05). Nos demais casos não houve diferença significativa (p>0,05).
O quadro 1 apresenta o ranqueamento, com base na produção científica de artigos do grupo 1 (A1 e A2), dos pesquisadores que perderam BP em 2013-2016.
Ranqueamento da produção científica dos bolsistas de produtividade que perderam BP 2013-2016 com base na produção de artigos do grupo 1 (A1 e A2)
Verifica-se que 19 pesquisadores perderam bolsa em 2013-2016. Destes, oito estavam entre os 20 menos produtivos no grupo de bolsistas. O quadro 2 apresenta o ranqueamento, com base na produção científica de artigos do grupo 1 (A1 e A2), dos pesquisadores que perderam BP em 2017-2020.
Ranqueamento da produção científica dos bolsistas de produtividade que perderam BP em 2017-2020 com base na produção de artigos do grupo 1 (A1 e A2) em 2013-2016
Dos 26 pesquisadores que perderam bolsa em 2017-2020 comparado a 2013-2016, 11 estavam entre os 20 menos produtivos e 21 estavam entre a metade menos produtiva (entre a posição 46 e 91).
Ao todo, considerando todo o período 2010-2020 com base nos três momentos de análise (2010-2012, 2013-2016, 2017-2020), identificaram-se 45 casos em que o bolsista figurou em uma listagem de bolsa e, posteriormente, deixou de constar na lista subsequente. Destes, em 15 casos a perda parece ter sido pela produção científica, em oito por aposentadoria e em quatro por licenças para pós-doutorado internacional.
Quanto aos 26 pesquisadores que perderam a BP para o período de 2017-2020 verifica-se ainda, alicerçado nos resultados de Pinto (2021)PINTO, Guilherme Moreira Caetano. Fonte-par-g--padr-o1Análise da produção técnico-científica de bolsistas de produtividade do CNPq na área do conhecimento de Educação Física entre 2010 e 2020.Fonte-par-g--padr-o1 2021. 278 f. Tese (Doutorado em Ciências Sociais Aplicadas) - Programa de Ciências Sociais Aplicadas, Universidade Estadual de Ponta Grossa, Ponta Grossa, 2021. acerca da composição das redes de colaboração, que oito pesquisadores não estavam em uma rede, sendo eles: Pesquisador(a) 8, Pesquisador(a) 13, Pesquisador(a) 30, Pesquisador(a) 55, Pesquisador(a) 70, Pesquisador(a) 108, Pesquisador(a) 127, Pesquisador(a) 129. Logo, apenas três pesquisadores sem uma rede conseguiram manter a BP. Diante disto, infere-se que a chance do pesquisador sem rede perder a bolsa é 12,44 vezes maior que a de um bolsista que se encontra em uma rede de colaboração.
Quando se compara o período de 2010-2020, verifica-se que 139 pesquisadores diferentes obtiveram BP. Destes, 48 (35,25%) mantiveram a bolsa por todo o período analisado. Ademais, dos 88 bolsistas em 2010-2012, 55,68% conseguiram manter a bolsa nos outros dois períodos de avaliação. Há, portanto, uma renovação parcial e gradativa no quadro de bolsistas de produtividade.
4 DISCUSSÃO
Os bolsistas de produtividade da área da Educação Física publicaram mais artigos em periódicos em todas as mensurações no período de 2010 a 2020 (tabelas 1 e 4). Este cenário se replica em outras áreas do conhecimento, tais como a Engenharia da Produção (período 2007-2009), Hematologia/Oncologia (período 2006-2008), Psicologia (período 2014), Saúde coletiva (período 2004-2006 e período 2000-2002), Pediatria (2013-2016), Medicina (período 2005-2007) e Geociências (período 2013) (BARATA; GOLDBAUM, 2003BARATA, Rita Barradas; GOLDBAUM, Moisés. Perfil dos pesquisadores com bolsa de produtividade em pesquisa do CNPq da área de saúde coletiva. Caderno de Saúde Pública, v. 19, n. 6, p. 1863-1876, 2003. DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-311X2003000600031
https://doi.org/10.1590/S0102-311X200300...
; SANTOS et al., 2009SANTOS, Suelleng Maria Cunha et al. Perfil dos pesquisadores da saúde coletiva no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Physis: Revista de Saúde Coletiva, v. 19, n. 3, p. 761-775, 2009. DOI: https://doi.org/10.1590/S0103-73312009000300012
https://doi.org/10.1590/S0103-7331200900...
; MENDES et al., 2010MENDES, Patrícia Helena Costa et al. Perfil dos pesquisadores bolsistas de produtividade científica em medicina no CNPq, Brasil. Revista Brasileira de Educação Médica, v. 34, n. 4, p. 535-541, 2010. DOI: https://doi.org/10.1590/S0100-55022010000400008
https://doi.org/10.1590/S0100-5502201000...
; SANTOS; CÂNDIDO; KUPPENS, 2010SANTOS, Natasha Carvalho Ferreira; CÂNDIDO, Lucilene Faustina de Oliveira; KUPPENS, Cristiano Lima. Produtividade em pesquisa do CNPq: análise do perfil dos pesquisadores da Química. Química Nova, v. 33, n. 2, p. 489-495, 2010. DOI: https://doi.org/10.1590/S0100-40422010000200044
https://doi.org/10.1590/S0100-4042201000...
; OLIVEIRA et al., 2014OLIVEIRA, Eduardo et al. Perfil e produção científica dos pesquisadores CNPq nas áreas de Nefrologia e Urologia. Brazilian Journal of Nephrology, v. 33, n. 1, p. 31-37, 2014. DOI: https://doi.org/10.1590/S0101-28002011000100004
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; PICININ et al., 2015PICININ, Claudia Tania et al. Analysis of the technical-scientific production of scholars grants CNPQ on production engineering in Brazil: an assessment of year 2007-2009. International Association for Management of Technology, v. 24, p. 1795-1809, 2015.; DIAS; MOITA, 2018DIAS, Thiago Magela Rodrigues; MOITA, Gray Farias. Um retrato da produção científica brasileira baseado em dados da plataforma Lattes. Brazilian Journal of Information Studies: Research Trends, v. 12, n. 4, p. 62-74, 2018. DOI: https://doi.org/10.36311/1981-1640.2018.v12n4.08.p62
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; KLEPA; PEDROSO, 2019KLEPA, Thaís Carolina; PEDROSO, Bruno. Análise da produção técnico-científica de bolsistas de produtividade do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) na área da Pediatria. Revista Einsten, v. 18, p. eAO5043, 2019. Disponível em: https://www.scielo.br/j/eins/a/WBRyd6LRz6RV9ZHsQmDsJLN/?lang=pt . Acesso em: 23 abr. 2022.
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).
Para a área da sociologia, cuja publicação de livros e capítulos de livro é considerada nas métricas (CNPq, 2017CNPq - CONSELHO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO. Chamada CNPq Nº 12/2017 - Bolsas de Produtividade em Pesquisa - PQ. 2017. Disponível em: https://pesquisapos.ufs.br/uploads/content_attach/path/20718/Chamada_CNPq_N___12_2017___Bolsas_de_Produtividade_em_Pesquisa.pdf. Acesso em: 27 nov. 2020.
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), houve um maior número de publicação neste formato por parte de seus bolsistas de produtividade (CAFÉ et al., 2011CAFÉ, Anderson et al. A elite acadêmica da sociologia no Brasil e sua produção científica. Informação e Informação, v. 16, n. 3, p. 19-39, 2011. DOI: https://doi.org/10.5433/1981-8920.2011v16n3p19
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; CARVALHO et al., 2013CARVALHO, Kátia et al. Aspectos gerenciais da política científica brasileira: um olhar sobre a produção científica do campo da sociologia face aos critérios de avaliação do CNPq e da CAPES. Em Questão, v. 19, n. 1, p. 187-212, 2013. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/EmQuestao/article/view/36908. Acesso em: 14 set. 2020.
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). Logo, parece que os pesquisadores adaptam seu comportamento aos critérios de concessão de BP, atingindo metas de publicação impostas pela concessão de bolsa e priorizando os itens relevantes no processo de seleção (GUTIERREZ, 2005GUTIERREZ, Gustavo Luis. Alianças e grupos de referência na produção do conhecimento. Campinas: Autores Associados, 2005.; PEDROSO et al., 2017PEDROSO, Bruno et al. Análise da produção técnico-científica dos bolsistas de produtividade do CNPq da área de Educação Física no triênio 2010-2012. Pensar a Prática, v. 20, n. 4, p. 719-733, out./dez. 2017. DOI: https://doi.org/10.5216/rpp.v20i4.42682
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; PINTO et al., 2021PINTO, Guilherme Moreira Caetano. Fonte-par-g--padr-o1Análise da produção técnico-científica de bolsistas de produtividade do CNPq na área do conhecimento de Educação Física entre 2010 e 2020.Fonte-par-g--padr-o1 2021. 278 f. Tese (Doutorado em Ciências Sociais Aplicadas) - Programa de Ciências Sociais Aplicadas, Universidade Estadual de Ponta Grossa, Ponta Grossa, 2021.).
Por outro lado, os critérios de concessão de bolsa, ao não considerar outros tipos de publicação na área Educação Física (CNPq, 2010CNPq - CONSELHO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO. Comitê de Assessoramento de Educação Física, Fonoaudiologia, Fisioterapia e Terapia Ocupacional. CAMS, 2010., 2013CNPq - CONSELHO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO. Chamada CNPq Nº 12/2013 - Bolsas de Produtividade em Pesquisa - PQ. 2013. Disponível em: http://memoria2.cnpq.br/web/guest/chamadas-publicas?p_p_id=resultadosportlet_WAR_resultadoscnpqportlet_INSTANCE_0ZaM&filtro=encerradas/. Acesso em: 27 nov. 2020.
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, 2017CNPq - CONSELHO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO. Chamada CNPq Nº 12/2017 - Bolsas de Produtividade em Pesquisa - PQ. 2017. Disponível em: https://pesquisapos.ufs.br/uploads/content_attach/path/20718/Chamada_CNPq_N___12_2017___Bolsas_de_Produtividade_em_Pesquisa.pdf. Acesso em: 27 nov. 2020.
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), afastam do processo pesquisadores de algumas temáticas. Para além das pesquisas na subárea da biodinâmica, há muitos trabalhos de cunho sociocultural e pedagógico (DAÓLIO, 2007DAÓLIO, Jocimar. O ser e o tempo da pesquisa sociocultural em Educação Física. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v. 29, n. 1, p. 49-60, set. 2007. Disponível em: http://www.revista.cbce.org.br/index.php/RBCE/article/view/9/15. Acesso em: 5 set. 2023.
http://www.revista.cbce.org.br/index.php...
; VITOR-COSTA; MAIA DA SILVA; SORIANO, 2012VITOR-COSTA, Marcelo; MAIA DA SILVA, Priscila; SORIANO, Jeane Barcelos. A avaliação da produtividade em pesquisa na Educação Física: reflexões sobre algumas limitações dos indicadores bibliométricos. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, v. 26, n. 4, p. 581-597, out./dez. 2012. DOI: https://doi.org/10.1590/S1807-55092012000400005
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; CORREA; CORREA; RIGO, 2019CORRÊA, Marluce Raquel Decian; CORRÊA, Leandro Quadros; RIGO, Luiz Carlos. A pós-graduação na educação física brasileira: condições e possibilidades das subáreas sociocultural e pedagógica. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v. 41, n. 4, p. 359-366, out./dez. 2019. DOI: https://doi.org/10.1016/j.rbce.2018.03.009
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). Em cada subárea, a produção do conhecimento e o tipo de publicação escolhido para divulgação dos resultados é distinto (DAÓLIO, 2007DAÓLIO, Jocimar. O ser e o tempo da pesquisa sociocultural em Educação Física. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v. 29, n. 1, p. 49-60, set. 2007. Disponível em: http://www.revista.cbce.org.br/index.php/RBCE/article/view/9/15. Acesso em: 5 set. 2023.
http://www.revista.cbce.org.br/index.php...
; CAFÉ et al., 2011; CARVALHO et al., 2013CARVALHO, Kátia et al. Aspectos gerenciais da política científica brasileira: um olhar sobre a produção científica do campo da sociologia face aos critérios de avaliação do CNPq e da CAPES. Em Questão, v. 19, n. 1, p. 187-212, 2013. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/EmQuestao/article/view/36908. Acesso em: 14 set. 2020.
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). Sendo assim, considerar apenas a publicação de artigos, mais comuns a pesquisadores da biodinâmica, tende a reduzir as possibilidades de acesso à bolsa daqueles que publicam seus resultados através de livros e capítulos, inerentes às ciências humanas e sociais (DAÓLIO, 2007DAÓLIO, Jocimar. O ser e o tempo da pesquisa sociocultural em Educação Física. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v. 29, n. 1, p. 49-60, set. 2007. Disponível em: http://www.revista.cbce.org.br/index.php/RBCE/article/view/9/15. Acesso em: 5 set. 2023.
http://www.revista.cbce.org.br/index.php...
).
Neste sentido, os próprios critérios de concessão de bolsa, à luz de suas exigências, desconsideram a pluralidade da área da Educação Física, pois não contemplam as características de suas diversas subáreas. Este desequilíbrio gera críticas, pois as métricas de avaliação impostas por agências de fomento e avaliação classificam como “improdutivo” o docente que desenvolve outras atividades ou publicam o resultado de suas pesquisas em formatos distintos aos artigos científicos em periódicos (COSTA; BARBOSA FILHO, 2021COSTA, Luciana Ferreira; BARBOSA FILHO, Edilson Teixeira. O produtivismo acadêmico na Pós-Graduação stricto sensu em Ciência da Informação no Brasil. Ciência da Informação em Revista, v. 8, n. 1, p. 165-190, abr. 2021. DOI: https://doi.org/10.28998/cirev.2021v8n1j
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).
Destaca-se que as exigências de publicação se elevaram ao longo do tempo. Nos níveis 1A, 1B e 1C o número mínimo passou de 20 (mínimo 10 como autor principal e cinco na ISI ou MEDLINE) trabalhos em periódicos indexados nas bases ERIC, LILACS, EMBASE ou SciELO para 20 trabalhos com indexação mínima Scielo (Sendo 15 na base ISI e como autor principal). No nível 1D a exigência subiu de 20 trabalhos nas bases ERIC, LILACS ou EMBASE (mínimo cinco base Scielo e 10 como autor principal) para 15 trabalhos minimamente na Scielo (sendo 8 como autor principal/indexados base ISI). Por fim, na categoria 2, o número mínimo de cinco trabalhos se manteve, mas a exigência aumentou em relação às bases de dados, que passou a exigir mínimo de três artigos na ISI (CNPq, 2010CNPq - CONSELHO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO. Comitê de Assessoramento de Educação Física, Fonoaudiologia, Fisioterapia e Terapia Ocupacional. CAMS, 2010., 2013CNPq - CONSELHO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO. Chamada CNPq Nº 12/2013 - Bolsas de Produtividade em Pesquisa - PQ. 2013. Disponível em: http://memoria2.cnpq.br/web/guest/chamadas-publicas?p_p_id=resultadosportlet_WAR_resultadoscnpqportlet_INSTANCE_0ZaM&filtro=encerradas/. Acesso em: 27 nov. 2020.
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, 2017CNPq - CONSELHO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO. Chamada CNPq Nº 12/2017 - Bolsas de Produtividade em Pesquisa - PQ. 2017. Disponível em: https://pesquisapos.ufs.br/uploads/content_attach/path/20718/Chamada_CNPq_N___12_2017___Bolsas_de_Produtividade_em_Pesquisa.pdf. Acesso em: 27 nov. 2020.
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).
A elevação no número de artigos publicados ao longo dos anos (tabelas 2 e 5), demonstrado também por Tani, Drews e Corrêa (2020)TANI, Go; DREWS, Ricardo; CORRÊA, Umberto Cesar. Tendências da produção científica dos bolsistas de produtividade em pesquisa do CNPq da área de Educação Física. Fonte-par-g--padr-o1MovimentoFonte-par-g--padr-o1, v. 26, n. 26088, p.e26088, 2020. DOI: https://doi.org/10.22456/1982-8918.105434
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, bem como o crescimento nas publicações de artigos de qualis A1, A2 e com JCR acompanha o cenário dos critérios de concessão de BP supracitado.
Observa-se então que os pesquisadores inseridos dentro do campo de bolsistas de produtividade são incentivados a elevar sua produção, especialmente em artigos de estrato mais elevado no Qualis (A1 e A2) e com JCR. A BP, por seu efeito de recompensa, também é um fator de motivação para que o indivíduo publique. Além disso, por ser um troféu que atesta a qualidade do pesquisador, também é vista como uma conquista (TANI; DREWS; CORRÊA, 2020TANI, Go; DREWS, Ricardo; CORRÊA, Umberto Cesar. Tendências da produção científica dos bolsistas de produtividade em pesquisa do CNPq da área de Educação Física. Fonte-par-g--padr-o1MovimentoFonte-par-g--padr-o1, v. 26, n. 26088, p.e26088, 2020. DOI: https://doi.org/10.22456/1982-8918.105434
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). Por não haver bolsa para todos os pesquisadores há uma competição, que precisa ser salutar, entre os pares (TANI; DREWS; CORRÊA, 2020TANI, Go; DREWS, Ricardo; CORRÊA, Umberto Cesar. Tendências da produção científica dos bolsistas de produtividade em pesquisa do CNPq da área de Educação Física. Fonte-par-g--padr-o1MovimentoFonte-par-g--padr-o1, v. 26, n. 26088, p.e26088, 2020. DOI: https://doi.org/10.22456/1982-8918.105434
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). Todavia, isto torna-se utópico caso a Educação Física não considere as nuances de suas subáreas distintas.
Há uma renovação gradativa entre os pesquisadores com BP (tabela 5). Naturalmente, os pesquisadores que são contemplados com bolsa têm publicações de artigos de qualis A1, A2 e com JCR significativamente superior àqueles ex-detentores desta e que deixaram de ser contemplados com a bolsa (tabelas 6 e 7). Logo, a disputa pelo troféu do campo parece ter contribuído para o aumento da produção científica do grupo de BP, ainda que outros fatores também tenham contribuído para essa renovação, tais como as aposentadorias, licenças para pós-doutorado e mobilidade permanente para instituições de ensino ou centros de pesquisa no exterior (quadros 1 e 2).
No entanto, dentre o perfil de bolsistas de produtividade há um domínio de pesquisadores do sexo masculino, vinculados a instituições de ensino superior da região sul e sudeste que pesquisam a temática fisiologia do exercício, atividade física e saúde e treinamento desportivo (PEDROSO et al., 2017PEDROSO, Bruno et al. Análise da produção técnico-científica dos bolsistas de produtividade do CNPq da área de Educação Física no triênio 2010-2012. Pensar a Prática, v. 20, n. 4, p. 719-733, out./dez. 2017. DOI: https://doi.org/10.5216/rpp.v20i4.42682
https://doi.org/10.5216/rpp.v20i4.42682...
; PINTO et al., 2021PINTO, Guilherme Moreira Caetano. Fonte-par-g--padr-o1Análise da produção técnico-científica de bolsistas de produtividade do CNPq na área do conhecimento de Educação Física entre 2010 e 2020.Fonte-par-g--padr-o1 2021. 278 f. Tese (Doutorado em Ciências Sociais Aplicadas) - Programa de Ciências Sociais Aplicadas, Universidade Estadual de Ponta Grossa, Ponta Grossa, 2021.).
Logo, mesmo os resultados do presente estudo (tabelas 5, 6 e 7, quadros 1 e 2) demonstrando uma renovação nos pesquisadores com BP, o perfil dos bolsistas não tem se alterado ao longo do tempo (PINTO et al., 2021PINTO, Guilherme Moreira Caetano. Fonte-par-g--padr-o1Análise da produção técnico-científica de bolsistas de produtividade do CNPq na área do conhecimento de Educação Física entre 2010 e 2020.Fonte-par-g--padr-o1 2021. 278 f. Tese (Doutorado em Ciências Sociais Aplicadas) - Programa de Ciências Sociais Aplicadas, Universidade Estadual de Ponta Grossa, Ponta Grossa, 2021.). Isto indica que o indivíduo fora do perfil dominante tem dificuldade para ingressar no campo.
Este panorama não se altera por um conjunto de fatores relacionados com a organização da área 21, que contemplam os programas de pós-graduação em Educação Física junto com fisioterapia, fonoaudiologia e terapia ocupacional, influenciadas pela perspectiva biologicista (CORREA; CORREA; RIGO, 2019CORRÊA, Marluce Raquel Decian; CORRÊA, Leandro Quadros; RIGO, Luiz Carlos. A pós-graduação na educação física brasileira: condições e possibilidades das subáreas sociocultural e pedagógica. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v. 41, n. 4, p. 359-366, out./dez. 2019. DOI: https://doi.org/10.1016/j.rbce.2018.03.009
https://doi.org/10.1016/j.rbce.2018.03.0...
; VARGAS; NEIRA, 2019VARGAS, Cláudio Pellini; NEIRA, Marcos Garcia. A Educação Física brasileira por entre distintas epistemologias e o entrave da área 21. Práxis Educativa, v. 14, n. 3, p. 813-914, set./dez. 2019. DOI: https://doi.org/10.5212/PraxEduc.v.14n3.005
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). Neste sentido, os critérios de avaliação da área 21 são oriundos do campo das ciências biológicas e da saúde, não considerando as singularidades das ciências sociais e humanas. Outrossim, dentro dos programas de pós-graduação nos quais estão inseridos os bolsistas de produtividade, há um predomínio de pesquisadores lotados na biodinâmica (71,78%) em comparação a sociocultural (24,77%) e pedagógica (3,45%), indicando um crescimento desigual entre as subáreas (CORREA; CORREA; RIGO, 2019CORRÊA, Marluce Raquel Decian; CORRÊA, Leandro Quadros; RIGO, Luiz Carlos. A pós-graduação na educação física brasileira: condições e possibilidades das subáreas sociocultural e pedagógica. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v. 41, n. 4, p. 359-366, out./dez. 2019. DOI: https://doi.org/10.1016/j.rbce.2018.03.009
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)
Além disso, a concentração de periódicos da área biodinâmica nos estratos mais elevados do Qualis (A1, A2 e B1) é superior a 90%. Portanto, o número de periódicos que aceitam pesquisas nas áreas sociocultural e pedagógica são significativamente inferiores, pois a avaliação considera a produção científica dos docentes credenciados na pós-graduação que, como visto, são majoritariamente das ciências biológicas e da saúde na área 21 (CORREA; CORREA; RIGO, 2019CORRÊA, Marluce Raquel Decian; CORRÊA, Leandro Quadros; RIGO, Luiz Carlos. A pós-graduação na educação física brasileira: condições e possibilidades das subáreas sociocultural e pedagógica. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v. 41, n. 4, p. 359-366, out./dez. 2019. DOI: https://doi.org/10.1016/j.rbce.2018.03.009
https://doi.org/10.1016/j.rbce.2018.03.0...
; VARGAS; NEIRA, 2019VARGAS, Cláudio Pellini; NEIRA, Marcos Garcia. A Educação Física brasileira por entre distintas epistemologias e o entrave da área 21. Práxis Educativa, v. 14, n. 3, p. 813-914, set./dez. 2019. DOI: https://doi.org/10.5212/PraxEduc.v.14n3.005
https://doi.org/10.5212/PraxEduc.v.14n3....
). A consequência deste cenário é o êxodo de vários pesquisadores com temáticas de estudo das ciências sociais e humanas para programas de pós-graduação de outras áreas, face à dificuldade em publicar artigos em periódicos nos estratos superiores do Qualis (SILVA; SACARDO; SOUZA, 2014SILVA, Régis Henrique dos Reis; SACARDO, Michele Silva; SOUZA, Wilson Luis. Dilemas da política científica da Educação Física brasileira em tempos de produtivismo acadêmico. Movimento, v. 20, n. 4, p. 1563-1585, out./dez. 2014. DOI: https://doi.org/10.22456/1982-8918.43145
https://doi.org/10.22456/1982-8918.43145...
; VARGAS; NEIRA, 2019VARGAS, Cláudio Pellini; NEIRA, Marcos Garcia. A Educação Física brasileira por entre distintas epistemologias e o entrave da área 21. Práxis Educativa, v. 14, n. 3, p. 813-914, set./dez. 2019. DOI: https://doi.org/10.5212/PraxEduc.v.14n3.005
https://doi.org/10.5212/PraxEduc.v.14n3....
).
A utilização do JCR para indicar os periódicos de estrato mais elevado no Qualis, por desencadear uma corrida para a publicação de artigos com fator de impacto, também é criticada. Enquanto métrica, argumenta-se que este pode ser manipulável, gera dependência de artigos em língua inglesa e reduz a valorização de periódicos nacionais indexados em bases de dados, bem como está relacionado a um mercantilismo acadêmico e distorce o comportamento de pesquisadores. Isto acarreta problemas de autocitação, troca de citações, inserção de diversos autores dentro dos artigos e incorporação sem critério de referências do periódico no trabalho (RODRIGUES, 2011RODRIGUES, Luiz Oswaldo Carneiro. Publicar mais, ou melhor? O tamanduá olímpico. Psicologia (USP), v. 22, n. 2, p. 457-472, jun. 2011. DOI: https://doi.org/10.1590/S0103-65642011005000014
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; ANTUNES; 2015ANTUNES, Alberto Azoubel. Como avaliar produção científica. Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, v. 42, n. 1, p. 17-19, 2015. DOI: https://doi.org/10.1590/0100-69912015S01006
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; CORREA; CORREA; RIGO, 2019CORRÊA, Marluce Raquel Decian; CORRÊA, Leandro Quadros; RIGO, Luiz Carlos. A pós-graduação na educação física brasileira: condições e possibilidades das subáreas sociocultural e pedagógica. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v. 41, n. 4, p. 359-366, out./dez. 2019. DOI: https://doi.org/10.1016/j.rbce.2018.03.009
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).
A literatura reporta, ainda, que o fator de impacto sofre influência de fatores sociológicos e estatísticos, tais como a temática da revista, o tipo da revista, o número médio de autores e o tempo de citação (ANTUNES, 2015ANTUNES, Alberto Azoubel. Como avaliar produção científica. Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, v. 42, n. 1, p. 17-19, 2015. DOI: https://doi.org/10.1590/0100-69912015S01006
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). Neste sentido, a configuração do Qualis reduz a possibilidade de expansão da subárea sociocultural e pedagógica (CORREA; CORREA; RIGO, 2019CORRÊA, Marluce Raquel Decian; CORRÊA, Leandro Quadros; RIGO, Luiz Carlos. A pós-graduação na educação física brasileira: condições e possibilidades das subáreas sociocultural e pedagógica. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v. 41, n. 4, p. 359-366, out./dez. 2019. DOI: https://doi.org/10.1016/j.rbce.2018.03.009
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).
Outro ponto que dificulta a inserção de pesquisadores de outras áreas é a diversidade de pesquisas e métodos dentro da área da Educação Física. As pesquisas na área de humanidades são caracterizadas pela lentidão na construção do objeto e de seus procedimentos metodológicos, pois dependem da relação dinâmica com o pesquisador e estão suscetíveis a atrasos no acesso à informação. Por sua vez, os procedimentos metodológicos tornam-se mais interpretativos e subjetivos, o que leva a pesquisas caracterizadas pela singularidade do autor (DAOLIO, 2007DAÓLIO, Jocimar. O ser e o tempo da pesquisa sociocultural em Educação Física. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v. 29, n. 1, p. 49-60, set. 2007. Disponível em: http://www.revista.cbce.org.br/index.php/RBCE/article/view/9/15. Acesso em: 5 set. 2023.
http://www.revista.cbce.org.br/index.php...
).
Destaca-se ainda que segundo Bourdieu (2003)BOURDIEU, Pierre. Os usos sociais da ciência: por uma sociologia crítica do campo científico. São Paulo: Editora UNESP, 2003., quem já está inserido no campo tem o domínio das leis imanentes e não escritas que vigoram no funcionamento do campo científico. Além disto, o acúmulo de capital também se eleva pois o pesquisador passa a ocupar posições de maior prestígio dentro da estrutura, bem como ter maior reconhecimento em relação aos seus pares (VICTOR, 2014VICTOR, Andrea Dias. Desigualdade e estratificação social: um estudo sobre o efeito Mateus a partir da Bolsa de Produtividade em Pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico para o campo da sociologia (2002/2012). 2014. 335 f. Tese (Doutorado em Sociologia) – Programa de Pós- Graduação em Sociologia, Universidade de Brasília, Brasília, 2014.; GO TANI; DREWS; CORRÊA, 2020; PINTO et al., 2021PINTO, Guilherme Moreira Caetano. Fonte-par-g--padr-o1Análise da produção técnico-científica de bolsistas de produtividade do CNPq na área do conhecimento de Educação Física entre 2010 e 2020.Fonte-par-g--padr-o1 2021. 278 f. Tese (Doutorado em Ciências Sociais Aplicadas) - Programa de Ciências Sociais Aplicadas, Universidade Estadual de Ponta Grossa, Ponta Grossa, 2021.).
Basta mencionar, por exemplo, que de acordo com a RN-002/2015 na escolha dos comitês de assessoramento (CAs), o CNPq dá preferência a bolsistas de produtividade da categoria 1. Já as comissões da Capes são ocupadas majoritariamente por pesquisadores da área da biodinâmica (VARGAS; NEIRA, 2019VARGAS, Cláudio Pellini; NEIRA, Marcos Garcia. A Educação Física brasileira por entre distintas epistemologias e o entrave da área 21. Práxis Educativa, v. 14, n. 3, p. 813-914, set./dez. 2019. DOI: https://doi.org/10.5212/PraxEduc.v.14n3.005
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). Estes, portanto, ocupam os cargos decisórios e têm papel de destaque, com o capital acumulado maior neste grupo em comparação a outros. Isto tende a gerar uma maior facilidade na manutenção da BP.
Ademais, conforme prevê Victor (2014)VICTOR, Andrea Dias. Desigualdade e estratificação social: um estudo sobre o efeito Mateus a partir da Bolsa de Produtividade em Pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico para o campo da sociologia (2002/2012). 2014. 335 f. Tese (Doutorado em Sociologia) – Programa de Pós- Graduação em Sociologia, Universidade de Brasília, Brasília, 2014., os pesquisadores ao conquistarem as BP tendem a obter também outros recursos e verbas. A autora discute o “Efeito Mateus”, que ancorado em Merton indica que “a notoriedade e o reconhecimento tendem a atrair mais notoriedade e mais reconhecimento e em alguns casos esse reforço independe do desempenho dos cientistas nos momentos de avaliação” (VICTOR, 2014VICTOR, Andrea Dias. Desigualdade e estratificação social: um estudo sobre o efeito Mateus a partir da Bolsa de Produtividade em Pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico para o campo da sociologia (2002/2012). 2014. 335 f. Tese (Doutorado em Sociologia) – Programa de Pós- Graduação em Sociologia, Universidade de Brasília, Brasília, 2014., p. 7).
Logo, sendo a maioria dos bolsistas de uma área específica, é possível que os laboratórios para pesquisas destas temáticas e regiões estejam mais equipados, com grupos de pesquisa cada vez mais fortes. Não obstante, face ao status atingido pela própria temática, é provável que as pesquisas tenham mais visibilidade, bem como sejam mais aceitas nos periódicos de estrato mais elevado, aproximando os pesquisadores da área de atingir os critérios.
Se a perspectiva do incentivo à produção científica exposta por Wainer e Vieira (2013)WAINER, Jacques; VIEIRA, Paula. Avaliação de bolsas de produtividade em pesquisa do CNPq e medidas bibliométricas: correlações para todas as grandes áreas. Perspectivas em ciência da informação, v. 18, n. 2, p. 60-78, abr./jun. 2013. DOI: https://doi.org/10.1590/S1413-99362013000200005
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for o real objetivo da BP, a ênfase no desenvolvimento científico da área exige uma busca por alterações com objetivo de inserir no campo pesquisadores de outro perfil. Isto, em um primeiro momento, pode reduzir a produção científica global do grupo de bolsistas de produtividade. No entanto, contemplar pesquisadores de outras temáticas em proporção semelhante permite o seu desenvolvimento para que, no futuro, os níveis de produção de artigos de alto impacto possam ser semelhantes.
Cabe destacar também o perigo das estratégias para o indivíduo se manter produtivo. Reforçando os achados de Go Tani, Drews e Corrêa (2020)TANI, Go; DREWS, Ricardo; CORRÊA, Umberto Cesar. Tendências da produção científica dos bolsistas de produtividade em pesquisa do CNPq da área de Educação Física. Fonte-par-g--padr-o1MovimentoFonte-par-g--padr-o1, v. 26, n. 26088, p.e26088, 2020. DOI: https://doi.org/10.22456/1982-8918.105434
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, os resultados do presente estudo (Quadro 1 e 2) e Pinto (2021)PINTO, Guilherme Moreira Caetano. Fonte-par-g--padr-o1Análise da produção técnico-científica de bolsistas de produtividade do CNPq na área do conhecimento de Educação Física entre 2010 e 2020.Fonte-par-g--padr-o1 2021. 278 f. Tese (Doutorado em Ciências Sociais Aplicadas) - Programa de Ciências Sociais Aplicadas, Universidade Estadual de Ponta Grossa, Ponta Grossa, 2021. indicam que dificilmente o pesquisador mantém a BP se não estiver inserido em uma rede de colaboração.
O panorama supracitado corrobora com o exposto nos estudos de Pinto (2021)PINTO, Guilherme Moreira Caetano. Fonte-par-g--padr-o1Análise da produção técnico-científica de bolsistas de produtividade do CNPq na área do conhecimento de Educação Física entre 2010 e 2020.Fonte-par-g--padr-o1 2021. 278 f. Tese (Doutorado em Ciências Sociais Aplicadas) - Programa de Ciências Sociais Aplicadas, Universidade Estadual de Ponta Grossa, Ponta Grossa, 2021., Alves e Oliveira (2018)ALVES, Bruno Henrique; OLIVEIRA, Ely Francina Tannuri. Alguns conceitos da sociologia de Pierre Bourdieu relacionados com a análise de rede social. Informação e Sociedade: estudos, v. 28, n. 3, p. 135-148, 2018. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/index.php/ies/article/view/40892. Acesso em: 31 ago. 2020.
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, Dias, Moreira e Dias (2018)DIAS, Thiago; MOREIRA, Tales; DIAS, Patrícia. Caracterização e análise das redes de colaboração científica dos bolsistas de produtividade em pesquisa do CNPq. In: BRAZILIAN WORKSHOP ON SOCIAL NETWORK ANALYSIS AND MINING (BRASNAM), 7., 2018, Natal. Anais [...]. Porto Alegre: Sociedade Brasileira de Computação, 2018. DOI: https://doi.org/10.5753/brasnam.2018.3579
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e Dias e Moita (2018)DIAS, Thiago Magela Rodrigues; MOITA, Gray Farias. Um retrato da produção científica brasileira baseado em dados da plataforma Lattes. Brazilian Journal of Information Studies: Research Trends, v. 12, n. 4, p. 62-74, 2018. DOI: https://doi.org/10.36311/1981-1640.2018.v12n4.08.p62
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, ao indicar a intensificação e importância das publicações em rede na conquista e manutenção da BP. Neste sentido, tal qual prevê Alves e Oliveira (2018)ALVES, Bruno Henrique; OLIVEIRA, Ely Francina Tannuri. Alguns conceitos da sociologia de Pierre Bourdieu relacionados com a análise de rede social. Informação e Sociedade: estudos, v. 28, n. 3, p. 135-148, 2018. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/index.php/ies/article/view/40892. Acesso em: 31 ago. 2020.
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, as redes são um capital social de suma importância na obtenção de vantagem nas lutas existentes dentro do campo.
A referida vantagem se articula com a produção científica pois, como demonstra Pinto (2021)PINTO, Guilherme Moreira Caetano. Fonte-par-g--padr-o1Análise da produção técnico-científica de bolsistas de produtividade do CNPq na área do conhecimento de Educação Física entre 2010 e 2020.Fonte-par-g--padr-o1 2021. 278 f. Tese (Doutorado em Ciências Sociais Aplicadas) - Programa de Ciências Sociais Aplicadas, Universidade Estadual de Ponta Grossa, Ponta Grossa, 2021., os pesquisadores que publicam em rede junto aos demais bolsistas apresentam-se mais produtivos ante seus pares, e os critérios para concessão de bolsa são atingidos. Por outro lado, a possibilidade de ocorrência de estratégias “produtivistas” pode levar a uma produtividade ilusória pautada na redução da qualidade do trato teórico das pesquisas, pois a velocidade de produção não acompanha o tempo de construção de algumas pesquisas (COSTA; BARBOSA FILHO, 2021COSTA, Luciana Ferreira; BARBOSA FILHO, Edilson Teixeira. O produtivismo acadêmico na Pós-Graduação stricto sensu em Ciência da Informação no Brasil. Ciência da Informação em Revista, v. 8, n. 1, p. 165-190, abr. 2021. DOI: https://doi.org/10.28998/cirev.2021v8n1j
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).
Neste contexto, o pesquisador considerado produtivo para os critérios da área 21, muitas vezes não consegue criar interlocução com alunos e profissionais de Educação Física, pois no intento de atingir as métricas acaba se dedicando a temas específicos que não possuem relação com a média de profissionais da área (DAÓLIO, 2015DAÓLIO, Jocimar. A produção acadêmica em Educação Física: a CAPES como um “não–lugar”. Pensar a Prática, v. 18, n. 2, p. 502-511, 2015. Disponível em: https://revistas.ufg.br/fef/article/view/33899. Acesso em: 29 ago. 2023.
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). Isto, somado ao fortalecimento daqueles que já estão no campo, faz com que o presente estudo corrobore com Tani, Drews e Corrêa (2020)TANI, Go; DREWS, Ricardo; CORRÊA, Umberto Cesar. Tendências da produção científica dos bolsistas de produtividade em pesquisa do CNPq da área de Educação Física. Fonte-par-g--padr-o1MovimentoFonte-par-g--padr-o1, v. 26, n. 26088, p.e26088, 2020. DOI: https://doi.org/10.22456/1982-8918.105434
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e entenda a necessidade de adoção por parte dos órgãos de fomento elaborarem estratégias que desestimulem a competição, minimizem o impacto do “produtivismo” e promovam uma correção de rota.
Entende-se que estabelecer uma mesma régua de avaliação para pesquisadores de áreas distintas tende a priorizar umas em detrimento de outras. Sendo assim, tal qual prevê Daólio (2015)DAÓLIO, Jocimar. A produção acadêmica em Educação Física: a CAPES como um “não–lugar”. Pensar a Prática, v. 18, n. 2, p. 502-511, 2015. Disponível em: https://revistas.ufg.br/fef/article/view/33899. Acesso em: 29 ago. 2023.
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, considera-se fundamental reconhecer as diferenças de abordagens, os tipos de pesquisas realizadas, a mensuração de livros/capítulos e o tempo de avaliação dentro do processo de concessão da BP, para que seja possível observar de forma efetiva o verdadeiro impacto da produção. Torna-se necessário avaliar a real utilização da produção em cursos de graduação, pós-graduação, editais de concurso, teses, dissertações e trabalhos de conclusão de curso, a fim de reduzir a circularidade viciosa dos artigos (DAOLIO, 2015DAÓLIO, Jocimar. A produção acadêmica em Educação Física: a CAPES como um “não–lugar”. Pensar a Prática, v. 18, n. 2, p. 502-511, 2015. Disponível em: https://revistas.ufg.br/fef/article/view/33899. Acesso em: 29 ago. 2023.
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).
Além disso, seria prudente mensurar a inovação em produtos e processos, as atividades de gestão e potencial do autor em se tornar referência para a área (OLIVEIRA; MELLO, 2014OLIVEIRA, Alexandre Rodrigues; MELLO, Carlos Fernando. Indicadores para a avaliação da produtividade em pesquisa: a opinião dos pesquisadores que concorrem a bolsas do CNPq na área de biociência. Revista Brasileira de Pós-Graduação, v. 11, n. 25, p. 657-678, 2014. Disponível em: https://rbpg.capes.gov.br/index.php/rbpg/article/view/500. Acesso em: 28 ago. 2023.
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). A observação de projetos de investigação e grupos de estudos preocupados com o desenvolvimento profissional, elaborando indicadores de avaliação que articulem ensino, pesquisa, extensão é outro elemento a ser considerado (SOUZA; LUZZI; PEREIRA, 2010SOUZA, Eduardo Rumenig; LUZZI, Alexandre; PEREIRA, Benedito. O fordismo acadêmico na Educação Física. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v. 32, n. 2-4, p. 43-57, dez. 2010. DOI: https://doi.org/10.1590/S0101-32892010000200004
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).
Por fim, destaca-se como um caminho possível que a Educação Física se torne uma área autônoma na CAPES e CNPQ. Isto parece ser condicionante para a adoção de critérios avaliativos que contemplem as especificidades das subáreas sociocultural e pedagógica, bem como para o crescimento de qualquer temática emergente dentro da Educação Física, até então dominada pela perspectiva biológica (CORREA; SILVEIRA; RIGO, 2020CORRÊA, Marluce Raquel Decian; SILVEIRA, Raquel; RIGO, Luiz Carlos. Dilemas das subáreas sociocultural e pedagógica na pós-graduação brasileira: perspectivas dos pesquisadores. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v. 42, n. 2064, p. 1-7, out./dez. 2020. DOI: https://doi.org/10.1590/rbce.42.2019.241
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).
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O objetivo do presente estudo foi analisar as concessões de bolsa e a produção científica dos bolsistas de produtividade do CNPq na área de Educação Física, no período de 2010-2020, alicerçada na avaliação do grupo de pesquisadores em 2010-2012, 2013-2016 e 2017-2020.
Os bolsistas de produtividade apresentaram crescimento na produção de artigos científicos, especialmente de estratos mais elevados do Qualis e com JCR. Além disso, a publicação de itens não contabilizados pelos critérios de concessão de bolsa permaneceu estável e abaixo da publicação de artigos em periódicos. Este cenário reforça os achados de que os pesquisadores priorizam, cada vez mais, artigos de alto nível que estão ligados aos critérios de concessão de bolsa.
Foi possível identificar a ocorrência de renovação gradativa dos pesquisadores que conquistam a BP, mas o perfil dos pesquisadores permanece o mesmo. Ademais, há evidências de que os bolsistas de produtividade continuam mais produtivos no período subsequente à concessão em comparação aos pesquisadores que perderam a bolsa, no período em que tiveram sua posse.
Neste sentido, a produção científica é um fator considerado nas perdas de BP. No entanto, outros fatores figuraram como pertinentes tais como a aposentadoria, as licenças para pós-doutorado internacional e a participação em redes.
A conquista e manutenção das BP muitas vezes ocorre por meio de estratégias produtivistas, bem como pelo próprio capital científico acumulado do pesquisador. Este cenário levou a própria CAPES a estabelecer uma nova política de avaliação que considere, além de fatores quantitativos, o impacto social das pesquisas na pós-graduação. Sendo assim, considerando o intento da BP de impulsionar o desenvolvimento científico nacional, é necessário refletir sobre a competição existente e o “Efeito Mateus” com vistas à constante revisão dos critérios de concessão de bolsa e transparência no processo de seleção. Itens como a produção em rede, estratégias produtivistas e a busca pela paridade de inserção de pesquisadores de diferentes regiões e áreas acadêmicas merecem constante atenção.
A elucidação de outros fatores que pesam para as ascensões e quedas, a compreensão maior acerca das leis não escritas que vigoram no campo e investigações direcionadas ao processo de avaliação por pareceres ad hoc são sugestões para estudos futuros.
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O artigo é um desdobramento da tese de doutorado de PINTO (2021)PINTO, Guilherme Moreira Caetano. Fonte-par-g--padr-o1Análise da produção técnico-científica de bolsistas de produtividade do CNPq na área do conhecimento de Educação Física entre 2010 e 2020.Fonte-par-g--padr-o1 2021. 278 f. Tese (Doutorado em Ciências Sociais Aplicadas) - Programa de Ciências Sociais Aplicadas, Universidade Estadual de Ponta Grossa, Ponta Grossa, 2021..
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FINANCIAMENTO
O presente trabalho foi realizado sem o apoio de fontes financiadoras. -
ÉTICA DE PESQUISA
A pesquisa seguiu os protocolos vigentes nas Resoluções 466/12 e 510/2016 doConselho Nacional de Saúde do Brasil. -
COMO REFERENCIAR
PINTO, Guilherme Moreira Caetano; FREITAS JUNIOR, Miguel Arcanjo de; CAPRARO, André Mendes; PEDROSO, Bruno. Análise da produção científica e fomento dos bolsistas de produtividade do CNPq em Educação Física no período de 2010-2020. Movimento, v. 29, e29051. jan./dez. 2023. DOI: https://doi.org/10.22456/1982-8918.130799
REFERÊNCIAS
- ALVES, Bruno Henrique; OLIVEIRA, Ely Francina Tannuri. Alguns conceitos da sociologia de Pierre Bourdieu relacionados com a análise de rede social. Informação e Sociedade: estudos, v. 28, n. 3, p. 135-148, 2018. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/index.php/ies/article/view/40892 Acesso em: 31 ago. 2020.
» https://periodicos.ufpb.br/index.php/ies/article/view/40892 - ANTUNES, Alberto Azoubel. Como avaliar produção científica. Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, v. 42, n. 1, p. 17-19, 2015. DOI: https://doi.org/10.1590/0100-69912015S01006
» https://doi.org/10.1590/0100-69912015S01006 - BARATA, Rita Barradas; GOLDBAUM, Moisés. Perfil dos pesquisadores com bolsa de produtividade em pesquisa do CNPq da área de saúde coletiva. Caderno de Saúde Pública, v. 19, n. 6, p. 1863-1876, 2003. DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-311X2003000600031
» https://doi.org/10.1590/S0102-311X2003000600031 - BOURDIEU, Pierre. Os usos sociais da ciência: por uma sociologia crítica do campo científico. São Paulo: Editora UNESP, 2003.
- CAFÉ, Anderson et al. A elite acadêmica da sociologia no Brasil e sua produção científica. Informação e Informação, v. 16, n. 3, p. 19-39, 2011. DOI: https://doi.org/10.5433/1981-8920.2011v16n3p19
» https://doi.org/10.5433/1981-8920.2011v16n3p19 - CÂNDIDO, Lucilene Faustina de Oliveira. SANTOS, Natasha Carvalho Ferreira; ROCHA, João Batista Teixeira. As geociências do CNPq a partir de seus bolsistas de produtividade em pesquisa. Anuário do Instituto de Geociências, v. 39, n. 1, p. 142-155, 2016. DOI: https://doi.org/10.11137/2016_1_142_155
» https://doi.org/10.11137/2016_1_142_155 - CARVALHO, Kátia et al. Aspectos gerenciais da política científica brasileira: um olhar sobre a produção científica do campo da sociologia face aos critérios de avaliação do CNPq e da CAPES. Em Questão, v. 19, n. 1, p. 187-212, 2013. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/EmQuestao/article/view/36908 Acesso em: 14 set. 2020.
» https://seer.ufrgs.br/EmQuestao/article/view/36908 - CORRÊA, Marluce Raquel Decian; CORRÊA, Leandro Quadros; RIGO, Luiz Carlos. A pós-graduação na educação física brasileira: condições e possibilidades das subáreas sociocultural e pedagógica. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v. 41, n. 4, p. 359-366, out./dez. 2019. DOI: https://doi.org/10.1016/j.rbce.2018.03.009
» https://doi.org/10.1016/j.rbce.2018.03.009 - CORRÊA, Marluce Raquel Decian; SILVEIRA, Raquel; RIGO, Luiz Carlos. Dilemas das subáreas sociocultural e pedagógica na pós-graduação brasileira: perspectivas dos pesquisadores. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v. 42, n. 2064, p. 1-7, out./dez. 2020. DOI: https://doi.org/10.1590/rbce.42.2019.241
» https://doi.org/10.1590/rbce.42.2019.241 - COSTA, Luciana Ferreira; BARBOSA FILHO, Edilson Teixeira. O produtivismo acadêmico na Pós-Graduação stricto sensu em Ciência da Informação no Brasil. Ciência da Informação em Revista, v. 8, n. 1, p. 165-190, abr. 2021. DOI: https://doi.org/10.28998/cirev.2021v8n1j
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RESPONSABILIDADE EDITORIAL
Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
08 Jan 2024 -
Data do Fascículo
2023
Histórico
-
Recebido
27 Mar 2023 -
Revisado
22 Set 2023 -
Aceito
11 Dez 2023